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DO DISTRITO FEDERAL
COMISSÃO AMPLIADA DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
RELATÓRIO DE VISITAS AS UNIDADES DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE
1. APRESENTAÇÃO
O presente relatório foi construído a partir de visitas realizadas pela Comissão de Medidas
Socioeducativas do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente - DCA/DF, que contou ainda
com o apoio de conselheiros de outras comissões.
Foram visitadas as sete Unidades de Internação no âmbito do Distrito Federal assim denominadas:
No desempenho de seu papel o CDCA/DF realizou as visitas na perspectiva de controle social, com
vistas a averiguar o cumprimento dos direitos do adolescente no âmbito do sistema
socioeducativo, cabendo-lhe, portanto, apontar as falhas verificadas e que implicam em violações
dos direitos humanos dos adolescentes.
2. CONSELHO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DO DISTRITO
FEDERAL – CDCA/DF
Sendo assim, sob a perspectiva de suas prerrogativas tem competência para promover ações
voltadas para a promoção e garantia dos direitos, bem como de regular e controlar as ações
governamentais e não governamentais que dizem respeito a política públicas para às criança e
adolescentes, uma vez que este segmento tem garantido por Lei, prioridade absoluta em todas as
políticas públicas (saúde, educação, assistência social, cultura, esportes...).
Dessa forma o CDCA é um órgão público e tem em suas prerrogativas e competências no trabalho
com as políticas sociais, inter e multi setoriais, na perspectiva da garantia e promoção da política
da infância e juventude, respeitando o princípio da incompletude institucional, prevista em Lei no
que tange ao atendimento em rede às crianças e adolescentes. Deve exercer o controle das ações
e a promoção de direitos no segmento da infância e adolescência, de forma universal.
O CDCA é composto por um plenário integrado por conselheiros da sociedade civil e governo, e
por uma Secretaria Executiva. A Secretaria tem suas atribuições definidas em seu regimento
interno e acompanha a execução das deliberações do Conselho, além de servir de alicerce
administrativo às suas atividades. A representação é paritária – sua composição respeita o
princípio da paridade, ou seja, é composto por igual número de representantes do poder público
e da sociedade civil. Os representantes da sociedade civil no CDCA/DF são os representantes de
organismos ou entidades privadas, ou de movimentos comunitários, organizados como pessoas
jurídicas, com atuação expressiva na defesa dos direitos de crianças e adolescentes. A composição
do referido conselho ainda conta com um Conselho Consultivo, constituído por adolescentes e
jovens eleitos, para discutir os temas pautados em plenária.
Além disso, os tratados assinados pelo Brasil são cartas de compromisso internacional,
importantes instrumentos para a concretização de direitos e que reforçam o compromisso
representado pela Constituição e pelo ECA. A Convenção sobre os Direitos da Criança valoriza os
estímulos para o seu desenvolvimento integral, traz o conceito de condição peculiar de
desenvolvimento biopsicossocial, reconhecendo a proteção especial e a necessidade de receber
absoluta prioridade do Estado, da família e da sociedade. As diretrizes de Riad e as Regras Mínimas
das nações Unidas para proteção dos jovens privados de liberdade também interferem na
proteção e prioridade dos jovens em privação de liberdade, para regulamentar a execução das
medidas socioeducativas. Tais regras garantem também o devido processo legal, ao qual o
adolescente deve ser submetido para averiguação da autoria do ato infracional, garantindo-lhes
inclusive a ampla defesa.
No dia 18 de janeiro de 2012, após ampla discussão nacional entre a sociedade civil organizada,
órgãos de defesa da infância e juventude, o poder público e diversos atores atuantes na área da
criança e adolescente, foi sancionada a Lei n° 12.594 – SINASE, que regulamenta a execução das
medidas socioeducativas em âmbito nacional, e estabeleceu os seguintes princípios:
III. Elaborar e propor normas para a administração geral orientando a formulação dos
regulamentos internos das unidades do Sistema Socioeducativo.
IV. Propor melhorias para a operacionalização eficiente e eficaz dos programas, projetos e
atividades do Sistema Socioeducativo.
V. Monitorar a execução dos programas, projetos e atividades do Sistema Socioeducativo.
VII. Manter articulação sistemática com a Vara de Execução de Medidas Socioeducativas, Vara
da Infância e da Juventude, Defensoria Pública do Distrito Federal e com a Promotoria de
Justiça dos Direitos da Criança e do Adolescente.
XI. Gerar informações que possam subsidiar a tomada de decisões do Governo do Distrito
Federal, acerca do Sistema Socioeducativo.
XII. Desenvolver outras atividades que lhe forem atribuídas na sua área de atuação.
IV. Apresentar relatório com dados oficiais relativos à prática de ato infracional para
apreciação e avaliação trimestral, do Plenário.
V. Propor ações articuladas nas áreas de educação, saúde, assistência social, cultura, esporte
e capacitação para o trabalho, para os adolescentes em cumprimento de medidas
socioeducativas.
Segundo relato da direção há colchões e camas para todos, no entanto não há roupa de
cama e toalhas suficientes para todos os adolescentes.
Em relação aos materiais de higiene e limpeza a Unidade oferece, mas não é suficiente.
Se a Unidade está atendendo acima da capacidade como pode ter cama para todos?
São oferecidas 6 refeições diárias (café, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia),
servidas nos próprios módulos por adolescentes escolhidos pelos Agentes Socioeducativos.
A Unidade não conta em seu quadro com nutricionista, portanto o controle de qualidade
da alimentação é realizado pela própria Gerência quando do recebimento diário, são
abertos alguns hot boxes e verificado se a alimentação não estiver cheirando mal ou com
aparência de estar estragada é servida normalmente.
“É permitida a entrada de: Doces/chocolates em barra até 300 gramas; frutas até 5
unidades, biscoito até 300 gramas (menos biscoito recheado e cookies) ”.
Adolescentes estão frequentando a escola apenas 2 ou 3 vezes por semana sob a alegação
da falta de efetivo de Agentes Socioeducativo.
As demais informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até
então, representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de
Medidas Socioeducativas foi o responsável por verificar os aspectos relacionados à
educação durante as visitas as Unidades de Internação.
Quando os adolescentes são admitidos na Unidade são submetidos a alguns exames tais
como DST´s, hepatite e vermifugação.
Também houve registros de agressão verbal sofrida pelos adolescentes, por parte dos
Agentes Socioeducativos, as quais não foram apuradas.
Segundo relato da direção há colchões, porém não há cama para todos. A Unidade conta
com roupa de cama e toalhas, mas não em quantidade suficiente para todos os
adolescentes.
Em relação aos materiais de higiene e limpeza a Unidade oferece, mas não é suficiente.
São oferecidas 6 refeições diárias (café, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia),
servidas nos próprios módulos por adolescentes escolhidos pelos Agentes
Socioieducativos.
A Unidade não conta em seu quadro com nutricionista, portanto o controle de qualidade
da alimentação é realizado pela própria Gerência quando do recebimento diário, são
abertos alguns hot boxes e verificado se a alimentação não estiver cheirando mal ou com
aparência de estar estragada é servida normalmente.
Adolescentes estão frequentando a escola apenas 2 ou 3 vezes por semana sob a alegação
de falta de efetivo de Agentes Socioeducativo.
A unidade apesar de possuir espaço físico não possui oficinas e cursos profissionalizantes.
As atividades esportivas não são ofertadas, pois não possuem professor de educação física,
materiais esportivos ou espaços adequados para a realização.
As demais informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até
então, representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de
Medidas Socioeducativas foi o responsável por verificar.
No quadro clínico, há a presença de um (1) médico, três (3) enfermeiros e quatro (4)
técnicos de enfermagem. Também possui atendimento com um psicólogo que fica na
unidade quatro (4) dias na semana.
Quando os adolescentes chegam à unidade, são submetidos a alguns exames, tais como de
DST’s e Hepatite. Quando detectado algum problema o tratamento é feito com aplicação
de injeção a base de benzetacil. Em relação às vacinas, seguem o calendário ou campanha
nacional. A distribuição é feita pelo Posto de Saúde e aplicado pelos técnicos da unidade.
Informado que haver registro de maus tratos e xingamentos pelos adolescentes, por parte
dos agentes, mas que não foram apurados pela direção. Em ambos os caso não houve
registro de ocorrência policial.
Roupa de cama e toalhas são fornecidas pela família, bem como materiais de higiene e
limpeza.
São servidas seis (6) refeições durante o dia, o almoço e a janta são servidas em marmitas.
Dispõe também de dois (2) lanches (manhã e tarde) além da ceia, depois do jantar.
A única reclamação dos adolescentes foi em relação à quantidade servida, pois muitos
consideram pouca.
Adolescentes estão frequentando a escola por meio de rodízio apenas 2 ou 3 vezes por
semana sob a alegação de falta de efetivo de Agentes Socioeducativo e quando há abono.
A unidade apesar de possuir espaço físico para a inclusão digital não possui a oficina.
As demais informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até
então, representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de
Medidas Socioeducativas foi o responsável por verificar os aspectos relacionados à
educação durante as visitas as Unidades de Internação.
Na unidade há seis (6) adolescentes que fazem tratamento com medicamento de uso
contínuo. Esses para controle de TDH e/ou crises convulsivas.
Por ocasião da visita do CDCA/DF foi detectado 01 adolescente com caxumba, tinha três 03
adolescentes com DSTs. Na unidade há serviços de prevenção a AIDS e DST’s, com palestras
e distribuição de preservativos.
No último semestre não houve mortes e nenhum caso de tentativa ou vítimas de lesões
corporais. Também não houve comunicação por parte dos internos de registro de maus-
tratos praticados por jovens ou servidores.
Houve um caso de motim no ano de 2016, mas que não houve vítimas ou casos de lesões
corporais. A contenção foi feita pelos agentes socioeducativos. Não houve comunicação
ou registro de boletim de ocorrência. O único caso de morte na unidade aconteceu no
ano de 2015.
Trabalho pedagógico realizado pelo adolescente.
Roupa de cama e toalhas são fornecidas pela família, bem como materiais de higiene e
limpeza.
São servidas (6) refeições diárias aos adolescentes. O fornecimento é feito por uma
empresa terceirizada.
É unanime a reclamação dos adolescentes em relação à quantidade servida, onde muitos
consideram pouca, além de ter comida e lanches estragados. Na unidade, o controle de
qualidade das refeições é feito por amostragem esporadicamente no momento em que as
refeições chegam à unidade.
“É permitida a entrada de: Doces/chocolates em barra até 300 gramas; frutas até 5
unidades, biscoito até 300 gramas (menos biscoito recheado e cookies) ”.
Possuem 26 educadores.
Adolescentes estão frequentando a escola apenas 2 ou 3 vezes por semana sob a alegação
de falta de efetivo de Agentes Socioeducativo.
Existem dificuldades em relação a divisão de espaço com a unidade da UIBRA que passaram
a utilizar o mesmo espaço.
As demais informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até
então, representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de
Medidas Socioeducativas foi o responsável por verificar os aspectos relacionados à
educação durante as visitas as Unidades de Internação.
Na unidade de Internação de São Sebastião, possuem duas (2) salas de consultório médico.
No quadro clínico, há a presença de uma (1) enfermeiro, quatro (4) técnicos de
enfermagem.
Quando há necessidade de atendimento odontológico, o adolescente é encaminhado para
o centro de saúde da cidade, mesmo possuindo um consultório odontológico, mas com os
equipamentos defasados.
A aplicação de vacinas segue o rito da campanha nacional em parceria com o centro de
saúde da cidade de São Sebastião. O deslocamento é feito sempre as terças e quinta-feira.
Na unidade não há sala para isolamento em caso de doenças infectocontagiosas. O
isolamento é feito no próprio quarto. Na unidade há serviços de prevenção a AIDS e DST’s,
com um teste rápido quando chegam a unidade. Também há a distribuição de
preservativos.
Sobre a segurança, foram fornecidas as informações pelo gerente responsável pelo setor.
Até o período levantando de doze (12) meses, foram constatados 01 morte no ano de 2016
e uma tentativa de homicídio no corrente ano. O caso foi registrado por boletim de
ocorrência. Segundo o gerente não há ocorrência ou reclamações de maus tratos com os
internos.
Uma vez na semana os internos recebem assistência jurídica de forma sistemática com a
presença de um defensor público na unidade.
Unidade não tem roupa de cama e toalhas para fornecer aos adolescentes.
São oferecidas 6 refeições diárias (café, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia),
servidas nos próprios módulos por adolescentes escolhidos pelos Agentes Socioeducativos.
“É permitida a entrada de: Doces/chocolates em barra até 300 gramas; frutas até 5
unidades, biscoito até 300 gramas (menos biscoito recheado e cookies) ”.
Adolescentes estão frequentando a escola apenas 2 ou 3 vezes por semana sob a alegação
de falta de efetivo de Agentes Socioeducativo.
As demais informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até
então, representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de
Medidas Socioeducativas foi o responsável por verificar os aspectos relacionados à
educação durante as visitas as Unidades de Internação.
A Unidade possui uma enfermaria e, caso haja necessidade conta com espaço para
atendimento de adolescentes com doenças infectocontagiosas.
Não conta com médico, apenas com uma enfermeira e dois técnicos de enfermagem.
Não houve registro de mortes e nem maus tratos na Unidades nos últimos 6 meses.
Unidade fornece roupa de cama e toalhas parcialmente, somente quando a família não
traz.
São oferecidas 6 refeições diárias (café, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia),
servidas nos próprios módulos por adolescentes escolhidos pelos Agentes Socioeducativos.
Não há reclamação dos adolescentes em relação a quantidade e qualidade da alimentação
servida.
“É permitida a entrada de: Doces/chocolates em barra até 300 gramas; frutas até 5
unidades, biscoito até 300 gramas (menos biscoito recheado e cookies) ”.
Adolescentes estão frequentando a escola apenas 2 ou 3 vezes por semana sob a alegação
de falta de efetivo de Agentes Socioeducativo.
As demais informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até
então, representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de
Medidas Socioeducativas foi o responsável por verificar os aspectos relacionados à
educação durante as visitas as Unidades de Internação.
A Unidade conta com assistência médica realizada por duas Técnica de Enfermagem e sete
auxiliares.
Conta com um consultório médico, mas não tem local de isolamento para casos de doenças
infectocontagiosas.
Relato de atendimento a adolescentes vítimas de maus tratos, por parte dos próprios
adolescentes e por parte dos Agentes Socioeducativos.
As informações ficaram prejudicadas pela saída do Conselheiro Saulo do CDCA, até então,
representante da Secretaria de Estado da Educação e no âmbito da Comissão de Medidas
Socioeducativas foi o responsável por verificar os aspectos relacionados à segurança
durante a visita a esta Unidade de Internação.
São oferecidas 6 refeições diárias (café, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia),
servidas nos próprios módulos por adolescentes escolhidos pelos Agentes Socioeducativos.
“É permitida a entrada de: Doces/chocolates em barra até 300 gramas; frutas até 5
unidades, biscoito até 300 gramas (menos biscoito recheado e cookies) ”.
Adolescentes estão frequentando a escola apenas 2 ou 3 vezes por semana sob a alegação
de falta de efetivo de Agentes Socioeducativo.
Estabelecida parceria com a CISCO (com atividades na área de informática), INESC (com o
Projeto vida) e o Coletivo Jovem (Capacitação profissional e Empreendedorismo).
Não contam com a equipe multidisciplinar completa, falta Secretária Escolar, Psicólogo,
Pedagogo e Orientador Educacional.
Espaços destinados as atividades esportivas são precários e a Unidade não conta com
materiais esportivos.
Não houve registro de mortes, nem maus tratos nem lesões na Unidade nos últimos 6
meses.
O processo de escuta dos adolescentes foi realizado com muita cautela, entendendo que o
adolescente, mesmo em conflito com a lei, não deixa de ser sujeito de direito, portanto é assim
que ele e ela tem que ser visto (a), ouvido (a) e compreendido (a) na manifestação de seus
sentimentos, suas percepções e suas expectativas.
Para isso, faz-se necessária uma postura dialógica, baseada no interesse atento ao que ele ou ela
tem a dizer, dando oportunidade para que ele ou ela se sinta como “pessoa”, como parte do
processo.
Neste sentido, mesmo que de modo breve, os momentos de escuta primaram por possibilitar aos
adolescentes a liberdade de expressão, a interação com os Conselheiros ouvintes e a acolhida de
seus sentimentos, suas experiências, suas críticas, seus questionamentos e suas dúvidas, fazendo-
os (as) sentirem-se como verdadeiro sujeitos de direitos.
A escuta foi realizada no seu sentido profundo, ouvimos, além das palavras, os gestos, o silêncio,
a expressão facial, tudo foi observado. E neste sentido, a preocupação não foi com a quantidade
de escutas, pois a avaliação realizada nas outras áreas (gestão, estrutura, alimentação, educação
e segurança) certamente somaria subsídios importantes que associadas as escutas, agregariam ao
presente relatório as informações necessárias para avaliar a implementação do SINASE - Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo no âmbito do Distrito Federal, recomendando aos seus
executores as adequações necessárias, na perspectiva da garantia dos direitos dos adolescentes
em privação de liberdade.
Assim sendo, foram realizadas escutas de 20 adolescentes das 7 unidades de internação, que
revelam, a partir do olhar e da percepção deles as condições do sistema socioeducativo no Distrito
Federal.
QUANTO ASSISTÊNCIA MATERIAL
10%
25%
75%
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90% 90%
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QUANTO A ALIMENTAÇÃO
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100%
45%
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55%
Parece que a carne vem crua, o peixe vem cru e a galinha também vem crua”.
E. 19 anos – UISS
Há outras formas de Quais as outras formas de
fornecimento de alimentos? fornecimento de alimento?
0%
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30% 25%
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“Vai dormir que passa! ” (Resposta dada quando o adolescente informa sentir dor)
G. – 16 anos - UIPSS
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“Gentileza gera gentileza! Sofremos muitas agressões, somos seres humanos e queremos mudar,
melhorar, mas o sistema não ajuda”
D – 19 Anos - UNIRE
Módulo masculino da UNIRE
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100%
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50% 7%
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0% 20%
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15% 15%
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85% 75%
15%
10%
75%
“Eu tô doido para arrumar trabalho, mas até hoje nada, nem entrevista! ”
L. – 16 anos - UIPSS
7. CONSIDERAÇÕES GERAIS
A alimentação é de boa qualidade e servida com dignidade numa Unidade e na outra não.
Nas unidades em que a comida é feita no local as reclamações são menores. A qualidade
da alimentação que vem transportada demonstra pouca qualidade.
Uma Unidade tem roupas de cama e em outra não tem. As roupas são lavadas pela família,
pois nas Unidades não há onde secar contribuindo para processos infectocontagiosos.
Ressalta-se que na maioria das Unidades só é permitida entrada de roupa de cama apenas
uma vez por mês.
Uma Unidade é mais ágil nos encaminhamentos médicos e outra não. Sendo esses
baseados em relações interpessoais particulares, demonstrando que o fluxo de
encaminhamentos não é seguido.
Uma Unidade realiza diálogo e reflexão coletiva com os adolescentes e jovens e outra não.
Numa Unidade é possível perceber clima de maior tranquilidade e em outra, clima tenso.
Identificados casos de adolescentes com DST´s medicados com vinagre, casos de infecção
urinária sem atendimento médico, caso de microcefalia em restrição de liberdade e casos
sem medicação de uso controlado.
Constatado que grande maioria dos adolescentes e jovens estão sem atividades
socioeducativas nem profissionalizantes, bem como esporte cultura e lazer.
Banho de sol reduzido, mesmo com ausência de atividades, sob o discurso da preservação
de integridade física.
O atendimento à saúde não é realizado a contento e não atende as necessidades dos adolescentes,
mesmo estando vigente a parceria com a Secretaria de Saúde, onde vários serviços, na atenção
básica, média e alta complexidade e os socioeducandos não são encaminhados. Verificados casos
de adolescentes com doenças de pele e DST´s que não estavam recebendo a devida atenção
médica. Registros também de adolescentes com aparelhos ortodônticos sem acompanhamento
odontológico e a necessária manutenção.
Em todas as Unidades, foi relatado pelas Direções que os adolescentes estão frequentando a
escola somente 2 ou 3 vezes por semana, sob a alegação de falta de efetivo de Agentes
Socioeducativos para acompanhá-los. Esta situação é considerada muito grave, pois implica no não
cumprimento do ano letivo para fins de aprovação. Vale ressaltar que, a Secretaria de Educação
tem cumprido com sua responsabilidade disponibilizando professores em todas as Unidades, mas
os adolescentes não estão indo para a aula regularmente.
Os dispositivos legais que regem o SINASE estabelecem que as atribuições dos socioeducadores
deverão considerar o profissional que desenvolva tanto tarefas relativas à preservação da
integridade física e psicológica dos adolescentes e dos funcionários quanto às atividades
pedagógicas. Este enfoque indica a necessidade da presença de profissionais para o
desenvolvimento de atividades pedagógicas e profissionalizantes específicas. A relação numérica
de socioeducadores deverá considerar a dinâmica institucional e os diferentes eventos internos,
entre eles férias, licenças e afastamento de socioeducadores, encaminhamentos de adolescentes
para atendimentos técnicos dentro e fora dos programas socioeducativos, visitas de familiares,
audiências, encaminhamentos para atendimento de saúde dentro e fora dos programas,
atividades externas dos adolescentes.
No Distrito Federal, o quadro abaixo construído a partir das informações prestadas pelas direções
das Unidades de Internação visitadas, revelam algumas discrepâncias nesta relação numérica, a
saber:
UIP 86 95 9 103 26 1 4
UIBRA 60 59 _ 42 10 1 6
UNISS 80 45 _ 86 16 1 3
Ainda foi verificada a existência de oficina de Lava Jato na Unidade de Internação de Brazlândia e
na Unidade Internação de Saída Sistemática - UNIS executada com critério de seleção meramente
discricionário, a verba recolhida não é repassada aos jovens e suas famílias e não há metodologia
de ensino. O projeto continua sendo realizado sem uma proposta pedagógica, sem qualificação e
qualquer contrapartida, caracterizada muito mais como uma forma de exploração da mão de obra
dos adolescentes, conforme registros de caixa abaixo.
Os reiterados relatos de agressões sofridas pelos socioeducandos por parte dos Agentes
Socioeducativos evidencia o quanto o processo de formação deixa a desejar, não os preparando
adequadamente para o exercício da função.
Segundo Coelho (2014), aqueles que mais deveriam proteger os direitos de crianças e adolescentes
costumam ser, exatamente, aqueles que mais violam, evidenciando o grande hiato entre os
objetivos da política pública e as práticas socioeducativas efetivadas nas unidades. Concepções de
modelos socioeducativos distintas convivem no mesmo cotidiano institucionais, configurando as
práticas e modos de interações discursivas partindo de uma multiplicidade difusa. No âmbito
socioeducativo, os jovens atendidos ora surgem na posição de “sujeito de direitos” ora na de
“objeto de domínio e disciplina” ou de “objeto de repressão”. Equação que possa garantir ao
mesmo tempo, padrões humanitários e a “eficiência da instituição”.
8. CONCLUSÕES
A frequência irregular dos adolescentes à escola sob a alegação da falta de efetivo de Agentes
Socioeducativos não se justifica. O Distrito Federal conta com 882 Agentes Socioeducativos e
923 adolescentes em privação de liberdade, o que representa uma relação de cerca de 1
Agente Socioeducativo por Adolescente.
RECOMENDAÇÕES
3. Que o Governo do Distrito Federal avalie a atuação dos responsáveis pela atual gestão do
sistema socioeducativo, a luz das informações contidas no presente relatório, procedendo
aos ajustes que considerar necessário para que as melhorias necessárias sejam efetivadas.
4. Que o Governo do Distrito Federal adote as providências cabíveis no sentido de apurar as
responsabilidades pela frequência irregular dos adolescentes a escola no ano letivo de
2017, aplicando as penalidades previstas em lei.