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CTOS
I
NTRODUTÓRI
OS
DAECONOMIA
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BATEEIDE
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DO
1
MÓDUL
O
1ª Aula – O Mercado
Apesar disso, essa teoria é enganosa. Uma pessoa pode dedicar muito trabalho para produzir,
digamos, bolinhos de lama, mas ninguém estará interessado em comer tais bolinhos. Não
importa quanto trabalho tenha sido dedicado a produzi-los; as pessoas não vão consumi-los
porque não são um bem valorizado. Também é errôneo pensar que os custos podem
determinar os preços. Por exemplo, suponha que João tenha um diamante para vender a seu
amigo Pedro. Pedro atribui certo valor ao diamante e está disposto a pagar por ele R$ 500,00.
Para Pedro não importa se João encontrou o diamante largado no meio da rua ou se trabalhou
arduamente numa mina para consegui-lo. O preço não é fixado pelos custos, mas pelo valor
que Pedro atribui ao bem.
Mas de onde surge esse valor atribuído? Da utilidade do bem? De sua escassez?
A obra de Carl Menger (1840-1921, economista austríaco) determina essa distinção com
clareza. O pensador, visto como fundador da Escola Austríaca de economia, destacou dois
conceitos:
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⋅ A quarta, para a fabricação de cerveja.
⋅ A quinta, para alimentar um papagaio de estimação.
O que faria o agricultor se a segunda saca de trigo, que ele separara para semear a próxima
safra de trigo, da noite para o dia fosse atacada por pragas a ponto de não prestar mais a
nenhum uso?
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O dilema que agora se apresenta ao agricultor explicita o segundo conceito elaborado por
Menger: “As necessidades que os bens satisfazem são subjetivas, dependendo da pessoa em
questão, e é a satisfação da última necessidade que determina o preço do bem”.
Havendo perdido a segunda saca de trigo, o agricultor não deixará de semear a próxima safra
de trigo, que é a segunda necessidade mais valorizada. É a comida do papagaio que será
cortada. Ou seja, o valor da saca de trigo perdida diz respeito à satisfação de alimentar o
papagaio, por ser esta a última necessidade satisfeita pelas sacas de trigo – a utilidade
marginal. Por isso, o preço da saca de trigo no mercado dependerá dessa utilidade marginal, a
utilidade determinada por decisões na margem.
Resumindo:
• Quanto mais unidades de um mesmo bem se possui, será utilizado para satisfazer
necessidades cada vez menos importantes para o indivíduo (como alimentar um
animal de estimação) e, portanto será atribuído um valor cada vez menor ao bem.
• O preço do bem é determinado pela satisfação proporcionada pelo consumo da última
unidade do bem.
• Em outras palavras, preço do bem está determinado por uma combinação de sua
utilidade (as necessidades subjetivas do indivíduo a que o bem satisfaz) e de sua
escassez (a quantidade do bem disponível).
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g) A utilidade que ele proporciona, sua escassez e seus custos de produção.
h) Decisões do governante atual.
http://www.youtube.com/watch?v=BbGKkV-WoYg
http://www.youtube.com/watch?v=YPDUMEQAIL0
“Marx desenvolveu a teoria do valor trabalho. O trabalho, assegurava ele, constitui a causa
determinante do valor. Aqui mais uma vez ficou evidente o erro deste pensamento, pois se
trabalho é despendido e energia consumida energia para realizar uma determinada atividade é
porque de antemão já se estimava que o valor do seu produto seria maior do que o valor do
esforço dispendido – valores referidos ao agente em questão. Em mercado, o agente escolhe
se esforçar para produzir certo bem ou para prestar certos serviços porque estima que o bem
resultante terá mais valor para si do que o valor investido no projeto. Ou seja: o valor é
anterior ao trabalho. Os bens são produzidos (e o trabalho é investido) porque valem, e não o
contrário; os bens não valem simplesmente por haver sido produzidos (haver absorvido
trabalho). Faz-se evidente a inexistência de relação causal entre trabalho e valor.”
Discussão N°1: Se uma pessoa dedica 10 horas por dia para confeccionar 10 dúzias de bolinhos
de lama, está criando valor? Quem considera que o valor de um bem é determinado pelo
trabalho socialmente necessário para a sua elaboração?
a) Madonna
b) Criolo
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c) Mozart
d) Ivete Sangalo
e) Michel Teló
Vídeos N°3 e N°4: “Lápis: O filme” e “Poder do mercado, o lápis” - (20 minutos)
http://www.youtube.com/watch?v=IYO3tOqDISE
http://www.youtube.com/watch?v=R5Gppi-O3a8
Leitura N°1: “Precificação de custo mais margem”, de Paul L. Poirot (EUA, 1915-2006) –
(15 minutos)
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Para discutir em classe antes de ler o texto:
Paul L. Poirot
Toda pessoa ao vender uma mercadoria ou serviço procura cobrir os seus custos de produção
e receber, se possível, algo acima desses custos. A pessoa gasta longas horas de seu tempo
mantendo uma contabilidade dessas despesas e receitas e, salvo raras exceções, acredita ser
efetivamente quem determina o preço de seus bens e serviços ao adicionar uma pequena
margem de ganho acima dos custos.
Acreditar ou dizer que todo e qualquer bem comercializado não passa da soma dos custos
incorridos em sua produção – espécie de “pacote” guardando o esforço de trabalho de alguém
– é introduzir uma irrelevância confusa no processo de barganha que determina o preço em
que a livre transação se dá. Os únicos fatores relevantes em uma transação voluntária são que
cada uma das partes, no momento da transação, valoriza o que recebe mais do que o dá em
troca. Cada um considera que ganha com a transação, não importando os custos incorridos na
produção do que ele dá ou do que recebe em troca.
A Teoria do Valor Subjetivo pode ser resumida nessa constatação. Ela leva em conta tanto a
demanda pelo item quanto seu custo de produção. E esta determinação de preços no mercado
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aberto e competitivo permite a contabilidade registro corrente de ganhos e custos que o
empresário necessita para calcular seu lucro ou prejuízo e julgar se continua ou não
determinada atividade econômica.
O registro dos custos e dos ganhos de ontem pode trazer algumas indicações quanto à
eficiência dos procedimentos. Mas os preços de hoje são a indicação mais próxima disponível
quanto aos custos e retornos de amanhã. Quais são os preços de hoje para as construções e
para o maquinário utilizado, em comparação com outros arranjos produtivos disponíveis no
mercado neste momento ou aguardando para serem inventados? Quais são os preços de hoje
para diversas matérias-primas frente a substitutos disponíveis ou potenciais? Como os preços
de hoje para a contratação de mão-de-obra se comparam aos preços de maquinário poupador
de trabalho? E como os preços de hoje para a sua mercadoria ou serviço à venda se comparam
com os preços das mercadorias e serviços concorrentes?
Em outras palavras, o vendedor tende a se proteger das forças de oferta e procura de modo a
garantir um preço que inclua uma margem de lucro sobre os custos “justa”. O que ele procura,
na verdade, é garantir um cliente. O monopólio do serviço postal é um bom exemplo dessa
condição. Se os clientes não cobrem os custos, outros pagadores de impostos terão de fazê-lo.
Os preços de mercado, de um serviço postal competitivo, não são permitidos. Não há maneira
de determinar quais seriam a oferta e a procura dos serviços postais se os compradores e
vendedores fossem obrigados a procurar no mercado a resposta para quantos ou quais
recursos escassos deveriam ser destinados a essa atividade. Os recursos são simplesmente
utilizados no monopólio postal, não havendo maneira de sabermos se esse uso é conservador
ou excessivo. A força do governo garante que os custos sejam pagos pelo contribuinte, não
importando a ineficiência e o desperdício.
Fora do mercado
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socialistas estão de antemão fadados a tatear no escuro com sua datada Teoria do Valor
Trabalho: a soma dos custos.
Enquanto os homens continuarem a ver bens e serviços como pacotes de trabalho ou como a
soma dos custos de produção, eles continuarão a se voltar ao governo em busca de subsídios,
doações, privilégios, garantias de renda, protecionismo e afins. Quanto mais isso for feito,
menor a chance de haver comércio rentável e produtivo no mercado aberto – o único sistema
que conserva os recursos escassos, em vez de desperdiçá-los. E o primeiro e mais importante
desses recursos escassos é o homem, não por sua capacidade de consumo como os socialistas
o veem, mas pelo seu poder produtivo de servir a si mesmo ao servir aos outros.
Serão entregues aos alunos cartões com valores de compra (cartões verdes) e venda (cartões
azuis) de um determinado bem. Os alunos se dividirão em dois grupos: de um lado, aqueles
com cartão de compra; em frente, os alunos com cartão de venda. Os alunos começam a
operar. Cada vez que se realiza uma transação ela é anotada no quadro-negro e os dois
participantes saem do processo de mercado, permanecendo fora do restante do grupo.
Quando já não se puder realizar mais transações, anota-se o preço e a quantidade de
equilíbrio.
O objetivo é que após o experimento os alunos discutam como o mercado leva ao equilíbrio
enquanto que uma intervenção estatal finalmente produz escassez de bens, conforme algumas
pessoas que poderiam obter um bem não o obterão.
Discussão N° 3: (15 minutos): Suponha que haja duas ilhas vizinhas. A ilha A é governada por
um Estado intervencionista que utiliza preços máximos e mínimos. Na ilha B opera o livre
mercado. A seguir suponha que ambas as ilhas são golpeadas por um terremoto devastador e
que muitas casas são destruídas. Os governantes da ilha A, movidos por sua sensibilidade
social, decidem aplicar um mecanismo de preços máximos ao mercado de aluguéis para que o
preço não dispare. Na ilha B, pelo contrário, deixa-se o mercado operar livremente. O que
acontecerá na ilha A? E na ilha B?
Leitura N°2: “Como funciona o mecanismo dos preços” de Henry Hazlitt (1894-1993),
economista, filósofo e jornalista estadunidense (15-20 minutos)
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A tese geral deste texto pode ser resumida no seguinte princípio: quando estudamos os efeitos
de qualquer medida de caráter econômico a ser implantada, é necessário que examinemos
não apenas os resultados imediatos que a sua adoção produzirá, mas também os resultados de
longo prazo; não apenas as consequências primárias, mas também os efeitos secundários, e
não apenas seus efeitos sobre um setor determinado de interesses, mas sobre toda a
coletividade. É absurdo e induz ao erro concentrarmos nossa atenção sobre apenas um
aspecto concreto da economia – por exemplo, analisar o que ocorre em uma indústria dada,
sem levar em consideração também o que sucede nas demais indústrias. As principais falácias
da ciência econômica precisamente encontram sua origem neste hábito tão frequente e ocioso
de fixar a atenção somente em determinada indústria ou processo econômico isolado. Tais
sofismas não apenas proliferam nas argumentações falaciosas daqueles porta-vozes
“comprados” por interesses particulares, mas se descobrem muitas vezes na retórica de alguns
economistas que vêm se fazendo passar como profundos.
Esse raciocínio envolve tantas falácias que nem é possível desmascará-las todas de uma vez.
Mas o sofisma central, como viemos repetindo, é o de considerar uma indústria determinada,
ou mesmo várias, como existindo isoladamente. A realidade é que todas estão intimamente
relacionadas e uma resolução de importância que se adote em relação a qualquer uma delas
será afetada pelas decisões aprovadas em relação às demais, ao mesmo tempo em que influi
sobre elas.
Entenderemos melhor o que foi dito se nos aproximarmos do problema básico que devem
resolver conjuntamente os homens de negócios. Para simplificá-lo, na medida do possível,
consideremos as questões que deve abordar um Robinson Crusoé em sua ilha deserta. A
princípio as necessidades de Robinson parecem inumeráveis. Está encharcado pela chuva,
treme de frio, a fome e a sede o oprimem. Precisa de tudo: água potável, alimentos, um teto
que o cubra, proteção contra os animais, fogo e um leito macio onde possa descansar. Não lhe
é possível satisfazer a todas essas necessidades de uma só vez, seja por falta de tempo, de
energia ou de recursos. Terá de atender, por ora, a necessidade mais urgente.
O que mais o aflige é a sede. Escava a areia para recolher a água da chuva, ou constrói algum
recipiente rudimentar. No entanto, assim que conseguir reunir alguma quantidade de água, irá
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logo procurar alimentos antes de poder aperfeiçoar essa sua primeira obra. Pode tentar
pescar, mas para isso precisará de anzol e linha ou de uma rede e deve começar buscando
estes utensílios. Tudo o que faz atrasa e impede a realização de alguma outra coisa, cuja
urgência lhe é apenas ligeiramente inferior. Constantemente se enfrenta com o problema de
ter que escolher entre distintas aplicações de seu tempo e trabalho.
Uma família de Robinsons suíços talvez considerará este problema mais fácil de resolver. Tem
mais bocas para alimentar, mas também conta com mais braços para a tarefa. Pode praticar a
divisão e a especialização do trabalho. O pai caça, a mãe prepara a comida e os filhos recolhem
a lenha. Mas nem mesmo esta família poderia conseguir que cada um de seus membros se
dedicasse constantemente a uma mesma função, por mais urgente que fosse a necessidade
comum atendida, sem levar em conta a urgência das necessidades restantes ainda por
satisfazer. Quando as crianças tiverem reunido uma quantidade de lenha suficiente, não será
possível continuar a empregá-las nesta atividade, de maneira cada vez mais eficiente; será o
momento de destiná-las a outras funções, como buscar água no poço.
Além disso, esta família enfrenta constantemente o problema de ter que escolher entre
aplicações distintas do trabalho que pode realizar e, se têm a sorte de possuir armas de caça,
instrumentos de pesca, um bote, machados, serras etc. entre aplicações alternativas do
trabalho que podem desenvolver e do capital que possuem.
Seria absurdo que o membro da família dedicado a recolher lenha se queixasse de que com a
ajuda do irmão lhe seria mais fácil reunir mais lenha e que, por isso, deveriam os dois realizar
esta tarefa em vez de o irmão trabalhar na pesca necessária ao sustento da família. Tanto no
caso de um indivíduo quanto no de uma família isolada, só é possível aumentar a produção de
qualquer atividade ou ocupação determinada em detrimento de todas as demais.
II
Voltemos agora ao assunto do ponto de vista dessa grande sociedade econômica moderna.
Como é resolvido nela o problema da existência de aplicações alternativas múltiplas de
trabalho e capital para atender a milhares de necessidades e desejos diferentes, com graus
distintos de urgência em seu cumprimento? É resolvido, precisamente, através do mecanismo
dos preços, que acomoda dia a dia as variações constantes e interdependentes entre si de
todos os elementos que intervêm na fixação dos preços: custos de produção, benefícios e
preços propriamente ditos.
Os preços se fixam de acordo com a relação existente entre a oferta e a procura e influem
sobre ambas. Quando as pessoas necessitam de uma maior quantidade de determinado artigo,
elas oferecem pagar mais por ele. O preço sobe, aumentando os benefícios dos que o
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fabricam. Como fabricar este artigo passa a trazer mais benefícios do que fabricar outros, os
que já o fabricam aumentam sua produção, atraindo mais gente a este negócio. Este aumento
na oferta reduz o preço e a margem de lucros, que terminará por se equilibrar no mesmo nível
geral (considerando os riscos respectivos) das outras indústrias. Ou, de outro modo, pode
acontecer de que a demanda pelo artigo caia, ou que a oferta aumente tão
desproporcionalmente que seu preço diminua a ponto de que sua produção traga menos
lucros que a de outras mercadorias, ou mesmo que traga prejuízos. Neste caso, os empresários
“marginais”, isto é, os menos eficientes ou aqueles cujos custos de produção são mais
elevados, perderão seu mercado. Apenas os empresários mais eficientes e que operem com os
custos de produção mais baixos continuarão fabricando o produto.
Está certo que a oferta é determinada, em parte, pelos custos de produção. Mas os custos de
produzir uma mercadoria no passado não podem determinar o seu valor atual. Este dependerá
da relação atual entre oferta e demanda. A quantidade fabricada de um artigo é função das
perspectivas dos empresários a respeito dos custos de produção que tal mercadoria terá no
futuro e do preço de venda que irão fixar-lhe. Estes cálculos influirão na oferta futura do
produto. Existe, por conseguinte, entre o preço de uma mercadoria e seu custo marginal de
produção, uma constante tendência a igualar-se, mas isto não significa que o custo marginal
determine diretamente o preço.
É precisamente desta forma que se regulam as respectivas ofertas dos milhares de artigos
diferentes sob o sistema econômico de empresa privada em regime de livre competição de
mercado. Quando as pessoas necessitam de uma maior quantidade de determinada
mercadoria, sua própria demanda competitiva eleva o preço do produto. O aumento dos
benefícios que se produz para aqueles que o fabricam estimula um aumento na produção.
Outros empresários até mesmo abandonam a fabricação de outros artigos para se dedicarem à
elaboração daquele que oferece maiores retornos. Isto aumenta a oferta do produto, ao
mesmo tempo em que reduz a de alguns outros. O preço do primeiro diminui, por
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conseguinte, em relação aos preços das outras mercadorias, desaparecendo, portanto o
estímulo existente para o aumento relativo em sua produção.
Da mesma forma, se cai a demanda por determinado artigo, seu preço e o benefício que se
obtinha em sua produção diminuirão, e em consequência sua produção diminuirá.
Esta última contingência é a que escandaliza aqueles que não compreendem o “mecanismo
dos preços” que tanto denunciam. Acusam-no de criar a escassez. Por que, perguntam
indignados, os empresários interrompem a fabricação de sapatos no momento em que sua
produção deixa de render lucro? Por que se guiam exclusivamente pelos seus próprios
interesses? Por que se guiam pelo mercado? Por que não produzem sapatos “em plena
capacidade” utilizando os modernos procedimentos técnicos? O mecanismo dos preços e a
empresa privada, concluem estes filósofos da “produção para o consumo”, envolvem uma
espécie de “economia da escassez”.
Em uma economia equilibrada, uma indústria determinada só pode expandir-se à custa das
outras indústrias. Temos que ter em mente que em qualquer momento dado os distintos
fatores de produção existem sempre em quantidades limitadas. Uma indústria só pode se
expandir absorvendo trabalho, terras e capital que, de outro modo, seriam utilizados em
indústrias diferentes. Quando determinada indústria restringe ou deixa de aumentar sua
produção, não significa necessariamente que haja provocado uma diminuição efetiva na
produção global. A redução neste setor pode simplesmente haver liberado trabalho e capital
para permitir a expansão de outras indústrias. Por conseguinte, é errôneo concluir que uma
contração na produção de uma indústria signifique necessariamente uma contração na
produção total.
Para resumir, tudo é produzido sob a condição de que nos privemos de algum outro artigo. Os
próprios custos de produção poderiam ser definidos, de fato, como aquilo que sacrificamos (o
ócio e os prazeres, as matérias-primas suscetíveis de aplicações diferentes) para criar o objeto
fabricado.
Do que foi aqui exposto se deduz que tão essencial é para a saúde de uma economia dinâmica
deixar morrer as indústrias agonizantes, quanto permitir a expansão das indústrias
florescentes. As primeiras retêm trabalho e capital que deveriam ser realocados para as
indústrias mais prósperas. Unicamente o repudiado mecanismo dos preços é capaz de resolver
o problema imensamente complicado de decidir com precisão, entre as milhares de
mercadorias e serviços diferentes, quais, em que quantidade e em que proporção devem ser
produzidos. Estas equações, de outro modo desconcertante, se resolvem quase
automaticamente pelo mecanismo dos preços, benefícios e custos de produção. E mais,
aplicando tal sistema elas se resolvem incomparavelmente melhor do que qualquer corpo de
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funcionários poderia haver feito. Cada consumidor, através deste sistema, articula sua própria
demanda e emite um voto espontâneo ou uma dúzia de votos todos os dias, enquanto os
burocratas, ao invés de fabricarem os artigos desejados pelos consumidores, resolveriam o
problema pretendendo decidir que artigos seriam mais convenientes para a população.
Não obstante, ainda que os burocratas não entendam o mecanismo quase automático do
mercado, eles se mostram sempre preocupados com seu funcionamento. Constantemente
estão tratando de melhorá-lo ou corrigi-lo, quase sempre a favor de algum grupo de interesse
influente. Mais adiante examinaremos alguns dos resultados de sua intervenção.
1. Como fazem os produtores dos diversos bens para saber os bens que devem produzir?
2. Pode uma pessoa saber com certeza quanto irá valer determinado produto no futuro?
3. Por que a contração da produção em uma indústria específica não implica
necessariamente a contração da produção de todo o mercado?
A LEI DE SAY
A Lei de Say pode ser formulada da seguinte maneira: toda oferta cria sua própria demanda, o
que, em última instância, significa que não há vendedor sem comprador. Say (Jean-Baptiste
Say, 1767-1832, economista francês) procurava provar que o quantum de dinheiro era
irrelevante na descrição de uma crise, porque, se os preços são livres, a quantidade de
dinheiro se ajustaria à quantidade de bens através dos preços; e, além disso, pela mesma
razão do mecanismo de preços, não resulta possível a superprodução de um bem que as
pessoas desejem.
A B C D E F Total
1000 500 200 100 150 50 2000
2000 850 150 300 450 250 4000
2 1,7 0,75 3 3 5 2
Cada letra corresponde a um bem distinto. A última coluna é a somatória do resto das
colunas, isto é, corresponde à soma da quantidade produzida de todos os bens. Na
primeira linha se observam a quantidade de cada bem produzida no ano 1. Na segunda
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linha, a quantidade de cada bem produzida no ano 2. A terceira linha mostra a relação
entre a linha 1 e a linha 2.
http://www.gapminder.org/world/#$majorMode=chart$is;shi=t;ly=2003;lb=f;il=t;fs=11;al=30;stl=t;st=t;nsl=t;se=t$wst;tts=C$ts;sp
=5.59290322580644;ti=1800$zpv;v=0$inc_x;mmid=XCOORDS;iid=phAwcNAVuyj1jiMAkmq1iMg;by=ind$inc_y;mmid=YCOORDS;iid
=phAwcNAVuyj2tPLxKvvnNPA;by=ind$inc_s;uniValue=8.21;iid=phAwcNAVuyj0XOoBL%5Fn5tAQ;by=ind$inc_c;uniValue=255;gid=C
ATID0;by=grp$map_x;scale=log;dataMin=283;dataMax=110808$map_y;scale=lin;dataMin=18;dataMax=87$map_s;sma=49;smi=2.
65$cd;bd=0$inds=;modified=75
Observe que o eixo Y (vertical) se refere à expectativa de vida e o eixo X (horizontal) ao PIB per
capita, isto é, à renda média dos habitantes de cada país.
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Diagrama de palavras-chave
3
5
7
1
2
4
15
RESPOSTAS
1. INFORMAÇÕES
2. PROCESSO
3. PLANEJAMENTO CENTRAL
4. DEMANDA
5. PREJUÍZOS
6. LUCROS
7. VALOR
8. PREÇO MÁXIMO
9. OFERTA
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