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O Demônio da Teoria

Capítulo 1 – A Literatura

 A Literatura, ou o estudo literário, está sempre entre duas abordagens/concepções


possíveis: uma abordagem histórica (documento) e uma linguística (arte da
linguagem).
 Genette defendeu dois regimes literários um constitutivo garantido pelas
convenções (sonetos e romances pertencem de direito a Literatura) e um
condicional que é aberto e depende da apreciação.

A Extensão

 O que é considerado literatura varia de acordo com as épocas e culturas.


 Quando Aristóteles dividiu a arte poética em épico, dramático e lírico, acabou
tratando a poesia (lírico) como menor.
 Para o romantismo era romance, teatro e poesia.
 Para o romantismo a Literatura era o que produziam os grandes escritores.
 Para o romantismo a obra era valorizada ao mesmo tempo por sua unicidade e por
sua universalidade.
 Todo julgamento de valor repousa num atestado de exclusão.
 A tradição de Eliot, um novo escritor altera a paisagem da literatura, mas ela já o
havia previsto.
 Atualmente a concepção de literatura é bem mais liberal tendo uma vasta
extensão.
 O critério de valor é sempre social, ideológico, ético, por fim, extraliterário.

A Função

 Concepção humanista, a literatura serve para instruir e agradar, havendo um tipo


de conhecimento que seria específico da Literatura (ou quase só na literatura).
 Concepção humanista denunciada. A Literatura estaria comprometida com
valores sociais burgueses.
 Literatura como última alternativa contra a barbárie.
 A Literatura tanto confirma a hegemonia como a desafia, produz dissenção.
A Forma do conteúdo

 Da antiguidade até metade do século XVIII, Literatura como imitação de ações


humanas pela linguagem.
 Para a poética clássica a Literatura é caracterizada pela ficção enquanto forma do
conteúdo.

Forma da expressão
 A partir da metade do século XVIII uma concepção de literatura acentua o belo e
passa ver a literatura como um fim em si mesmo. Visão romântica. A Literatura
seria a única experiência absoluta do tudo e do nada (literatura como redenção).
 Formalismo russo difere a linguagem cotidiana da linguagem poética. A cotidiana
é mais espontânea e denotativa, a literária é mais conotativa, trabalha o material
linguístico, significa mais do que diz. Uso propriamente literário da língua é a
literariedade.
 Formalistas russos se opõem a literatura como documento, como representação
do real, ou como expressão dos autores. Eles acentuavam os aspectos da obra
literária que as distinguiria, partindo da distinção entre linguagem literária em não
literária. A linguagem literária é motivada (não arbitrária) é autotélica (não lienar)
e autorreferencial (não utilitária).
 O critério da literariedade era o estranhamento. A linguagem literária produzia
esse estranhamento que desautomatiza a percepção ordinária, renovando a
sensibilidade linguística do leitor através de procedimentos que rearranjam e
desarranjam formas habituais de percepção ordinária.

Literariedade ou preconceito
 Como não existem elementos linguísticos essencialmente literários, a
literariedade não pode distinguir entre o uso literário de um uso não literário da
linguagem.
 O estranhamento não advém da utilização de elementos linguísticos próprios, mas
de sua diferente organização. Há literatura com linguagem comum como em
Hemingway.
 A separação da literariedade proposta pelos formalistas deixam de fora obras que
não utilizam procedimentos de organização linguística desviantes. Além disso, a
publicidade utiliza técnicas de organização linguística que produzem
estranhamento e nem por isso deve ser colocada na literatura.
 A Literariedade definiu mais o que outrora se chamava de licença poética do que
a própria literatura em si.
 A literariedade, como qualquer outra definição de literatura, compromete-se com
uma preferência extraliterária (no caso dos formalistas com a linguagem de
vanguarda do futurismo). Uma definição de literatura é sempre uma preferência
(preconceito) erigido em universal.
 Não há essência da literatura. Ela é uma realidade complexa, heterogênea e
mutável.

Literatura é Literatura
 Definições de literatura apontam mais para os contextos sociais que as produzem
do que a uma essência da definição.
 É uma sociedade que, pelo uso que faz dos textos, decide se um dado texto é
literário fora de seu contexto original.
 Literatura é literatura. É aquilo que dizem as autoridades. Os professores, os
editores, a instituição. Seja o contexto histórico, o linguístico ou estilístico, todos
esses fatores são, no fim das contas, extraliterários.

Capítulo 2 – O Autor

 O papel do autor e sua intenção é o mais polêmico nos estudos literários.


 Ideia antiga: sentido da obra advinha da intenção do autor. Ideia moderna:
intenção do autor como significância da obra é uma ilusão.
 Explicação literária: procura no texto a intenção do autor, saber o que ele quis
dizer. Interpretação literária: são descrições dos possíveis significados da obra, é
no texto que se encontra o seu significado, independente das intenções autorais.
 Os formalistas russos e os novos críticos americanos eliminaram o autor de seus
estudos literários.

A Tese da morte do autor


 A intenção tornaria inúteis a crítica e a teoria literária, pois se o sentido é
intencional, objetivo, histórico, então não há necessidades de crítica ou de
metacrítica.
 Barthes: associa a intenção autoral ao indivíduo burguês. Substitui o autor pela
linguagem, um ser de papel, sem origem, o texto é um tecido de citações
(intertextualidade). A explicação desaparece com o autor pois não há sentido
único e original. O leitor é o lugar onde a unidade do texto se produz, mas tal leitor
não é mais pessoal do que o autor, ele é também uma função: um alguém que
mantém reunidos, num único campo, todos os traços de que é constituída a escrita.

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