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Sempre que saímos e encontramos pessoas interessadas em saber onde nós nos

conhecemos, todas tem a mesma reação ao saber que nos conhecemos em uma igreja
evangélica. Sim, daquelas bem cheias de doutrinas e sim, fizemos parte desta igreja 4 anos
das nossas vidas. Quando eu (Yasmin) a conheci (Maria), lembro de olhar pro sorriso dela e
pensar: “Que garota diferente.” A Maria sempre foi dessas garotas que por onde passam
chamam atenção. Ela não tinha cabelo escorrido como todas as outras. Não era de pele
clarinha e bochechas rosadas como as outras. Ela tinha, resumidamente, a personalidade
mais bonita que eu já havia visto.
Durante esses 4 anos, construímos uma amizade inabalável. Andávamos sempre
em bando, com mais 3 ou 4 amigas fazendo tudo juntas. A Maria vivia na minha casa e eu
na casa dela. Conhecia toda a família dela, e cada dia que passava eu me confundia mais
com esse sentimento que ainda estava se desenvolvendo dentro de mim. Até hoje muitos
amigos nossos que faziam parte do nosso ciclo de amizade na época, insistem em dizer
que confundimos nosso sentimento uma pela outra, principalmente pelo fato de eu nunca
ter me envolvido com uma garota. Acredito que existam sim, amigas\amigos que se
confundem, perdem a sintonia e depois nunca mais se falam. Só que isso não aconteceu
com a gente. Fomos aquele 1% que poderia dar certo.
Fiz 18 anos, e aquele bando de 3 ou 4 amigas que viviam ao nosso redor
começaram a sumir. Algumas casaram, outras foram morar em outro lugar e outras
começaram um relacionamento. Desta forma, sobrou só eu e a Maria. A algum tempo que
saímos sozinhas, sem chamar nossas amigas e sempre acontecia algo que fazia meu
coração acreditar que podia existir sim algo entre a gente. Finalmente, estávamos a sós.
Sem precisar esconder mais nada. Passamos uma semana nos vendo todos os dias. A
Maria estudava a tarde e eu a noite. No intervalo entre o término da aula dela e o início da
minha, nós nos encontrávamos e fazíamos daqueles 45 minutos os mais preciosos das
nossas vidas. No final de semana, fomos a uma festa. Eu prometi pra mim mesma que não
me controlaria mais, só que esperei uma iniciativa dela pra não me frustrar. Começamos a
beber, e fumar nosso cigarrinho de sempre. Nós tínhamos a mania de passar a fumaça do
cigarro uma para a outra sem encostar a boca, só pra brincar. Nesse dia, eu quis brincar pra
ver o que acontecia. Chamei ela e só balancei a cabeça oferecendo a fumaça. Sem pensar
muito ela veio de olhos quase fechados na direção mais perfeita e mais mal pensada
possível. Era o destino mesmo. Quando eu senti o calor do rosto dela, pensei: “Só mexo a
boca pra beijar se ela encostar o lábio no meu.” Dito e feito. Ela encostou os lábios nos
meus e eu a beijei, lentamente. Eu senti tudo. Alma, corpo e espírito. De uma só vez. Dia
07\12\13.
7 meses de puro amor. Eu amei e amo essa garota que tudo que eu tenho.
Passamos por muitas coisas juntas. Nossos pais descobriram quando tínhamos menos de 1
mês de namoro. Nenhuma das partes aceita, até hoje. E isso já foi um problema a um
tempo atrás. O pai da Maria era muito violento. Achava que podia solucionar as coisas na
base da ameaça. Mas, quando soube da gente, nos aceitou. Fizemos 6 meses de namoro e
eu fui pedir a Maria em namoro na casa dela, para o pai dela. E ele aceitou. Porém, em um
1 mês ele mudou totalmente de idéia. A mãe da Maria é cristã e fazia de tudo para que ele
“abrisse os olhos” e visse que era errado o nosso relacionamento. Até então que ele abriu.
E no dia 18 de julho de 2014, o pai da Maria apareceu em frente a minha casa no horário de
almoço, me chamou e ameaçou me matar. Ele gritava comigo sem se conter em momento
algum, me humilhou e me julgou muito. Me culpou por ser o motivo da filha dele ter se
tornado o que ele mais temia: uma garota vestida como um garoto. Minha vó estava em
casa assistiu tudo aquilo sem dizer um piu. Os vizinhos começaram a vir para rua e gritar
com o pai da Maria, mas não adiantava. Quanto mais os vizinhos se metiam, mais ele
queria gritar pra chamar atenção. Meu tio, que morava nos fundos da minha casa acordou e
veio o mais rápido que pôde. Os dois se enfrentaram e eu achei que ia rolar sangue, porém
não. O pai da Maria recuou e terminou aquele escândalo com essa frase: “Se eu encontrar
ou só souber que tu e a Maria ainda tão se vendo, eu te mato e mato ela depois. Eu mato
vocês duas!” Eu só sabia chorar e tentar falar com a Maria pra avisar o que tinha
acontecido. Mas não conseguia. De 3 celulares que a Maria teve, 2 foram eu quem
consegui, pois eles tiravam o celular e computador dela para que nós não marcássemos de
nos encontrar. Minha mãe chegou no trabalho e quando soube, me disse que eu teria que
me mudar para outro estado. Tive que trancar a faculdade, meu tio me obrigou a registrar
um boletim de ocorrência e no mesmo dia peguei um ônibus de 10h de viagem para São
Paulo. Fiquei quase 4 meses em São Paulo. No 3º mês, minha mãe foi pra ficar comigo.
Pode ser pouco tempo, mas foram os piores 4 meses da minha vida. Entrei em depressão e
emagreci 12kg em 2 semanas. Tive as piores crises de asma da minha vida. Vivia dopada
em São Paulo, sem razão pra viver. Meu dia era baseado em acordar 7h da manhã, tentar o
máximo falar com a Maria até meio-dia, “almoçar”, ver novela a tarde inteira, ir para a cama
as 22h da noite e chorar. Quase não falava com a Maria e aquilo me machucava muito.
Mas, quando eu soube que poderia voltar pra Itajaí, planejei o mais cuidadosamente
possível o nosso encontro. Dia 19 de outubro, eu voltei pra minha cidade e um dia seguinte
pude ver o meu amor. Melhor dia da minha vida? Com certeza. Nosso amor estava mais
forte do que nunca. E aquilo me aliviou. Foi então que eu tive certeza que amava ela. E
amaria pro resto da minha vida.
Fizemos 1 ano e 2 meses de namoro até que mais uma vez, a coisa estreitou pro nosso
lado. Ninguém sabia que nos víamos. A Maria fugia de madrugada pra poder sair comigo.
Esperava os pais dela dormirem, e fugia. Até que um dia, quando fui levar a Maria em casa
com uns amigos, o pai dela estava na sacada esperando por ela. Por sorte ele não me viu,
mesmo que tem vindo de carro atrás do nosso carro, cruzado a nossa frente e praticamente
enfiado a cabeça dentro do carro para olhar, ele ainda assim não me viu. Sorte talvez, só
que eu não queria me arriscar mais.
1 semana depois a Maria me veio com uma idéia de louca de fazer o nosso sonho se tornar
realidade. Como sou ainda mais louca do que ela, aceitei. Planejamos tudo e sim, a fugimos
de casa para ficarmos juntas. Hoje estamos e 5 meses morando juntas com 1 ano e 7
meses de puro amor. Tudo está mais tranquilo, conversamos com nossos pais diariamente
e visitamos nossos pais pelo menos 2 vezes ao mês. A natureza sorriu pra gente e mostrou
o seu ponto de equilíbrio. Foi então que nós tornamos uma só. Vamos crescer muito ainda e
eu pretendo construir a minha vida ao lado dela. Temos a Mia, nossa cachorrinha e eu sei o
quanto nos amamos vendo o quando essa cachorrinha se sente amada e protegida perto de
nós. Eu não me arrependo de nada do que fiz. Não me lamento por nada do que passei. Foi
tudo por amor.

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