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Orlando Sampaio-Silva**
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SAMPAIO-SILVA, O. Herbert Baldus: vida e obra — Introdução ao indigenismo de um americanista teuto-bra-
sileiro. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia. S. Paulo, 2:91-114, 1992.
aviador, tendo, como tal, participado daquela tribais do Paraguai (Xamakoko, Kaskihá e Sa
hecatombe. Este episódio, em sua vida de jo napaná) com os quais já havia estado duas
vem, propiciou-lhe a produção de poemas vezes, anos antes.
centrados na temática da guerra. Dando asas ao seu espírito literário, Bal
Em 1921, viajou para a Argentina, vin dus, estudante em Berlim, produziu alguns tex
do, assim, aventurar-se, sem objetivos espe tos, entre os quais se destacou uma novela bio
cíficos claramente definidos, na América do gráfica baseada na vida da mulher do caudilho
Sul. Mudou-se, em 1923, para São Paulo, no paraguaio Solano Lopes — “Madame Lynch”
Brasil, e, neste mesmo ano, visitou os índios —, publicada em 1931.
Xamakoko, Kaskihá e Sanapaná, do Chaco, Inconformado e se sentindo ideologica
Paraguai, como participante, então, de uma mente incompatibilizado com a ascensão do
expedição cinematográfica. Esta viagem des Nacional Socialismo (Partido Nazista) ao po
pertou, definitivamente, em Baldus, o inte der, na Alemanha, Baldus, um autêntico de-
resse pelas regiões distantes da civilização e mocrata-liberal-progressista — como de
pelos estudos antropológicos tendo por obje monstraria ao longo de toda sua existência
to os povos indígenas, dando, assim, os pri —, deixou seu país, em 1933, transferindo-se
meiros passos em sua carreira profissional definitivamente para o Brasil, onde morou
como etnólogo. A esta profissão ele se dedi pelo resto de sua vida. Hans Becher (1972:
cou, com ânimo incomum, até sua morte 1308), a propósito deste fato, informa que
ocorrida em São Paulo, a 24 de outubro de “The Nazis bumt his books and deprived hin
1970. of his German citizenship”. Os nazistas não
O contato com aqueles primeiros povos perdoariam, assim, esse humanista amante da
indígenas que observava propiciou-lhe mate liberdade.
rial etnográfico para a publicação de seu pri No mesmo ano em que retomou ao Bra
meiro artigo sobre a temática indígena, inti sil, Baldus, subvencionado pela Notgemeins-
tulado “Os índios Chamacoco” (1927). Só no chaft der Deutschen Wissenschaft (Sociedade
ano de 1927, Baldus voltaria a estar com ín Assistencial de Ciência Alemã), de Berlim,
dios, ao visitar os Guarani, no litoral paulista, empreendeu uma expedição ao sul do país,
para, logo no ano seguinte, retomar ao Cha visitando os Kaingang, de Palmas, no Para
co, onde realizou nova abordagem junto aos ná, no leste do Paraguai. Com estes índios,
Xamakoko, os Kaskihá e os Sanapaná. esteve, nesta oportunidade, à procura de um
Estas últimas visitas de observação per grupo local Guayakí, então, ainda isolado.
mitiram a Baldus publicar seu primeiro artigo Nesta mesma expedição, esteve, por curto es
sobre índios Guarani (“Ligeiras notas sobre os paço de tempo, com os índios Xiripá. Com
índios Guaranys do litoral paulista”, 1929), e, bases nas observações realizadas ao longo
diversos trabalhos sobre aqueles grupos indí dessa expedição científica, Baldus veio pu
genas do Chaco. blicar diversos artigos sobre os grupos visi
Incentivado pelo êxito de suas primeiras tados no Brasil e principalmente no Paraguai.
expedições ao campo, Baldus, ainda em 1928, Destacam-se entre esses artigos o “Sprach-
retomou à Alemanha, para formalizar seus es proben des Kaingang von Palmas” (1933), o
tudos de Etnologia, na Friedrich-Wilhelm- “Sinopse de cultura guayakí” e o “The
Universität, de Berlim. Neste centro de estu Guayaki”, sendo este último em colaboração
dos superiores, seu mestre de Etnologia foi com Alfred Métraux, trabalhos que exibiram
Richard Thumwald, tendo aí também realiza um pesquisador sobretudo arguto na observa
do estudos americanistas com Konrad Theo ção de campo e nos registros dos padrões so
dor Preuss e Walter Lehmann, e estudado Fi ciais e culturais dos povos indígenas visita
losofia com Heinrich Meier, Desoír, Lieber e dos, aspectos estes que viriam a caracterizar
Spranger, vindo a conquistar o título de Dou toda sua obra antropológica.
tor em Filosofia. Os interesses científicos de Baldus eram
Quando estudante, em 1931, publicou, amplos, o que o levou a imiscuir-se nos es
em Leipzig, seu primeiro livro etnográfico, in tudos de diferentes campos da Antropologia.
titulado IndianerStudien im nordöstlichen Este traço destacado de sua obra já ficou
Chaco, tendo por objeto aqueles três grupos bem claro, quando, em 1934, dirigiu-se ao
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Estado de Mato Grosso, tendo, nesta expedi cf. foi referido anteriormente em citação de
ção, estado, pela primeira vez, em contato Wagley. As permanências com estes índios
com os índios Terena e com os Bororo, de propiciaram ao pesquisador o registro de um
Meruri e do Sangradouro; nesta oportunida volume tão abundante de informações, que
de, também esteve observando as pinturas pôde produzir sua obra mais alentada em Et
rupestres existentes em Sanf Ana da Chapa nologia e da maior importância em sua biblio
da, demonstrando, então, interesse na área da grafia, tal seja o Tapirapé — Tribo tupi no
Arqueologia. E, como aconteceu, em geral, Brasil Central (1970), ou, cf. Hans Becher
na vida do pesquisador, suas observações de (1972), “His later monogaph on the Tapirapé
campo foram logo aproveitadas para a elabo became his most significant book”.
ração de artigos, que foram levados a lume, Suas visitas aos Karajá levaram-no a in-
como é o caso, por exemplo, do artigo que teressar-se por um dos aspectos mais simbó
foi publicado no Ethnologischer Anzeiger, licos e esteticamente insólitos da cultura ma
IV, Stuttgart, sob o título “Die Erbfolge der terial desse povo, as bonecas calipígias de ce
Häuptlinge bei den Tereno“, “As pinturas ru râmica, tendo publicado, logo em 1936, o ar
pestres de Sant’Ana da Chapada (Mato Gros tigo “Licocós, as bonecas dos Carajás”.
so)” (1937). Em 1937, reunindo em um volume di
Baldus voltou, em 1935, a Mato Grosso, versos trabalhos, Baldus publicou uma de
subvencionado pelo dr. Samuel Ribeiro, por suas obras mais importantes, os Ensaios de
intermédio do Instituto Histórico e Geográfico Etnologia Brasileira, contendo oito ensaios,
de São Paulo, para prosseguir os estudos sobre com os seguintes títulos: “Etnologia Brasilei
os Bororo, desta vez, os Tóri-páru, vindo, en ra” (pp. 17-28). “O culto aos mortos entre os
tão, também, a iniciar suas observações etno Kaingang de Palmas” (pp. 29-69), “A suces
lógicas entre os índios Karajá, da Ilha do Ba são hereditária do chefe entre os Tereno” (pp.
nanal, no rio Araguaia, e entre os Tapirapé. 70-85), “Os grupos de comer e os grupos de
Para atingir este grupo, Baldus partiu da Ilha trabalho dos Tapirapé” (pp. 86-111), “A po
de Bananal e seguiu de canoa pelo rio Tapi sição social da mulher entre os Bororo
rapé até a aldeia Tampiitaua, daqueles índios. Orientais” (pp. 112-162), “O professor Tiago
Wagley (1980) informa que “Sua (de Baldus) Marques e o caçador Aipoburéu” (pp. 163-
experiencia real de campo entre os Tapirapé 186), “Mitologia Karajá e Tereno” (pp. 187-
estava limitada a cerca de seis semanas em 275) e “A mudança de cultura entre índios
1935 e ainda mais um curto período em no Brasil” (pp. 276-321). Este livro extrema
1947”.1 mente rico, tanto do aspecto teórico, quanto
Estava definitivamente estabelecida uma da apresentação e descrição de dados empí
das principais características do trabalho cien ricos, Baldus dedicou “Ao grande conhece
tífico de Baldus, ou seja, seu interesse pelos dor dos índios no Brasil Curt Nimuendajú”.
estudos de um grande número de grupos in Já com uma significativa experiência
dígenas, ao invés de tomar-se um especialista, acumulada de pesquisas etnológicas, Baldus,
exclusivista, em um único grupo, orientação em 1939, assumiu a cadeira de Etnologia
dominante essa que lhe valeu tomar-se um dos Brasileira, na Escola de Sociologia e Política
mais expressivos conhecedores dos grupos in de São Paulo, a convite de Antônio Rubbo
dígenas do Brasil, com base na sua própria Müller (cf. este professor), tendo lecionado
experiência de pesquisa de campo. Assim, no período mais brilhante da vida deste esta
ampliando a divulgação de seus estudos sobre belecimento pioneiro no ensino e na pesquisa
a pluralidade de sociedades indígenas, publi em Ciências Sociais, no Brasil. Através do
cou, em 1937, um interessantíssimo ensaio so periódico Sociologia, da Fundação Escola de
bre “A posição social da mulher entre os Bo- Sociologia e Política de São Paulo —
rôros Orientais” (Baldus, 1937). FESPSP — (no qual era o diretor da “secção
Baldus voltou aos Tapirapé em 1947 — etnológica”), Baldus divulgou muitos de seus
estudos, dentre os quais queremos registrar
os diversos artigos com “sugestões para pes
(1) Texto prôduzido para a comemoração do décimo ani quisas etnográficas”. Na FESPSP, Baldus di
versário do falecimento de Baldus. rigiu o Seminário sobre os índios no Brasil,
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Grassi, professor de Psicologia Clínica, para publicado, em 1947, o volume I da Nova Série
colaborar conosco. ... A apuração ia ainda a deste que é um dos mais importantes periódi
meio caminho quando Kelley mudou-se de cos no campo da Antropologia editados no
Winston-Salem, onde estávamos, para Berke- Brasil. Através dessa Revista, alguns dos mais
ley, onde foi ser diretor da Escola de Crimi- importantes trabalhos científicos de Baldus
nologia da Universidade da Califórnia. Grassi, vieram a lume, conforme pode ser constatado
que nunca estivera muito interessado no tra na bibliografia desse autor que compõe este
balho, também o abandonou nessa ocasião. artigo. Baldus permaneceu naquela função
Tínhamos, então, apurado exatamente a me pelo resto de sua vida.
tade dos protocolos, ou seja, 16 dentre os 32... Em 1947, Baldus desenvolveu intensas
“Continuei sozinho a fazer a análise e, atividades de pesquisa. Na primeira metade
algum tempo depois de voltar ao Brasil, dis do ano, esteve com outro grupo Kaingang, o
cuti com o Prof. Baldus os resultados a que de Icatu, em São Paulo, e com outro grupo
chegara (com ou sem a colaboração de Kelley Terena, o de Araribá, também neste Estado;
e de Grassi). Pareceu-lhe que esses resultados nos meses de junho, julho e agosto, convidado
estavam mais de acordo com suas próprias pelo Serviço de Proteção aos índios, visitou
observações, pensando ele que deveriam ser aldeias dos índios Karajá, da ilha do Bananal
publicados. ”Eu próprio não tinha o mesmo — Goiás — e de Mato Grosso, bem como
entusiasmo de Baldus, por várias razões. A esteve, em curta estada (cf. foi referido ante
mais importante é que, devido às enormes di riormente), novamente com os Tapirapé, do
ficuldades da administração, foi esta muito de rio Tapirapé, Mato Grosso. Nessas visitas,
feituosa. Toma-se, por isso, extremamente di Baldus representava o Museu Paulista e a Es
fícil analisar de maneira bem precisa um gran cola de Sociologia e Política, e estava acom
de número de respostas, o que dá à interpre panhado do médico Haroldo Cândido de Oli
tação final uma margem de erro bastante apre veira. O relatório que Baldus produziu para o
ciável. Fiquei, pois, em dúvida quanto à van S.P.I., em decorrência desta última viagem,
tagem de publicar um material dessa natureza, apareceu publicado na Revista do Museu Pau
sobretudo depois de já ter sido uma vez ana lista, N.S., Vol. II, 1948. Contém críticas se
lisado. Baldus, contudo, insistiu sempre em veras ao Serviço de Proteção aos índios, ofe
sua publicação, convencendo-me, enfim, a rece sugestões extremamente sérias ao indige
fazê-la" (Souza, 1953). Ao procedermos essa nismo brasileiro, e contém preciosas informa
longa citação, o fazemos por sua propriedade ções etnológicas sobre os vários grupos locais
como testemunho histórico de um episódio in- Karajá e Tapirapé que visitou. Refere-se à
comum na vida de Baldus, mas, também, “natureza morta” da aculturação, quando fala
como um exemplo dos caminhos incertos pe do uso pelos Karajá de panela de ferro — que
los quais um trabalho científico não deve tri substitui à de barro — e, sapato de couro,
lhar. O próprio Baldus, como era de se espe objetos originários da influência dos brancos.
rar, viria, mais tarde, a penitenciar-se, quando, Faz críticas à implantação da escola de nossa
em seu conspícuo estudo sobre o xamanismo sociedade nas sociedades indígenas e lembra
(1965/66), assim se pronunciou: “Mesmo as o caso do índio Bororo professor Tiago Aipo-
técnicas projetivas como os psicodiagnósticos buréu em processo de alienante decadência;3
de Rorschach e Mira Y Lopez, aplicados por critica também a ação dos catequistas religio
mim, em 1946, a índios Kaingang, impõem, sos, por sua influência negativa nas socieda
usadas fora da nossa cultura, tantas restrições des visitadas. Fala da inconveniência do uso
que não me parecem recomendáveis” (Baldus, pelos índios de vestuário levado pelos bran-
1965/66).
Baldus foi convidado, pelo Govemo de (3) O caso desse índio Borôro foi exposto por Baldus no
São Paulo, para organizar as coleções do Mu ensaio “O professor Tiago Marques e o caçador Aipobu-
seu Paulista, em 1946, e alguns meses depois réu” (in Ensaios de Etnologia Brasileira, 1937). O mes
desse convite, aquele mesmo govemo conflou- mo tema foi retomado por Florestan Fernandes, quando,
lhe a direção da Seção de Antropologia do em 1945, escreveu o trabalho “Tiago Marques Aipoburéu:
mesmo Museu. A partir de então, Baldus edi Um Borôro marginal”, para o Seminário sobre os índios
tou a Revista do Museu Paulista, tendo sido no Brasil, dirigido por H. Baldus.
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eos, por sua inadequação aos trópicos. Analisa Brasil, que merece, até certo ponto, o nome de
a política de “administração direta” aplicada étno-sociólogo”, por sua monografia sobre os
pelo S.P.I. (“pacificando as hostis e acabo- Borôro Orientais; sobre o autor prefaciado,
clando as outras”) e pela tradição portuguesa Baldus diz que “foi a alma daquele Seminário
e francesa, inclusive na África (“procurar (refere-se ao Seminário de Etnologia Brasilei
substituir a cultura indígena pelas nossas ins ra, da Escola de Sociologia e Política de S.
tituições, conceitos e língua”), enquanto a Paulo), mostrando-se capaz de discutir com
“administração indireta” empregada nas colô rara penetração qualquer assunto apresentado
nias inglesas “conserva a cultura indígena o e revelando-se um dos mais esperançosos cien
mais possível...”. Encontra os fundamentos tistas sociais brasileiros da nova geração”. Tra
doutrinários da “administração direta” no po tando de tema semelhante, Baldus e Florestan
sitivismo comteano, do qual Rondon era se Fernandes viriam a polemizar, mais tarde, em
guidor, sendo essa orientação teórica herdeira decorrência da publicação pelo primeiro, no
do pensamento evolucionista (pp. 162/3). En Suplemento Literário ng 159, da edição de
tre muitas recomendações e críticas, condena: 28/09/59, de O Estado de São Paulo, sob o
a intervenção na economia tribal; construções título “A Etnologia Histórica no Brasil”, de
de casas para índios pelo S.P.I.; a presença de um comentário ao livro de Fernandes intitula
ladrões de terras, mascates, turistas, caçadores do A Etnologia e a Sociologia no Brasil (1958).
brancos e de jornalistas e cinematografistas Neste artigo, Baldus parte de considerações a
em aldeias indígenas. Baldus recomenda a respeito do primeiro capítulo do livro — Ten
realização de cursos, que preparem os funcio dências teóricas da moderna investigação et
nários do Serviço de Proteção aos índios para nológica no Brasil — e provocou uma forte
lidarem com os povos indígenas (pp. 166/7/8). reação do autor, através do artigo “A ’Etnolo
O ano de 1949 foi particularmente intenso. gia Histórica’ no Brasil” (notar para a repetição
Convidado pelo governo norte-americano, do título), publicado no Suplemento Literário
Baldus excursionou a diversas tribos de índios ns 166, daquele mesmo diário paulista, edição
dos Estados de Arizona e New México, nos de 23/01/60.
Estados Unidos, onde também visitou biblio Ainda em 1949, com base nas observações
tecas e museus. Foi eleito secretário do Comitê que realizou na área do Araguaia, em anos an
Executivo do XXIX Congresso Internacional teriores, Baldus publicou, em Freiburg/Suíça,
de Americanistas, que se realizou em New o artigo “Akkulturation im Araguaya-”Ge-
York. Em São Paulo, neste mesmo ano, rece biet", no qual aborda as questões de acultura
beu duas distinções: Medalha Tobias de ção dos índios Karajá e dos Tapirapé, confron
Aguiar, que lhe foi conferida pelo Govemo do tando dados registrados na excursão de 1935
Estado, e a Medalha Goetheana, que lhe foi e os de 1947, constatando grandes alterações
agraciada pela Sociedade Goetheana daquele nas culturas daqueles povos.4
Estado. Ainda nesse ano, Baldus prefaciou a Em 1952, Baldus realizou, certamente,
obra de Florestan Fernandes: Organização So sua última pesquisa de campo entre grupos
cial dos Tupinambá, vindo aquele prefácio a indígenas do Brasil, ao visitar os índios Kain-
ser publicado, em outros veículos de comuni gang de Nonoaí e Guarita, bem como, os
cação, sob o título: “Etno-Sociologia brasilei Mbyá-Guaraní, também , de Guarita, no Es
ra” (1949) (conforme bibliografia de H. Baldus tado do Rio Grande do Sul; no mesmo ano ele
levantada exaustivamente neste estudo). publicaria o “Breve notícia sobre os Mbyá-
Nesse ensaio, Baldus faz uma síntese das Guarani de Guarita”. Também neste ano, Bal-
contribuições de cronistas, missionários e via
jantes para o conhecimento das populações tri
(4) Baldus, altamente interessado na temática da acultu
bais existentes no Brasil, desde Pero Vaz de
ração e mudança cultural, abordou este tema em muitos
Caminha até seus (de Baldus) contemporâ de seus trabalhos, como, v.g., em: “A mudança de cultura
neos; refere-se a von Martius como o “pai da entre índios no Brasil” (in Ensaios de Etnologia Brasilei
Etnologia Brasileira”, por seu Beiträge zur ra, 1937) e “Was ist seit 1500 aus dem Indianer Brasiliens
Ethnographie und Sprachenkunde Amerikas geworden?” (1962), entre outros. Neste último trabalho,
zumal Brasiliens (1867), e, ao Pe. Colbacchini, estuda os comportamentos recíprocos entre índios e bran
como “o primeiro pesquisador de índios do cos desde 1.500, e as questões de mudança cultural.
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pela professora Thekla Hartmann — antropó e, durante anos, integrou o Conselho Científico
loga que sucedeu a Baldus na direção da Di da Associação Brasileira de Antropologia. Bal
visão de Etnologia, do Museu Paulista —, dus foi identicamente distinguido, quando, em
dando seguimento à obra paciente, minuciosa 1958, a Prefeitura do Distrito Federal lhe con
e exaustiva do mestre, contém a apresentação feriu a Medalha Sílvio Romero; em 1960, a
de 1.765 trabalhos antropológicos publicados Sociedade Geográfica Brasileira lhe conferiu
após os que figuram no segundo volume da a Medalha Marechal Cândido Mariano da Sil
Bibliografia. Thekla Hartmann, na Introdução va Rondon, e, em 1964, foi agraciado pela Es
a seu Volume, diz que “O maior legado de panha com a Comenda de Isabel, a católica.
Herbert Baldus às gerações mais moças de Em geral, nas oportunidades em que par
pesquisadores foi, sem dúvida, a Bibliografia ticipou de eventos no exterior, Baldus esten
Crítica da Etnologia Brasileira", e Hans Be- deu sua viagem a outros países, para visitar
cher, no Prefácio a esse mesmo Volume, re instituições científicas. Dessa forma, em 1952,
fere: “Espero que o três volumes da Biblio esteve em Portugal, Espanha, França, Alema
grafia Crítica da Etnologia Brasileira sejam nha, Suíça, Dinamarca, Suécia e Inglaterra.
proveitosos para as gerações presentes e futu Quatro anos depois, voltou à Europa, para es
ras de cientistas e estudantes que se dedicam tar novamente na Alemanha, Suíça e Dina
à etnologia no Brasil. Devem eles recordar-se marca, bem como, na Itália e na Holanda, es
sempre do excelente compêndio que lhes foi tendendo sua viagem ao continente america
deixado por Herbert Baldus e Thekla Hart no, onde visitou os Estados Unidos, o Equador
mann, num trabalho imenso combinado com e o Peru. Em 1958, visitou outros países his
conhecimentos profundos”. pano-americanos, tendo estado com grupos
Ainda em 1954, no artigo “Os Otí”, Bal indígenas e observado ruínas arqueológicas no
dus aborda a questão deste grupo indígena da Peru, Costa Rica, Honduras, Guatemala e Mé
região do rio Paranapanema, já, então, extinto. xico. Voltou ainda uma vez à Europa, em
Apesar das diferenças sócio-culturais entre os 1960, ocasião em que revisitou alguns países,
grupos Xavantes de Mato Grosso e os Otí, tais como a Áustria, a Alemanha, a Itália e a
Baldus refere-se a estes como os “Xavantes França; nesse último país, nesta oportunidade,
de São Paulo” e atribui a extinção destes ín integrou um grupo internacional de estudio
dios ao confronto entre culturas, decorrente sos, que visitou cavernas pré-históricas. Em
do encontro com os “brancos”, o que teria 1961, retomou ao México, onde visitou sítios
provocado um “choque cultural”. arqueológicos pré-colombianos. Suas viagens
A partir de 1955, Baldus foi membro cor de estudo ao exterior levaram-no a produzir
respondente da Sociedade Suíça de America alguns trabalhos específicos, que foram publi
nistas. Aliás, foi reconhecido, por sua destaca cados, tais como: “Um indigenista do Brasil
da contribuição ao desenvolvimento dos no sudeste norte-americano” (1951) e “Primi
estudos antropológicos sulamericanos, por tivos da Argentina” (1954) (V. bibl. de Bal
muitas entidades científicas, culturais e profis dus, no corpo deste estudo).
sionais de diversos países, que o agraciaram Nota-se em Baldus interesse especial pe
com comendas ou o inscreveram nos quadros los autores de língua alemã, particularmente
de seus filiados eméritos. Dessa maneira, Bal os alemães que contribuíram com ensaios em
dus era membro honorário do Real Instituto língua germânica, ao conhecimento dos índios
Antropológico da Grã Bretanha e Irlanda, da do Brasil, como se percebe claramente em seu
Sociedade Berlinense de Antropologia, Etno trabalho “Beiträge in deutscher Sprache zur
logia e Pré-história, da Sociedade Etnológica Indianerforschung in Brasilien (1954-1958)”
de Hannover e da Sociedade Antropológica de (1959). Porém, seu interesse e dedicação ao
Viena. Também foi membro correspondente da estudo das obras de autores estrangeiros, bem
Sociedade de Geografia de Lisboa. Era mem como a sua divulgação, evidentemente, trans
bro emérito do Instituto Histórico e Geográfico cendia a esse grupo de escritores; em 1969,
de São Paulo, e, foreign fellow da Associação Baldus veio a publicar o ensaio “Schweizer
Antropológica Americanista. Foi membro do als Indianerforscher in Brasilien”, no qual
Conselho Permanente da União Internacional apresenta, cataloga e comenta um bom núme
das Ciências Pré-Históricas e Proto-Históricas, ro de “americanistas” suíços.
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De 1953 a 1960, H. Baldus foi o Diretor Baldus era irônico e tinha seus momentos
do Museu Paulista (também conhecido como de amenidades, como se pode perceber no epi
Museu do Ipiranga), função da qual se afas sódio que narra em seu Tapirapé: Tribo tupi
tou para dedicar-se exclusivamente às ativi no Brasil Central (1970: 277/8), envolvendo
dades científicas, de vez que os encargos ad ele próprio e Charles Wagley; “Parece que os
ministrativos interferiam de forma negativa Tapirapé acreditam em concepção mágica,
em seu campo de trabalho principal. Ao con embora saibam ser a gravidez conseqüência
trário do que ocorreu nos demais anos, no das relações sexuais. Em 31 de março de 1942
ano de seu afastamento da direção do Museu contou-me o Dr. Wagley o seguinte: Nos pri
Paulista, Baldus levou ao público um número meiros tempos em que esteve em Tapiitaua,
menor de trabalhos, tendo publicado apenas ouviu de repente: ”Lá vem Dotoí". Sabia que
dois, sendo um no Jornal do Folclore (“Curt era êste o nome com que as mulheres e crian
Nimuendajú”) e outro na revista Anhembi ças da aldeia costumavam me tratar, acrescen
(“Antropologia Aplicada e o indígena brasi tando o diminutivo “i” ao título pelo qual o
leiro”). Neste último trabalho, o autor, após camarada Daniel me chamava. Wagley, sur-
citar Darcy Ribeiro, em seu ensaio importan prêso, virou-se e viu aproximar-se não o co
te de 1957 (“Culturas e línguas indígenas do lega de São Paulo, mas um menino tapirapé.
Brasil”, in Educação e Ciências Sociais, II, “Onde está Dotoí?” perguntou. Indicaram-lhe
n2 6, Rio de Janeiro), no trecho em que este o menino. “Mas Dotoí está longe”, objetou.
antropólogo faz comentários a respeito da in Então ensinaram-lhe que o menino também se
tegração dos índios Fulniô, de Pernambuco, chamava Dotoí, por ser filho do Dotoí de São
expõe a seguinte crítica característica de seu Paulo. E como prova dessa relação de paren
temperamento polêmico: “Deixando de lado tesco mostraram ao etnólogo que o menino,
a discussão sobre possibilidades de recons como seu longínquo genitor, não tinha buraco
trução da “antiga cultura” em apreço e sobre no lábio inferior para o uso do tembetá, como
a propriedade do têrmo “obsolescências” se vê nos meninos tapirapé da sua idade.
para designar as línguas e as culturas dos po Numa obra cientificamente sêca como esta,
vos da América do Norte, da Europa e do não é preciso tomar em consideração o que
Brasil acima mencionados, acho que a gene Wagley pensou de mim e se êle comparou a
ralização de estarem as culturas e as línguas côr da pele do Dotoí II com a das outras crian
indígenas brasileiras “destinadas a se des ças ao redor. Basta dizer que êle é meu amigo
caracterizarem na medida em que a socieda e o norte-americano mais compreensivo que
de nacional cresça ” revela encarar o autor conheço. Naturalmente não deixou de perce
êsses processos quase ’s ub espécie aeternita- ber que a idade do menino correspondia mais
tis’, mas não num prazo adequado para o ou menos ao número de anos passados desde
estudo de tais problemas (destaque nosso). a minha estada em Tampiitaua. Verificou tam
Quem sabe se no ano de 1999 ou de 2459, bém que Vuanomanchí estava desempenhan
os Fulniô e outras tribos não continuarão ain do o papel de pai do rapazinho. E Vuanoman
da obstando a uma “homogeneidade de de chí tinha sido meu amigo íntimo, em 1935."
senvolvimento” da “sociedade nacional”, A par do insólito e do pitoresco da narrativa
ainda que, pelo seu número, constituíssem (que remete, também, às situações embaraço
obstáculos insignificantes? Em todo caso sas em que um etnólogo pode ver-se envolvi
Darcy Ribeiro poderia aparecer como o her do, involuntariamente), o trecho citado exibe,
deiro mais ou menos modernizado da men em poucas palavras, o domínio da técnica li
talidade imperialista portuguesa se as suas terária e da língua portuguesa a que chegou o
últimas publicações não nos ensinassem, fe alemão de nascimento Baldus.
lizmente, o contrário". Evidentemente a crí Em 1961, Baldus assumiu a cadeira de
tica de Baldus a Ribeiro, neste episódio, é Etnologia Brasileira, na Faculdade de Filoso
séria e indica claramente divergência de fia, Ciências e Letras de Rio Claro, no interior
orientações teóricas e de perspectivas na per do Estado de São Paulo.
cepção dó processo em curso nas relações A propósito do 652 aniversário de nasci
sociais entre sociedades indígenas e a socie mento de Herbert Baldus, Hans Becher editou
dade nacional. um volume comemorativo de Völkerkundliche
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sileiro. Rev. do Museu de Arqueología e Etnología. S. Paulo, 2:91-114, 1992.
pos, bem como de fotos de cenas de carim- com evidente interesse didático, itens teóricos
bagens, além de extensa bibliografía.6 de grande interesse. “Que é etnologia?” — e
0 artigo sobre o xamanismo publicado responde — “Literalmente: a ciência do povo
por Baldus na Revista do Museu Paulista ou dos povos, isto é, a ciência que estuda as
(1965/6) é de excelente qualidade científica. diversas modalidades totais de um povo e suas
Trata-se de um trabalho teórico praticamente relações com as modalidades de outros povos.
único na bibliografía etnológica brasileira, de A palavra povo significa, aqui, unidade cultu
uma abordagem não especificamente sobre ral. Assim, a etnologia estuda a unidade cul
esta instituição em uma sociedade determina tural no que diz respeito à sua singularidade
da, mas sim, um estudo amplo, aberto, geral, local e temporal e às suas relações com outras
com predominante fundamentação bibliográ unidades culturais. A etnologia limita-se ao
fica em autores expressivos, que se dedicaram estudo das chamadas culturas primitivas, por
a este tema, contendo, também, contribuições ser ainda uma ciência em formação” (p. 17).
pessoais do autor, no sentido de que se baseia, Trata-se de um ensaio de caráter preliminar,
ao lado das demais fontes, em suas observa no qual o autor desenvolve, sinteticamente,
ções diretas no campo. À medida em que o conceitos teóricos, como o acima, ainda de
texto avança, Baldus insere, em um crescendo, orientação fortemente culturalista, da mesma
suas interpretações pessoais do ponto de vista forma como em sua definição de cultura:
teórico, sobretudo nos itens referentes ao “Cultura, no sentido que lhe dão os etnólogos,
xamã e o grupo social (a instituição, o status é a expressão harmônica total do sentir, pen
e a ambivalência). sar, querer, poder, agir e reagir de uma uni
Como se constata, esse autor versátil e de dade social, expressão essa que nasce de uma
grande produtividade, teve a publicação de combinação de fatores hereditários, físicos e
sua obra científica marcada por alguns even psíquicos, com fatores coletivos morais, e que,
tos principais, tais como: unida ao equipamento civilizador (instrumen
1 — a publicação, em 1931, de sua pri tos, armas, etc.) dá à unidade social a capaci
meira destacada obra científica, o livro dade e a independência necessárias à luta ma
Indianerstudien im nordwestlichen Cha terial e espiritual pela vida. Um dos problemas
co (230 págs.), na qual faz estudos com principais da etnologia é estudar a mudança
parativos sincrónicos entre os grupos in contínua desta expressão e as causas dessa
dígenas Chamacoco e Kaskihá, bem mudança” (p. 17). Estabelece as diferenças
como com os Mbiá, de Mato Grosso; conceituais entre etnologia e antropologia
2 —a publicação dos Ensaios de Etnolo (“Ciências auxiliares uma da outra”, p. 18),
gia Brasileira (346 págs.) em 1937, reu entre etnologia e etnografia e sentencia: “o
nindo importantes trabalhos seus sobre etnólogo será sempre etnógrafo; e o etnógrafo
diferentes grupos indígenas, tais como os não poderia, sem conhecimento etnológico,
Bororo, os Teréna, os Kaingang, os fazer trabalho útil” (p. 19). “Ambas as ciên
Guayakí, os Karajá, os Tapirapé; cias são empíricas e indutivas” (p. 19). Quanto
3 — a publicação da Bibliografia Crítica ao livro como um todo, esclarece: “Intitulei o
da Etnologia Brasileira, em 1954 ( l 9 vo presente livro Ensaios de Etnologia Brasilei
lume) e em 1968 (22 volume), e ra, embora ele tenha, na maior parte, caráter
4 — a publicação, já próximo a sua mor puramente etnográfico. Mas esse material et
te, do livro Tapirapé: tribo tupi do Brasil nográfico serve, principalmente, para estudar
Central (511 págs.). um problema etnológico, qual seja a mudança
Nos Ensaios de Etnologia Brasileira, es de cultura entre índios no Brasil” (p. 19).7 E
tuda temas sociais variados, com ênfase nas
abordagens de religião, e também desenvolve,
(7) A propósito desse interesse teórico específico encon
trado nas obras de Baldus, Galvão (1979:127) faz o se
guinte comentário, agrupando o nosso autor com outros
(6) A propósito desse ensaio, Melatti (1970:149) comen antropólogos que considera participantes da mesma linha
ta: "Herbert Baldus oferece um exaustivo estudo dos ca teórica em Antropologia, entre os quais ele próprio: “Re
rimbos utilizados pelos índios do Brasil, tendo elaborado petiríamos na prática a comunicação do professor Baldus,
mesmo uma tipologia". pois nos trabalhos mais recentes, a partir de Nimuendajú
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o autor indaga: “E por que estudamos etnolo ciai da mulher, faz descrições do meio am
gia? Estudamos os chamados povos primiti biente, bem como, físicas dos índios estuda
vos para, com base nos conhecimentos assim dos, suas vestimentas, adornos pessoais, e
adquiridos, poder estudar melhor os povos sua alimentação; reitera a informação de que
chamados de alta cultura” (p. 20), atribuindo, “entre quase todos os povos primitivos da
dessa maneira, um caráter instrumental à et América do Sul é a mulher que leva a carga
nologia que, segundo essa concepção, atua durante as marchas, enquanto o homem só
como vetor para estudos que Baldus conside anda com .as armas na mão” (p. 118). Dis
rava, à época, que estavam fora de seu campo corda de que por esta razão seja “oprimida
específico de abordagem. ou escrava”, como a consideram viajantes
Neste mesmo ensaio (Etnologia Brasi apressados e missionários católicos (cf. suas
leira), Baldus faz especialmente crítica à po palavras). No bojo desse ensaio, aborda te
sição da Igreja face aos índios, nos primeiros mas tais como o parto e a colaboração do
tempos de colonização: “Era mais cômodo, homem; o couvade\ diferentes meios aborti
para os cristão que avançavam apresentar es vos; restrições (“resguardo”) da mãe; o in
ses povos estranhos (povos periféricos, povos fanticidio (“Entre os Bororo estas causas —
não cristão) como seres de ordem inferior, de infanticidio — são disfarçadas pela crença
para melhor explorá-los, combatê-los e sub que estabelece uma conexão entre a criança
jugá-los. No ano de 1537, o papa Paulo III esperada e ainda não nascida e os maus so
declarava numa bula que os índios eram ho nhos de um dos parentes e especialmente da
mens. Semelhantes deliberações eram toma própria futura mãe”, p. 121); iniciações de
das, em parte, para privar os colonos euro jovens; menstruação; divisão de trabalho por
peus dos trabalhadores indígenas e aprovei sexo (“a criança, nos primeiros anos é guar
tá-los, economicamente, só para a Igreja. Os dada pela mãe”, p. 129); metades exogâmi-
célebres defensores da liberdade do índio, cas; casamento; organização matrilinear; vida
como, por exemplo, o bispo Las Casas, não sexual (refere que a monogamia predomina;
se opuseram à importação de escravos afri que “a homossexualidade e o onanismo são
canos para a América” (p. 21). Imprimindo desconhecidos entre os Bororo, como entre a
essa orientação analítica e interpreta tiva, Bal maior parte das tribos de índios visitados por
dus, já em 1937, fazia florescer um tipo de mim”, p. 146; que “ambos os sexos não
abordagem histórica dialética, que só anos guardam severamente a fidelidade conjugal”,
mais tarde viria a tomar-se corrente nos es p. 149); que há ciúme e ocorrem brigas, due
tudos etno-historicos, que se desenvolveram los entre mulheres por ciúme; os mexericos
no Brasil, tendo sido este mais um dos seto entre mulheres, de umas em relação às ou
res científicos, em nosso país, atingidos pelo tras; a participação em cantos e danças por
pioneirismo do autor. Neste mesmo livro, ambos os sexos; a morte; mudanças sócio-
Baldus oferece abundantes dados etnográfi culturais por influência da sociedade domi
cos sobre o culto aos mortos pelos índios nante, principalmente dos padres salesianos.
Kaingang (pp. 19/69); desenvolve amplo es Ao desenvolver esse tema, neste ensaio es
tudo sobre a posição social da mulher entre pecífico, Baldus reporta-se às mudanças nas
os Bororo Orientais (pp. 112/62); além de culturas materiais e “espirituais” (sic) dos
outros temas importantes, retoma o estudo da Kaingang, Borôro, Karajá e Tapirapé, e defi
mudança de cultura em sociedades indígenas ne: “Entendemos por ’mudança de cultura* a
(pp. 187/275). No ensaio sobre a posição so- alteração na harmônica expressão global de
todo o sentir, pensar e querer, poder, agir e
reagir de uma unidade social, expressão que
e desse etnólogo, seguindo com os de Wagley, Schaden,
Watson, Oberg, Altenfelder Silva, Ribeiro, Galvão,
nasce de uma combinação de fatores heredi
Murphy e Hohenthal, mesmo se não trazem, como acon tários, físicos e psíquicos, com fatores cole
tece em sua maioria, definido em título principal ou sub tivos morais, e que, unida ao equilibrio civi
título o tema aculturação, constituem, todos eles, análises lizador, como, por exemplo, instrumentos, ar
de culturas indígenas em transição, e em que o principal mas, etc., dá à unidade social a capacidade e
fator de mudança deriva de uma situação de contacto com a independência necessária à luta material e
populações rurais brasileiras". espiritual pela vida” (p. 276); classifica as
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causas da mudança de cultura em causas que jantes, artistas e etnólogos, desde a carta de
vêm de “dentro”, isto é, da própria unidade Pero Vaz de Caminha até nossos dias. Na li
cultural, e as que vêm de “fora”, ou seja, de nha de abordagem dos estudos históricos, o
outra unidade cultural; porém, trata, no en “Ensaio sobre a história da Etnologia Brasi
saio, apenas das causas originárias de “fora”, leira” (1943) é modelar, propiciando indica
ou seja, as “influências européias” (p. 306); ções fundamentais sobre autores e as caracte
trata também do espaço de tempo da mudan rísticas de seus estudos ao longo da história
ça de cultura, da mudança parcial de cultura do país, já abrindo perspectivas para as abor
e da mudança total de cultura. E Baldus con dagens dos grupos indígenas em situação de
sidera as culturas indígenas como subculturas contato, que viriam a ser o veio principal dos
brasileiras (V. Bibliografia Crítica da Etno estudos antropológicos brasileiros, sobretudo
logia Brasileira, Voi. n , 1968, p. 83). a partir do início da segunda metade deste
Em Tapirapé: Tribo tupi do Brasil Cen século. As digreções de Baldus, naquele en
tral, Baldus apresenta, neste que é um com saio, abrem caminhos científicos, que muitos
plexo trabalho monogràfico, suas análises e vieram a trilhar.9
interpretações das observações realizadas en Em sua obra antropológica volumosa e
tre os Tapirapé, nas visitas que fez a esse variada,Baldus usava linguagem clara e direta
grupo em 1935 e 1947. Trata-se de um estu — conforme preceito de estilística, para textos
do exaustivo, no qual estuda os diferentes as científicos — nas formulações das explana
pectos desta sociedade e faz comparações ções, quer as descritivas, quer as interpretati
desta com a de outros grupos indígenas da vas das questões relacionadas com as socie
área em tomo do rio Araguaia. Traz à sua dades indígenas e com a produção científica
obra material etnológico propiciado por ou em antropologia. Intelectualmente honesto e
tros pesquisadores, entre os quais e principal autêntico detentor do saber científico, Baldus
mente, Charles Wagley, do qual apresenta não fazia jogo de palavras vazio e enganador.
polêmicas discordancias. Suas discrepancias Os trabalhos produzidos por Baldus sem
com Wagley, já se haviam evidenciado em pre tiveram ampla divulgação, tanto no Brasil
outras oportunidades, como, por exemplo, quanto no exterior. Há trabalhos de Baldus
em “Zur Háuptlingsfrage bei den Tapirapé” que, mesmo no Brasil, foram publicados mais
(1968), no que diz respeito à chefia do grupo de uma vez, além dos que vieram a lume em
Tapirapé. mais de uma língua em diversos países, como
Baldus elaborou uma obra de grande pe no caso de “Ensaios sobre a História da Etno
renidade, trabalhando, por um lado, com ob
logia Brasileira”, que foi publicado em O Es
jetivos didáticos, de esquematização e de pro
tado de S. Paulo, de 9, 11 e 16/9/43, no Bo
piciar conhecimentos e informações, e, por
letim Bibliográfico da Biblioteca Pública
outro, concretizando um grande projeto de do
Municipal de São Paulo, 1 ,1943, e no Manual
cumentação sistemática com vistas ao desen
Bibliográfico de Estudos Brasileiros, Rio de
volvimento da pesquisa científica nos campos
Janeiro, 1949, além de, ampliado, voltar a apa
da etnologia e da etnografia. Aí se inscrevem
tanto suas sinopses e resenhas sobre obras e recer na Introdução ao primeiro volume da
autores nacionais e estrangeiros, que trabalha Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira,
ram no Brasil (V. os dois primeiros volumes 1954 (em português), tendo, também, sido pu-
da Bibliografia Crítica da Etnologia Brasilei
ra),8 como suas reconstituições dos acervos
históricos constantes das contribuições aos es (9) Roberto Cardoso de Oliveria (1964:26-27), referindo-
se a Baldus, entre outros, faz a seguinte observação:
tudos antropológicos dos grupos indígenas do
"Essa preocupação sobre o destino das populações tribais
Brasil dadas por missionários, cronistas, via
é uma constante na etnologia brasileira, desde os traba
lhos de Nimuendajú e Baldus, até Schaden, Galvão e
Darcy Ribeiro. O enraizamento de todos eles à realidade
(8) A profa. Thekla Hartmann, seguindo a mesma meto nacional — e não apenas indígena — permitu-lhes, de
dologia de Baldus, deu seqüência ao projeto do mestre, certo modo, repensar os problemas colocados pelas teo
no terceiro volume da Bibliografia Crítica da Etnologia rias de aculturação, caracteristicamente descomprometi
Brasileira. das com a sobrevivência das populações tribais".
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assumir diferentes papéis, face a seu objeto 1899-1970”, por Hans Becher;15 o editorial
de estudo, tendo em vista atingir a maior ob "Herbert Baldus — In Memoriam", in Anais
jetividade, como um experimentador, confor do Museu de Antropologia, da Universidade
me se lê em suas palavras; “O etnólogo, ao Federal de Santa Catarina,16 e o editorial da
assumir o papel de Vaz de Caminha, deve Revista do Museu Paulista, sob o título “Her
estar consciente de sua condição como expe bert Baldus (1899/1970)”.17 Na oportunidade
rimentador, o qual,por ser componente inte do 109 aniversário do falecimento de Herbert
grante de sua própria experiência, precisa ser Baldus, o eminente etnólogo foi homenageado
tomado em consideração tanto como seu ob no evento promovido em sua memória, na Es
jeto. Conseguindo o etnólogo esse reconhe cola de Sociologia e Política de São Paulo, pa
cimento bilateral, no qual encara a interação trocinado por esta Escola e pelo Museu Pau
entre si mesmo como experimentador e o ob lista da Universidade de São Paulo.18
jeto, conseguindo, assim, o que chamamos Relatar a volumosa e polivalente obra de
ganhar distância de si mesmo, aproxima-se, Herbert Baldus é uma tarefa extremamente
cada vez mais, da objetividade" (p. 139).12 complexa, não apenas devido ao grande nú
A experiência militar do jovem Baldus, na mero de trabalhos produzidos, ao longo de 50
guerra, em seu país de origem, não moldou sua anos de ação científica, mas, principalmente,
personalidade e seu comportamento político. pela variedade dos temas desenvolvidos, com
Baldus foi um antiprussiano por excelência, prometidos com tantas áreas das ciências so
um pacifista antinazista, um liberal progressis ciais. Seu saber científico, à medida em que
ta, um democrata convicto, um humanista em ia sendo concebido, como fruto de seu traba
polgado pela causa da sobrevivência dos povos
indígenas.13 Com o advento de sua morte, al
guns de seus amigos e/ou discípulos fizeram connaisseurs et plus sincères défenseurs, la science amé-
publicar artigos em sua homenagem, tais ricaniste l'un de seus meilleurs chercheurs, notre Société
como: “Hommage à Herbeií Baldus (1899- l’un de ses plus illustres membres et moi-même un ami
dont l'exemple, l'impulsion et la critique ont contribué
1970)", por René Fuerst;14 “Herbert Baldus —
au déroulement de ma modeste carrière" (Fuerst, 1971:
35-36).
(15) “Through Herbert Baldus, São Paulo became thè un-
(12) “Algumas das principais criticas à problemática e às disputed heart of Americanistic research in South Ame
tendências teóricas dos estudos brasileiros de etnologia e rica, for he was thè first to systematize the studies of
sociologia foram formuladas em A Etnologia e a Socio South American ethnology“ (Becher, 1972:1307-12).
logia no Brasil, de Florestan Fernandes. Essas reflexões, (16)“Baldus não apenas descrevia e interpretava fatos das
associadas com os artigos e ensaios de Herbert Baldus, culturas primitivas em face da sociedade nacional envol
Egon Schaden, Charles Wagley, Marvin Harris, Thales de vente, mas preocupava-se constantemente pelo futuro
Azevedo e outros, oferecem um quadro bastante amplo dessas populações. Prova disso são os muitos artigos e
sobre a formação geral e os aspectos particulares das conferências que deixou sobre política indigenista no
pesquisas etnológcias e sociológicas no Brasil“ (Ianni, Brasil“ (Editorial "Herbert Baldus — In Memoriam",
1966:24). 1971:144-145).
(13) “Na geração dos pais fundadores (o autor refere-se (17) "Alemão de nascimento, Herbert Baldus continuou
aos fundadores do que chama de ’nossa família de etnó em nossos dias, como já se escreveu, tôda uma tradição
logos brasileiros'), temos três figuras esplêndidas: Her cientifica de raízes germânicas voltadas para as culturas
bert Baldus, poeta-cientista, teutónico, mulherengo, prus indígenas sulamericanas, tradição que vai de Martius a
siano, romântico e antifacista. Foi quem nos trouxe as Kurt Nimuendajú, por ele continuada sob um enfoque
luzes de Thumwald, que nos livraram de tanta tolice nor tipicamente brasileiro, aperfeiçoando dessa perspectiva
te-americana; mas foi principalmente quem nos tangeu as rotas pioneiras de um Couto de Magalhães ou de um
para o estudo dos índios lá nos matos onde eles viviam. Teododro Sampaio" (“Herbert Baldus (1899/1970)”,
A ele devemos também haver organizado criticamente a 1968/ 69:7).
bibliografia etnológica brasileira, desmonopolizando a (18) Evento realizado a 24-10-1980. Nesta oportunidade,
informação livresca que tantos tolos, anteriormente, em em texto produzido por Charles Wagley, este antropólogo
seu primarismo, escamoteavam e escondiam." ("Prefá depõe: “Herbert Baldus e eu estávamos ligados um ao
cio" de Darcy Ribeiro ao Encontro de Sociedades, 1979, outro durante mais de 30 anos pelo interesse que ambos
de E. Galvão). mantínhamos pelo índio brasileiro e mais especificamen
(14) “Avec la mort du professeur Herbert Baldus, les der- te pelos estudos sobre uma pequena tribo: os Tapirapé do
niers indiens du Brésil ont perdu l'un de leurs plus grands Brasil Central" (Gainesville, outubro/1980).
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Arquivo Municipal, XCVI, S. Paulo, 1944. (17) (18)
(*) Acompanha esta bibliografia uma série de notas ex “Franz Boas e a Alemanha”. Boletim Bibliográfico,
plicativas arroladas nas páginas subsequentes. VII, S. Paulo, 1945. (19)
107
SAMPAIO-SILVA, O. Herbert Baldus: vida e obra Introdução ao indigenismo de um americanista teuto-bra
sileiro. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia. S. Paulo, 2:91-114, 1992.
“Curt Nimuendaju". Boletim Bibliográfico, VIII, S. “A alimentação dos índios do Brasil”. Sociologia, XII,
Paulo, 1945. (20) n. 1, S. Paulo, 1950.
“Possibilidades de pesquisas etnográficas entre os ín “Bebidas e narcóticos dos índios do Brasil”. Sociolo
dios do Brasil". Boletim Bibliográfico, IX, S. Pau gia, XII, n9 2, S. Paulo, 1950.
lo, 1945. (21) (22) “Lendas dos índios Tereno”. Revista do Museu Pau
Lendas dos índios do Brasil. Ed. Brasiliense, S. Pau lista, N.S., IV, S. Paulo, 1950.
lo, 1946.(23) “A vida de Arthur Ramos e sua contribuição aos es
“The Guayaki” (em colaboração com A. Métraux). tudos indianistas”. Revista do Museu Paulista,
Handbook o f South American Indians, I, Washing N.S., IV, S. Paulo, 1950.
ton, 1946. “Um indigenista do Brasil no sudeste norte-america
“Almofariz de pedra encontrado no município de Cu no". América Indígena, XI, n. 1, M éxico, 1951. (36)
nha, Estado de S. Paulo”. Revista do Arquivo Mu “Max Schmidt 1874-1950". Revista do Museu Paulis
nicipal. CVII, S. Paulo, 1946. (24) ta, N.S., V, S. Paulo, 1951. (37)
“Os Tapirapé, tribo tupi no Brasil Central”. Revista “Tonscherbenfunde in Nordparaná”. Archiv fü r Völ
do Arquivo Municipal, CVII, S. Paulo, 1946. (25) kerkunde, VI/VII, Viena, 1951/52. (38)
“Os Kaingang do Ivaí”. Revista do Museu Paulista, “Periódicos etnológicos em língua alemã”. Boletim Bi
N .S., 7, S. Paulo, 1947. bliográfico da Biblioteca Pública Municipal de
“Chavante”. O Estado de São Paulo, 1 e 4/1, S. Pau São Paulo, Vol. XX, S. Paulo, 1952. (39)
lo, 1947. “Breve notícia sobre os Mbyá-Guarani de Guarita”.
“Cultura material”. O Estado de São Paulo, 11 e 18/6, Revista do Museu Paulista, N.S., VI, S. Paulo,
S. Paulo, 1947. 1952. (40)
“Voltando do Araguaia”. O Estado de São Paulo, “Caracterização da cultura tapirapé”. Selected Papers
25/10, 5, 7 e 9/11, S. Paulo, 1947. ofthe XXIXth. International Congress ofAm erica-
“Vocabulário zoológico Kaingang". Arquivo do Mu nists, Chicago, 1952.
seu Paranaense, VI, Curitiba, 1947. “Terminologia de parentesco Kaingang”. Sociologia,
“Aplicação do psico-diagnóstico de Rorschach a ín XIV, n. 1, S. Paulo, 1952. (41)
dios Kaingang” (coautoria com Aniela Ginsberg). “Karajá-Mythem”. Tribus: Jahrbuch des Lindenmu
Revista do Museu Paulista, N.S., I, S. Paulo, seums, N.F., Il/U l (1952/53), Stuttgart, 1953.
1947. (26) “Sinópse da História dos Kaingang paulistas”. São
“Aquisição de sustento entre os índios do Brasil”. So Paulo em Quatro Séculos, I, Instituto Histórico e
ciologia, X, n. 4, S. Paulo, 1948. Geográfico de São Paulo, S. Paulo, 1953. (42) (43)
“Fontes primárias para o estudo dos índios do Brasil Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira. Comissão
quinhentista”. Publicação do Instituto de Adminis do IV Centenário de São Paulo, S. Paulo, 1954. (44)
tração, n. 28, S. Paulo, 1948. (27) “Bibliografia Comentada da Etnologia Brasileira
“É belicioso o Chavante?”. O Estado de São Paulo, (1943-1950)”. Série Bibliográfica de Estudos Bra
30/7 a 6/8, S. Paulo, 1948. (28) sileiros, I, Rio de Janeiro, 1954. (45)
“Novidades Americanistas". O Estado de São Paulo, “Richard Thumwald 1869-1954". Revista de Antropo
10/10, S. Paulo, 1948. logia, II, n. 1, S. Paulo, 1954.
“Relatório da Secção de Etnologia”. Revista do Mu “Os Oti”. Revista do Museu Paulista, N.S., VIII, S.
seu Paulista, N.S., II, S. Paulo, 1948. (29) Paulo, 1954.
“Tribos da bacia do Araguaia e o Serviço de Proteção
“Kritische Bemerkungen zu einem brasilianischen
aos índios”. Revista do Museu Paulista, N.S., II,
Thema”. Anthropos, XLIX, Freiburg/Schweiz,
S. Paulo, 1948. (30) 1954.
“Etno-Sociologia brasileira”. Revista do Museu Pau
“Publicações sobre os índios do Brasil nos últimos
lista, N.S., III, S. Paulo, 1949. (31)
quinze anos (1939-1953)”. Sociologia, XVI, n. 1,
“Georg Friederici 1866-1947". Revista do Museu S. Paulo, 1954. (46)
Paulista, N.S., III, S. Paulo, 1949.
“Gegenwärtiger Stand der Völkerkunde des Schingú-
“O problema da atração do indígena brasileiro ao con
Gebietes”. Sociologus, N.S., IV, Berlim 1954
tato com o branco”. Folha da Manhã, 19/6, S.
(47).
Paulo, 1949.(32)
“Primitivos da Argentina”. Anhembi, n. 39, S Paulo
“Akkulturation im Araguaya — Gebiet”. Anthropos
1954.
XLI-XLIV, Heft 4-6, Freiburg/Schweiz, 1949.
“Supematural Relations with Animáis among Indians
“Novidades americanistas II”. O Estado de São Paulo,
7/8, S. Paulo, 1949. o f Eastem and Southern Brazil”. Proceedings o f
“Sociedade Amigos do índio”. Revista do Arquivo Mu the Thirtieth International Congress o f America-
nicipal, CXXVIII, S. Paulo, 1949. (33) (34) nists (Cambridge, 1952), Londres, 1954. (48)
“Kanaschiwuá und der Erwerb des Lichtes. Beitrag “O estudo etnográfico do índio no Brasil”. Revista do
zur Mithologie der Karajá-Indianer”. Beiträge zur Museu Paulista, N.S., IX, S. Paulo, 1955. (49)
Gesellungs-und Volkerwissenschaft: Festschrift “As danças dos Tapirapé”. Anais do XXXI Congresso
zum achtezigsien Geburtstag von Professor Ri Internacional de Americanistas (São Paulo 1954)
chard Thumwald. Berlim, 1950. (35) I, S. Paulo, 1955.
108
SAMPAIO-SILVA, O. Herbert Baldus: vida e obra — Introdução ao indigenismo de um americanista teuto-bra-
sileiro. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia. S. Paulo, 2:91-114, 1992.
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SAMPAIO-SILVA, O. Herbert Baldus. vida e obra Introdução ao indigenismo de um americanista teuto-bra-
sileiro. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia. S. Paulo, 2:91-114, 1992.
(1) Republicado, em língua alemã, como apêndice de (15) Também foi publicado no O Estado de S. Paulo,
Indianerstudien im nordöstliche Chaco, 1931. 22/6/44.
(2) Livro de 230 páginas. Neste mesmo ano, Baldus (16) Esta comunicação, sendo mais ampla, contém o
publicou, na Alemanha, a novela Madame Lynch. capítulo I de Os Tapirapé, tribo tupi no Brasil
(3) Traduzido para o francês — "La 'Mère commune’ Central, livro editado em 1970.
dans la mythologie de deux tribus sudaméricaines (17) Sob esse titulo, Baldus publicou, nos anos subse
(Kágaba et Tumerehã)" — por Alfred Métraux, e quentes, até 1949, ensaios, na Revista do Arquivo
publicado na Revista dei Instituto de Etnología, II, Municipal, vols. XCVI ao CXXVll (exceto os vols.
Tucumán, 1932. Também traduzido para o portu CVI, CXXV e CXXVT), os quais foram reunidos
guês — "A ’Mãe Comum’ na Mitologia de Duas mais tarde, “com modificações e acréscimos", em
Tribos Sulamericanas (Kágaba e Tumerehã)" seu livro com o mesmo título já referido.
(1985) —, por Orlando Sampaio-Silva, como parte (18) Contribuiu à área de Etnologia da 5! edição do
dos presentes estudos sobre a obra de Baldus. Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Por
(4) Este artigo, em português — “A sucessão hereditária tuguesa, 1944, tendo sua colaboração sido reim-
dos índios Tereno" —, foi publicado também na
pressa nas edições subsequentes do Dicionário.
Revista do Arquivo Municipal, XVII, S. Paulo,
(19) Publicado originariamente em O Estado de S.
1935, e consta do Ensaios de Etnologia Brasileira,
Paulo, 22/11, S. Paulo, 1945, e, mais tarde, em
1937.
versão em alemão, no Deutsche-Blatter, XXIX,
(5) Baldus trata, neste trabalho, dos índios Kaingá e
Guaiakí. Sobre estes últimos, publicou outros arti Santiago do Chile, 1946.
gos em 1943 e em 1946, tendo o autor destas notas (20) Este necrológio foi publicado também no O Estado
encontrado referência a que estaria sendo publica de São Paulo, 6/1, S. Paulo, 1946; com acréscimos,
do, post-mortem, o artigo "Die Guayakí", em Anth- em Sociologia, VIII, n. 1, S. Paulo, 1946; na versão
ropos, St. Augustin (cf. Rev. do Museu Paulista, em inglês (tradução de Charles Wagley), no Ame
N.S., 68/69), porém não localizou-o em volumes de rican Anthropologist, XLVIII, n. 2, 1946; idem, em
Anthropos, a partir de 1970. alemão, em Deutsche-Blatter, XXXI, Santiago do
(6) Livro de 346 págs., em sua primeira edição, prefa Chile, 1946, tendo sido reeditado, mais tarde, em
ciada por Affonso d’Escragnole Taunay, que con 1960, 1962 e 1973, "com ligeiras modificações".
tém diversos ensaios que também foram publicados (21) Publicado originariamente em Acta Americana,
em periódicos, como no caso de "Os grupos de co III, n. 4, México, 1945; posteriormente, no Bo
mer e os grupos de trabalho dos Tapirapé", publi letim Geográfico, ano V, n. 53, Rio de Janeiro,
cado, em alemão, em Pindorama, 1, Jg., Heft 2/3, 1947, e, atualizado e com complementações, sob
S. Paulo, 1937. o título “Indianerforschung in Brasilien”, no So-
(7) Consta deste ensaio o comentário de Baldus à mo ciologus, N.S., I, n. 1, Berlim, 1951.
nografia "Guaná”, de Max Schmidt, 1937. (22) Em 1945, Baldus publicou a Introdução e Notas,
(8) Publicado, em português — “A mudança de cultura em Os Caduveo, de Guido Boggiani.
entre índios no Brasil” —, Ensaios de Etnologia (23) Livro de 121 páginas.
Brasileira (1937). (24) Em 1946, pronunciou o discurso de paraninfo à
(9) Também está contido, em português, no Dicionário turma de bacharéis em Ciências Políticas e So
de Etnologia e Sociologia (H. Baldus e E. Wil ciais, na Escola de Sociologia e Política de São
lems), 1939. Paulo, o qual foi publicado no Anuário da Escola
(10) 245 páginas. Livre de Sociologia e Política de São Paulo, S.
(11) Com pequenas modificações, foi publicado em Amé Paulo, 1946.
rica Indígena, IV, 1944, com o título: “Problemas
(25) Grande parte deste artigo veio a ser publicada,
Indigenistas no Brasil", e, no Boletim Geográfico,
mais tarde, com modificações, in Tapirapé: Tri
ano V, n. 54, 1947.
bo tupi no Brasil Central, Cia. Ed. Nacional —
(12) Republicado no Boletim Geográfico, n. 47, Rio de
Ed. da USP, S. Paulo, 1970.
Janeiro, 1947.
(13) Baldus publicou, ainda, em 1940: “Nos sertões do (26) Em 1947, foi publicada sua Introdução a índios
Brasil de Friti. Krause“, in Revista do Arquivo Mu de Mato Grosso, de Erich Freundt.
nicipal, LXVl, S. Paulo, e “A viagem pelo Brasil (27) Republicado em Manual Bibliográfico de Estu
do Spix e Martius“, idem, ibidem, LXIX. dos Brasileiros, Rio de Janeiro, 1949, sob o tí
(14) Publicado anteriormente em O Estado de S. Paulo, tulo "Etnologia".
9, 11 e 16/9/43, e, posteriormente, no Manual Bi (28) Republicado em Revista do Arquivo Municipal
bliográfico de Estudos Brasileiros, Rio de Janeiro, CXUI, S. Paulo, 1951.
1949. Em 1943, foi também publicado, em espa (29) Os relatórios da Secção de Etnologia do Museu
nhol, na Revista Mexicana de Sociologia, V, n. 2, Paulista, sob a direção de H. Baldus, foram pu
México, e, ampliado, veio a integrar a Introdução blicados naquele mesmo veículo, nos volumes
ao priemiro volume da Bibliografia Crítica da Et dos anos: 1949, 1950, 1951, 1952, 1953 1954
nologia Brasileira, 1954. 1956/58, 1959 e 1960.
110
SAMPAIO-SILVA. O. Herbert Baldus: vida e obra — Introdução ao indigenismo de um americanista teuto-bra-
sileiro. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia. S. Paulo, 2:91-114, 1992.
(30) Em 1948, Baldus publicou, também: — uma apresentação ao “Cenas da vida indíge
na", Álbum dos índios do Xingu, de Manuel Ro
— “Revista do Museu Paulista", O Estado de S.
drigues Ferreira;
Paulo, 17/4, S. Paulo;
— resenha de “Mythos und Kult bei Naturvöl
— Introdução e Notas a “Contribuições para a
kern”, de Ad. E. Jensen, in Revista do Mus. Pau
Etnologia do Brasil”, de Paul Ehrenreich, in Re
lista, N.S., VI, S. Paulo;
vista do Museu Paulista, N.S., //;
— idem de “Des Menschengeistes Erwachen,
— Comentário à “Bibliografia morfológica hu
Wachsen und Irren”, de Richard Thumwald, ibi
mana, da América do Sul”, de Juan Comas, ibi
dem;
dem;
— idem de “Personality and Government", de
— Comentários a “Prehistoric Ceramic Styles of
Laura Thompson, ibidem;
Lowland South America", de Georg D. Howard,
ibidem. — idem de “The Race Question in Modem
Science”, de Juan Comas, ibidem.
(31) Prefácio à Organização Social dos TUpinambá, de
Florestan Fernandes, 1949. Foi também publicado (42) Reproduzido em Revista do Museu Júlio de Casti
em O Estadí de S. Paulo, 20 e 30/3, S. Paulo, lhos e Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, n.
1949. 8, Porto Alegre, 1957.
(32) Publicado novamente na Revista do Arquivo Muni (43) Outras publicações de Baldus, em 1953:
cipal, CXIA1, S. Paulo, 1951.
— “Psicologia Ética”, in A Psicologia Moderna,
(33) Publicado anteriormente em O Estado de S. Paulo,
de Otto Klineberg e cols.;
1/12, S. Paulo, 1948.
(34) Resenhas de autoria de Baldus publicadas em 1949: — prefaciou o “Mitos e lendas dos índios Tau-
lipang e Arelcuna”, de Koch-Grünberg, Revista
— a Hans Krieg: “Zwischen Anden und Atlan
do Mus. Paulista, N.S., VII, S. Paulo;
tic”, in Revista do Museu Paulista, N.S., III, S.
Paulo; — resenha de “Tupari”, de Franz Gaspar, ibidem;
— a Hilde Thumwald: “Gengewartsprobleme — idem de “Magic Books from Mexico", de C.
Berliner Familien”, ibidem. A. Burland, ibidem;
(35) Publicada a versão em português: Cultura, IV, — fragmento sobre Julius F. Glück und F. Jäger:
Rio de Janeiro, 1951, sob o titulo: “Kanaschi- “Tribus", ibidem.
wua”. Esta matéria complementa o ensaio “Mi
tologia Karajá e Tereno”, saído em Ensaios de (44) Livro de 859 páginas, na 1* edição. Saiu em 2* edi
ção em 1970.
Etnologia Brasileira, 1937.
(45) Trata-se de um suplemento ao Manual Bibliográfico
(36) N o mesmo ano foi editado em Anhembi, I, n. 2,
de Estudos Brasileiros, 1949. Esta bibliografia está
S. Paulo, sob o título: “Entre índios norte-ame
contida no Bibliografia Crítica da Etnologia Bra
ricanos”. sileira, 1954.
(37) Reeditado no Boletim Bibliográfico de Antropo (46) Este trabalho é um resumo que complementa a Bi
logia Americana, XIII, parte I, México, 1951, e, bliografia Crítica da Etnologia Brasileira, 1954.
em alemão, no Zeitschrift fü r Ethnologie, (47) Reimpresso ein Südamerika, IV, Buenos Aires,
LXXVl, Heft 2, Braunschweig, 1951. 1954.
(38) Em 1951, Baldus publicou na Revista do Mus. Pau (48) Em 1954, saiu a lume, com o Vinte e três índios
lista, N.S., V, S. Paulo, os seguintes fragmentos e resistem à civilização, de Harold Schultz, o prefá
resenhas: cio de Baldus a essa obra.
— a “Der Mensch geringer Naturbeherrschung", (49) Editado em inglês: “The Ethnographical Study of
the Brasilian Indian", Ethnos, XX, Stockholm,
de Richard Thumwald;
1955.
— a “Mythe, Mensch und Umwelt", de Ad. E. (50) Foram também publicados:
Jensen;
— “Der 31 Internationale Amerikanistenkon
— a “Nomads o f the long bow", de Allan R. gress”, Sociologus, N.S., V, 12, Berlim, 1955. A
Holmberg; edição italiana deste mesmo artigo saiu na Rivista
— a “Culture in crisis”, de Laura Thompson. di Etnografia, VIII-IX, Napoli, 1955.
Resenhas:
(39) No mesmo ano foi reeditado na Revista do Mus.
Paulista, N.S., VI, S. Paulo. — “Maximilian Prinz zu Wied", de Röder e
(40) Transcrito na Revista do Museu Júlio Castilhos
Trimbom, in Anhembi, n. 60, S. Paulo, 1955;
e Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, n. 8,
Porto Alegre, 1957, com omissão da bibliografia — “Allgemeine Volkerkund", de Kuntz Dittner,
constante da primeira publicação. in Revista do Museu Paulista, N.S., IX, S Paulo
(41) Baldus publicou ainda, em 1952: 1955;
111
SAMPAIO-SILVA, O. Herbert Baldus: vida e obra — Introdução ao indigenismo de um americanista teuto-bra-
sileiro. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia. S. Paulo, 2:91-114, 1992.
— “Arte plumária dos índios Kaapor”, de Darcy — “Compêndio alemão de etnologia”, Anhembi
Ribeiro e Berta G. Ribeiro; n. 111, S. Paulo;
— “Tristes Trópicos”, de Claude Lévi-Strauss; (63) Republicado em Akten des 34 Internationalen Ame
rikanistenkongress (Wien, 1960), V\lena, 1962, e, no
— “Mandurucu Religion”, de Robert F. Murphy; Bulletin ofthe International Committee on Urgente
112
SAMPAIO-SILVA, O. Herbert Baldus: vida e obra — Introdução ao indigenismo de um americanista teuto-bra-
sileiro. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia. S. Paulo, 2:91-114, 1992..
Anthropological and Ethnological Research, n. 5, atual de Etnologia na América Latina", saiu publi
Viena, 1962. cado na Actas y Memorias, III, do XXXVI Con
(64) Baldus foi o compilador e selecionou estórias e len gresso internacional de Americanistas, Sevilha,
das publicadas por diversos autores, tendo os textos 1966.
sido adaptados por Afonso Schmidt, sendo publica (75) Outras publicações do mesmo artigo: in Humboldt:
dos, com introdução de sua autoria, em “Estórias e Revista para o Mundo Luso-Brasileiro, XIV, Ham
lendas dos índios“, Antologia Ilustrada do Folclore burgo, 1966, in Actas y Memorias del XXXVI Con
Brasileiro, I, S. Paulo, 1960. gresso Internacional de Americanistas, III, Sevilha,
(65) Um resumo deste substancioso ensaio foi publicado 1966, e, em inglés, in Alatives South Americans,
em língua alemã: “Die Stempel der Indianer Bara- Ethnology of the Least Known Continent, Little,
siliens“, Anthropos, LVII (Festschrift für P. Martin Brown and Co., Boston, 1974.
Gusinde), St. Augustin, 1962. (76) Prefaciou o Folclore Nacional, de A. Maynard de
(66) Resenhas e comentários: Araújo, S. Paulo, 1964.
(77) Resenhas e comentarios:
— “Chiliasmus und Nativismus”, de Wilhelm E.
Mühlmann, in Revista do Mus. Paulista, N.S., — “Waika", de Otto Zerries, Revista do Mus.
XIII, S. Paulo, 1961/62, saiu, mais tarde, publica Paulista, N.S., XV, S. Paulo, 1964;
do no Jornal Brasileiro de Psicologia, I, n. 1, — “Die Tacana”, de Hissink und Hahn, idem;
1964;
— H. Hartmann: Georg Catlin und Balduin Mõl-
— “Grundprinzipien einer Periodizierung der lhausen, idem.
Urgeschichte", de Irmgard Sellnow, in Revista do (78) Publicado, em lingua francesa, no Bulletin de la So-
Mus. Paulista, N.S., XIII, S. Paulo, 1961/62; cieté Suisse des Américanistes, n. 29, Genéve,
1965; saiu também, na Revista do Instituto Histó
— “Kinder der Erdgõttin", de Hans-Dietrich Dis-
rico e Geográfico de São Paulo, LXII, S. Paulo,
selhoff, idem;
1966.
— Comentário a Luiz Pericot y Garcia: America (79) Reeditado no Suplemento Antropológico de la Re
Indígena, tomo I, idem. vista del Ateneo Paraguayo, vol. 3, n. 1-2, Assun
ção, 1968.
(67) Também publicado em Humboldt: Revista para o (80) Este necrológio, traduzido para o inglés por David
Mundo Luso-Brasileiro, n. 4, Hamburgo, 1962, e, Maybury Lewis, foi publicado em American Anth-
mais tarde, no Brasilianisch Tage, in Ingelheim am ropologist, LXVHl, n. 5, Menasha, 1966; identica
Rhein, 25/4/1970. mente editado em Humboldt, n. 16, Hamburgo,
(68) Este trabalho se constitui na maior parte do artigo 1967.
“Os Tapirapé, tribo tupi no Brasil Central”, in Rev. (81) Resenhas e fragmentos:
do Arquivo Municipal, CVII, S. Paulo, 1946, o
qual, posteriormente modificado, veio a integrar o — “Aculturação Indígena", de Egon Schaden,
livro Tapirapé: Tribu tupi no Brasil Central, Cia. Revista do Mus. Paulista, N.S., XVI, S. Paulo,
Ed. nacional-Ed. da USP, S. Paulo, 1970. 1965/66;
(69) Voltou a ser publicado: “Métodos y resultados de la — “The use of some specific kinds of South
acción indigenista en el Brasil“, Actas y Memorias American Indian Snuff and Related Paraphema-
del XXXV Congresso Internacional de Americanis lia”, de S. Henry Wassen, idem;
tas, México, 1964, pois fora comunicação apresen
tada a este congresso, no México, a 21 de agosto — “Descrição do Estado do Maranham, Pará,
de 1962. Corupa, Rio das Amazonas", de Mauricio de He-
(70) Prefaciou a Historia da Cultura, de Birket-Smith, riarte, idem;
1962.
(71) Proferiu discurso, na qualidade de Presidente da VI — “Manual de Arqueologia”, de José Alcina
Reunião Brasileira de Antropologia. Publicado in Franck, idem.
Revista do Mus. Paulista, N.S., XIV, S. Paulo, (82) Este trabalho também foi publicado anteriormente
1963. em Actas y Memorias, XXXVII Congresso Interna
(72) Prefaciou a 2* edição de A Organização Social dos cional de Americanistas (Argentina, 1966), Vol. III,
Tupinambá, de Florestan Fernandes, S. Paulo, Buenos Aires, 1968, e, posteriormente, veio a cons
1963. tar do livro: Tapirapé, tribo tupi do Brasil Central,
(73) Versão em inglés, sob o título: “Sinopsis of the Cri
1970.
ticai Bibliography of Brasilian Ethnology, 1953- (83) Resenhas e comentários:
1960", in Indians o f Brazil in the Tventieth Centu-
ry, Washington, 1967. — “Akawé-Shavante Society", de David May-
(74) Este trabalho complementa o "Sinopse da Bibliogra bury-Lewis, in Revista do Mus. Paulista, N.S.,
fía Crítica da Etnologia Brasileira (1953-1960)” XVII, S. Paulo, 1967; nesta resenha saiu também
(1964). Foi publicado também no Bullletin o f the publicada em Sociologus, XVIII, Berlim, 1968;
International Cominee on Urgent Anthropological
and Ethnological Research, NB7, Viena, 1965, sob — “Material Culture of the Waiwái”, de Jens
o título: “Introdução ao simposio sobre o estado Yde, idem;
113
SAMPAIO-SILVA, O. Herbert Baldus: vida e obra — Introdução ao indigenismo de um americanista teuto-bra-
sileiro. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia. S. Paulo, 2:91-114, 1992.
— “Viaggi tra gli Indi”, de Ettore Biocca, idem; Príncipe de Wied, identicamente com Introdução
de Baldus, 1969.
— P. Florian Paucke S.J. — Zwettler-Codex 420, (87) Contém artigos publicados sobre os índios Tapi-
II, idem. rapé, a partir de 1944, aumentados e modifica
dos.
(84) Com 864 páginas. (88) 2* edição.
(85) Saiu publicado o Viagem pelo Brasil, de Spix e (89) Trata-se da Introdução (“Einfürung") à Bibliografia
Martius, com Introdução de Baldus, 1968. Crítica da Etnologia Brasileira, Vol. II (1968).
(86) Publicado o Viagens ao Brasil, de Maximiliano, (90) Apresentação de Egon Schaden.
114