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CONSELHO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DO DISTRITO FEDERAL
COMISSÃO AMPLIADA DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
RELATÓRIO DE VISITAS AS UNIDADES DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE

1. APRESENTAÇÃO

O presente relatório foi construído a partir de visitas realizadas pela Comissão de Medidas
Socioeducativas do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente - DCA/DF, que contou ainda
com o apoio de conselheiros de outras comissões.

Foram visitadas as sete Unidades de Internação no âmbito do Distrito Federal assim denominadas:

1. UISM – Unidade de Internação de Santa Maria


2. UNIRE – Unidade de Internação do Recanto das Emas
3. UNISS – Unidade de Internação de Saída Sistemática
4. UIP – Unidade de Internação de Planaltina
5. UIPSS – Unidade de Internação Provisória de São Sebastião
6. UISS – Unidade de Internação de São Sebastião
7. UIBRA – Unidade de Internação de Brazlândia

Também foi visitado o Núcleo de Atendimento Inicial – NAI.

As visitas foram realizadas de forma dirigida e organizada segundo instrumentos de coleta de


informações por área e conforme subgrupos de Conselheiros. Foram verificados aspectos
relacionados a estrutura de gestão e de recursos humanos, alimentação, saúde, educação,
segurança, bem como realizada escuta de alguns adolescentes.

No desempenho de seu papel o CDCA/DF realizou as visitas na perspectiva de controle social, com
vistas a averiguar o cumprimento dos direitos do adolescente no âmbito do sistema
socioeducativo, cabendo-lhe, portanto, apontar as falhas verificadas e que implicam em violações
dos direitos humanos dos adolescentes.
2. CONSELHO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DO DISTRITO
FEDERAL – CDCA/DF

O CDCA/DF é um órgão ou instância colegiada de caráter deliberativo, formulador e normatizador


das políticas públicas, controlador das ações, gestor do Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente do Distrito Federal – FDCA/DF, legítimo, de composição paritária e articulador das
iniciativas de proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Sendo assim, sob a perspectiva de suas prerrogativas tem competência para promover ações
voltadas para a promoção e garantia dos direitos, bem como de regular e controlar as ações
governamentais e não governamentais que dizem respeito a política públicas para às criança e
adolescentes, uma vez que este segmento tem garantido por Lei, prioridade absoluta em todas as
políticas públicas (saúde, educação, assistência social, cultura, esportes...).

Dessa forma o CDCA é um órgão público e tem em suas prerrogativas e competências no trabalho
com as políticas sociais, inter e multi setoriais, na perspectiva da garantia e promoção da política
da infância e juventude, respeitando o princípio da incompletude institucional, prevista em Lei no
que tange ao atendimento em rede às crianças e adolescentes. Deve exercer o controle das ações
e a promoção de direitos no segmento da infância e adolescência, de forma universal.

O CDCA é composto por um plenário integrado por conselheiros da sociedade civil e governo, e
por uma Secretaria Executiva. A Secretaria tem suas atribuições definidas em seu regimento
interno e acompanha a execução das deliberações do Conselho, além de servir de alicerce
administrativo às suas atividades. A representação é paritária – sua composição respeita o
princípio da paridade, ou seja, é composto por igual número de representantes do poder público
e da sociedade civil. Os representantes da sociedade civil no CDCA/DF são os representantes de
organismos ou entidades privadas, ou de movimentos comunitários, organizados como pessoas
jurídicas, com atuação expressiva na defesa dos direitos de crianças e adolescentes. A composição
do referido conselho ainda conta com um Conselho Consultivo, constituído por adolescentes e
jovens eleitos, para discutir os temas pautados em plenária.

Assim, tendo em vista a composição do Conselho, suas atribuições e prerrogativas pautadas na


garantia dos direitos da criança e do adolescente, e tendo em vista o cenário político em vigor no
DF, este Conselho se vê imbricado no compromisso de fiscalizar as ações do poder executivo, no
intuito de contribuir para a implementação de uma política pública de qualidade para o segmento
ora mencionado.
Sob essa ótica, tendo em vista as prerrogativas deste Conselho e após acontecimentos relevantes
na área infanto-juvenil, especificamente no sistema socioeducativo do DF, sob deliberação em
plenária, decidiu-se exercer a função de fiscalização e controle no que diz respeito a essa política.

3. EM RELAÇÃO A MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO

“O Estatuto da Criança e do Adolescente apresenta regras para a imposição das


medidas socioeducativas. Tais regras não estabelecem relação direta entre o ato
praticado e a medida, ou seja, a aplicação de determinada medida não é
necessariamente consequência direta da prática de um dado delito, pois são
normas de caráter geral e exigem uma análise global da situação (delito e
infrator) para verificar a adequação da medida a ser imposta”. (FERREIRA, 2006)

A partir da Constituição Federal de 1988, a criança e ao adolescente são considerados prioridade


absoluta por parte do Poder Público, da família e de toda a sociedade. Dois anos depois da
Constituição, para contribuir com a política da infância e garantir a superação de práticas exercidas
sob a luz do código de menores, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/90) trouxe
mais instrumentos legais para a concretização dos direitos, considerados especiais, com base na
doutrina da proteção integral.

Além disso, os tratados assinados pelo Brasil são cartas de compromisso internacional,
importantes instrumentos para a concretização de direitos e que reforçam o compromisso
representado pela Constituição e pelo ECA. A Convenção sobre os Direitos da Criança valoriza os
estímulos para o seu desenvolvimento integral, traz o conceito de condição peculiar de
desenvolvimento biopsicossocial, reconhecendo a proteção especial e a necessidade de receber
absoluta prioridade do Estado, da família e da sociedade. As diretrizes de Riad e as Regras Mínimas
das nações Unidas para proteção dos jovens privados de liberdade também interferem na
proteção e prioridade dos jovens em privação de liberdade, para regulamentar a execução das
medidas socioeducativas. Tais regras garantem também o devido processo legal, ao qual o
adolescente deve ser submetido para averiguação da autoria do ato infracional, garantindo-lhes
inclusive a ampla defesa.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se ato infracional a conduta análoga


ao crime ou contravenção penal de ação cometida por um adolescente, definido no artigo 103 do
ECA. O conceito de inimputabilidade penal do adolescente faz-se imprescindível na compreensão
do ECA, porque embora não sejam aplicadas as sanções previstas no Código Penal, o adolescente
em conflito com a lei é responsabilizado, de maneira pedagógica e retributiva, através das medidas
socioeducativas. Tais medidas possuem um duplo caráter, pois responsabilizam o adolescente
perante o ato infracional, mas também promovem ações pedagógicas garantidoras de direitos no
intuito da inclusão social. O duplo caráter da medida tem suas bases na doutrina da Proteção
Integral, que considera o jovem enquanto sujeitos de direitos, privado apenas de sua liberdade.

No dia 18 de janeiro de 2012, após ampla discussão nacional entre a sociedade civil organizada,
órgãos de defesa da infância e juventude, o poder público e diversos atores atuantes na área da
criança e adolescente, foi sancionada a Lei n° 12.594 – SINASE, que regulamenta a execução das
medidas socioeducativas em âmbito nacional, e estabeleceu os seguintes princípios:

Art. 35. A execução das medidas socioeducativas reger-se-á pelos seguintes


princípios:

I - Legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do


que o conferido ao adulto;

II - Excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de medidas


privativas de liberdade, favorecendo-se meios de auto composição de conflitos;

III - Prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e, sempre que


possível, atendam às necessidades das vítimas;

IV - Proporcionalidade em relação à ofensa cometida;

V - Brevidade da medida em resposta ao ato cometido, em especial o respeito


ao que dispõe o Art. 122 da Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente);

VI - Individualização, considerando-se a idade, capacidades e circunstâncias


pessoais do adolescente;

VII - Mínima intervenção, restrita ao necessário para a realização dos objetivos


da medida;

VIII - Não discriminação do adolescente, notadamente em razão de etnia,


gênero, nacionalidade, classe social, orientação religiosa, política ou sexual, ou
associação ou pertencimento a qualquer minoria ou status; e

IX - Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no processo


socioeducativo.
A aplicação e execução da medida socioeducativa se apresenta de maneira complexa e sua análise
requer estudo detalhado de seus institutos para que o objetivo da lei seja alcançado. O Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE visa, dentre outros princípios:

a) Unificação dos procedimentos.

b) Melhoria no atendimento ao adolescente autor de ato infracional.

c) Melhoria na gestão do sistema socioeducativo.

À luz da legislação vigente, e após a ciência de diversas irregularidades na execução da política,


sob um contexto de mobilização da opinião pública por mudanças no trato às questões da
adolescência esse Conselho, munido de suas competências, exerceu sua função e visitou ás
Unidades de privação do Distrito Federal, com o objetivo de garantir aos adolescentes e suas
famílias o previsto em Lei.

4. ATRIBUIÇÕES DA SECRETARIA DE ESTADO DE POLÍTICAS PARA CRIANÇAS,


ADOLESCENTES E JUVENTUDE DO DISTRITO FEDERAL

O Decreto Nº 37.896, de 27 de dezembro de 2016, aprova o Regimento Interno da Secretaria de


Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal, e dá outras
providências. Estabelece em seu artigo 62 as competências da Subsecretaria do Sistema
Socioeducativo - SUBSIS, unidade orgânica de comando e supervisão, diretamente subordinada ao
Secretário de Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal, a
saber:

I. Planejar, coordenar, executar e avaliar programas, projetos e atividades de Medidas


Socioeducativas.

II. Promover a administração geral das unidades orgânicas.

III. Elaborar e propor normas para a administração geral orientando a formulação dos
regulamentos internos das unidades do Sistema Socioeducativo.

IV. Propor melhorias para a operacionalização eficiente e eficaz dos programas, projetos e
atividades do Sistema Socioeducativo.
V. Monitorar a execução dos programas, projetos e atividades do Sistema Socioeducativo.

VI. Fomentar a integração entre as entidades públicas e privadas, para a consolidação do


Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE e demais legislações aplicáveis.

VII. Manter articulação sistemática com a Vara de Execução de Medidas Socioeducativas, Vara
da Infância e da Juventude, Defensoria Pública do Distrito Federal e com a Promotoria de
Justiça dos Direitos da Criança e do Adolescente.

VIII. Propor diretrizes para capacitação contínua e sistemática, aperfeiçoamento técnico e


institucional, pesquisas e estudos na área fim, bem como para o processo de seleção,
lotação e remanejamento de pessoal, consoante as propostas da Coordenação de Políticas
e Saúde Mental e/ou entidades governamentais ou não governamentais.

IX. Organizar e operar a rede de serviços de atendimento a adolescentes em cumprimento de


medidas socioeducativas.

X. Coordenar o trabalho desenvolvido nas unidades de Atendimento Socioeducativo para


implantação, implementação e padronização previstas no Programa de Execução de
Medidas Socioeducativas.

XI. Gerar informações que possam subsidiar a tomada de decisões do Governo do Distrito
Federal, acerca do Sistema Socioeducativo.

XII. Desenvolver outras atividades que lhe forem atribuídas na sua área de atuação.

5. ATRIBUIÇÕES DA COMISSÃO DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

A Resolução Normativa nº 70, de 11 de dezembro de 2014, publicada no DODF nº 262 de 16 de


dezembro de 2014, página 29, dispõe sobre o Regimento Interno do Conselho dos Direitos da
Criança e do Adolescente do Distrito Federal CDCA/DF e em seu Artigo 44 elenca as competências
da Comissão de Medidas Socioeducativas, a saber:

I. Monitorar a implementação do SINASE - Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo,


recomendando aos seus executores as adequações necessárias.
II. Acompanhar, de forma sistemática, as Instituições executoras de medidas socioeducativas,
elaborando relatório trimestral para apresentação no Plenário.

III. Acompanhar a implementação do Plano Distrital de Atendimento Socioeducativo, em


conformidade com o Plano Nacional.

IV. Apresentar relatório com dados oficiais relativos à prática de ato infracional para
apreciação e avaliação trimestral, do Plenário.

V. Propor ações articuladas nas áreas de educação, saúde, assistência social, cultura, esporte
e capacitação para o trabalho, para os adolescentes em cumprimento de medidas
socioeducativas.

Imbuída de suas competências a Comissão de Medidas Socioeducativas, com o apoio de


conselheiros de outras Comissões, procedeu a realização de visitas às unidades de internação no
âmbito do DF. A Comissão designada para realização das visitas, se organizou em subgrupos que
se dividiram de forma a possibilitar o diálogo e a verificação das condições de gestão/estrutura,
educação, alimentação, segurança, além da escuta de adolescentes. Para tanto, foi utilizado
instrumento de coleta de dados proposto pela SUBSIS.

Participaram da visita conselheiros representantes da sociedade civil e representantes


governamentais da educação; do desenvolvimento social e humano; do esporte, turismo e lazer.
A representação da SUBSIS, infelizmente, participou parcialmente apenas na primeira visita.

6. RESULTADO DAS INSPEÇÕES REALIZADAS

 NA UNIDADE DE INTERNAÇÃO DE SANTA MARIA - UISM

 Aspectos Relacionados a Gestão e Estrutura

Responsável pelas informações: Diretor - Antônio Raimundo dos Santos

 Capacidade de atendimento: 90 adolescentes

 Número de atendidos: 156 adolescentes (136 do sexo masculino e 20 do sexo feminino)

 Número de Agentes Socioeducativos na Unidade: 143


 Número de Agentes Socioeducativos por plantão: 33

 Segundo relato da direção há colchões e camas para todos, no entanto não há roupa de
cama e toalhas suficientes para todos os adolescentes.

 Em relação aos materiais de higiene e limpeza a Unidade oferece, mas não é suficiente.

Os dados acima indicam que a Unidade conta com:


 66 adolescentes acima da capacidade de atendimento.

 Relação de quase 1 Agente Socioeducativo por cada adolescente.

 Relação de cerca de 5 adolescentes por Agente Socioeducativo em cada plantão.

Se a Unidade está atendendo acima da capacidade como pode ter cama para todos?

 Aspectos Relacionados a Alimentação

Responsável pelas informações: Gerência Administrativa

 Alimentação não é produzida na Unidade, é transportada em caminhões por meio de


hotbox.

 São oferecidas 6 refeições diárias (café, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia),
servidas nos próprios módulos por adolescentes escolhidos pelos Agentes Socioeducativos.

 Segundo a Gerência de administrativa da Unidade há constantes reclamações dos


adolescentes em relação à quantidade e qualidade da alimentação, bem como pela pouca
variedade do cardápio.

 A Unidade não conta em seu quadro com nutricionista, portanto o controle de qualidade
da alimentação é realizado pela própria Gerência quando do recebimento diário, são
abertos alguns hot boxes e verificado se a alimentação não estiver cheirando mal ou com
aparência de estar estragada é servida normalmente.

 No caso de adolescentes com restrição alimentar, é informado a empresa e a alimentação


vem separada e diversificada.
 Informado ainda o fornecimento de alimentação aos adolescentes internos também é
possível, segundo normas estabelecidas na Cartilha do Visitante, expedida pela Secretaria
de Estado da Criança, que versa:

“É permitida a entrada de: Doces/chocolates em barra até 300 gramas; frutas até 5
unidades, biscoito até 300 gramas (menos biscoito recheado e cookies) ”.

 Aspectos Relacionados a Educação

Responsáveis pelas informações: Agentes Socioeducativos

 Adolescentes estão frequentando a escola apenas 2 ou 3 vezes por semana sob a alegação
da falta de efetivo de Agentes Socioeducativo.

 As demais informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até
então, representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de
Medidas Socioeducativas foi o responsável por verificar os aspectos relacionados à
educação durante as visitas as Unidades de Internação.

 Aspectos Relacionados a Saúde

Responsável pelas informações: Gerência de Saúde

 A Unidade conta com 4 técnicos de enfermagem que trabalham em regime de escala de


plantão, prestando serviços básicos de atenção à saúde. Quando há necessidade de
atendimento médico ou realização de exames, os adolescentes são encaminhados para
hospitais e Centros de Saúde.

 Não há enfermaria na Unidade. Em caso de emergência, após avaliação pelo Técnico de


Enfermagem é dado encaminhamento para a rede pública de saúde.

 Apesar da Unidade contar com um módulo de internação feminino não há atendimento


ginecológico para meninas, somente na rede pública.

 Não há atendimento odontológico aos adolescentes, quando há necessidade, os mesmos


são encaminhados para a rede pública.

 A vacinação dos adolescentes internos é realizada conforme campanhas promovidas pela


Secretaria de Saúde.
 A Unidade conta com 2 salas para isolamento de adolescentes com doenças
infectocontagiosas.

 Em caso de ocorrência de DST/AIDS o adolescente é encaminhado para rede pública de


saúde e não há fornecimento de medicamentos.

 Situações de drogadição, alcoolismo, atendimento psiquiátrico, inclusive para portadores


de transtornos mentais são encaminhados para o CAPS-AD.

 Adolescentes que requerem atendimento pré-natal são encaminhadas para o Centro de


Saúde.

 Quando os adolescentes são admitidos na Unidade são submetidos a alguns exames tais
como DST´s, hepatite e vermifugação.

 Aspectos Relacionados à Segurança

Responsável pelas informações: Gerência de Segurança

 Segundo relato da Gerência de Segurança, no último semestre houve registro de 3 mortes


na Unidade.

 Também houve registros de agressão verbal sofrida pelos adolescentes, por parte dos
Agentes Socioeducativos, as quais não foram apuradas.

 NA UNIDADE DE INTERNAÇÃO DO RECANTO DAS EMAS - UNIRE

 Aspectos Relacionados a Gestão e Estrutura

Responsável pelas informações: Diretora Carolina Plentz de Andrade

 Capacidade de atendimento: 180 adolescentes

 Número de atendidos: 251 adolescentes do sexo masculino de 18 a 20 anos

 Número de Agentes Socioeducativos na Unidade: 214

 Número de Agentes Socioeducativos por plantão: 26


 Total de especialistas: 7 psicólogos, 9 pedagogos, 7 assistentes sociais

 Segundo relato da direção há colchões, porém não há cama para todos. A Unidade conta
com roupa de cama e toalhas, mas não em quantidade suficiente para todos os
adolescentes.

 Em relação aos materiais de higiene e limpeza a Unidade oferece, mas não é suficiente.

Os dados acima indicam que a Unidade conta com:


 71 adolescentes acima da capacidade de atendimento.

 Relação de quase 1 Agente Socioeducativo por cada adolescente.

 Relação de cerca de 10 adolescentes por Agente Socioeducativo em cada plantão.

 Aspectos Relacionados a Alimentação

Responsável pelas informações: Gerência Administrativa

 A alimentação não é produzida na Unidade, é transportada em caminhões por meio


hotbox.

 São oferecidas 6 refeições diárias (café, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia),
servidas nos próprios módulos por adolescentes escolhidos pelos Agentes
Socioieducativos.

 Segundo a Gerência Administrativa da Unidade há constantes reclamações dos


adolescentes em relação à quantidade e qualidade da alimentação, bem como pela pouca
variedade do cardápio.

 A Unidade não conta em seu quadro com nutricionista, portanto o controle de qualidade
da alimentação é realizado pela própria Gerência quando do recebimento diário, são
abertos alguns hot boxes e verificado se a alimentação não estiver cheirando mal ou com
aparência de estar estragada é servida normalmente.

 No caso de adolescentes com restrição alimentar por motivos de saúde, é informado a


empresa e a alimentação vem separada e diversificada, mas, no entanto, não atende a
restrição alimentar conforme prescrição médica.

 Informado ainda que o fornecimento de alimentação aos adolescentes internos também é


possível, segundo normas estabelecidas na Cartilha do Visitante, expedida pela Secretaria
de Estado da Criança, que versa:
“É permitida a entrada de: Doces/chocolates em barra até 300 gramas; frutas até 5
unidades, biscoito até 300 gramas (menos biscoito recheado e cookies) ”.

Alimentação servida aos adolescentes no módulo de disciplina da UNIRE


e dispensado no banco dada a qualidade ruim.

 Aspectos Relacionados a Educação

Responsável pelas informações: Coordenador da Escola

 Adolescentes estão frequentando a escola apenas 2 ou 3 vezes por semana sob a alegação
de falta de efetivo de Agentes Socioeducativo.

 A unidade apesar de possuir espaço físico não possui oficinas e cursos profissionalizantes.

 As atividades esportivas não são ofertadas, pois não possuem professor de educação física,
materiais esportivos ou espaços adequados para a realização.

 Os materiais pedagógicos e de expediente são insuficientes para a realização das atividades


diárias da escola.

 As demais informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até
então, representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de
Medidas Socioeducativas foi o responsável por verificar.

 Aspectos Relacionados a Saúde

Responsável pelas informações: Gerência de Saúde


 A unidade possui uma sala com consultório médico, possui em uma sala um equipamento
para atendimento odontológico e possui um dentista que atende uma vez na semana.

 No quadro clínico, há a presença de um (1) médico, três (3) enfermeiros e quatro (4)
técnicos de enfermagem. Também possui atendimento com um psicólogo que fica na
unidade quatro (4) dias na semana.

 Quando há necessidade de realização de exames médicos, os adolescentes são


encaminhados para os hospitais ou postos de saúde da rede pública.

 A mesma regra vale para adolescentes em drogadição e que precisam de atendimento


especializado, os mesmos são encaminhados para o Centro de Atendimento Psicossocial
(CAPS AD).

 Quando os adolescentes chegam à unidade, são submetidos a alguns exames, tais como de
DST’s e Hepatite. Quando detectado algum problema o tratamento é feito com aplicação
de injeção a base de benzetacil. Em relação às vacinas, seguem o calendário ou campanha
nacional. A distribuição é feita pelo Posto de Saúde e aplicado pelos técnicos da unidade.

 Aspectos Relacionados à Segurança

Responsável pelas informações: Gerência de Segurança

 Nos últimos 12 meses não foram constatadas ou registradas mortes.

 Houve um registro de lesão corporal contra um adolescente e uma tentativa de fuga.

 Informado que haver registro de maus tratos e xingamentos pelos adolescentes, por parte
dos agentes, mas que não foram apurados pela direção. Em ambos os caso não houve
registro de ocorrência policial.

 NA UNIDADE DE INTERNAÇÃO DE PLANALTINA - UIP

 Aspectos Relacionados a Gestão e Estrutura

Responsável pelas informações: Diretora - Trandiaya do Vale Nobre Bandeira Torres

 Capacidade de atendimento: 86 adolescentes


 Número de atendidos: 95 adolescentes do sexo masculino de 12 a 18 anos

 Número de Agentes Socioeducativos na Unidade: 103

 Número de Agentes Socioeducativos por plantão: 26


 Total de especialistas: 2 psicólogos, 4 assistentes sociais

 Segundo relato da direção há colchões e cama para todos.

 Roupa de cama e toalhas são fornecidas pela família, bem como materiais de higiene e
limpeza.

Os dados acima indicam que a Unidade conta com:


 9 adolescentes acima da capacidade de atendimento.

 Relação de 1 Agente Socioeducativo por cada adolescente.

 Relação de cerca de 4 adolescentes por Agente Socioeducativo em cada plantão.

 Aspectos Relacionados a Alimentação

Responsável pelas informações: Gerência Administrativa

 Nesta unidade de internação, a alimentação fornecida aos adolescentes internos é feita na


própria unidade, que possui dois (2) cozinheiros (plantonistas) e uma nutricionista. Ambos
são funcionários da empresa terceirizada Cobal, que fornece a alimentação para que seja
feita na cozinha da unidade.

 São servidas seis (6) refeições durante o dia, o almoço e a janta são servidas em marmitas.
Dispõe também de dois (2) lanches (manhã e tarde) além da ceia, depois do jantar.

 A única reclamação dos adolescentes foi em relação à quantidade servida, pois muitos
consideram pouca.

 Há fornecimento de alimentação com restrição para adolescentes com prescrição médica.

 Informado ainda que o fornecimento de alimentação aos adolescentes internos também é


possível, segundo normas estabelecidas na Cartilha do Visitante, expedida pela Secretaria
de Estado da Criança, que versa:
“É permitida a entrada de: Doces/chocolates em barra até 300 gramas; frutas até 5
unidades, biscoito até 300 gramas (menos biscoito recheado e cookies) ”.

 Aspectos Relacionados a Educação

Responsável pelas informações: Coordenadora da Escola

 Adolescentes estão frequentando a escola por meio de rodízio apenas 2 ou 3 vezes por
semana sob a alegação de falta de efetivo de Agentes Socioeducativo e quando há abono.

 A unidade não possui oficinas de cursos profissionalizantes.

 A unidade apesar de possuir espaço físico para a inclusão digital não possui a oficina.

 A unidade não dispõe de um pedagogo específico para atendimento aos


adolescentes/jovens.

 As demais informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até
então, representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de
Medidas Socioeducativas foi o responsável por verificar os aspectos relacionados à
educação durante as visitas as Unidades de Internação.

Materiais escolares dos adolescentes internos na UIP organizados em


pastas individualmente

 Aspectos Relacionados a Saúde

Responsável pelas informações: Gerência de Saúde


 A Unidade possui uma sala como consultório médico. Não há consultório odontológico e
dentista. No quadro clínico, há a presença de uma (1) enfermeira, quatro (4) técnicos de
enfermagem e um psicólogo. Tanto o psicólogo, quanto a enfermeira estão diariamente na
unidade. Os técnicos de enfermagem trabalham em escala de plantão.

 Quando há necessidade de atendimento odontológico, o adolescente é encaminhado para


o Centro de Saúde da cidade. A rede disponibiliza para a Unidade sete (7) vagas por mês.
Além disso, é oferecido oficinas de prevenção e cuidados da saúde bucal.

 A aplicação de vacinas segue o rito da campanha nacional em parceria com o Centro de


Saúde e vigilância epidemiológica.

 Na unidade há seis (6) adolescentes que fazem tratamento com medicamento de uso
contínuo. Esses para controle de TDH e/ou crises convulsivas.

 Não há sala para isolamento em caso de doenças infectocontagiosas. O isolamento é feito


no próprio quarto.

 Por ocasião da visita do CDCA/DF foi detectado 01 adolescente com caxumba, tinha três 03
adolescentes com DSTs. Na unidade há serviços de prevenção a AIDS e DST’s, com palestras
e distribuição de preservativos.

 Em caso de atendimento médico emergencial, o encaminhamento é para os hospitais


próximos, como o de Planaltina e/ou Sobradinho.

 Aspectos Relacionados à Segurança

Responsável pelas informações: Gerência de Segurança

 Na Unidade há um trabalho de prevenção a violência, com base no diálogo, coordenado


pela Chefia de Segurança.

 No último semestre não houve mortes e nenhum caso de tentativa ou vítimas de lesões
corporais. Também não houve comunicação por parte dos internos de registro de maus-
tratos praticados por jovens ou servidores.

 Houve um caso de motim no ano de 2016, mas que não houve vítimas ou casos de lesões
corporais. A contenção foi feita pelos agentes socioeducativos. Não houve comunicação
ou registro de boletim de ocorrência. O único caso de morte na unidade aconteceu no
ano de 2015.
Trabalho pedagógico realizado pelo adolescente.

 NA UNIDADE DE INTERNAÇÃO DE SÃO SEBASTIÃO - UNISS

 Aspectos Relacionados a Gestão e Estrutura

Responsável pelas informações: Diretor

 Capacidade de atendimento: 130 adolescentes



 Número de atendidos: 137 adolescentes do sexo masculino de 14 a 18 anos

 Número de Agentes Socioeducativos na Unidade: 130

 Número de Agentes Socioeducativos por plantão: 26

 Total de especialistas: 5 psicólogos, 2 assistentes sociais e 1 pedagogo

 Segundo relato da direção há colchões e cama para todos.

 Roupa de cama e toalhas são fornecidas pela família, bem como materiais de higiene e
limpeza.

Os dados acima indicam que a Unidade conta com:


 07 adolescentes acima da capacidade de atendimento.
 Relação de cerca de 01 Agente Socioeducativo por cada adolescente.
 Relação de cerca de 05 adolescentes por Agente Socioeducativo em cada plantão.

 Aspectos Relacionados a Alimentação

Responsável pelas informações: Gerência Administrativa

 São servidas (6) refeições diárias aos adolescentes. O fornecimento é feito por uma
empresa terceirizada.
 É unanime a reclamação dos adolescentes em relação à quantidade servida, onde muitos
consideram pouca, além de ter comida e lanches estragados. Na unidade, o controle de
qualidade das refeições é feito por amostragem esporadicamente no momento em que as
refeições chegam à unidade.

 Informado ainda o fornecimento de alimentação aos adolescentes internos também é


possível, segundo normas estabelecidas na Cartilha do Visitante, expedida pela Secretaria
de Estado da Criança, que versa:

“É permitida a entrada de: Doces/chocolates em barra até 300 gramas; frutas até 5
unidades, biscoito até 300 gramas (menos biscoito recheado e cookies) ”.

Alimentação (galinhada) servida aos adolescentes na UISS.


 Aspectos Relacionados a Educação

Responsável pelas informações: Gerência Administrativa Vice-Direção e Supervisor Educacional

 Possuem 26 educadores.

 Adolescentes estão frequentando a escola apenas 2 ou 3 vezes por semana sob a alegação
de falta de efetivo de Agentes Socioeducativo.

 A unidade não possui espaço para realização de atividades profissionalizantes.

 A unidade não possui espaço físico para a inclusão digital.

 Existem dificuldades em relação a divisão de espaço com a unidade da UIBRA que passaram
a utilizar o mesmo espaço.

 A unidade necessita de materiais esportivos e pedagógicos.

 As demais informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até
então, representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de
Medidas Socioeducativas foi o responsável por verificar os aspectos relacionados à
educação durante as visitas as Unidades de Internação.

 Aspectos Relacionados a Saúde

Responsável pelas informações: Gerência de Saúde

 Na unidade de Internação de São Sebastião, possuem duas (2) salas de consultório médico.
No quadro clínico, há a presença de uma (1) enfermeiro, quatro (4) técnicos de
enfermagem.
 Quando há necessidade de atendimento odontológico, o adolescente é encaminhado para
o centro de saúde da cidade, mesmo possuindo um consultório odontológico, mas com os
equipamentos defasados.
 A aplicação de vacinas segue o rito da campanha nacional em parceria com o centro de
saúde da cidade de São Sebastião. O deslocamento é feito sempre as terças e quinta-feira.
 Na unidade não há sala para isolamento em caso de doenças infectocontagiosas. O
isolamento é feito no próprio quarto. Na unidade há serviços de prevenção a AIDS e DST’s,
com um teste rápido quando chegam a unidade. Também há a distribuição de
preservativos.

 Aspectos Relacionados à Segurança

Responsável pelas informações: Gerência de Segurança

 Sobre a segurança, foram fornecidas as informações pelo gerente responsável pelo setor.
Até o período levantando de doze (12) meses, foram constatados 01 morte no ano de 2016
e uma tentativa de homicídio no corrente ano. O caso foi registrado por boletim de
ocorrência. Segundo o gerente não há ocorrência ou reclamações de maus tratos com os
internos.
 Uma vez na semana os internos recebem assistência jurídica de forma sistemática com a
presença de um defensor público na unidade.

 NA UNIDADE DE INTERNAÇÃO DE BRAZLANDIA - UIBRA

 Aspectos Relacionados a Gestão e Estrutura

Responsável pelas informações: Diretor - Alexandre Jorge Bonfim da Silva

 Capacidade de atendimento: 60 adolescentes

 Número de atendidos: 59 adolescentes do sexo masculino de 18 a 21 anos

 Número de Agentes Socioeducativos na Unidade: 42

 Número de Agentes Socioeducativos por plantão: 10

 Total de especialistas: 2 psicólogos, 1 assistente social e 1 pedagogo.

 Segundo relato da direção há colchões e cama para todos.

 Unidade não tem roupa de cama e toalhas para fornecer aos adolescentes.

 São fornecidos materiais de higiene e limpeza.

Os dados acima indicam que a Unidade conta com:


 Relação de quase 1 Agente Socioeducativo por cada adolescente.

 Relação de Cerca de 6 adolescentes por Agente Socioeducativo em cada plantão.

 Aspectos Relacionados a Alimentação

Responsável pelas informações: Gerência Administrativa

 Alimentação não é produzida na Unidade, é transportada em caminhões por meio de


hotbox.

 São oferecidas 6 refeições diárias (café, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia),
servidas nos próprios módulos por adolescentes escolhidos pelos Agentes Socioeducativos.

 Não há reclamação dos adolescentes em relação a quantidade e qualidade da alimentação


servida.

 O controle de qualidade da alimentação é realizado pela empresa fornecedora, ou seja,


externamente.

 Há fornecimento de alimentação com restrição para adolescentes com prescrição médica,


eventualmente.

 Informado ainda o fornecimento de alimentação aos adolescentes internos também é


possível, segundo normas estabelecidas na Cartilha do Visitante, expedida pela Secretaria
de Estado da Criança, que versa:

“É permitida a entrada de: Doces/chocolates em barra até 300 gramas; frutas até 5
unidades, biscoito até 300 gramas (menos biscoito recheado e cookies) ”.

 Aspectos Relacionados a Educação

Responsável pelas informações: Coordenador Pedagógico

 Adolescentes estão frequentando a escola apenas 2 ou 3 vezes por semana sob a alegação
de falta de efetivo de Agentes Socioeducativo.

 Não possuem na unidade o PIA – Plano individual de atendimento.

 Na unidade existe a necessidade de materiais pedagógicos e esportivos, trabalham


somente com o básico.
 Existe a necessidade da escola referência assumir a unidade.

 As demais informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até
então, representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de
Medidas Socioeducativas foi o responsável por verificar os aspectos relacionados à
educação durante as visitas as Unidades de Internação.

 Aspectos Relacionados a Saúde

Responsável pelas informações: Gerência de Saúde

 A Unidade possui uma enfermaria e, caso haja necessidade conta com espaço para
atendimento de adolescentes com doenças infectocontagiosas.

 Não conta com médico, apenas com uma enfermeira e dois técnicos de enfermagem.

 Não há atendimento emergencial, nem realização de exames na Unidade.

 Há encaminhamentos para atendimento externo somente no CAPS e no Centro de Saúde


de São Sebastião quando necessário.

 Não houve nenhum registro de adolescentes com doenças infectocontagiosas nem


DST/AIDs.

 Há distribuição de medicamentos de uso de contínuo, porém não há para tratamento de


DST/AIDs.

 Aspectos Relacionados à Segurança

Responsável pelas informações: Gerência de Segurança

 Não houve registro de mortes e nem maus tratos na Unidades nos últimos 6 meses.

 Ocorreram 3 casos de evasão no último semestre, mas não houve rebelião.

 Relato de que houve registros de 8 lesões corporais de adolescentes.

 Informado que quando em cumprimento de sansão disciplinar os adolescentes


continuam frequentando a escola, porém tem reduzido o tempo de banho de sol e de
televisão.
 NA UNIDADE DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIA DE SÃO SEBASTIÃO - UIPSS

 Aspectos Relacionados a Gestão e Estrutura

Responsável pelas informações: Diretor - Wellington de Oliveira Costa

 Capacidade de atendimento: 135 adolescentes

 Número de atendidos: 180 adolescentes do sexo masculino de 12 a 21 anos

 Número de Agentes Socioeducativos na Unidade: 164

 Número de Agentes Socioeducativos por plantão: 30

 Total de especialistas: 6 psicólogos, 7 assistentes sociais e 3 pedagogos.

 Segundo relato da direção há colchões, mas não há cama para todos.

 Unidade fornece roupa de cama e toalhas parcialmente, somente quando a família não
traz.

 São fornecidos materiais de higiene e limpeza.

Os dados acima indicam que a Unidade conta com:


 45 adolescentes acima da capacidade de atendimento.

 Relação de quase 1 Agente Socioeducativo por cada adolescente.

 Relação de 6 adolescentes por Agente Socioeducativo em cada plantão.

 Aspectos Relacionados a Alimentação

Responsável pelas informações: Gerência Administrativa

 Alimentação é produzida na Unidade, os adolescentes, de forma intercalada, almoçam com


comida servida em prato e à mesa, com direito a suco e sobremesa.

 São oferecidas 6 refeições diárias (café, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia),
servidas nos próprios módulos por adolescentes escolhidos pelos Agentes Socioeducativos.
 Não há reclamação dos adolescentes em relação a quantidade e qualidade da alimentação
servida.

 O controle de qualidade da alimentação é realizado pela empresa fornecedora.

 Há fornecimento de alimentação com restrição para adolescentes com prescrição médica,


eventualmente.

 Informado ainda o fornecimento de alimentação aos adolescentes internos também é


possível, segundo normas estabelecidas na Cartilha do Visitante, expedida pela Secretaria
de Estado da Criança, que versa:

“É permitida a entrada de: Doces/chocolates em barra até 300 gramas; frutas até 5
unidades, biscoito até 300 gramas (menos biscoito recheado e cookies) ”.

 Aspectos Relacionados a Educação

 Adolescentes estão frequentando a escola apenas 2 ou 3 vezes por semana sob a alegação
de falta de efetivo de Agentes Socioeducativo.

 As demais informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até
então, representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de
Medidas Socioeducativas foi o responsável por verificar os aspectos relacionados à
educação durante as visitas as Unidades de Internação.

 Aspectos Relacionados a Saúde

Responsável pelas informações: Gerência de Saúde

 A Unidade conta com assistência médica realizada por duas Técnica de Enfermagem e sete
auxiliares.

 Conta com um consultório médico, mas não tem local de isolamento para casos de doenças
infectocontagiosas.

 Há registros de internos que recebem medicamentos de uso contínuo.

 Registrados nos últimos dias, 14 casos de caxumba em adolescentes internos.


 Relato de um adolescente com doença infectocontagiosa em fase de tratamento final e
outro adolescente com DST.

 Atendimento médico emergencial, quando necessário, é realizado junto ao Hospital


Regional do Paranoá.

 Relato de atendimento a adolescentes vítimas de maus tratos, por parte dos próprios
adolescentes e por parte dos Agentes Socioeducativos.

 Há encaminhamentos para atendimento externo somente no CAPS do Itapuã.

 Aspectos Relacionados à Segurança

Responsável pelas informações: Gerência de Segurança

 As informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até então,
representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de Medidas
Socioeducativas foi o responsável por verificar os aspectos relacionados à segurança
durante a visita a esta Unidade de Internação.

 NA UNIDADE DE INTERNAÇÃO DE SAÍDA SISTEMÁTICA - UNISS

 Aspectos Relacionados a Gestão e Estrutura

Responsável pelas informações: Diretor Everton Santos Ferreira

 Capacidade de atendimento: 80 adolescentes

 Número de atendidos: 45 adolescentes do sexo masculino de 16 a 21 anos

 Número de Agentes Socioeducativos na Unidade: 86

 Número de Agentes Socioeducativos por plantão: 16

 Número de evasões no semestre: 42

 Total de especialistas: 3 psicólogos, 2 assistentes sociais e 4 pedagogos.

 Segundo relato da direção há colchões e cama para todos.

 Roupa de cama e toalhas tem quando as famílias fornecem para os adolescentes.


 Os materiais de higiene e limpeza são insuficientes para os adolescentes.

Os dados acima indicam que a Unidade conta com:


 Relação de quase 2 Agentes Socioeducativos para cada adolescente.

 Relação de Cerca de 3 adolescentes por Agente Socioeducativo em cada plantão.

 Aspectos Relacionados a Alimentação

Responsável pelas informações: Gerência Administrativa

 Alimentação não é produzida na Unidade, é transportada em caminhões por meio de


hotbox.

 São oferecidas 6 refeições diárias (café, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia),
servidas nos próprios módulos por adolescentes escolhidos pelos Agentes Socioeducativos.

 Há reclamação dos adolescentes em relação a quantidade e qualidade da alimentação


servida.

 O controle de qualidade da alimentação é realizado pela empresa fornecedora, ou seja,


externamente, não há nutricionista na Unidade.

 Há fornecimento de alimentação com restrição para adolescentes com prescrição médica.

 Informado ainda, o fornecimento de alimentação aos adolescentes internos também é


possível, segundo normas estabelecidas na Cartilha do Visitante, expedida pela Secretaria
de Estado da Criança, que versa:

“É permitida a entrada de: Doces/chocolates em barra até 300 gramas; frutas até 5
unidades, biscoito até 300 gramas (menos biscoito recheado e cookies) ”.

 Aspectos Relacionados a Educação

 Adolescentes estão frequentando a escola apenas 2 ou 3 vezes por semana sob a alegação
de falta de efetivo de Agentes Socioeducativo.

 A equipe de educadores não participa do processo de reavaliação da medida de internação.


 Não há materiais pedagógicos necessários e suficientes para realização das atividades. A
equipe da escola tem dificuldade de acesso aos materiais adquiridos pela Secretaria de
Educação e enviados para a escola de referência, ou seja, a escola de referência não repassa
os materiais conforme devido.

 Não há Plano Individual de Atendimento –PIA.

 Não há registros individualizados para reavaliação da medida de internação.

 Estabelecida parceria com a CISCO (com atividades na área de informática), INESC (com o
Projeto vida) e o Coletivo Jovem (Capacitação profissional e Empreendedorismo).

 Não contam com a equipe multidisciplinar completa, falta Secretária Escolar, Psicólogo,
Pedagogo e Orientador Educacional.

 A Unidade não possui cursos profissionalizantes para os adolescentes, apesar de contar


com espaço e estrutura para tanto.

 Espaços destinados as atividades esportivas são precários e a Unidade não conta com
materiais esportivos.

 Apesar de possuir o espaço não contam com a oficina de inclusão digital.

 Os adolescentes/jovens necessitam de mais vagas para a inclusão ao mercado de trabalho


por meio do Projeto Jovem Candango.

 Aspectos Relacionados a Saúde

Responsável pelas informações: Gerência de Saúde

 Há assistência à saúde, mas de forma insuficiente, em espaço improvisado. Falta estrutura


adequada para atendimento à saúde dos adolescentes.

 Não conta com médico, apenas com um enfermeiro e um auxiliar.

 Não há atendimento emergencial, nem realização de exames na Unidade.

 Há encaminhamentos para atendimento externo somente no CAPS e no Centro de Saúde


do Recanto das Emas quando necessário.
 Há internos que fazem uso de medicação de uso contínuo.

 Não houve nenhum registro de adolescentes com doenças infectocontagiosas nem


DST/AIDs.

 Aspectos Relacionados à Segurança

Responsável pelas informações: Gerência de Segurança

 Não houve registro de mortes, nem maus tratos nem lesões na Unidade nos últimos 6
meses.

 Houve apreensão de drogas no último semestre (maconha).

 Relato da equipe que há falta de oficinas profissionalizantes que atendam as demandas


dos adolescentes.
 ESCUTA DOS ADOLESCENTE

O processo de escuta dos adolescentes foi realizado com muita cautela, entendendo que o
adolescente, mesmo em conflito com a lei, não deixa de ser sujeito de direito, portanto é assim
que ele e ela tem que ser visto (a), ouvido (a) e compreendido (a) na manifestação de seus
sentimentos, suas percepções e suas expectativas.

Para isso, faz-se necessária uma postura dialógica, baseada no interesse atento ao que ele ou ela
tem a dizer, dando oportunidade para que ele ou ela se sinta como “pessoa”, como parte do
processo.

Neste sentido, mesmo que de modo breve, os momentos de escuta primaram por possibilitar aos
adolescentes a liberdade de expressão, a interação com os Conselheiros ouvintes e a acolhida de
seus sentimentos, suas experiências, suas críticas, seus questionamentos e suas dúvidas, fazendo-
os (as) sentirem-se como verdadeiro sujeitos de direitos.

A escuta foi realizada no seu sentido profundo, ouvimos, além das palavras, os gestos, o silêncio,
a expressão facial, tudo foi observado. E neste sentido, a preocupação não foi com a quantidade
de escutas, pois a avaliação realizada nas outras áreas (gestão, estrutura, alimentação, educação
e segurança) certamente somaria subsídios importantes que associadas as escutas, agregariam ao
presente relatório as informações necessárias para avaliar a implementação do SINASE - Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo no âmbito do Distrito Federal, recomendando aos seus
executores as adequações necessárias, na perspectiva da garantia dos direitos dos adolescentes
em privação de liberdade.

Assim sendo, foram realizadas escutas de 20 adolescentes das 7 unidades de internação, que
revelam, a partir do olhar e da percepção deles as condições do sistema socioeducativo no Distrito
Federal.
QUANTO ASSISTÊNCIA MATERIAL

Há camas para todos? Há colchões para todos?


0% 0%

10%
25%

75%
90%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

Há roupa de cama para Há toalhas de banho para


todos? todos?
0%

10%

35%
40%

50% 75%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

“Um ano e sete meses sem toalha, enxugando com a camiseta.


Eu não peço, não falo nada. Tenho medo. ”
B. 18 anos - UNIRE
Módulo feminino da UISM

Módulo masculino da UIP Módulo masculino da UNISS


Há materiais de higiene para A temperatura da água é
todos? adequada?
10% 0% 0% 10%

90% 90%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

Há privacidade para uso do É permitido acesso às


chuveiro? instalações sanatárias no
período noturno?
0%
0%
5%

95% 100%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

Há privacidade no uso das Há local para visita íntima?


instalações sanitárias?
5%
20%
25%

95% 55%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU


Há espaço específico para visita familiar?

20%

15%
65%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU

QUANTO A ALIMENTAÇÃO

O número de refeições diárias é A quantidade de alimento


suficiente? fornecido é suficiente?
0% 0%

45%

55%

100%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU


Há reclamação quanto a Há refeições adaptadas por
qualidade da alimentação? motivos de saúde?
0% 0%

45%
50% 50%
55%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

Alimentação servida em prato, Dieta servida a interno com


interno come sentado à mesa, com restrição alimentar por motivo de
direito a suco e sobremesa, na saúde, na UNIRE.
UIPSS.
Alimentação oferecida para servir 9 Alimentação servida sem talher,
adolescentes, na UNIRE. adolescente come com parte da
tampa da marmita, no módulo de
disciplina da UNIRE.

Parece que a carne vem crua, o peixe vem cru e a galinha também vem crua”.
E. 19 anos – UISS
Há outras formas de Quais as outras formas de
fornecimento de alimentos? fornecimento de alimento?

0%

10%
20%

80%
90%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU COBAL PESSOAL

Há alimentação quando em O horário das refeições é


deslocamento externos? adequado?
0% 0%

30% 25%

70% 75%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU


ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Há assistência médica? Há atendimento psiquiátrico?


0% 0%

20%
40%

60%
80%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

Há serviço de enfermagem na Há serviços odontológicos na


Unidade? Unidade?
10% 0% 0% 10%

90% 90%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

“Se estivesse na rua faria os corres e pagava um particular”.


D. – 19 anos – UIRE (com aparelho sem manutenção)

É garantida vacina aos internos? O interno recebe medicação de


0%
uso contínuo?
5%
15% 10%

85% 85%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU


Há internos com doenças Há internos com DST/AIDs?
infectocontagiosas?
0%
0%

20%
40%

60%

80%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

Módulo masculino da UNIRE


Há distribuição de Há atendimento médico
medicamentos para tratamento emergencial quando
de DST/AIDs? necessário?

0%

10%

35%
45%

55%

55%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

“Vai dormir que passa! ” (Resposta dada quando o adolescente informa sentir dor)
G. – 16 anos - UIPSS

Os internos são submetidos a exames


médicos quando da admissão?

0%

50% 50%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU


Os internos tem acesso a exames Há encaminhamento para
médicos quando necessário? atendimento especializado
externo quando necessário?

15%
5%
35%
25%

50% 70%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

Ocorreram mortes no útlimo Ocorreram lesões corporais no


semestre? último semestre?

0% 0%

5%

45%

55%

95%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

“Tem arma de choque na lanterna”


L. 16 anos – UIP

“Gentileza gera gentileza! Sofremos muitas agressões, somos seres humanos e queremos mudar,
melhorar, mas o sistema não ajuda”
D – 19 Anos - UNIRE
Módulo masculino da UNIRE

Houve registro de maus tratos Há ciência das das normas


por parte dos servidores? disciplinares no início de sua
execução?
0%
0%

50% 50%

100%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

“O sistema é uma vergonha, se a pessoa não tiver objetivo saí pior”.


D. 16 anos - UISM
Módulo masculino da UIPSS

Módulo masculino da UIPSS Módulo masculino da UISS

Há registro de imposição de A aplicação de sansão disciplinar


sansão disciplinar? observa o devido processo legal?

0%

10%

20%

70%
100%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU


“O sistema só alimenta o ódio e a maldade, não regenera ninguém”.
M. 17 anos -UNIRE

Há assistência jurídica no Há execução de sansões


procedimento disciplinar? disciplinares coletivas?

5%
15% 10%

30% 55%
85%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

Há espaço diferenciado para Há quarto escuro para


cumprimento de sansão aplicação de sansão
disciplinar? disciplinar?
0%

20%
25%

55%
80% 20%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

“4 rolos de papel no mês, opressão, gritos, banho de sol reduzido,


5 pessoas por barraco, sem privacidade, comida ruim e pouca. ”
M. – 18 anos – UNIRE
“Era para ser um sistema socioeducativo, nos reeducar, mão não é isto que acontece”.
G. – 19 anos UIPSS
Permanece atividades escolares no Permanece com atividades
cumprimento de sansão esportivas durante cumprimento
disciplinar? da sansão disciplinar?

0% 0%

20%
40%

60%
80%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

“Esta revolta só prejudica a mim mesmo porque estou sem estudar”.


R. – 15 anos – UISM

“Nunca fui chamado para seletiva.


Um lava jato não vai mudar minha vida, é só R$ 3,00!
L. – 16 anos - UNISS

Permance atividades culturais Permance o banho de sol durante o


durante cumprimento de sansão cumprimento de sansão
disciplinar? disciplinar?
0% 5%0%

40%

60%
95%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU


Trabalho realizado pela UIP

Permance com atividade de lazer Há atividades destinadas a


durante o cumprimento de sansão prevenção de mediação de
disciplinar? conflitos?

0% 0%

20%

45%

55%
80%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

“Se olhar de cara feia de batem”.


P – 19 anos - UNIRE
Existe protocolo para atuação em Houve apreensão de armas de fogo
situação de emergência? no último semestre?

0%

5%
15%
30%

55% 95%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

Houve apreensão de armas Houve apreensão de aparelho de


brancas/estoque no último comunicação no último semestre?
semestre?

10% 10%

20%
30%

50%
80%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU


Houve apreensão de drogas no Qual(is) tipo(s) de droga(s)
último semestre? apreendida(s)?

10%
21%

50% 7%
40%
72%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU MACONHA COCAÍNA OUTROS

Trabalho realizado pela UIP

Houve rebelião no último Durante rebelião houve lesões


semestre? corporais?
0%

35%
50% 50%
65%
0%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU


Durante rebelião houve mortes no último
semestre?
0%

30%

70%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU

Trabalho realizado pela UIP


QUANTO ÀS VISITAS

É garantida visita social? A visita social é realizada em


espaço de convivência?

20%
0% 25%

15% 60%
80%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

É garantida visita íntima de acordo O recebimento de visita íntima é


com a faixa etária? regulamentado?

20%
35% 40%

25% 55%
25%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU


É exigido exame médico de Há revista dos visitantes?
visitantes para visita?
5%
20%
0%
35%

60% 80%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

Há registro de dados dos visistantes A revista é realizada por agentes do


submetidos a revista? mesmo sexo?

20%
35% 0%

65%
80%
0%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

A revista em crianças e A revista é realizada com auxílio


adolescentes é acompanhada por de equipamentos eletrônicos?
responsável?
0%

20%

30%

60%
80%
10%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU


Há revista íntima dos visitantes?

15%
45%

40%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU

QUANTO AOS VISITANTES

É permitido que visitante leve É permitido que visitantes


alimentos aos internos? levem vestuários para internos?

10%
10%
30%

80% 0% 70%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

É permitido que visitantes Há estímulo ao contato


levem objetos de uso pessoal entre adolescentes internos
para internos? e seus familiares?

30% 40%
50%
0% 70%

10%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU


DIVERSOS

É possibilitada audiência de É possibilitada realização de


internos com a Direção da atividades externas?
Unidade?
0%
25%
40% 50%
60% 25%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

É garantido acesso a meios É permitido envio e


de informação? recebimento de
correspondência escrita?

20%
0%
0% 20%

80% 80%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU


Há possibilidade de Os internos tem
realização de ligações documentos pessoais sob
telefônicas? custódia da Unidade?

0%
15% 15%
10%

85% 75%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU SIM NÃO NÃO RESPONDEU

Há expedição de documentos dos


internos pela Unidade?

15%

10%

75%

SIM NÃO NÃO RESPONDEU

“Passagem e tatuagens, ninguém me aceita não! Não consigo trabalho nenhum! ”.


E. – 17 anos – UNISS

“Eu tô doido para arrumar trabalho, mas até hoje nada, nem entrevista! ”
L. – 16 anos - UIPSS
7. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os resultados apontam pontos positivos e pontos negativos, característicos de uma ou outra


Unidade.

 A alimentação é de boa qualidade e servida com dignidade numa Unidade e na outra não.
Nas unidades em que a comida é feita no local as reclamações são menores. A qualidade
da alimentação que vem transportada demonstra pouca qualidade.

 Uma Unidade tem roupas de cama e em outra não tem. As roupas são lavadas pela família,
pois nas Unidades não há onde secar contribuindo para processos infectocontagiosos.
Ressalta-se que na maioria das Unidades só é permitida entrada de roupa de cama apenas
uma vez por mês.

 Numa Unidade há materiais de limpeza e higiene suficientes e em outra não.

 Os adolescentes e jovens tem materiais escolares organizados individualmente numa


Unidade e não na outra.

 Os adolescentes referem relacionamento harmonioso com uma equipe de plantão e com


outra não. Evidenciando a discrepância nos procedimentos, que são feitos de forma
particular, não seguindo o previsto no Regimento Interno.

 Uma Unidade é mais ágil nos encaminhamentos médicos e outra não. Sendo esses
baseados em relações interpessoais particulares, demonstrando que o fluxo de
encaminhamentos não é seguido.

 Uma Unidade mantém os quartos com cortinas, preservando certa individualidade do


grupo de adolescentes e jovens e outra não, evidenciando novamente a discrepância entre
o cumprimento ou não de procedimentos estabelecidos.

 Uma Unidade realiza diálogo e reflexão coletiva com os adolescentes e jovens e outra não.

 Numa Unidade é possível perceber clima de maior tranquilidade e em outra, clima tenso.

 Os adolescentes e jovens não estão frequentando a escola regularmente, somente 2 ou 3


vezes por semana, sob a alegação que falta efetivo de Agente Socioeducativo para
acompanhá-los.
 Os adolescentes em cumprimento de internação sanção estão fora da escola. Não há oferta
de escolarização para os jovens em internação sanção independente do tempo da medida.

 Identificados casos de adolescentes com DST´s medicados com vinagre, casos de infecção
urinária sem atendimento médico, caso de microcefalia em restrição de liberdade e casos
sem medicação de uso controlado.

 Constatado que grande maioria dos adolescentes e jovens estão sem atividades
socioeducativas nem profissionalizantes, bem como esporte cultura e lazer.

 Relatadas agressões sofridas por adolescentes e jovens dentro do sistema, restrição no


fornecimento de alimentação complementar pela família (cobal), restrição no
fornecimento de materiais de limpeza e higiene pelas famílias e fornecimento de
alimentação estragada e com objetos estranhos (pedaços de telha, de madeira, casca de
ovo, luva, bombril).

 Verificada a insuficiência de materiais de higiene fornecidos para adolescentes e jovens


contribuindo para proliferação de possíveis doenças contagiosas.

 Falta de prevenção de doenças contagiosas (presenciado o uso coletivo de camiseta e


roupa de cama utilizada por um adolescente com doença de pele).

 Banho de sol reduzido, mesmo com ausência de atividades, sob o discurso da preservação
de integridade física.

 Redução/restrição do número de visitantes aos finais de semana.

 Descumprimento do que é preconizado no Plano Operativo Estadual.

 Hierarquização de promoção dos direitos, quando o grupo de acompanhamento determina


que o deslocamento dos jovens para o sistema de justiça é mais importante que os
encaminhamentos para as demais políticas.

As visitas possibilitaram verificar que os problemas observados em visitas realizadas


anteriormente ainda persistem, o que evidencia o desafio na implementação do SINASE no âmbito
do Distrito Federal, em especial, no que se refere as medidas socioeducativas de privação de
liberdade.

A alimentação fornecida ainda é de qualidade ruim, não correspondendo a um cardápio com os


nutrientes necessários para o bom desenvolvimento dos adolescentes, além do que implica em
riscos à saúde dos adolescentes e jovens, uma vez que, há relatos das direções que vez ou outra é
fornecida estragada e não é substituída como deveria.

O atendimento à saúde não é realizado a contento e não atende as necessidades dos adolescentes,
mesmo estando vigente a parceria com a Secretaria de Saúde, onde vários serviços, na atenção
básica, média e alta complexidade e os socioeducandos não são encaminhados. Verificados casos
de adolescentes com doenças de pele e DST´s que não estavam recebendo a devida atenção
médica. Registros também de adolescentes com aparelhos ortodônticos sem acompanhamento
odontológico e a necessária manutenção.

Em todas as Unidades, foi relatado pelas Direções que os adolescentes estão frequentando a
escola somente 2 ou 3 vezes por semana, sob a alegação de falta de efetivo de Agentes
Socioeducativos para acompanhá-los. Esta situação é considerada muito grave, pois implica no não
cumprimento do ano letivo para fins de aprovação. Vale ressaltar que, a Secretaria de Educação
tem cumprido com sua responsabilidade disponibilizando professores em todas as Unidades, mas
os adolescentes não estão indo para a aula regularmente.

Os dispositivos legais que regem o SINASE estabelecem que as atribuições dos socioeducadores
deverão considerar o profissional que desenvolva tanto tarefas relativas à preservação da
integridade física e psicológica dos adolescentes e dos funcionários quanto às atividades
pedagógicas. Este enfoque indica a necessidade da presença de profissionais para o
desenvolvimento de atividades pedagógicas e profissionalizantes específicas. A relação numérica
de socioeducadores deverá considerar a dinâmica institucional e os diferentes eventos internos,
entre eles férias, licenças e afastamento de socioeducadores, encaminhamentos de adolescentes
para atendimentos técnicos dentro e fora dos programas socioeducativos, visitas de familiares,
audiências, encaminhamentos para atendimento de saúde dentro e fora dos programas,
atividades externas dos adolescentes.

 A relação numérica de um socioeducador para cada dois ou três adolescentes ou de um


socioeducador para cada cinco adolescentes dependerá do perfil e das necessidades
pedagógicas destes.

 A relação numérica de um socioeducador para cada adolescente ocorrerá em situações de


custódia hospitalar que exige o acompanhamento permanente (24 horas).

 A relação numérica de dois socioeducadores para cada adolescente ocorrerá quando a


situação envolver alto risco de fuga, de autoagressão ou agressão a outros.
 A relação numérica de um socioeducador para cada dois adolescentes ocorrerá nas
situações de atendimento especial. Neste caso, muitas vezes devido ao quadro de
comprometimento de ordem emocional ou mental, associado ao risco de suicídio, é
necessário que se assegure vigília constante.

No Distrito Federal, o quadro abaixo construído a partir das informações prestadas pelas direções
das Unidades de Internação visitadas, revelam algumas discrepâncias nesta relação numérica, a
saber:

Unidade Capacidade N°. de N° de N° de Agentes N° de Agentes N°. de N° de


de Adolescentes Atendidos Socioeducativos Socioeducativos Adolescentes Adolescentes
Atendimento Atendidos Acima da por Plantão por Agentes por Agentes
Capacidade Socioeducativos Socioeducativos
(aproximado) por Plantão
(aproximado)

UISM 90 156 66 143 33 1 5

UIRE 180 251 71 214 26 1 10

UIP 86 95 9 103 26 1 4

UISS 130 137 7 130 26 1 5

UIBRA 60 59 _ 42 10 1 6

UIPSS 135 180 45 164 30 1 6

UNISS 80 45 _ 86 16 1 3

Ainda foi verificada a existência de oficina de Lava Jato na Unidade de Internação de Brazlândia e
na Unidade Internação de Saída Sistemática - UNIS executada com critério de seleção meramente
discricionário, a verba recolhida não é repassada aos jovens e suas famílias e não há metodologia
de ensino. O projeto continua sendo realizado sem uma proposta pedagógica, sem qualificação e
qualquer contrapartida, caracterizada muito mais como uma forma de exploração da mão de obra
dos adolescentes, conforme registros de caixa abaixo.
Os reiterados relatos de agressões sofridas pelos socioeducandos por parte dos Agentes
Socioeducativos evidencia o quanto o processo de formação deixa a desejar, não os preparando
adequadamente para o exercício da função.

Segundo Coelho (2014), aqueles que mais deveriam proteger os direitos de crianças e adolescentes
costumam ser, exatamente, aqueles que mais violam, evidenciando o grande hiato entre os
objetivos da política pública e as práticas socioeducativas efetivadas nas unidades. Concepções de
modelos socioeducativos distintas convivem no mesmo cotidiano institucionais, configurando as
práticas e modos de interações discursivas partindo de uma multiplicidade difusa. No âmbito
socioeducativo, os jovens atendidos ora surgem na posição de “sujeito de direitos” ora na de
“objeto de domínio e disciplina” ou de “objeto de repressão”. Equação que possa garantir ao
mesmo tempo, padrões humanitários e a “eficiência da instituição”.

A ausência da Subsecretaria do Sistema Socioeducativa – SUBSIS nas visitas realizadas, nos


diálogos, nas discussões e nas reflexões, infelizmente, não contribuiu para que o processo contasse
com o olhar e as contribuições da gestão. A indisposição ao diálogo, marca característica da atual
gestão, não possibilitou ao CDCA melhor acompanhar e contribuir na efetiva implementação do
SINASE no âmbito do Distrito Federal, a exemplo do processo de formação dos novos profissionais
aprovados nos concursos, para o qual o CDCA sequer foi convidado a participar.
Após cada visita realizada, a Comissão de Medidas Socioeducativas Ampliada se reunia para
dialogar sobre os aspectos observados, discutir acerca das percepções e resultados e, ao final das
7 visitas foram realizadas mais 5 reuniões para produção do presente relatório. Entretanto, vale
ressaltar que os representantes governamentais, em especial, da Subsecretaria do Sistema
Socioeducativo, não compareceram às reuniões, deixando de dialogar, de apresentar subsídios e
de participar do processo de construção coletiva. Porém, vale destacar, que a ausência dos
representantes do Governo, apesar de sentida, não prejudicou a elaboração do relatório,
construído com muito compromisso, responsabilidade e acima de tudo, na perspectiva de
apresentar as reais condições do sistema socioeducativo no âmbito do Distrito Federal, a fim de
que o Governo do Distrito Federal possa potencializar as boas práticas identificadas, corrigir as
falhas detectadas e aprimorar os processos para que os desafios sejam vencidos e aos
adolescentes sejam possibilitadas condições concretas de ressocialização.

8. CONCLUSÕES

 O desempenho de cada Unidade se dá em função da forma como ela se organiza, atua de


forma humanizada ou não (Direção e equipes), potencializando os recursos disponíveis, as
parcerias possíveis de serem estabelecidas e as perspectivas futuras.

 A frequência irregular dos adolescentes à escola sob a alegação da falta de efetivo de Agentes
Socioeducativos não se justifica. O Distrito Federal conta com 882 Agentes Socioeducativos e
923 adolescentes em privação de liberdade, o que representa uma relação de cerca de 1
Agente Socioeducativo por Adolescente.

 Em cada plantão as Unidades de Internação contam com um contingente de 167 Agentes


Socioeducativos, o que significa uma média de 5 adolescentes por Agente, relação esta, que
não pode ser motivo para que os adolescentes não estejam frequentando as aulas
regularmente.

 Considerando o contingente de 882 Agentes Socioeducativos cumprindo escala de 24 X 72


horas, adotada pela Secretaria de Políticas da Criança, Adolescente e Juventude do Distrito
Federal, as 7 (sete) Unidades de Internação deveriam contar em cada plantão com cerca de
220 Agentes Socioeducativos.
 O sistema não humanizado reflete em adolescente e jovens revoltados, descrentes na
possibilidade de ressocialização e de um futuro melhor.

 A contradição na atuação do Agente Socioeducativo: o educativo com austeridade e o


coercitivo com medidas punitivas que gera medo e maior violência dentro do sistema.

 A vulnerabilidade familiar e o contexto socioeconômico continua sendo fator predominante,


para o cometimento do ato infracional.

 Descumprimento do fluxo para a rede de atendimento na socioassistencial, sem a devida


articulação da Subsecretaria do Sistema Socioeducativo para que os adolescentes sejam
atendidos, caracterizado mais uma violação do direito dentro do próprio sistema.

RECOMENDAÇÕES

1. Publicação imediata pelo CDCA da Resolução Ordinária nº 01/2017, de 28 de novembro


de 2017, que dispõe sobre a garantia de direitos de adolescentes e jovens em
cumprimento de medida socioeducativa de privação de liberdade, no âmbito do Distrito
Federal.

2. Que o Governo do Distrito Federal apresente na Plenária de Março ao CDCA o Plano de


Ação detalhando as providências que serão adotadas para solução das falhas e problemas
apontados no presente relatório, definindo prazos para seu cumprimento e respectivos
responsáveis.

3. Que o Governo do Distrito Federal avalie a atuação dos responsáveis pela atual gestão do
sistema socioeducativo, a luz das informações contidas no presente relatório, procedendo
aos ajustes que considerar necessário para que as melhorias necessárias sejam efetivadas.
4. Que o Governo do Distrito Federal adote as providências cabíveis no sentido de apurar as
responsabilidades pela frequência irregular dos adolescentes a escola no ano letivo de
2017, aplicando as penalidades previstas em lei.

5. Que o Governo do Distrito Federal retome imediatamente os trabalhos do Grupo Gestor


do Sistema Socioeducativo.

6. Que o Governo do Distrito Federal verifique junto à Secretaria de Estado de Mobilidade a


possibilidade de disponibilizar transporte às famílias dos adolescentes nos dias de visitas
às Unidades (linha específica para o complexo penitenciário - provisório e para a UISS),
tendo em vista que a distância e a dificuldade de transporte têm dificultado a convivência
familiar.

7. Que a Secretaria da Criança estabeleça urgentemente protocolo de denúncia, apuração e


punição de funcionários do sistema socioeducativo, responsáveis por lesões e agressões
contra adolescentes, submetendo o protocolo a apreciação do CDCA.

8. Que a Secretaria da Criança revise a “Cartilha do Visitante” no sentido de possibilitar às


famílias complementarem a alimentação, materiais de higiene e limpeza de forma
satisfatória, caso o Governo do Distrito Federal, por alguma razão não os forneça conforme
necessário, bem como amplie a quantidade de visitantes por adolescentes, privilegiando a
convivência familiar e comunitária.

9. Que a Secretaria da Criança realize as próximas formações de profissionais do sistema


socioeducativo em parceria com o CDCA/DF na perspectiva de uma formação pedagógica
e humanizada.

10. Que a Secretaria da Criança providencie a imediata retomada da construção da obra da


Unidade de Internação de Brazlandia – UIBRA.

11. Que a Secretaria de Estado de Educação apresente a Secretaria de Estado de Educação


apresente ao CDCA na plenária ordinária de fevereiro o quadro detalhado da situação
escolar de todos os adolescentes em privação de liberdade no âmbito do Distrito Federal,
referente a 2017, em relação a carga horária exigida no ano letivo, carga horária cumprida,
situação final (aprovado ou reprovado) e o motivo da reprovação, quando for o caso.
12. Que as Unidades de Privação de Liberdade do Distrito Federal construam seus projetos
políticos pedagógicos, em consonância com os parâmetros estabelecidos no SINASE, de
forma a assegurar aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa atividades
de qualificação profissional, de esporte, cultura e lazer.

Brasília/DF, 13 de dezembro de 2017.

Comissão de Medidas Socioeducativas


CDCA/DF

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