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Gilberto Freyre

(Cientista social e escritor brasileiro)


15/03/1900, Recife (PE)

Com o livro “Casa-Grande & Senzala”, publicado em 1933, Gilberto Freyre


revolucionou a historiografia. Ao invés do registro cronológico de guerras e
reinados, ele passou a estudar o cotidiano por meio da história oral,
documentos pessoais, manuscritos de arquivos públicos e privados, anúncios
de jornais e outras fontes até então ignoradas. Usou também seus
conhecimentos de antropologia e sociologia para interpretar fatos de forma
inovadora.

Freyre fez carreira acadêmica, de artista plástico, jornalista e cartunista no


Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Manteve, porém, uma grande ligação
com Pernambuco, em especial Olinda e Recife.

Freyre recebeu diversas homenagens. Entre elas, em 1962, o desfile da escola


de samba Mangueira, com enredo inspirado em “Casa-grande & Senzala”. Foi
doutor pelas Universidades de Paris (Sorbonne), Colúmbia (EUA), Coimbra
(Portugal), Sussex (Inglaterra) e Münster (Alemanha). Em 1971, a Rainha
Elizabeth lhe conferiu o título de Sir (Cavaleiro do Império Britânico).
Graciliano Ramos

Graciliano Ramos nasceu em Quebrângulo (AL), em 1892. Um dos 15 filhos de


uma família de clasmédia do sertão nordestino, passou parte da infância em
Buíque (PE) e outra em Viçosa (AL)se . Fez estudos secundários em Maceió,
mas não cursou faculdade. Em 1910, sua família se estabelece em Palmeira
dos Índios (AL).
Em 1914, após breve estada no Rio de Janeiro, trabalhando como revisor,
retorna à cidade natal, depois da morte de três irmãos, vitimados pela peste
bubônica. Passa a fazer jornalismo e política em Palmeira dos Índios,
chegando a ser prefeito da cidade -(1928-30).
Em 1925, começa a escrever seu primeiro romance, Caetés – que viria a ser
publicado em 1933. Muda-se para Maceió em 1930, e dirige a Imprensa e
Instrução do Estado. Logo viriam “São Bernardo” (1934) e “Angústia” (1936,
ano em que foi preso pelo regime Vargas, sob a acusação de subversão).
Memórias do Cárcere (1953) é um contundente relato da experiência na prisão.
Após ser solto, em 1937, Graciliano transfere-se para o Rio de Janeiro, onde
continua a publicar não só romances, mas contos e livros infantis. Vidas Secas
é de 1938.
Em 1945, ingressa no Partido Comunista Brasileiro. Sua viagem para a Rússia
e outros países do bloco socialista é relatada em Viagem, publicado em 1953,
ano de sua morte.
José de Alencar

José Martiniano de Alencar (1829-1877), político, jornalista, advogado e


escritor brasileiro. Foi o maior representante da corrente literária indianista.
Cearense, com parte da adolescência vivida na Bahia, José de Alencar formou-
se em Direito e foi jornalista no Rio de Janeiro. Vaidoso e sentimental, iniciou
sua carreira literária em 1857, com a publicação de O guarani, lançado como
folhetim e que alcançou enorme sucesso, o que lhe rendeu fama súbita.
Sua obra costuma ser dividida em três etapas: 1) Romances urbanos: Cinco
minutos (1860), A viuvinha (1860), Lucíola (1862), Diva (1864), A pata da
gazela (1870), Sonhos d’ouro (172, Senhora (1875) e Encarnação (1877). 2)
Romances históricos: O Guarani (1870), Iracema (1875), As Minas de prata
(1865), Alfarrábios (1873), A guerra dos mascates (1873) e Ubirajara (1874). 3)
Romances regionalistas: O gaúcho (1870), O tronco do Ipê (1871), Til (1872),
O sertanejo (1876).
José de Alencar criou uma literatura nacionalista onde se evidencia uma
maneira de sentir e pensar tipicamente brasileiras. Suas obras são
especialmente bem sucedidas quando o autor transporta a tradição indígena
para a ficção. Tão grande foi a preocupação de José de Alencar em retratar
sua terra e seu povo que muitas das páginas de seus romances relatam mitos,
lendas, tradições, festas religiosas, usos e costumes observados pessoalmente
por ele, com o intuito de, cada vez mais, “abrasileirar” seus textos.
José Lins do Rego
(Escritor brasileiro)
3/6/1901, Pilar (PB)
12/9/1957, Rio de Janeiro (RJ)

“Não gosto de trabalhar, não fumo, durmo com muitos sonos e já escrevi 11
romances. Se chove, tenho saudades do sol; se faz calor, tenho saudades da
chuva. Temo os poderes de Deus, e fui devoto de Nossa Senhora da
Conceição. Enfim, literato da cabeça aos pés, amigo dos meus amigos e capaz
de tudo se me pisarem nos calos. Perco então a cabeça e fico ridículo. Afinal
de contas, sou um homem como os outros e Deus permita que assim
continue.” Esta é a auto-descrição de José Lins do Rego, considerado um dos
maiores ficcionistas da língua portuguesa.
José Lins do Rego Cavalcanti era filho de fazendeiros. Com a morte da mãe,
passou a ser criado pelo avô, num engenho de açúcar. Aos oito anos ingressou
no Internato Nossa Senhora do Carmo, onde estudou durante três anos. Em
1912 passou a estudar em João Pessoa. Nesse mesmo ano, publicou seu
primeiro artigo em jornal. Três anos depois mudou-se para o Recife, onde
concluiu seus estudos secundários.
Em 1919 ingressou na faculdade de direito do Recife. No ano seguinte, passou
a escrever uma coluna literária para o jornal “Diário do Estado da Paraíba”. Em
1924 formou-se e, no ano seguinte, casou-se com Filomena Masa Lins do
Rego, com quem teve três filhas. Em 1925, Lins do Rego assumiu o posto de
promotor público na cidade de Manhuaçu, em Minas Gerais, mas no ano
seguinte mudou-se para Maceió, onde começou a trabalhar como fiscal de
bancos, cargo que ocupou até 1930.
Passou a publicar um romance por ano: em 1934, “Bangüê”; em 1935, “O
Moleque Ricardo”; em 1936, “Usina”; em 1937, “Pureza”; em 1938, “Pedra
Bonita”; e em 1939, “Riacho Doce”,1936, “Histórias da Velha Totonha”, “Fogo
Morto”, O autor consagrou-se como mestre do regionalismo. Seu último
romance, “Cangaceiros”, foi publicado em 1953.
Paulo Freire
(Educador brasileiro)
19/9/1921, Recife (PE)
02/05/1997, São Paulo (SP)

Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma
inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e
na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil
(1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio.
O educador apresentou uma síntese inovadora das mais importantes correntes
do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a
fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão foi
aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de
pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos.
A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963,
quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire
desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em
Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo
desenvolvimentista do governo João Goulart.
A carreira no Brasil foi interrompida pelo golpe militar de 31 de março de 1964.
Acusado de subversão, ele passou 72 dias na prisão e, em seguida, partiu para
o exílio. No Chile, trabalhou por cinco anos no Instituto Chileno para a Reforma
Agrária (ICIRA). Nesse período, escreveu o seu principal livro: Pedagogia do
Oprimido (1968).
Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil, onde escreveu dois
livros tidos como fundamentais em sua obra: Pedagogia da Esperança (1992) e
À Sombra desta Mangueira (1995). Lecionou na Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-
SP). Em 1989, foi secretário de Educação no Município de São Paulo, sob a
prefeitura de Luíza Erundina.
Doutor Honoris Causa por 27 universidades, Freire recebeu prêmios como:
Educação para a Paz (das Nações Unidas, 1986) e Educador dos Continentes
(da Organização dos Estados Americanos, 1992).
Rachel de Queiroz

Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, Ceará, em novembro de 1910.Viveu


parte de sua infância na capital do estado e parte, no interior, na fazenda dos
pais. Depois da grande seca de 1915, que atingiu a propriedade familiar,
mudou-se para o Rio de Janeiro em 1917, onde ficou por pouco tempo,
transferindo-se para o Belém do Pará.

De volta ao Ceará, em 1921, retomou os estudos regulares, como interna do


Colégio Imaculada Conceição, formando-se professora em 1925. Ingressou no
jornalismo como cronista, em 1927. Em 1930, lançou seu primeiro romance O
Quinze que recebeu o primeiro prêmio, concedido pela Fundação Graça
Aranha. Em 1931, veio ao Rio de Janeiro para recebê-lo, onde travou contato
com o Partido Comunista Brasileiro. Nos anos seguintes, participou da ação
política de esquerda, pela qual foi presa em 1937.

Sem abandonar a ficção, continuou colaborando regularmente com jornais e


revistas, dedicando-se à crônica jornalística, ao teatro e à tradução. Foi,
durante muito tempo, cronista exclusiva da revista O Cruzeiro. Em 1977, foi a
primeira escritora a ingressar na Academia Brasileira de Letras, um grupo que,
até então, tinha sido exclusivamente masculino. Embora more no Rio de
Janeiro, tem retornado, com freqüência, às suas raízes – a fazenda no interior
do Ceará. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 4 de novembro de 2003.
Lampião
Virgulino Ferreira da Silva
(1897-1938)

Virgulino Ferreira da Silva (1897-1938), conhecido como Lampião, nasceu na


cidade de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco, no dia 7 de julho de 1897,
em uma família de lavradores e criadores. Era o terceiro filho de uma família de
sete irmãos, sabia ler e escrever. Ajudava na pequena fazenda do pai cuidando
dos animais.
O cangaço o atraiu, em 1915, depois que sua família foi acusada de ter
roubado alguns animais da fazenda de seus vizinhos, a família Saturnino,
ligada à oligarquia. Depois de certo tempo, os irmãos Ferreira mataram alguns
gados do vizinho e foram perseguidos pela polícia. Na fuga, sua mãe não
resistiu e a polícia matou seu pai. Virgulino encarregou um irmão de cuidar dos
irmãos menores e, com os dois mais velhos passou a percorrer os estados
nordestinos, fazendo justiça com as próprias mãos.

Em 13 de junho de 1927 - Lampião ataca a cidade de Mossoró - RN. O bando


de Lampião foi dividido em vários subgrupos comandados pelos cangaceiros
Sabino Gomes, Massilon Leite, Jararaca e Luiz Pedro. A cidade estava
totalmente organizada tendo à frente o prefeito Rodolfo Fernandes, que
distribuiu seu pessoal nas 4 torres da cidade, que àquela altura era a segunda
maior do estado. Lampião sofreu sua maior derrota. O cangaceiro Jararaca foi
preso. Mossoró saiu vencedora.

Na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota de Angico, no povoado de


Poço Redondo, em Sergipe, Lampião e seu bando, foram surpreendidos com
rajadas de metralhadoras. Minutos depois, morria Lampião, Maria Bonita e
mais 9 cangaceiros. O ataque comandado pelo tenente João Bezerra
conseguiu, o que a polícia do Nordeste perseguia havia muito tempo. Suas
cabeças foram decapitadas, mumificadas e expostas em Santana do Ipanema,
Alagoas. Depois foram levadas para o Museu Nina Rodrigues, na Bahia, até
serem enterradas em 1968.
Lampião morreu na Grota de Angico, em Poço Redondo, Sergipe, no dia 28 de
julho de 1938.
Maria Bonita
Maria Gomes de Oliveira

Maria Bonita (1911-1938) foi a companheira do chefe do cangaço Virgulino


Ferreira da Silva o Lampião. Foi a primeira figura feminina a ingressar no
principal bando de cangaceiros do Nordeste, em meados de 1930.

Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita, nasceu numa


pequena fazenda no povoado de Malhada da Caiçara, município da Gloria,
atual cidade de Paulo Afonso, na Bahia, no dia 8 de março de 1911. Filha dos
pequenos lavradores José Gomes de Oliveira e Maria Joaquina Conceição
Oliveira.
Em 1929, morando na casa dos pais, conheceu Lampião, que em suas
andanças passava com seu bando pelas fazendas da região. A atração foi
recíproca. Baixinha, com olhos e cabelos castanhos, era uma mulher bonita e
determinada, o que chamou a atenção do cangaceiro.
Em meados de 1930, Maria bonita passou a fazer parte do bando de Lampião
– foi a primeira mulher a ingressar no cangaço. A partir daí, mais de 30
mulheres participaram da vida do bando. A Bahia foi o Estado que forneceu o
maior número de moças ao banditismo do Sertão nordestino, seguida por
Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
As mulheres que aderiam ao cangaço tinham que se adaptar à nova vida, sem
chance para arrependimento. Levavam uma vida de nômade, muitas vezes mal
alimentadas, tendo que caminhar quilômetros sob o sol e a chuva, além de
enfrentar os combates violentos contra as forças policiais.

Os papéis sociais no cangaço eram bem definidos: ao homem cabia zelar pela
segurança e sustento dos bandos. À mulher, ser esposa e companheira.
Durante a gestação elas ficavam escondidas. Depois do nascimento do bebê,
eram obrigadas a entregar a criança a amigos e retornar ao cangaço. Maria
Bonita teve três filhos durante esse período.

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