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Teoria

do
Lugar
2016.2017
1º Semestre

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Compreender
Francisco Fernandes Calado 20130387
Intervir
911 938 436
francisco.f.calado92@gmail.com
MIARQ 4C

Diogo Miguel Beatriz dos Santos 20101067


927 166 924
diogo.miguel.beatriz.santos@gmail.com
MIARQ 4C
Teoria
do
Lugar
Índice
1.Introdução 03
1.1 O Lugar e a sua História
1.2 Abordagem ao Trabalho

2. Prova da Insubstituibilidade 05

3. Prova da Intersubjectividade 06

4.Veículos da Intersubjectividade 07
4.1 - Forma Geral
4.2 - Elementos Formais Relevantes

5. Parametrização da Intervencão 09
5.1 Semelhança Musical
5.2 Genius Loci
5.3 Intervenções
5.4 Comparações

6. O Significado do Lugar 12

02
Teoria
do
Lugar
Introdução
O Lugar e a sua História
O Lugar escolhido para a execução deste trabalho foi o Jardim
Teófilo Braga (também conhecido como Jardim da Parada). Este
Jardim situa-se na cidade de Lisboa, no bairro de Campo de
Ourique e é facilmente descrito como um lugar de alegria,
frequentado por todas as gerações. Desde crianças que brincam
incessantemente, a adultos que convivem ou a idosos que jogam
às cartas de manhã à noite.

O lugar apresentado foi escolhido pelo grupo, não só por ser um


sitio frequente de convivio, mas também por ser um dos pulmões
do bairro de Campo de Ourique.

Este local transmite-nos uma sensação de felicidade; é um sitio


de vida. É para nós, um raro caso onde se alia a passagem, a
paragem e a permanência de um bairro em constante movimento.
Por fim, o principal motivo de escolha do lugar foi por se
considerar que este proporciona “encaixe” no pleno sentido da
palavra. É um local que recolhe, acolhe e permite, pois todos os
elementos fisicos lá presentes tornam o habitar deste lugar algo
de simplesmente natural.

A construção do jardim remete para uma altura em que o bairro já


estava parcialmente acabado e urbanizado (entre 1910 e 1920).

De nome Jardim Teófilo de Braga, este espaço ficou conhecido


por Jardim da Parada por ser usado pelo exército do Quartel
existente nas proximidades, para fazer as paradas militares.

Em 1920, o jardim recebeu da camara municipal de Lisboa uma


estátua referente a comemoração dos 100 anos da proclamação
do regime liberal. A estátua denominada de Maria da Fonte foi
esculpida por Costa Motta, remetendo para a rebelião popular
que se iniciou no Minho, em Maio de 1846, que acabou por se
alastrar por todo o país, dando origem a uma feroz luta civil
conhecida por «a guerra da patuleia». Foi também por volta desta
altura que foi reconhecido como um lugar de eleição para as
bibliotecas itenerantes de Lisboa.

No início do século XXI o Jardim da Parada sofreu algumas


restruturações que lhe acrescentaram novos usos e novas
vivências. O acrescento do coreto, referente aos costumes dos
mais velhos e o parque infantil para os mais jovens, motivou uma
miscigenação de gerações.

03
Teoria
do
Lugar
Abordagem ao Trabalho
De acordo com as matérias leccionadas no decorrer do
semestre, tornou-se necessário explicitar um encadeamento
lógico das conclusões a que se chegaram, no que diz respeito ao
processo/método de projecto, à definição de arte e à definição de
arquitectura.
Entende-se que o lugar seleccionado é arquitectura. Sendo
arquitectura, o lugar será necessariamente arte. Se é arte, então
temos de ter consciência que o lugar contém em si objectividade,
subjectividade e intersubjectividade e que a compreensão do
carácter indispensável e simbiótico destes 3 elementos tem de
estar contido no processo de projecto.
Tendo em conta que se entende que o principal objectivo da arte
é ser um “amigo” e que a arquitectura é o “amigo que abraça”,
então assume-se como objectivo deste trabalho a caracterização
física deste “amigo” e a definição semântica do“abraço” de modo
a poder comprovar o estatuto de lugar, poder parametrizar
possíveis intervenções e entender o sentido do lugar que é o
Jardim da Parada.
Para este efeito recolheram-se dados históricos, visitou-se o
lugar, executaram-se desenhos, fizeram-se comparações e
utilizaram-se ferramentas como o genius loci ou a semelhança
musical.

04
Teoria
do
Lugar
Prova da
Insubstituibilidade
Entende-se como um dado adquirido que todo o Lugar que é
arquitectura e, consequentemente, arte, contém em si um
carácter insubstituível. A insubstituibilidade de um lugar resulta do
reconhecimento da sua indespensabilidade na forma única como
tem uma acção no homem de tal forma relevante que satizfaz uma
carência emocional e cria uma dependência física. O Homem
reve-se na arte, pois ela também tenta ser homem na medida em
que nos compreende nos elementos que nos são intrínsecos.

Tal como a arte, o amigo também é insubstituível, nenhum amigo


nos dá o mesmo da mesma forma que outro, mesmo que tenham
o mesmo aspecto formal (gémeos). Existe uma componente
simbiótica no amigo e na arte, que transcende a forma mas que é
veiculada através dela.

Entende-se que, no caso do Jardim da Parada, estamos perante


um momento arquitectónico insubstituível. Este possui o seu
“conteúdo humano” veiculado pela sua forma, actuando no
homem e obtendo reconhecimento parte deste. Não seria
possível fazer um outro Jardim (ou uma praça) no mesmo local e
esperar que este tivesse o mesmo efeito no Homem, até poderia
ser um Lugar, Arte e Arquitectura mas não iria satisfazer as
mesmas carências nem criar o mesmo tipo de dependências. Se
o Jardim é um “amigo que nos abraça” então ele é portador de
estruturas formais que veiculam o “conteúdo humano” único que
lhe pertence, o Jardim da Parada é portanto insubstituível.

05
Teoria
do
Lugar
Prova da
Intersubjectividade
Das várias componentes que estão contidas num projecto de
arquitectura, a intersubjectividade é aquela que melhor consegue
explicitar o verdadeiro significado de um lugar. O fenómeno
intersubjectivo pode ser descrito como uma relação Acção-
Reacção. São as estruturas formais e a sua composição num
determinado lugar que vão causar um efeito no Homem, que por
sua vez irá ser expresso por este através de um comportamento.
Entende-se portanto, que uma das formas de comprovar a
intersubjectividade de um lugar é através do reconhecimento
deste fenómeno. A identificação da semelhança de
comportamentos e reacções por parte de diversos Homens num
determinado lugar implica, necessariamente, a presença de
estruturas formais que veiculam um significado intrínseco a um
lugar.

No caso do Jardim da Parada foi possível verificar uma série de


“comportamentos” que foram encarados como um primeiro
indício da existência de Intersubjectividade. Comprovou-se uma
tendência para as pessoas habitarem o jardim em comunidade
no seu centro e, por oposição, verificou-se que tanto em
momentos de passagem, como em momentos de paragem e
permanência, as pessoas habitam a periferia do jardim sozinhas.
O fenómeno descrito anteriormente foi não só verificado através
da observação in loco, mas também através da observação de
registos fotográficos de diversas épocas e da tomada de
consciência dos comportamentos do próprio grupo e dos seus
familiares, quando frequentam o jardim.
Entende-se que o comportamento descrito, provavelmente
ocorre devido a relações entre o ruído visual e auditivo das
estruturas físicas que compõem o jardim e o Homem.

06
Teoria
do
Lugar
Veículos da
Intersubjectividade
Forma Geral
Situado no coração de Campo de Ourique, o Jardim da Parada é
o pulmão de um bairro cheio de vida e dinâmica. De forma
rectangular e ocupando um quarteirão inteiro (0,4 hectares), é
ladeado pela Rua Tomás da Anunciação, pela Rua 4ª Infantaria,
pela Rua Almeida e Sousa e pela Rua da Infantaria 16. No remate
do jardim temos um limite muito marcado por vias automóveis de
um só sentido e fachadas com cores variadas que contribuem
significativamente não só para a acumulação de ruído mas
também para a imagem que se tem a olhar do jardim para fora.

Elementos Formais Relevantes


São várias as estruturas físicas que marcam o Jardim da Parada.
Aquelas que o tornam mais característico e que por conseguinte,
na opinião do grupo, veículam a intersubjectividade do lugar são:
Lago: Rematado por pedra, criando um local de pausa, o lago
do jardim da parada é o elemento central de toda a composição. É
ele que estrutura os momentos que o rodeia e, em conjunto com
outros elementos, é um dos causadores do “ruído branco” que
existe no centro do jardim. O lago mede aproximadamente 210
m2, é de forma irregular e o seu rebordo dista, aproximadamente,
65 cm do chão
Bancos: Composto por madeira escura e ferro pintado de
verde com relevos, os bancos do Jardim da Parada espalham-se
por toda a sua área. Nota-se, no entanto, na sua utilização, uma
clara distinção entre os bancos presentes na periferia e os que
estão presentes no centro do jardim. Os primeiros acolhem
pessoas que não estão acompanhadas, e os segundos são por
norma utilizados em comunidade.
As peças de madeira que compõem os assentos e as costas dos
bancos são de forma rectangular rematadas nos topos por semi-
circunferências. Medem aproximadamente 30 cm x 150 cm. O
assento dista, aproximadamente, 55 cm do chão.
Parque para Crianças: Composto essencialmente por
materiais sintéticos, o parque para crianças do Jardim da Parada
é um dos principais impulsionadores do convívio que ocorre neste
lugar. É também uma das principais fontes de ruído sonoro. O
parque mede aproximadamente 250 m2 e tem uma forma
irregular.

07
Teoria
do
Lugar Árvores: Elemento fundamental deste jardim, as árvores da
Parada são de uma enorme variedade de espécie, predominando
entre elas as cores verdes e amarelas. É essencial entender que a
atmosfera do Jardim deve-se, em grande parte, à cor que a luz do
sol possui depois de atravessar as diversas árvores presentes. As
sombras que causam e os momentos que iluminam são as notas
rítmicas que pautam este jardim.
De entre as espécies de árvore destacam-se: o lodão, o cipreste-
de-folha-caduca, a sequoia gigante, a palmeira das Canárias, o
cipreste de folha caduca, a ameixeira de jardim, a tília prateada e a
garvílea.
Fachadas: Tal como referido no elemento anterior, a cor do
ambiente do jardim é algo de essencial à atmosfera que este
possui. Por isso mesmo é necessario entender que é de uma
enorme importância a cor que as fachadas circundantes têm
após atravassarem os contornos das árvores que lhes fazem
frente. Principalmente nos alçados da rua 4ª Infantaria e da rua
Almeida e Sousa onde predomina as cores amarelas, verdes e
azuis. Após um levantamento dimensional verificou-se que as
fachadas ou têm 90 ou 55 m de comprimento, e que a sua altura
ronda os 16 m (4 pisos com um pé direito de 4m).
Coreto: Elemento estruturante do jardim actual, o coreto, que
embora esteja mal concebido a nível da sua materialidade
(actualmente em madeira com uma base de pedra branca) e
escala, é reconhecido como uma estrutura física indicutível do
Jardim da Parada. Este é um dos elementos que cria e delimita o
momento central onde existe mais dinâmica. Predominam as
cores brancas e castanhas.
Quiosque: Elemento bastante recente do jardim, o quiosque
da parada funciona hoje em dia como um elemento que torna
possível, reforça e dinamiza o habitar colectivo que ocorre no
centro do Jardim Teófilo Braga.
As cores que predominam são o verde da estrutura exterior do
quiosque e o branco e castanho do ferro e madeira das mesas e
cadeiras.
O quiosque tem forma hexagonal, com 1,5m de lado e é
rematado por um telhado metal de 6 àguas. A sua altura total
ronda os 4m.
Mesas e Cadeiras Fixas: Provavelmente o local com mais
afluência de pessoas, as cadeiras e mesas de metal, presentes
no jardim da parada, são um local de diversão onde os mais
idosos se juntam todos os dias, durante todo o dia, para
desfrutarem de momentos de lazer a jogar as cartas ou a jogar
dominó.
É um elemento que permite e alimenta a vida colectiva no centro
do jardim da parada. Predomina a cor verde.
No que diz respeito às suas dimensões as mesas têm um tampo
de 1mx1m suportado por 4 apoios curvos. As cadeiras distam
aproximadamente 60 cm do chão.

08
Teoria
do
Lugar
Parametrização
da Intervenção
Semelhança Musical
Entende-se a semelhança musical como uma ferramenta que
permite encontrar elementos comparativos a nível de ambiente
entre uma canção e um lugar. É um primeiro momento de
aproximação ao significado do lugar.
No caso do Jardim da Parada a canção que melhor reflecte a
atmosfera do lugar é o tema “Sara” de Tiago Bettencourt.

Tal como uma estrutura física, as canções também podem ser


decompostas em elementos formais, ou seja, é a compreensão
da forma da música que torna possível entender como é que esta
veicula a sua atmosfera.

No caso da canção apresentada chegou-se à conclusão que a


semelhança que esta possui com o Jardim da Parada é derivada
de uma série de ferramentas compositivas, nomeadamente, a
aplicação de uma modulação harmónica (de maior para menor
utilizando a 1ª inversão do 5º grau), que claramente confere uma
subtil e gradual transição entre dois momentos opostos (algo que
também acontece no Jardim, verificável na diferença entre a
periferia e o centro, explicitada anteriormente).

No que diz respeito às escolhas rítmicas, a canção está


composta sobre um compasso quaternário utilizando uma série
de instrumentos de percursão que respeitam e obedecem a esta
regra, produzindo um preenchimento forte na base atmosférica
da música. Para além de todos os elementos rítmicos identificou-
se também que a escolha da guitarra acústica e da melodia que
esta produz (sincopada nas semi-colcheias) contribui fortemente
para uma “cama de inúmeros lençóis” onde uma voz executa a
melodia principal. Relaciona-se o resultado destas escolhas
compositivas com o Jardim da Parada, pois também é nele que
decorre uma imensidão de estímulos auditivos e visuais que
montam o palco onde se desenrola a acção, desde o som das
peças de dominó a bater nas mesas de metal ao som das
crianças a brincar no parque, ou até mesmo ao impacto da cor
das fachadas circundantes no centro deste Lugar.

09
Teoria
do
Lugar
Genius Loci
Entende-se o Genius Loci como uma ferramenta de aproximação
estilística do lugar em análise. A compreensão da metáfora “qual o
homem que o lugar é” torna possível definir o estilo de uma
possível intervenção arquitectónica. A descrição fisica do estilo
do Genius Loci é utilizada como elemento de semelhança com o
estilo do lugar.

No caso do Jardim da Parada descreve-se o Genius Loci como


um homem Português com cerca de 65 anos, magro, vestido
com uma camisa de trabalho branca, calças de trabalho de
fazenda em tons de castanho, um casaco de lã grossa caqui e
boina. Veste-se desta forma pois a vida nunca o ensinou a vestir-
se de outra , é um homem habituado à rotina que o trabalho na
fabrica impõe.

Tem na cara cansada o sorriso de um avô que acabou de ver os


netos chegar a casa, mas ao mesmo tempo não se levanta para
os ir receber. Não por falta de amor ou por se achar superior, mas
por saber que existem regras e contratos sociais tácitos que têm
de ser respeitados. Este é um Homem dos anos 40, de classe
média\média-baixa, é humilde mas também um Senhor acima de
tudo, anda direito e priveligia o saber estar.

Intervenção
Após uma análise do estilo e da atmosfera é então possível
planear intervenções para o Jardim da Parada, quer sejam elas de
reabilitação, remoção ou adição.

No exercício do caixote do lixo chega-se à conclusão que este


será de pequena escala (de modo a poderem ser aplicados em
maior número). No que diz respeito à materialidade, esta teria de
ser algo que utilize uma estrutura de suporte no chão em ferro
pintado de verde, acompanhado de uma estrutura em ripado de
madeira escura que formalize o recipiente e que permitisse que
uma estrutura metálica interior pintada de diversas cores
atravessem o ripado ( tal como as fachadas que rebordam o
jardim atravessam os espaços entre as folhas das árvores). É
também possível prever que a estrutura em ferro tenha relevos tal
como os bancos onde as pessoas se sentam.

É ainda possível propor as seguintes intervenções:


1.Aumento da escala do coreto, aplicação de materiais como o
ferro pintado de verde e a pedra utilizada no rebordo do lago.
2.Evidenciar o lago como elemento central do jardim, repensando
o seu acesso de todos os ângulos.
3. Reabilitar o parque para crianças de modo a poder aplicar
materialidades e cores que melhor reflictam o estilo do lugar
(cores de terra, amarelo, verde, castanho).
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Teoria
do
Lugar
Comparações
De modo a poder chegar ao Genius Loci e à canção que melhor
reflete a semelhança atmosferica do Jardim da Parada, foi
necessário executar uma série de comparações a nível semântico,
morfológico, estilístico e atmosférico com outros jardins.

Jardim Constantino
Morfologia - Jardim rectangular na zona das avenidas novas com a mesma
dimensão que o Jardim da Parada. Possui um grande momento central com
grande exposição solar.

Semântica - Jardim não muralhado e que dá a sensação de ambiente aberto


(provavelmente devido à proximidade com a Rua Pascoal de Melo).

Genius Loci - Homem com 40 anos, magro, vestido com fato e gravata (preto e
branco). Camisa branca meio desfraldada.
Tem na cara o cansaço provocado pela frustração que a rotina lhe causa. É um
homem cansado, desiludido, fracassado e conformado.

Jardim Cesário Verde


Morfologia - Jardim rectangular com um pequeno declive, na zona das
avenidas novas com cerca de dois terços da dimensão do Jardim da Parada.
Possuidor de pequenos caminhos serpenteados que levam a um caminho
maior que liga dois vértices do jardim.

Semantica - Jardim não muralhado e que dá a sensação de ambiente aberto


(provavelmente devido à proximidade com a Rua D. Estefania)

Genius Loci - Mulher, 60 anos, usa um vestido monocromático escuro e


umas sapatilhas de andar por casa.
É uma mulher rezingona, de rosto zangado, que se senta sozinha a comentar a
vida das outras pessoas em voz alta.

Jardim Da Estrela
Morfologia - Jardim com forma irregular e com uma dimensão muito superior
ao Jardim da Parada.

Semântica - Jardim muralhado e que dá a sensação de ambiente fechado


(provavelmente devido à sua escala, densidade e complexidade).

Genius Loci - Criança com 7/8 anos vestida com camisa branca por dentro
das calças escuras (pretas ou azuis escuras). É uma criança da classe média
alta que tenta ser adulto na forma de vestir mas que acaba por ir brincar como
qualquer outra criança.

Semelhança Musical - Clair de Lune - Debussy

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Teoria
do
Lugar
Significado do Lugar
“O que é que o lugar quer ser?”

Em tom de conclusão, entende-se que a resposta à questão


anterior será a melhor forma de conseguir explicitar o significado
do lugar.

Na opinião do grupo o principal objectivo do Jardim da Parada é o


querer ser o momento de abrigo de um bairro de eterna azáfama.
É o coração e pulmão de um momento especial da cidade de
Lisboa, o bairro de Campo de Ourique. No jardim, a confusão que
existe é apenas aquela gerada por ele mesmo. Pelo barulho da
água que corre no lago, pelo barulho das pessoas a conversar no
quiosque e nas mesas, pelo riso constante de crianças que
brincam no parque, pela forma como nos mostra uma panóplia de
cores, luzes e sombras geradas pelo efeito das arvores e das
fachadas circundantes. Não são as formas isoladas mas sim a
composição no seu todo que formalmente veiculam o “conteúdo
humano” do Jardim da Parada e que criam um grande volume de
experiências sensoriais.

O Jardim é o ruído que nos faz ouvir o silêncio. É o estímulo que


apaga todos os estímulos. É a memória que relembra o
esquecimento, e quando é mesmo preciso esquecer vai-se ao
jardim. Esta é a carência que o jardim Teófilo Braga satisfaz, o
conforto da alienação mental do que não queremos que nos
afecte.

O Jardim da Parada dá o “abraço de amigo” pela forma como nos


permite estar só ou acompanhado mas sempre isolado. O que o
Jardim da Parada quer, é ser só.

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