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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA FOZ DO ITAJAÍ – CESFI


ENGENHARIA DE PETRÓLEO

ANDRESSA TOMBESI

DANIELE SCHNEIDER

GUSTAVO SOARES

JAINE PEREIRA

NATALIA ASSAD

PROJETO DE POÇO TIPO HORIZONTAL COM UM


TRECHO DE GANHO DE ÂNGULO

BALNEÁRIO CAMBORIÚ

2017
ANDRESSA TOMBESI

DANIELE SCHNEIDER

GUSTAVO SOARES

JAINE PEREIRA

NATALIA ASSAD

PROJETO DE POÇO TIPO HORIZONTAL COM


UM TRECHO DE GANHO DE ÂNGULO

Trabalho referente ao projeto de poço


tipo horizontal com apenas um trecho
de ganho de ângulo apresentado na
disciplina de Tópicos Especiais III do
curso de Engenharia de Petróleo da
Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC), sob a orientação
da Professor Carlos Eduardo Metzler
de Andrade.

BALNEÁRIO CAMBORIÚ

2017
1. Introdução

Para a construção de um poço de petróleo é de extrema importância a


elaboração prévia do projeto no qual é realizado o detalhamento das fases de
perfuração e completação. Essa abrangência em detalhes é muito relevante, pois
auxilia na determinação do custo do poço, tempo necessário e pode-se avaliar sua
viabilidade técnica e econômica.

Tendo em vista os diferentes tipos de poços a serem perfurados, exploratório


ou de desenvolvimento, é necessário a análise das condições de subsuperfície para o
desenvolvimento do projeto, pois esta indica previamente os melhores locais para
ganhos e perdas de ângulos, para trechos inclinados, para girar ou descer a coluna de
perfuração e além disso, com o estudo de geopressões, possibilita a escolha do fluido
de perfuração com características adequadas e o certo posicionamento das sapatas das
colunas de revestimento. Um bom planejamento estabelece, por fim, a trajetória
direcional, a definição da coluna de perfuração e as melhores operações para alcançar
o objetivo.

O trabalho tem por objetivo apresentar e aprimorar os conhecimentos da


construção de um projeto de poço tipo II. A profundidade vertical do poço (Va) a ser
considerada é de 2700 m multiplicada pelo fator do aluno, no caso 0,975.
2. Estudo da Área

Poços de correlação são geralmente indicados pela geologia para ser tomados
como comparação a outro a ser perfurado no mesmo campo, área ou bacia, por ser
provável que possua estrutura geológica similar. Suas operações, resultados, análises
de amostras de calha e perfis são utilizados para avaliação do poço seguinte.

Sabendo que o poço a ser projetado é de desenvolvimento, admite-se que


outros poços já foram perfurados e podem ser usados como correlação.

 As informações são de que poço de correlação?

Neste caso, o poço de correlação é o 1-SER-3-SC, que é um poço pioneiro,


terceiro poço no Campo de Serrinha, no estado de Santa Catarina.

Desta forma, tem-se a informação de que a área conta com sísmica 3D, o que
permite o conhecimento dos topos e bases das principais camadas, assim como a
indicação de zonas de pressões de poros anormais e a profundidade em que se
encontra o reservatório.

Nesse trabalho, o objetivo será um reservatório de hidrocarboneto em que seu


topo está em uma profundidade vertical de 2700 metros com espessura de 20 metros.

Item Litologia Caraterística Profundidade (m)


1 Argila Mole 0-300
2 Arenito Media/ mole 300-800
3 Basalto Duro/duro 800-1000
4 Folhelho Media 1000-1500
5 Arenito Duro/+mole 1500-2000
6 Arenito Duro/mole 2000-3000

Tabela 1- Coluna geológica do poço 1-SER-3-SC.

Da mesma forma, sabe-se que as camadas estão pouco inclinadas, não


indicando mergulho que altere a direção da broca e que as falhas existentes não
ocasionaram perdas de circulação.

 O que significa a frase “As camadas estão pouco inclinadas não indicando
mergulho que altere a direção da broca”?
Existem fatores que tendem a alterar a direção da broca, dentre os quais estão
a dureza das formações a serem atravessadas, a inclinação e a direção das camadas de
rocha. Dizer que as camadas estão pouco inclinadas e sem mergulho, significa que o
ângulo formado entre a camada rochosa e a superfície horizontal é pequeno, ou seja, a
broca não sofrerá desvios muito significativos ao atravesá- las.

 Qual será o tipo de completação (revestimento canhoneado, tubo rasgado,


tela ou gravel packer)?

Em poços direcionais de desenvolvimento recomenda-se revestir tanto os


trechos de ganho de ângulo quanto os trechos de grande inclinação (acima de 70°)
imediatamente após o término da perfuração, uma vez que as situações encontradas
durante a perfuração desses poços são adversas e imprevisíveis. Casos onde sejam
conhecidas as formações atravessadas e as situações enfrentadas na perfuração, é
possível assentar o revestimento a maiores profundidades.

As informações da coluna geológica prevista para o poço permitem determinar


o tipo de revestimento em cada trecho do mesmo. O trecho de 0 a 300 metros de
profundidade é formado por argila, a qual é bastante instável. Por isso, é necessário
que seja feito o revestimento de superfície para previnir o desmoranamento. Esse
mesmo revestimento também terá a função de apoiar os equipamentos de segurança e
os revestimentos subsequentes.

Entre 300 e 800 metros, a formação litológica encontrada é o arenito, de


característica média/mole, ou seja, é necessário um revestimento para a contenção da
areia. Um dos métodos utilizados para esse fim é o gravel pack, que é um agente de
retenção, podendo ser de cerâmica ou areia, de granulometria bem selecionada que
forma um pacote compacto. O gravel atuará como um segundo arcabouço, altamente
permeável, evitando a movimentação dos grãos da formação e sendo o fluxo ao longo
de 360°.

No trecho de basalto (800 a 1000 metros) será dispensável o revestimento pois


é uma camada de rocha dura e bastante resistente.

No trecho entre 2000 e 3000 metros de profundidade, formado por arenito,


está localizado o reservatório. Nesse caso, a técnica a ser utilizada é o revestimento
canhoneado. O método consiste na cimentação do revestimento na área de interesse,
onde a comunicação com a formação é feita através de buracos perfurados no
revestimento e no cimento, denominados canhoneados. Esse canhoneio é feito para
comunicar o interior do poço com a zona de interesse.

Através do perfil sônico do poço de correlação, observou- se a existência de


uma zona de alta pressão de poros. Mas não existe informação suficiente para
identificar o tipo de fluido no reservatório e se existe contato água- óleo.

Profundidade Δt(μs/ft) Profundidade Δt(μs/ft)


(m) (m)
200 165 1800 87
400 158 2000 97
600 149 2200 100
800 135 2400 103
1000 123 2600 107
1200 118 2800 103
1400 104 3000 97
1600 96 3200 87

Tabela 2- Dados do perfil sônico

 Existem informações sobre os tipos de fluídos a serem produzidos,


pressões esperadas e contato óleo-água?

Por meio das informações da coluna geológica e do perfil sônico do poço de


correlação não é possível determinar com exatidão o(s) tipo(s) de fluído(s) a ser(em)
produzido(s) e contato água-óleo, caso exista, pelo fato de que para obtenção dessas
informações deverá ser feita uma análise criteriosa dos dados gerados por um
conjunto de dados de perfilagem tais como Indução, Neutrônico e Densidade.

A pressão de poros pode ser estimada através da relação entre o perfil sônico
de tempo de trânsito e a porosidade das formações. A velocidade do som varia
segundo o meio em que suas ondas se propagam, sendo maior nos sólidos do que nos
líquidos e gases. Quanto maior a velocidade de propagação, menor o tempo de
trânsito. Então, ao considerar duas rochas semelhantes, aquela que contiver maior
porosidade (fluidos em seu interior) apresentará um tempo de trânsito maior do que a
menos porosa.

2.1 Dados da Locação


O termo “geohazard” se refere à qualquer perigo natural causado pela Terra, ou
seja, qualquer processo geológico ou hidrológico que cause risco ao homem ou às
instalações de perfuração. Os geohazards relacionados com a migração de fluidos no
poço se devem a formações pressurizadas que podem causar danos extensivos ao
mesmo.

O fluxo de águas rasas (Shallow Water Flow – SWF) é um exemplo de


geohazard relacionado à migração de fluidos. Em zonas de SWF o fluxo pode ocorrer
por fora do revestimento estrutural do poço, erodindo seu suporte e levando a sua
ruptura. A formação de SWF pode ser originada por quatro mecanismos diferentes:
fraturas induzidas; armazenagem induzida; areais pressurizadas e; transmissão de
pressão através de canais no cimento. Devido à perfuração de areias pressurizadas ser
a causa mais comum de SWF, o foco inicial é prever a existência de possíveis riscos
nessas regiões.

As áreas de areias sobressurizadas estão localizadas em oceanos de águas


profundas. Sedimentos soltos e não consolidados com alta taxa de sedimentação
caracterizam a sobrecarga. Corpos de areia selados por uma formação de baixa
permeabilidade terá dificuldade em deixar a água contida no seu interior escapar.
Além disso, a alta taxa de sedimentação da sobrecarga exerce uma enorme pressão
sobre esses sedimentos, fazendo com que esses corpos isolados contendo grandes
quantidades de água sejam sobrepesos.

A detecção dessas zonas é realizada por meio de técnicas sísmicas baseadas em


modelagem avançada, de interpretação de atributos sísmicos, como a variação da
amplitude com o deslocamento (AVO), e análise geológica de sequências
estratigráficas. Baseados no comportamento elástico característico dessas zonas,
utiliza-se a sísmica para tentar obter tal comportamento pela análise de atributos
associada com uma técnica de modelagem avançada.

Dessa forma, consegue-se por meio de uma seção sísmica, após uma devida
interpretação, identificar comportamentos característicos das zonas SWF. Com isso,
após detectada a possibilidade de zonas SWF, deverá ser desenvolvido no projeto de
poço um método que permita chegar no reservatório sem que a coluna passe por essas
áreas de risco.
3. Trajetória

O poço tipo horizontal é caracterizado por possuir seção vertical finalizada por
kickoff point (KOP), uma seção de ganho de ângulo (buildup) e por fim um trecho
denominado Lth com intuito de atingir o objetivo, conforme demonstrado na figura 1.

Figura 1 – Representação de um poço tipo horizontal.

Onde Vk é a profundidade vertical do KOP, Va é a profundidade vertical do


objetivo. Da é o afastamento do objetivo, R é o raio de curvatura do buildup e θ é
o ângulo reto de 90º. Desta forma,

Os fatores citados acima, entre outros, serão calculados a seguir, considerando


as seguintes coordenadas:

X (m) Y (m)
Sonda 7485774,67 348899,29
Objetivo 7486192,00 348263,56

3.1 Kickoff point (KOP):

Sabe-se da geologia que as camadas moles e médias são preferíveis para ganhar
ângulo, e, em poços tipo II, o KOP, que é o início da seção de ganho de ângulo
(buildup), se encontra em pequenas profundidades. Conforme os dados obtidos na
seção 2, temos como camadas moles a argila e o arenito em uma profundidade de até
800 metros.

Vale ressaltar que é de extrema importância evitar buildup em camadas de basalto,


pois é uma rocha ígnea bastante dura e resistente logo deverá passar por essa camada
na vertical ou em slant. Neste caso, o ponto escolhido para KOP é 410 m pois, a partir
dos cálculos executados previamente com ajuda do programa Excel, notou-se que a
medida que a profundidade do KOP superava os 410 m a ocorrência do buildup se
dava na camada de basalto.

3.2 Afastamento:
O afastamento Da, é definido como sendo a distância entre a coordenada da
sonda e o objetivo, isto é, a distância horizontal. É dado pela equação:

√ 2
D a= ( x 0−x s ) + ( y 0− y s )
2
(1)

onde Xs, Ys e Xo, Yo são as coordenadas em X e Y da sonda e do objetivo,


respectivamente, seguindo o padrão UTM (Universal Transverse Mercator).

Figura 2 – Coordenadas em X e Y da sonda e do objetivo seguindo o padrão UTM.


Aplicando os valores na fórmula, teremos:

Da= √ (7486192,00−7485774,67) +(348263,56−348899,29)


2 2

D a=760,47 m

3.3 Azimute e rumo:

Para calcular o azimute (A), de acordo com a projeção horizontal deste poço,
usam-se as seguintes equações:

∆ Y Y s−Y o
tan x= =
∆ X X o−X s
(2)

Y s−Y o
x ¿ tan−1 ( )
X o− X s
=56,72°

Logo,

A=360 ° −x=360° −56,72° =303,28°

Rumo = x = 56,72o

3.4 Raio, taxa de buildup (BUR) e trecho de slant:


 Para este poço será utilizado uma taxa de BUR de 1°/15m e uma taxa de drop
off de 1°/20m. Vale dizer que os valores escolhidos para as taxas são valores
arbitrários porém, são os valores mais utilizados segundo o artigo
desenvolvido pela empresa HALLIBURTON (MACHADO, J.B. “Curso Básico
de Perfuração Direcional”, Vol. 2.0).

Sendo assim, os valores dos raios são, respectivamente:

180 ° K 180° 15
R 1= = =859,44 m
π BUR π 1°

180° 20
R 2= =1145,92 m
π 1°

 Vale ressaltar que não se deseja o drop off na formação dura (basalto) e, para
que isso seja evitado considera-se que o final do trecho de drop off (Vfdo)
aconteça em 2400 m de profundidade, região em que se encontra arenito com
característica mais mole.

Como R1+R2>Da, o ângulo máximo é dado por θ = θ1 = θ2:

θ=tan −1 ( V fdo −KOP


R 1+ R 2−Da)−cos−1
{(R 1+ R 2
V fdo −KOP) [ (
x sin tan−1
V fdo −KOP
R1+ R 2−Da ) ]}
(3)

θ=26,65°

 Calculando a profundidade de término do buildup (V1):

V 1=KOP+ R 1 sin(26,65 °)=795,50 m

Nesta profundidade, ainda encontra-se a formação de arenito, evitando, portanto,


buildup na região de basalto (a partir de 800 m).
 Comprimento do trecho de buildup (LBU):

K x θ 15 x 26,65 °
LBU = = =399,75 m
BUR 1°

 Cálculo de D1 (distância horizontal percorrida no trecho de buildup):

26,65 °
1−cos (¿)
¿
D1=R 1 ¿

 Comprimento medido do trecho de drop off (LDO):

π
LDO = R 2 ( α 1−α 2 )
180 °
(4)

Em que α1 e α2 são os ângulos de início e de final de drop off, respectivamente.

π
LDO = R 2 ( 26,65° −0 ° )=533,00 m
180 °

 Comprimento do trecho de slant (Lslant):

Da=D1 + Lslant x sin θ+ R 2(1−cos θ) (5)

Isolando Lslant e substituindo os valores, obtém-se:

Lslant = [Da – D1- R2(1 - cos θ )] / sin θ

Lslant = [760,47 – 91,30 – 1145,92 (1- cos 26,65o)] / sin 26,65o

Lslant =1220,50 m

 Calculando a profundidade de início do drop off (VIDO):


V IDO =V 1 + Lslant x cos θ (6)

V IDO =1886,34 m

Nota-se que a essa profundidade (VIDO) encontra-se na região de arenito,


adequando todo o trecho de drop off na região de característica dura/+mole, ideal
para ganhos ou perdas de ângulos.

4. Profundidade medida:

A profundidade medida (PM) é a distância percorrida pela broca, na qual é dada


por:

PM =KOP+ LBU + Lslant + L DO + ( V a −V fdo ) (7)

PM = 410 + 399,75 + 1220,50 + 533,00 + [(2700 x 0,975) – 2400] = 2795,75 m

5. Ângulo lead:

O ângulo lead é definido como sendo o ângulo de compensação do giro natural


da broca, que, neste caso, é 1,5°/200m para direita. É calculado com base nos trechos
de ganho ou perda de ângulo e nos trecho com inclinação. Como em poços tipo II
existe dois trechos de variação de ângulo e um com inclinação, calcula-se com base
em seus comprimentos:

LBU + LDO + Lslant = 399,75+ 533,00+ 1220,50 = 2153,25 m

2153,25 x 1,5
Ângulo lead= =8,07 °
200 x 2

6. Verificação do Da (afastamento) e do Va (profundidade do poço):

Para verificar o Da:

D a=D1 + Lslant x sen θ+ R 2(1−cos θ) (8)

Da = 91,30 + 1220,50 x sen (26,65o) + 1145,92 [1 – cos (26,65o)] = 760,48 m

Para verificar o Va:


V a=KOP+ R 1 x sen θ+ Lslant x cos θ+ R 2 x sen θ+ H (9)

(2700 x 0,975) = 410 + 859,44 sen (26,65o) + 1220,50 cos (26,65o) + 1145,92 sen
(26,65o) +H

Em que H= 232,5 m equivale ao trecho vertical após o drop off. Substituindo


os valores, tem-se:

2632,5 ≈ 2632,8

7. Projeções

Como é impossível perfurar um poço direcional sempre em uma mesma


direção (isto é, em um mesmo plano vertical), devido a fatores mecânicos e
geológicos que tendem a desviar lateralmente a broca, a trajetória de um poço
direcional é uma curva no espaço. Para se obter uma representação gráfica dessa
curva, ela é projetada em dois planos: um horizontal e outro vertical, que
normalmente contêm a locação e o objetivo.

7.1 Projeção Vertical

A seção vertical permite observar a projeção vertical do poço. Os eixos são,


respectivamente, a profundidade vertical e o afastamento horizontal em relação a um
determinado azimute do plano de projeção. Este gráfico auxilia a correção de
inclinação do poço caso não esteja de acordo com o projeto.

Figura 3 – Projeção vertical do poço com medidas do KOP, buildup, raios de curvatura, trecho
em slant e drop off.
Fonte: produção do próprio autor, 2016

7.1 Projeção Horizontal

A projeção horizontal possibilita uma visão do poço direcional. Na projeção


horizontal os eixos são respectivamente as coordenadas locais Norte/Sul (N/S) e
Leste/Oeste (L/O). Dessa forma, esta projeção é geralmente usada para visualizar e
corrigir a direção durante a perfuração.

Figura 4- Projeção horizontal do poço com rumo, azimute e ângulo lead (ângulo que
compensa o giro natural da broca).
Fonte: produção do próprio autor, 2016.

8. Geopressões

O termo geopressões engloba todas as pressões e tensões existentes no subsolo, as


quais podem, muitas vezes, levar ao fraturamento da rocha. Afim de estabelecer os
pesos de fluido de perfuração assim como o assentamento da coluna de revestimento,
é necessário conhecer os gradientes de pressões de poros, fratura e sobrecarga. Estas
serão estabelecidas a seguir, partindo da tabela abaixo, onde os tempos de trânsito
fornecidos pelo perfil sônico serão multiplicado pelo “fator do aluno”.

Profundidade Fator do Δt x fator


GN Δt
(m) aluno do aluno
200 9 165 0,975 160,87
400 9 158 0,975 154,05
600 9 149 0,975 145,27
800 9 135 0,975 131,62
1000 9 123 0,975 119,92
1200 9 118 0,975 115,05
1400 9 104 0,975 101,40
1600 9 96 0,975 93,60
1800 9 87 0,975 84,82
2000 9 97 0,975 94,57
2200 9 100 0,975 97,50
2400 9 103 0,975 100,42
2600 9 107 0,975 104,32
2800 9 103 0,975 100,42
3000 9 97 0,975 94,58
3200 9 87 0,975 84,83
3400 9 77 0,975 75,08

8.1 Gradiente de Sobrecarga

a) Cálculo da densidade para as profundidades informadas

De acordo com o perfil sônico corrigido, calcula-se a densidade total da formação


para cada intervalo de tempo com a correlação a seguir, chamada de correlação de
Gardner.

b
106
ρb=a x ( )
∆t
(9)

Onde:

ρb = densidade total da formação (g/cm3)


a = 0,23 e b = 0,25
∆t = tempo de trânsito (µs/ft)

Profundidade Fator do Δt x fator Densidade


Δt
(m) aluno do aluno (g/cm³)
200 165 0,975 160,87 2,04
400 158 0,975 154,05 2,06
600 149 0,975 145,27 2,09
800 135 0,975 131,62 2,15
1000 123 0,975 119,92 2,20
1200 118 0,975 115,05 2,22
1400 104 0,975 101,40 2,29
1600 96 0,975 93,60 2,34
1800 87 0,975 84,82 2,40
2000 97 0,975 94,57 2,33
2200 100 0,975 97,50 2,31
2400 103 0,975 100,42 2,30
2600 107 0,975 104,32 2,27
2800 103 0,975 100,42 2,30
3000 97 0,975 94,57 2,33
3200 87 0,975 84,82 2,40
3400 77 0,975 74,07 2,47

b) Tensão de sobrecarga e gradiente de sobrecarga:

Com os valores de densidades obtidos no item anterior, torna- se possível calcular


a tensão de sobrecarga (σov em psi) e o gradiente de sobrecarga (G ov em lb/gal) para as
respectivas profundidades, com as seguintes fórmulas:

n
σ ov=1,422( ρw D w + ∑ ρbi ∆ Di )
0

(10)

σ ov
Gov = (11)
0,1704 x D

Como o poço é terrestre, não há lâmina d’água (ρ wDw = 0). Sendo assim, ρbi
representa a densidade de cada camada em g/cm³, ∆Di a espessura de cada uma delas
e D a profundidade, em metros. A tabela a seguir indica os valores encontrados para
as tensões e os gradientes de sobrecarga.

Profundidade Densidade
∆D ρb x ∆D x 1,422 σov (psi) Gov (lb/gal)
(m) (g/cm³)

200 2,04 200 580,82 580,82 17,04


400 2,06 200 587,14 1167,96 17,14
600 2,09 200 595,82 1763,77 17,25
800 2,15 200 610,70 2374,47 17,42
1000 2,20 200 625,08 2999,55 17,60
1200 2,22 200 631,59 3631,14 17,76
1400 2,29 200 651,85 4282,99 17,95
1600 2,34 200 665,03 4948,02 18,15
1800 2,40 200 681,61 5629,62 18,35
2000 2,33 200 663,31 6292,94 18,47
2200 2,31 200 658,27 6951,21 18,54
2400 2,30 200 653,43 7604,65 18,60
2600 2,27 200 647,24 8251,89 18,63
2800 2,30 200 653,43 8905,32 18,66
3000 2,33 200 663,31 18,72
9568,63
3200 2,40 200 681,60 18,80
10250,22
3400 2,47 200 702,72 18,91
10952,94

c) Gráfico Profundidade (m) x Gradiente de Sobrecarga (lb/gal):

Gradiente de Sobrecarga
16.50 17.00 17.50 18.00 18.50 19.00 19.50
0

500

1000
Profundidade (m)

1500

2000

2500

3000

3500

4000

Gradiente de Sobrecarga (lb/gal)

8.2 Gradiente de Poros

A pressão de poros, também conhecida como pressão do fluido contido nos


espaços porosos da rocha, é importante para estabelecer o peso do fluido a ser usado
na perfuração. Ela pode ser classificada como anormalmente baixa, normal,
anormalmente alta e alta sobrepressão.

a) Gráfico para determinação da linha de tendência:

A fim de encontrar a linha de tendência (linear), o gráfico foi executado e, uma


reta foi ajustada, de acordo com a equação da reta (y = mx + B), em que m
(coeficiente angular da reta) é definido como:

∆ t2

m=
log
∆ t1 ( )
D2−D 1
(12)

e, a equação da reta de tendência com respectivo valor de m, calculado anteriormente


será:

∆ t n=∆t 1 10 m( D−D )
1
(13)

Neste caso, utilizou-se os seguintes tempos com as respectivas profundidades:

Profundidade Tempos de
(m) trânsito

200 160,87
1800 84,82

84,82
m=
log ( 160,87 ) =−0,000173735
1800−200

∆ t n=∆t 1 10 m( D−D )
1

Logo,

∆ t n=160,87 ×10−0,000173735(D−200)
Gráfico para a determinação da linha de tendência
1.00 10.00 100.00 1000.00
0

500

1000
Profundidade (m)

1500 Pefil Sôô nicô


Trend
2000

2500

3000

3500

Δt(µs/ft)

Portanto, para cada ponto de ∆t, encontra-se o respectivo ∆tn, conforme a tabela
abaixo:

Profundidade Δt x fator Δtn


(m) do aluno (µs/ft)
200 160,87 160,87
400 154,05 148,50
600 145,27 137,08
800 131,62 126,54
1000 119,92 116,81
1200 115,05 107,83
1400 101,40 99,54
1600 93,60 91,89
1800 84,82 84,82
2000 94,57 78,30
2200 97,50 72,28
2400 100,42 66,72
2600 104,32 61,59
2800 100,42 56,85
3000 94,58 52,48
3200 84,83 48,45
3400 75,08 44,72

b) Cálculo do gradiente de pressão de poros pelo método de Eaton:


Afim de calcular o gradiente de poros utilizando a correlação de Eaton, o
expoente utilizado para a área em análise, segundo estudos, será 2. Logo, segue que:

2
∆ tn
G p=G ov −( G ov −G n ) ( )
∆ t0
(14)

onde Gp é o gradiente de pressão de poros em lb/gal, ∆tn é o tempo de trânsito normal


e ∆t0 é o tempo de trânsito observado, ambos em μs/ft. Gn é o gradiente de pressão de
poros normal estimado como sendo 9 lb/gal, e Gov é o gradiente de pressão de
sobrecarga em lb/gal. Os resultados se encontram na tabela abaixo:

Δt x fator
Profundidade (m) Δtn (µs/ft) Gov (lb/gal) Gp (lb/gal)
do aluno
200 160,87 160,87 17,04 9,00
400 154,05 148,50 17,14 9,57
600 145,27 137,08 17,25 9,90
800 131,62 126,54 17,42 9,64
1000 119,92 116,81 17,60 9,44
1200 115,05 107,83 17,76 10,06
1400 101,40 99,54 17,95 9,33
1600 93,60 91,89 18,15 9,33
1800 84,82 84,82 18,35 9,00
2000 94,57 78,30 18,47 11,98
2200 97,50 72,28 18,54 13,29
2400 100,42 66,72 18,60 14,36
2600 104,32 61,59 18,63 15,27
2800 100,42 56,85 18,66 15,56
3000 94,58 52,48 18,72 15,73
3200 84,83 48,45 18,80 15,60
3400 75,08 44,72 18,91 15,39

8.3 Gradiente de Fratura


Quando as tensões na rocha mudam de compressão para tração e atingem a
resistência de tração da rocha, ocorrem fraturas na formação ao redor do poço,
resultando em desmoronamentos da parede do poço ou perda de fluido de perfuração
para a formação, podendo até ocorrer kick. A pressão de fratura é determinada pelo
Leak off Test (LOT). Quando não é possível essa determinação, a equação a seguir
pode ser utilizada para se obter uma estimativa.

Pf =K x ( Po−P p ) + P p
(15)

Onde Pf representa a pressão de fratura em psi, Po a pressão de sobrecarga em psi,


Pp a pressão de poros em psi e K o coeficiente de tensão na matriz o qual é
determinado para a área em consideração, com dados de LOT realizados.

Em termos de gradiente (Gf), tem-se:

Gf =G p + K (G ov −G p )
(16)

Como

Pf
Gf = (17)
D × 0,1704

Então,

Pf =G f x D x 0,1704
(18)

a) Valores de K, Pf e Gf:

O coeficiente de tensão na matriz (constante K) é determinado observando o


gráfico 2.7 disponibilizado no material de aula sobre Geopressões. Pf e Gf são
calculados de acordo com as fórmulas acima, os quais serão expostos na tabela
abaixo.

Profundidade
Gov (lb/gal) Gp (lb/gal) K Gf (lb/gal) Pf (psi)
(m)
200 17,04 9,00 0,36 11,89 405,12
400 17,14 9,57 0,42 12,74 868,14
600 17,25 9,90 0,46 13,27 1356,44
800 17,42 9,64 0,54 13,83 1885,36
1000 17,60 9,44 0,57 14,09 2400,17
1200 17,76 10,06 0,58 14,52 2969,09
1400 17,95 9,33 0,64 14,84 3540,33
1600 18,15 9,33 0,66 15,14 4129,02
1800 18,35 9,00 0,70 15,55 4767,96
2000 18,47 11,98 0,72 16,65 5672,82
2200 18,54 13,29 0,73 17,12 6416,15
2400 18,60 14,36 0,78 17,66 7221,99
2600 18,63 15,27 0,79 17,92 7937,73
2800 18,66 15,56 0,81 18,07 8622,04
3000 18,72 15,73 0,82 18,18 9294,54
3200 18,80 15,60 0,83 18,26 9954,63
3400 18,91 15,39 0,86 18,42 10670,19

b) Gráfico comparativo entre Gp , Gov e Gf de acordo com a profundidade:

Gradientes de Sobrecarga, Pressão de Poros e de Fratura


8 10 12 14 16 18 20
0

500

1000
Profundidade (m)

1500 Gradiente de
Sôbrecarga
2000 Gradiente de Pôrôs
Gradiente de
Fratura
2500

3000

3500

Gradientes (lb/gal)
A seguir, é possível representar, em amarelo, a janela operacional a partir dos
dados obtidos até o momento.

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