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SERVIR O SENHOR

– As santas mulheres que aparecem no Evangelho.

– Servir o Senhor com as nossas qualidades. A contribuição da mulher para a vida da Igreja e
da sociedade.

– A entrega ao serviço dos outros.

I. E ACONTECEU DEPOIS – narra São Lucas no Evangelho da


Missa1 – que Jesus caminhava pelas cidades e aldeias pregando e anunciando
o reino de Deus. Acompanhavam- no os doze e algumas mulheres que tinham
sido livradas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada
Madalena, da qual tinham saído sete demónios, e Joana, mulher de Cusa,
procurador de Herodes; e Susana, e outras muitas que o assistiam com as
suas posses.

Na vida pública de Jesus, vemos este grupo de mulheres desempenhar um


papel comovedor pela sua ternura e adesão ao Mestre. É bonito considerar
como o Senhor quis apoiar-se na generosidade e no desprendimento dessas
mulheres. Ele, que nunca deixou de agradecer qualquer favor, como não lhes
retribuiria tanto desvelo e delicadeza em atender às suas necessidades
domésticas e às dos seus discípulos! E nas horas da Paixão, essas mulheres
parecem exceder-se e superam os discípulos em constância e valor; à
excepção de João, foram as únicas que tiveram a coragem de permanecer ao
pé da cruz, de contemplar de perto os derradeiros instantes de Jesus e de ouvir
as suas últimas palavras. E quando, já morto, o Senhor é retirado do patíbulo,
estão presentes no embalsamamento e dispõem-se a completá-lo no primeiro
dia da semana, depois do repouso obrigatório do sábado.

O Senhor quis apressar-se a recompensar essa decidida fidelidade, e, na


aurora da Ressurreição, não foi aos discípulos, mas às mulheres, que
apareceu em primeiro lugar. Os anjos também foram vistos unicamente por
elas; João e Pedro verificaram que o sepulcro estava vazio, mas não viram os
anjos. As mulheres foram favorecidas com essa visão talvez por estarem mais
bem preparadas que os homens e, sobretudo, porque lhes coube a missão de
continuar o papel dos anjos e de preparar a fé nascente da Igreja. Têm um
espírito aberto e um zelo inteligente. “Desde o início da missão de Cristo, a
mulher demonstra para com Ele e para com o seu mistério uma sensibilidade
especial, que corresponde a uma característica da sua feminilidade. É preciso
dizer também que uma confirmação particular disso se verifica em relação ao
mistério pascal, não só no momento da Cruz, mas também na manhã da
Ressurreição”2. Elas apressam-se a cumprir a indicação de avisar os discípulos
e de lhes recordar o que Jesus tinha anunciado antes da Paixão. Também
estão presentes nas últimas manifestações de Jesus ressuscitado. E são, sem
dúvida, as mesmas que voltaram da Galileia após a Ascensão, com os
discípulos e com as outras mulheres de Jerusalém e arredores, como as irmãs
de Lázaro de Betânia. Com elas estava Maria, a Mãe de Jesus3.

O exemplo destas mulheres fiéis, que servem o Senhor com os seus bens e
não o desamparam nos piores momentos, é um apelo à nossa fidelidade e a
um serviço incondicional a Deus. Deve ser um serviço feito exclusivamente por
amor, sem esperar retribuição alguma, como não a esperavam as santas
mulheres de Cristo morto e sepultado. Serviam! Eu te servirei, Senhor, todos os
dias da minha vida.

II. SE ALGUÉM ME SERVE, siga- me; e onde eu estou, estará também ali o
que me serve. Se alguém me serve, meu Pai o honrará4.

Desde os primeiros momentos da Igreja, a mulher prestou uma colaboração


de valor inestimável na tarefa de expandir o Reino de Deus. “Vemos em lugar
de destaque aquelas mulheres que se tinham encontrado pessoalmente com
Cristo, que o tinham seguido e, depois da sua partida, eram assíduas na
oração no Cenáculo de Jerusalém, até o dia de Pentecostes, juntamente com
os Apóstolos. Naquele dia, o Espírito Santo falou por meio de filhos e filhas do
Povo de Deus, cumprindo o anúncio do profeta Joel (cfr. Act 2, 17). Aquelas
mulheres, e depois outras mais, tiveram parte activa e importante na vida da
Igreja primitiva, na edificação da primeira comunidade cristã desde os começos
– e das comunidades que se seguiram – mediante os seus carismas e com o
seu serviço multiforme”5.

Pode-se afirmar que o cristianismo começou na Europa com uma mulher,


Lídia, que empreendeu imediatamente a sua missão de converter o novo
continente começando pelo seu lar6. Algo de semelhante aconteceu entre os
samaritanos, que ouviram falar pela primeira vez do Redentor por intermédio
de uma mulher7; os Apóstolos, que tinham ido à aldeia em busca de alimento,
possivelmente não se atreveram a anunciar aos habitantes do lugar – como o
faria mais tarde a mulher – que o Messias estava ali mesmo, nos arredores da
cidade. A Igreja sempre teve uma profunda compreensão do papel que a
mulher cristã, como mãe, esposa e irmã, devia desempenhar na propagação
do cristianismo. Os escritos apostólicos mencionam muitas dessas mulheres:
Lídia em Filipos, Priscila e Cloé em Corinto, Febe em Cêncris, a mãe de Rufo –
que também foi como uma mãe para Paulo –, as filhas de Filipe de Cesareia,
etc.

Todos temos de pôr ao serviço do Senhor e dos outros aquilo que


recebemos. “A mulher está destinada a levar à família, à sociedade civil, à
Igreja, algo de característico, que lhe é próprio e que só ela pode dar: a sua
delicada ternura, a sua generosidade incansável, o seu amor pelo concreto, a
sua agudeza de engenho, a sua capacidade de intuição, a sua piedade
profunda e simples, a sua tenacidade...”8 A Igreja espera da mulher um
compromisso em favor do que constitui a verdadeira dignidade da pessoa
humana. O Corpo Místico de Cristo “não cessa de enriquecer-se com o
testemunho das numerosas mulheres que realizam a sua vocação para a
santidade. As mulheres santas são uma personificação do ideal feminino, mas
são também um modelo para todos os cristãos, um modelo de sequela Christi
– de seguimento de Cristo –, um exemplo de como a Esposa deve
corresponder com amor ao amor do Esposo”9.

O Senhor pede a todos que o sirvamos a Ele, à Igreja santa, à sociedade e


aos nossos irmãos os homens, com os nossos bens, com a nossa inteligência,
com todos os talentos que nos deu. Então entenderemos a profundidade desta
verdade: Servir é reinar10.

III. “O HOMEM, a única criatura na terra que Deus quis por si mesma, não
pode encontrar-se plenamente senão por um dom sincero de si mesmo”11. O
Papa João Paulo II aplica estas palavras do Concílio Vaticano II especialmente
à mulher, que “não pode encontrar-se a si mesma senão dando amor aos
outros”12.

É no amor, na entrega, no serviço aos outros que a pessoa humana, e talvez


de um modo especial a mulher, realiza a vocação recebida de Deus. Quando a
mulher coloca ao serviço dos outros as qualidades recebidas do Senhor, então
“a sua vida e trabalho serão realmente construtivos e fecundos, cheios de
sentido, quer passe o dia dedicada ao marido e aos filhos, quer se entregue
plenamente a outras tarefas, se renunciou ao casamento por alguma razão
nobre. Cada uma no seu próprio caminho, sendo fiel à vocação humana e
divina, pode realizar e realiza efectivamente a plenitude da personalidade
feminina. Não esqueçamos que Santa Maria, Mãe de Deus e Mãe dos homens,
é não apenas modelo, mas também prova do valor transcendente que pode
alcançar uma vida aparentemente sem relevo”13.

Hoje, ao considerarmos a generosidade dessas mulheres que seguiram o


Senhor, pensemos como é a nossa. Vejamos se contribuímos, também
materialmente – com meios económicos – para a expansão do Reino de Cristo,
se somos magnânimos com o nosso tempo no serviço aos outros... E se, ao
levarmos a cabo todas as nossas tarefas, as impregnamos de uma profunda
alegria, da particular felicidade que essa generosidade produz.

Não esqueçamos, ao terminarmos a nossa oração, que, tanto na vida


pública como nas horas da Paixão, e muito provavelmente nos dias que se
seguiram à Ressurreição, essas mulheres mencionadas por São Lucas
gozaram de um especial privilégio: permaneceram num trato com Maria mais
assíduo e mais íntimo do que os próprios discípulos. Aqui encontraram o
segredo da generosidade e da constância com que seguiram o Mestre.
Recorremos à Virgem para que nos ajude a ser fiéis e desprendidos. Junto
dEla, só encontraremos ocasiões de servir, e assim conseguiremos
esquecer-nos de nós mesmos.

(1) Lc 8, 1-3; (2) João Paulo II, Carta Apostólica Mulieris dignitatem, 15.08.88, 16; (3) cfr. P.
Indart, Jesús en su mundo, Herder, Barcelona, 1963, pág. 81 e segs.; (4) Jo 12, 26; (5) João
Paulo II, Carta Apostólica Mulieris dignitatem, 27; (6) cfr. At 16, 14-15; (7) cfr. Jo 4, 39; (8) São
Josemaría Escrivá, Questões actuais do cristianismo, 3ª ed., Quadrante, São Paulo, 1986, n.
87; (9) João Paulo II, Carta Apostólica Mulieris dignitatem, 27; (10) cfr. Concílio Vaticano II,
Constituição Lumen gentium, 36; (11) Concílio Vaticano II, Constituição Gaudium et spes, 24;
(12) João Paulo II, Carta Apostólica Mulieris dignitatem, 30; (13) São Josemaría
Escrivá, Questões actuais do cristianismo, n. 87.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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