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UNIVERSIDADE DE UBERABA
ANA PAULA SILVA
DIEGO MAEKAWA SILVA
MAIKELLY LICIENE SOUTO FERREIRA
MIGUEL CAMPOS DA COSTA
PAOLA ALVES CORRÊA
PIEZOELETRICIDADE
UBERABA-MG
2009
2
UNIVERSIDADE DE UBERABA
ANA PAULA SILVA
DIEGO MAEKAWA SILVA
MAIKELLY LICIENE SOUTO FERREIRA
MIGUEL CAMPOS DA COSTA
PAOLA ALVES CORRÊA
PIEZOELETRICIDADE
Trabalho de integralização apresentado ao Departamento de Química da
Universidade de Uberaba, como parte das exigências da disciplina de Oficinas
Integradas do curso de Graduação em Engenharia Química.
Orientador
Professor Deusmaque Carneiro Ferreira
UBERABA-MG
2009
3
Dedicamos esta monografia aos nossos pais, irmãos, familiares e amigos que de
muitas formas nos incentivaram e ajudaram para que fosse possível a concretização
deste trabalho.
5
RESUMO
O quartzo é um cristal sem eixo de simetria que, quando pressionado mecanicamente, gera pólos
positivos e negativos em suas extremidades, gerando assim um potencial elétrico. Essa
propriedade de um mineral em ficar com sua superfície carregada eletricamente quando é
submetido a uma pressão nos extremos de seus eixos cristalográficos, ou vice versa, de sofrer
pequenas mudanças de volume quando lhe é aplicada uma voltagem elétrica é chamada
piezoeletricidade.
6
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Polimorfos de SiO2.....................................................................................................................17
Tabela 2- Características do Quartzo...........................................................................................................21
Tabela 3- Constantes Piezelétricas...............................................................................................................24
Tabela 4 – Porcentagem de impurezas nos tipos de quartzo........................................................26
8
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 8
2 QUARTZO.....................................................................................................................9
2.1 DEFINIÇÃO............................................................................................................... 9
2.2 OCORRÊNCIA........................................................................................................ ..9
2.3 ONDE ENCONTRAR.............................................................................................. 10
2.4 EXTRAÇÃO............................................................................................................ 12
2.5 POLIMORFOS DE SiO2.......................................................................................... 16
2.6 CRISTALOGRAFIA................................................................................................ 18
2.7 PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS............................................................ 20
2.8 PROPRIEDADE PIROELÉTRICA......................................................................... 22
2.9 PROPRIEDADE PIEZOELÉTRICA....................................................................... 23
2.10 TIPOS DE QUARTZO........................................................................................... 24
2.11 APLICAÇÕES........................................................................................................ 28
2.12 QUARTZO CULTIVADO..................................................................................... 30
3 PIEZOELETRICIDADE............................................................................................. 31
3.1 HISTÓRIA................................................................................................................ 31
3.2 PIEZELETRICIDADE............................................................................................. 31
3.3 CERÂMICA............................................................................................................. 34
3.4 APLICAÇÕES.......................................................................................................... 35
4 JUSTIFICATIVA................................................................................................... .....37
5 CONCLUSÃO.................................................................................... .........................38
6 REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 39
9
1. INTRODUÇÃO
2. QUARTZO
2.1 DEFINIÇÃO
O nome quartzo é uma palavra germânica de derivação antiga.1
É possível que tenha sido derivado da palavra saxônica querkluftertz e então para
quartzo: esta hipótese é reforçada pelo nome antigo da sílica cristalina na cornualha, “espato
cruzador”.2
2.2 OCORRÊNCIA:
Também ocorre como material secundário, formando muitas vezes a cimentação dos
sedimentos.2
2.4 EXTRAÇÃO
Lavra
A exploração do quartzo natural no Brasil ocorre manualmente, sobretudo
em lavras a céu aberto. As lavras subterrâneas, em quantidade muito menor,
ocorrem na forma de poços ou túneis. 5
Em torno de um afloramento, são iniciadas escavações utilizando pás e picaretas ou,
quando muito, carregadeiras frontais de pequeno porte. 20
Processamento
O quartzo natural é processado em função do seu tamanho, da sua transparência visual e
da definição de sua morfologia externa, ou seja, da existência de faces naturais. 19
Com o propósito de suprir a demanda das indústrias de dispositivos eletrônicos e
ópticos, o seu processamento ocorre com duas finalidades: a produção de lascas e o
processamento dos monocristais de grandes dimensões. 12
A maior parte do quartzo natural lavrado dos veios hidrotermais destina-se à produção
de pequenos fragmentos, da ordem de 20 a 50 g, conhecidos internacionalmente como lascas. 12
15
De acordo com sua transparência visual, as lascas são classificadas em seis classes:
primeira, mista, segunda, terceira, quarta e quinta. 6
Apesar desta classificação ser meramente subjetiva, ela está associada ao teor de
inclusões fluidas (regiões leitosas) e fissuras contidas na peça. 6
Uma lasca de primeira é aquela com transparência total, desprovida de inclusões e
fissuras internas que possam ser observadas a olho nu em ambiente bem iluminado. 12
Para as classes subseqüentes, a transparência visual diminui gradativamente, pois o teor
de inclusões e fissuras tende a aumentar. 12
O critério visual de classificação das lascas não está baseado em nenhum parâmetro que
leve em consideração aspectos como pureza ou perfeição cristalina. 12
No passado, vários estudos foram efetuados com o objetivo de estabelecer uma relação
entre a graduação visual.18
Por exemplo, análises químicas na estrutura e nas inclusões fluidas revelaram que a
concentração de Al, Fe e Li, não estão relacionados à transparência visual. 19
Enquanto as concentrações de Na e K aumentam à medida que a transparência visual
das lascas diminui.19
Stishovite: forma de sílica de elevada densidade, d 4,3, sintetizada a 130 kbar e > 1200
°C. Ocorre na Cratera “Meteor”, Arizona.
Vidro de sílica (sílica vítrea, lechatlierite); pode existir à temperatura ambiente e até
1000 °C, altura em que a sua velocidade de cristalização aumenta rapidamente. É um
vidro instável a qualquer temperatura abaixo dos 1713 °C.
Sílica criptocristalina (calcedônia); variedades compactas contendo cristais de quartzo
muito pequenos com poros submicroscópicos.2
18
Polimorfos de SiO 2
Nome Simetria Dimensões da cela V/Z Z
Quartzo (α) 32 a0 = 4,9130, c0 = 5,405 7,65 3
Quartzo de alta (β) 622 a0 =4,999 , c0 = 5,457 7,88 3
Tridimita 2/m 2/m 2/m a0 =9,90 , b0 =17,1, c0 =16,1 ? 64
Tridimita de alta 6/m 2/m 2/m a0 =5,04 , c0 =8,24 8,99 4
Cristobalita 422 a0 = 4,97, c0 = 6,93 ? 4
Cristobalita de alta 4/m 32/m a0 = 7,13 12,71 4
Coesita 2/m a0 = 7,23 , b0 =12,52
a0 = 7,23, β=120° 4,9 16
SiO2 fibroso 2/m 2/m 2/m a0 = 4,72 , b0 = 5,16, c0 =8,36 4
Lechatelierita Vidrada, amorfa
Fonte: Dana – Hurlbut / Manual de Mineralogia Vol. 2
Tabela 1 – Polimorfos de SiO2
Cada um destes tipos estruturais pode ser transformado no outro, unicamente mediante
o rompimento das ligações silício-oxigênio e o rearranjo dos tetraedros em um novo padrão.1
Todavia as transformações de umas para as outras são um tanto lentas, de tal modo que
as formas de alta temperatura, cristobalite e tridimite, podem existir em equilíbrio metaestável
abaixo de suas temperaturas de inversão.2
Cada uma das três formas, quartzo, tridimite metaestável e cristobalite metaestável, tem
além disso uma modificação (polimorfo) de baixa e alta temperatura designadas por α e β,
respectivamente.2
2.6 CRISTALOGRAFIA
Quartzo β, hexagonal-trapezoédrica.2
Quartzo β
Os tetraedros SiO4 podem ser considerados como baseados num cubo de lado p
com o silício no seu centro e os oxigênios em quatro dos seus oito vértices. Quando vistos
segundo os eixos binários aparecem como quadrados que; as arestas inferiores dos
tetraedros estão representadas por linhas a tracejado, enquanto que as arestas superiores
estão a cheio. Os tetraedros estão agrupados de modo a formarem hélices hexagonais e
20
trigonais regulares, e as suas alturas (referidas aos átomos Si) estão expressas como
fracções do parâmetro de distância c. Na estrutura ideal, construída a partir de tetraedros
regulares, a altura da mlha = 3p e a resta = p(1+√3) de tal modo que c/a deverá ser
1,098. as hélices dos átomos Si-O-Si-O... são todas dextrógiras ou todas levógiras em
cada uma das formas enantiomórficas do quartzo.2
Quartzo α
Características do Quartzo
Dureza Densidade Cor Clivagem Fratura Hábito Observações
Incolor, branco, violeta,
Prismático estriado, Apresenta
vítreo rosa, cinza, amarelo,
7,0 2,65 Ausente Conchoidal bipiramidado, piezoeletricidade e
vermelho, azul, verde,
romboédrico, maciço piroeletricidade
castanho
Fonte: Livro Introdução à Mineralogia Prática
Tabela 2- Características do Quartzo
A ponta que fica carregada positivamente recebe o nome de pólo análogo e a ponta
carregada negativamente recebe o nome de pólo antílogo. Quando o mineral é resfriado ocorre
uma inversão dos pólos.3
24
O efeito piezelétrico ocorre para os cristais das classes de simetria que não possuem
centro ou plano de simetria, trata-se de um efeito linear, acoplando grandezas mecânicas e
elétricas que se manifesta de duas formas:4
Efeito direto aparece quando uma polarização elétrica (Pi) é induzida por uma tensão
(Ti) nas faces onde esta é aplicada;
Efeito inverso consiste no aparecimento de uma deformação elástica produzida pela
aplicação de um campo elétrico alternado (Ei) entre duas faces paralelas do cristal; 5
Pequenas placas de quartzo orientadas são usadas como osciladores de rádio
para permitirem tanto a transmissão como a recepção em uma freqüência fixa.1
A piezeletricidade é uma propriedade tensorial de ordem 3, sendo caracterizada
por dois grupos de constantes: dij e eij, nos quais podem ser denominadas a partir dos
seguintes tópicos:4
As constantes dij são suficientes para descrever os efeitos direto e inverso,
denominadas constantes piezelétricas de deformação, o quartzo possui duas constantes
piezelétricas independentes (d11 e d14);4
As constantes eij também possui ambos os efeitos, porém agora associado às
relações entre tensão e campo elétrico, denominadas de constantes piezelétricas de
tensão;4
Os valores desses dois grupos de constantes estão relacionados na tabela 1.4
25
Figura 5 - Ametista
3. Quartzo rosa. Cristalino de granulação grossa, mas sem forma geométrica, cor:
vermelho-rosa ou róseo. Desbota, quando exposto à luz. Parece que o agente corante é o
titânio, em pequenas quantidades.
Figura 8 - Citrino
6. Quartzo leitoso. Cor branca, leitosa pela presença de inclusãoes fluidas minúsculas. Em
alguns casos, com brilho gorduroso.
Figura 10 – Olho-de-gato
8. Com inclusões. Muitos outros minerais ocorrem como inclusões no quartzo, donde uma
variedade de nomes.
Quando agulhas finas de rutilo estão dentro do quartzo, este recebe o nome de quartzo
rutilado. Encontram-se do mesmo modo no quartzo a turmalina e outros minerais.
Figura 12 - Aventurina
Variedades fibrosas
Variedades granulares
1. Sílex. Opaco, muitas vezes, de cor escura. Ocorre, em nódulos, no calcário; quando se
29
2. Chert. Uma rocha maciça, compacta, semelhante ao sílex na maior parte de suas
4. Prásio. De cor verde opaca; no mais, semelhante ao jaspe, ocorrendo com ele. 1
2.11 APLICAÇÕES
O cristal de quartzo pode ser utilizado em sua forma natural ou como quartzo cultivado
(por crescimento hidrotérmico em autoclave).5
O emprego do quartzo em diversos segmentos industriais é função do conteúdo de
impurezas, defeitos no cristal e outras especificações.4
O quartzo tem variados usos, nos quais, destacam-se como gemas ou material
ornamental: ametista, quartzo rosa, cairngorm, olho-de-tigre, aventurina, cornalina, ágata e
ônix.1
Pode ser usado também como fundente, como abrasivo e na manufatura do vidro e dos
tijolos de sílica.5
O vidro, a cerâmica, abtrasivo, fundente, instrumentos óticos, chips eletrônicos, sílica-
gel, também se destacam como aplicabilidade do quartzo.3
Sob a forma de pó, usam-se na porcelana, nas tintas, nas lixas, nos saponáceos e nas
massas destinadas a alisar a madeira antes de ser pintada.5
Sob a forma de quartzito e de arenito, é usado como pedra de construção e para fins de
pavimentação.1
O quartzo de menor pureza tem uma grande aplicação nas indústrias de vidro (vidros
planos, vasilhames, vidraria especial, vidraria geral)e na siderúrgica (aços especiais, ligas
especiais)5
Da construção civil: aços especiais, ligas especiais, silicones, refratários, vidros planos
e areias;
Elétrica: tubos de sílica, bulbos ampolas, silicones, tubos de sílica, bastões de sílica,
refratários e resistores;
Óptica: vidro óptico, vidraria especial, placas de sílica, blocos de sílica, silicones,
detentores e abrasivos;
Neste processo, o cristal cresce com base em sementes posicionadas na parte superior de
um vaso de pressão de aço denominado autoclave. A autoclave pode chegar a ter até 15 m de
altura e 80 cm de diâmetro interno.4
Na Figura 3(a) ilustra-se o esquema de uma autoclave com seus principais componentes.
Figura 13 – Esquema de uma autoclave (a) (adaptado de Brice, 1985) e quartzo cultivado com base em
sementes barra Y e placa Z (b) (NDK, 2004).
3. PIEZOELETRICIDADE
3.1 HISTÓRIA
O termo “piezo" é derivado da palavra grega que significa pressão. Em 1880, Jacques e
Pierre Curie descobriram que um potencial elétrico poderia ser gerado aplicando-se pressão a
cristais de quartzo, a sais de Rochelle, e até os cristais de cana de açúcar. Nomearam este
fenômeno de “o efeito piezo". 8
3.2 PIEZELETRICIDADE
Neste caso, a deformação do cristal é tanto maior quanto maior for o campo elétrico
exercido e depende do sentido desse campo: 12
Nas direções, onde ocorria uma extensão positiva do cristal, passa a verificar-se uma
extensão negativa, e vice versa, quando se modifica o sentido do campo atuante. 12
(a) (b)
Figura 14: a) efeito piezelétrico direto e b) efeito piezelétrico inverso
Entre os minerais que possuem esta propriedade, o quartzo é marcante, pois ao se aplicar
pequenas pressões paralelamente a um de seus eixos, produz uma corrente elétrica capaz de ser
detectada. 16
A turmalina também é piezoelétrica, sendo muito usada como detectora de pressão, isto
é, cálculo da pressão a partir da corrente gerada.
Substâncias artificiais que também apresentam piezoeletricidade: Sal de Rochelle,
cerâmicas, PVDF-fluoreto de polivinilideno.13
3.3 CERÂMICA
O material cerâmico é um conjunto de cristalitos orientados aleatoriamente sem
piezeletricidade detectável. Para orientar o domínio de todos os cristalitos aplica-se um campo
elétrico numa dada direção. 14
Nos sólidos piezelétricos aparece uma deformação e uma carga elétrica, quando se
aplica uma tensão. A carga elétrica é proporcional à força aplicada e apresenta sinais contrários
para compressão e tensão. 13
Quando se aplica um campo elétrico E, aparece uma deformação no sólido, contração ou
expansão, dependendo da polaridade do campo aplicado. 13
Para os dois efeitos a constante de proporcionalidade é a constante piezelétrica d, que
tem o mesmo valor para os dois efeitos. 13
D = q / A = d Td, (1)
D = deslocamento elétrico,
q = carga elétrica,
A = área,
Td = tensão de deformação,
d = constante piezelétrica de deformação,
S = dE, (2)
S = deformação,
E = campo elétrico,
d = D/ Td = S / E. (3)
36
Onde:
K= fator de acoplamento eletromecânico
є0= constante dielétrica (є0= 8.85x10-12 F/m)
3.4 APLICAÇÕES
4. JUSTIFICATIVA
5. CONCLUSÃO
Com bases nos estudos desenvolvidos concluí-se que material cristalino adequado para
o projeto de piezeletricidade seria o “quartzo”. Por possuir uma dureza de 7,0 na escala de
MOHS e não ter plano de clivagem pelo fato de sua estrutura ser uma cadeia tridimensional de
tetraedros SiO4, além de ocupar uma fração significativa da crosta terrestre e ocorre
praticamente no mundo todo e em quase todos os tipos de rocha. È o mais comum de todos os
minerais, ocorrendo em abundancia tanto nas rochas ígneas quanto nas sedimentares.
40
6.REFERÊNCIAS
3. NEVES, Paulo César Pereira das; SCHENATO, Flávia; BACHI, Flávio Antônio.
Introdução à Mineralogia Prática. 2ª edição. Canoas: Editora da Ulbra, 2008.p.52-61.
98. 226-227. 265. 277.
17. LUZ, A. B.; LINS, F. A. F.; PIQUET, B.; COSTA, M. J.; COELHO, M. J.
Pegmatitos do Nordeste: Diagnóstico sobre o Aproveitamento Racional e
Integrado – Série Rochas e Minerais Industriais. 9ª edição. Rio de Janeiro: Ed.
CETEM/MCT, 2003. p. 79.
18. LUZ, A. B.; BRAZ, E. Quartzo – Série Rochas Industriais. 2ª edição. Rio de
Janeiro: CETEM/MCT. p. 5-6.