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14/5/2014 FILME B

Boletim Filme B
Ano 15 - semana 41 - 08/10/2012 - Edição 777

Por um cinema local e global


por Beatriz Leite e Tiago Maranhão

A colaboração entre indústrias cinematográficas de países e continentes diversos foi um das questões
mais recorrentes dos debates do Rio Market. Em painéis diferentes, profissionais do setor discutiram as
possibilidades de coprodução e distribuição internacional do audiovisual da Ásia, Europa e América
Latina.

Nas mesas, ficou claro que afinidade cultural e proximidade geográfica não bastam para dar aos
produtos audiovisuais uma vocação global. Segundo grande parte dos participantes, embora estejam em
franco crescimento, América Latina e Ásia ainda precisam reforçar suas coproduções para fazer crescer
os mercados locais e fazer frente ao poderio de Hollywood. Produtor e diretor executivo da Americas
Film Conservacy, voltada para o desenvolvimento do cinema latino-americano, Oliver Kwon apresentou
três casos recentes: Corações sujos, de Vicente Amorim (coprodução de época ambientada no Brasil, mas
com 80% da trama falada em japonês e estrelado por atores de grande renome no Japão), Um conto
chinês, de Sebastián Borensztein (coprodução Argentina/China, falada majoritariamente em espanhol), e
a futura adaptação brasileira do drama coreano The Housemaid, projeto do diretor Marcus Baldini,
coprodução da AFC e da Bossa Nova Films.

Hak Jun Kim, CEO da Arclight Pictures, da Coreia do Sul, lembrou da situação atípica do país, com 50%
de market share para filmes locais, percentual que cresceu progressivamente nos últimos 15 anos graças
à renovação do interesse do público nas produções nacionais. Mas a situação não é o padrão, mesmo em
países que contam com mecanismos como a cota de tela. Vanessa Ragone, produtora da empresa
argentina Haddock Films, destacou o gargalo da distribuição como o grande problema do cinema local:
“Produzimos 80 filmes por ano, mas apenas 8% deles têm distribuição. O país está em discussão
permanente sobre cota de tela, já que produções hollywoodianas tomam quase todo o circuito. Já existe
uma lei para reduzir esse desequilíbrio, mas as distribuidoras preferem pagar multa a perder as salas”.

Na Europa, a crise tem obrigado produtores a cortar custos e buscar parcerias. Adrià Monés, da
espanhola Filmax, deu a receita do tipo de projeto que interessa à empresa: grandes conceitos e baixos
orçamentos. O caminho da coprodução também é atraente. Atualmente, a companhia trabalha em uma
animação em coprodução com o Brasil, dirigida por Flávio Tambellini.

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