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UNESPAR – CAMPUS II - FACULDADE DE ARTES DO PARANÁ

ESTÉTICA - PROF. JOÃO PENNA


ATIVIDADES E CONTEÚDOS

1º MÓDULO
CONCEITOS BÁSICOS – MITOS, RITOS E ARTES.

TEMAS:
- Apresentação do Plano de ensino: programa, tipos de aulas, avaliações e bibliografias.
- Conceitos básicos: a relação entre Estética e Filosofia da Arte.
- Os diferentes „olhares‟ sobre as Artes: do artista, do usufruidor e do filósofo.
- Os parâmetros Teórico-metodológicos filosóficos de análise das Artes / Música e da Estética.
- Aplicação de áreas da Filosofia para análise na Filosofia da Arte - Estética.
- As diferentes funções das Artes a partir dos Mitos e Ritos antigos e atuais.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA: Arquivo: Estética - 1º MOD. Conceitos básicos; Mitos, Ritos e Artes.

SUGESTÃO BIBLIOGRÁFICA:
- ARANHA, Maria L. A. & MARTINS, Maria H. P. Temas de Filosofia.
- CHAUI, Marilena. Convite à filosofia.
- FISCHER, Ernst. A necessidade da arte.
- LANGER, Susanne. Filosofia em nova chave.
- VÁZQUEZ, Adolfo S. Convite à estética.
- VIDEO NATIONAL GEOGRAPHIC: BALI, obra prima dos deuses.

ATIVIDADES DO 1º MÓDULO:

ANÁLISE ESTÉTICA
1º TRABALHO ESCRITO (NORMAS) INDIV. OU EQUIPES = 3.0 pontos.
Com o objetivo de fixar os conceitos estudados de Estética, o indivíduo ou a equipe deverá
elaborar por escrito, a análise filosófica e justificativa, a partir dos conceitos teóricos estudados,
de uma Manifestação estética. O trabalho deverá ter um MÁXIMO de 4 laudas de conteúdos, e
seguir o esquema:
1. Tipo de manifestação estética;
2. Padrão estético de belo;
3. Forma e Conteúdo (Imaginário);
4. Funções que desempenha;
5. Pontos de vista;
6. Áreas filosóficas de análise (ao menos duas);
AVALIAÇÃO ORAL
Em dia determinado pelo professor será feita a apresentação dos trabalhos em Seminário = 2.0
pontos.

ARTE, MITO E RITO NA VIDA COTIDIANA.


2º TRABALHO ESCRITO (NORMAS) INDIV. OU EQUIPES = 3.0 pontos.
Com o objetivo de fixar os conceitos estudados de Estética, o indivíduo ou a equipe deverá
elaborar por escrito, a partir dos conceitos teóricos estudados de uma Manifestação estética ligada
ao curso e presente no nosso cotidiano atual. O trabalho deverá ter um MÁXIMO de 4 laudas de
conteúdos, e seguir o esquema:
1. UM exemplo específico de um MITO e o tipo de arquétipo;
2. Caracterizar o tipo de RITO destacando o tipo de cerimônias que utiliza;
3. Apontar a FUNÇÃO que eles desempenham na vivência individual ou social cotidiana das
pessoas: Valores, Ideologia, Estilo de vida, etc.
AVALIAÇÃO ORAL
Em dia determinado pelo professor será feita a apresentação dos trabalhos em Seminário = 2.0
pontos.

CONTEÚDO DO 1º MÓDULO

- CONCEITO DE ESTÉTICA, DO „SENSO COMUM‟ AO FILOSÓFICO: do grego AISTHESIS:


compreensão pelos sentidos, conhecimento sensível, faculdade de sentir, percepção totalizante de
um “algo especial” - o Belo que desperta uma disposição especial nas pessoas. A intuição ou
Experiência Estética é um ver, saber, conhecer O QUÊ e a Estética ou Filosofia da Arte busca
entender o POR QUÊ.

- ESTÉTICA OU FILOSOFIA DA ARTE: aplicação do método, áreas e teorias da Filosofia para


analisar, refletir e propor diretrizes sobre: o juízo do gosto, a experiência estética, os
padrões estéticos do belo, características e funções das artes.

- Conceito de Estética: Delimitação na Filosofia de uma área própria a partir de Baumgarten (c.
de 1750): “A Ciência (Filosófica) da Arte e do Belo”; Uma investigação filosófica pela busca de uma
“verdade” pelo uso da análise racional reflexiva das “obras de arte”, criações que tem como
finalidade O “BELO” (caracterizado pelo padrão da época!) com ênfase da análise no „Julgamento‟
sobre o Belo; as Artes são vistas como objetos que são representações “confusas”, mas “claras”,
ou seja, sensíveis, mas “perfeitas” (?!).
- Para Baumgarten o filósofo pesquisador analisa o „Belo Estético‟ vivenciado pelo: Artista (o
músico): “A realização da beleza; fantasia „inata‟ [dom?!] para criar uma imagem nova feita de
combinações numa ordem diferente” [gênio?]; Espectador (o ouvinte): “O como se forma uma
disposição especial no seu „espírito‟: o Juízo do Gosto com suas „leis lógicas‟”: Conhecimento
Sensível (Sentir) - “Inferior”: lógica própria confusa, mas clara e „perfeita‟ quando o „Belo‟ é
partilhado como universal (?!); Conhecimento Racional (Entendimento) - “Superior”: Lógica
Formal que procura estabelecer o que é beleza de modo intelectual, o como funciona o
conhecimento sensível.

DESENVOLVIMENTO DA ESTÉTICA: História da Estética: foi feita uma retrospectiva dos


temas sobre a área: conhecimento, valores, usos, etc.; Temas Predominantes que passam a ser
analisados ligados à Estética: intelectualidade, educação, política, religião, saúde, lazer e com
ênfase no desenvolvimento pessoal e coletivo: experiência estética, julgamento do belo,
padrões estéticos, função da estética e das artes, tipos de artes e ideologias, etc. - Análise
estética: os temas abordados passam a ser analisados e refletidos a partir de novos critérios ao
enfatizar a relação da percepção e julgamento estético com referência ao belo natural e artesanal.

A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA: “O CONHECIMENTO SENSÍVEL”


* CONSCIÊNCIA ESTÉTICA: o “Olhar Estético” - o Juízo do Gosto nem sempre se manifesta de
maneira igual para todos (Universal X Pessoal / Subjetivo?!).
* EXPERIÊNCIA ESTÉTICA: Provoca uma Sedução, uma Percepção Mágica de deslumbramento
uma sensação de prazer X desprazer (?!); um “Estado de Espírito Especial”.
* DIMENSÃO ESTÉTICA: Um Encantamento da Realidade criando Imaginários, tanto pelas
Belas Artes quanto pela Indústria Cultural (?!).

RELAÇÃO ESTÉTICA
OBJETO SUJEITO
ESTÉTICA CONSCIÊNCIA ESTÉTICA

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
„BELO - FEIO‟
- A relação Estética: O „Belo (Feio) Estético‟ é um valor objetivo, no objeto de arte, ou
subjetivo, no indivíduo? - Esta na relação (tensão, dialética que busca uma síntese, uma
compreensão) entre o sujeito e o objeto.

O BELO E O FEIO: A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA E VALORES


- BELO E/OU BELEZA: uma “qualidade” atribuída a algo; Uma sensação de prazer, bem-estar
e felicidade; Ideia de Ordem, Proporção, Equilíbrio, Simetria, Harmonia; Explicação Metafísica ou
Filosófica: Ligado ao aspecto „Criativo‟ do Espírito do Indivíduo ou à Alma do Universo;
- Ligado a valores “Ideais” de Bem, Certo, Bom, Verdade, etc. Outros Adjetivos: Bonito,
Mimoso, Encantador, Gracioso, Agradável, Gratificante, Prazeroso, Divertido, Atraente, Fascinante,
Interessante, Excitante, Elegante, Intrigante, Esplêndido, Magnífico, Raro, Incomum, Gratificante,
Admirável, Harmônico, „Claridade‟, Maravilhoso, Magnífico, Refinado, Sublime, etc.
- FEIO: uma “qualidade” atribuída a algo; Sensação de Desprazer, Repugnância, de Choque;
Ideia de Desordem, Desarmonia, falta de Simetria, de Proporção, etc. Explicação Metafísica ou
Filosófica: Ligado ao aspecto „Misterioso‟ do Espírito ou Universo;
- Ligado a valores “Reais” de Mau, Errado, Ruim, Falsidade, etc. Outros Adjetivos: Chocante,
Horrível, Fantástico, Mau Gosto, Ridículo, Burlesco, Tragicômico, Bizarro, Deformado, Macabro,
Monstruoso, Absurdo, Horroroso, Lúgubre, Demoníaco, Tenebroso, “Subterrâneo”, Abismal,
Estranho, Inusitado, Inquietante, Espantoso, Extravagante, Esquisito, Etc.
Padrões Estéticos de Beleza - Determinação Cultural, Histórica e Filosófica: Tanto a Beleza
quanto a Feiura são relativas, dependendo dos parâmetros utilizados, dos modismos e utilização
dos Padrões Estéticos de cada época, que podem ser vistos de modo Universal ou Subjetivo.

O “BELO ESTÉTICO” NA ATUALIDADE

IMITAÇÃO / MÍMESE GROTESCO / “FEIO” KITSCH / “BREGA” ZEN / “CLEAN”

- Na atualidade não existe mais: UMA padronização homogênea „oficializada‟ de concepção de


Belo Estético passando a serem utilizados outros critérios: o „feio ou grotesco‟, o Kitsch, etc. o não
gracioso; „deformações‟ das proporções da natureza; falta de simetria e equilíbrio; diferentes tipos
de harmonias, ritmos, etc.; Como criar “novas poéticas” e diretrizes para as Artes / Música na
atualidade? Qual critério ou classificação „de Arte‟ utilizar? Os Padrões Estéticos Imitativo,
Grotesco e o Kitsch, assim como o Zen - “Clean”, tanto nos conteúdos quanto nas formas, de
modo puro ou misturado, passam a estarem presentes tanto nas Artes Eruditas quanto na Indústria
Cultural. Ex: Como classificar e analisar o „belo estético‟ na „arte‟ musical atual?

AS “ARTES”: “MANIFESTAÇÕES” OU “OBJETIVAÇÕES ESTÉTICAS”


- Arte (ARS) = artesanal, (artesão); Técnica (TÉKNE) = saber fazer, tecnologias (industrializado);
- Artes (Liberais) / Técnica (até SÉC. XVII): = habilidade (regras) de produzir manualmente,
artesanalmente; incluía qualquer tipo de atividade: objetos, cultivos, atividades, etc. [„Arte‟ útil];
- „Belas Artes‟ (após o SÉC. XVII): = “objetos” que visam o aspecto estético e de criação do
“Espírito” Humano (o gênio). [„Arte‟ não útil]; podem ser permanentes através de objetos ou
transitórias através de performances;
- “Artes Atuais” (SÉC. XX - XXI): = “Objetivações Estéticas”; pelas novas “tecnologias” ficam
difíceis de definir por incluir a Indústria Cultural e as Artes Aplicadas; passam a ser uma expressão
criativa e aberta a novas possibilidades e critérios; comunicam de forma linguística / verbal e não
verbal, um „conhecimento‟ que se oferece aos sentidos direcionados à imaginação e ao sentimento,
e não só à razão lógica através de seu desenvolvimento técnico e dos estilos nas formas e
conteúdos.
A RELAÇÃO DAS FORMAS E CONTEÚDOS NAS ARTES
As artes possuem um modo próprio de comunicar e expressar de forma imediata e simultânea
o CONTEÚDO - Intelectual: entendimento dos temas, assuntos, valores, etc. e a FORMA -
Sensorial: que depende do material e tecnologia da época e do estilo do artista. Pode ocorrer uma
ênfase em cada um dos aspectos até chegar à proposta “da Forma que se torna o Conteúdo”.

ARTE E IMAGINÁRIOS: REPRESENTAÇÃO MENTAL DE MUNDO


As artes auxiliam na construção de imaginários: uma representação mental interior (subjetiva)
com partes do mundo exterior com a qual nos identificamos: concepções de Indivíduos, de valores
e regras sociais que dão sentido à nossa vida. A identificação ocorre pelos desejos e emoções,
que respondam às nossas fantasias. A pessoa é inconsciente das distorções ou “criação de ilusão”
dos imaginários que criam. Aos significantes como objetos, imagens, ideias e comportamentos
são atribuídos múltiplos significados; a partir de diferentes ambientes naturais e culturais são
criados as diferenças de Significantes e de Significados: os diferentes imaginários mentais e
sonoros.

- AS “ARTES” NA ATUALIDADE: Fronteira não definida entre as diferentes “artes” ou


„manifestações estéticas‟ / músicas que se utilizam dos diferentes estilos e padrões estéticos como
formas de comunicação e expressão:
* Belas Artes: Poesia, Literatura, Música, Canto, Pintura, Escultura, Arquitetura.
* „Novas‟ Artes: Teatro / Circo, Dança [trilhas musicais] e Decorativa [música ambiente].
* Contemporâneas: Instalações, Performances, Vídeos. [trilhas musicais].
* Indústria Cultural: Fotografia, Quadrinhos, Rádio, Discos [músicas populares], Filmes (Vídeos),
TV (Programas) [trilhas musicais]; Informática. [músicas variadas]; Sintetizadores, [tecnomúsica].

- UNIVERSALIDADE DAS ARTES: As Artes possuem significados específicos dentro da cultura


(etnia) a que pertence, respondendo à integração de seus indivíduos. Universalidade das Artes:
elas se mantem como „universais‟ fora de sua cultura quando: seus valores são Básicos e
Arquetípicos transcendendo o cultural local; pela apreciação como Objeto Estético; pela
Hegemonia Cultural; por finalidades Econômicas, Políticas, Educacionais, Ideológicas, Etc.

ARTE E ETNIA - “TODA ARTE É ÉTNICA”


- ETNIA = Referente à identidade cultural, o modo de ser de um povo.
- ETHOS = Referente à identidade cultural tanto de um povo quanto de um grupo.
- Padrões Culturais Próprios: cada sociedade desenvolve manifestações artísticas e estéticas de
acordo com seus recursos naturais, culturais e técnicos.
- Arte “Étnica Europeia”: A hegemonia do padrão clássico Greco e Romano “reinterpretados” no
Renascimento pela cultura da Europa acabou impondo um padrão específico como sinônimo de
Belo assim como uma Função Estética pertencente às “Belas Artes”.
- Artes Étnicas: classificar uma arte étnica dentro dos Padrões Estéticos das Artes Acadêmicas
(arte europeia) como “Bela” ou “Feia” é questionável; o que ela visa é a sua eficiência, ou seja, a
sua eficácia em passar seus valores sociais e culturais de um modo sedutor e marcante.
- A Arte Étnica nas sociedades atuais: Embora associada às culturas primitivas, ela continua
presente nas sociedades atuais, englobando: as Artes Folclóricas; os Artesanatos Regionais;
as Produções “Populares”. Nos museus, quando esses objetos são retirados de seu contexto
social, cultural e funcional, passam a serem apreciados pelo seu aspecto “estético”.
- “Manifestações Estéticas”: tanto as Belas-Artes quanto as Populares, “Primitivas” ou Étnicas
possuem diferentes significados para as pessoas.

FUNÇÃO DAS ARTES: ARTE PELA ARTE X UTILITARISMO


- ARTE PELA ARTE: não deve ter utilidade prática: visa apenas à Experiência Estética e a um
requinte espiritual;
- FUNÇÃO SOCIAL: As Artes e seus Padrões Estéticos dinamizam a vida social através de sua
fruição: Utopias: reencantamento do mundo; Religiosa: crenças religiosas, sentido de vida;
Educativa: criatividade, interação social; Política: uso ideológico; Econômica: Profissão, lucro,
„banalização‟ da arte; Recreativa: lazer; Decorativa: estetização do cotidiano.
- As funções da música: religiosa, educativa ou lazer, política ou econômica, ideológica ou
crítica, terapêutica ou recreativa, etc., de modo estético ou utilitário, sempre estiveram presentes
na vida da sociedade: Sociedades Primitivas: „Esclarecimentos‟ pelos cantos mítico-religiosos;
manter o „ritmo‟ do trabalho; Antiguidade clássica: Pedagógicas e socializadora pelos valores
presente nas „formas‟ musicais: militares ou sensuais; Medieval: despertar a fé conforme a religião;
Iluminismo: despertar a utilização da „razão‟ e do intelecto; Romantismo: despertar os
sentimentos e emoções ou a „Evolução do Espirito‟; Pós-modernidade: vários modos de usufruir a
mesma composição: psicoemocional, „espiritualista‟, etc. Música Popular: paralela às grandes
diretrizes que visam à música erudita sempre existiu uma produção espontânea visando o lazer e a
socialização das pessoas.

OS DIFERENTES PONTOS DE VISTA SOBRE O „BELO ESTÉTICO‟ NAS ARTES / MÚSICA


OLHAR... DO ARTISTA: PRODUTOR, CRIADOR, COMUNICADOR.
Artista: especialista que produz obras atribuindo significados e valores por meio de uma liberdade
criativa própria através de uma imaginação ativa, um visualizador, um criador de imaginários por
dom, inspiração, arrebatamento, intuição, devaneio, inclinação, aptidão, „consciência alterada‟
natural: „Brain-storm‟ ou provocada com farmacológicos, etc.
* Arte experimental, busca fixar novas fronteiras, parâmetros, estruturas e ordens de um modo
espontâneo e inconsciente ou através de pesquisas com novas tecnologias e estruturas.
* Motivações: buscam comunicar uma proposta, valores, ideias, estado de espírito induzindo a um
nível diferente de percepção criativa, a possibilidade de „novos mundos e realidades‟:
Inconsciente: pulsionais, arquetípicos, reprimidos; Psicológico: expressar seus sonhos,
impressões, afetos, recordações, sínteses; Existenciais: realização pessoal, valores; Sociais:
realização profissional, financeira, fama; Transformador: dissidente, inadaptado, revolucionário
que faz surgir novas possibilidades. EX: cada artista / músico procurará desenvolver sua própria
maneira de criar, talvez misturando as diferentes possibilidades: motivacionais, dom natural e
especulativo.
OLHAR... DO CONSUMIDOR: USUFRUIDOR, RECEPTOR.
PREDICATIVO QUALIFICATIVO: quando no „Senso Comum‟ algo é / esta ou não “estético”: Ex:
um corpo „estético‟, uma decoração „estética‟, música „estética‟ (?!), etc.
- Psicológico: a vivência „subjetiva‟ de uma experiência de „belo‟ depende: dos tipos de níveis de
Consciência; de um “Padrão” histórico ou social; das respostas a desejos pulsionais e intelectuais.
* Emoção: quando desperta um estado de ânimo, humores, sensação visceral de Prazer, de algo
agradável: encantamento, admiração ligada a Imaginários e fantasias, ao “mágico, lírico e
maravilhoso”. * Percepção: de harmonias da natureza ou de ritmos e sons conhecidos (?!). *
Entendimento: compreensão técnica e significativa ou parâmetro cultural familiarizado? * Gosto
“Subjetivo”: Como se forma? È autoconstruído conscientemente ou resultado de automatismos
„fabricados‟? Nasce pronto como um „dom natural‟ fruto do temperamento do indivíduo ou é
elaborado pela vivência, educação e experiências pessoais através da socialização de valores
socioculturais? * Hegemonia de um padrão de uma determinada sociedade, cultura ou época? *
Experiência Metafísica ou Espiritual e Mística: um „Enlevo Espiritual‟, uma sensação de
“Êxtase”, de arrebatamento e Plenificação, de completude (religiosa ou não religiosa)?

OLHAR... DO FILÓSOFO: QUESTIONADOR, ORIENTADOR.


- Análise, reflexão e entendimento dos fenômenos estéticos – o que é e como funciona o juízo do
gosto em relação a algo “belo” - não apenas ligados aos objetos de artes, mas também aos vários
níveis da existência humana: aos valores de comportamentos psicológicos, existenciais e sociais: à
religião, política, lazer, etc.
- PÓIESIS: a identificação dos parâmetros e critérios de análise, julgamento, sínteses e propostas
dos fenômenos estéticos e artísticos: o como elaborar „objetivações‟ cuja expressão tanto na forma
quanto no conteúdo os diferencia de outros objetos por um “algo especial e próprio”: „poesia‟,
lirismo, ideal, etc.; o como desenvolver um apreciador com uma vivência mais „consciente‟ das
Artes / Música; inferir a importância para a educação das diferentes ideias ligadas às Artes / Música
ao longo da história; permitir um „olhar‟ mais amplo ao abordar os efeitos das Artes / Música em
indivíduos, grupos e sociedades inteiras; ser mais crítico e ter maior autonomia para avaliações e
propostas das produções e composições, despertando novas possibilidades, padrões, lógicas, etc.;
quais as bases (critérios) para a avaliação de composições e execuções (isto é, da crítica)?
EX: Analisar, refletir, criticar e propor a partir das áreas e temas da Filosofia sobre as produções
musicais.

A ANÁLISE DA MÚSICA A PARTIR DAS ÁREAS E TEMAS DA FILOSOFIA


- História da Filosofia: olhar cronológico das ideias filosóficas; cada época trás seus próprios
parâmetros de análise e reflexão, tanto na produção das teorias quanto nos propósitos e na
usufruição das Artes. EX: O que cada filósofo pensou sobre o „Belo‟ na música em diferentes
épocas.
- ANÁLISE FILOSÓFICA E AS EPISTEMES: A Filosofia é entendida de acordo com as Epistemes
ou Modelos Hegemônicos (predominantes) em diferentes épocas e culturas. Cada vez que um
novo Paradigma (Episteme) é escolhido como princípio de uma certeza ou estrutura de
pensamento específico a sua lógica acaba por transformar os imaginários, o método de
conhecimento, as concepções de realidade e a visão de universo. Embora as novas concepções
tragam novas perspectivas, as antigas concepções Teóricas Metodológicas não são totalmente
descartadas, elas passam a conviver lado a lado com as novas concepções. Sempre será o “olhar
hegemônico cultural atual” sobre o passado histórico.
- O TEÓRICO-METODOLÓGICO: A busca de „certezas ou verdades‟ através de “justificativas
racionais” (intelectuais) – Teorias - para explicar, propor, criticar, sintetizar ideias; levar a
consciência a um nível mais amplo: á autoconsciência reflexiva e intuitiva. Essa busca ocorre a
partir de metodologias que se desenvolveram pelas diferentes Epistemes / Paradigmas na Ciência
e nas Áreas e Temas da Filosofia. Ex: Racionalismo, dedutivo; Empirismo, indutivo;
Positivismo científico, sistêmico; Fenomenológico, interpretativo; Pós-Estruturalista;
Pragmatismo, psicológico e a neurociência, etc.

- HISTÓRIA DA FILOSOFIA: olhar cronológico dos filósofos e suas ideias com relação às artes e a
música.

HISTÓRICO GERAL DAS PRINCIPAIS CONCEPÇÕES NA FILOSOFIA OCIDENTAL


ANTIGUIDADE ID. MÉDIA OCID. RENASCIMENTO E ID. MODERNA OC. SÉC. XX – PÓS-MODERNIDADE
TEOCENTRISMO ANTROPOCENTRISMO E INDIVIDUALÍSMO EGOCENTRISMO
c. 400 d.C. c. 1300 c. 1800 c. 1900 HOJE
_____________I__________________I_____________________I____________________I___________________
SUJEITO: MÍTICO E RELIGIOSO RACIONAL ROMÂNTICO PÓS-MODERNO
„EU‟ COLETIVO INDIVIDUALISTA SUBJETIVISTA CONJUNTURAL
ACREDITO PENSO SINTO DESEJO
CRENÇA - FÉ RAZÃO SENTIMENTO PRAZER
Mesopotâmia Filos. + Relig. Cristã. Humanismo: Razão Romantismo: emoção Filos. Social e Crítica.
Egito, Índia, Plotino Iluminismo: Kant Idealismo: Hegel Marxismo.
China, Japão S. Agostinho Racionalismo: Descartes Positivismo Pragmatismo.
Grécia, Roma S. Tomás Aquino Empirismo: Hume Nietzsche Fenomenologia.
Filosofia Existencialismo.
Platão Aristóteles Pós-Estruturalismo.
Filosofia da Mente.

DIVISÃO GERAL DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA (A ser aprofundada nos módulos)


- 1ª. PRÉ-FILOSÓFICA: uma reflexão filosófica sobre temas presentes nas Sociedades Pré-
Históricas, „Primitivas‟, Antiguidade, cujos traços permanecem na cultura atual; Explicações de
„verdades‟ a partir de Mitos, Ritos, do Sagrado e das Artes / Músicas que são vistos como
símbolos sensíveis de “explicação de verdades”. (Será aprofundado neste 1º módulo). Ex: A
música é vista como um símbolo sensível que cria um clima mágico.
- 2ª. FILOSÓFICO CLÁSSICO: Grécia até início do SÉC. XX: os Grandes Esquemas com a
busca das “verdades universais” com conceitos “unívocos e fechados” especializando-se
tanto numa metodologia e em áreas que se tornam quase que autônomas: Metafísica, Ética,
Conhecimento, Lógica, Estética (Música), Epistemologia, Etc. Ex: MÚSICA: análise segundo os
temas abordados: cantada / instrumental; intelectual / emocional; „matematizada‟ / “de ouvido”;
técnica / „inspirada‟; „espiritual ‟/ social; metafísica / lazer; estética‟ / funcional (moralizante,
educacional, terapêutica, etc.) (Será aprofundado no 2º e 3º módulos).
- 3ª. FILOSÓFICO CIENTÍFICO / TECNOLÓGICO: SÉC. XX - XXI: reflexão sobre „verdades
relativas e interpretadas‟ a partir das „Epistemes das ciências‟ com ênfase na área da
Epistemologia (Filosofia da Ciência), com reflexões sobre os limites da linguagem e a contribuição
da Semiologia para analisar a Filosofia da Arte, Filosofia da Música, e as novas propostas dos Pós-
Estruturalistas, da Sistêmica e da Filosofia da Mente. Ex: MÚSICA: análise segundo os temas
abordados: „estética‟ / comercial; informatização; experimental / entretenimento; lógicas de
harmonia / dissonâncias; semiologia / „linguagem‟; cognitivismo / neurociência; finalidades
individuais ou sociais; (Será aprofundado no 4º módulo).

- Ética: a “Consciência Moral” a diferentes valores que influenciam no agir humano pelo uso da
vontade de modo Heterônomo ou Autônomo a partir de diferentes parâmetros. EX: Em cada época
a música é valorizada de modo diferente, devemos aceitar ou não tais valores? Até que ponto o
agir criativo do artista é feito de modo Autônomo ou Heterônomo?
- Metafísica: reflexão “racional e conceitual” sobre a causa, possibilidade e finalidade do Universo.
EX: O Universo como uma “Escala de Vibrações” formando uma “Harmonia Musical Cósmica”
com os diferentes sons. Ate que ponto as “leis” cósmicas das proporções e harmonias estão
presentes na música? Qual é a „Lógica Natural‟ desse „Contraponto‟ presente na diversidade do
universo?
- Antropologia Filosófica: concepções de pessoas (Mítico-Religiosa, Racional, Emocional,
Bioquímica) que direcionam as “Teorias Filosóficas” os, valores e as relações socioculturais das
pessoas. EX: Ênfase nos mitos, nas ideias ou nas emoções ao transmitir modelos e
representações de gênero, de amor, sexualidade, etc. através das músicas.
- Filosofia da Mente (Neurociência): a relação cérebro / mente e níveis de consciência; como a
realidade externa objetiva percebida biologicamente pode ser “traduzida” à abstração conceitual
subjetiva ao nível da consciência mental. EX: Como “ouvimos” a música? Frequência de vibrações
sonoras transformadas em impulsos linfáticos e elétricos, e transmitidas às diferentes áreas do
cérebro e que com o auxílio da memória cria uma “representação mental / sonora” interior.
- Teoria do Conhecimento: reflexão sobre a possibilidade das „certezas e verdades‟ das teorias,
métodos e Epistemes adotadas a partir do estudo da percepção, pensamento, razão, lógicas,
memória, imaginação, emoções, etc. EX: De que modo esses aspectos estão presentes ao
vivenciar uma „obra‟ musical que se “realiza” na „contemplação sonora‟ de um fluir em alguns
momentos?
- Filosofia da Linguagem: os diferentes tipos de discursos explicativos, através dos modelos de
Epistemes teóricas, conceitos e „lógicas‟ usadas pela razão (Dedução, Indução e Intuição). EX:
Será que a música é uma „linguagem‟? De que tipo são suas mensagens? Que tipo de
compreensão e „lógicas‟ são utilizadas? De que modo a „linguagem‟ da informática passa a ser
incorporada na da música?
- Filosofia da Música ou Estética da Música: utilização de pensamentos e linhas dos pensadores
clássicos e atuais que contribuíram para uma reflexão e análise filosófica a partir dos diferentes
métodos, áreas e temas para pensar diferentes propostas Teórico metodológicas para
esclarecer posturas para projetos de pesquisa, educação e produção musical.
- A Música como Autônoma: no seu aspecto conceitual, suas características como „estrutura‟
sonora, seus significados e tipos de expressividade semiótica, comunicabilidade;
- A Música e sua relação com o mundo – Indivíduo e Sociedade: Técnicas Expressivas dos sons
para alguma finalidade: o seu aspecto utilitário, ou seja, uso, função e sentido que desempenha na
vida das pessoas e das sociedades;

ANÁLISE REFLEXIVA DA RELAÇÃO DOS MITOS E RITOS COM AS ARTES / MÚSICA


- A FUNÇÃO PEDAGÓGICA DAS ARTES E DA “LINGUAGEM” ESTÉTICA: Tanto nas
sociedades primitivas quanto nas atuais o „poder mágico‟ (Estético) dos „Objetos de Artes‟ serviam
(servem) para comunicar e manter suas regras sociais e valores culturais através dos Mitos de um
modo mais direto pelo seu poder “mágico” e sedutor dos Ritos. Cada cultura desenvolve uma
“maneira” específica, um “linguajar artístico - simbólico” decorrente do seu desenvolvimento
técnico. EX: Pinturas: com Carvão, a Óleo, Computadorizada.

OS MITOS E RITOS NAS ARTES


MITOS RITOS
CONTEÚDOS FORMAS
- IMAGINÁRIO – IDEAL - LINGUAGEM - SEDUTORA
- TEMAS, VALORES E UTOPIAS - TÉCNICAS DESENVOLVIDAS.
- CONCEPÇÕES DE MUNDO - ARTESANATOS = AS ARTES

TEMPLOS MITOS RITOS


- ARQUITETURA - LITERATURA - MÚSICA - CANTO
- PINTURA - POESIA - DANÇA
- ESCULTURA - DRAMATURGIA - DRAMATIZAÇÃO
- ARTES DECORATIVAS: móveis, vasos, vestimentas, joias, etc.

- MITOS, RITOS E AS ARTES “METÁFORAS POÉTICAS” DA REALIDADE: Os Mitos, Ritos e


Artes apresentam-se como „metáforas poéticas‟ nas sociedades “primitivas”, na cultura étnica e
se mantem na atualidade por possuírem uma linguagem e lógica própria e não muito „racionais‟:
os Significantes simbólicos, imaginativo e figurativo, palavras, imagens icônicas e arquetípicas,
portanto, abertas, lacunares, contraditórias ou paradoxais e que pela identificação das pessoas
despertam... Significados nas “fantasias, sonhos e maravilhas” das realidades natural, espiritual
ou sociocultural. EX: A música pode ser vista como um significante, tanto a instrumental quanto
com as com letras, que como símbolos se abrem para diferentes significados.

- O MITO: Um “Relato explicativo”, uma “Narrativa”, pela qual um tema ou objeto abordado irá
se tornar um “Mito”. EX: O „mito‟ de Orfeu explica o como a sua música era irresistível e tinha o
„poder‟ de encantamento de comover as pessoas e também sobre o mundo dos mortos.
- A Mitificação de „algo ou alguém‟: é a atribuição por uma “explicação mítica” de um „algo‟
especial, um „dom‟ ou „aura‟, uma „sacralização‟ às habilidades de alguém ou de um artista
transformando-o num „modelo‟ a ser venerado e passando valores a serem seguidos. EX: Mozart:
por sua precocidade e criatividade; Elvis Presley: ousadia, rebeldia, sensualidade, „imortalidade‟.

- FUNÇÃO DOS MITOS: MANTER AS REGRAS SOCIAIS E OS VALORES CULTURAIS.


- Funcionam como modelos sintetizadores que fixam valores de comportamentos de modo
“simples, direto, intuitivo e emocional” buscando tranquilizar, orientar e estruturar o viver humano.
Funcionam como Doutrinas, Ideologias, Teorias ou “Mitos”, cujos valores parecem lógicos, porem
que por possuírem as mesmas características de linguagem: Simbólica, Lacunar, Ambígua,
Figurativa, Alegórica, Arquetípica, Estética, etc. despertam mais facilmente o mesmo tipo de
sentimentos: ideais, sonhos, fantasias, utopias e „imaginários mágicos‟ encobrindo diferenças
sociais, políticas e culturais. Tais modelos podem surgir de modo individual tornando-se grupal ou
social.
- A utilização será positiva ou negativa dependendo dos conteúdos, finalidades e de quem os
emprega. EX: Uma música que critica o consumismo pode tornar-se sucesso e transformar-se ela
própria em objeto do consumo que critica. Assim como da identificação e satisfação das pessoas
que os assimilam ao criar e manter seu (s) mito (s) pessoal (is). EX: Conforme os estilos de
músicas que pelas letras e ritmo propiciam diferentes tipos de imaginários e representações,
passando valores e criando um „estilo de vida‟ conforme o nível de consciência e a relação com
os diferentes ambientes: físico, sonoro e emocional do ouvinte, como do Rock, Samba e Funk.

OS MITOS PESSOAIS
Cada pessoa cria um Mito Pessoal, um Imaginário ou uma fantasia, uma „explicação‟ ou síntese
de mundo que o ajude a guiar-se perante os mitos socioculturais, a planejar seu futuro, apontando
uma direção a ser tomada. Tendem a ser construídos de modo inconsciente, espelhando-se nos
modelos arquetípicos culturais e artísticos com os quais emocionalmente passa a identificar-se por
despertarem suas fantasias e “sonhos”. Geralmente são Heróis reais ou „imaginados‟ de modelos
„mitificados‟ o desbravador que com autodeterminação, firmeza, coragem e fascinado pelo
diferente e que ousa buscar o desconhecido para aprender e domesticá-lo vencendo desafios e
que rompem com certos valores no seu aprendizado e amadurecimento em busca de sua
autonomia. EX: A tenacidade de Beethoven, os novos sons e performances dos Beatles e valores
através de mitos imaginados como Sherlock Holmes.

OS ARQUÉTIPOS NOS MITOS E NAS ARTES


- São Modelos elaborados a partir de aspectos baseados em processos da natureza (luz, trevas,
ciclos, sons, etc.) ou do comportamento (herói, gênero, amor, casamento) e que se mantem no
tempo. Os Arquétipos ligam-se às diversas imagens e símbolos, que refletem aspectos arcaicos
(inconscientes) de nosso ser ou padrões socioculturais estabelecidos (conscientes), e que foram
sendo enriquecidos em seus sentidos a partir das diferentes culturas. Os temas e estruturas
arquetípicas presentes nos mitos e nas criações artísticas mexem com as estruturas básicas da
psique humana. EX: Os arquétipos do “Paraíso Perdido”, da “estrutura Totêmica”, da “Jornada do
Herói”, etc.
AS ESTRUTURAS ARQUETÍPICAS DIVERSAS NAS ARTES / MÚSICA
- Ciclos da Natureza: A “Música Cósmica” como ordem, harmonia e ritmo do universo: Diurno:
Sol, luz, explícito, vida = prazer; Noturno: Lua, trevas, mistério, morte = dor; EX: Músicas: o som
criador propagado, a ordem no caos através dos ritmos / ciclos de vida; diurnas e noturnas?! As
„estações do ano‟ como metáforas dos diferentes „ciclos‟ humanos: infância, adulto, idoso;
- Artes Ícones: „mitificações‟ de obras artísticas: pinturas, esculturas, obras literárias, filmes, etc.
EX: Estruturas, harmonias e formas de musicas, etc. como nas músicas ícones de referência: o
Réquiem, de Mozart; a Nona, de Beethoven; The Wall, de ...?; Gita, de ...?
- Gêneros: O Masculino: Positivo: civilizador, provedor, o „pai‟, sábio, regente, espiritual,
compreensivo, protetor; Negativo: autoritário, guerreiro, aproveitador. EX: O homem „macho‟, o
cowboy andarilho, o malandro, o „mago‟ sábio, o artista, etc.; O Feminino: Positivo: protetora,
bondosa, amorosa, maternal, inocente, tímida, frágil, obediente; Negativo: destruidora, passional,
possessiva, cruel, dominadora, sedutora, infiel. EX: A Virgem Maria, as heroínas infantis, a „mãe‟,
as feiticeiras, as sereias / cantoras mortais, etc.; O Casamento: o amor (romântico), a sexualidade,
o erotismo, a alma gêmea, a felicidade, o „Alter ego‟, a nêmeses. EX: Os tipos de músicas que
reforçam os valores ligados a alguns dos modelos arquetípicos.

OS ARQUÉTIPOS ESTRUTURAIS DO “PARAÍSO PERDIDO”, DA “ESTRUTURA TOTÊMICA‟


E DA “JORNADA DO HERÓI”.

O PARAÍSO PERDIDO:
- O Paraíso: A Consciência Ingênua: ...A inocência original, seres humanos puros e sem maus
desejos desfrutam do prazer e da felicidade plena no “Paraíso” do “Jardim do Éden”, na “Era de
ouro” da humanidade.
- O Paraíso “Perdido”: O Despertar da Consciência: a expulsão do paraíso e do prazer inocente à
culpa e ao livre arbítrio. O fruto proibido do conhecimento leva ao Ego individualizado e
fragmentado e à escolha entre o Bem e o Mal. Despertará a “Nostalgia do Paraíso”.
- A Busca do Paraíso: A Supraconsciência: o “retorno” ao Paraíso que foi Perdido: nostalgia da
„felicidade‟ “intuída ou lembrada”. A busca da Plenitude: “Hierofania”, da Unidade, do „Graal‟ do
Todo, do „TAO‟; busca-se na vivência estética das artes a “plenitude” do prazer “perdido”.
- A Busca do que Falta: a ênfase num “eu” fragmentado nos distancia do “todo”, da plenitude e
nos tornamos uma “parte”. Buscamos reencontrar o “Maravilhoso”, o prazer pleno, a Felicidade. A
Arte pode ser pensada como um „Objeto do Desejo‟, a busca do que falta e que tenta preencher
esse „vazio‟, esse desejo insatisfeito de reencontrar a “Coisa Inefável” que foi perdida. (Lacan).
- O “MARAVILHOSO”: O MISTERIOSO - AS UTOPIAS DE FELICIDADE E BELEZA: A busca do
„Maravilhoso‟ pode ser pensada como a busca do Paraíso que foi „perdido‟, do prazer e da beleza
através das artes. A Música induz a imaginários, emoções e a um „estado de espírito‟ preenchendo
o „vazio‟ com o extraordinário, o „magico‟ nos Espetáculos / Ritos.
A ESTRUTURA TOTÊMICA
Geralmente presente nos Mitos, Ritos e Artes por tratar-se de uma estrutura simples e eficiente
ela é utilizada até hoje pelas pessoas e grupos sociais como uma estrutura sintetizadora e
organizadora.
- Totem = Representações materiais (simbólicos) do Herói “mitificado” religioso ou profano e de
onde procede os valores que mantêm a sociedade e sua organização.
- Tabu = “Algo especial” ou „sagrado‟ por possuir o poder de „Mana‟.
- Mana = Uma „Energia Misteriosa e impessoal‟ de poder, uma “Força Mágica” [Animismo] que ao
se “concretizar” numa Imagem artística e Estética passa a servir de „modelo ou ícone‟ para as
pessoas.
Lógica de Identificação por acúmulo de mana: os princípios lógicos de seu funcionamento são:
- Princípio da Semelhança: o baseado na ideia imitativa, ou seja, baseados na crença da ação
do semelhante sobre o semelhante. EX: a imitação de vestimentas ou comportamentos.
- Princípio do Contato: o baseado na ideia do contágio ou do contato, pois acreditam que os
objetos e as partes orgânicas conservam uma energia de poder e que podem ser transmitidas a
outros. EX: toque, amuletos, roupas ou objetos das pessoas que as utilizaram.

A „JORNADA‟ DO HERÓI: A BUSCA DA AUTONOMIA


- Trajetória de Vida: tanto o artista como o usufruidor identificam-se com a Trajetória do Herói
presente nos Mitos / Artes por passar uma estrutura e valores da busca da autoafirmação e
autonomia.
- O percurso da Jornada do Herói identifica-se como uma “iniciação” pelo padrão do „Rito de
Passagem‟ (ver abaixo): Partida: A „busca‟ de novas possibilidades saindo da „ordem real‟
sociocultural („lógica‟); Iniciação: peripécias e aprendizado de novas possibilidades na
imponderável e caótica „ordem mítica‟, („não lógica‟), e Reconhecimento ou a consciência de sua
autoafirmação, autonomia e poder ao vivenciar os novos valores aprendidos; Retorno:
restauração com a volta à ordem real e a possível transformação desta a partir do „novo saber‟
aprendido. Passa a ser visto como um herói por ser o Senhor de 2 mundos ou „das 2 lógicas‟;
- Tipos de Heróis presente na cultura: o vencedor, guerreiro, gênio, brincalhão, místico / mago,
mártir, „imortal‟; „anti-heróis‟: trapaceiro, o „louco‟, homem-animal, etc. EX: muitos dos tipos
arquetípicos de heróis podem ser percebidos nas músicas, óperas, etc.
- Heróis reais e “imaginados” MODELOS METAFÓRICOS „mitificados‟ pela energia de Mana e
que são assimilados a nível consciente e inconsciente, guiando as ações das pessoas; O
desbravador com coragem e determinação, que ousa buscar o desconhecido para aprender e
„domesticá-lo‟; são os que vencem desafios e rompem com certos valores no seu aprendizado e
amadurecimento em busca de sua autonomia. EX: Beethoven, Elvis Presley, Beatles, Schoenberg,
Etc.
OS RITOS: CARACTERÍSTICAS
O Rito é um tipo de Cerimônia com um significado simbólico, ou seja, com comportamentos
formalizados tanto a nível individual quanto coletivo, público ou privado, pelos quais os „mitos‟
são passados e ensinados: com atividades padronizadas de gestos, posturas, palavras e objetos
simbólicos, etc.; geralmente repetitivas e prescritivas de hábitos e posturas tradicionais
convencionais, pessoais ou rotineiras mantendo a ordem social e pessoal; possui a função de
integrar o indivíduo ao coletivo, propiciando aos participantes um sentimento de identidade,
camaradagem, agregação, segurança e mantendo a ordem social do grupo e cultural a que
pertence, procurando reafirmar os Imaginários, valores e crenças fortalecendo a personalidade e o
aspecto psicológico de seus participantes; possui um tempo próprio, um „agora‟ onde o temporal
encontra o atemporal, o sincrônico do “ao mesmo tempo”, onde: fantasia e realidade, gente e
espírito convivem e se interagem.
TIPOS DE RITOS
Os Rituais como “espetáculos” nas sociedades primitivas e nas complexas atuais: as artes
presentes nos rituais criam uma “linguagem estética” que propicia um clima emocional, mágico e
sedutor com cantos, danças, dramatizações, pinturas e filmes que representam os anseios
humanos.
- Ritos Religiosos: que supõem a crença em seres e „forças sobrenaturais‟. EX: as músicas
religiosas.
- Ritos Profanos: Sociais, que marcam eventos importantes como batizados, formatura, uma
apresentação artística, etc.; Cotidianos e Pessoais: são os „Micro Ritos‟, as micro atividades
repetidas automaticamente criando os hábitos, condutas, costumes que praticamos na nossa vida
diária e que organizam as relações interpessoais ao inserir o indivíduo em diferentes situações e
contextos do seu cotidiano, podem ser Individuais: com ênfase nas formalizações de hábitos
ligadas às características pessoais como temperamento, educação, motivações; ou Sociais: a
pessoa transforma-se numa espécie de ser coletivo animado de um „espírito ou alma de grupo‟
perdendo sua autonomia individual. EX: Músicas para ocasiões: pessoais, românticas; sociais:
reuniões formais ou informais, de dança, etc.
- Ritos de Passagem: geralmente são para marcar ou confirmar um tipo de “iniciação” social ou
pessoal com a passagem de um estágio para outro como mudança de Status ou de categorias
definindo Papéis Sociais, ocorrem em rituais com cerimônias repetitivas ou „evolutivas‟ através das
etapas: 1ª Separação: Morte Simbólica: as pessoas “morrem” para o estagio anterior: por dor,
perda, mutilação; 2ª Transição: Limiar ou Iniciação, o período intermediário entre duas condições,
a vivência “mágico-religiosa ou especial” de aprendizagem de novos conhecimentos no “mundo
mítico”; 3ª Agregação: Renascimento: são agregados (aceitos) em uma nova condição, devem
assumir seu papel-status atingido, com autonomia e responsabilidade. EX: a vivência em um
„desempenho‟ artístico ou a apreciação de algum tipo de manifestação artística poderia ser visto
com um Rito de Passagem ou Iniciação se marcar de alguma forma o indivíduo, além das músicas
que marcam as diferentes etapas da „iniciação‟: casamento, formatura, aniversário, etc.

MANA: A “FORÇA MÁGICA” PRESENTE NOS RITOS


- Os Ritos ajudam na projeção e focalização da vontade, pensamento e sentimento criando uma
“energia psíquica” própria; a participação nos Ritos pode ser: ativa, com uma vivência mais
intensa ou passiva, como numa assistência, menos intensa; a atitude psicológica baseada em
crenças, ideias e sentimentos das pessoas que os praticam se apenas formal torna-se
automatizado e vazio porem se „vivenciado‟ torna-se significativo e dá sentido à vida da pessoa; a
repetição ritual e o acúmulo da energia psìquica direcionado pelos oficiantes (xamãs) podem
levar ao culto e à idolatria.

ARTISTA: O XAMÃ / MAGO: OS OFICIANTES DOS RITOS


- Os Artistas como os Xamãs / Magos através de seu carisma desenvolvem o poder de
„acumuladores‟ da energia psíquica levando pelas suas „técnicas‟ ao „entusiasmo‟, ou seja, ao
Êxtase: pelo entendimento (Apolíneo) ou ao Transe: „possessão‟ (Dionisíaco); através : dos
cantos „mágicos‟, os sons „sagrados‟ e as rítmicas musicais „reflexo‟ da “Música Cósmica”,
buscam ligar o mundo material ao „espiritual‟ procurando liberar a energia criadora e regeneradora.
EX: O artista / mago direciona com sua música a energia psíquica das pessoas.

“INICIAÇÃO” ARTÍSTICA
- Uma intensa vivência artística carregada de conotações afetivas pode „transformar‟ os valores
das pessoas “reencantando” a vida ao seguir as seguintes etapas: 1ª. O Estado de Espírito:
preparação psicológica para a „iniciação‟; projeção da „energia psíquica‟ (mana) pelo pensamento,
imaginário e sentimento; 2ª. O Ritual Espetáculo: entrada no caminho do „aprendizado‟ para
assimilar as novas possibilidades; 3ª. A Participação: a “vivência” do “Paraíso” no espetáculo; ao
reviver o tempo mítico atemporal fica-se „preenchido‟, transfigurado com a „força sagrada‟
gerada no Rito ao apresentar os novos valores; 4º. A Catarse: o espanto! A identificação,
“purgação” dos antigos valores e assimilação dos novos; 5ª. A Transformação: anexação de
valores obtidos pelo novo saber. EX: através do „rito‟ de um concerto tanto de Música Erudita
quanto num de Rock.
„TELEOLOGIA‟: FINALIDADE E OBJETIVOS
- Tanto os Mitos quanto os Ritos com a sua Expressão Artística / Estética funcionam como
estruturadores e integradores do indivíduo ao coletivo institucionalizando valores psicológicos e
sociais: Ao Individuo / Subjetivo: estão presentes na educação Formal e na Informal auxiliando ao
buscar definir sua identidade, criando imaginários que auxiliam na construção de projetos de vida,
estados de espírito, consciência reflexiva, etc. EX: Músicas que enfatizam determinados valores de
comportamento. Ao Social: na delimitação de „Espaços Rituais‟ de Pessoas e Grupos, Públicos ou
Privados onde certos gestos e valores de comportamento criam uma, „atmosfera‟ própria e
diferenciada. EX: Músicas de: Concertos, Bares, Danceteria, Filmes, Funeral, Casamento; Casa
de Amigos, O Lar, Etc.

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