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MANAUS - AMAZONAS
Alberto Silva
Manaus
2014
1. Definição do problema de estudo
O não falar por não ouvir em momento algum pode ser vislumbrado como incapacidade
de refletir, ou de fazer ciência a informação a que temos acesso é a forma ouvinte de percebe. A
possibilidade está em como envolver a criança surda o desejo de conhecer e de querer fazer
ciência nas séries iniciais e este somente a criança pode responder naturalmente, querer, pensar e
ter oportunidade são os pilares que sustentam o desenvolvimento intelectual da pessoa surda ou
ouvinte.
Necessário se faz que se tenha outro olhar da criança surda, e que o sinal é sua linguagem
natural. Logo a resposta está em entender o olhar com o qual, a criança observa o mundo, a partir
deste olhar criar metodologia que simplifique a aprendizagem partindo da individualidade
empírica para o coletivo científico.
Esse fazer requer uma viagem pelo mundo infantil do surdo, considerando-se a surdez
congênita e adquirida, as relações criança surda e ouvinte hão de se processar naturalmente nos
limites e nas permissões dadas ao desenvolvimento e na postura do professor(a) na relação com o
interprete/ tradutor e suas capacitações, pois estas terão reflexos na relação no querer aprender
ciências ou resistir ao descobrimento.
3. Objetivos
Geral:
Analisar as possíveis contribuições da Língua Brasileira de Sinais para o
desenvolvimento de metodologia específica de Ensino de Ciências para estudantes surdos.
Específicos:
- Examinar o processo geral de cognição na criança surda e suas dificuldades de
aprendizado, no que se refere ao ensino de ciências;
- Organizar com a criança surda a partir do seu entendimento, material pedagógico a ser
usado na sala de aula estimulando o questionamento.
4. Quadro teórico
A surdez quando olhada pelo prisma da medicina é uma deficiência que deve ser tratada
invasivamente com aparelhos a corrigir as perdas, quando olhada pelo viés da educação
humanizada temos uma limitação a ser superada e recursos pedagógicos a desenvolver a partir
forma participativa de reflexão diferenciada, principalmente quando a pessoa surda se identifica
como tal, e ou recusa-se a aceitar-se como tal.
Os alunos com surdez são observados por todos os profissionais que
direta ou indiretamente trabalham com eles. Focaliza-se a observação nos
seguintes aspectos: sociabilidade, cognição, linguagem (oral, escrita,
viso- espacial), afetividade, motricidade, aptidões, interesses, habilidades
e talentos. Registram-se as observações iniciais em relatórios, contendo
todos os dados colhidos ao longo do processo e demais avaliações
relativas ao desenvolvimento do desempenho de cada um ( DAMÁSIO,
2007, p.26).
A necessidade de saber de onde vem é que possibilita saber para onde vai a
jornada a ser iniciada. Cada ser é único na sua dimensão holística, mas tem de fazer parte de um
grupo significativo e isoforme, a diferença que nos iguala fica evidente na reflexão de Paulo
Freire.
Esta importância justifica a maneira com que se vai olhar o surdo e outras
necessidades especiais em Manaus a partir de 1943. O olhar pelo prisma da caridade e nesse
sentido vão estar as irmãs da Congregação de Santa Terezinha e do Sagrado Coração de Jesus
com trabalho direcionado às meninas e moças e no Instituto Montessoriano Criado para trabalhar
com deficiências em 1943 pelo Desembargador André Araújo e teve suas atividades encerradas
em 1974. Um ano antes da morte de seus criador. Ainda na década de 1970 recebíamos em
Manaus Fillipo Smaldone, que ainda preso a oralização vai assim posicionar-se até ao ano de
2002, quando o governo brasileiro reconhece LIBRAS como língua oficial do surdo brasileiro.
5. Procedimentos metodológicos
Este projeto de pesquisa terá como objeto de estudo alunos(as) surdos(as) das séries
iniciais, especificamente da Escola Augusto Carneiro, sito a rua Joaquim Nabuco na cidade de
Manaus. Onde pretende-se desenvolver o laboratório de pesquisa de símbolos, que permitam
iniciar estes alunos das séries iniciais no contato com a aprendizagem de ciências e matemática a
partir do olhar do surdo.
Na abordagem pretende-se criar junto com a criança símbolos, que permitam suas
reflexões e entendimento da ciências, eliminando as dificuldades do entendimento, para isso
pesquisaremos na literatura de sinais universal códigos; e formas de ensinar e aprender ciências a
partir do olhar do surdo fundamentando os princípios nos saberes já universalmente existentes.
6. Referências (relação das obras citadas, de acordo com as normas atuais da ABNT)
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