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CLOSTRIDIOSES

OTTO DE SÁ,C. & SÁ,J.L.


VOLTA
O gênero Clostridium compreende uma série de microorganismos que, por necessitar para a sua
multiplicação, de um baixo potencial redutor, recebem o nome de anaeróbios. Os Clostrídios
abrangem numerosas espécies e tipos saprófitos amplamente difundidos pela natureza. Originam a
putrefação das carnes e dos animais mortos. Algumas espécies de clostrídios têm importância
como causas de doenças. Os mais importantes são o Clostridium chauvoei, Clostridium septicum,
Clostridium perfringens, Clostridium novyi, Clostridium sordelii e Clostridium histolyticum,
Clostridium botulinum e Clostridium tetani. A propriedade mais comum de todos os Clostrídios
patogênicos é a formação de toxinas. Cada espécie de clostrídio é caracterizada por possuir um
determinado espectro de frações de toxinas com propriedades letais, necrosantes, hemolíticas,
neurotóxicas, etc.
Os Clostrídios patogênicos estão presentes em todo o mundo, sendo encontrados dispersos no
meio ambiente, como nas camadas superficiais do solo, ricas em substância orgânica; na poeira,
na água e no conteúdo intestinal do homem e animais sadios. A desproporção existente entre a
ampla presença dos Clostrídios e as poucas infecções que provocam é explicada pela pouca
capacidade de invasão que exibem esses agentes. A doença só surge, de maneira geral, quando
coincidem determinados fatores que a favorecem. A diminuição do potencial de redução local na
porta de entrada é requisito prévio mais importante para que seja produzida a infecção.
Circunstâncias que levam a essa situação são, por exemplo, a existência de sujeira, corpos
estranhos ou resíduos necróticos no ferimento, a presença simultânea de outras bactérias (agentes
de supuração e da putrefação) na região lesada e a irrigação sangüínea deficiente do tecido em
questão.
As infecções e intoxicações por Clostrídios aparecem endemicamente, têm, de maneira geral,
evolução sobreaguda ou aguda e costumam ter fim mortal. Estas infecções dos animais
domésticos podem ser divididas em três grandes grupos, de acordo com sua patogenia e
sintomatologia: doenças enfisematosas (com edema gasoso), enterotoxemias e as chamadas
intoxicações genuínas.
VOLTA
Doenças com Edema Gasoso
São infecções de ferimentos que se caracterizam pela formação mais ou menos intensa de gás,
edema inflamatório, hemorragias, necrose e uma secreção pútrida-fétida no lugar afetado. Pela
ação das toxinas e, segundo a infecciosidade dos agentes atuantes, a inflamação estende-se com
velocidade variável a partir da porta de entrada, alcançando em poucas horas, a totalidade do
organismo. A ação das toxinas e das substâncias resultantes da destruição dos tecidos provoca
complicações circulatórias.
Enterotoxemias
Costumam apresentar-se como doenças dos animais jovens e, às vezes, também de animais de
mais idade, freqüentemente, com caráter epidêmico ou são originadas sob a influência de fatores
alimentares específicos. Ocorre uma súbita multiplicação e formação de toxina por parte do agente
no conteúdo intestinal, com subseqüente aumento da permeabilidade intestinal e penetração das
toxinas na corrente sangüínea. Pouco antes da morte é instaurada, muitas vezes, uma septicemia.
Intoxicações Genuínas
Este grupo de doenças compreende intoxicações provocadas por agentes com formação intensa
de neurotoxina e pouca infecciosidade. Enquanto no Clostridium tetani (tétano) a formação de
toxina segue a infecção do ferimento no ponto de entrada do agente, o Clostridium botulinum forma
sua toxina fora do organismo, que é ingerida com os alimentos e provoca o botulismo

As Clostridioses mais comuns são a Enterotoxemia, a Gangrena Gasosa/Carbúnculo


Sintomático e o Tétano.

ENTEROTOXEMIA
VOLTA
A enterotoxemia é uma doença de origem nutricional que causa a morte dos animais devido a
uma toxina produzida por uma bactéria denominada de Clostridium perfringens tipo D
(ocasionalmente pode ocorrer o tipo C em cordeiros em aleitamento com 2 a 4 semanas de idade).
Este organismo é naturalmente encontrado nas pastagens e no trato gastrointestinal de ovinos
sadios. Entretanto, sob condições de consumo elevado de carboidratos (dietas ricas em grãos,
ingestão de grande quantidade de leite, consumo de forragens imaturas), a bactéria multiplica-se
rapidamente e produz uma toxina. Portanto, esta doença afeta principalmente cordeiros em
aleitamento, cordeiros recebendo suplementação no creep feeding, cordeiros confinados e ovelhas
recebendo dietas ricas em grãos. É um problema que ocorre em rebanhos bem nutridos.
O aparecimento é brusco. Os animais apresentam sinais de ataxia, opistótono e convulsões,
podendo morrer subitamente. Na necrópsia observa-se líquido coagulado no saco pericárdico,
congestão da mucosa intestinal e rins aumentados de volume (polposo).
O controle da enterotoxemia baseia-se na prevenção da doença pela vacinação. No Brasil não
existem vacinas específicas para a enterotoxemia. A proteção é obtida pela vacinação de ovinos
com vacina contra a Clostridiose de modo geral, a qual inclui o Clostridium perfringens tipo D na
sua formulação. Ovinos adultos deverão ser vacinados com duas doses de vacina, com um mês de
intervalo, seguindo-se de revacinação anual. Ovelhas gestantes devem ser vacinadas 2 a 4
semanas antes do parto para transferir imunidade passiva aos cordeiros pela ingestão de colostro.
Os cordeiros ficarão protegidos por 4 a 6 semanas após o nascimento quando então deverão ser
vacinados. Duas doses da vacina são recomendadas para os cordeiros com intervalo de um mês.

CARBÚNCULO SINTOMÁTICO E GANGRENA GASOSA


VOLTA
O Carbúnculo Sintomático (Clostridium chauvoei - Clostridium septicum) e a Gangrena Gasosa
(Clostridium septicum, Clostridium chauvoei, Clostridium perfringens tipo A, Clostridium novyi,
Clostridium sordellii e Clostridium sporogens) diferem do ponto de vista do diagnóstico clínico e
controle.
Estas enfermidades são de aparecimento brusco e estão associadas a práticas de manejo, tais
como: tosquia, castrações, descole e parto. Animais infectados mostram prostação, febre,
dificuldade locomotora e criptação subcutânea. A necrópsia mostra edema subcutâneo e necrose
muscular.
O diagnóstico é feito pelos sinais, lesões na necrópsia e isolamento do Clostridium sp do
músculo ou osso longo. O exame histológico dos tecidos necrosados pode auxiliar no
diagnóstico.
A prevenção do Carbúnculo Sintomático e da Gangrena Gasosa é feita pelo cuidado na
desinfecção de cortes ou feridas. Deve-se dar atenção especial à limpeza e desinfecção de
seringas e agulhas. A proteção contra estas duas enfermidades pode ser obtida vacinando ovinos
com vacinas polivalentes. A imunidade estimada é de um ano. Nas ovelhas a vacinação deve ser
feita de maneira que o período final da imunidade não coincida com o parto. Portanto, é
recomendável vacinar ovelhas anualmente no terço final da gestação.

TÉTANO
VOLTA
O tétano é uma doença caracterizada por convulsões tônicas de toda a musculatura ou de
alguns grupos musculares e, por uma marcada exaltação dos reflexos, que é originada como
conseqüência da formação de toxina pelo Clostridium tetani no lugar de sua penetração no
organismo. O agente é encontrado em terrenos cultivados do que nos campos nativos. Seus
esporos estão presentes nos jardins adubados com esterco, no pó da rua e em diversos alimentos,
em especial no feno. São menos freqüentes nos solos com elevada proporção de areia. O
Clostridium tetani é encontrado no conteúdo intestinal de diversas espécies animais onde se
multiplica e cai no solo com os excrementos, onde os esporos conservam sua vitalidade durante
longo tempo. Nas zonas de clima temperado, a doença aparece esporadicamente, enquanto nas
regiões tropicais pode adotar marcado caráter epidêmico.
Circunstâncias que, freqüentemente, originam a apresentação de infecções pelo bacilo tetânico
são os ferimentos de castração, cirurgias, contaminação do ferimento umbilical nos recém
nascidos, ajuda aos partos difíceis, ferimentos da mucosa bucal causados por dentes defeituosos e
corte de cauda. Portanto, o tétano pode ser evitado tratando adequadamente qualquer tipo de
ferimento com antissépticos. Nas regiões em que o tétano apresenta-se com freqüência, os
animais devem ser vacinados ativamente com vacina antitetânica. As ovelhas devem ser vacinadas
8 semanas (1a. dose) e 4 semanas (2a.dose) antes do parto e revacinadas anualmente 4 semanas
antes do parto. Os cordeiros são vacinados com 6 (1 a.dose) e 10 semanas de idade. A vacinação
deve ser repetida a cada ano.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEER,J. Doenças Infecciosas em Animais Domésticos. 1a.ed. Vol.2. Livraria Roca Ltda. 380p.
1988.
KIMBERLING,C.V. Diseases of Sheep. 3a.ed. Lea & Febiger. Philadelphia. 394p. 1988.

N.R.C. Nutrient Requirements of Sheep, Anonymous Washington,D.C. ed.National Academy


Press, 6 ed. 99p, 1985.

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