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1º MÓDULO
CONCEITOS BÁSICOS – MITOS, RITOS E ARTES.
TEMAS:
- Apresentação do Plano de ensino: programa, tipos de aulas, avaliações e bibliografias.
- Conceitos básicos: a relação entre Estética e Filosofia da Arte.
- Os diferentes „olhares‟ sobre as Artes: do artista, do usufruidor e do filósofo.
- Os parâmetros Teórico-metodológicos filosóficos de análise das Artes / Música e da Estética.
- Aplicação de áreas da Filosofia para análise na Filosofia da Arte - Estética.
- As diferentes funções das Artes a partir dos Mitos e Ritos antigos e atuais.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA: Arquivo: Estética - 1º MOD. Conceitos básicos; Mitos, Ritos e Artes.
SUGESTÃO BIBLIOGRÁFICA:
- ARANHA, Maria L. A. & MARTINS, Maria H. P. Temas de Filosofia.
- CHAUI, Marilena. Convite à filosofia.
- FISCHER, Ernst. A necessidade da arte.
- LANGER, Susanne. Filosofia em nova chave.
- VÁZQUEZ, Adolfo S. Convite à estética.
- VIDEO NATIONAL GEOGRAPHIC: BALI, obra prima dos deuses.
ATIVIDADES DO 1º MÓDULO:
ANÁLISE ESTÉTICA
1º TRABALHO ESCRITO (NORMAS) INDIV. OU EQUIPES = 3.0 pontos.
Com o objetivo de fixar os conceitos estudados de Estética, o indivíduo ou a equipe deverá
elaborar por escrito, a análise filosófica e justificativa, a partir dos conceitos teóricos estudados,
de uma Manifestação estética. O trabalho deverá ter um MÁXIMO de 4 laudas de conteúdos, e
seguir o esquema:
1. Tipo de manifestação estética;
2. Padrão estético de belo;
3. Forma e Conteúdo (Imaginário);
4. Funções que desempenha;
5. Pontos de vista;
6. Áreas filosóficas de análise (ao menos duas);
AVALIAÇÃO ORAL
Em dia determinado pelo professor será feita a apresentação dos trabalhos em Seminário = 2.0
pontos.
CONTEÚDO DO 1º MÓDULO
- Conceito de Estética: Delimitação na Filosofia de uma área própria a partir de Baumgarten (c.
de 1750): “A Ciência (Filosófica) da Arte e do Belo”; Uma investigação filosófica pela busca de uma
“verdade” pelo uso da análise racional reflexiva das “obras de arte”, criações que tem como
finalidade O “BELO” (caracterizado pelo padrão da época!) com ênfase da análise no „Julgamento‟
sobre o Belo; as Artes são vistas como objetos que são representações “confusas”, mas “claras”,
ou seja, sensíveis, mas “perfeitas” (?!).
- Para Baumgarten o filósofo pesquisador analisa o „Belo Estético‟ vivenciado pelo: Artista (o
músico): “A realização da beleza; fantasia „inata‟ [dom?!] para criar uma imagem nova feita de
combinações numa ordem diferente” [gênio?]; Espectador (o ouvinte): “O como se forma uma
disposição especial no seu „espírito‟: o Juízo do Gosto com suas „leis lógicas‟”: Conhecimento
Sensível (Sentir) - “Inferior”: lógica própria confusa, mas clara e „perfeita‟ quando o „Belo‟ é
partilhado como universal (?!); Conhecimento Racional (Entendimento) - “Superior”: Lógica
Formal que procura estabelecer o que é beleza de modo intelectual, o como funciona o
conhecimento sensível.
RELAÇÃO ESTÉTICA
OBJETO SUJEITO
ESTÉTICA CONSCIÊNCIA ESTÉTICA
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
„BELO - FEIO‟
- A relação Estética: O „Belo (Feio) Estético‟ é um valor objetivo, no objeto de arte, ou
subjetivo, no indivíduo? - Esta na relação (tensão, dialética que busca uma síntese, uma
compreensão) entre o sujeito e o objeto.
- HISTÓRIA DA FILOSOFIA: olhar cronológico dos filósofos e suas ideias com relação às artes e a
música.
- Ética: a “Consciência Moral” a diferentes valores que influenciam no agir humano pelo uso da
vontade de modo Heterônomo ou Autônomo a partir de diferentes parâmetros. EX: Em cada época
a música é valorizada de modo diferente, devemos aceitar ou não tais valores? Até que ponto o
agir criativo do artista é feito de modo Autônomo ou Heterônomo?
- Metafísica: reflexão “racional e conceitual” sobre a causa, possibilidade e finalidade do Universo.
EX: O Universo como uma “Escala de Vibrações” formando uma “Harmonia Musical Cósmica”
com os diferentes sons. Ate que ponto as “leis” cósmicas das proporções e harmonias estão
presentes na música? Qual é a „Lógica Natural‟ desse „Contraponto‟ presente na diversidade do
universo?
- Antropologia Filosófica: concepções de pessoas (Mítico-Religiosa, Racional, Emocional,
Bioquímica) que direcionam as “Teorias Filosóficas” os, valores e as relações socioculturais das
pessoas. EX: Ênfase nos mitos, nas ideias ou nas emoções ao transmitir modelos e
representações de gênero, de amor, sexualidade, etc. através das músicas.
- Filosofia da Mente (Neurociência): a relação cérebro / mente e níveis de consciência; como a
realidade externa objetiva percebida biologicamente pode ser “traduzida” à abstração conceitual
subjetiva ao nível da consciência mental. EX: Como “ouvimos” a música? Frequência de vibrações
sonoras transformadas em impulsos linfáticos e elétricos, e transmitidas às diferentes áreas do
cérebro e que com o auxílio da memória cria uma “representação mental / sonora” interior.
- Teoria do Conhecimento: reflexão sobre a possibilidade das „certezas e verdades‟ das teorias,
métodos e Epistemes adotadas a partir do estudo da percepção, pensamento, razão, lógicas,
memória, imaginação, emoções, etc. EX: De que modo esses aspectos estão presentes ao
vivenciar uma „obra‟ musical que se “realiza” na „contemplação sonora‟ de um fluir em alguns
momentos?
- Filosofia da Linguagem: os diferentes tipos de discursos explicativos, através dos modelos de
Epistemes teóricas, conceitos e „lógicas‟ usadas pela razão (Dedução, Indução e Intuição). EX:
Será que a música é uma „linguagem‟? De que tipo são suas mensagens? Que tipo de
compreensão e „lógicas‟ são utilizadas? De que modo a „linguagem‟ da informática passa a ser
incorporada na da música?
- Filosofia da Música ou Estética da Música: utilização de pensamentos e linhas dos pensadores
clássicos e atuais que contribuíram para uma reflexão e análise filosófica a partir dos diferentes
métodos, áreas e temas para pensar diferentes propostas Teórico metodológicas para
esclarecer posturas para projetos de pesquisa, educação e produção musical.
- A Música como Autônoma: no seu aspecto conceitual, suas características como „estrutura‟
sonora, seus significados e tipos de expressividade semiótica, comunicabilidade;
- A Música e sua relação com o mundo – Indivíduo e Sociedade: Técnicas Expressivas dos sons
para alguma finalidade: o seu aspecto utilitário, ou seja, uso, função e sentido que desempenha na
vida das pessoas e das sociedades;
- O MITO: Um “Relato explicativo”, uma “Narrativa”, pela qual um tema ou objeto abordado irá
se tornar um “Mito”. EX: O „mito‟ de Orfeu explica o como a sua música era irresistível e tinha o
„poder‟ de encantamento de comover as pessoas e também sobre o mundo dos mortos.
- A Mitificação de „algo ou alguém‟: é a atribuição por uma “explicação mítica” de um „algo‟
especial, um „dom‟ ou „aura‟, uma „sacralização‟ às habilidades de alguém ou de um artista
transformando-o num „modelo‟ a ser venerado e passando valores a serem seguidos. EX: Mozart:
por sua precocidade e criatividade; Elvis Presley: ousadia, rebeldia, sensualidade, „imortalidade‟.
OS MITOS PESSOAIS
Cada pessoa cria um Mito Pessoal, um Imaginário ou uma fantasia, uma „explicação‟ ou síntese
de mundo que o ajude a guiar-se perante os mitos socioculturais, a planejar seu futuro, apontando
uma direção a ser tomada. Tendem a ser construídos de modo inconsciente, espelhando-se nos
modelos arquetípicos culturais e artísticos com os quais emocionalmente passa a identificar-se por
despertarem suas fantasias e “sonhos”. Geralmente são Heróis reais ou „imaginados‟ de modelos
„mitificados‟ o desbravador que com autodeterminação, firmeza, coragem e fascinado pelo
diferente e que ousa buscar o desconhecido para aprender e domesticá-lo vencendo desafios e
que rompem com certos valores no seu aprendizado e amadurecimento em busca de sua
autonomia. EX: A tenacidade de Beethoven, os novos sons e performances dos Beatles e valores
através de mitos imaginados como Sherlock Holmes.
O PARAÍSO PERDIDO:
- O Paraíso: A Consciência Ingênua: ...A inocência original, seres humanos puros e sem maus
desejos desfrutam do prazer e da felicidade plena no “Paraíso” do “Jardim do Éden”, na “Era de
ouro” da humanidade.
- O Paraíso “Perdido”: O Despertar da Consciência: a expulsão do paraíso e do prazer inocente à
culpa e ao livre arbítrio. O fruto proibido do conhecimento leva ao Ego individualizado e
fragmentado e à escolha entre o Bem e o Mal. Despertará a “Nostalgia do Paraíso”.
- A Busca do Paraíso: A Supraconsciência: o “retorno” ao Paraíso que foi Perdido: nostalgia da
„felicidade‟ “intuída ou lembrada”. A busca da Plenitude: “Hierofania”, da Unidade, do „Graal‟ do
Todo, do „TAO‟; busca-se na vivência estética das artes a “plenitude” do prazer “perdido”.
- A Busca do que Falta: a ênfase num “eu” fragmentado nos distancia do “todo”, da plenitude e
nos tornamos uma “parte”. Buscamos reencontrar o “Maravilhoso”, o prazer pleno, a Felicidade. A
Arte pode ser pensada como um „Objeto do Desejo‟, a busca do que falta e que tenta preencher
esse „vazio‟, esse desejo insatisfeito de reencontrar a “Coisa Inefável” que foi perdida. (Lacan).
- O “MARAVILHOSO”: O MISTERIOSO - AS UTOPIAS DE FELICIDADE E BELEZA: A busca do
„Maravilhoso‟ pode ser pensada como a busca do Paraíso que foi „perdido‟, do prazer e da beleza
através das artes. A Música induz a imaginários, emoções e a um „estado de espírito‟ preenchendo
o „vazio‟ com o extraordinário, o „magico‟ nos Espetáculos / Ritos.
A ESTRUTURA TOTÊMICA
Geralmente presente nos Mitos, Ritos e Artes por tratar-se de uma estrutura simples e eficiente
ela é utilizada até hoje pelas pessoas e grupos sociais como uma estrutura sintetizadora e
organizadora.
- Totem = Representações materiais (simbólicos) do Herói “mitificado” religioso ou profano e de
onde procede os valores que mantêm a sociedade e sua organização.
- Tabu = “Algo especial” ou „sagrado‟ por possuir o poder de „Mana‟.
- Mana = Uma „Energia Misteriosa e impessoal‟ de poder, uma “Força Mágica” [Animismo] que ao
se “concretizar” numa Imagem artística e Estética passa a servir de „modelo ou ícone‟ para as
pessoas.
Lógica de Identificação por acúmulo de mana: os princípios lógicos de seu funcionamento são:
- Princípio da Semelhança: o baseado na ideia imitativa, ou seja, baseados na crença da ação
do semelhante sobre o semelhante. EX: a imitação de vestimentas ou comportamentos.
- Princípio do Contato: o baseado na ideia do contágio ou do contato, pois acreditam que os
objetos e as partes orgânicas conservam uma energia de poder e que podem ser transmitidas a
outros. EX: toque, amuletos, roupas ou objetos das pessoas que as utilizaram.
“INICIAÇÃO” ARTÍSTICA
- Uma intensa vivência artística carregada de conotações afetivas pode „transformar‟ os valores
das pessoas “reencantando” a vida ao seguir as seguintes etapas: 1ª. O Estado de Espírito:
preparação psicológica para a „iniciação‟; projeção da „energia psíquica‟ (mana) pelo pensamento,
imaginário e sentimento; 2ª. O Ritual Espetáculo: entrada no caminho do „aprendizado‟ para
assimilar as novas possibilidades; 3ª. A Participação: a “vivência” do “Paraíso” no espetáculo; ao
reviver o tempo mítico atemporal fica-se „preenchido‟, transfigurado com a „força sagrada‟
gerada no Rito ao apresentar os novos valores; 4º. A Catarse: o espanto! A identificação,
“purgação” dos antigos valores e assimilação dos novos; 5ª. A Transformação: anexação de
valores obtidos pelo novo saber. EX: através do „rito‟ de um concerto tanto de Música Erudita
quanto num de Rock.
„TELEOLOGIA‟: FINALIDADE E OBJETIVOS
- Tanto os Mitos quanto os Ritos com a sua Expressão Artística / Estética funcionam como
estruturadores e integradores do indivíduo ao coletivo institucionalizando valores psicológicos e
sociais: Ao Individuo / Subjetivo: estão presentes na educação Formal e na Informal auxiliando ao
buscar definir sua identidade, criando imaginários que auxiliam na construção de projetos de vida,
estados de espírito, consciência reflexiva, etc. EX: Músicas que enfatizam determinados valores de
comportamento. Ao Social: na delimitação de „Espaços Rituais‟ de Pessoas e Grupos, Públicos ou
Privados onde certos gestos e valores de comportamento criam uma, „atmosfera‟ própria e
diferenciada. EX: Músicas de: Concertos, Bares, Danceteria, Filmes, Funeral, Casamento; Casa
de Amigos, O Lar, Etc.