Vous êtes sur la page 1sur 10

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2018.0000040943

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº


2177079-39.2017.8.26.0000, da Comarca de Guarulhos, em que é agravante IVO
RODRIGUES DA PAIXÃO JUNIOR, é agravado CCNI - COMPAÑIA CHILENA DE
NAVEGACIÓN S/A.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 19ª Câmara de Direito Privado


do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram parcial
provimento ao recurso para afastar a aplicação da teoria do superamento, declarando-
se a ilegitimidade passiva do agravante. V.U., de conformidade com o voto do relator,
que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores RICARDO NEGRÃO


(Presidente), JOÃO CAMILLO DE ALMEIDA PRADO COSTA E MARIO DE
OLIVEIRA.

São Paulo, 5 de fevereiro de 2018.

Ricardo Negrão
Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO Nº : 35.285
AGRV. Nº : 2177079-39.2017.8.26.0000
COMARCA : GUARULHOS
AGTE. : IVO RODRIGUES DA PAIXÃO JÚNIOR
AGDO. : CCNI COMPANHIA CHILENA DE NAVEGACION S/A
INTERDO. : GEONEXUS TRANSPORTES INTERNACIONAIS LTDA.
INTERDO. : SR. ANDRÉ CÂNDIDO DE AMORIM
INTERDO. : SRA. IVONE LIMA MARTINS
INTERDO. : SR. DANIEL CAFUNDÓ DE CURTIS

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


RESPONSABILIDADE Ação de cobrança, em fase de
cumprimento de sentença Decisão judicial que deferiu o
pedido para direcionamento da demanda para que os ex-sócios
também passasem a integrar a lide Alegação de que deixou a
sociedade, por meio de contrato de compra e venda que foi
levada a registro na data de 5 de novembro de 2013, de modo
que nos termos dos art. 1003 e art. 1032 do Código Civil, a sua
responsabilidade se encerrou em 4 de novembro de 2015, ou
seja, antes da citação Descabimento Hipótese na qual, tal
qual já julgado em recurso anterior, se aplicável o art. 50 do
Código Civil ao caso concreto, os ex-sócios podem ser
responsabilizados patrimonialmente perante terceiros
Alegação de que subsistiria a responsabilidade pessoal pelas
dívidas existentes no biênio (ínterim entre a retirada do sócio e
as dívidas assumidas posteriormente) subsequente à cessão das
cotas sociais, levada a registro em novembro de 2013
Inaplicabilidade do art. 1003 e ss. do Código Civil Decisão
mantida neste tocante - Agravo de instrumento não provido
nesta parte.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


REQUISITOS Ação de cobrança, em fase de cumprimento
de sentença Decisão judicial que deferiu o pedido para
direcionamento da demanda para que os ex-sócios também
passasem a integrar a lide Alegação de que não estão
presentres os requisitos do art. 50 do Código Civil, sendo que
não houve verificação de conduta fraudulenta, confusão de
patrimônio, ou gerência temerária de sua parte Cabimento
Aplicação da teoria buscada com fundamento na dissolução
irregular da empresa, e na insuficiência de bens penhoráveis
Hipótese em que toda falência ou insolvência civil de
sociedades exigiria a arrecadação dos bens pessoais dos sócios
Necessidade de prova da confusão patrimonial ou do desvio
da finalidade social descrita no estatuto constitutivo, com
intuito fraudatório (teoria maior) Ilegitimidade reconhecida
Decisão reformada Agravo de instrumento provido neste
tocante

Dispositivo: Deram parcial provimento ao recurso para

Agravo de Instrumento nº 2177079-39.2017.8.26.0000 -Voto nº 35.285 2


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

afastar a aplicação da teoria do superamento, declarando-se a


ilegitimidade passiva do agravante.

Agravo de instrumento interposto pelo Sr. Ivo Rodrigues da


Paixão Júnior dirigido a r. decisão interlocutória proferida pela Dra. Adriana
Porto Mendes, MMª. Juíza de Direito da E. 3ª Vara Cível da Comarca de
Guarulhos, na ação de cobrança, em fase de cumprimento de sentença,
promovida por CCNI Compañia Chilena de Navegacion S/A, inicialmente
contra Geonexus Transportes internacionais Ltda., e após o deferimento da
desconsideração da personalidade jurídica, foram incluídos o Sr. André
Cândido de Amorim, a Sra. Ivone Lima Martins, o Sr. Daniel Cafundó de
Curtis e o agravante.

A i. Juíza singular deferiu o pedido para direcionamento da


demanda para que os ex-sócios também passasem a integrar a lide. Esclareceu
que houve a desconsideração da personalidade jurídica da empresa devedora, e
que os sócios atuais não foram localizados.

Ponderou que a existência da dívida e o ajuizamento da


demanda ocorreram quando os ex-sócios ainda eram os representante da
sociedade, e que a alteração social foi promovida sem a quitação do débito em
questão. Determinou que o Sr. Ivo e o agravante efetuassem o pagamento do
saldo devedor no prazo de cinco dias, sob pena de seguimento da execução (fl.
569).

Inconformado, o recorrente interpôs o presente agravo de


instrumento sustentando ter deixado a sociedade, conforme alteração
societária levada a registro em 5 de novembro de 2013, de modo que nos
termos dos art. 1003 e art. 1032 do Código Civil, sua responsabilidade encerrou-
se aos 4 de novembro de 2015, ou seja, antes da citação, de modo que não
poderia ter sido atingido pela desconsideração da personalidade jurídica.

Diz que dissolução irregular da empresa não está


comprovada nos autos, pos esta mantém seu cadastro junto à RFB
demonstrando que está ativa, inclusive que há atuação de advogado nos autos,
e que de quelaquer maneira, a sua retirada foi antes do apontado
encerramento irregular, não havendo como lhe ser imputada a
responsabilidade.

Alega que não estão presentres os requisitos do art. 50 do


Código Civil, sendo que não houve verificação de que tenha feito conduta
fraudulenta, confusão de patrimônio, ou gerência temerária de sua parte, de
forma que deve ser excluído do polo passivo em razão de sua ilegitimidade, e,
portanto, adecisão deve ser reformada. Subsidiariamente, em caso de

Agravo de Instrumento nº 2177079-39.2017.8.26.0000 -Voto nº 35.285 3


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

entendimento diverso, pugna que sua responsabilidade seja limitada à


porcentagem de suas quotas à época da saída da empresa (fl. 1-14).

Preparo em fl. 15-17.

O efeito suspensivo pleiteado foi concedido pelo Relator (fl.


572-573).

Contraminuta pelo não provimento do recurso (fl. 579-591).

É o relatório.

I TEMPESTIVIDADE

O recurso é tempestivo. A r. decisão combatida foi


disponibilizada no Diário da Justiça eletrônico em 17 de agosto de 2017 (fl.
570), e considerada publicada no dia seguinte (sexta-feira, 18/8/2017). Por sua
vez, conforme consulta ao sistema interno deste E. Tribunal, a via digital do
agravo de instrumento foi recebida aos 12 de setembro de 2017, último dia
inserido no prazo legal de quinze dias úteis.

II RESPONSABILIDADE (TEMPORAL)

Em que pesem as argumentações do suplicante em relação


à tentativa de afastar a responsabilidade de ex-sócios quanto às obrigações da
sociedade, observando-se o prazo previstos nos art. 1003 e 1032 do Código
Civil, nenhuma razão lhe cabe.

No caso concreto, a questão restou devidamente apreciada


no agravo de isntrumento anterior interposto pela ora empresa recorrida
(Agrv. n. 2186019-27.2016.8.26.0000, fl. 487-490), nos seguintes termos:

Os dispositivos suscitados nos autos dizem respeito à sociedade


simples. Nesse tipo societário, a responsabilidade dos sócios é
regulada pelo disposto nos arts. 997-1.038 do Código Civil.

O disposto no art. 1.003 do Código Civil refere-se a caso distinto


de responsabilidade ordinária, nas sociedades simples em que o
réu responde subsidiariamente à sociedade (CC, art. 1.024) na
proporção que participem da perdas sociais, salvo cláusula de
responsabilidade solidária (CC, art. 1.023) proporcionalmente à

Agravo de Instrumento nº 2177079-39.2017.8.26.0000 -Voto nº 35.285 4


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

sua participação no capital para com os demais sócios, sociedade


e terceiros.

De fato, assim dispõe o mencionado dispositivo:

“Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a


correspondente modificação do contrato social com o
consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a
estes e à sociedade.”

“Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a


modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com
o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações
que tinha como sócio.”

Por sua vez, a sociedade empresária devedora, tipo societário de


que realmente trata o presente recurso, foi constituída sob a
forma limitada (fl. 53), na qual os sócios respondem
ordinariamente até o limite da integralização do capital social.

A discussão sobre a responsabilidade pessoal do sócio por


dívidas da sociedade somente tem sentido na ocorrência de um
dos casos de responsabilidade extraordinária previstos nos arts.
50 do Código Civil ou se, ao retirar-se da sociedade recebeu
pagamentos em detrimento dos credores então existentes, tudo a
necessitar prévio juízo de conhecimento, fundada em razões que
permitam inferir a existência de abuso da personalidade
jurídica.

No caso em exame, a motivação para impor à responsabilização


dos ex-sócios pauta-se na data da retirada da sociedade
executada, em 5 de novembro de 2013, “sendo certo que a
demanda de cobrança fora distribuída em 06/07/2011, ou seja, no
momento em que Daniel e Ivo ainda eram sócios” (fl. 4, em
vermelho). Segundo o agravante, “desde outubro de 2010 a
agravada adotou uma série de medidas com o único intuito de
frustrar a satisfação do crédito, não só da agravante, como de
outros credores” e promoveram “diversas mudanças no quadro
societário desde 10/2010”, acarretando o desaparecimento “dos
ex-sócios e também dos atuais administradores” (fl. 6, final).

Logo, por fundamentos diversos daqueles empregados pelo


agravante, em que pese o entendimento da nobre Magistrada
singular, no caso concreto, a apuração da responsabilidade dos
ex-sócios em relação às obrigações existentes até novembro de
2015, pode ser promovida pela exequente, ora apelante, devendo
fazê-lo, porém, na forma do art. 133 do CPC15.

Não se trata aqui de estender a desconsideração já efetivada em


relação aos atuais sócios, mas de submeter à apreciação judicial

Agravo de Instrumento nº 2177079-39.2017.8.26.0000 -Voto nº 35.285 5


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

a presença dos pressupostos introduzidos pelo legislador


processual, observando que o pedido manifestado pelo agravante
data de 3 de agosto de 2016 (fl. 52), após o período de vacatio
legis do CPC15.

Assim, a solução não há como ser diferente, i. é, no presente


caso, ao contrário do que quer fazer crer o recorrente, a responsabilidade do ex-
sócios ocorrerá, desde que presentes os requisitos necessários à concessão,
observando-se presente o requisito temporal.

III REQUISITOS PARA A DESCONSIDERAÇÃO DA


PERSONALIDADE JURÍDICA)

Quanto à apontada ausência dos requisitos para a


concessão da desconsideração da personalidade jurídica, melhor sorte cabe ao
recorrente.

Nas palavras de Roberto Senise Lisboa, desconsideração da


personalidade jurídica é “instituto que permite a responsabilidade do
administrador, gerente ou representante legal da pessoa jurídica, que, ao agir
em seu nome, pratica ato lesivo aos interesses de terceiro, em abuso de poder
ou desvio de finalidade da sociedade” (Manual Elementar de Direito Civil, vol.
1, 2ª ed., São Paulo, Revista dos Tribunais, 2002, p. 247).

É indispensável, em todos os casos, provar que a pessoa


jurídica, da qual faz parte a pessoa natural atingida pela desconsideração,
pratique, por atos inequívocos de seus sócios, abusos caracterizados por desvio
de finalidade na constituição da sociedade ou pela confusão patrimonial.

Constatado o abuso da personalidade jurídica (art. 50 do


CC/02) a autonomia patrimonial da sociedade é inoponível temporariamente
ao credor prejudicado, permitindo-se a responsabilização patrimonial dos
sócios.

A Turma julgadora entende aplicável, portanto, somente a


teoria maior da desconsideração que exige a prova da confusão patrimonial ou
do desvio da finalidade social descrita no estatuto constitutivo, com intuito
fraudatório.

Sobre a caracterização do abuso da personalidade jurídica


leciona Fábio Ulhoa Coelho:

“Se a autonomia da sociedade não impede a imputação de


responsabilidade ao sócio ou administrador, não existe nenhuma

Agravo de Instrumento nº 2177079-39.2017.8.26.0000 -Voto nº 35.285 6


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

desconsideração. Em outros termos, cabe invocar a teoria


quando a consideração da sociedade empresária implica a
licitude dos atos praticados, exsurgindo a ilicitude apenas em
seguida à desconsideração da personalidade jurídica dela.
Somente nesse caso se opera a ocultação da fraude e, portanto,
justifica-se afastar a autonomia patrimonial, exatamente para
revelar o oculto por trás do véu da pessoa jurídica.”

“Em outros termos, enquanto o ato é imputável à sociedade, ele


é lícito. Torna-se ilícito apenas quando se o imputa ao sócio, ou
administrador. A desconsideração da personalidade jurídica é a
operação prévia a essa mudança na imputação. A sociedade
empresária deve ser considerada exatamente se for obstáculo à
imputação do ato a outra pessoa. Assim, se o ilícito, desde logo,
pode ser identificado como ato de sócio ou administrador, não é
caso de desconsideração.” (Curso de Direito Comercial, vol. 2, 5ª
ed., São Paulo, Saraiva, 2002, p. 42).

Com estas considerações, consigna-se que por ser


extraordinário o superamento da personalidade jurídica, o ônus da prova do
abuso da personalidade jurídica é do credor prejudicado.

No entendimento apresentado em primeira instância pela


agravada, a responsabilidade deve recair sobre o patrimônio dos sócios, pois a
conduta da empresa executada denota indícios de fraude e resistência
injustificada no cumprimento da obrigação assumida. Afirma estar
comprovado principalmente pela dissolução irregular da empresa, mas
também pela impossibilidade de localização de bens pertencentes a ela o
abuso efetuado pela pessoa jurídica, pois se encontra em endereço incerto e não
sabido.

A nobre Magistrada, com base em tais alegações, e por


entender incontroverso o encerramento irregular da empresa, deferiu o pedido,
tanto em relação aos sócios atuais em decisão proferida em 13 de novembro de
2015 (fl. 395), como em relação aos ex-sócios na decisão combatida (fl. 569).

Embora tais fatos, em tese, possam caracterizar a


existência de abuso por parte dos sócios e, em conseqüência, a aplicação da
disregard doctrine, deve-se atentar que nem sempre levará à desconstituição
da personalidade jurídica, devendo-se distinguir hipóteses em que há
infelicidade negocial de outras, nas quais se evidencia a intenção dolosa.
Carlos Celso Orcesi da Costa, com acentuada clareza escreve sobre o que se
deve entender pelas expressões atos ilegais ou atos de violação do contrato
social: “aqueles dolosamente praticados e dirigidos para deliberadamente
prejudicar terceiros. Assim, não pagar um fornecedor é ato ilegal; constitui
uma falta. Mas para os fins dos princípios da responsabilidade o não pagar

Agravo de Instrumento nº 2177079-39.2017.8.26.0000 -Voto nº 35.285 7


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

pode configurar ou não uma violação da lei ou do contrato social. Se a


sociedade não paga por estar impossibilitada, por motivo justo, o credor pode
cobrar da empresa, mas não há infração dolosa, nem responsabilidade
contingente. Se a sociedade desvia o numerário, e não paga ou se em estado
pré-falimentar, sai por aí comprando sem lastro, evidencia-se o dolo, e,
conseqüentemente, haveria responsabilidade” (Revista de Direito Mercantil,
Industrial, Econômico e Financeiro Ano XXIII, Nova Série, n. 56, out/dez 1984,
citado em Manual de Direito Comercial, Ricardo Negrão, 2ª ed., Bookseller,
2000, p. 316).

Este Relator teve a oportunidade de escrever:

“a não-satisfação dos credores não é, por si só, caracterizadora


da fraude exigida para aplicação do superamento da
personalidade jurídica. Se assim fosse, toda falência ou
insolvência civil de sociedade exigiria a arrecadação dos bens
sociais dos sócios. A lei exige mais: o uso abusivo da
personalidade jurídica, cuja caracterização deve ser objeto de
apreciação judicial, caso a caso. Na questão patrimonial, as
perdas havidas durante a vida da sociedade devem estar
suficientemente demonstradas por uma escrituração regular e
precisa que ampare a tese da infelicidade nos negócios.
Entretanto, se o desaparecimento de bens do patrimônio não
puder ser justificado, e os sócios não indicarem claramente seu
destino, a fraude está evidenciada. Ficará patente a confusão
patrimonial entre as pessoas dos sócios e a pessoa jurídica por
eles constituída” (Manual de Direito Comercial e de Empresa,
v.1, 3ª ed., 2003, Saraiva, p. 261).

Nesse sentido:

Apelação Embargos à execução Improcedência, mantida a


desconsideração da personalidade jurídica Pretensão de
reforma Admissibilidade Ausência de preenchimento dos
requisitos estabelecidos no art. 50/CC Medida de exceção, que
pressupõe a demonstração de indevida utilização da
personalidade jurídica da sociedade, com a finalidade de fraudar
credores ou praticar abuso de direito Ausência de patrimônio e
encerramento irregular das atividades não constituem fatos que,
por si sós, remetam ao desvio de finalidade ou abuso de direito, a
autorizar a responsabilização pessoal dos sócios Precedentes
Demais questões prejudicadas Recurso provido. (Agrv. n.
1001491-20.2016.8.26.0663, TJSP, 19ª Câmara de Direito
Privado, Relª. Desª. Cláudia Grieco Tabosa Pessoa, julgado aos
27/11/2017, registrado aos 05/12/2017).

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURIDICA.


Execução por título extrajudicial. Pretensão à constrição de bens
particulares dos sócios. Execução proposta contra a sociedade

Agravo de Instrumento nº 2177079-39.2017.8.26.0000 -Voto nº 35.285 8


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

empresária. Inadmissibilidade, por ora. Falta de prova da


prática pelos sócios de atos contrários à lei, não se prestando a
simples presunção de inatividade da empresa à desconsideração
de sua personalidade jurídica e consequente autorização de
penhora de bens particulares dos sócios. Ausência dos requisitos
autorizadores da aplicação da teoria da desconsideração da
pessoa jurídica. Decisão mantida Recurso improvido.

Dispositivo: negaram provimento ao recurso. (Agrv. n.


2153193-11.2017.8.26.0000, TJSP, 19ª Câmara de Direito
Privado, Rel. Des. João Camillo de Almeida Prado Costa, julgado
aos 27/11/2017, registrado aos 01/12/2017).

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL Incidente de


desconsideração da personalidade jurídica Pretensão de
instauração somente porque evidenciado o encerramento
irregular da Empresa executada Inadmissibilidade
Necessidade da indicação de fatos capazes, em tese, de
demonstrar o abuso da personalidade jurídica Recurso
improvido. (Agrv. n. 2190146-71.2017.8.26.0000, TJSP, 19ª
Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Mário de Oliveira, julgado
aos 23/10/2017, registrado aos 26/10/2017).

Como afirmado, a mera infelicidade nos negócios não é


suficiente para aplicação do art. 50 do Código Civil, mostrando-se necessário
ainda que o decréscimo patrimonial não esteja justificado.

Como já consignado, o mero inadimplemento ou não


localização de bens passíveis de constrição não autoriza a aplicação da teoria
do superamento.

No caso dos autos, como ainda não demonstrado qualquer


ato tendente a prejudicar os credores ou outros atos que indicassem abuso da
personalidade jurídica, era de rigor o indeferimento do pedido.

Assim, em que pese o entendimento da nobre Magistrada


singular, visto que a matéria suscitada pela agravada está a exigir prova que
indique a existência de fraude, por atos próprios da empresa executada
visando prejudicar credores, bem como em razão de os critérios objetivos do
dispositivo mencionado não terem sido evidenciados no caso concreto, entende-
se inexistir prova da ocorrência das hipóteses autorizadoras da
desconsideração da personalidade jurídica.

Agravo de Instrumento nº 2177079-39.2017.8.26.0000 -Voto nº 35.285 9


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

IV DISPOSITIVO

Em razão do exposto, dá-se parcial provimento ao recurso


para afastar a aplicação da teoria do superamento, declarando-se a
ilegitimidade passiva do agravante.

RICARDO NEGRÃO
RELATOR

Agravo de Instrumento nº 2177079-39.2017.8.26.0000 -Voto nº 35.285 10

Vous aimerez peut-être aussi