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” de Deleuze e Guattari
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31/03/2018 Fichamento do capítulo “O plano de imanência” de “O que é a filosofia?” de Deleuze e Guattari
plano, portanto, apesar de não existir sem o conceito, ele não pode ser
confundido com ele, pois é no plano que se encontra uma certa
abertura criativa. Deleuze e Guattari elaboram então um segundo
aspecto do construtivismo losó co, isto é, o traçar um plano.
É por isso que também será dito que o Plano de Imanência é o horizonte
de acontecimentos puramente conceituais, um horizonte “que torna o
acontecimento como conceito independente de um estado de coisas
visível em que ele se efetuaria.” (P. 52). Nesse sentido o plano só pode
ser indivisível, um meio onde os conceitos se distribuem ou ocupam
sem dividi-lo. Mas ao mesmo tempo o plano só existe na medida em
que ele é ocupado, pois “são os conceitos mesmos que são as únicas
regiões do plano, mas é o plano que é o único suporte dos conceitos. O
plano não tem outras regiões senão as tribos que o povoam e nele se
deslocam. É o plano que assegura o ajuste dos conceitos, com conexões
sempre crescentes, e são os conceitos que asseguram o povoamento do
plano sobre uma curvatura renovada, sempre variável.” (Pp. 52–53) O
plano é, portanto, a zona onde o conceito se instaura, mas uma zona
que nunca excede o próprio espaço de ocupação ou movimentação dos
conceitos que nela se instalam.
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Isso precisa ser melhor elaborado, é por isso que em seguida os autores
procuram desenvolver a instauração do plano de imanência (algo que é
diferente da criação dos conceitos). O plano de imanência é uma
pressuposição não-conceitual do conceito, isto signi ca que ela é o
fundo contra o qual o conceito se destaca. Deleuze e Guattari dão
alguns exemplos que ajudam a esclarecer essa relação: “Em Descartes,
tratar-se-ia de uma compreensão subjetiva e implícita suposta pelo Eu
penso como primeiro conceit; em Platão, era a imagem virtual de um já
pensado que redobraria todo conceito atual. Heidegger incova uma
‘compreensão pré-ontológica do Ser’ que parece implicar a captação de
uma matéria do ser em relação com uma disposição do pensamento.”
(P. 57) Como já falamos, o plano é simultâneo ao conceito, e por isso os
autores dizem que “pré- losó ca não signi ca nada que pre-exista, mas
algo que não existe fora da loso a, embora esta o suponha. São suas
condições internas.” (P. 57) O plano de imanência é, então, um certo
duplo do conceito, pois ela o condiciona sem ser anterior a ele. São as
capacidades de uma loso a em seu estado não-delimitado, mas uma
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capacidade que não existe fora de sua relação com os conceitos criados.
Por conta disso a própria “exploração” de um plano de imanência é
sempre feita como que as cegas, já que ele só pode ser realizado
indiretamente por meio dos conceitos. Podemos dizer então que essa
exploração de um plano é feita a partir de uma experimentação com os
conceitos para encontrar seus limites na própria prática conceitual.
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Dessa forma o plano de imanência ele é variado, mas em si ele não tem
rivais, pois ele é propriamente a determinação do que cabe de direito ao
pensamento. O que cabe ao pensamento, por sua vez, está relacionado
ao problema em questão, de modo que não se pode dizer que os planos
se opõem, mas que quando um autor se opõem a um plano é que na
verdade o problema que está em jogo para ele é outro. A distância entre
dois planos seria, portanto, a distância entre duas problemáticas
diferentes — é isso que faz com que varie o que cabe de direito ao
pensamento. A história da loso a nessa concepção ganha uma outra
cara. Trata-se de fazer um retrato que produza semelhança sem querer
copiar, “desnudando ao mesmo tempo o plano de imanência que
instaurou e os novos conceitos que criou.” (P. 74) E a análise dos planos
na história da loso a, do seu caráter folheado, mosta o quanto não há
regra prévia que estabelece se um conceito criado se inscreve em um
certo plano de imanência compartilhado com outros lósofos (caso de
Platão e os neo-platônicos, por exemplo) ou se surge um novo plano
nesse movimento que o estende “afetando-o com novas curvaturas” (p.
76). Com isso em mente nem faz sentido a ideia de uma história da
loso a pautada numa cronologia pré-determinada. A loso a no caso
é da ordem de “um tempo estratigrá co, onde o antes e depois não
indicam mais que uma ordem de superposições.” (P. 77) A geogra a de
um determiando plano acaba sendo, portanto, sempre variação de um
outro plano a partir dos acontecimentos que ocupam tal lósofo. E isso
implica aceitar também uma certa irreversibilidade dos planos erigidos.
Nenhum plano é traçado absolutamente do caos pois o o pensamento
começa sempre in media res. Dessa forma, “as imagens do pensamento
não podem surgir em qualquer ordem, já que implicam mudanças de
orientação que só podem ser situadas diretamente sobre a imagem
anterior (…). As paisagens mentais não mudam de qualquer maneira
através das eras; foi necessário que uma montanha se erguesse aqui ou
que um rio passasse por ali, ainda recentemente, para que o solo, agora
seco e plano, tivesse tal aspecto, tal textura.” (Pp. 78–79) De modo que
a história da loso a é o estudo do estado da terra onde vai se instaurar
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