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do
Lugar
2016.2017
1º Semestre
Ler
Compreender
Francisco Fernandes Calado 20130387
Intervir
911 938 436
francisco.f.calado92@gmail.com
MIARQ 4C
2. Prova da Insubstituibilidade 05
3. Prova da Intersubjectividade 06
4.Veículos da Intersubjectividade 07
4.1 - Forma Geral
4.2 - Elementos Formais Relevantes
5. Parametrização da Intervencão 09
5.1 Semelhança Musical
5.2 Genius Loci
5.3 Intervenções
5.4 Comparações
6. O Significado do Lugar 12
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Teoria
do
Lugar
Introdução
O Lugar e a sua História
O Lugar escolhido para a execução deste trabalho foi o Jardim
Teófilo Braga (também conhecido como Jardim da Parada). Este
Jardim situa-se na cidade de Lisboa, no bairro de Campo de
Ourique e é facilmente descrito como um lugar de alegria,
frequentado por todas as gerações. Desde crianças que brincam
incessantemente, a adultos que convivem ou a idosos que jogam
às cartas de manhã à noite.
03
Teoria
do
Lugar
Abordagem ao Trabalho
De acordo com as matérias leccionadas no decorrer do
semestre, tornou-se necessário explicitar um encadeamento
lógico das conclusões a que se chegaram, no que diz respeito ao
processo/método de projecto, à definição de arte e à definição de
arquitectura.
Entende-se que o lugar seleccionado é arquitectura. Sendo
arquitectura, o lugar será necessariamente arte. Se é arte, então
temos de ter consciência que o lugar contém em si objectividade,
subjectividade e intersubjectividade e que a compreensão do
carácter indispensável e simbiótico destes 3 elementos tem de
estar contido no processo de projecto.
Tendo em conta que se entende que o principal objectivo da arte
é ser um “amigo” e que a arquitectura é o “amigo que abraça”,
então assume-se como objectivo deste trabalho a caracterização
física deste “amigo” e a definição semântica do“abraço” de modo
a poder comprovar o estatuto de lugar, poder parametrizar
possíveis intervenções e entender o sentido do lugar que é o
Jardim da Parada.
Para este efeito recolheram-se dados históricos, visitou-se o
lugar, executaram-se desenhos, fizeram-se comparações e
utilizaram-se ferramentas como o genius loci ou a semelhança
musical.
04
Teoria
do
Lugar
Prova da
Insubstituibilidade
Entende-se como um dado adquirido que todo o Lugar que é
arquitectura e, consequentemente, arte, contém em si um
carácter insubstituível. A insubstituibilidade de um lugar resulta do
reconhecimento da sua indespensabilidade na forma única como
tem uma acção no homem de tal forma relevante que satizfaz uma
carência emocional e cria uma dependência física. O Homem
reve-se na arte, pois ela também tenta ser homem na medida em
que nos compreende nos elementos que nos são intrínsecos.
05
Teoria
do
Lugar
Prova da
Intersubjectividade
Das várias componentes que estão contidas num projecto de
arquitectura, a intersubjectividade é aquela que melhor consegue
explicitar o verdadeiro significado de um lugar. O fenómeno
intersubjectivo pode ser descrito como uma relação Acção-
Reacção. São as estruturas formais e a sua composição num
determinado lugar que vão causar um efeito no Homem, que por
sua vez irá ser expresso por este através de um comportamento.
Entende-se portanto, que uma das formas de comprovar a
intersubjectividade de um lugar é através do reconhecimento
deste fenómeno. A identificação da semelhança de
comportamentos e reacções por parte de diversos Homens num
determinado lugar implica, necessariamente, a presença de
estruturas formais que veiculam um significado intrínseco a um
lugar.
06
Teoria
do
Lugar
Veículos da
Intersubjectividade
Forma Geral
Situado no coração de Campo de Ourique, o Jardim da Parada é
o pulmão de um bairro cheio de vida e dinâmica. De forma
rectangular e ocupando um quarteirão inteiro (0,4 hectares), é
ladeado pela Rua Tomás da Anunciação, pela Rua 4ª Infantaria,
pela Rua Almeida e Sousa e pela Rua da Infantaria 16. No remate
do jardim temos um limite muito marcado por vias automóveis de
um só sentido e fachadas com cores variadas que contribuem
significativamente não só para a acumulação de ruído mas
também para a imagem que se tem a olhar do jardim para fora.
07
Teoria
do
Lugar Árvores: Elemento fundamental deste jardim, as árvores da
Parada são de uma enorme variedade de espécie, predominando
entre elas as cores verdes e amarelas. É essencial entender que a
atmosfera do Jardim deve-se, em grande parte, à cor que a luz do
sol possui depois de atravessar as diversas árvores presentes. As
sombras que causam e os momentos que iluminam são as notas
rítmicas que pautam este jardim.
De entre as espécies de árvore destacam-se: o lodão, o cipreste-
de-folha-caduca, a sequoia gigante, a palmeira das Canárias, o
cipreste de folha caduca, a ameixeira de jardim, a tília prateada e a
garvílea.
Fachadas: Tal como referido no elemento anterior, a cor do
ambiente do jardim é algo de essencial à atmosfera que este
possui. Por isso mesmo é necessario entender que é de uma
enorme importância a cor que as fachadas circundantes têm
após atravassarem os contornos das árvores que lhes fazem
frente. Principalmente nos alçados da rua 4ª Infantaria e da rua
Almeida e Sousa onde predomina as cores amarelas, verdes e
azuis. Após um levantamento dimensional verificou-se que as
fachadas ou têm 90 ou 55 m de comprimento, e que a sua altura
ronda os 16 m (4 pisos com um pé direito de 4m).
Coreto: Elemento estruturante do jardim actual, o coreto, que
embora esteja mal concebido a nível da sua materialidade
(actualmente em madeira com uma base de pedra branca) e
escala, é reconhecido como uma estrutura física indicutível do
Jardim da Parada. Este é um dos elementos que cria e delimita o
momento central onde existe mais dinâmica. Predominam as
cores brancas e castanhas.
Quiosque: Elemento bastante recente do jardim, o quiosque
da parada funciona hoje em dia como um elemento que torna
possível, reforça e dinamiza o habitar colectivo que ocorre no
centro do Jardim Teófilo Braga.
As cores que predominam são o verde da estrutura exterior do
quiosque e o branco e castanho do ferro e madeira das mesas e
cadeiras.
O quiosque tem forma hexagonal, com 1,5m de lado e é
rematado por um telhado metal de 6 àguas. A sua altura total
ronda os 4m.
Mesas e Cadeiras Fixas: Provavelmente o local com mais
afluência de pessoas, as cadeiras e mesas de metal, presentes
no jardim da parada, são um local de diversão onde os mais
idosos se juntam todos os dias, durante todo o dia, para
desfrutarem de momentos de lazer a jogar as cartas ou a jogar
dominó.
É um elemento que permite e alimenta a vida colectiva no centro
do jardim da parada. Predomina a cor verde.
No que diz respeito às suas dimensões as mesas têm um tampo
de 1mx1m suportado por 4 apoios curvos. As cadeiras distam
aproximadamente 60 cm do chão.
08
Teoria
do
Lugar
Parametrização
da Intervenção
Semelhança Musical
Entende-se a semelhança musical como uma ferramenta que
permite encontrar elementos comparativos a nível de ambiente
entre uma canção e um lugar. É um primeiro momento de
aproximação ao significado do lugar.
No caso do Jardim da Parada a canção que melhor reflecte a
atmosfera do lugar é o tema “Sara” de Tiago Bettencourt.
09
Teoria
do
Lugar
Genius Loci
Entende-se o Genius Loci como uma ferramenta de aproximação
estilística do lugar em análise. A compreensão da metáfora “qual o
homem que o lugar é” torna possível definir o estilo de uma
possível intervenção arquitectónica. A descrição fisica do estilo
do Genius Loci é utilizada como elemento de semelhança com o
estilo do lugar.
Intervenção
Após uma análise do estilo e da atmosfera é então possível
planear intervenções para o Jardim da Parada, quer sejam elas de
reabilitação, remoção ou adição.
Jardim Constantino
Morfologia - Jardim rectangular na zona das avenidas novas com a mesma
dimensão que o Jardim da Parada. Possui um grande momento central com
grande exposição solar.
Genius Loci - Homem com 40 anos, magro, vestido com fato e gravata (preto e
branco). Camisa branca meio desfraldada.
Tem na cara o cansaço provocado pela frustração que a rotina lhe causa. É um
homem cansado, desiludido, fracassado e conformado.
Jardim Da Estrela
Morfologia - Jardim com forma irregular e com uma dimensão muito superior
ao Jardim da Parada.
Genius Loci - Criança com 7/8 anos vestida com camisa branca por dentro
das calças escuras (pretas ou azuis escuras). É uma criança da classe média
alta que tenta ser adulto na forma de vestir mas que acaba por ir brincar como
qualquer outra criança.
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Teoria
do
Lugar
Significado do Lugar
“O que é que o lugar quer ser?”
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