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Manual CRECI_Manual 15/08/12 16:30 Page 1

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS

MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

BRASÍLIA
2012
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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

João Teodoro da Silva


Presidente do COFECI

Newton Marques Barbosa


José Augusto Viana Neto
Vice-Presidentes

Edecio Nogueira Cordeiro


Diretor Secretário

Antônio Armando Cavalcante Soares


Sérgio Waldemar Freire Sobral
Diretores Tesoureiros

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

NOTA À EDIÇÃO

Nossa intenção aqui não foi esgotar o assunto nem sequer abranger à amplitude
do sistema de fiscalização profissional dos CRECI’s. Na verdade, o que tentamos
fazer é agrupar muitas das ideias surgidas do conjunto de nossas experiências
adquiridas nesses anos de Conselho.

Apresentamos, então, o MANUAL DE PROCEDIMENTO DO CRECI que é dirigido


aos senhores conselheiros e membros de comissões como uma forma singela de
descrever atribuições, competências e funções.

Vale dizer que a ideia de chamar essa obra de MANUAL até parece
demasiadamente pretensiosa. No entanto, a intenção é que ele dê a imediata noção
de sua utilidade apenas pela praticidade, ou seja, trata-se de um pequeno livro para
consultas rápidas. E, sinceramente, esperamos que sirva a esses objetivos e que
represente pequena contribuição à classe, à profissão, à fiscalização e à sociedade.

“Tudo o que merece ser feito, merece ser bem feito”


Cecília Meireles

Brasília, 2012.

Elaboração:
Admar Piedade Pucci Junior
Presidente do CRECI-PR

Carlos Henrique Zanetti, adv.


Coordenador Jurídico do CRECI-PR

Edson Gonçalves da Silva, bel.


Coordenador de Fiscalização do CRECI-PR

Revisão:
Antônio Linares Filho, adv.
Procurador Jurídico do CRECI-PR

Graciele Zepson
Assessora de Comunicação do CRECI-PR

Projeto Gráfico:
Fernando Ribeiro

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

SUMÁRIO

Primeira Parte: Finalidade – Competência –


Estrutura do Conselho Regional de Corretores de Imóveis

CAPÍTULO I: ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO


DA PROFISSÃO DE CORRETOR DE IMÓVEIS
1.1 Atividade profissional regulamentada ............................................................8
1.2 Conselhos Federal e Regional de Corretores de Imóveis ..............................9
CAPÍTULO II: REGIMENTO INTERNO –
FINALIDADE – ESTRUTURA – COMPETÊNCIA
2.1 Constituição do CRECI.................................................................................12
2.2 Composição, função, atribuições do egrégio Plenário ................................13
2.3 Função e atribuições da Diretoria.................................................................15
2.4 Exercício da Presidência ..............................................................................16
2.5 Funções do Diretor Secretário......................................................................18
2.6 Funções do Diretor Tesoureiro......................................................................18
2.7 Atribuições e missão do Conselho Fiscal.....................................................19
2.8 Representação junto ao COFECI (Conselheiro Federal) ..............................19
2.9 Funções da Comissão de Ética e Fiscalização Profissional (CEFISP) .........19
2.9.1 Instância opinativa (circunstâncias específicas)................................20
2.9.2 Composição ......................................................................................20
2.9.3 A coordenação da CEFISP................................................................20
2.9.4 Divisão em turmas ou seções ...........................................................20
2.9.5 Voto de qualidade (minerva) ..............................................................21
2.9.6 Impossibilidade de nomeação do coordenador
da CEFISP como relator no Plenário.................................................21
2.10 Funções da Comissão de Análise de Processos de Inscrição (COAPIN) ....21
2.11 Comissões e grupos de trabalho .................................................................21
2.12 Organograma................................................................................................22

Segunda Parte – Atribuições dos conselheiros e do plenário

CAPÍTULO III – CARACTERÍSTICAS E COMPETÊNCIAS


3.1 Considerações gerais sobre Órgãos de Apoio.............................................24
3.2 Prestação de Contas ....................................................................................24
3.3 Orçamento e Despesas ................................................................................26
3.4 Aplicações financeiras..................................................................................27
3.5 Despesas em geral .......................................................................................27
3.5.1 Seguros .............................................................................................27
3.6 Suprimento de fundos ..................................................................................28
3.7 Aquisição de bens e serviços .......................................................................28
3.8 Auxílio e subvenções ....................................................................................28
3.9 Proibições .....................................................................................................29

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

Terceira parte: eleições para o triênio do CRECI

CAPÍTULO IV: ELEIÇÕES


4.1 Considerações gerais ...................................................................................31
4.2 Das disposições regimentais sobre as Eleições...........................................31

Quarta parte: Deliberação conjunta

CAPÍTULO V – CONVOCAÇÃO E ORDEM DOS TRABALHOS


5 Quorum das sessões plenárias ....................................................................34
5.1 Reunião de Diretoria .....................................................................................34
5.2 Composição da mesa de trabalho ...............................................................34
5.3 Distribuição de processos aos conselheiros ................................................35
5.4 Prazo para intimação da sessão de julgamento do Plenário .......................35
5.5 Processo de perda de mandato ...................................................................36
5.6 Uso da palavra pelo conselheiro (aparte) .....................................................36
5.7 Ordem das matérias a serem deliberadas pelo Plenário e casos especiais......37
5.8 Pedido de Vistas...........................................................................................37
5.9 Autoria de projetos e/ou atos .......................................................................37
5.10 Ordem da votação das matérias ..................................................................38
5.11 Pedido de Reconsideração ..........................................................................38
5.12 Sessão extraordinária ...................................................................................38
5.13 Matérias de preferência/urgência .................................................................38
5.14 Casos de rejeição de matéria .......................................................................39
5.15 Disposições gerais .......................................................................................39

Quinta parte: Julgamento de processos

CAPÍTULO VI – PROCEDIMENTOS
6. Tramitação do processo administrativo (auto de infração)...........................41
6.1 Decisão em primeira instância .....................................................................42
6.2 Relatório .......................................................................................................42
6.3 Voto e fundamentação..................................................................................43
6.4 Das sanções disciplinares ............................................................................46
6.5 Advertência verbal ........................................................................................46
6.6 Censura ........................................................................................................47
6.7 Multa .............................................................................................................47
6.8 Suspensão da inscrição até 90 dias.............................................................48
6.9 Cancelamento da inscrição ..........................................................................49
6.10 Do efeito das decisões da CEFISP...............................................................50
6.11 Tramitação de processo disciplinar originado de termo de representação....51
6.12 A função da CEFISP no processo disciplinar (termo de representação) ......54
Conclusão .............................................................................................................57
Bibliografia consultada..........................................................................................58
Anotações .............................................................................................................59

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

Primeira Parte

Finalidade – Competência – Estrutura do


Conselho Regional de Corretores de Imóveis

“O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de


Corretores de Imóveis são órgãos de fiscalização
do exercício da profissão de Corretor de Imóveis,
constituída em autarquia, dotada de personalidade
jurídica de direito público, vinculada ao Ministério
do Trabalho, com autonomia administrativa,
operacional e financeira.”
(art. 5º da Lei nº 6.530/78)

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DO SISTEMA COFECI-CRECI

CAPÍTULO I

ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO
DA PROFISSÃO DE CORRETOR DE IMÓVEIS

1.1. Atividade profissional regulamentada

A Lei nº 6.530/78 foi publicada no Diário Oficial da União no dia 15 de maio de


1978, página 7015. Estabelece em seu artigo 5º que o Conselho Federal e os
Conselhos Regionais são órgãos de disciplina e fiscalização do exercício da
profissão de Corretor de Imóveis. Ambos constituídos em autarquia, dotados de
personalidade jurídica de direito público, vinculados ao Ministério do Trabalho, com
autonomia administrativa, operacional e financeira. Com isso, surgiu a
regulamentação da profissão de Corretor de Imóveis e seus respectivos órgãos de
disciplina e fiscalização.

E o sistema constitucional de 1988 recepcionou com perfeição a referida lei ao


prever no art. 5º, inciso XIII que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício, ou
profissão atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Também
o artigo 21, inciso XXIV, prevê que compete à União “organizar, manter e executar
a inspeção do trabalho.”

Como o legislador constitucional fez referência ao termo técnico ‘qualificações


profissionais’ é interessante a definição desse vocábulo. CELSO RIBEIRO DE
BASTOS explica:
Para que uma determinada atividade exija qualificações profissionais para
o seu desempenho, duas condições são necessárias: uma consistente no
fato de a atividade em pauta implicar conhecimentos técnicos e científicos
avançados. É lógico que toda profissão implica algum grau de
conhecimento. Mas muitas delas, muito provavelmente a maioria,
contentam-se com um aprendizado mediante algo parecido com um
estágio profissional.1

Assim conclui-se sem esforço que para exercer a profissão de Corretor de


Imóveis é necessária a qualificação que a lei exige, ou seja, no mínimo titulação de
Técnico em Transações Imobiliárias. E no momento que o artigo 3º da referida lei
define que o Corretor de Imóveis exerce a intermediação na compra, venda,
permuta e locação de imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à comercialização
imobiliária, estabeleceu a competência e o alcance profissional.

1 Bastos, Celso Ribeiro; Martins, Ives Gandra. Comentários à Constituição do Brasil: promulgada
em 5 de outubro de 1988. São Paulo: Saraiva, 1988-1989. P. 77. V. 2.

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DO SISTEMA COFECI-CRECI

Da mesma forma, no parágrafo único desse mesmo artigo, definiu que as


atribuições dadas aos Corretores de Imóveis poderão ser exercidas, também, por
pessoa jurídica inscrita nos referidos Conselhos. Em consequência disso, no artigo
6º, da Lei nº 6.530/78, os direitos e deveres tanto as pessoas jurídicas quanto às
personalidades físicas estão equiparados. Com estas definições do sistema já se
pode analisar com maior detalhe a característica do Conselho Federal e Regional
de Corretores de Imóveis.

1.2. Conselhos Federal e Regional de Corretores de Imóveis

Ao lado de instituir normas reguladoras para exercício da atividade profissional


de intermediação imobiliária a Lei nº 6.530/78 fez surgir o Conselho Federal de
Corretores de Imóveis e os Conselhos Regionais. Como já dito acima, ambos
dotados de personalidade jurídica de direito público, constituídos em autarquia com
a função específica de disciplinar e fiscalizar a profissão. Deve ser ressaltado que
quando se fala em autarquias, no caso dos Conselhos, deve-se entender que são
aquelas pertencentes à Administração Pública Indireta, ou seja, que receberam
delegação e poder de polícia administrativa para cumprir um mister específico que
é o de fiscalizar profissão regulamentada.

Hely Lopes Meireles anotava que Autarquias Federais Indiretas “são entes
administrativos autônomos, criados por lei específica, com personalidade jurídica
de Direito Público interno, patrimônio próprio e atribuições estatais específicas. São
entes autônomos, mas não são autonomias”.2

Já João Leão de Faria Júnior anota:

”(...) os Conselhos e Ordens se organizaram porque a sociedade


necessita de um órgão que a defenda, impedindo o mau exercício
profissional, não só dos leigos inabilitados como dos habilitados
sem ética. Tanto uns como os outros lesam a sociedade. Compete
aos Conselhos evitar esta lesão."3

Assim, de plano, vê se que a atuação dos órgãos se evidencia em dois campos


distintos:
a) o da disciplina do exercício da profissão; e,
b) o da fiscalização desse exercício.

2 Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. 21 ed. São Paulo: Malheiros, 1996. p. 309.
3 Faria Júnior, João de. Ordens e conselhos profissionais: Noções. São Paulo. RT 475, p. 217-219.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

A instituição das normas disciplinadoras do exercício profissional é


preponderantemente da competência do COFECI. Já os Conselhos Regionais
(CRECI’s) podem editar de forma limitada resoluções no âmbito de sua
competência (artigo 17, inciso IX da lei que regulamenta a profissão). Vale dizer que
essa referida competência é vinculada e não pode colidir com as demais resoluções
que compõem o sistema de normas editadas pelo COFECI, bem como de todo
ordenamento jurídico.

Assim, ao COFECI foi dada a competência de disciplinar o exercício da profissão.


Como exemplo, cita-se o que dispõe o art. 4º da Lei nº 6.530/78 que declara que
a “inscrição do Corretor de Imóveis e da pessoa jurídica será objeto de Resolução
do Conselho Federal de Corretores de Imóveis”. Especificamente, no artigo 16 do
mencionado diploma legal, foram estabelecidas as seguintes competências:

a) inciso IV – criar e extinguir Conselhos Regionais e Sub-Regiões,


fixando-lhes a sede e jurisdição;
b) inciso V – baixar resoluções de Ética Profissional;
c) inciso VI – elaborar contrato padrão para os serviços de corretagem
de imóveis, de observância obrigatória pelos inscritos;
d) inciso VII – fixar multas, anuidades e emolumentos devidos aos
Conselhos Regionais;
e) inciso VIII – decidir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos
Regionais;
f) inciso IX – julgar os recursos das decisões dos Conselhos
Regionais;
g) inciso X – elaborar o regimento padrão dos Conselhos Regionais
h) inciso XI – homologar o regimento dos Conselhos Regionais; e,
i) inciso XVI – baixar Resoluções e deliberar sobre os casos
omissos.

Já no artigo 7º do Decreto nº 81.871/78 consta de forma expressa que o COFECI


“tem por finalidade orientar, supervisionar e disciplinar o exercício da profissão de
Corretor de Imóveis em todo o território nacional”.

Para os Conselhos Regionais (CRECI’s), no que tange à atribuição de disciplinar


a atividade profissional, a legislação só admite a homologação de tabelas de preços
de serviços de corretagem, elaboradas e aprovadas pelos respectivos Sindicatos
(Lei nº 6.530/78, art. 17, IV e Decreto nº 81.871/ 78, art. 16, VIII).

Todavia, no campo da fiscalização, a legislação confere todos os poderes aos


Conselhos Regionais (CRECI’s), restando, apenas, para o Conselho Federal os de
fixar os valores da penalidade de multa (Lei nº 6.530/78, art. 16, VII) e de julgar,

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

como última e definitiva instância, os recursos das decisões dos Conselhos


Regionais (Lei nº 6.530/78, art. 16, IX).

Nesse sentido, o legislador traçou competência aos CRECI’s no artigo 13 do


Decreto nº 81.871/78 ao declarar que “os Conselhos Regionais de Corretores de
Imóveis têm por finalidade fiscalizar o exercício profissional na área de sua
jurisdição, sob supervisão do Conselho Federal”. Mais à frente no mesmo decreto
temos o que dispõe o artigo 16, III, que estabelece a competência ao Conselho
Regional de fiscalizar o exercício profissional na área de sua jurisdição; também,
no inciso seguinte, consta a atribuição específica dada aos CRECI’s de cumprir e
fazer cumprir as Resoluções do Conselho Federal. Por fim, nos incisos XII e XIV,
lhes é dado o poder de: a) impor sanções; e, b) cobrar em juízo as multas impostas.

Conclui-se, desse modo, que a intenção do legislador foi a de dar competência


normativa ao COFECI e a executiva aos CRECI's, nas atividades finalísticas desses
órgãos.

O Juiz Federal Ricardo Teixeira do Valle Pereira traz importante consideração


sobre a natureza jurídica dos Conselhos de Fiscalização do Exercício Profissional.
Diz ele que a Constituição de 1988, ao destinar amplo capítulo à Administração
Pública (arts. 37 a 43), deu ênfase à personalidade jurídica de direito público das
autarquias e não trouxe nenhum motivo para excluir de tal categoria os entes de
fiscalização profissional (in Conselhos de fiscalização profissional, Editora Revista
dos Tribunais, p. 38).

Feitas essas considerações interessante anotar que o funcionamento dos


conselhos tem sua definição no Regimento Interno. Portanto, a seguir, será tratada
melhor essa questão.

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DO SISTEMA COFECI-CRECI

CAPÍTULO II

REGIMENTO INTERNO – FINALIDADE –


ESTRUTURA – COMPETÊNCIA

2.1. Constituição do CRECI

O último Regimento Padrão dos CRECI’s foi aprovado com a Resolução nº


1.126/2009 do COFECI.

Apenas como ilustração anote que a noção de regimento interno (RI) pode ser
interpretada como conjunto de regras estabelecidas para regulamentar o
funcionamento do órgão e suas divisões. Distribuindo, assim, competência para
determinado fim.

Portanto, internamente, é a “Lei da Casa”.

Nesse sentido, observe que o RI estabelece no artigo 1º que o Conselho


Regional é constituído por 54 (cinquenta e quatro) conselheiros, sendo destes, 27
(vinte e sete) efetivos e a outra parte de suplentes. Todos eleitos para exercerem
mandato de 3 (três) anos em conformidade com o artigo 11, da Lei nº 6.530/78,
com nova redação dada pela Lei nº 10.795/2003.4

A partir desta premissa pode-se fixar que o CRECI tem competência e principais
ações da seguinte natureza:

• ação fiscalizadora;
• ação orientadora;
• ação disciplinar;
• ação deliberativa;
• ação administrativa;
• ação supervisora;
• dentre outras.

Portanto sua estrutura compõe-se de:

• Plenário;
• Diretoria;

4 Art. 11. Os Conselhos Regionais serão compostos por vinte e sete membros efetivos e igual
número de suplentes, eleitos em chapa pelo sistema de voto pessoal indelegável, secreto e
obrigatório, dos profissionais inscritos, sendo aplicável ao profissional que deixar de votar, sem
causa justificada, multa em valor máximo equivalente ao da anuidade. (Redação dada pela Lei
nº 10.795, de 5.12.2003)

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DO SISTEMA COFECI-CRECI

• Conselho Fiscal;
• Comissão de Ética e Fiscalização Profissional;
• Comissão de Análise de Processo de Inscrição;
• Outras Comissões de Trabalho;
• Departamento de Fiscalização.

2.2 Composição, função, atribuições do egrégio Plenário

Prevê o RI que o Plenário é composto por 27 (vinte e sete) membros. Dentro da


estrutura vista acima pode ser verificado o destaque dado ao sistema, pois o
Plenário é órgão máximo deliberativo do CRECI. Compete-lhe, portanto:

I – eleger o Presidente e demais Diretores, dentre seus membros


efetivos, em votação secreta ou, não havendo contestação
nem competidores, elegê-los por aclamação, facultado ao
Presidente eleito sugerir nomes para composição da Diretoria;
II – eleger os integrantes do Conselho Fiscal, dentre seus
membros efetivos, em votação secreta ou, não havendo
contestação nem competidores, elegê-los por aclamação;
III – eleger, dentre seus membros efetivos, os representantes junto
ao COFECI, em votação secreta ou, não havendo
contestação nem competidores, elegê-los por aclamação,
facultado ao Presidente eleito sugerir nomes;
IV – expedir Atos – ad referendum do Plenário do COFECI – e
outros diplomas normativos no âmbito de sua competência
e jurisdição;
V – julgar, originariamente, os processos administrativos não
disciplinares e:
a) no caso de Plenário não dividido em Turmas:
a.1) originariamente, os processos decorrentes de Termo
de Representação;
a.2) em instância revisional, os decorrentes de Auto de
Infração.
b) no caso de Plenário dividido em Turmas, em instância
revisional, os processos decorrentes de Termo de
Representação.
VI – julgar, originariamente, Diretor, Conselheiro, Conselheiro
Fiscal ou membro de Comissão ou Grupo de Trabalho do
CRECI, pela prática de irregularidade administrativa, desídia
ou falta de decoro, por maioria simples de votos de no
mínimo 2/3 (dois terços) de seus membros, excluídos da
composição, para efeito de quorum, o Conselheiro ou Diretor
em julgamento, o qual não terá direito a voto;

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

VII – propor ao COFECI aditamentos a este Regimento;


VIII – resolver dúvidas relativas às normas constantes deste
Regimento e decidir sobre matérias e assuntos de sua
competência;
IX – cumprir e fazer cumprir as Resoluções do COFECI;
X – analisar e julgar o relatório anual, os balanços e as contas
trimestrais da Diretoria, bem como a previsão orçamentária
para o exercício seguinte, submetendo-os à aprovação do
Plenário do COFECI;
XI – conceder licença a Conselheiros, Diretores e a membros do
Conselho Fiscal;
XII – referendar ou não atos do Presidente, praticados por motivo
de urgência, dentre os quais a reformulação e suplementação
de dotações orçamentárias;
XIII – propor a criação de Sub-regiões e Delegacias, estabelecendo
sede e abrangência de suas jurisdições, ad referendum do
Plenário do COFECI;
XIV – nomear representantes honoríficos;
XV – examinar e decidir sobre requerimentos e processos de inscrição
e expedir, em conjunto ou não com o COFECI, as respectivas
carteiras profissionais e demais documentos de registro;
XVI – uniformizar decisões proferidas pelas suas Turmas, se houver;
XVII – apreciar justificativas de ausência de Conselheiros em
Sessões Plenárias, desde que devidamente comunicadas à
Presidência, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias,
salvo casos excepcionais;
XVIII – propor ao COFECI modelos de contratos padrões e outros
documentos de observância obrigatória ou não pelos inscritos;
XIX – indicar ao COFECI pessoas ou instituições para concessão
de honrarias, medalhas e comendas;
XX – cobrar contribuições anuais, emolumentos, multas e preços
de serviços estabelecidos na forma legal ou regimental;
XXI – instituir o Livro do Mérito e Medalha de Mérito Regionais,
cujas designações não venham a conflitar com as instituídas
pelo COFECI;
XXII – resolver os casos eventualmente omitidos neste Regimento.

É interessante observar que, sem exceção, todas as competências são


deliberadas em colegiado. Isto é, o Plenário decide, julga, elege, cobra, resolve,
aprecia, uniformaliza, examina, indica, institui, nomeia, concede, propõe, expede
suas ações fiscalizadoras, orientadoras, disciplinadoras, administrativas e
supervisora sempre através da maioria de seus membros na forma conjunta
(colegiada).

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

O Plenário é verdadeiro conselho deliberativo.

Essa é a missão/dever do conselheiro regional eleito. Exercer suas atribuições


participando das sessões, opinando, discutindo com fundamento, pedindo vistas
de processo, outras vezes, relatando; enfim, desempenhando o encargo para o
qual foi eleito. Inclusive anote que o conselheiro não só pode como deve se dirigir
a quaisquer órgãos de apoio administrativo para que lhe seja prestada assistência
e assessoria em suas funções.

O conselheiro deve ter noção e entender essas diretrizes para que tenha
condições de atuar com responsabilidade e legalmente nos afazeres do CRECI.

Por fim, interessante constar quais são as competências do CRECI definidas em


lei: (artigo 17 da Lei nº 6.530/78)

Art 17. Compete aos Conselhos Regionais:


I – eleger sua diretoria;
II – aprovar o relatório anual, o balanço e as contas de sua
diretoria, bem como a previsão orçamentária para o exercício
seguinte, submetendo essa matéria à consideração do
Conselho Federal;
III – propor a criação de sub-regiões, em divisões territoriais que
tenham um número mínimo de Corretores de Imóveis
inscritos, fixado pelo Conselho Federal;
IV – homologar, obedecidas as peculiaridades locais, tabelas de
preços de serviços de corretagem para uso dos inscritos,
elaboradas e aprovadas pelos sindicatos respectivos;
V – decidir sobre os pedidos de inscrição de Corretor de Imóveis
e de pessoas jurídicas;
VI – organizar e manter o registro profissional das pessoas físicas
e jurídicas inscritas;
VII – expedir carteiras profissionais e certificados de inscrição;
VIII – impor as sanções previstas nesta lei;
IX – baixar resoluções, no âmbito de sua competência.

2.3 Função e atribuições da Diretoria

A Diretoria é composta por conselheiros efetivos eleitos a partir do Plenário. São


sete. Sendo:

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

(i) o Presidente e, sucessivamente,


(ii) dois Vice-Presidentes;
(iii) dois Secretários e
(iv) dois Tesoureiros.

Todos, sob a direção do Presidente, irmanados com competência de:

I – definir diretrizes e políticas administrativas e financeiras para


o Regional;
II – analisar e deliberar sobre os assuntos sugeridos pelo
Presidente e demais Diretores, bem como os submetidos à
sua apreciação;
III – analisar sugestões apresentadas por Comissões e Grupos de
Trabalho do Regional, decidindo sobre seu encaminhamento
ou não ao Plenário;
IV – conceder registro de estágio de estudantes matriculados em
cursos de formação de corretor de imóveis;
V – determinar elaboração de regulamentos para os órgãos de
apoio do Regional, ad referendum do Plenário.

Necessário constar que para os cargos de Secretário e Tesoureiro a titularidade


do exercício da função obedece à ordem de eleição do Plenário. Assim, o titular da
pasta é o primeiro listado. Os Vice-Presidentes, obedecida à ordem de chamada,
assessoram o Presidente em suas ausências, impedimentos cumprindo os
encargos que lhe forem atribuídos. Podem assumir definitivamente o cargo no caso
de vacância da Presidência.

2.4 Exercício da Presidência

A Presidência do CRECI é cargo de grande destaque na organização por agregar


em si esperadas funções de liderança, discernimento e tomada de decisões
administrativas capazes de ordenar despesas, decidir sobre casos específicos que
necessitam de posicionamento imediato.

Realmente, a gestão do CRECI está posta à Presidência que, auxiliada pelo


Secretário e Tesoureiro, conduz a administração prestando contas de seus atos ao
Plenário e respectivo Conselho Fiscal. A revelação de poderes de gestão e
administração está disposta nas competências da Presidência. A saber:

I – assinar, com o Diretor Secretário, atos normativos e mandar


publicá-los, se for o caso;
II – convocar e presidir Sessões Plenárias, reuniões de Diretoria,
acompanhar reuniões de Comissões e Grupos de Trabalho,

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

dar posse a Conselheiros efetivos e suplentes, a Conselheiros


Fiscais e a Diretores, determinar diligências e resolver sobre
procedimentos, podendo delegar atribuições;
III – firmar acordos, convênios e contratos em geral, com entidades
de classe, órgãos públicos e instituições privadas;
IV – contratar e demitir pessoal;
V – resolver casos de urgência, ad referendum da Diretoria ou do
Plenário, conforme o caso;
VI – representar o CRECI em juízo ou fora dele, podendo,
observados os requisitos de lei, delegar essas funções a
outros Diretores e, na hipótese de representação que não seja
em juízo, delegá-las a corretores de imóveis, Conselheiros
Regionais ou não;
VII – assinar com o Diretor Tesoureiro, cheques, balanços e outros
documentos necessários à movimentação de contas
bancárias, bem como reformular e suplementar dotações
orçamentárias ad referendum do Plenário e autorizar
pagamentos e despesas;
VIII – cumprir e fazer cumprir as decisões do Plenário;
IX – resolver dúvidas oriundas das Sub-regiões e Delegacias;
X – em caráter extraordinário:
a) propor ao Plenário a suspensão da Sessão;
b) suspender decisão do Plenário, fundamentando neste
caso seu ato, que terá vigência até nova Sessão.
XI – designar corretores de imóveis, Conselheiros Regionais ou
não, para desempenhar atribuições específicas,
individualmente ou em Comissões ou Grupos de Trabalho;
XII – nomear corretores de imóveis, Conselheiros Regionais ou
não, como Diretores Adjuntos para atuação em áreas
específicas, os quais, quando convocados para reunião de
Diretoria, terão direito a voz, mas não a voto;
XIII – designar Conselheiros Regionais como Vice-Presidentes
Adjuntos, os quais, quando convocados para reunião de
Diretoria, terão direito a voz, mas não a voto;
XIV – autorizar viagens de funcionários, assessores, Diretores,
Conselheiros Regionais, membros de Comissões e Grupos de
Trabalho bem como demais pessoas envolvidas na consecução
dos objetivos da viagem, até os limites da jurisdição do Regional
e, fora deles, mediante autorização do Presidente do COFECI;
XV – autorizar concessão de auxílios e subvenções a outros
Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis e entidades
sem fins lucrativos ligadas ao mercado imobiliário, mediante
prévia autorização do Presidente do COFECI;

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

XVI – autorizar a alienação e oneração de bens móveis e veículos


automotores;
XVII – obedecida à ordem de chamada, convocar os Vice-
Presidentes para substituí-lo em suas faltas e impedimentos.

Como visto, todos estes poderes de autoexecução são dispostos para que o
CRECI tenha condições de cumprir seus objetivos finalísticos.

2.5 Funções do Diretor Secretário

O Diretor Secretário é quem assina com o Presidente atos oficiais e normativos


decorrentes de decisão do Plenário e Diretoria. Secretaria reuniões fazendo
contagem de presentes (conferência do quorum). Elabora as atas das reuniões e
sessões e relatórios anuais das atividades da Diretoria.5

Enfim, supervisiona a Secretaria Administrativa (SEAD). Organiza e mantém o


registro profissional das inscrições físicas e jurídicas do CRECI e fiscaliza a
distribuição de processos a serem relatados pelos conselheiros.

Além disso, substitui o Presidente quando houver impossibilidade dos Vice-


Presidentes. E em casos extremos de morte (comoriência), destituição ou renúncia
do Presidente e seus Vices, compete-lhe assumir o cargo de direção e convocar
Sessão Plenária para que, no máximo em 60 (sessenta) dias, ocorra eleição de
outros conselheiros para estes cargos de diretores.

2.6 Funções do Diretor Tesoureiro

Ao Diretor Tesoureiro compete movimentar com o Presidente as contas


bancárias por meio de cheques e demais atos de gestão financeira do CRECI. Deve
ainda o diretor assinar em conjunto balancetes, prestação de contas e supervisionar
as atividades econômico-financeiras do conselho, orientando a matéria tanto à
Diretoria quanto ao Plenário.6

5 Art. 9º - Compete ao Diretor Secretário supervisionar as atividades da Secretaria Administrativa,


assinar com o Presidente atos oficiais e normativos decorrentes de decisões do Plenário e da
Diretoria, secretariar reuniões, fazer verificação de quorum, elaborar anualmente o Relatório da
Diretoria, organizar e manter atualizado registro de profissionais e pessoas jurídicas inscritos no
Regional, bem como providenciar, através de sorteio manual ou eletrônico, a distribuição dos
processos a serem relatados.
6 Art. 10 - Compete ao Diretor Tesoureiro movimentar, com o Presidente, contas bancárias,
assinando cheques e o que mais for exigido para o citado fim. Assinar, também com o Presidente,
balanços e prestações de contas e supervisionar, nos seus aspectos formais, todas as atividades
econômico-financeiras do CRECI, orientando, nesta atribuição, a Diretoria e o Plenário.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

Em Regionais que mantém Departamento de Cobrança, ele é orientado também


pelo Diretor Tesoureiro.

2.7 Atribuições e missão do Conselho Fiscal

Dentro da estrutura do CRECI o Conselho Fiscal tem competência de examinar


toda documentação financeira composta por balanços, relatórios e prestação de
contas. Manifesta-se acerca da regularidade ou não da ordem de gastos e
empenhos praticados pela administração.

Com sua composição formada por 3 (três) membros efetivos dentre eles um
Coordenador pode se reunir a cada trimestre. Ou, ainda, em situações excepcionais
por convocação da Presidência. Também pode se reunir por solicitação justificada
da coordenação.

Prevê o RI que os membros do Conselho Fiscal respondem por seus atos e


devem guardar sigilo às informações de que tem acesso, exceto do que deve
constar em relatórios, atas e pareceres a serem apresentados à Diretoria e ao
Plenário.

2.8 Representação junto ao COFECI (Conselheiro Federal)

O RI faz alusão ao que diz a Lei nº 6.530/78 em seu artigo 10 esclarecendo que
o “Conselho Federal será composto por dois representantes, Efetivos e Suplentes,
de cada Conselho Regional, eleitos dentre seus membros.”7

2.9 Funções da Comissão de Ética e Fiscalização Profissional (CEFISP)

Em linhas gerais a CEFISP tem como competência e essencial missão julgar, em


primeira instância, os processos originados de auto de infração lançados contra
pessoas inscritas. Tem amplos poderes de instrução podendo determinar
diligências internas e externas, citações, oitiva de testemunhas e acareações, a fim
de motivar e fundamentar suas decisões.8

7 Art. 14 - A representação do CRECI junto ao COFECI compõe-se de 4 (quatro) representantes


eleitos dentre os Conselheiros Regionais efetivos, sendo 2 (dois) efetivos e 2 (dois) suplentes,
designados como Conselheiros Federais.
8 A CEFISP tem como atribuição julgar, em primeira instância, os processos originados de Auto de
Infração, podendo diligenciar, proceder a oitivas, citações, notificações e todos os demais atos
necessários ao cumprimento de seu desiderato, bem como apreciar e elaborar relatório sobre o
mérito e sanções eventualmente aplicáveis nos processos originados de Termo de Representação
e do exercício ilegal da profissão.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

2.9.1 Instância opinativa (circunstâncias específicas)

Depois da Emenda Regimental nº 001/2010, a CEFISP deixou de julgar os


processos instaurados por exercício ilegal, considerados não disciplinares. Neles
apenas indica a procedência ou improcedência e qual a sanção que, a seu ver, deve
ser imposta.

Da mesma forma, a segunda hipótese em que a CEFISP age como instância


opinativa é na apreciação dos processos disciplinares originados de Termo de
Representação. Também, nesse caso, tem função opinativa com a consignação
em relatório de sugestão de penalidade ou medida a ser aplicada ao caso concreto.

Como visto em ambas as situações de exercício ilegal ou processo originado de


denúncia a CEFISP não tem competência de decidir.9 Essa função compete ao
Plenário, na hipótese do julgamento de exercício ilegal e processo conexo (se
houver acobertamento, por exemplo), e à Turma Julgadora no processo disciplinar
de Representação, quando o Plenário foi dividido em Turmas.

2.9.2 Composição

A CEFISP é composta por corretores de imóveis nomeados por portaria da


Presidência do CRECI. Pode ser formada por tantos quantos se entenda
necessário. Sempre com o objetivo de cumprir a importante missão de julgar,
instruir e opinar quanto ao resultado a ser definido no processo.

O Regimento Interno impõe restrição no sentido de que os conselheiros efetivos


não formam a Comissão de Ética, menos o cargo de coordenador que deve ser
ocupado por conselheiro efetivo ou suplente.

2.9.3 A coordenação da CEFISP

Compete ao coordenador presidir e orientar as sessões de julgamento e


uniformizar as decisões para que não se tornem conflitantes ou dissidentes.

2.9.4 Divisão em turmas ou seções

Em sendo necessário, pelo volume de serviços, a CEFISP também poderá ser


dividida em turmas ou em seções, cada uma com seu coordenador além do
coordenador-geral.

9 Art. 4º - O Plenário é composto por 27 (vinte e sete) Conselheiros, competindo-lhe: V - julgar,


originariamente, os processos administrativos não disciplinares (...).

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

2.9.5 Voto de qualidade (minerva)

Durante o julgamento, após o encerramento dos debates, poderá ser verificado


empate entre proposições de voto. Compete ao coordenador exercer o direito do
chamado voto de qualidade, também conhecido como “voto minerva”. A função
desse voto é desempatar o veredicto para que seja decidido qual é o resultado do
julgamento.

2.9.6 Impossibilidade de nomeação do coordenador da CEFISP como


relator no Plenário

De acordo com o artigo 57 da Resolução nº 142/82 (CPD), o coordenador da


CEFISP não poderá ser nomeado – ou a ele não serão distribuídos processos para
atuar como relator perante o Plenário ou Turmas Julgadoras, se nele (no processo)
tenha funcionado na sessão da CEFISP.

Contudo, nada impede que participe do quorum e vote na sessão de julgamento,


no caso de ser conselheiro suplente e for convocado para substituir algum titular.

Anote-se que de cada julgamento ou indicação de pena será lavrado um acórdão


que significa o registro de decisão escrita de colegiado (comissão). Também, será
lavrada ata com os principais acontecimentos da sessão e o resumo de cada
processo com proclamação do resultado.

2.10 Funções da Comissão de Análise de Processos de Inscrição –


COAPIN

A COAPIN é composta por 5 (cinco) membros nomeados pela Presidência do


CRECI. Esses devem ser corretores de imóveis e podem ser conselheiros ou não.
A nomeação sempre ocorre por portaria com a designação de um coordenador. A
atribuição e competência específica é opinar quanto à regularidade ou não dos
processos de inscrição de pessoa física e/ou jurídica.

Para cumprir esse fim a COAPIN tem poderes de proceder às intimações,


requerer diligências e, ao final, emitir parecer conclusivo opinando pela concessão
ou não do registro profissional.

2.11 Comissões e grupos de trabalho

O RI prevê a criação, a critério da administração do CRECI, de comissões e


grupos de trabalho por meio de portaria onde seja definida a necessidade, utilidade,
membros, prazo e competência. Na prática, pode-se pensar em algumas hipóteses
relembrando as comissões de disciplina de funcionários, licitação, seleção pública,

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

sindicância ou grupos de trabalho como análise e defesa de prerrogativas


profissionais, assuntos relacionados à valorização da mulher corretora, dentre
outras.

Além disso, existem também os Vice-Presidentes adjuntos que são designados


para funções específicas, por exemplo: Diretor para assuntos pedagógicos; Diretor
de Fiscalização, entre outras tantas.

2.12 Organograma

O organograma do CRECI poderá ter, como exemplo, a seguinte representação


gráfica básica:

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

Segunda Parte

Atribuições dos conselheiros e do Plenário

“A Administração Pública direta e indireta (...)


obedecerá aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência (...).”
(art. 37, caput, da CF)

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

CAPÍTULO III

CARACTERÍSTICAS E COMPETÊNCIAS

3.1 Considerações gerais sobre Órgãos de Apoio

O Conselho Regional necessita de órgãos de apoio para realizar e executar suas


tarefas. Dessa forma, esses órgãos são constituídos em departamentos,
assessorias e coordenadorias.

O RI descreve essencialmente a área de Secretaria, Secretaria Financeira,


Assessorias Contábil, Financeira, Jurídica, Comunicação e de Informática. Mas
nada impede que existam outras especialidades. Desde que definidas e aprovadas
pelo Plenário em plano de cargos e salários.

Todos esses organismos em conjunto ou separadamente cumprem suas funções


auxiliando quando requisitados os conselheiros, Plenário, Diretoria, comissões
(CEFISP e COAPIN) a cumprir as atribuições vistas anteriormente.

3.2 Prestação de Contas

Observe que o RI prevê em seu artigo que o Plenário deverá apreciar as Contas
do CRECI referentes ao exercício anual anterior. Isso dentro do primeiro bimestre
de cada ano seguinte.

O regimento também diz que haverá designação de Conselheiro Relator que


formará juízo acerca do processo emitindo voto que será submetido à aprovação
do Plenário. Proclamado o resultado do julgamento o processo de prestação de
contas será remetido ao COFECI, que, de sua vez, o coloca à apreciação e decisão
do seu Plenário, após passar também pelo seu Conselho Fiscal.

Interessante anotar que referido processo de prestação de contas é composto


obrigatoriamente por:

(a) Ata da reunião do Conselho Fiscal;


(b) Relatório de gestão contendo o nome dos responsáveis pelas contas;
(c) Relatório conclusivo elaborado pela Assessoria Contábil do CRECI, bem
como demais peças contábeis, por exemplo:

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

(i) balanço financeiro;


(ii) balanço orçamentário contendo comparativo de receita orçada
e arrecadada e despesas autorizadas e realizadas;
(iii) balanço patrimonial e comparado;
(iv) demonstração das variações patrimoniais;
(v) demonstração dos saldos das contas patrimoniais; e,
(vi) conciliação bancária.

O regimento ainda faz menção de que o Processo de Prestação de Contas passa


pela fase preliminar ou definitiva.

• Preliminar quando há decisão que determina suspensão do


julgamento e a adoção de diligências para esclarecer dúvida ou
superar questão que impeça o mérito das contas. Compete ao
Plenário, nesta fase, determinar medidas necessárias ao
chamado saneamento do processo (instrução com informações
para superar dúvida objetiva).
• Definitiva quando as contas são julgadas regulares podendo
ainda ser declaradas:
(a) regulares com ressalva;
(b) irregulares.

Nessa parte, o artigo 26 do RI define que contas regulares são aquelas


aprovadas porque expressa com exatidão a legalidade, economia dos atos de
gestão em confronto com os demonstrativos contábeis.

Já as chamadas contas com ressalva, indicam que há impropriedade de


natureza formal que não resulta em dano ao CRECI nem muito menos
caracterização de apropriação indébita de valores por quem opera na área de
Tesouraria e/ou Financeira.

Por fim, a terceira hipótese trata das contas julgadas irregulares quando se
verifica os seguintes desdobramentos:

a) omissão no dever de prestar contas;


b) prática de ato de gestão ilegítimo, ilegal ou antieconômico;
c) infração a normas legais ou regulamentares de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;
d) apropriação indébita, desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou
valores.

Com isso bem definido havendo irregularidades o RI estabelece que compete


ao Plenário definir a responsabilidade individual ou solidária dos agentes

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

causadores do dano e, havendo débito apurado, determinar citação dos


responsáveis para que, em 15 (quinze) dias, apresentem defesa ou promovam
recolhimento da dívida, ou para adotar demais medidas cabíveis.

Nessa parte, acaso rejeitada as razões de defesa pelo Plenário, reabre-se prazo
de 15 (quinze) dias para recolhimento das quantias. Com o recolhimento do débito
devidamente atualizado o processo de prestação de contas está saneado.

Imaginando-se que os responsáveis não atendam a citação ou não comparecem


em audiência será declarada revelia e dado prosseguimento ao processo com
designação de Diretor ou Conselheiro que não tenha envolvimento com a
malversação das verbas questionadas para que:

a) adote medidas administrativas para correção das irregularidades;


b) promova abertura de procedimento ético contra as pessoas apontadas como
responsáveis pelas contas não aprovadas (irregulares) com vistas ao
afastamento preliminar dos cargos até julgamento final.

O RI faz importante destaque nessa parte mencionando que, se for o caso, de


indícios de apropriação indébita o Diretor ou Conselheiro que presidir o
procedimento ético deve comunicar o fato ao COFECI instruindo o ofício de
remessa com cópia integral do processo de prestação de contas, incluindo-se o
relatório de apontamento das irregularidades.

Há hipótese de reapreciação de contas aprovadas com prazo decadencial de 1


(um) ano após o encerramento do mandato com reanálise do todo ou de parte do
processo desde que haja denúncia formal e fundamentada.

Último detalhe: o RI estabelece que todas as citações e comunicações serão


expedidas por carta registrada ou não sendo possível localizar o destinatário, por
meio de edital publicado na Imprensa Oficial.

3.3 Orçamento e Despesas

Em cada exercício o CRECI formulará proposta orçamentária para o ano seguinte


até o dia 31 de outubro. Após aprovação em Plenário, o Orçamento será remetido
ao COFECI até o dia 15 de novembro de cada ano.

A remessa oficial orçamentária será composta por documentos exigidos pelo


COFECI, por intermédio da Assessoria Contábil com comunicação feita ao CRECI
até o dia 31 de setembro do exercício em curso.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

O orçamento pode sofrer alterações através de reformulações ou


suplementações quantas vezes forem necessárias, a fim de manter o equilíbrio
entre a receita arrecada e a despesa realizada, sempre com aprovação do COFECI.

3.4 Aplicações financeiras

Compete à Presidência em conjunto com o Diretor Tesoureiro manter conta(s)-


corrente(s) do CRECI em instituição bancária pública a fim de ordenar os atos de gestão.
Podem ser feitas aplicações de renda fixa em bancos públicos como Caixa Econômica
Federal e Banco do Brasil desde que chancelada garantia pelo Governo Federal.

Qualquer outra operação é considerada como estranha e expressamente vedada


pelo RI que da mesma forma proíbe operações com bancos privados.

3.5 Despesas em geral

Por se tratar de orçamento de autarquia federal toda despesa depende de


dotação (previsão) orçamentária em rubrica apropriada que suporte o valor a ser
utilizado. Portanto o RI alerta que a receita do CRECI tem função finalística de suprir
e ser aplicada:

a) na organização e funcionamento administrativo;


b) nos serviços de fiscalização profissional; e,
c) na aquisição de bens móveis e imóveis com o fim de cumprir os
objetivos institucionais.

Da mesma forma, o RI veda:

• pagamento antecipado de despesas e a sua emissão posterior;


• emissão de cheque ao portador ou a destinatário diferente do
constante no documento contábil/prestação de contas;
• emissão de cheque sem a respectiva cópia do título para
arquivamento.

Consta ainda como observação final que na hipótese do prestador de serviços


ao CRECI ser autônomo deve apresentar recibo, descontados os impostos e taxas
legais, com a existência prévia de contrato, ordem de serviço ou autorização prévia.

3.5.1 Seguros

Há possibilidade de se contratar seguro de vida para empregados e diretores,


conselheiros, assessores, membros de comissões ou convidados quando em
viagem a serviço do CRECI.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

O CRECI poderá contratar plano de saúde e odontológico aos empregados,


mediante licitação para escolha da prestadora de serviços.

Quanto ao patrimônio é obrigatória a contratação de seguro patrimonial de bens


móveis e imóveis.

3.6 Suprimento de fundos

O chamado suprimento de fundos trata da reserva de pequenos valores que são


destinados às despesas menores de pronto pagamento, que são de difícil
subordinação à execução normal orçamentária. O COFECI determinará
procedimentos com a delimitação de valores mínimos e máximos e a forma de
prestação de contas e comprovação documental da despesa e pagamento.

3.7 Aquisição de bens e serviços

A aquisição de bens e serviços está sujeita à prévia licitação, com obediência à


legislação especial, citando a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 e Lei 10.520,
de 17 de julho de 2002, dentre outras.10 11

3.8 Auxílio e subvenções

O CRECI poderá dispor de até 5% (cinco por cento) da receita anual para
instituições sem fins lucrativos ligados à profissão de corretor de imóveis ou ao
mercado imobiliário. Isto pode se operar em parceria ou não com o ente visando:

• realizar eventos e solenidades comemorativas à profissão, sendo


proibido o pagamento de bebidas alcoólica;
• promover eventos de esclarecimento público ou de
aperfeiçoamento da profissão;
• promover propaganda institucional do sistema COFECI-CRECI
visando garantia de prerrogativas e valorização profissional.

Há ressalva no RI de que referido percentual (5%) será anual e cumulativo.


Também prevê que nos últimos quatro meses de cada mandato, os gastos

10 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. [DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, republicação 6.7.1994].
11 BRASIL. Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de
licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras
providências. [DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, publicado 17.7.2002 e retificado 30.7.2002].

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

referentes a essa rubrica orçamentária não poderão exceder a 4 (quatro)


duodécimos da dotação anual, ainda que haja disponibilidade.

Por fim, a concessão de auxílios e subvenções a outros Conselhos Regionais ou


entidades sem fins lucrativos só poderá ocorrer com anuência prévia do Presidente
do COFECI.

3.9 Proibições

Há proibições expressas no RI que fazem menção a impossibilidade de gastos


ou aumento de despesa nos último 4 (quatro) meses de mandato, tais como:

• aumento de salários além dos previstos em lei ou dissídio


coletivo;
• aquisição de máquinas e equipamentos, a exceção de se ter
iniciado o plano aquisitivo anteriormente;
• contratação de propaganda de qualquer espécie, a exceção de
mensagem institucional de final de ano, bem como às alusivas à
profissão;
• compromissos financeiros para pagamento depois de terminado
o mandato, a exceção daqueles corriqueiros de pequena monta
casuais da administração.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

Terceira parte

Eleições para o triênio do CRECI

“Juramento: Prometo guardar e respeitar a


Constituição da República Federativa do Brasil,
observar as leis do país e desempenhar fiel e
lealmente o mandato que me foi outorgado para o
cargo de Conselheiro do CRECI.”

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

CAPÍTULO IV

ELEIÇÕES

4.1 Condições gerais

Como já foi explanado o CRECI é composto por 27 (vinte e sete) membros


efetivos e igual número de suplentes, eleitos em chapa pelo sistema de voto
pessoal indelegável, secreto e obrigatório, dos profissionais inscritos de acordo
com o artigo 11 da Lei nº 6.530/78, com redação dada pela Lei nº 10.795/2003.

Dispõe ainda o artigo 14 do citado diploma legal que os membros do Conselho


Federal e Regional terão mandato de três anos.

4.2 Das disposições regimentais sobre as Eleições

Com essas diretrizes o RI dispõe que o pleito eleitoral ocorrerá sempre no ano
em que vencer o triênio do mandato em curso. E, na hipótese de não haver eleições
ou posse dos novos conselheiros, o COFECI intervirá temporariamente. Assim
nomeará Diretoria provisória para administrar o CRECI com a missão de:

• promover a eleição do novo Conselho em data a ser estabelecida


pelo Presidente do COFECI;
• proclamar o resultado e os eleitos;
• dar posse aos conselheiros eleitos e realizar eleição e posse da
Diretoria e Conselho Fiscal, para cumprimento do restante do
mandato.

Nesse sentido, dispõe o RI que o mandato começará em 1º de janeiro do ano


subsequente ao do término do triênio anterior. À exceção referida acima em que por
situação diversa a eleição ou posse do novo Conselho ocorra fora de época. Nesse caso
específico o mandato deverá ser adequado ao vencimento de todos os demais
Conselhos Regionais visando unicidade do sistema na composição do Conselho Federal.

Também estabelece o regimento que a eleição interna para os cargos de


Diretoria, Conselho Fiscal do CRECI, bem como dos representantes do COFECI na
qualidade de conselheiros federais, ocorrerá no interregno entre o décimo e
trigésimo dia da proclamação do resultado eleitoral, em sessão Plenária Especial.

12 Art. 11. Os Conselhos Regionais serão compostos por vinte e sete membros efetivos e igual
número de suplentes, eleitos em chapa pelo sistema de voto pessoal indelegável, secreto e
obrigatório, dos profissionais inscritos, sendo aplicável ao profissional que deixar de votar, sem
causa justificada, multa em valor máximo equivalente ao da anuidade. (Redação dada pela Lei
nº 10.795, de 5.12.2003).

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

Nesta ocasião, será realizado ato solene de antecipação da posse dos novos e
futuros conselheiros efetivos e suplentes que exercerão mandato a partir do dia 1º
de janeiro do exercício seguinte tendo como ordem do dia:

• eleição do Presidente, Diretores, representantes federais junto ao


COFECI e Conselheiros Fiscais para o próximo triênio através de
mesa composta pelo Presidente do Regional mais um Secretário
e dois auxiliares escolhidos para contagem de votos;
• instalada a mesa diretiva o Presidente dará posse aos
Conselheiros eleitos para o próximo triênio, convidando um a um
para assinar o termo de posse;
• a seguir, dentre os novos conselheiros, será promovida eleição
do Presidente, Diretoria e Conselho Fiscal;
• concluída votação e proclamado resultado o Presidente do
CRECI dará posse ao Presidente eleito e este aos demais
Diretores e aos Conselheiros Fiscais de sua futura gestão
passando a partir desse momento a presidir os trabalhos.

O regimento, nessa parte, concede ao Presidente do CRECI o poder de delegar


as atribuições referidas acima a Conselheiro de sua gestão. Poderá fazê-lo, a título
de homenagem, dentro do critério de conveniência e oportunidade.

A referida Sessão Plenária Especial será realizada com comunicação do ato ao


COFECI, considerando a previsão legal de intervalo após a realização das eleições
e proclamação do resultado, sujeitando o Presidente do CRECI a punição disciplinar
se deixar de convocar os trabalhos.

Consta ainda das normas que conduzem os trabalhos que a Ata extraída da
Sessão Plenária Especial tem efeito de Termo de Posse dos Novos Conselheiros,
da Diretoria, do Conselho Fiscal e dos Representantes junto ao COFECI, valendo
como documento legítimo para demonstrar quem são as autoridades eleitas e seus
respectivos cargos e funções de acordo com o RI.

Para efeitos legais em 1º de janeiro do início do triênio será providenciado Termo


de Posse da nova Diretoria, o qual fará referência à Sessão Plenária Especial ocorrida
contendo assinatura dos Diretores que assumem o exercício do novo mandato.

É expressamente vedada a candidatura a mais de um cargo que será disputado


individualmente, à exceção das cadeiras de conselheiro federal (representante junto
ao COFECI) ao qual poderão concorrer membros da Diretoria.

Essa última hipótese de concorrer à vaga de representante junto ao COFECI é


vedada a quem for eleito como membro do Conselho Fiscal Regional.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

Quarta parte

Deliberação conjunta

“Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás


que trabalhar nem um dia na tua vida.”
Confúcio

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DO SISTEMA COFECI-CRECI

CAPÍTULO V

CONVOCAÇÃO E ORDEM DOS TRABALHOS

5. Quorum das sessões plenárias

As sessões Plenárias deverão ser realizadas em número mínimo de uma a cada


trimestre. Serão convocadas por ato do Presidente com antecedência mínima de
5 (cinco) dias.

Existe também a possibilidade de sessões em caráter extraordinário convocadas


em regime de urgência.

Em todos os casos o quorum regular das Sessões Plenárias será de maioria


absoluta e as deliberações serão tomadas por maioria simples.

5.1 Reuniões de Diretoria

O número mínimo de reuniões de Diretoria é uma a cada bimestre também


convocadas com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, salvo hipótese de situação
que necessita de formação em caráter extraordinário.

O formato das reuniões do Plenário e Diretoria poderá assumir feições de


teleconferência ou qualquer meio de transmissão on-line com formação de pauta
com o mínimo de 3 (três) itens à discussão.

Estabelece o art. 52 do RI que as sessões poderão ser realizadas na capital do


Estado ou em outras cidades da jurisdição do CRECI.

Todas as despesas de transporte, diárias e jetons serão custeadas pelo CRECI


sendo que o conselheiro, diretor, membro de comissão, delegado e outros
colaboradores somente receberão o respectivo pagamento se permanecer no local
da sessão/reunião até o encerramento.

5.2 Composição da mesa de trabalho

A mesa de trabalho será composta pelo Presidente, Secretário e Tesoureiro. Em


caso de impedimento poderão ser designados conselheiros para que atuem como
Diretores ad-hoc (para o ato).

A abertura da sessão terá a seguinte ordem protocolar que pode ser alterada a
critério de cada gestão com aprovação do Plenário:

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

• execução do Hino Nacional;


• verificação do quorum;
• leitura, discussão e aprovação da Ata da Sessão anterior;
• leitura do expediente;
• comunicações da Presidência e Diretoria;
• ordem do dia;
• assuntos de interesse geral;
• encerramento.

5.3 Distribuição de processos aos conselheiros

A distribuição de processos aos Conselheiros dar-se-á por sorteio manual ou


eletrônico. Isso afasta o subjetivismo que poderia ocorrer no caso de designação.

Esse critério é objetivo e atende aos princípios da razoabilidade e legalidade,


pois retira do administrador o poder de mandar processo à sorte ou escolher
elegendo conselheiro mais rigoroso para um caso ou menos para outro.

5.4 Prazo para intimação da sessão de julgamento do Plenário

O regimento prevê que a parte ou partes interessadas no processo serão


intimadas por intermédio de:
(i) correspondência registrada (AR);
(ii) pessoalmente, ou;
(iii) por edital na hipótese de não ser localizada por outro meio, sempre com a
antecedência mínima de 10 (dez) dias antes do julgamento.

Durante a sessão, as partes interessadas terão garantido o direito de utilizar da


palavra por 15 (quinze) minutos para sustentação oral, pessoalmente ou através de
procurador devidamente habilitado.

Havendo necessidade de sigilo no julgamento de processo disciplinar


permanecerão no recinto somente os conselheiros, funcionários/assessores
administrativos do CRECI e as partes diretamente interessadas.

O caráter de sigilo deve ser requerido pelas partes em petição fundamentada ou


proposto por conselheiro, desde que motivadamente. A regra geral é que os
julgamentos são públicos.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

5.5 Processo de perda de mandato

Estabelece o art. 59 do RI que o rito do processo de perda de mandato de


membro do CRECI será sumário. Em casos específicos os prazos processuais são
reduzidos pela metade, a saber:

1. por condenação a pena superior a 2 (dois) anos, em virtude de


sentença transitada em julgado;
2. por destituição de cargo, função ou emprego, relacionada à
prática de ato de improbidade na administração pública ou
privada, em virtude de sentença transitada em julgado;
3. por falta, sem motivo justificado, a 3 (três) sessões consecutivas
ou 6 (seis) intercaladas, no interstício de 1 (um) ano, a contar da
primeira falta.

Consta ainda no RI que de toda decisão administrativa do CRECI caberá recurso


ao COFECI, com efeito suspensivo. Nas hipóteses de ser imposta sanção disciplinar
de suspensão ou cancelamento da inscrição, não havendo recurso voluntário, o
Presidente do CRECI deverá fazer remessa oficial para o reexame necessário do
COFECI. Esse ato é denominado pelo regimento como “recurso ex officio”.

5.6 Uso da palavra pelo conselheiro (aparte)

O RI aponta que nenhum conselheiro pode fazer uso da palavra sem que tenha
sido concedida pela presidência da sessão. Portanto, a palavra será dada ao
interlocutor mediante manifestação e, no caso de múltiplas, por inscrição.

Enquanto isso, o presidente da sessão não faz apartes, não os concede, nem os
permite em paralelo visando manutenção da ordem dos trabalhos e das discussões.

Durante os debates só será concedida a palavra a oradores não inscritos para


apresentação de questões de ordem e pedidos de esclarecimentos.

As questões de ordem deverão ser suscitadas a qualquer tempo, com indicação


do fundamento legal ou regimental. Acaso não motive nem fundamente sua
intervenção a palavra não será concedida ou será cassada pelo presidente da
sessão.13 O tempo regimental é o de 5 (cinco) minutos. Se houver orador na tribuna
após suscitada a dúvida pelo conselheiro (questão de ordem) será restituída a
palavra e o tempo ao conselheiro que a detinha antes da intervenção.

13 Art. 66 - As questões de ordem poderão ser suscitadas a qualquer tempo, desde que o
Conselheiro suscitante declare o dispositivo legal ou regimental em que se funda, ou que esteja
sendo transgredido e, se tal não ocorrer, o Presidente poderá cassar-lhe a palavra liminarmente.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

5.7 Ordem das matérias a serem deliberadas pelo Plenário


e casos especiais

Atendendo à ordem dos trabalhos o RI faz previsão quanto à prioridade e


preferência de matérias a serem apreciadas pelo egrégio Plenário do CRECI. Atente
a seguir os detalhes e casos especiais:

I – terão prioridade as matérias que sejam objeto de sustentação


oral ou revisão e aquelas cuja apreciação em Sessões
anteriores tenha sido interrompida por pedido de vista ou
baixa em diligência;
II – não havendo Relator, o Conselheiro interessado usará da
palavra por 5 (cinco) minutos;
III – havendo Relator, este resumirá a matéria em relatório;
IV – terão a palavra, para debater o relatório, por 5 (cinco)
minutos, os oradores que se inscreverem;
V – encerrados os debates, o Relator proferirá seu voto;
VI – tratando-se de matéria relevante ou de processo disciplinar,
qualquer Conselheiro poderá pedir vista;
VII – fica assegurado a todos os Conselheiros o direito de propor
alternativas;
VIII – se a decisão for pela suspensão ou cancelamento de
inscrição, o Presidente do Regional deverá recorrer ex officio
ao COFECI;

5.8 Pedido de Vistas

Cada conselheiro tem em suas mãos o poder de requerer vistas de processos


ou procedimentos administrativos para que possa melhor examiná-lo. Isto é uma
faculdade prevista no RI. As vistas podem ocorrer na sessão por até 30 (trinta)
minutos ou, se necessário, diante da complexidade do caso e a dependência de
informações externas, poderá o conselheiro requerer carga dos autos para
devolução com ou sem parecer para sessão Plenária seguinte. Nesse último caso,
a “vista” terá que ser submetida à apreciação do colegiado.

5.9 Autoria de projetos e/ou atos

Os conselheiros podem apresentar projetos de atos administrativos que passará


por comissão prévia de análise ou pela Diretoria do CRECI. E no caso de ser
rejeitado poderá levar o assunto ao Plenário com o direito de relatá-lo desde que
seu requerimento seja previamente subscrito pela maioria dos conselheiros.

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DO SISTEMA COFECI-CRECI

5.10 Ordem da votação de matérias

Discutida a matéria que depende de deliberação, após o encerramento dos


debates, o presidente da sessão dará início à votação.

No caso de processo disciplinar poderá ser anunciada a existência de duas ou


mais proposições de votos para decisão do Plenário ou Turma. O voto do relator
do processo e a proposição alternativa de voto feita por conselheiro (se houver)
com entendimento diverso.

Colocada em votação frente a frente, o secretário fará contagem dos votos dos
conselheiros do Plenário ou Turma e o presidente da sessão proclamará o resultado.

Nos casos de empate resta ao presidente exercer voto de qualidade (voto de


minerva) desempatando a questão com anuncio final do resultado do julgamento.

Em qualquer hipótese é direito do conselheiro declarar voto por escrito


sustentando suas razões e entendimento, que será anexado ao processo.

Na hipótese do conselheiro relator ser vencido em parte principal e/ou


substancial da decisão, será designado para o acórdão o conselheiro que
apresentou o voto vencedor.

5.11 Pedido de Reconsideração

Estabelece o art. 68 do RI que das decisões do Plenário cabe pedido de


reconsideração no prazo de 30 (trinta) dias. Todavia, pode o Presidente do CRECI
indeferir o pedido ou negar esse efeito acaso não seja fundado em fato novo, como
também poderá fazê-lo o Plenário ou a Turma Julgadora, se a eles submetido o
reexame do caso a esse título.

5.12 Sessões extraordinárias

Havendo convocação extraordinária só poderão ser discutidos outros assuntos


depois de vencida e decidida a pauta da convocação por se tratar de medida
excepcional e urgente.

5.13 Matérias de preferência/urgência

O regramento interno abre possibilidade da apreciação de assuntos em Plenário


em regime de urgência/preferência com a condição de que o conselheiro que queira
suscitar essa medida obtenha aprovação escrita dos colegas em requerimento
assinado por maioria simples.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

5.14 Casos de rejeição de matéria

Matéria rejeitada pelo Plenário poderá ser rediscutida 90 (noventa) dias após o
primeiro julgamento desde que detenha fato novo que justifique a reanálise.

5.15 Disposições gerais

O regimento adéqua várias questões na parte final. Primeiro estabelece que após
o término do mandato, o direito de denúncia contra diretor, conselheiro, ou membro
de comissão por eventual prática de irregularidade administrativa, falta de decoro
ou desídia na função, decai em 1 (um) ano.

Em segundo lugar prevê que o CRECI que passar por intervenção terá Diretoria
Provisória nomeada pelo COFECI à qual deverá prestar contas e relatórios de suas
atividades. Nessa parte consta ainda que a prestação de contas do regional sob
intervenção passará pelo Conselho Fiscal e depois pelo Plenário do COFECI, para
aprovação.

Em terceiro plano institui proibição de nepotismo fazendo constar que não é


autorizada contratação de parente consanguíneo até o 4º (quarto) grau de membro
da Diretoria, Conselho Fiscal ou representante junto ao COFECI. À exceção de
aprovados em processo de seleção pública.

Como quarto elemento atribui publicidade aos atos do Plenário sendo abertas
as sessões com lembrança ao artigo 58 do RI que trata de casos especiais de sigilo
já vistos acima.

A quinta vedação consiste em negativa de exercício simultâneo de cargos de


Diretoria e do Conselho Fiscal do CRECI com os de Diretoria de entidades sindicais
ligadas ao mercado imobiliário. A pena à hipótese ventilada é a perda do cargo no
CRECI.

A sexta proibição reside na acumulação do cargo de Presidente do CRECI com


a do COFECI.

A sétima aponta impedimento de que Diretor, Conselheiro, membro de


comissões, empregados e prestadores de serviço do CRECI atuam como
advogados de defesa ou acusação em processos de qualquer natureza em trâmite
no conselho.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

Quinta parte

Julgamento de processos

“A base da sociedade é a justiça; o julgamento


constitui a ordem da sociedade: ora, o julgamento
é a aplicação da justiça.”
Aristóteles

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

CAPÍTULO VI

PROCEDIMENTOS

6. Tramitação do processo administrativo (auto de infração)

Formado o processo administrativo através da autuação do volume composto


pelo auto de infração, constatação, notificação (se houver) serão lançadas as
informações do autuado e a existência de antecedentes.

Importante lembrar que todos os atos do processo são encadeados e devem


ser registrados com termos/despachos/certidões de remessa e recebimento. Isto
é essencial para se saber em qual setor ou departamento está com o processo e
desde quando. Citamos, como exemplo, os atos administrativos abaixo:

Remessa
Certifico que nesta data faço remessa dos autos à
(ao)_________________________________________.

Data,__________________.

Assinatura

Recebimento
Certifico que nesta data recebi o presente processo da
(do)______________________________________________.

Data,__________________.

Assinatura

Com isso, sendo juntada defesa (se houver) e feita numeração sequencial das
folhas, o processo será remetido à Assessoria Jurídica (ASSEJUR). Esta recebendo
os autos deverá analisar o feito podendo:
a) devolver à Coordenadoria de Fiscalização para a realização de diligências
necessárias; ou,
b) emitir parecer sobre a procedência ou improcedência da autuação.

Essa regra está disposta no art. 24, da Resolução COFECI nº 146/82 (Código de
Processo Disciplinar).

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

6.1 Decisão em primeira instância

O processo originário do auto de infração lançado contra pessoa física e/ou


jurídica inscrita será decidido em primeira instância administrativa pela Comissão
de Ética e Fiscalização Profissional (CEFISP). Tratamos desse assunto no item 2.9.

Assim, o processo será distribuído ao relator que verificará se a sua instrução


está completa e, se for o caso, determinará medidas e diligências a fim de saná-lo
(art. 26 do CPD).

Se considerada completa a instrução do processo, o relator apresenta o seu voto


na sessão de julgamento da CEFISP, concluindo pela procedência ou
improcedência da autuação e indicando, se for o caso, a penalidade aplicável.

O julgamento administrativo será de livre convencimento dos membros da


Comissão de Ética e Fiscalização Profissional, ainda que o CPD reporte aos artigos
21 da Lei nº 6.530/78 e 39 a 42 do Decreto nº 81.871/78 na tentativa de instituir
decisões uniformes (vide arts. 28 e 29).

De fato, todo julgamento deve conter decisão motivada em fatos e circunstâncias


provadas no processo. E a partir desses elementos a decisão terá fundamento no
exame entre a conduta praticada frente à proibição legal previamente cominada.

Dito noutras palavras, a pessoa que responde ao processo tem o direito de saber
o motivo pelo qual está sendo julgada e, principalmente, porque recebeu tal sanção.

Chama-se esse obrigatório cuidado de “devido processo legal”, que é previsto


como garantia constitucional ao cidadão.

Assim para que as decisões da CEFISP tenham eficácia e validade devem ser
fundamentadas e com base nos elementos informativos extraídos do processo. Do
contrário, estarão sujeitas à nulidade ou reforma.

Parece que a tradição do Direito Processual Penal, à míngua de disciplinamento


nos atos de regência, nos dá um caminho para formação do voto. Ele deverá ser
composto por duas partes:
(a) relatório; e,
(b) voto e sua fundamentação.

6.2 Relatório

Constará no relatório os principais acontecimentos processuais tais como: (i)


origem e motivação da autuação; (ii) elementos caracterizadores, (iii) defesa (iv)

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

provas; demais detalhes que facilitam aos julgadores o entendimento do que se


está julgando. A seguir, um exemplo, breve de relatório (apenas um rascunho):

Relatório
1. Tipóia Joaquina foi autuada pela FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL
em data de 18/04/2008 por ter anunciado publicamente a venda
de imóveis no jornal Folha de Londrina, edição de 06/04/2008,
p. 03, sem apresentação dos seguintes contratos de venda:
(i) VENDAS: Casa Vila Romana; Sala Cml Calçadão; Terreno Jd.
Colina Verde 1000 m2; Chácara 12.000 m2;
(ii) LOCAÇÃO: Casa Jd. Do Sol; Cml 180 m2 e Apto. no Jardim
Brasil, Rua da Liberdade, 130.
2. Esses fatos foram levantados e consignados no auto de infração
que formou o PA nº 033/2008, em exame.
3. Foi certificado no processo que a autuada não apresentou defesa (f. 5).
4. A Assessoria Jurídica opinou pela procedência do AI por infração
ao art. 20, III da Lei nº 6.530/78, considerando estarem provados
os fatos articulados em desfavor da autuada.
5. É o relatório.
6. Passo ao voto e sua fundamentação.

Com essa breve exposição do caso, é possível aos demais julgadores que
compõem a Comissão conhecê-lo e exarar o veredicto.

6.3 Voto e fundamentação

O voto deve ser fundamentado. Por isso, o relator precisa analisar a conduta e
suas conseqüências, indicando qual ou quais os dispositivos legais infringidos e,
ao mesmo tempo, se for o caso, impor a sanção que entender cabível, respeitando
sempre os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Veja-se, como mero
exemplo, o que pode ser um modelo de voto:

Voto e Fundamentação

Como já observado no relatório, não foi apresentada defesa


operando-se a revelia.
Independentemente de justificativa da autuada, o fato que lhe foi
imputado encontra-se devidamente comprovado no processo, pois,
foi juntada a edição do Jornal que fez a veiculação pública das
ofertas de transações imobiliárias.
Por outro lado, há previsão legal prévia que enquadra a referida
conduta ao tipo de infração previsto no artigo 20, III, da Lei 6.530/78,
que prescreve:

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

“Ao Corretor de Imóveis e à pessoa jurídica inscrita nos


órgãos de que trata a presente Lei é vedado:
I (...)
III – anunciar publicamente proposta de transação a que não
esteja autorizado através de documento escrito;
O artigo 38, inciso IV, do Decreto nº 81.871/78, repete a mesma
vedação esclarecendo que tal prática constitui infração disciplinar.
De modo que está sedimentado, com clareza solar, que o
contrato de prestação de serviços e/ou autorização de venda é
documento obrigatório nas transações anunciadas publicamente,
como é o caso.
De sua vez, a Resolução nº 459/95-COFECI, que é norma
infralegal complementar, fez alterações quanto à forma de
apresentação e guarda desses documentos.
De modo que depois da alteração introduzida no artigo 15 “caput”
do Código de Processo Disciplinar criado pela Resolução nº 146/82-
COFECI passou ele a vigorar com a seguinte redação:
“Os documentos solicitados pelo Agente Fiscal devem ser
exibidos durante a diligência, sob pena de apresentação obrigatória
no prazo de 05 (cinco) dias úteis, na sede do CRECI, no endereço
indicado na notificação, EXCETUANDO-SE DESTA CONCESSÃO O
INSTRUMENTO DE CONTRATO DE INTERMEDIAÇÃO
IMOBILIÁRIA, CUJA EXIBIÇÃO DEVE SER INCONTINENTI”.
De igual forma foi acrescentado parágrafo único ao citado artigo
15, o qual dispõe: “Os instrumentos de contrato de intermediação
imobiliária deverão ser arquivados no escritório do Corretor de
Imóveis contratado, durante um ano, contado do vencimento do
prazo de vigência, à disposição da Fiscalização”.
Consequentemente, depois da Resolução 459/95, passou-se a
exigir que o correspondente documento tem que ser apresentado
incontinenti. Quer dizer que o Corretor ou a empresa que anunciar
publicamente qualquer transação imobiliária, se fiscalizada, tem o
dever de exibir mencionados documentos imediatamente, sem
possibilidade de fazê-lo depois, excepcionalmente em casos muito
bem justificados com a comprovação inequívoca do impedimento,
desde que plausível diante do caso em concreto.
Não o fazendo, caracterizada está a infração. Portanto, a
apresentação posterior pode até ser motivo para minorar a sanção,
mas não para afastá-la.
Fora isso, por força do estabelecido no art. 4º, IX, do Código de
Ética da Profissão, a empresa ou o Corretor de Imóveis é obrigado
a contratar, por escrito e previamente, a prestação dos serviços
profissionais.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

Parece fora de dúvida, portanto, que antes de iniciar os trabalhos


de intermediação e principalmente antes de anunciar a oferta
publicamente, o profissional ou a empresa precisa estabelecer com
o cliente um contrato de prestação de serviços de corretagem,
também conhecido no mercado imobiliário por autorização de venda
e que outros chamam de “opção”.
Concluindo, pode-se afirmar que de acordo com a legislação de
regência da categoria, antes de anunciar é preciso que o profissional
e/ou empresa possua o contrato de intermediação o qual deve ser
mantido ARQUIVADO no escritório à disposição da fiscalização.
Deixando de apresentar os instrumentos no ATO DA DILIGÊNCIA,
caracterizada está a infração ética.
PELO EXPOSTO, julgo procedente o auto de infração nº 001234
por incidência do disposto no artigo 20, III e VIII, da Lei 6.530/78,
combinado com os artigos 5º, 38, I, IV e IX, do Decreto 81.871 e
infração também ao que prescreve o artigo 4º, inciso IX, do Código
de Ética Profissional, aplicando sanção de multa pecuniária no valor
referencial de 2 (duas) anuidades.
É como voto.
Sessão de Julgamento da CEFISP, em...
Juarez Antão da Silva
Relator

Depois do voto, com ele concordando os demais membros da CEFISP, ou


maioria deles, o Acórdão poderá ser assim concluído:

Acordão

Vistos, relatados e discutidos os autos em exame ACORDAM os


membros da CEFISP, à unanimidade (ou por maioria), em julgar
procedente a autuação e impor a sanção de multa no valor de 2
(duas) anuidades, por infração ao artigo 20, inciso III, da Lei nº
6.530/78, combinado com o artigo 38, inciso IV, do Decreto
81.871/78, nos termos do voto do senhor relator.
Sessão de Julgamento da CEFISP, data.
Assinaturas:
Relator
Coordenador
Demais membros

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

6.4 Das sanções disciplinares

As penalidades aplicáveis estão enumeradas no referido art. 21 da Lei nº


6.530/78. Parece que o legislador ordenou uma escala ascendente de gravidade.
Observe a elevação das sanções previstas no sistema administrativo:

• advertência verbal,
• censura,
• multa,
• suspensão da inscrição até 90 (noventa) dias, e;
• cancelamento da inscrição com apreensão da carteira
profissional.

De fato. A aplicação da pena ao infrator está sujeita ao livre convencimento dos


julgadores nos Conselhos Regionais, observadas sempre as circunstâncias relativas
ao acontecimento concreto. Note que deve o julgador se orientar pelas
circunstâncias de cada caso de modo a considerar leve ou grave a falta cometida.
Assim, como dito acima, importante o exame das circunstâncias da situação
examinada e dos elementos que atenuam ou agravam a conduta. Isso fará com
que se gradue a pena conforme o caso concreto.

Havendo reincidência específica é claro que a pena pode ser agravada. Trata se,
portanto, de critério objetivo, mas que compete ao julgador sopesar a conduta, os
fatos e as circunstâncias para daí sim aplicar a justa reprimenda (sanção disciplinar).

Interessante anotar que o art. 29 do CPD institui outra regra básica que o julgador
deverá atender na imposição da penalidade, ou seja, a que determina a aplicação
de uma penalidade para cada ilícito disciplinar reconhecido no processo originário
do auto de infração ou da representação. Realmente está fixado paradigma onde,
para cada infração comprovada, o julgador deverá aplicar penalidade, dentre as
capituladas no art. 21 da Lei nº 6.530/78.

A exceção à regra está prevista no § 3º do art. 21 da mesma lei. Lá consta que


“a multa constitui a única sanção que permite a aplicação cumulativa com outra
na punição de uma só infração”.

6.5 Advertência verbal

A advertência verbal constitui a primeira sanção na escala gradativa das


penalidades previstas no art. 21 da Lei nº 6.530/78. Como sanção menos severa
deve ser aplicada àqueles que cometem infrações de natureza leve nas quais a
violação disciplinar não tem grande repercussão e que são primários.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

Pela sua característica de penalidade branda, deve a sua imposição ser


comunicada ao infrator, por meio de ofício reservado (art. 39, § 5º, do Decreto nº
81.871/78 e art. 38 do CPD), só fazendo constar do assentamento do infrator,
apenas para efeito de verificação de reincidência.

Ressalve se, ainda, que somente nesse último caso a penalidade deverá constar
de certidão sobre os antecedentes disciplinares do infrator.

6.6 Censura

A pena de censura é a segunda na escala gradativa do art. 21 da Lei nº 6.530/78.


Nada impede que a sanção seja aplicada àqueles que, pela primeira vez, cometam
infrações de natureza leve. Entretanto, para tal aplicação deve a infração revelar,
pelas circunstâncias em que fora cometida, condições que permitam a verificação
de maior intensidade de ilicitude na ação ou omissão do infrator.

A censura poderá também ser aplicada na segunda falta leve cometida pelo
infrator, podendo o julgador, diante das circunstâncias de cada caso, impor,
cumulativamente com a censura, a penalidade de multa.

Da mesma forma que a advertência verbal, a censura deve ser comunicada ao


infrator mediante ofício reservado. Também só em caso de reincidência constará
de certidão sobre os antecedentes do infrator.

6.7 Multa

Ao prever a penalidade de multa, no art. 21, III, a Lei nº 6.530/78, como também
o Decreto nº 81.871/78 (art. 39, III), não estatui os limites máximo e mínimo para
essa sanção. A atribuição de fixar esses limites é conferida ao COFECI, como se
vê da redação do art. 16, VII, da Lei 6.530/78, que assim poderá fazê-lo, como
realmente o fez, por meio de resolução.

Deveras. O Código de Processo Disciplinar, no art. 28, § 5º (alterado pela Resolução


315/91), dispõe que as multas serão fixadas em anuidades, fixando para as infrações:

• de natureza leve no mínimo de 1 (uma) e o máximo de 3 (três)


anuidades e,
• de natureza grave no mínimo de 2 (duas) e o máximo de 6 (seis)
anuidades.

A Lei nº 6.530/78 e o Decreto nº 81.871/78, respectivamente, nos arts. 21, § 3º


e 39, § 3º, estabelecem duas regras básicas para a orientação do julgador do
processo administrativo.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

A primeira é a de que a sanção pode ser acumulada com outra penalidade, para
a punição de uma só infração, fato que constitui uma exceção ao princípio da
correspondência da aplicação de uma pena para cada infração. No CPD a matéria
se encontra tratada no art. 29 e seu parágrafo único.

Outra diretriz que a lei e o decreto acima mencionados estabelecem é a de que


na reincidência e cabe esclarecer, na reincidência da mesma falta a multa será
aplicada em dobro.

A característica de aplicação cumulativa de multa aconselha que se imponha


essa penalidade, como o reforço punitivo na reincidência das infrações leves, sem
que a sanção perca a sua natureza de ser adequada também à repressão das
infrações consideradas graves. Por isso mesmo, vê se que a multa pode ser
rotulada de penalidade média, no elenco das sanções previstas no art. 21, da Lei
nº 6.530/78.

A multa, embora considerada penalidade média, da mesma forma que as penas


mais brandas de advertência e censura, será comunicada pelo CRECI ao infrator
através de ofício reservado. Constará dos seus assentamentos profissionais
somente em caso de reincidência embora possa figurar em certidão de
antecedentes.

Não paga no prazo de trinta dias, contado da data da comunicação do trânsito


em julgado da decisão, a multa será inscrita como dívida ativa do CRECI, para
cobrança judicial, através de execução, de acordo com a Lei n° 6.830, de 22.09.80
(art. 40 do CPD).

6.8 Suspensão da inscrição até 90 dias

A suspensão da inscrição, prevista no inciso IV, do art. 21 da Lei n° 6.530/78 e


no art. 39, IV do Decreto n° 81.871/78, a exemplo do cancelamento da inscrição, é
uma penalidade considerada de natureza grave.

A primeira decorrência de sua condição de penalidade grave é a que enseja a


imposição de recurso “ex officio”, como dispõem o art. 40, II, do Decreto nº
81.811/78 e o parágrafo único do art. 34 do CPD.

Frise se que a remessa obrigatória – “ex officio” – ao COFECI, pelo Presidente


do CRECI, não obsta o recurso voluntário que o infrator suspenso poderá
apresentar à mesma instância superior. O art. 21, III da Lei n° 6.530/78, estabeleceu
expressamente o limite máximo da penalidade 90 (noventa) dias. No silêncio do
preceito, vê se obviamente que o limite mínimo é de 1 (um) dia. A penalidade se
destina a ser o meio de repressão contra as infrações de natureza grave, quando

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

repetidas pelo infrator ou quando a circunstância em cada caso revelar uma


acentuada intenção de violar a norma disciplinar.

A penalidade deverá ser anotada na carteira de identidade profissional do


Corretor de Imóveis ou na do responsável pela pessoa jurídica infratora. No caso
da não apresentação da carteira no prazo de 10 (dez) dias contados da data do
recebimento do ofício que comunicar a penalidade, o CRECI deverá instaurar novo
procedimento para converter a sanção em cancelamento da inscrição do
profissional ou da pessoa jurídica que sofreu a punição (suspensão). O caso está
regulado pelo art. 21, § 4º, da Lei nº 6.530/78 e art. 39, § 4º do Decreto nº
81.871/78, com maior desdobramento no art. 39 do CPD.

Quando a suspensão for imposta por falta de pagamento de anuidades,


emolumentos ou multas de acordo com o art. 42 do Decreto nº 81.871/78, e art.
28, § 7º, do CPD, a penalidade só cessará com a satisfação da dívida, podendo vir
a ser cancelada a inscrição do infrator, de acordo com critérios a serem fixados
pelo Conselho Federal.

A pessoa física ou jurídica suspensa que exercer a profissão cometerá a infração


constante do art. 38, III do Decreto nº 81.871/78, e ficará sujeita a novo processo
disciplinar.

Entendemos que esse exercício contra decisão administrativa, poderá


caracterizar o crime previsto no art. 205 do Código Penal.

6.9 Cancelamento da inscrição

Trata se da penalidade mais grave prevista no art. 21, da Lei nº 6.530/78.

A sanção é, em princípio, indicada para os infratores reincidentes em ilícito de


natureza grave ou para aqueles, ainda que pela primeira vez, pratica infração tão
grave, cuja intensidade e repercussão torne impossível a permanência do
profissional na classe sem comprometer a reputação desta.

A sanção pode ser, outrossim, imposta em decorrência de conversão da


penalidade de suspensão.

A sua imposição obriga o Presidente do CRECI a promover a remessa do


processo de ofício ao COFECI, nos termos do art. 40, II, do Decreto nº 81.871/78
e art. 34, parágrafo único, do CPD, como também ocorre na suspensão.

Cancelada a inscrição do infrator caberá ao CRECI apreender a sua carteira


profissional. No caso de cancelamento da pessoa jurídica, apreendido deverá ser

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

o certificado de inscrição. Embora o art. 21, inciso V, da Lei n° 6.530/78, seja silente
a respeito, essa providência parece ser óbvia, pois, em caso contrário, a penalidade
só poderia incidir sobre a pessoa física, com exclusão da pessoa jurídica.

A apreensão da carteira profissional e do certificado de inscrição, da pessoa


física ou jurídica cujo registro foi cancelado, poderá ser feita, quando não houver a
entrega espontânea desses documentos, pelo ajuizamento da medida prevista nos
arts. 839 e seguintes do Código de Processo Civil, pelo CRECI, perante a Justiça
Federal.

Nos termos do art. 42 do CPD, o Presidente do CRECI comunicará aos


Sindicatos da classe da Região a exclusão do profissional inscrito.

Aquele que, tendo a sua inscrição cancelada, voltar a exercitar a profissão,


poderá ser autuado por exercer a profissão quando impedido de fazê-lo, podendo
responder, principalmente aqui, por ação penal pelo crime capitulado no artigo 205
do Código Penal, que diz: Art. 205 – Exercer atividade, de que está impedido por
decisão administrativa. Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

6.10 Do efeito das decisões da CEFISP

A decisão da Comissão de Ética e Fiscalização Profissional, incluindo o voto do


relator, deverá constar do processo que, retornando à fiscalização, será
comunicada a decisão ao autuado, por meio de ofício por via postal, com aviso de
recebimento, ou através de diligência fiscal.

A comunicação da penalidade constitui, também, peça fundamental dentro do


sistema processual instituído pelo CPD e pelo Estatuto. Daí, o cuidado do referido
código em assegurar que a entrega do oficio de comunicação da penalidade seja
efetivamente entregue ao autuado, estabelecendo que sejam tomadas as
providências indicadas nos §§ 1º, II, 2º e 3º do art. 11 do CPD.

No prazo de trinta dias contados da efetiva entrega daquela comunicação o


autuado poderá interpor recurso ao COFECI da decisão que lhe foi contrária. Esse
recurso voluntário, que terá efeito suspensivo e será encaminhado por petição
dirigida ao Presidente do CRECI, não desobriga este de recorrer “ex officio” ao
COFECI, quando a penalidade imposta for a de suspensão ou cancelamento da
inscrição (art. 21, IV e V, da Lei nº 6.530/78). Se a pena for a de multa o recurso,
que será voluntário, terá efeito apenas devolutivo.

Como reflexo do mandamento do art. 43 do Decreto nº 81.871/78, o art. 34 do


CPD institui para o Presidente do CRECI, uma apreciação do apelo que ensejará
duas situações:

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

a. se atribuir ao recurso, preliminarmente, efeito de pedido de reconsideração,


submeterá o processo à revisão pelo Plenário ou Turma Julgadora (onde
houver), no caso de infração cometida por pessoa inscrita; e,
b. em caso contrário, ou, na hipótese de processo por exercício ilegal,
determinará revisão ao Plenário do CRECI ou remessa ao COFECI para
conhecimento e julgamento do recurso.

A apreciação prévia de admissibilidade do recurso pelo Presidente do CRECI,


para o fim de nele reconhecer efeito de pedido de reconsideração, não constitui
um ato de “graça do príncipe”. A reconsideração da decisão só será cabível se os
argumentos expendidos no apelo ou o enfoque dado à analise das provas
evidenciarem aspectos que possam ter passado despercebidos na decisão de
primeira instância ou se traga fato novo relevante.

Em caso contrário, não há porque se proceder à revisão de julgamento no próprio


âmbito do Conselho Regional, devendo então o Presidente do CRECI submeter o
processo à apreciação da instância superior.

O recurso, nesse caso, será julgado por uma das Turmas Julgadoras (se houver)
na hipótese de pessoa inscrita; ou; por revisão do Plenário do CRECI podendo ser
relator qualquer conselheiro, exceto os componentes da Diretoria ou os membros
da Comissão de Ética e Fiscalização Profissional.

O julgamento do pedido de reconsideração será realizado na sessão seguinte a


da distribuição do processo no Plenário e se observará, quanto ao procedimento
na sessão, o que dispuser o Regimento Interno do CRECI, além de ser certificado
no processo a decisão prolatada.

Julgado improcedente o pedido de reconsideração o processo será


encaminhado ao COFECI para apreciação do recurso, uma vez que a revisão
procedida no âmbito regional não obsta a apreciação do recurso pela instância
superior.

Por fim, a execução da penalidade imposta ao autuado, caso o recurso não seja
provido no COFECI, será efetivada na instância de origem.

6.11 Tramitação do processo disciplinar originado de termo de


representação

O nosso Código de Processo Disciplinar faz perfeita divisão entre um e outro


processo, ou seja, entre o iniciado por ação fiscal e o instaurado por denúncia do
consumidor ou comunicação de autoridade ou funcionário do CRECI.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

Ele inicia-se com despacho do Presidente do CRECI na denúncia, comunicação


de membro ou servidor do COFECI ou CRECI ou ofício de autoridade pública,
depois de ouvida a Assessoria Jurídica, determinando a lavratura de Termo de
Representação pela Coordenadoria de Fiscalização, contendo os requisitos do art.
48 do CPD.

O Termo de Representação será lavrado em três vias.

A primeira constará do processo em seguimento à peça preliminar e


documentos. A segunda será remetida ao representado para ensejar a
apresentação de defesa e a terceira será arquivada para eventual restauração do
processo.

Os requisitos do Termo de Representação são semelhantes aos do Auto de


Infração. Dentre os requisitos exigidos, ressalta aquele que determina que a
Coordenadoria de Fiscalização sintetize os fatos descritos na peça originária e
indique o dispositivo legal infringido pelo representado.

Assim a segunda via do Termo será remetida ao representado, por via postal,
com aviso de recebimento. Não sendo efetivada a entrega por esse meio, aplicar-
se-ão as providências descritas nos §§ 1º, II, 2º e 3º do art. 11 do CPD.

A Coordenadoria de Fiscalização certificará no processo os antecedentes


disciplinares e débitos do representado, enquanto aguarda o transcurso do prazo
improrrogável de quinze dias para defesa escrita, que o mesmo poderá apresentar,
acompanhada ou não de documentos.

Com a apresentação da defesa ou com a certidão no processo da inação do


representado, fica encerrada a primeira parte da instrução levada a efeito pela
Coordenadoria de Fiscalização.

Apenas como ilustração apresenta-se uma passagem breve com o formado de


um Termo de Representação.

TERMO DE REPRESENTAÇÃO n° 00001/2012

A COORDENADORIA DE FISCALIZAÇÃO DO CONSELHO


REGIONAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS da 6ª Região/PR lavra
o presente TERMO DE REPRESENTAÇÃO em cumprimento à
determinação do Senhor Presidente (f. 22 verso) e em conformidade
com o disposto no art. 48 do Código de Processo Disciplinar c/c a
Lei nº 9.784/99, de 29 de janeiro de 1999, em face de:
ZÉ DOS ANZÓIS, Corretor de Imóveis regularmente inscrito sob

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

o número 12345, com endereço à Rua das Camélias, 000, Bairro,


Cidade, Estado, CEP ____, com base na denúncia apresentada por
MARIA BONITA, protocolada sob o número 0000/0000, pelos
seguintes fatos e fundamentos jurídicos.

DOS FATOS DA DENÚNCIA

1. MARIA BONITA move representação contra o Corretor de


Imóveis ZÉ DOS ANZÓIS, dizendo que em 09 de março de 2008,
o corretor ofereceu um apartamento localizado na Rua Joaquim
Muleta, 000 bl. 00 ap. 00, Santa Maria, Cidade/Estado, pelo valor
de R$ 70.000,00 (setenta mil reais). Alega a denunciante que já
no dia 11 de março de 2008 fez a proposta de compra. Aponta
que em 14 de março do corrente fez transferência bancária do
valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) como sinal de negócio, em
conta da empresa ENROLEIXON IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
LTDA CNPJ 00.000.000/0000-00, da qual o corretor é sócio
juntamente com a esposa, com sede em seu endereço domiciliar.
Esclarece também que em 20 de março de 2008, depositou o
valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) a título de despesas com
documentação (fl. 04).
2. O denunciante declara que em 06/05/2008 foi informado pelo
corretor que a avaliação para a liberação de financiamento feita
na CAIXA ECONÔMICA, ficou aquém do esperado e que o valor
de entrada e/ou sinal teria que cobrir a diferença. Contudo, diante
do acontecido e imprevisto, não possui condições de continuar
com a negociação. Assim, acordou com os vendedores pela
devolução do sinal em 30 dias, sem cobrança das arras.
3. Que em 01/08/2008 o Corretor assinou termo de
comprometimento onde assume a dívida do valor de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), no citado prazo (fl. 05). Mas, até a data da
denúncia, o valor não foi restituído e o corretor declarou ter gasto
o dinheiro com despesas pessoais e não tem previsão de quando
poderá honrar o compromisso.
4. Assim, pede que sejam tomadas as providências que se julgarem
necessárias.

DIANTE DO EXPOSTO, com base na denúncia e documentos


apresentados e que ficam fazendo parte integrante do processo e
em obediência à determinação do Senhor Presidente, lavra-se o
presente Termo:

CONTRA: ZÉ DOS ANZÓIS, CRECI 0000

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

FATO: prejudicar os interesses que lhe foram confiados ao mediar


a compra e venda do imóvel objeto da denúncia e comprometer-se
com o denunciante a devolver o sinal de negócio dado no valor de
R$ 5.000,00 e ter deixando de honrar a obrigação, tendo em vista
que por circunstâncias alheias à sua vontade, a denunciante não
conseguiu adquirir o imóvel oferecido.

DISPOSITIVOS INFRINGIDOS

O fato descrito encontra previsão legal como transgressão às


normas éticas capituladas no artigo 20, incisos I, VIII e IX da Lei t;
norma desdobrada pelo artigo 38, incisos I, II, IX e X do Decreto nº
81.871/78; combinado ainda com o artigo 3º, incisos V e VI; art. 6º,
IV, do Código de Ética Profissional (CEP).

PRAZO PARA DEFESA

Assim, através do devido processo legal, será analisada a


conduta ética do representado, ficando ele sujeito às sanções
previstas no artigo 21 da Lei nº 6530, de 12/05/78.
Esclarece-se que o Representado poderá ter vistas do processo
disciplinar na sede do CRECI 6ª Região, Paraná, na Rua General
Carneiro n° 680, Alto da XV, Curitiba/Paraná.
O prazo para apresentar defesa escrita é de 15 (quinze) dias,
a contar do recebimento da 2ª via deste Termo, sob pena de revelia.
Fica ciente também o Representado de que o processo terá normal
continuidade, mesmo com a ausência de defesa.
Por fim, reitera-se que a denúncia protocolada sob nº 000/2008
fica fazendo parte do presente lavrado em todos os seus termos.

Cidade, data.

Nome

Coordenador de Fiscalização do CRECI

6.12 A função da CEFISP no processo disciplinar (termo de


representação)

Após o prazo de defesa, com ou sem ela, o processo será remetido à Comissão
de Ética e Fiscalização Profissional para, se julgar necessário, complementar a
instrução, como facultado pelo art. 55 do CPD.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
DO SISTEMA COFECI-CRECI

Cabe realçar o poder conferido ao relator da Comissão de Ética e Fiscalização


Profissional para determinar diligências, abrir a dilação probatória para declarações
das partes, ouvir testemunhas e realizar acareações, entre outras, como também
indeferir as provas impertinentes e protelatórias requeridas na defesa.

A Assessoria Jurídica deve acompanhar essas diligências, facultando-se-lhe


reperguntas e, inclusive, sugerir outras provas porventura não indicadas pelo relator.

Concluída a instrução, o processo será remetido ao jurídico para parecer de


mérito. Após, o relator submeterá o processo à apreciação da Comissão para
elaboração de relatório conjunto que examinará o mérito, indicando a falta
cometida e a sanção que deve ser aplicada.

O julgamento, nesse caso, caberá ao Plenário ou a uma das Turmas Julgadoras,


no Regional que as instituiu.

De cada decisão se lavrará Acórdão. A seguir, breve exemplo, apenas para


ilustrar a dissertação:

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR nº 000/01

Relator: Conselheiro Ezuel da Silva Santos


DENUNCIANTE:
REPRESENTADO(S):
E SUA CORRETORA RESPONSÁVEL:
ORIGEM: TR 0000

EMENTA

CONTRATO DE ADMINISTRAÇÃO. LOCAÇÃO DE IMÓVEL


RESIDENCIAL. NÃO REPASSE DOS VALORES DE ALUGUERES.
CAUÇÃO EM DINHEIRO NÃO RESTITUÍDA NO FINAL DA
RELAÇÃO JURÍDICA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS.
PROCEDÊNCIA DO TERMO DE REPRESENTAÇÃO, unânime.
Dosimetria da sanção decidida por maioria, vencido nessa parte
o Relator.
1. Os valores em dinheiro recebidos a título de caução devem ser
depositados em conta poupança, conforme disposto no art. 38,
§ 2ª da Lei 8.245/91, sendo que posteriormente reverterá em
benefício do locatário, o que não foi cumprido.
2. Além disso, finda a locação e solicitada a restituição da
mencionada caução, a empresa Representada deixou de fazê-lo
sem qualquer justificativa plausível.

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DO SISTEMA COFECI-CRECI

3. No mais, constata-se ainda que a Representada deixou de


repassar os valores recebidos a título de aluguel dos meses de
janeiro a março/2012, apropriando-se indebitamente dos
respectivos valores, o que significa ausência de prestação de
contas à proprietária-denunciante.
4. Termo de Representação procedente. Aplicação da sanção
pecuniária no valor referencial de ........anuidades para a pessoa
jurídica e .....anuidades à pessoa física, cumulada com censura.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as


acima indicadas, ACORDAM os Conselheiros da 1ª Turma Julgadora
do CRECI 6ª REGIÃO/PARANÁ, à unanimidade, em julgar
PROCEDENTE O TERMO DE REPRESENTAÇÃO, nos termos do
voto do Senhor Relator. Quanto à dosagem da sanção, por maioria
de 04 votos a 02, venceu a proposição do Conselheiro ......................
pela aplicação da pena PECUNIÁRIA NO VALOR REFERENCIAL
de........anuidades para a empresa e igual pena à sua corretora
responsável, essa última acumulada com CENSURA.
Votaram com o Relator relativamente à procedência do Termo de
Representação os Conselheiros.......... O voto vencido do
Conselheiro Relator pela aplicação da pena de 2 (duas) anuidades
para a empresa e 1 (uma) anuidade ao corretor responsável, foi
único.
Presidiu a sessão de julgamento, sem voto, o Conselheiro
___________________.
Cidade, data
Conselheiro Fulano
COORDENADOR DA 1ª TURMA JULGADORA
Conselheiro Sicrano
Relator.

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DO SISTEMA COFECI-CRECI

CONCLUSÃO

Esperamos que a primeira etapa ou o primeiro passo dessa jornada tenha sido
dado. É certo e incontestável que muitos pontos aqui tratados fazem surgir outras
questões que merecem análise mais detida e certamente as críticas poderão ajudar
no seu aperfeiçoamento.

Por exemplo, poder-se-ia elaborar um “modelo” de relatório e voto para o


Conselheiro relator, no caso do processo iniciado por Termo de Representação.
Não ousamos fazê-lo pela particularidade que o assunto encerra e cada qual terá
e certamente desejará imprimir o seu próprio e mais adequado estilo.

Assim, por ora, utilizando de linguagem simples e coloquial, esperamos de


alguma forma ter somado com esta pequena contribuição.

Ficamos na expectativa de que a imensidão de colaboradores do sistema


COFECI/CRECI´s nos encaminhem suas críticas, sugestões e observações para
que possamos, um dia, fazer deste “Manual” um elemento de resposta positiva às
consultas de todos. Por enquanto, aos poucos, vamos tentar melhorá-lo com a
colaboração de vocês.

Somos unidos neste ideal de fiscalizar!

ADMAR PUCCI JUNIOR


Presidente do CRECI-PR

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. BASTOS, Celso Ribeiro; GANDRA, Ives Martins. Comentários à Constituição


do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. São Paulo: Saraiva, v. 2,
1988- 1989.
2. CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS. Legislação. 7 ed.
Brasília, 2011.
3. DELMANTO, Celso; DELMANTO, Roberto; DELMANTO JR., Roberto. et al.
Código penal comentado. 5 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2000.
4. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27a. Ed. São Paulo:
Malheiros, 2002.
5. PEREIRA, Ricardo Teixeira do Valle; GAMBA, Luísa Hickel; MAURIQUE, Jorge
Antônio. et. al. Conselhos de fiscalização profissional. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2001.
6. PEREIRA, Ricardo Teixeira do Valle; GAMBA, Luísa Hickel; MAURIQUE, Jorge
Antônio. et. al. Conselhos de fiscalização profissional. 2ª ed. São Paulo, RT,
2008.
7. SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. Rio de Janeiro: Editora Forense,
2002.

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