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O USO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS PARA O SUCESSO DO SURDO NO


PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO1

CARVALHO, Rosane de2

RESUMO: Em um país considerado emergente o tema alfabetização já é polêmico quando


falamos em crianças ouvintes, pois sofremos do mal do analfabetismo funcional em grande
escala. Quando pensamos em crianças surdas isso aumenta, pois a falta de profissionais
capacitados ainda é grande. Desta forma, essa pesquisa tem por objetivo identificar as
possíveis respostas de como o surdo aprende e se alfabetiza, visto que não tem o som a
seu favor. Para atender os objetivos da pesquisa foi realizada uma pesquisa bibliográfica
tomando como ponto de partida os materiais já disponíveis para consulta. O fator ontológico
que impulsionou a explanação deste artigo foi o desejo de ajudar o indivíduo surdo na
caminhada da alfabetização ao letramento. Quando o indivíduo não é exposto a Língua
nativa, o prejuízo no desenvolvimento é inevitável. O fator ouvir é extremamente importante
para o indivíduo usuário de uma língua oral-auditiva, assim como, o fator visual para o
indivíduo surdo que apreende o mundo através da Língua Brasileira de sinais (Libras) uma
língua visual-espacial. Os resultados mostram que o surdo deve ser exposto, primeiramente
a Língua de sinais e depois a língua portuguesa escrita para que ele seja atendido em todas
as suas necessidades educacionais e seja um cidadão alfabetizado e letrado.

PALAVRAS-CHAVE: surdos; alfabetização; Língua Brasileira de Sinais; educação bilíngue.

ABSTRACT: In a country that is emerging as the issue of literacy is controversial when it


comes to hearing children, suffer because of the evil of functional illiteracy on a large scale.
When we think of deaf children it increases, because the lack of trained professionals is still
great. Thus, this research aims to identify possible responses to the deaf learn and literacy,
since it lacks the sound in his favor. To meet the objectives of the survey was conducted a
literature search using as a starting point for materials already available for consultation. The
factor that drove the ontological explanation of this article was the desire to help the deaf in
the journey of literacy to literacy. When the individual is not exposed to native language, the
damage development is inevitable. The hearing is extremely important factor for the
individual user of an auditory-oral language, as well as the visual factor for the deaf individual
who perceives the world through the Brazilian Language (Libras) a visual-spatial language.
The results show that the deaf should be exposed, the first language of signs and then
writing the English language so that it is satisfied in all their educational needs and a citizen
is literate and educated.

KEYWORDS: deaf literacy Brazilian Sign Language, bilingual education.

1. INTRODUÇÃO
Em tempos de inclusão, vale a pena refletir sobre a importância da Libras na
aprendizagem do aluno surdo, pois o maior entrave para este grupo de pessoas é a
comunicação. Vivemos em um mundo preparado para o ouvinte. Espaços sociais,

1
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Língua Brasileira
de Sinais e Educação Especial, orientado pela professora Drda. Kelly Priscilla Lóddo Cezar –
Faculdade Eficaz de Maringá/PR.
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Aluna do curso de Pós-Graduação em Língua Brasileira de Sinais e Educação Especial – Faculdade
Eficaz de Maringá/PR.
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afetivos e comunicativos, muitas vezes, são inatingíveis pelo surdo. Segundo


Vygotsky (1993), a linguagem é a base do pensamento e é por meio dela que
surgem todas as manifestações sociais.
Pensando assim, é através da linguagem que conhecemos a nós mesmos e
aos outros, pois o indivíduo é um ser social, que precisa das relações humanas para
se desenvolver.
A Libras (Língua Brasileira de Sinais) permite a expressão total do indivíduo,
enquanto pessoa, que sente, pensa e age. Possibilita discutir os mais abstratos
conteúdos, sentimentos, negócios, independentemente da área do conhecimento.
Quando o surdo tem oportunidade de fazer uso da sua Língua materna, Libras, suas
perspectivas são ampliadas. Ele passa a sentir-se como parte do todo, ou seja, parte
da comunidade e não como um ouvinte com defeito.
Além disso, a Libras é reconhecida como meio de comunicação e expressão.

Parágrafo único: Entende-se como Língua Brasileira de Sinais -


Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema
linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical
própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e
fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil (LEI
10436/2002).

Há possibilidade de o aluno surdo ser incluído no universo ouvinte. Como


sabemos primeiro ouvimos e depois falamos. E o surdo? Neste caso, é necessário
que desde a tenra idade seja exposto a língua materna, Libras. Só então, sendo
proficiente nesta língua estará apto a aprender a segunda língua, a Língua
Portuguesa. Desta forma o surdo deixará de ser um estrangeiro em seu próprio país.
Diante do exposto, o presente trabalho tem por objetivo identificar os
possíveis caminhos percorridos pelo indivíduo surdo para se alfabetizar, visto que
não tem o som a seu favor. Esta pesquisa servirá de auxílio e fonte de consulta para
professores que estão se esmerando no ofício de mestre aos alunos surdos.
Para atender os objetivos da pesquisa foi realizada uma pesquisa
bibliográfica, pois com intuito de ampliar partida os materiais já disponíveis para
consulta. Segundo Lakatos e Marconi (1987), este tipo de pesquisa diz respeito a
um arrolamento de todos os documentos acadêmicos já publicados. Desta forma, o
pesquisador se depara com todo o conteúdo existente sobre o assunto a ser
pesquisado.

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O estudo aqui apresentado foi constituído a partir de livros e artigos


publicados em periódicos disponibilizados na Internet pela comunidade científica e
acadêmica, Gil (2002) menciona que os livros de referência ou citação são os que
permitirão a acelerada aquisição das informações necessárias. A pesquisa
bibliográfica proporcionou dados importantes para a pesquisa e também nos
permitiu entrar no mundo dos conhecimentos da nossa história.

2. PAPEL DA FAMÍLIA NA ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA


Quando pensamos em estabelecer relação entre família e inclusão surgem
outras inquietações. É importante lembrar que primamos por uma visão de que
somos diferentes e temos habilidades e limitações.
Segundo Glat (2004), o ser humano é social por natureza, que precisa estar
inserido na vida grupal para que haja uma saúde emocional e sobrevivência física. É
nas relações humanas que ele desenvolve seus valores e capacidades intelectuais.
Sendo assim, a família, que é o primeiro grupo social desempenha papel primordial
para o desenvolvimento cognitivo-afetivo do indivíduo bem como este se relaciona
com a sociedade. É na família que desenvolvemos atitudes vitais para a efetivação
da socialização.
Uma família durante a gestação de um filho nunca espera que este seja
especial. Porém quando isso acontece, a estrutura familiar se rompe. O sonho
idealizado é desfeito e uma situação de crise é provocada (GLAT, 2004). Sendo o
plano “A” desfeito há a necessidade de um plano “B”, que muitas vezes é elaborado
tardiamente, apenas depois de todos os sentimentos de rejeição.
A educação neste cenário fica automaticamente comprometida, pois “Excluir é
tanto a ação de afastar como a de não deixar entrar” (CURY, 2005). Como
abordamos no início, somos diferentes, Cury (2005 apud BABBIO, 1992) trata o
conceito de políticas inclusivas como especificação de direitos, ou seja, refere-se às
diferenças como sendo étnicas, faixa etária, crenças ou deficiência. Se lugar de
criança é na escola, fica difícil entender que mais de 1,4 milhão não têm sequer
acesso à educação obrigatória. O Estado já chegou aqui e sem dúvida já foi um
grande avanço. Agora é hora de repensarmos a inclusão não apenas de corpo e não
de alma.
Podemos dizer que estamos vivendo os melhores momentos das políticas
inclusivas. Perlin e Strobel (2006) relatam que os surdos eram considerados seres
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inferiores, portanto eram presos em asilos. Este é apenas um exemplo. Isto não
significa que devemos nos conformar com as conquistas obtidas, mas tê-las como
incentivo de continuar lutando por um mundo melhor.
Dassen e Polonia (2007) explanam que as relações afetivas tanto no
ambiente escolar quanto familiar possibilitam aos indivíduos experiências que os
auxiliam nos momentos de resolução de problemas. As autoras explicitam que o
sucesso do indivíduo está ligado ao repertório construído pelas adversidades
experimentadas.
Nossas sugestões para o processo de educação inclusiva estão em
consonância com as de Tavares Filho (2003). Em primeiro lugar pontuamos o
envolvimento da família na inclusão, estabelecendo comunicação com a escola,
participando do desenvolvimento do filho, colocando-se como parceira dos docentes.
Em segundo lugar está o educador, que é o responsável pela motivação em sala de
aula. Este deve respeitar o potencial do aluno sendo o facilitador e mediador do
conhecimento, acreditando que todos podem aprender. Por fim a escola inclusiva
representada pela equipe gestora precisa ter visão acolhedora, que pensa em
estratégias para a inclusão dos portadores de necessidades especiais e
investimento nas necessidades individuais e coletivas.
Voltamos a destacar somos diferentes e temos habilidades e limitações. Para
que a política de educação inclusiva prospere é necessário refletir sobre os
caminhos da inclusão já percorridos, nos apoiar nas vitórias obtidas e utilizá-las
como alavanca para seguir avante no propósito de efetivação e cumprimento do que
diz a lei no artigo 205 da Constituição Federal de 1988 "A educação, direito de todos
e dever do Estado e da família.

2.1 ALFABETIZAÇÃO E LÍNGUA DE SINAIS ESCRITA


Segundo Quadros (2000), ao pensarmos em alfabetização, surge em nossas
mentes a falsa ideia de decifração do código escrito, talvez por analogia e derivação
da palavra alfabetização vinda de “alfabeto”, mas é necessário refletirmos sobre este
assunto com mais cautela quando nos referimos a alfabetização de surdos, pois este
é um processo que resulta da interação com a língua e com o meio.
De acordo com Quadros (2000), a alfabetização de criança surda só tem
significado se for em Libras. E para tanto é necessário saber qual é o nível de
proficiência na LSB para que o processo de alfabetização se concretize. Para
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identificar o nível da Libras é interessante que o professor proporcione momentos de


relatos ou hora da história em LSB e registro através do sistema de signwriting
(SW), pois nesta interação o processo de alfabetização fluirá. É necessário que
consideremos os aspectos da LSB:

A LSB é uma língua espacial-visual e existem muitas formas criativas


de explorá-la. Configurações de mão, movimentos, expressões
faciais gramaticais, localizações, movimento do corpo, espaço de
sinalização, classificadores são alguns dos recursos discursivos que
tal língua oferece para serem explorados durante o desenvolvimento
da criança surda e que devem ser explorados para um processo de
alfabetização com êxito (QUADROS, 2000, p. 25).

Ao explorarmos os aspectos mencionados pela autora possibilitamos


momentos para que a criança explore toda a capacidade criativa, lógica e cognitiva,
sendo esta última uma das relações fundamentais para o desenvolvimento escolar,
pois por meio dela e da relação social é que conseguimos organizar as ideias e
pensamentos.
O processo ideal não é tão fácil de concretizar na prática, pois quase não
existem literaturas e impressões em escrita de sinais. A criança que já tem contato
com a Libras em uso precisa também da escrita em sinais (SW), pois através do
mecanismo de escrita adequado a alfabetização será bem mais sucedida. Enquanto
que quando optamos apenas pelas letras a criança tem dificuldade em expressar
com elas no papel o que foi organizado mentalmente em sinais, diz Quadros (2000).

2.2 ALFABETIZAÇÃO, DO GESTUAL AO LINGUÍSTICO


Santana (2007) diz que para se ausentar da carceragem social resultante da
falta da língua, a criança surda utiliza gestos icônicos com a intenção de estabelecer
a comunicação com os ouvintes. É interessante que as crianças ouvintes também se
utilizam dos gestos durante o período de desenvolvimento.
Assim, Santana (apud MORI,1994, 24) relata que:

No seu trabalho sobre o desenvolvimento gestual em crianças


ouvintes, afirmam que, a partir do momento em que o interlocutor
reconhece seus movimentos como gestos culturalmente
determinados, eles são interpretados pelo outro e ganham significado
e reconhecimento social. Do ponto de vista da autora, o gesto se
solidifica como elemento do enunciado à medida que esclarece, ao
adulto, o significado atribuído à vocalização. Assim no início da
aquisição da linguagem, um período de aproximadamente dez
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meses, o gesto compõe o enunciado, esclarecendo seu significado.


Isso quando a criança ainda não demonstra a eleição da oralidade
como sua modalidade comunicativa privilegiada. Os gestos
constituem um dos primeiros processos simbólicos da criança.

Do ponto de vista de Santana (apud MCNEIL, 1992) gestos e fala são


preceitos unitários produzidos em uma mesma matriz de significado, que são
desenvolvidos conjuntamente nas crianças. A princípio palpáveis depois icônicos e
só então simbólicos e abstratos. De acordo com a autora fala e gestos seguem um
desenvolvimento similar, porém com diferenças tais como: a fala é linear e
fragmentada, e vai das partes para o todo. Enquanto que o gesto é global e sintético
indo do todo para as partes. Cada gesto é por si uma declaração completa de
sentido.
Quando se trata de escolhas linguísticas, sabemos que o indivíduo tem o livre
arbítrio para escolher. Na teoria Saussuriana temos a teoria que explica Sintagma e
Paradigma, em que sintagama é o que está explícito no enunciado e paradigma são
as infinitas opções de vocábulos dentro de uma determinada classe gramatical que
podem ser escolhidas pelo falante da língua oral. Santana (2007) afirma que as
escolhas dos gestos são subjetivas, assim como na língua oral, havendo uma gama
de predicados para o objeto, porém escolhe-se aquele gesto que lhe chama mais a
atenção.
Santana (apud GOLDIN-MEADOW, 2007) escreve que mesmo as mães
ouvintes produzindo gestos simples, os filhos surdos produzem gestos bem mais
elaborados, ou seja, diante da surdez a criança se vê forçada a criar símbolos,
sendo isso inerente a ela. A partir do momento que a criança utiliza um gesto com a
mãe e este passa a ter um significado que seja compreendido por ambos a
comunicação é estabelecida. Mesmo sem o input linguístico a linguagem é
proporcionada pela relação social em que um signo tem o sentido compartilhado.
Quando o indivíduo surdo chega à fase da aquisição da língua escrita vale
lembrar que a língua de sinais não se relaciona diretamente com a língua escrita,
como é o caso dos ouvintes, imagem acústica versus som. Santana (2007) cita
Vigotsky para explicar que a Libras é a língua do pensamento, que estrutura a
cognição, que faz o surdo perpassar pela escrita por caminhos diferentes do ouvinte.
Os surdos não têm a fala como base da aquisição da escrita. Santana (apud
GUARINELLO, 2007) salienta que a capacidade do surdo em deixar sua escrita

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próxima à norma culta depende dos estímulos proporcionados por meio de


atividades significativas e interação com o outro. Todavia é importante entender que
a escrita do surdo não pode ser comparada com a do ouvinte.

2.3 BILINGUISMO, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO


Rocha (2010) enfatiza que o bilinguismo proporciona a inclusão do deficiente
auditivo nas salas regulares de ensino, pois oferece e tem por objetivo primeiro o
reconhecimento e a aceitação social. De forma que a aquisição da linguagem
acontece nos momentos em que nos relacionamos com nosso círculo social. O
bilinguismo não privilegia a fala. Esta filosofia tem sido alvo estudos, pois divulga e
estimula o uso da língua de sinais, pois esta lhes é natural. A autora (apud
GOLDFELD, 1997) diz que depois da exposição a língua de sinais é que o surdo
consegue desenvolver-se linguisticamente e cognitivamente sem maiores entraves.
Quadros (1997) explica que esta proposta de ensino pretende expor o
indivíduo surdo a duas línguas dentro do contexto escolar, respeitando a Libras
estruturando o planejamento escolar sem interferir no desenvolvimento linguístico e
psicossocial do surdo. Então dentro da sala de aula as matérias devem ser
explanadas em Libras e o português deve ser enfatizado apenas na escrita, dando
espaço para recursos visuais, pois o letramento acontecerá através destes recursos.
Souza et al (1999) explana que a proposta de educação bilíngue oferece
oportunidade ao surdo de ser educado através da língua de sinais. É necessário,
conquanto que seja disponibilizado e ensinado a função social da libras, enquanto
língua mãe (L1), bem como do português escrito como segunda língua (L2). De
forma que esta só pode ser desenvolvida depois que aquela já tenha sido
apropriada. A L1 é um meio eficaz de produção de conhecimento, pois facilita a
aquisição da L2.
Para tanto, o professor bilíngue deve ter em mente que existem várias
diferenças entre a língua de sinais e a língua portuguesa, como exemplo, podemos
citar as conjunções e preposições que na língua de sinais não existem, mas que na
portuguesa exercem papel importante para a significação e compreensão das frases.
Rocha (apud PERRENOUD, 2000) declara que “ensinar é também estimular o
desejo de saber”. Desta forma cabe ao professor utilizar meios para que o aluno
surdo sinta-se estimulado a sair da zona de conforto e aventurar-se pelo mundo do
conhecimento, conteúdo a ser ensinado.
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3. DISCUSSÃO
Durante muito tempo acreditou-se na inutilidade do surdo, pois eram
desprovidos até das bênçãos de Deus, visto que não eram considerados incapazes
por não possuírem linguagem. Passaram-se os anos e este indivíduo presenciou a
filosofia Oralista em que só teriam algum privilégio se falassem. Sinalizar era quase
um crime. Depois veio a filosofia da Comunicação Total, em que tudo era válido para
se comunicar, falar ou sinalizar. Hoje depois de muitas contribuições da comunidade
científica chegamos ao Bilinguismo, que acreditamos ser a mais adequada para a
alfabetização do surdo, pois a cultura surda é respeitada, bem como a liberdade de
expressão.
Salles et al (2004) acrescenta que para uma alfabetização eficaz é importante
valorizar duas pérolas: a literatura infantil sinalizada e o relato de histórias. Neste
cenário a presença do surdo adulto é terminantemente essencial. O SW pode ser
usado para sedimentar na escrita o que foi estudado na língua gestual.
Para que a alfabetização se concretize de forma plausível, Souza et al (1999)
aponta que é preciso ampliar o vocabulário e o diálogo em língua de sinais. Para
tanto a L1 deve ser valorizada nas aulas por meio de brincadeiras, jogos
dramatizados e literatura dramatizada. E só depois, explorar a língua portuguesa
escrita.
Destacamos que o caminho que o surdo deve percorrer para alcançar a
alfabetização passa por um mínimo de cinco degraus: 1) A relação familiar, por meio
da comunicação gestual e afetiva; 2) Relação do surdo com escola e a família, pois
o indivíduo se desenvolve nas relações sociais; 3) Professor bilíngue, que enfoque a
língua mãe (L1) e língua escrita (SW); 4) Utilização da Língua de sinais como
mediadora para aquisição da Língua Portuguesa escrita (L2); 5) Letramento por
meio de imagens.
Desta forma uma alfabetização ideal seria garantir ao surdo que ele tivesse o
direito de estar na escola regular, com a presença do interlocutor de libras e ainda
em horário contrário, aulas com um professor surdo.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Com base nos resultados e observações durante a pesquisa, percebemos


que a Libras permite a expressão total do indivíduo surdo, pois permite comunicar
qualquer conteúdo inclusive os sentimentos.
O surdo apreende o mundo pelo visual e a Libras permite a eficácia da
comunicação, pois é uma língua que lhe é natural. Embora minoritária, é ela que
permite o desenvolvimento do surdo enquanto ser que pensa e age.
A concepção que temos de alfabetização do ouvinte, não pode ser usada
como base da alfabetização de surdos. Este processo é bem mais complexo.
Portanto, família, escola e professor precisam utilizar a Língua de sinais em
harmonia para o sucesso intelectual do surdo.

5. REFERÊNCIAS
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básica. Cadernos de Pesquisa, 2005 - SciELO Brasil.

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GLAT, Rosana. Uma família presente e participativa: o papel da família no


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LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico:


procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e
trabalhos científicos. 2 ed. São Paulo: Atlas, 198 p., 1987.

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Lei nº 10.436/02 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras


providências. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10436.htm Acesso em 05/08/2010.

PERLIN, Gladis e STROBEL, Karin. Fundamentos da educação de surdos,


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(http://www.libras.ufsc.br/hiperlab/avalibras/moodle/prelogin/adl/fb/logs/Arquivos/text
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QUADROS, Ronice Muller. Alfabetização e o ensino da língua de sinais. Textura,


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SALES, Heloísa Maria Moreira Lima; FAULSTICH, Enilde; CARVALHO, Orlene Lúcia
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SOUZA ,Edna Márcia de, HAUTRIVE, Giovana Medianeira Fracari; LORENSI,Vanise


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