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Por meio do critério Esportes, criado pela Lei 18.030, de 2009, 0,1% da receita do
produto da arrecadação do ICMS devida aos municípios é distribuída àqueles que
com-provem a existência de conselho municipal de esporte em funcionamento,
proporcio-nalmente às atividades esportivas realizadas no município.
∑(N x P x NM x NA)
IE = -------------
∑MB
Sendo:
a) N: nota da atividade esportiva desenvolvida pelo município
1 MINAS GERAIS. Decreto nº 45.393, de 9 de junho de 2010. Regulamenta o critério Esportes estabelecido na Lei nº 18.030, de 12 de
janeiro de 2009, que dispõe sobre a distribuição da parcela da receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios.
2 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude. Resolução nº 13, de 7 de março de 2013.
Dispõe sobre o critério Esportes do ICMS Solidário – ICMS Esportivo, estabelecido pela Lei 18.030, de 12 de
janeiro de 2009 e regulamentado pelo Decreto Estadual nº 45.393, de 9 de junho de 2010.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Turismo e Esporte. Resolução n° 52, de 10 de dezembro de 2014. Altera a Resolução SEEJ
nº13/20 13, que dispõe sobre o critério Esportes do ICMS Solidário – ICMS Esportivo, estabelecido pela Lei 18.030 de 12 de janeiro de
2009 e regulamentado pelo Decreto Estadual nº 45.393, de 9 de junho de 2010, e dá outras providências.
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d)NA: número de atletas participantes em cada atividade esportiva;
ICMS Solidário 2016
3 MINAS GERAIS. Lei nº 18.030, de 12 de janeiro de 2009. Dispõe sobre a distribuição da parcela da receita do
produto da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios. Acesso em: 14 ago. 2015.
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Atividades de peso 1,0:
Para a concessão de nota por atividades esportivas, são considerados todos os eventos,
4 São considerados programas/projetos para o desenvolvimento da cadeia produtiva do esporte: realização de evento esportivo regional de grande
porte; existência de lei municipal de incentivo ao esporte; existência de fundo municipal de incentivo ao esporte; promoção o u participação de
agentes esportivos municipais em conferências que tenham como objetivos discutir temas relevantes para o desenvolvimento da cadeia produtiva do
esporte; sediamento de etapas do Jemg, Jimi, Jogos Escolares Brasileiros e Jogos Abertos Brasileiros.
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b) Peso da receita corrente líquida per capita – P
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1 1 6a7 6
2 2 8a9 7
3 3 10 a 11 8
4 4 12 a 14 9
5 5 acima de 15 10
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
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Quadro 2 – Pontuação por número de atletas para o cálculo do índice de transferência de receita
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude. Resolução nº 13, de 7 de março de 2013.
5 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Turismo e Esportes. Relatório dos Indicadores Definitivos do ICMS
Solidário: Critério Esportes: Art. 8°, §3°, Inciso I da Lei 18.030/2009. Ano-base 2013.
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Quadro 3 – Relatório Definitivo de Pontuação Critério Esporte – Alto Jequitibá, 2013
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0,5 8 1 6 24
Modalidades Oferecidas:
Tênis de Mesa, Xadrez, Futsal, Handebol, Peteca, Voleibol
1 8 6 3 144
Modalidades Oferecidas:
Motociclismo
1,5 8 1 1 12
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Turismo e Esportes. Relatório dos Indicadores Definitivos do ICMS Solidário: Critério
Esportes: Art. 8°, §3°, Inciso I da Lei 18.030/2009. ano base 2013.
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Aplicando-se a fórmula às informações prestadas pelo município,
JEMG 1 8 6 6 1 x 8 x 3 x 6 = 144
PP 1,5 8 1 1 1,5 x 8 x 1 x 1 = 12
TOTAL 180
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Turismo e Esportes. Relatório dos Indicadores Definitivos
do ICMS Solidário: Critério Esportes: Art. 8°, §3°, Inciso I da Lei 18.030/2009. ano base 2013.
Para recebimento dos recursos distribuídos com base no critério Esportes, cabe aos
municípios basicamente comprovar o funcionamento de conselho municipal de
esporte, bem como documentar e informar ao órgão do Poder Executivo estadual
competente os eventos/projetos esportivos em seu território ou a participação de
atletas do município em competições em outras localidades, por meio de um sistema
informatizado denomi-nado Sistema de Gestão Esportiva Municipal.
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Importante destacar que há um lapso de dois anos entre o envio das
ICMS Solidário 2016
Verifica-se ainda, o que se pode chamar de uma certa “permanência” dos municípios
no critério, uma vez que, dos 379 municípios que em algum momento receberam re-
cursos por meio do ICMS Esportivo desde 2011, 77 receberam nos quatro anos de
vigência do critério, 118 em três anos, 92 em dois anos e 92 apenas em um ano.
Por meio dos valores repassados aos municípios pelo critério Esportes, conforme infor-
mação disponibilizada pela Fundação João Pinheiro, pode-se perceber uma tendência de
concentração desse recurso. Como evidenciado na Tabela 1 a seguir, metade do
montante destinado ao critério tem sido distribuída a um pequeno grupo de municípios 6.
Tabela 1 – Número de municípios que receberam 50% dos recursos destinados à transferência
de ICMS no critério Esportes – Minas Gerais, 2011-2014
Valor médio
Total 50% Municípios distribuído
Ano- Municípios
distribuído do total que receberam % aos municípios que
base (R$) aptos (R$) 50% do total receberam 50% do
total (R$)
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Lei Hobin Hood: Demonstrativos da Receita de ICMS / IPI-exportação pelo ano e mês de referência.
6 FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Lei Hobin Hood: Demonstrativos da Receita de ICMS / IPI-exportação pelo ano e mês de referência.
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Embora o percentual de municípios que receberam a metade do montante destinado ao
2011 94 7 7,45%
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
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isso recebem baixas pontuações nas variáveis NM e NA, que são as
ICMS Solidário 2016
Quanto à variável número de atletas por atividade (NA), ela também penaliza os municí-
pios mais pobres e pode reforçar a desigualdade na distribuição de recursos do critério.
Como a pontuação da variável é definida por faixa populacional, municípios com situa-ção
socioeconômica e receita semelhantes tendem a receber pontuações diferentes conforme
sua população. Se dois municípios têm a mesma situação socioeconômica e receitas, pela
variável NA, o que tiver menor população ganhará pontuação maior pelo mesmo número
de atletas participantes. Se a população de um dos municípios for de 10.000 habitantes e
a do outro for de 51.000 habitantes, caso o primeiro conte 226 atletas participantes,
ganhará a pontuação máxima em NA (10 pontos). Caso o segundo conte o mesmo
número de atletas, ganhará apenas 3 pontos. Se a receita e as condições
socioeconômicas são semelhantes, os recursos per capita direcionados ao esporte são
menores no segundo município, já que sua população é maior. Embora ele receba maior
pontuação na variável P, é penalizado na variável NA, uma vez que o esforço necessário
para ganhar a pontuação máxima da variável será significativamente maior que a do
município com menor população. Desse modo, os efeitos redistributivos pretendidos por P
podem ser diminuídos ou anulados pela variável NA.
% de Municípios
ICMS Esporte/ICMS Total
2011 2012 2013
Até 0,5% 34,04% 52,56% 66,55%
0,5% --| 1,0% 18,09% 20,00% 16,73%
1,0% --| 2,0% 15,96% 16,74% 14,18%
2,0% --| 3,0% 10,64% 7,44% 2,18%
Acima de 3% 21,28% 3,26% 0,36%
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
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No entanto, tendo em vista a estagnação do valor distribuído por meio do critério e o
Prova disso é que, mesmo entre os 379 municípios que receberam recursos por
meio do ICMS Esportivo, os aportes destinados à função de esporte e lazer são na
maior parte das vezes inferiores a 1% dos valores totais de seus orçamentos. Com
base em dados extraídos do Índice Mineiro de Desenvolvimento Esportivo 7 – IMDE –
, verifica-se que aproximadamente 60% desses municípios alocaram menos de 1%
dos seus orçamen-tos na função esporte e lazer.
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Turismo e Esportes. Índice Mineiro de Desenvolvimento Esportivo.
7 Fruto de convênio entre a Seej e a Fundep, o IMDE compreende em três dimensões: pessoal, financiamento e
infraestrutura. A dimensão financiamento calcula o percentual dos orçamentos municipais alocados na função
esporte e lazer. Os dados são obtidos da Secretaria do Tesouro Nacional.
BRASIL. Secretaria do Tesouro Nacional. FINBRA – Finanças do Brasil – Dados Contábeis dos Municípios . In: __. Contas anuais.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Turismo e Esportes. Índice Mineiro de Desenvolvimento Esportivo. Belo Horizonte, 2014. 29 p.
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Caso o número de municípios aptos a receber recursos por meio do critério Esportes
ICMS Solidário 2016
Antes da criação do critério Esportes, o município teria que despender recursos fi-
nanceiros e materiais significativos para obter e sistematizar informações relativas a
eventos, projetos e programas de esporte e lazer executados em seu território.
Naturalmente, diversos municípios não teriam recursos materiais e humanos para exe-
cutar esse tipo de ação. Com a criação do critério Esportes, os municípios passam a
informar os eventos esportivos realizados em seu território ao órgão estadual de gestão
do esporte, que registra as atividades em seu sistema informatizado 9. Tal sistematiza-ção
traz vantagens evidentes: não apenas cria uma ferramenta para um melhor plane-jamento
municipal das ações a serem executadas nas áreas de esporte e lazer, como possibilita
que o órgão do Poder Executivo Estadual responsável pelo critério Esportes tenha acesso
aos dados enviados pelos municípios e os padronize, estratégias essen-ciais para
monitorar as políticas de esporte e lazer.
8 Em 2014 – quando 354 municípios receberam recursos, a diferença entre o que mais recebeu e o que menos recebeu
foi superior a R$ 150.000,00 (São João Nepomuceno: R$ 154.515,47 / Coronel Xavier Chaves: R$ 200,38).
9 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Turismo e Esportes. ICMS Esportivo: Sistema de Gestão Esportiva Municipal.
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Neste estudo serão analisados apenas dados das atividades esportivas municipais
Tabela 5 – Número de projetos aprovados pela SEESP e número de atletas participantes por
atividade esportiva – Minas Gerais, 2012-2013
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Turismo e Esportes. ICMS Esportivo: Sistema de Gestão Esportiva Municipal.
Como a adesão dos municípios ao critério Esportes foi maior em 2013 do que em 2012,
ano para outro. Os aumentos mais significativos ocorreram nas atividades “Atividades
10 Dados relativos aos eventos e projetos informados pelos municípios, dos quais se excluem as participações no
Jemg e no Jimi, cujos dados são obtidos diretamente pela Secretaria responsável.
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de Lazer (AL)”, “Esporte para Pessoas com Deficiência (EPD)”, “Outros Programas/Pro-
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jetos (PP)” e “Qualificação Agente Esportivo (QAE)”. Nas demais, o número de projetos
apresentados variou em menor proporção. O número de pessoas beneficiadas, por sua
vez, aumentou significativamente nas atividades AL, EPD e QAE. Já nas atividades “Aca-
demia na Escola (AE)”, “Instalação/ Reforma/ Equipamento Esportivo (IREE)”, “Progra-
mas Socioducacionais (PSE)” e “Xadrez na Escola (XE)”, esse número diminuiu. A tabela
6 a seguir apresenta o peso de cada atividade sobre o total de projetos apresentados:
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
A maior parte dos projetos cadastrados pelos municípios é voltada à promoção de práticas de
PP. Por sua vez, projetos destinados a públicos específicos têm baixa represen-tatividade no
11 As manifestações esportivas estão definidas no art. 3º da Lei Federal nº 9.615, de 24/3/1998: “Art.
3o O desporto pode ser reconhecido em qualquer das seguintes manifestações:
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Levando em conta que a Constituição Federal determina a destinação prioritária de
Além disso, como os objetivos das atividades “Academia na Escola (AE)” e “Xadrez
na Escola (XE)” são semelhantes – ensino de uma modalidade esportiva nas escolas
– não parece razoável a distinção das duas atividades. A fusão da atividade XE à
atividade AE poderia colaborar para aumentar a importância das ações destinadas à
promoção do desporto educacional. Com a fusão, o peso da atividade AE poderia
aumentar para 1 ponto ou mais com eventual diminuição do peso da atividade PP.
Outro problema apontado pela análise dos projetos apresentados pelos municípios é a
importância atribuída, na pontuação, à quantidade de participantes por modalidade es-
portiva. Como mencionado anteriormente, na fórmula de cálculo do Índice de Esportes do
Município, as variáveis que mais influenciam a nota final do município são as variá-veis
NM e NA, uma vez que elas são mais influenciáveis por ações da gestão municipal dos
que as variáveis P e N. Ou seja, quanto maior o número de modalidades esportivas e de
atletas, maior tende a ser a pontuação do município em determinada atividade. A
importância da variável NA pode ser comprovada ao relacionar os municípios que mais
receberam recursos em 2014 com o número de participantes dos projetos por eles
cadastrados em 2012, já que existe uma diferença de dois anos entre o cálculo do Índice
Esportes e o efetivo recebimento dos recursos. Dos 50 municípios cujos projetos
atenderam mais participantes em 2012, 28 integram o grupo dos 37 municípios que
sozinhos receberam em 2014 metade do montante distribuído pelo ICMS Esportivo.
A Tabela 7 a seguir mostra que a maior parte dos projetos cadastrados privilegia a prática
12 BRASIL. Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências.
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Tabela 7 – Quantidade de projetos aprovados pela SEESP por categoria de modalidade
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Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Turismo e Esportes. ICMS Esportivo: Sistema de Gestão Esportiva Municipal.
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Notas:
14 Em cada projeto/atividade computado para fins de cálculo do índice esporte pode ter sido praticada mais de uma modalidade.
15 SILVA, Bráulio Humberto da. Distribuição e perfil da prática esportiva nos municípios participantes do ICMS esportivo
em Minas Gerais no ano de 2012. Belo Horizonte, 2014. Monografia (Curso de Graduação em Administração Pública)
– Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho, Fundação João Pinheiro, Belo Horizonte, 2014.
16 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Belo Horizonte: Assembleia Legislativa de Minas Gerais, 2012.
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A distribuição dos recursos do ICMS com base nas práticas esportivas municipais tem
ICMS Solidário 2016
sido importante para a construção dessas políticas, pois tem servido para inventariar a
prática esportiva em todo Estado e, portanto, se constitui em instrumento para subsidiar o
planejamento e avaliação das políticas esportivas e qualificar a ação do poder público
nessa área. O critério tem favorecido, ainda, a participação da sociedade na condução do
esporte no Estado, por meio da atuação dos conselhos municipais.
Outro fator positivo do ICMS esportivo é que esse instrumento pode ampliar o
alcance do Jimi e do Jemg, principais programas esportivos estaduais, tendo em
vista que os municípios são pontuados pela participação nessas competições.
Todavia, como já explicado, não foi possível analisar a influência do critério Esportes
nessa participação, pois não foram disponibilizados os dados desses programas.
17 Política pública é o resultado de atividades políticas e de gestão pública na alocação de recursos e na provisão de bens e serviços
públicos. Política pública pode ser entendida como um sistema de decisões públicas que visa manter ou modificar a realidade por meio
da definição de objetivos e estratégias de atuação e de alocação dos recursos necessários para se atingir os objetivos estabelecidos.“.
MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática. Gerência
de Políticas Públicas. Políticas Públicas ao seu Alcance. In: ___. Assembleia de Minas: poder e voz do cidadão. (Portal.)
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Sem uma regulamentação estratégica no campo da política esportiva, recompensar
Todavia, deve-se reconhecer que tais eventos realizados pela livre iniciativa das comu-
nidades servem para dinamizar e revestir de criatividade o esporte no País, implemen-
tando uma democracia esportiva (TUBINO, 1996 apud STAREPRAVO, 2011. p. 105)19.
• competições esportivas: eventos em cuja definição constam termos que remetem a com-
petição esportiva (torneio, copa, olimpíada, etapa, campeonato, eliminatória, jogos, etc);
18 Conforme o site da Secretaria de Esporte, o objetivo do critério Esportes do ICMS Solidário é “fomentar a realização de eventos e
programas esportivos e a organização da política esportiva dos municípios, a partir da demanda de inventários esportivos e relatórios
anuais sobre as atividades esportivas realizadas e a participação popular, por meio dos Conselhos Municipais de Esporte.”.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Esporte. ICMS Solidário: critério esportes. In: ___. Portal.
19 STAREPRAVO, Fernando Augusto. Políticas Públicas de esporte e lazer no Brasil: aproximações, intersecções, rupturas e
distanciamentos entre os subcampos político/burocrático e científico/acadêmico. Curitiba, 2011. Tese. (Doutorado em
Educação Física. Área de Concentração Exercício e Esporte, Linha de pesquisa Sociologia para o Esporte e o Lazer.) –
Departamento de Educação Física, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011. p.105.
20 Classificação baseada na descrição e duração dos eventos apresentados, conforme dados disponibilizados pela Secretaria de Esporte.
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• qualificação de agente esportivo: eventos classificados em QAE ou eventos
ICMS Solidário 2016
Gráfico 1 – Projetos aprovados pela SEESP por categoria – Minas Gerais, 2013
3,18%
19,81% 16,25% Prática esportiva continuada
Competições esportivas
53,96%
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Interessante notar, pela análise do Gráfi co 1, a pouca expressão de projetos que tratam
de “Investimento em infraestrutura ou fi nanciamento de atividades esportivas”, exata-
mente os que demandam uma participação efetiva da gestão municipal. Por outro lado, a
grande maioria dos projetos pontuados são, naturalmente, as competições esportivas, já
que são a expressão máxima do esporte. Contudo, é preciso destacar que a partici-pação
direta dos municípios na realização desses eventos não é obrigatória.
tições esportivas”, “eventos de lazer” e “outros” foram agrupados pelo período de duração.
% Duração (Dias)
Categoria
Até 90 De 91 a 150 Acima De 150
Prática esportiva continuada 5,11% 3,46% 91,43%
Competições esportivas 90,92% 6,22% 2,86%
Eventos de lazer 99,81% 0,06% 0,13%
Outros 86,50% 4,82% 8,68
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
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Nota-se que a grande maioria dos eventos pelos quais os municípios pontuaram para
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
municípios recebem mais da metade do total desses recursos e a maior parte dos mu-
nicípios que os recebem estão localizados nas regiões mais desenvolvidas do Estado);
295
• valorização das modalidades coletivas, em especial o futebol, em
ICMS Solidário 2016
Em que pese a grande contribuição que o critério Esportes trouxe para a política es-
portiva, em especial pelo mecanismo de reunião e tratamento de dados da área, en-
tendemos cabível promover alterações na forma como vem sendo aplicado, a fim de evitar
as desigualdades, estimular a equidade na distribuição dos recursos e torná-lo um
instrumento eficaz para indução de políticas públicas municipais de esporte e lazer.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto
e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/
L9615consol.htm>. Acesso em: 18 ago. 2015.
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a distribuição da parcela da receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos
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SILVA, Aline Galantinni; MIRANDA, Antônio Eduardo Viana; ROCHA, Elisa Maria
ICMS Solidário 2016
Pinto da; PEREIRA, Lucas Moura.O impacto da política do ICMS Esportivo sobre a
gestão espor-tiva municipal de Minas Gerais. Cadernos da Escola do Legislativo,
Belo Horizonte: Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, v. 15, n. 24, p.
13-41, jul./dez. 2013. Disponível em:
<http://dspace.almg.gov.br/xmlui/handle/11037/10374>. Acesso em: 18 ago. 2015.
SILVA, Bráulio Humberto da. Distribuição e perfil da prática esportiva nos municípios
participantes do ICMS esportivo em Minas Gerais no ano de 2012. Belo Horizonte, 2014.
Monografia (Curso de Graduação em Administração Pública) – Escola de Governo
Professor Paulo Neves de Carvalho, Fundação João Pinheiro, Belo Horizonte, 2014.
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