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Capítulo 1 – A Literatura
A Extensão
A Função
Forma da expressão
A partir da metade do século XVIII uma concepção de literatura acentua o belo e
passa ver a literatura como um fim em si mesmo. Visão romântica. A Literatura
seria a única experiência absoluta do tudo e do nada (literatura como redenção).
Formalismo russo difere a linguagem cotidiana da linguagem poética. A cotidiana
é mais espontânea e denotativa, a literária é mais conotativa, trabalha o material
linguístico, significa mais do que diz. Uso propriamente literário da língua é a
literariedade.
Formalistas russos se opõem a literatura como documento, como representação
do real, ou como expressão dos autores. Eles acentuavam os aspectos da obra
literária que as distinguiria, partindo da distinção entre linguagem literária em não
literária. A linguagem literária é motivada (não arbitrária) é autotélica (não lienar)
e autorreferencial (não utilitária).
O critério da literariedade era o estranhamento. A linguagem literária produzia
esse estranhamento que desautomatiza a percepção ordinária, renovando a
sensibilidade linguística do leitor através de procedimentos que rearranjam e
desarranjam formas habituais de percepção ordinária.
Literariedade ou preconceito
Como não existem elementos linguísticos essencialmente literários, a
literariedade não pode distinguir entre o uso literário de um uso não literário da
linguagem.
O estranhamento não advém da utilização de elementos linguísticos próprios, mas
de sua diferente organização. Há literatura com linguagem comum como em
Hemingway.
A separação da literariedade proposta pelos formalistas deixam de fora obras que
não utilizam procedimentos de organização linguística desviantes. Além disso, a
publicidade utiliza técnicas de organização linguística que produzem
estranhamento e nem por isso deve ser colocada na literatura.
A Literariedade definiu mais o que outrora se chamava de licença poética do que
a própria literatura em si.
A literariedade, como qualquer outra definição de literatura, compromete-se com
uma preferência extraliterária (no caso dos formalistas com a linguagem de
vanguarda do futurismo). Uma definição de literatura é sempre uma preferência
(preconceito) erigido em universal.
Não há essência da literatura. Ela é uma realidade complexa, heterogênea e
mutável.
Literatura é Literatura
Definições de literatura apontam mais para os contextos sociais que as produzem
do que a uma essência da definição.
É uma sociedade que, pelo uso que faz dos textos, decide se um dado texto é
literário fora de seu contexto original.
Literatura é literatura. É aquilo que dizem as autoridades. Os professores, os
editores, a instituição. Seja o contexto histórico, o linguístico ou estilístico, todos
esses fatores são, no fim das contas, extraliterários.
Capítulo 2 – O Autor