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2013v5n10p53
* Doutor em Ciências Sociais pela Unicamp, livre-docente em Sociologia e professor da Unesp, campus de Marília. É pesquisa-
dor do CNPq, com bolsa-produtividade em pesquisa, e coordenador-geral da Rede de Estudos do Trabalho (RET), do Projeto
Tela Crítica (www.projetocinetrabalho.org) e do projeto CineTrabalho (www.projetocinetrabalho.org). É um dos líderes do
Grupo de Pesquisa CNPq “Estudos da Globalização”. É autor de vários livros e artigos sobre o tema trabalho e sociabilidade,
entre os quais O novo (e precário) mundo do trabalho: reestruturação produtiva e crise do sindicalismo (Boitempo Editorial,
2000), Trabalho e subjetividade: o espírito do toyotismo na era do capitalismo manipulatório (Boitempo Editorial, 2011) e
Dimensões da Precarização do Trabalho (Editora Praxis, 2013).
** Doutor em Sociologia pela Unesp/Araraquara. Professor vinculado ao Programa de Mestrado Interdisciplinar em Formação
Docente da Universidade Estadual do Paraná ― Unespar/Paranavaí e ao Programa Interdisciplinar Sociedade e Desenvolvi-
mento da Universidade Estadual do Paraná ― Unespar/Campo Mourão. Membro da Comissão Executiva da Rede de Estudos
do Trabalho ― RET. Líder do grupo de pesquisa CNPq “Economia do Trabalho, Educação e Desenvolvimento Regional”.
Autor do livro O novo perfil metalúrgico do ABC (Editora Fecilcam, Campo Mourão, 2012).
1 WOOD, Ellen Meiksins. “Falling through the cracks: E. P. Thompson and the Debate on Base and Super-
structure”. In: KAYE, Harvey J.; McCLELLAND, Keith. E. P. Thompson: Critical Perspectives. London: Tem-
ple, 1990.
2 THOMPSON, E. P. Costumes em Comum: Estudos sobre a cultura popular tradicional. Tradução: Rosaura
Eichemberg. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 16.
3 Ibidem, p. 17.
4 COUTINHO, Carlos Nelson. O Estruturalismo e a Miséria da Razão. São Paulo: Expressão Popular, 2010, p. 59.
dissolveu o sujeito histórico. Por exemplo, Perry Anderson salientou que o estrutu-
ralismo engendrou o pós-estruturalismo, observando que a passagem de um para
o outro representou o movimento final logicamente viável denominado “inversão
das estruturas”. Do objetivismo puramente ascético para o subjetivismo orgiástico
foi um passo fácil e congruente, sem rupturas fundamentais das continuidades en-
tre ideias e autores. Ele se interroga: “[...] se as estruturas sozinhas existem num
mundo para além de todos os sujeitos, o que assegura a sua objetividade?” Des-
se modo, o pós-estruturalismo prosseguia com a negação do sujeito iniciada pelo
estruturalismo, promovendo um campo lógico comum que levou, por exemplo, à
“exorbitação da linguagem”.5
É a perspectiva ontológica pressuposta na reflexão de E. P. Thompson sobre
o conceito de experiência histórica que evita reduzi-la a um culturalismo frouxo
ou a um idealismo plausível, tanto quanto considerar a estrutura material aparta-
da do condicionante humano. Quando analisada pela concepção estruturalista, as
ações coletivas empreendidas pelos sujeitos sociais perdem-se em meio a dados
estéreis. Por outro lado, pensar as ações sociais apenas pelo viés cultural é dissol-
ver o sujeito humano no contexto enquanto categoria explicativa. Desse modo, a
explicitação dos fundamentos ontológicos da experiência histórica em Thompson
contribui para afastá-la não apenas da miséria do estruturalismo, mas dos vieses
culturalistas, pós-estruturalistas e pós-modernistas.
Thompson buscou, e com sucesso, compreender na sua totalidade concreta
a tessitura da história de homens e mulheres reais imersos naquilo que denomina-
mos condição existencial de proletariedade.6 Com a categoria de experiência, ele
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recuperou na pesquisa histórica a mais fina articulação dialética entre liberdade e
necessidade ou, ainda, teleologia e causalidade, que teve na filosofia sócio-ontoló-
gica do último Lukács a expressão mais acabada no marxismo do século XX.
Tanto o último Lukács quanto Thompson presenciaram a reação estrutura-
lista e pós-estruturalista no debate da relação entre sujeito e estrutura (um de-
talhe: Lukács só presenciou a vigência estruturalista, tendo em vista que faleceu
em 1971 e não acompanhou o desenvolvimento do pós-estruturalismo e do pós-
-modernismo). Os dois ― o último Lukács e Thompson, cada um a seu modo ―
reafirmaram a perspectiva materialista, histórica e dialética da problemática da
práxis social, recusando as antinomias postas pela discussão hegemônica com o
althusserianismo, com o pós-estruturalismo e com o pós-modernismo. Em última
instância, a solução dialética da problemática da práxis social exigia aquilo que
Lukács buscou resgatar no pensamento marxiano: a ontologia do ser social. Em-
bora não explicite efetivamente sua perspectiva ontológica pressuposta em suas
reflexões sobre a experiência histórica, a abordagem thompsoniana da experiên-
cia histórica contém uma apreensão dialético-materialista da práxis humana, como
tentaremos demonstrar a seguir (mesmo assim, instigado pelo debate teórico
com os althusserianos, Thompson publicou em 1978 o livro “A Miséria da Teoria
ou um planetário de erros”).
5 ANDERSON, Perry. A crise da crise do marxismo: introdução a um debate contemporâneo. Tradução: Deni-
se Bottman. São Paulo: Brasiliense, 1983, p. 59.
6 ALVES, Giovanni. A condição de proletariedade: A precariedade do trabalho no capitalismo global. Bauru:
Editora Práxis, 2009.
Dentro do ser social ocorrem mudanças que dão origem a uma experi-
ência transformada: e essa experiência é determinante, no sentido de
que exerce pressão sobre a consciência social existente, propõe novas
questões e oferece grande parte do material com que lidam os exercí-
cios intelectuais mais elaborados.
9 MORAES, Maria Célia M.; TORRIGLIA, Patricia L. “Educação light, que palpite infeliz. Indagações sobre as
propostas do MEC para a formação de professores”. Teias, Rio de Janeiro, ano 1, n. 2, p. 53, 2000.
10 THOMPSON, E. P. op. cit., 1981, p. 406.
11 THOMPSON, E. P. As peculiaridades dos ingleses e outros artigos. Campinas: Ed. da UNICAMP, 2001, p. 277.
12 THOMPSON, E. P. op. cit., 1981, p. 420.
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termos dessa metodologia, embora os fundamentos econômicos da
sociedade capitalista constituam os “determinantes fundamentais” do
ser social de suas classes, eles são também, ao mesmo tempo, “deter-
minantes determinados”.
E prossegue:
13 Apud MORAES, Maria Célia M. de; MÜLLER, Ricardo Gaspar. “A Miséria da Teoria - O Debate de History
Workshop”. Esboços, Florianópolis, v. 12, n.14, p. 29, 2005.
14 MÉSZÁROS, István. Filosofia, Ideologia e Ciência Social. Tradução: Ester Vaisman. São Paulo: Boitempo Edi-
torial, 2008, p. 77. (grifo nosso)
15 THOMPSON, E. P. op. cit., 1978, p. 232-235.
16 THOMPSON, E. P. op. cit., 1981, p. 396.
21 MÜLLER, Ricardo G. Razão e Utopia: Thompson e a História. Diálogos - UEM, Maringá, v.6, n.6, p. 30, 2000.
22 MORAES, M. C. M.; TORRIGLIA, P. L. op. cit.
23 NICOLAZZI, Fernando. “A narrativa da experiência em Foucault e Thompson”. Anos - UFRGS, Porto Alegre,
v.11, n. 19/20, p. 35, 2004.
24 LUKÁCS, Georg. “As Bases da Atividade e do pensamento do Homem” In: O jovem Marx e outros escritos
de filosofia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007, p. 230.
calidade ontológica de Lukács prepara-o para a crítica radical das posturas estru-
turalistas. Para Lukács, o trabalho é produto da evolução do ser orgânico, de uma
forma mais simples de ser para uma forma mais complexa (a passagem de um tipo
de ser a outro, por meio da qual ocorreu um “salto”). Essa forma mais complexa
é algo qualitativamente novo, cuja gênese não pode jamais ser simplesmente “de-
duzida” da forma mais simples (esse “salto” é o que ocorreu na passagem do ser
inorgânico para o ser orgânico, ou seja, a reprodução da vida em contraposição ao
simples tornar-se outra coisa; e ocorreu na passagem do ser orgânico para o ser
social, isto é, a adaptação ativa com a modificação consciente do ambiente, em
contraposição à adaptação meramente passiva etc.) Diz Lukács: “Para que possa
nascer o trabalho, enquanto base dinâmica estruturante de um novo tipo de ser, é
indispensável um determinado grau de desenvolvimento do processo de reprodu-
ção orgânica”. E continua adiante o nosso autor: “a essência do trabalho consiste
praticamente em ir além dessa fixação dos seres vivos na competição biológica
com seu mundo ambiente”.26
Existem certos tipos de trabalho em algumas espécies de animais, inclusive
com um certo desenvolvimento da divisão do trabalho (abelhas etc.). Entretanto, aí
o trabalho não conseguiu se tornar princípio de desenvolvimento posterior, no senti-
do de um novo tipo de ser, no caso, o ser social, mantendo-se, ao contrário, como es-
tágio estabilizado (“fixação dos seres vivos na competição biológica com seu mundo
ambiente”), ou seja, como um “beco sem saída” no desenvolvimento biológico.
A essência do trabalho que instaurou esse “salto” em direção à constitui-
65 ção do ser social (o “trabalho humano”) é efetivamente caracterizada por esse “ir
além” da adaptação meramente passiva ao ambiente natural. Ir além dessa adap-
tação meramente passiva significa dar respostas aos carecimentos que o meio natu-
ral provoca no animal tornado homem.
O trabalho, a atividade laborativa que fabrica produtos, surge como solução
de respostas aos carecimentos que a Natureza provoca. É o que Lukács nos diz: “O
homem que trabalha é um ser que dá respostas”. Todavia, para o filósofo húngaro,
o homem torna-se um ser que dá respostas, isto é, um ser que fabrica produtos, na
medida em que, paralelamente ao desenvolvimento social e em proporção crescen-
te, ele generaliza, transformando em perguntas seus próprios carecimentos materiais
e suas possibilidades de satisfazê-los por meio dos produtos sociais fabricados por ele.
Ora, o que Lukács quer ressaltar é que não apenas a resposta, mas também
a pergunta é um produto imediato da consciência que guia a atividade laborativa.
Todavia, isso não anula o fato de que o ato de responder é o elemento ontolo-
gicamente primário nesse complexo dinâmico. Ele destaca: “O momento essen-
cialmente separatório (entre o ser da natureza orgânica e o ser social ― G.A.) é
constituído não pela fabricação de produtos, mas pelo papel da consciência [...] o
produto, diz Marx, é um resultado que no início do processo existia ‘já na represen-
tação do trabalhador’, isto é, de modo ideal”.27
Estaria Lukács defendendo princípios idealistas? É claro que não. O que ele
quer enfatizar aqui ― e isso é muito importante ― é o perigo de desprezarmos
esse campo de mediações que articulam a atividade laborativa, vendo apenas como
relação imediata “trabalho = fabricação de produtos” e atribuindo à consciência
um papel de mero epifenômeno da reprodução biológica.
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De um lado, nós temos a “liberdade”: toda práxis é uma decisão entre alter-
nativas, já que todo indivíduo singular, sempre que fez algo, deve decidir se o faz
ou não. Assim, todo ato social, portanto, surge de uma decisão entre alternativas
acerca de posições teleológicas futuras.
Mas, por outro lado, existe a “necessidade social”, que exerce pressão sobre
os indivíduos, frequentemente de maneira anônima, a fim de que as decisões de-
les tenham uma determinada orientação (a ideia de pressão indicada por Lukács
aproxima-se da ideia da experiência vivida, a experiência que entra sem bater, ver-
dadeira necessidade social). Marx delineia corretamente essa condição, dizendo
que os homens são impelidos pelas circunstâncias a agir de determinado modo
“sob pena de se arruinarem”. Eles devem, em última instância, realizar por si as
próprias ações, ainda que frequentemente atuem contra sua própria convicção.
Lukács expressou brilhantemente essa contraditoriedade do ser social, cuja
condição é o complexo do trabalho, com as seguintes palavras:
“Os homens fazem sua história ― diz Marx ― mas não em circunstân-
cias por eles escolhidas”. Isso quer dizer o mesmo que antes formula-
mos do seguinte modo: o homem é um ser que dá respostas. Expressa-
-se aqui a unidade, contida de modo contraditoriamente indissolúvel no
ser social, entre liberdade e necessidade; ela já opera no trabalho como
unidade indissoluvelmente contraditória das decisões teleológicas entre
alternativas com as premissas e conseqüências ineliminavelmente vincu-
ladas por uma relação casual necessária. Uma unidade que se reproduz
continuamente sob formas sempre novas, cada vez mais complexas e
mediatizadas, em todos os níveis sócio-pessoais da atividade humana.29
30 ALVES, Giovanni. Lukács e o século XXI: Trabalho, Estranhamento e Capitalismo Manipulatório. Bauru: Edi-
tora Práxis, 2010.
31 A perspectiva ontológica da dialética do trabalho exposta pelo último Lukács é a resposta materialista à pro-
blemática “autonomização dos conteúdos”, tratada por Georg Simmel (1858-1918) de acordo com a perspec-
tiva idealista da “filosofia da vida”. Diz Simmel: “Com base nas condições e necessidades práticas, nossa in-
teligência, vontade, criatividade e os movimentos afetivos, elaboramos o material que tomamos do mundo.
De acordo com nossos propósitos, damos a esses materiais determinadas formas, e apenas com tais formas
esse material é usado como elemento de nossas vidas. Mas essas forças e esses interesses se libertam, de um
modo peculiar, do serviço à vida que os havia gerado e aos quais estavam originalmente presos. Tornam-se
autônomos, no sentido de que não se podem mais separar do objeto que formaram exclusivamente para
seu próprio funcionamento e realização. Por exemplo, todo conhecimento parece ter um sentido na luta
pela existência. Saber o verdadeiro comportamento das coisas tem uma utilidade inestimável para a preser-
vação e o aprimoramento da vida. Mas o conhecimento não é mais usado a serviço dos propósitos práticos:
a ciência tornou-se um valor em si mesma. Ela escolhe seus objetos por si mesma, modela-os com base em
suas necessidades internas, e nada questiona para além de sua própria realização.” (SIMMEL, 2006) Essa
dialética entre formas e conteúdo ou a guinada da determinação das formas pelas matérias da vida para a
determinação de suas matérias pelas formas que se tornaram valores definitivos é o modo de Simmel con-
ceber a “alienação”. Entretanto, como falta-lhe uma ontologia histórico-materialista do ser social, a ideia de
que “os meios tornam-se fins em si mesmos”, ou ainda, “as formas criadas pelas finalidades e pelas matérias
da vida se desprendem dela e se tornam finalidade e matéria de sua própria existência”, aparece para ele
meramente como o “destino” irremediável da dialética da vida, em vez de ser percebida como produto da
dialética histórico-materialista do trabalho. O sociólogo Georg Simmel foi o mais importante e mais influente
filósofo do círculo de Max Weber, frequentado por Lukács em sua juventude. Segundo Lukács (em 1953),
o pensamento de Simmel deve ser compreendido como expressão do descontentamento anticapitalista
dos intelectuais alemães, e situado no quadro global da tendência de crítica anticapitalista da cultura.
Utilizando a sintaxe dialética, Marx salienta que cada um é imediatamente seu con-
trário. Mais adiante, observa: “O resultado a que chegamos não é que produção,
distribuição, troca e consumo são idênticos, mas que todos eles são membros de
uma totalidade, diferenças dentro de uma unidade.” E conclui: “Uma produção
determinada, portanto, determina um consumo, uma troca e uma distribuição de-
terminados, bem como relações determinadas desses diferentes momentos entre
si. A produção, por sua vez, certamente é também determinada, em sua forma
unilateral, pelos outros momentos.”32
Enfim, as observações de Marx possuem um caráter metodológico crucial
que ilumina o tratamento teórico da relação entre base e superestrutura ou, ainda,
a relação entre estrutura e sujeito. Existe uma dialética entre os momentos consti-
tutivos da produção, sendo ela uma determinação reflexa; ou, ainda, a experiência
da produção implica a produção da experiência como trabalho/posição teleológica
(os momentos da ideologia, política e relações jurídicas).
Em “História e Consciência de Classe” (1923), Lukács salientou que é a cate-
goria totalidade que distingue o marxismo das ciências burguesas e não o predo-
mínio da economia, a base, sobre as instâncias ideológicas, políticas e jurídicas.
Essa é a resolução dialética da problemática base-superestrutura feita pelo marxis-
mo humanista que coloca o homem ― sujeito histórico ― no centro da atividade
social (por exemplo, no capítulo intitulado “O fenômeno da reificação”, Lukács co-
locou como epígrafe a frase de Marx: “Ser radical é tomar as coisas pela raiz. Mas,
para o homem, a raiz é o próprio homem”).33 Mesmo não conhecendo ainda os
32 MARX, Karl. Grundrisse: Manuscritos Econômicos (1857-1858)/esboços da Crítica da Economia Política. Tra-
dução: Mário Duayer e Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo Editorial, p. 47.
33 LUKÁCS, Georg. História e Consciência de Classe: Estudos sobre a Dialética Marxista. Tradução: Rodnei Nas-
cimento. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 193.
34 LUKÁCS, Georg. Para Uma Ontologia do Ser Social. v.II. Tradução: Mário Duayer e Nélio Schneider. São Paulo:
Boitempo Editorial, 2013.
35 COUTINHO, Carlos Nelson. Gramsci – Fontes do pensamento Político. Porto Alegre: L&PM, 1981.
Recebido em 15/09/2013
Aprovado em 15/11/2013
36 GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere apud ZANGHERI, Renato. Bloco Histórico. Disponível em: http://
www.acessa.com/gramsci/?id=632&page=visualizar. Acesso em: 14 de setembro de 2013.
37 ZANGHERI, Renato. Bloco Histórico. Disponível em: http://www.acessa.com/gramsci/?id=632&page=visua-
lizar. Acesso em: 14 de setembro de 2013.