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Risore _ REVISTA DE mses hy DOS ALUNOS DO IST. | N2192-Maio-1949 WNL - Unida HecticaPartguesa SEDE || nus Duque de Loulé, 240- Parte Telef. 2826-2829-2830- Est, 90, DELEGACAO R. Anténio Marie Cerdoso,13,2." Lisboa Telefones 27232 27233 Est. 363 | a ELECTRICIDADE DO LINDOSO E DAS CENTAAIS DO FREINO E OA CACHOFARRA || A Unigo ttéctrice Portuguese distcbui Fabricado pelos mais modernos pro- | A cenvenae ere ide-noe Sistritos ceases @ preferido para todos os ira- SS IANA DO CASTELD, BRAGA, balhos de responsabilidade, | _LEIIA'e de SETOBAL, pelamalsex Sacos de papel ou de juta com 50 Ke. | tensa réde de alta-tensio em Portugal Barricas de 180 Ke. moti ts imais "de 1200 kms), levando {ores DES, VILA Ss EB CIL ABRICAS e‘luz a CIDA. ALDEIAS e LUGARES, AU. E, P. facilta @ electrificagio de Fabricas e'oferece as maiores vanta- COMPANHIA GERAL DE CAL E CIMENTO RUA DO COMERCIO, 56, 3.° jens nas suas tarifas Consoltar aU. 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MENDES ahelro - Eng: Francisco dé Mendonga DA COSTA Tino Neto eee ns 48 i Correcgées considerodas para © paromento de montonte da barragem do Pego do Altar Eng Armando da Palma Celebs ee ste sgn || Ainhas de transmisséo de enor- | gia eléctrica om corrente al- NUMERO AvULSO 9800 Terneda, Regime forgado. «Eng Anténio A. de Carvalho ASSINATURAS: Bemandess <6... s+ 435 Secogem Eng? Luis A, de Almeida Alves. - « Se 487 Na especialidade de Aeronéu- | sas. Estrangelre — 50400 90800 Wea dol.S.T..- 6... + Carlos Dias Ferreira... . 470 | | | | Bibiiotece .... 2... EDITOR E PROPRIETARIO. ASS. DOS ESTUD. DO LS. T OS ARTIGOS PUBLICADOS NESTA REVISTA SAO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DOS AUTORES COMPOSTO E IMPRESSO Tip. JORGE FERNANDES, L.o* RUA CRUZ DOS POIAIS, 103 LISBOA i SONDAGENS RODIO, Limitada Sondagens geoldgicas, estudo da resis- tencia ¢ permeabilidade de terre- nos; laboratério geotécnico Pesquisas de Agua. Consolidacdo ¢ impermeabilizagao de terrenos ¢ de obras por meio de injeecdes de cimento, produtos qui- micos, argila activada, emulsdo be- tuminosa Shellperm, etc. Estacas de betdo armado, sistema Rédio moldadas no solo sem trepidacdes. 2 Rebocos comprimidos por «cement gun» pa eo Dp i e Fundagées em terrenos dificeis quer por congelacdo artificial, quer por abaixamento do lengol de agua. As melhores referéncios _Sicio gerosteresifonte om Portugal: no pals e no estrangeiro Walter Weyermann, ng. civil R, S. Mamede ao Caldas, 22, 3.°—LISBOA Tal, 2 8685 MUIR-HILL: DUMPER TRANSPORTADORES BASCULANTES COM COMANDO ROTATIVO © método mais econdmico de transportar materiais a granel, como podem comprovar as umidades jA ao servigo em Portugal i OS REPRESENTANTES EXCLUSIVOS HENRY M. F. HATHERLY, L.°* RUA DO COMERCIO, 8 Telefones 32001 ¢ 2.6633 —- LISBOA vos fornecerdo todos os detalhes ¢ as suas propostas para entregas rapidas WWW EVERSHED & VIGNOLES, LTD. 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Da Companhia dos Telefones: para todo o sistema telefcnico das cidades de Lisboa e Porto, Desde 1947 que os aparelhos telefénicos adquiridos pela Administracio Geral dos Correios, Telégrafos © Telefones e pela The Anglo Portuguese Telephone Ce, Ltd., so fabricados em Portugal na FABRICA da AUTOMATICA ELECTRICA e por mio de obra inteiramente Portuguesa, associada da AUTOMATIC TELEPHONE & ELECTRIC C° LTD. eee @) areal | Standard Electrica ASSOC ADK INTERNATIONAL TELEPHONE AND TELEGRAPH CORP. 4 EQUIPAMENTOS PARA TODOS 08 GENEROS DE COMUNICACOES ELECTRICAS por radio e Por circuitos metélicos, 4 EQUIPAMENTOS DE TODAS AS POTENOLAS PARA RADIODIFUSAO E TELEVISAO. 4 GRANDES E PEQUENAS CENTRAIS TELEFONICAS, manuais 6 anto- miticas. 4 TODO O GENERO DE APARELHAGEM MANUAL AUTOMATICA para instalagdes telefénicas e telegréticas, 4 FORNOS BLEOTRICOS desde pequenns poténcins, com aqueaimento. por correntes de radiofreqiéncia, 4 SISTEMAS PATENTEADOS, DE ANTENAS de alta eficiencia. @ CABOS DE TODOS OS T1POS para comunicagtes em tédas as freqtién clas © para transporte de energia. 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D. 398 :62 Tese apresentada ao 2.° Congresso Nacional de Engenharia 1 — Formagéo Geral do Engenheiro As «Federated American Engineering Societies», depois de larga troca de impres- sbes, definiram a engenharia como a «ciéneia de controlar as forcas e utiliar os materiais da natureza em beneficio do homem, ¢ a arte de dirigir as actividades humanas em relagao com as mosmas ('). ‘A definigio 6 demasiado lata pela necessidade de abranger em poucas palavras os vastissimos campos da engenharia, mas pode servir de base &s consideragdes que se vio seguir, se compreendermos que as forgas ¢ os materiais da natureza sio apenas aqueles que tradicionalmente caem debaixo do dominio da engenharia, quase sempre com exclu- silo da agronomia, biologia, ete. Tnteressa-nos chamar a atengio para o facto de a engenharia ser simultineamente uma ciéncia e uma arte, isto é, um conjunto de conhecimentos ¢ uma inclinagio especial do espirito, uma intuigko prépria. Por outro lado, a fungio da engenharia é nfo s6 0 contréle das forcas e materiais, mas também a organizago e direesdo das actividades humanas correspondentes, 0 que muitas veres se esquece. K que estes dois aspectos esto de tal maneira interligados que seria impossfvel, na dos casos, limitar-nos a um deles sem prejudiear 0 outro. () Citado pelo eng, TJ. Hoover em «Economia Minera». Tradugiio castethana, 1946, pig. 19 TECNICA 413 De acordo com a definigto citada, as fungdes do engenheiro sto variadfesimas, algumas vezes reunidas num mesmo individuo, mas cada vez mais com tendéncia a sepa- rarem-se, constituindo outras tantas especializagdes, exigindo aptidées, conhecimentos ¢ preparagio diferentes! Importa ter presente este facto, ao analisarmos o tipo de formagio a dar ao enge- nheiro, pois muitas vezes os mal-entendidos resuliam de um ponto de vista demasiado unilateral em relagio aos varios aspectos a considerar. Duma maneira geral, podemos distinguir 8 tipos fundamentais de actividades para © engenheiro: a investigagio, a organizagiio, a exploragio. 1— A investigagdo — descoberta e aperfeicoamento dos métodos e processos. A investigagio téoniea pode tomar todos os cambiantes, por vezes essencialmente pritica ¢ exigindo apenas uma intuigao peculiar — é 0 caso dos pioneiros da revolugio industrial — quase sempre necessitando, em maior ou menor grau, duma s6lida prepara- gio cientifica, Em cortos casos mesmo, o trabalho de investigador téenico confunde-se com 0 de investigador cientifico. Nenhum pafs pode ter uma indtistria prospera, se se limitar a copiar simplesmente © que outros fazem. Por isso, nos paises progressivos, as grandes émpresas industriais mantém institu- tos de investigagao que rivalizam com os das melhores universidades, servidos pelo seu corpo de fisieos, quimicos e matemiticos, a par dos engenheiros prdpriamente dito: A fangio de engenheiro, nestes casos, consiste numa especial intuig&o de aplieagho préticn e econémica que, no meio da pura investigagio, o afasta dos terrenos dridos da especula- siio, orientando-o sempre 2 satisfagio das necessidades priticas ('). 2 — A organizagdo — coordenagio dos elementos téenieo-econdmicos para eriar ou melhorar uma exploragio. Nio se trata jé do aperfeigoamento dos métodos e processos, mas das condigdes da sua realizagio pritica dentro do quadro téenico e econdmico existente, promovendo uma nova indiistria, melhorando outra, ete, A superioridade do engenheiro neste campo esti nos seus conhecimentos teenolé- gicos e preparacdo cientifica que, melhor que a individuos de outra formacio, Ihe permite relncionar todos os aspectos do problema. O nosso atraso industrial tem sido devido, em grande parte, & falta de conhecimen- tos thenicos dos industriais, os quais, em geral, sio incapazes de eonhecer as possibilida- des ou dificuldades duma nova indiistris, limitando-se a fazer mais fibrieas de tecidos () Ver, por exemplo, «ie Researeh Laboratory of the General Electrie Companys J. Apl. Phys. 1987, e prefie cio de F, Oerderin a0 nimero da «Zevue Teckigue Sulzer» consageado ik inaugurapdo do Laboratério Central de Taves- tigago da Casa Sulzer, Janeiro de 1945, TECNICA ans, pa ase ger ado mte gil wa- esse ote itu- seu tos. tical ala- ref onde jé hé fibricas de tecidos, mais fibrieas de cutelaria onde jé elas existem © assim por dinnte, Por io que adoptamos assim o indica, 10 hoje se considera esta actividade essencialmente téenica ¢ a propria defini- 3 — A exploragdo —manutengio do funcionamento normal da actividade industrial, Dentro desta actividade compreende-se a elaboragiio de projectos que, quando nko supdem a criagio de novos precessos, 6 ainda uma actividade de exploragio, ¢ a orienta- fo da produgao. E a fungio mais simples do engenheiro: exeoutar apenas o que uns Ihe ensinaram a fazer e para o que outros Ihe eriaram possibilidades. Em Portugal a missfio do engenheiro tem sido quase exchisivamente « de explora- gio: a organizagio 6 entregue a técnicos estrangeiros ¢ a investigagio téonica pode dizer-se que nfo existe. E uma triste realidade com que nao nos podemos conformar, se queremos pelo menos manter o j@ parco nfvel de vida da nossa gente, como bem o mostra o prof, eng. Ferreira Dias na sua «Linka de Rumon c eu direi mais se queremos atingir uma actividade cultural de acordo com 0 nosso nome de povo civilizado. Urge, por isso, acentuar a formagio dos engenheiros no sentido das outras duas actividades: investigagdo técnica e organizagao. ‘A distingiio das 8 fungdes apontadas ao engenheiro nfo é completa: um bom enge- nheiro nfo pode cingir-se, exelusivamente, a uma qualquer delas e cada uma aparece sempre mais ou menos matiznda com aspectos das outras. Nomendamente a exploragio, a no ser no seu aspecto mais elementar em que nfo precisa de estar entregue a um engenheiro com curso superior, exige sempre nos seus pormenores, alguma coisa de investigagio e de organiaagio. Por isso, a preparagiio de uma escola superior de engenbaria teri de orientar-se simultineamente sob os 3 aspectos, focando o cardeter complementar de todas elas e dei xando & parte activa do préprio aluno na escola, & inclinagao particular de cada um ¢ inuitas vezes as possibilidades que o acaso da vida pritica proporeiona, aquela diferen- ciagio que reconheoiamos hit pouco indispensével. Parece prinefpio assente que um engenheizo, no pleno significado da sua profissio, nfio pode ser tnicamente formado na escola, por mais bem equipada c orientada que ela soja. $6 algum tempo de actividade e estudo, dentro de determinado ramo, o podem por em contacto com os métodos coneretos de resolugio de problemas; e, mesmo assim, nunca de forma efinitiva, pois sempre tera de s2 ir actualizando com novos conhecimentos. As normas concretas de actuagio pritice imediata podem constituir a base de for- magiio dos engenheiros de curso secundirio, sempre de cardeter subalterno ¢ de exeongio, j4 porque os problemas sio mais simples e a certo modo sempre os mesmos, j& porque nfo Thes compete propriamente senfo a fungHo clementar de exploragio. ‘Ao engenheiro, pelo contrério, compete um campo muito vasto, nfo apenas aplicar receitas, mas resolver problemas novos € muitas vezes oriar os problemas que teré de resolver. Isto exige, a par duma preparagio que Ihe dé os elementos gerais, uma formagio e sentido téenico que constituem mais uma educagio do que a aprendizagem conereta de determinadas regras. TECNICA ais Podemos afirmar que a formagio escolar do engenheiro deverd constar essencial- mente de: 1 — Preparagao cientifica —uma boa preparagio nas ciéneias aplicadas e teenolé- gicas com o conhecimento nao s6 dos resultados, mas também dos respectivos métodos de investigagio, prética de laboratério gabinete, de maneira a mover-se & vontade no eampo intuitivo proprio destas ciéncias. 2— Formagao séonica —aquisigio duma sélida mentalidade de aplicagio, mais de cardeter educativo do que informativo, adquirida sobretudo pelo conhecimento conereto dos métodos correntes de trabalho, o hébito da importincia relativa dos pequenos porme- nores na pritica, 0 contacto directo com a vida da indtistria. 3—Formagao econémico-social — atendendo, sobretudo, & segunda parte da defini- gio de engenharia adoptada atrés — organizar e dirigir as actividades lumanas correspon- dentes —, sto indispensiveis ao engenheiro nogdes que Ihe permitam relacionar a técnica com a sua fungdo econémica, social e humana, qualidades de comando e disciplina que lhe permitam desempenhar a sua fungio de dirigente social. Destas trés preparagdes, a primeira corresponde mais directamente & funcio de investigacdo, a segunda & de exploragdo, a tereeira A de organizagdo, mas todas clas sio indispensdveis para fazer um bom engenheiro em qualquer destas actividades. O que tivesse s6 0 primeira seria um bom cientista, a segunda isolada formaria um bom capataz, a terceira, sé por si, nunca faria um engenheiro, quando muito um mero industrial. E da fusio e complementariedade das trés que resulta a formagho tipica do engenheiro. A escola compete colocar o futuro engenheiro perante os 3 tipos de actividade, dando-lhe a orientagito especial de espfrito e a preparacio geral necessiria para que so adapte o mais rhpidamente possivel & vida pritica. Evidentemente, faz parte da formagio téenien da escola o aproximar-se 0 mais pos- sivel das condigdes reais da induistria, fazer um estudo sistemitico e erftico dos varios métodos, sentir as dificuldades priticas que a téenica encontra e procura veneer dentro das possibilidades do nosso pafs; tudo isto, acentuando sempre mais o aspecto de forma- io de espirito no sentido de téenica do que como instrugio de receitas coneretas, Por outro lado, a indiistria precisa, para ser progressiva, de manter um contacto directo com a escola, na esperanga de melhorar os seus provessos, receber dos seus gabi- netes ¢ laboratérios 0 espirito inovador que o dia a dia Ihe nfio pode dar. Isso permitiré que o ambiente da escola reflita as preocupagdes priticas da vida exterior e os estudantes sintam que na escola comecam jé a viver a industria, Em resumo: O engenheiro tem de receber na escola o espfrito renovador ¢ de iniciativa, $6 a pritica Ihe pode dar completamente a nogio das dificuldades ¢ 0 espfrito conservador suficientes para obter um equilibrio. TECNICA 6 neial- enold- los de sampo ris de aereto orme- iefini- wspon- Senica ue lhe fio de 8 silo ia um mero ca do dade, ue se 3 pos virios entro orma- vtacto gabi- nitind antes 86a vador — FormagSo Econémica do Engenheiro Assentes estes prinefpios, interessa esclarecer o papel que os estudos econdmicos tém desempenhar no quadro geral da formagio do engenheiro, E evidente que 0 que indicamos sob a designagio de formagilo econémico-social exige conhecimentos sélidos de economia, organizagio e até psicologia aplicada, Nao se trata duma preparagilo completa, tedrica e sistemitien, como para os respectivos especia- listas, Tudo deveré ser enquadrado dentro do ambiente da vida industrial, dentro das realidades de cada dia, de acordo com a mentalidade técnica que importa firmar acima de tudo. Nao se trata de um suplemento de conhecimentos fora da vida industrial, mas antes de uma interpretagio econdmica, social ¢ humana dos problemas do engenheiro. Com este critério, compreendem os cursos de engenharia, em Portugal, duas cadeiras —Economia Politica ¢ Direito Industrial e Contabilidade ¢ Administragao — cujo aleance nunea foi bem compreendido pela maior parte dos alunos ¢ mesmo de alguns professores, que as consideram apenas como uns elementos de cultura geral impingidos 4 forga ao engenheiro, a certo modo como os estudos de latim que faziamos no liceu. Nio 6 um poli mento de cultura geral, o que seria bom mas extemporineo; trata-se de uma questio de formaio profissional, o que é indispensiivel. O estrangeiro d4-nos o exemplo, acentuando, cada vez mais, a importincin dos estudos destas cadeiras ¢ com tanto mais antoridade quanto & certo que os clementos que mais especialmente temos i mio provém dum povo profundamente priitico e de mentalidade oposta ao que podemos chamar cultura geral: os Ustados Unidos da América, Jéem 1930 a «Society for the Promotion of Engineering Education» trasia a piiblico que era sentimento geral dos engenheiros que a mais grave omissio da sua edueagao tfonica era niio lhes terem sido acentuados os aspectos econémicos da engenharia ('). Os programas das principais escolas de engenharia americanas, que consultamos, °) tém, conforme os cursos, varias cadeiras de economia, organizagio, administragio, socio- logia e psicologia, existindo até uma especialidade de Organizacio Industrial om que estes agsuntos assumem importancia de primeira plana (°). Apesar disso, ainda recentemente, 0 «Commitee on Engineering Hdueation» da «Amsrican Society of Civil Engineers» insistia, de novo, neste aspeoto da formagao téeniea aconselhava que as disciplinas respectivas ocupassem 20 °/, da duragio total do Curso (*). ‘Também em Portugal, em 1939, prof. eng. Vicente Ferreira patrocinava a cria- gio de mais duas cadeiras para estes estudos no Instituto Superior Téonico, mesmo & eusta de algumas cadeiras de aplieagao (°). No entanto, as duas citadas cadeiras, preenchem quando muito, cerea de 3 °/, da duragio total do Curso, () Citado polo prof. eng. E. L. Grant, in «Principle of Engineering Beonomy (2) Biblioteca do Instituto Saperior ‘Técnico. © Ver tambim «0 ensino de engenharia numa universidade americanar, Bog. Fernando Vasco Costa “éenicav, Abril do 1948. () Citado pelo Eng. Manuel Rocha in «A Fisica ¢ Engenharia Civils ©) «0 Engenteiro, Diriyente Sociats, «Téenica», Julho de 1988, TECNICA ay Imports, pelo menosy restabelecer, no conevito das escolas e na mentalidade dos ‘alunos, & importdnoia desias eadeiras e adaptt-las & sua fung&o, nfo s6 de forma a susci- tarom o interowse do futuro engenheiro, mas também a desempenharem 0 papel que Ihes compete na sua formagio téenien. Parece-me, porém, que podemos ainda ir mais longe, As cadeiras supracitadas nfo silo apenas indispenstveis i formagio econdmico-social dos engenheiros. Dentro da orien- tagiio dos nossos cursos, 6 posstvel © necessirio transformé-las em elementos fundamentais de formagio téenica, Como dissemos atris, as chamadas cadeiras de aplicagio tém sobretudo a fungio de adaptar a mentalidade do aluno is condigdes da vida prética que constituem ambiente proprio do engenheiro e de o habituar &s dificuldades de cada dia, & relatividade das solugdes que tem de adoptar. pelo conhecimento das mAquinas ferramentas que o futuro engenheiro mectinico cria a mentalidade profissional. 1 sempre em face delas ¢ das suas possibilidades que ele resolveré muitos dos seus problemas. Ora todos nds sabemos a importdncia que, na técnica de todos os dins, desempe- nham as consideracdes de ordem econdmica, de organizagio, ou até social. Assim 6 que o emprego de determinada maquina 6 muitas vezes condicionado por questies de custo, gastos, amortizagdes, utilizagao, ete. A diminuigio de tempo de fabrico constitui elemento fundamental de embarateci- mento que, na maioria das vezes, nto pode ser esquecido. A elaboragio dos projectos mais ou menos completos depende da importineia da obra os justificar ou nto econdmicamente, Se todos estes aspectos forem estudados & luz duma mentalidade nitidamente téenica, dentro e a par das outras consideragdes de caricter téonico, nto hé diivida que consti- tuem elemento fundamental da formagio do engenheiro. No fim de contas, na escola pretende-se habituar o aluno a ter sempre presentes as questdes ligadas aos materiais, as ferramentas, & mio de obra, B este o Ambito das cadei- ras de aplicagio, Hi esquece-se que, a par destas e tanto como elas, importa considerar o capital que esta em jogo. Todo o engenheiro, na pritica, se habitua a ter em conta estas consideragdes. Todavia, a escola no o habituou a enfrenti-las, isto é nfio Ihe den uma formagho téenicn completa, $6 depois de alguns anos de actividade, 0 engenheiro pode adquirir, & prépria ousta, as respectivas nogdes. Wm certas cadeiras de aplicacto fazem-se algumas anilises de cardeter téenico- -econémico o que mostra a importineia que tém para a preparagao téenica do engenheiro. E 0 caso das questdes da ponta, do diagrama de carga, da utilizagio, nas centrais eléc- tricas, ete. Dentro desta ordem de prinefpios, um exame atento de todas as actividades téonicas é elemento principal da preparagio técnica do engenheird, A titulo de exemplo, apresenta-se a seguir o enunciado de alguns problemas que con- cretiaam as ideias apontadas. Organizagdo industrial : local da instalacto grandeza ¢ tipo da insialagio TECNICA an niio jien- tais ode ante das rico ele pe wo sto, 2ei- aais ate. ica, sti- as lei- ro tas ade co- aas on ciclo de trabalho — tempo de cirenlagto distribuighio dos servigos Saldrios tipos de salirios previsiio de tempos valorizagiio do trabalho Apetrechamento industrial : © tipo, a grandeza e o ntimero de miquinas forma de energia dingrama de utilizagio, amortizagio, gastos reservas normalizagio de miquinas ¢ motores Estudo econémico de tracgio eléctrica : 8 cireulagio eo trafego vrios tipos de tracgio Possibilidades industriais de Portugal: novas indiistrias remodelagio das actuais dificuldades téenico-econémicas das nossas indiistrias em comparagi concorrentes. com as Ill — Conelusso Como conelusio do que ficou exposto, abrevindamente podemos resumir: 1—A formagio econémien do engenheiro, dentro duma mentalidade técnica & enquadrando todos os conhecimentos de aplicagio, é ponto fundamental para que a enge- nharia possa estar d altura da definigo que citamos: «arte de dirigir as actividades humanas correspondentes», 2—Um estudo econdmico da organizagio e certos aspectos de economia indus- trial, enquadrados numa sélida mentalidade técnica, contribuem nao sé para o que chamamos formagio téenico-econémica do engenheiro, mas também para a sun for- magiio técnica pripriamente dita e sio do dominio exclusive do engenheiro. Uma e outra devem fazer parte dos programas escolares e, enquanto se nio julgar conveniente a criago de outras cadeiras, devem as que existem ser orientadas neste sentido de maneira a constitufrem, a certo modo, cadeiras téenicas, $6 assim poderemos formar engenheiros completos & altura da sua importante missio social, capazes de orientar o pats TECNICA a9 no sentido da técnica e de colocar a técnica ao servigo do pais de acordo com a sublime deserigho de Steinman: «O Engenheiro éodominador dasleis da natureza, Com s6lidos fundamentos de mate- mitica, ciéncia ¢ economia adapta os materiais e as forgas naturnis ao seu objectivo e ergue a estrutura da civilizagio, Com visio, espfrito criador ¢ integridade procura aumentar o conforto, riquens @ seguranga dos seus semelhantes. Ataca os problemas com a visto do pionciro, a integridade do cientista, o rigor do matemético, o sentido pritico do homem de negécios, o espfrito criador do inventor e a coragem do conquistador. E visionério ¢ constante. Orienta a sua visto para as realidades duradouras. 1° explo- rador da eivilizagio, Derruba barreiras, edifiea pilares, estabelece contactos e prepara 0 caminho ao coméreio e progresso humano. F o protagonista da eficigneia. Reduz os esforgos, diminui os desperdicios ¢ aumenta @ produglo, fo erindor duma riqueza nacional. Drena os pantanos, cultiva os desertos, desenvolve os recursos e sujeita a energia. Constréi os magquinisinos da indiistria, as engrenagens do coméreio ¢ a estrutura da finanga. 1 o grande coordenador. Planeia ¢ condua a direegio de projectos representando investimentos de milhdes de délares ¢ envolvendo milhares de homens. Investiga com vistas largas ¢ recolhe os factos antes de tomar resolugdes. Projecta com seguranga ¢ constréi com fidelidade, A grande heranga que recebeu do trabalho das passadas geragdes de engenheiros © cientistas acrescenta a sua contribuigio. Prossegue a grande obra de forgar a barreira ignorada que separa o esforgo humano do impossivel». «Architeotaral Practice — 1947, Citado por Clinton Cowgile & Ben Smell TECNICA lime aate- rgue eas dade frito plo- 120 08, rena Si os ndo ecta LABORATOIRE DAUPHINOIS D'AYDRAULIQUE GRENOBLE HIDRAULICA FLUVIAL E MARITIMA — QUEDAS DE AGUA Determinacdo econdmica das obras — Desassoreamenios Aproveitamento dos ros — Ecluses Utilizacio da energia das marés Estudos de portos, de ancoradoiros —- Doces secas Proteecdo do litoral ~-Estabilidade das praias Salinas de Giraud Modelo reduzide para 0 estudo da defesa da costa contra 0 mar EM PORTUGAL: EY LABORATORIO DE-HIDRAULICA, ina Vite-Almirante Antonio Fragoso de Azevedo Coutinho DA AMADORA AMADORA — Telef, VENDA NOVA 48 nnn BLAW-KNOX, LTD. LONDRES— GRA BRETANHA Fornecedores das Hidro-Eléctrica do Zézere, Hidro-Eléctrica do Cavado, Hidro-Eléctrica das Mabubas (Angola), grandes empreiteiros, etc, Escavadoras, Bulldozers, Angledozers, Cilindros pés de carneiro, Bombas pata beton, Centrais de betonagem, Formas mecanicas, Scrapers, etc, : AGENTES EXCLUSIVOS F. NOBREGA DE LIMA, LIMITADA Avonita 24 de Jal, 1, 2." SALAO DE EXPOSIGAO Rua Sé da Bandera, 562, 3° LISBOA LARGO DE SANTOS, 5. Tel, 22192-22193 LISBOA CORRECCOES CONSIDERADAS PARA 0 PARAMENTO DE MONTANTE DA BARRAGEM DO PEGO DO ALTAR PELO ENG.° CIVIL (1.5.1.) ARMANDO DA PALMA CARLOS ©. D, 627.83. (468) Trabalho publicado com a devida autorizacdo da Direccao da Junta Auténoma das Obras da Hidrdulica Agrtcola 1—Inevitabilidade da ocorréncia de asseniamentos nas barragens de enrocamento Em todas as barragens de enrocamento verificam-se assentamentos, ndo sé durante a construgio, mas também apés a sua con- clusio, nomeadamente no perfodo da sua coloeagio em carga, prolongando-se ainda durante bastantes anos, embora jé mais entamente, —Bsses assentamentos siio inevitiveis, om grau maior ou menor, quaisquer que sejam a qualidade da rocha empregada eos métodos seguidos na construgio, —Resultam prineipalmente da acgio do peso préprio do enrocamento e da pres- siio da agua, quando a barragem entra om carga, —Siio também originados pela acgio lubri- ficante das diguas, quer propositadamente empregadas durante a construgio das barragens, para aumentar logo entfio a consolidagao dos enrocamentos, quer de chuvas. —A importancia dos assentamentos que as chuvas podem provocar 6 posta em evi- déneia pelos factos corridos durante a construgio da barragem de 8. Gabriel n,° 2, construfda com pedra de boa qua- lidade e relativamente grande, nio obs- tante o que, por ocasido de uma grande chuvada, estando o enrocamento jt quase conelufdo, sofren um assentamento de 4°/, da sua altura, quase numa s6 noite. assentamentos sofridos pelos enrocamentos 2—Principais Os principais assentamentos que se tém yerificado na construgio das barragens de enrocamento sio de 2 naturezas diversas, a saber : 2)Um, sensivelmente vertical, devido ao peso proprio durante a construc. b) Outro, aprosimadamente perpendicular a0 paramento de montante, resultante da pressiio da agua pela colocagio da bar- ragem em carga, —Hé porém a notar que, numa mesma barragem, os assentamentos nao so uni- formes nem verticais, variando necessi- riamente com a configuragio do terreno de fandagio, onde a existéncia de escar- pas provoca diferengas de assentamentos, sendo também vulgar haver deslocagies do enrocamento das encostas para a parte central, as quais continuam mesmo depois dele estar conclufdo, —Tais deslocngdes, nas cortinas impermed- veis, originam diminuico da largura das juntas na parte central en abertura das juntas nas partes laterais, como se tem TECNICA 421 observado em grande niimero de barra- gens construfdas. S—Nalureza das correcgdes a prever para alender aos principais assen mentos dos enrocementos e impor- fancia que tem, para o comporla~ mento des barragens desse tipo, a consideragao dessas correccdes Para atender aos assentamentos ocorridos durante a construgio hi que dar a eada camada uma sobre-elevagio, cujo valor de- veré ser a soma do achatamento sofrido por essa camada, sob a aceio de todas as que Ihe sfo colocadas por cima, e da translagio que para ela resulta dos achatamentos pro- duzidos, por ela prépria e pelas camadas superiores, nas varias camadas que ficam abaixo dela, —Se no se procedesse dessa forma © se adoptassem os elementos correspondentes a0 perfil definitivo, poder-se-ia chegar a um perfil com caracteristicas sensivel- mente diferentes das daquele que se pre- tende obter. —Por sua vez, para ter em consideragdo os assentamentos produzidos depois da con- elusfio das barragens de enrocamento, nomeadamente depois da sua colocagio em carga, tém-se tomado, nas barragens mais reeentemente construfdas, algumas disposi¢des, que consistem esseneialmento na adopgio: a) De uma sobre-elevagiio para 0 coroamento da barragem, méxima na zona em que a altura do enrocamento é maior. b) De uma forma convexa, em planta, para © coroamento da barragem, pela fixagio de uma flexa para montante. Essa forma convexa mantém-se para as intersecges do paramento de montante com planos horizontais. ¢) De uma forma céneava, em perfil trans- versal, para o paramento de montante da barrage, TECNICA 422 —A sobreselevagio para 0 coroamento é necessiria para que, depois da barragem entrar em carga, ele io fique fazendo encurvadura para baixo, o que seria de mau aspecto, antes se aproxime da cota tedrica que se pretende obter. —A curvatura do paramento para montante tem por objectivo que, ao produzirem-se 08 assentamentos no paramento, os quais terdo uma componente para jusante, a cortina de revestimento sofra uma com pressio, fechando-se as juntas, sob a acgio dessa componente horizontal. —Se essa medida nfo fosse adoptada, as juntas abririam ¢ as linhas de interseego de planos horizontais com o paramento, que inicialmente seriam rectas, transfor~ mar-se-iam em linhas curvas, de maior comprimento. 4—Carécter aproximado das previsdes relativas aos assentamentos dos enro- camentos A consideragio de correegies apropriadas para atender aos assentamentos das barra- gens de enrocamento, apesar da importancia que tem para o comportamento dessas bar- ragens, constitui um problema de dificil solugiio. —Com efeito, para as barragens de enroca- mento, ao contririo do que acontece com as de terra, ainda nfo se encontram esta- belecidas normas coneretas relativamente as earacteristicas dos materiais e dos pro~ cessos construtivos a empregar, nem méto- dos Iaboratoriais para comprovagio do fisado por esas normas, —Nessas condigGes ¢ impossivel determin: antecipadamente com exactidio a gran- deza © a direegio dos assentamentos em eada ponto da massa do enrocamento e portanto as correcgdes a introduzir no perfil das barragens para que, findos os assentamentos, se obtenha para cada uma a seegiio para ela projectada, ante se rais om- gio ior row las sia a ceil ae om. Acresee que, como jé se referin, 08 assen- tamentos nfo sio uniformes nem verticais, havendo deslocagdes do enrocamento das eneostas para a parte central. -Pode-se, porém, chegar a obter ceria aproximagiio para o valor dos assenta- mentos, por meio de comparagdes com os resultados obtidos noutras barragens do mesmo tipo, j construfdas. —Hisses assentamentos so, geralmente, pro~ poreionais A secgio da barragem © & pressiio da égua sobre o paramento de montante, dependendo todavia da quali- dade da peda empregada, das dimensdes ¢ da forma dos blocos, dos métodos adop- tados na construgio, dos cnidados postos na arrumagio do enrocamento ¢ ainda da configuragio do terreno de fundagio, —Niio importa pois, na previsio das correc- gdes a adoptar para atender aos assenta- mentos, procurar aleangar um rigor que nio teria significado, mas apenas usar valores que permitam obviar aos incon- venientes que resultariam de se construir de acordo com os elementos do perfil te6- rico, pois da consideragio dessas correc ¢des resulta, indubitivelmente, melhoria para o comportamento futuro das barra- gens. —Foi esse 0 objectivo que se teve no esta- belecimento de hipéteses relativas aos assentamentos na barragem do Pego do Altar. —As hipéteses admitidas nunca se ajustam perfeitamente aos assentamentos verifica~ dos. —Porém, a atenta consideragio do assunto, feita desde infoio, bem como a cuidadosa anotagio dos resultados obtidos em medi- gdes frequentes, permitem a reuniéo de elementos de que é possivel tirarem-se ‘iteis conclusdes, constituindo assim valio- sosensinamentos, tanto mais questo ainda escassos os resultados deixados regista- dos em relagio a obras similares. Na presente nota trata-se apenas dos assentamentos previstos para o enroca- mento ¢ das correegies admitidas para o paramento de montante da barragem. A indicagio dos resultados verificados por medigio ¢ @ sua comparagio com as hipéteses estabelecidas sera feita a seu tempo. 5—Camadas de enrocamento conside~ radas na previsdo dos assentamentos da barragem do Pego do Allar No quadro n° 1 estiio reforidos os ele- mentos relativos is camadas consideradas na previsio dos assentamnentos de barragem do Pego do Altar. Em relagio ao perfil tipo da barragem (desenho n.? 1) siio de notar os elementos seguintes —Cota do coroamento: 56,0 m —Nivel médio aproximado da zona do talvegne: 0,0 m. —Altura da Barragem acima do nivel mé- dio aproximado da fundagio na zona undagio na do talvegue : 56,0 m= 20 camadas >< >< 2,80 m/eamada, —Inclinagio dos paramentos da barragem : —Paramento de montante: 1,22 —Paramento de jusante: 1,4:1 —Degraus do paramento de jusante: —1 A cota 12,50 m com largura de 3,00 m. —1'& cota 30,00 m com largura de 2,50 m. —1' & cota 45,00 m com largura de 2,00 m. TECNICA 423 QUADRO N’ 1 Elemenios relativos as camadas de enrocamento consi dos no estudo dos assentamentos previstos para a Barragem Cams| Cts (=) a Sonn ae | Senions | tera om | =} __s | arin das | Sem-soms | stcaran (a) | Areas (mt) ‘0° | Saevior |_tnfror | Superior | fer | bt [Aarhus (a | | } | 20 | 56,0 58,2 500 | 1242 | 1742 8,71 | 2,80 24,30 19 | 03,2 | 504 | apqe | toss | apie | sous | 45,16 1s} 504 | 47,6 | 19384 | 27196 | a7f0 | ass | 3 | Ooloe w| 476 | 448 | eras | saos | vos | goer | > 86,72 Ww) 448 | 430 | a408 | 4210 | zelis | aggo ) ; | orde 15 | 420 | 392 | 4210 | doa | ouee | aor | > | as'ar 14 | 30,2 | 364 | 492 | a6i94 | so84s | 323 | 3 | tas'os 13 | 364 | 336 | 5604 | 6436 | 12130 | Go’ | 3 | 60's wz | 336 | 30,8 | 436 | 7178 | ena | sor | > | 19000 i | 308 | 980 | 7178 | 7020 | isos | tuo | 2 | air 10 | 280 | 352 | tol0 | 8662 | i652 | sin | > | 3595 9 | 352 | 224 | soe2 | oso4 | isoios | goss | > | dg'ge 8 | 324 | ilo | ogoa | roras | 19550 | gaz | 3 | Stato 7 | 196 | 16,8 | 10146 | 10888 | 21034 | so517 | 2 | Sones 6} 168 | 140 | toss | 116,30 | 995,18 | 11959 | > | Sisea 5 | 140 142 | 11630 | 193,72 | 24002 | 9001 | | aa008 4| i 84 | 123,72 | 1BL34 | 354'80 | 18743 | 3} | B56'80 3 | 84 56 | 13L14 | 13856 | 260700 | tage | > | drr'os 2| 56 28 | 13856 | 145,98 | 23454 | taier | > | pos'ae 1| 28 | 00 | 14598 | 15340 | 209/38 | 149'c9 | | | 419,13 —Para cfeetivacio do estudo do problema dos assentamentos considerou-se pois a Barragem formada por camadas de 2,80 de altura, —Em relagio a cada uma dessas camadas determinaram-se depois as respectivas bases ¢ Areas, medidas no corte trans- versal da barragem, —Na determinagio das dreas das diversas camadas n&o se entrou, porém, em linha de conta com os degrauis do paramento de jusante da barragem. 6 —Valor relative dos assentamenios a prever, durante @ construséo, para as diversas camadas de enrocamenio A escassex verificada no registo dos assen- tamentos ocorridos, durante a construgio, em obras aniilogas, n&o permite deduzir TECNICA 424 normas que regulem o valor relative dos assentamentos sofridos pelas diversas cama- das sob a acgdio das que vao sendo colocadas por cima delas, —Para fazer a previsio dos assentamentos, nesse perfodo, houve assim que procurar 1 adopgao de uma regra para que pareca racional obter-se uma relativa comprova- gio, na pratica, j4 que no é de esperar que qualquer lef relativa no assunto possa ter uma confirmagio absoluta, dada a multiplicidade dos factores que podem influir_no valor local dos assentamentos: grau de arrumagio da pedra, eventual variagao da sua qualidade, dimensdes dos blocos, sua forma, proporgiio entre os grandes blocos ¢ a pedra pequena, quan- tidade de agua que haja exereido accio sobre 0 enrocamento, configuragao do ter- reno de fundagio, etc, —0s assentamentos sofridos por qualquer TECNICA 428 ¥ owusseg [seater] oa | erg 9 epingaces op ou ou wabesseg 60 fsa = S48 SESSERSEEEESEaL 8 & | REAISGrARgrnenonmengqven wa SRSERReR SES sos a camada, mereé da exeengao de uma das camadas superiores, siio a soma de duas parcelas, que se designam por achata- mentos e translacgdes. —Osachatamentos sio as redugdes de espes- sura qne as cnmadas sofrem sob a acgio das cangas a que sio submetidas. —As translacgies so as deslocagdes que resultam para as diversas camadas dos achatamentos sofridos pelas camadas inferiores. —A camada inferior s6 sofre achatamentos, assim como a superior s6 experimenta translaegées, —Todas as camadas intermédias esto porém sujeitas a achatamentos e a translacgdes. —Admitin-se na barragem do Pego do Altar, tal como na Obra de Vale de Gaio, qui «Os achatamentos provoeados, em cada «uma das camadas inferiores, pela colo- «cago de uma nova camada deenroca- «mento, sero directamente proporcio- «mais ao peso da camada actuante ¢ «inversamente proporeionais As super- «ficies de distribuigao da carga nas «oamadas sujeitas i aogio desse peso.» —Isso mesmo se pode exprimir desta outra maneira: «Durante a exeeugao de um enroca- «mento a colocagio de cada nova ZAZZZZZIZZZIZL: LLL BLL LZZILIZILLL LOL «camada produziré, em eada uma das «camadas inferiores, achatamentos di- «reetamente proporcionais & seegho da «camada colocada e inversamente pro- sporeionais ds bases das camadas que cdhe ficam abaixo.» Representando por a os achatamentos, por S as seegdesdasca- madas que pro- duzem os esforgos © por b as bases superio- res das camadas que sofrem os es- forgos, teremos avsim que a) sendo A um coeficiente, constante por hip6tese, que designaremos por eveficiente dos assentamentos. —Em cada caso os assentamentos serio tanto menores quanto mais pequeno for esse cocficiente, enjo valor exprime pois a qualidade da construg&o, dado que os assentamentos deverio ‘ser tanto mais reduzidos quanto melhor for a qualidade da pedra empregada, quanto menos vazios forem deixados no enrocamento, quanto mais cuidada for portanto 8 arrumagio dos blocos, ete. —Designando (fg. 2) por: —ha altura de cada camada do enroca- mento Comave op cemeda Os ZZ Fig. 2 fi TECNICA 426 das sdi- oda, pro- que atos, sea- pro- gos swio- adas 3 e5- mos a reas no mimero de eamadas —H=n x ha altura total do enrocamento I's largura do coroamento da barragem i, € i, as inclinagdes dos paramentos de montante e jusante da barragem ney Cre eee Cee ee ee Cy eevee Gy MSN CRe madas, sendo, de uma maneira geral, ¢,a.camada que sofre um achatamento e 6,0 camada enja coloeagio provoca assentamentos 8, a seegho da camada ¢, —b, a base da camada ¢, teremos que S)= xbt(a-r+5) be +09 Gti) h podendo assim os achatamentos exprimir-se pela seguinte formula genérica: EEO p12) eid -@ 14 @—8 (iti) h ® —Para o caso da barragem do Pego do Altar, em que: 1=5,00m ip =1,25:1 ip = 14001 tendo-se previsto 1/9) (1.85, 4 1,25 -£ 1,40) ><2,80 TAB 0,5—D) og b+70 0-9 voce B) expresso cuja aplicagao permitiu a deter- minagio dos nimeros proporcionais aos achatamentos (cocientes §/b) reunidos no quadro n.° 2. As somas referidas 4 direita desse quadro representam niimeros proporcio- nis ao achatamento total sofrido por cada camada sob a acgio de todas as camadas superiores ; 0 seu valor 6 maximo na camada mais baixa, decrescendo desde esta até camada mais alta, como parece Vgico que seja, visto que quanto mais clevadas as camadas ficam menor 6 a carga que incide sobre elas. —aAs somas das colunas do mesmo quadro indicam a influéneia exercida por cada camada sobre todas as que the ficam abaixo; o seu valor eresce desde a camada inferior até dois tergos da altura da barragem, diminuindo de novo até i camada superior; o miximo apontado 6 resultante da conjugagio da redugio do peso das camadas © do aumento das aliuras influenciadas por esse peso, & medida que se progride na construgio. —Para obtengiio dos assentamentos sofridos pelas diversas camadas hé que somar aos achatamentos respectivos as translacgSes resultantes dos achatamentos das eama- das inferiores. —Procedendo-se dessa forma, com os valo- res do quadro n° 2, obtiveram-se os ntimeros proporcionais aos assentamentos hipotéticos, os quais estio discriminados no quadro n.? 3. —De harmonin com os valores deste quadro os maiores assentamentos durante a cons- trugio serio verifieados entre 0 tergo inferior e a meia altura da barragem, —Para verificagito dos assentamentos reais colocaram-se referéneias no paramento de montante A medida que este foi sendo executado, —E evidente que os elementos dos quadros n* 2 e 3 respeitam 4 parte central da barrage. —Ao longo das encostas 4 medida que o nivel das fundagdes vai subindo, hé que ir suprimindo camadas de baixo para cima, tudo se pasando portanto pela consideragio, nessas zonas, de barragens de menor altura, TECNICA 427 ~Fixagdo do valor a admitir pera o somatério dos achatamentos a ocor~ ret, durante a consiru camadas de enrocamenio Conforme jé se referiu, so bem reduzidos os elementos registados, em anteriores construgdes, em relagiio aos assentamentos dos enrocamentos, no decorrer da sua constragao, —Virios sio os autores que indicam pode- rem-so esperar nos enrocamentos, durante esse perfodo, assentamentos de 5°/, da sua altura, No niimero desses autores eon- tam-se og engenheiros J, D, Galloway (*) e Miguel Jinich (°). —Na construgiio da barragem de Ghrib (°) foi, pordm, feita uma util observagio que passarei a referir, —Nessa barragem, com aproximadamente 70 metros de altura e em que todo o enrocamento foi arrumado, sendo 26,/° a percentagem média de vazios, verifi- cou-se que a camada colocada 19 metros acima da fundagio sofren um assenta- mento de 57 centimetros (ntimero este que nio inclui 13 centimetros de assenta- mento da prépria fundagio), ou seja de 3°/, dessa altura, —Vejamos, em face dos ntimeros propor- cionais j& deduzidos (quadros n.°* 2 ¢ 8), qual a /pereentagem representada, nesse caso de Ghrib, pelo somatério dos acha- tamentos das diversas camadas em rela- Ho X altura da barragem. —Sendo : —282,18 0 somatério dos nimeros propor- () < 55 m = 112 em —Corresponde isto & adopgio de um coefi- ciente dos assentamentos 12, 39691 ~0,4 . 282,18 8—Assentamentos previstos durante a construsSe. Sobre-elevacdes a dar consideragao desses as camadas par assentamenios Multiplicando os ntimeros proporeionai do quadro n.° 2 pelo coeficiente dos assen- opens rp eo pean red op Tuewesoie ep seprues seize sejed sopyyon sojusunjuens Fo" Heuopredond so1eunyy £ oN Ova owt [ort [ror [rez [eee [ere | — rai | aa it arom | ena [90% ae ws (we [ere pare Ge lave [ere |S | a | | | | laraauate score ‘eofeuieq op opined © ejvemp oqveirsoive op tepewe> seugn seed sopujos s]UNEEIIDS HOF HAUOpiOdoHd roMMENY Z oN oxewno oI capone sud eopaoe rosa sop opropsmos asesp opnyoe Ke 19 svpwunvo ae " sjousp. Sopisjo8 oqpremot.o aie Iela a0 eixo da barrage. O raio dessa cireunferéneia 6 de 11 958,17 m. Para o paramento de montante, 0 raio R—65 173,6 m foi aplicado no perfil cen- tral na barragem, portanto no plano para que P=77,15 m. —Em qualquer outro plano normal ao eixo da barragem a concavidade do paramento de montante foi mantida sempre definida pela cireunferéncia que, nesse plano, 6 tangente ao paramento teérico de ineli- nagio 1,25:1 e passa pelo respectivo ponto de interseegio com o muro corta-Aguas QUADRO Ne 6 Planos para que so det de montante, no final da constru aram os elementos do paramenio 10; @ inferseccdes desses planos com 0 coroamento da barragem Pontos do coroamento Coordonadas P que definem | entre os Distancias P ‘ta Barragem, ‘es planos (m) | panos (m) + 110,845 | + 11,935 + 122,78 j +2086 + 184,715] + 11,935 -+ 146,65 | + 11,935 + 158,085! + 11,935 + 170,52 | £2,638 + 803] + 313 | +266 | + 56,14 | Plano passando por A’ + 16,76 |+ 918 | 42,73 | 45692 + 2480) + 813 | 42,80 | + 88,80 + 3302 | + 813 | +286 | 46,38 + 4115 +2 | +291 | +6646 | Plano passando por B + sav | + 712 | +206 | 406,08 + 55,89 | +1088 | +2,97 | +5660 | Plano pasando por C’ + 6627 | +1088 | +299 | +6,60 | + 11d | +1088 | 43,00 | 456,60 | Plano intermédio entre C' e D' + 88,03 | +1088 +3,00 | +56,60 + 98.91 | 411,98) 49,98 | + 86,00 | Plano passando por Di + 56,11 | Plano pasando por OBSERVAGOES es ie erp | rrr f 7p ewejuow op cwueuered dnige epuseid os enb esto) © wesyp ‘og’ op topepueip neqeorzioy rxeyd ue ‘onb soqvod sop uoSauneg op ox oped opuered jet our! O° YH oN oxayno (au opmeced amy 11 201 openeed ¥ 201 opumseod oor, ‘agavannsao uaseneg 1 sosep segtoenoy ‘used op sop pagop sates coyuotresed op apeptawone ox x gemma oxy aay Bi ett pe Fe 0 iso v0 er Fis vo 19. | evo-t|ar0 + 100+ ‘oon | one} | oroe +) ostas-+ | ov¥s +| c'sr +| aver + oF + : + ore + cation dle Shales lems : ; | cet |e ae ie ee Sees eaaile opinaee eo © jmp weBsueg ep sjuewow ep opvewered © wes 9 soja » simétricas, tal como se indica na fig. 16. Para efeitos de simplicidade de exposigio ‘vamos considerar, tal como fizemos em 6.1, que se trata de uma estrutura infinita; nestas condigdes definimos impedéneia ca- ractertstica Z, como a impedineia vista da origem. O seu valor seréo mesmo se omi- tirmos a primeira malha (ou num niimero Fig. 16 finito de malha =) ¢, de acordo com a fig. 16, poderemos concluir dentes de tensfio ¢ de corrente ao longo da estrutura, O conesito de constante de propagacdo é definido de maneira aniloga ao caso visto da estrutura de malhas 'T’. Conside- rando a fig. 16 e aplicando a Lei de In- dugiio ao circuito fechado [1342] obter-se-. a seguinte equagiio vectorial in Zi + dain Z in) 2: a 0. (6.26) Da aplicagio da Lei de Indugio ao cir- cuito fechado [8564] obteremos a equagio vectorial i Z,—(in—hy) 2 =0. (6.27) ‘Das equagdes (6.26) e (6.27) poderé obter- -se, tendo ainda em consideragio o valor de Z, dado por (6.25), a seguinte equagio t+ et VEG 2m ath v — + (6.28) is A constante de propagagao ser portanto definida pela expresso (6.29) TECNICA aay Se designarmos por zu Mat$—4 + ds (6.80) obteremos para 7 expressdes idénticas as equagdes (65) n (6.8) deduzidas para as estruturas de malhas 'T; essas expressdes serfio agora y= log (+ VKF=T, — (681) arg ch AY, (6.82) (6.88) (6.34) E ainda evidente que as equagdes (6.9) 1 (6.24), referidas para o caso das estruturas de mathas T, continuam também a ser vilidas para o caso das estruturas de malhas =. 7.0 Aplicagses prétices do ostudo das estru- furas periédicas de malhas igueis Como ja anteriormente dissemos, o estudo das estruturas periédieas de malhas iguais, com pariimetros concentrados, tem especial interesse por podermos realizar no Labora- t6rio ensaios sobre «linhas artificiais» com vista a tirar conclusdes sobre linhas reais andlogas que, pelas suas dimensdes, nfo L KOO ‘Vamos fazer incidir « nosso estado sobre 0 caso de estruturas periddicas de malhas = considerando que as impedincias em série siio dadas por hobinas e as impedincias em derivagio dadas por condensadores. TL Estrutura periédica finita de N ma- thas «=», som perdas, utilizando bobinas nas impeddncias em séria ¢ condensadores nas impeddncias em paralelo, Consideremos uma estrutura peri como a que representamos na fig. 17. Para esta estrutura ser portanto: “=joL (il) A expressiio da impeddncia caractertstica desta estrutura serd, substituindo na equa- giio (6.25), os valores de Z, © %, dados por (it) e (7.3) (23) ot Le 4 Utilizemos agora, para efeitos de simpli- ficagio, as seguintes notagdes reyes aw beecal * 850050. I I 1 wlio Fig. 17 seria pritico ensaiar no Laboratério, As con- clustes de ordem geral obtidas no capitulo anterior sio susceptfveis de ser particulari- zadas para casos conoretos de grande inte- esse para as aplicagdes priiticas correntes. TECNICA 442 . (7.5) Fa, (6) are 0 las © série sem ma- ando série 1s om édiea A expresso da impedancia caractertstica, dada pela equaglo (7.3) pode agora esere- ver-se B h aa 1 ‘Vejamos qual é a expressiio da constante de propagagiio desta estrutura; o seu valor seri dado pels equagdes (6.29) e (6.31) a (6.34). O valor de A’, defenido pela equagiio (6.30) sera, neste caso, Ma14421-1eL0=1—er, 78 ZL Atendendo a que seré cb 7 por- tanto Mschy 4, a9 conelui-se imediatamente, da comparagio das equacdes (7.8) 0 (7.9), que shLajr, (7.10) expressiio que nos permitiré caleular com facilidade o valor de 7 . Se considerarmos 7 decomposto na sua parte real e na sua parte imagingria y+), u equagio (7.10) poder’ transformar-se em shZcos# 4 jchteon£—=jr , (71) de onde se concluiré. sh cos & 20 2 7.12) 6 (7.13) agora ficil de verificar que, no caso de ter F <1, isto 6, no caso de ser» <0, 0 sistema das equagdes (7.12) ¢ (7.18) 6 satis- feito pelos seguintes valores a) 14) & sen (a1) que nos definem os valores da constante de enfraquecimento < ¢ da constante de com- primento de onda & , isto 6, 0 valor da cons- tante da propagagdo que procurévamos obter. As concluses obtidas mostram-nos que, para valores de <<», a constante de enfra- quecimento = 6 nula e que, portanto, a constante de propagagiio se redux a sua parte imagindria. Designaremos », por fre- quéncia angular limite da estrutura ‘que estamos considerando. Se supusermos que » é muito pequeno em relagiio ao, e que portanto o valor de F é muito inferior & unidade a equagho (7.15) poderé transformar-se © obteremos assim : a Fe portanto 6=2F (7.16) A constante de comprimento de onda po- deré portanto, nestas condigdes, ser deter- minada com toda a facilidade. Vejamos agora qual & a expressiio da impedéncia % dn estrutura, vista da origem, quando estiver ligada uma impedincia Z, qualquer, na extremidade de terminagio da estrutura, Tendo em vista a equacio (6.21) e considerando » <®, teremos portanto: tg 6N+Z, Z,+j Zt —N" Gay No caso de a estratura estar em circuito aberto, a impedineia vista da origem seré, se se verificar a equa¢ao (7.16) Z —j Z,cotg fN=—j coig2 FN. (7.18) vI-F3 No caso de a estrutura estar em curto-cir- cuito e nas condigées anteriormente cons deradas, impedaneia vista da origem seré 2, =j Z,te6N ig2FN (719) CHICA 443 1.2 Estrutura peviédica finita de N ma- Mas «=, utilizando bobinas com resis- téncia nas impeddncias om série condensadores som perdas nas impe- daneias em paralelo Na figura 18 representamos uma estru- tura deste tipo. ‘Vejamos agora qual éa expressiio da Cons- tante de Propagacao da estrutura; 0 seu va~ lor seré dado pelas equacdes (6.29) ¢ (6.31) (6.34), O valor de A’ definido pela equacio (6.80) serd, neste caso, SAWP OOY SA I I I nef via T a Fig. 18 Serd neste caso “Z=R+joL (7.20) (721) Designemos por 3 a relagio R whe 1.2) er (7.22) A expressiio da impeddncia caractertstica desta estrutura serd, substituindo na equa- gio (6.25) os valores de Z, e Z, dados por (7.20) © (7.21) ¢ tendo em consideragio a equagho (7.22), dada pela relagio Ve (7.38) Lian 6} ~twLoa—jy peLca—ja Conservemos definigiio dos parimetros B, o, ¢ F dados pelas equagdes (7.4), (7.5) e(7.6). A expresso aproximada da impe- dincia caracteristica Z,, para o caso deserem @ e F muito pequenos em relagio & unidade, seré, por transformagao de (7.23) TECNICA 44a Atendendo a que ser A! =ch 7 € por- tanto 8 A'schy=142sit= , (7.26) 7 conelui-se, imediatamente, da comparagio das equagdes (7.25) e (7.26) e supondo 3 muito pequeno, em relagio A unidade, at Brey yas gd . PQ-ig)airerg . (an Se considerarmos @ constante de propa- gagiio 7 decomposta nas suas partes real 6 imagindria y— a4, a equagio (7.27) poder transformar-se em 2 cos ®t on non B sr cos 8 + jet sen b= ; ) =rigjr. ti Atendendo a que o enfraquecimento dado por esta estrutura, nas condigdes que esta- mos considerando, de ser 3<<1, é muito pequeno, podemos tomar aproximadamente: chS=1 2 por- ".26) Gio loa 21) ‘pa- ale 21) 28) ado tae tito ite: A equagio (7.28) poderé portanto trans- formar-se em # cos 4 json foro 4 j¥ (7.99) gg I eg eg I Noel donde se conelui (7.0) (7.81) Para o caso de ser F << 1 teremos ainda B=2 Fe poderemos portanto escrever as expressdes aproximadas das constantes de enfraquecimento e de comprimento de onda desta estrutura (7.82) (7.38) Caleulemos agora as expressdes das im- pedéncias, vistas da origem, da estrutura, respectivamente om circuifo aberto © curto- -cirowitada na extremidade distante, Das equagées (6.22) © (6.23) poderio coneluir-se, as equagdes (7.34) e (7.35), vélidas dentro das condigdes que estamos considerando jy, GO8BN +) aN son BN jon BN—jaNoospn OD yz, son BN —jaN cos AN “eos GN-+-jaNeengN | (7.85) As conclusses obtidas neste pardgrafo vio ser utilizadas na 2.* Parte deste estudo que se refere ao ensaio laboratorial de uma linha de transmissio artificial, 2° PARTE — ESTUDO LABORATORIAL 1.0. Linha arti | utilizada (*) Utilizando os elementos disponiveis no Laboratério de Medidas Eléctrieas do Ins- titnto Superior Técnico, construfmos uma linka artificial constituida por uma estra- tura de seis malhas = como se indica na fig. 19. Os valores nominais dos parimetros con- RL RL RL nae & T Te Tt TT ane TD oe A montagem foi feit de modo a redusir © mais posstvel os efeitos de indugfio mtitua entre as bobinas utilizadas. Para esse efeito, as bobinas de duas malhas contiguas foram dispostas com os seus eixos fazendo um Angulo de 90°. A disposigio adoptada pode ser observada nas fot. 1¢ 2 da linha arti- ficial que foi objeoto de estudo que seguir se desereve. RL RL RL Fig. 19 centrados dos elementos que entravam na constituigio das malhas eram os seguintes: R= 1,5 Ohm L = 0,010 1 c=2 uF (#) Este estudo foi reatizado no primeiro trimestre de $947, ‘Todas as bobinas e condensadores utiliz dos na linha artificial foram ensaiados antes dasuautilizagio, com vista imedigiodosres- pectivos pardmetros. As medi¢des foram fei- tas utilizando métodos de ponte, em corrente alternada, em diferentes frequéncias dentro da bandu'em. que a linha artificial ia ser en- saiada, Em vista dos resultados obtidos con- TECNICA 445 cluimos que os parimetros dos elementos de que dispunhamos eram suficientemente apro- Foto 1 ximados dos respectivos valores nominais para no prejudicarem as conclusées a obter no estudo da linha, Foto 2 2.0 Célculos relatives linha artificial utilizada No intuito de facilitar a realizag&o dos ensaios a que nos referimos nos capftulos TECNICA 446 seguintes ¢ de verificar a exactidio dos resultados obtidos nesses ensaios, fizemos proviamente os cdleulos relativos is medidas que iam ser realizadas, Para esse efeito utilizamos as formulas deduzidas em 7.1 € 7.2 0 que implicava a condigho de utili- zar frequéncias apreciivelmente inferiores A frequéncia limite da linha artificial, mas suficientemente elevadas para queR <<25<107* “1 = 14140 seg. e portanto _ 14140, = 2262 o/s . Nos ensaios que fizemos utilizamos fre- quéneias variando entre 50 ¢/s ¢ 1180 o/s. 2.2 Céleulo do factor B Da equagio (7.4) se conclu T_T Bae V Be 71 Obm 2.3 Céilewlo da frequéncia para a qual a linka soria de onda completa. Vimos jé em 3.8 que designévamos por linha de quarto de onda e por linha de meia onda, linhas para as quais se verificassem res- pectivamente as condigées ?.1— 90° 3 = 180°, Andlogamente, ainda no caso de linhas de parametros uniformemente distri- buidos, designamos por linha de onda com- pleta uma linha tal que ¢,7== 360°, No caso de estruturas periddicas de malhas iguais, a condigéo de onda completa seria eviden- temente .N=360°=-2 = rad. Seria portanto 1,048 3 fre~ dels. $ por meia res ‘om- anto 6, atendendo As equagties (7.38) e (7.6), tere. mos 6 1,048 1180 ¢/s, Coneluimos portanto que, para a frequén- cia £1180 o/s a linha artificial, objecto do nosso estado, é uma linha de onda com- pleta. 24 Caleulo de Z,, 2,0 Z. para diferen- tes valores da frequéncia 0 edleulo prévio de Z, Z, ¢ Z, foi neces- sério para efeitos de comparaglo com os resultados priticos a obter nas medigGes a realizar. Para a obtengao dos diferentes va- lores de %,, Z, ¢ Z, para as frequéneias con- sideradas foi ainda necessirio calcular og valores de F, 2, 2 e 3. Nos citleulos feitos foram consideradas as frequéncias de 50 c/s € de 100 ¢/s © as milltiplas de 100 o/s até 1100 ¢/s. Foram ainda consideradas as fre- quéncias de 295 ¢/s, 590 o/s, 885 o/s 1180 ¢/s para as quais a linha seria respec- tivamente de um quarto de onda, de meia onda, de trés quartos de onda e de onda completa, Os resultados obtidos nos ciloulos feitos esto indicados no Quadro n.” 5 que amos nesta pigina, A partir dos valores indicados no quadro n° 5 e de outros que caleuldmos, mas n&o mencionémos, foram tragadas as curvas das figs. 22 ¢ 23 que adiante incluimos, Essas curvas referem-se a: poreactineia » Z, » > weitere a a Beas oF Nas figs. 22 ¢ 23 maroimos também os pontos obtidos por ensaio. 3.0_Ensaios realizados Os ensaios que realizdmos tiveram como objectivos fundamentais —Medir as impedéneias vistas da origem com a linha em cireuito aberto, para f fa de els | ohm ola obi 50 [70,6 — |100 | 70,6 - 16,9 3,59— 5259 [940 +) 182 200 |71,0—54,2 aaa 966 — | 392 00 + j448) 18,5 —j 114 990 | 13,8 —j 1,5 |1100—j 23,2] 4,85 — 50,10) }600 |73,8—j 1.5 | 600 — j 656 700 |74,8—j 1,8 | 12 } 800 |75, 58—ja71| wap 4 is 433] jit Jaa5 |77,1—j1,0| 6,4—j0,07 1100 =} 143 —j1,0 J900 [77,2 | 1000) 79,0 — j 0,96 9,06 + j 55 | 1100] 80,0 —j0,80| 33,8 + j 166 | 6,65 ~) 37,2 15,6— jill 1180] 81,0 — j0,82|1100—j11 | 5,95—j0,06 QUADRO No 5 valores de f variando entre 50 ¢ 1.100 ¢/ —Medir as impedineins vistas da origem com a linha curto-cireuitada na sua extremidade distante, para os mesmos valores de f. —Calcular a partir dos valores obtidos, a impedineia caracteristion da linha para os valores de f considerados. —Comparar os resultados obtidos com os valores determinados tedricamente e faver a sua marcato nos gréficos —Esiudar .as condigdes de comporta- mento da Tinha para f—=1.180 o/s TECNICA 447 (5. N= 860°), Neste ensaio estudémos, por meio da obtencio de oscilogramas, a variagio da tensiio ao longo da linha nos dois seguintes casos t{picos: —oom a linha terminada pela sua impodancin earacterfstica, —com a linha em cireuito aberto, Os ensaios realizados © as conclustes obtidas sio a seguir descritos, 3.1 Medigao de Z, 0 Z, para diferentes valores de £ Esquema tebrico considerado Para a medig&o de %, ¢ Z, utilizimos a Ponte que apresentamos esquemiticamente na fig. 20, ‘ant ore Anpt. $e Fig. 20 Neste esquema as letras tém os seguintes significados : %x — Impedancia a medir Z, — Impedaneia padrio Ry — Resistencia padrfio nao indutiva Rg — Resistencia padrio no indutiva. TECNICA 448 Condicao do equilibrio da ponte A condigao de equilibrio da ponte, seré, como & ébvio, dada pela seguinte relagio ta>< Rp = Ex >< Ry donde se pode coneluir que: = (08 fingulos de fase das duas impedaneias Z, e Zx devem: ser iguais). 8) tatu Be Material utilizado Fonte de Alimentagao de Energia Como Fonte de Alimentagio de Energia utilizimos um oseilador Siemens, tipo Rel. sum. 28 A, ligado directamente a um am. plificador Siemens, tipo Rel. verst. 141 A, ambos cobrindo a banda de 30 a 10000¢/s. Em série com a saida do amplificador foi ligada uma resisténcia de regulacdo desti- nada a manter, nas varias medidas a reali- zar, a impedéncia dptima de carga para o amplificador. Em virtude de nio ser suficiente a pre~ cisio dada pela leitura da escala do oscila- dor para a fixago da frequéncia, e em virtude de desejarmos fazer 0 nosso’ ensaio para frequéncias multiplas de 50 c/s, foi utilizado um dispositivo para fixagdo da Frequéncia constituide por um oscilégrafo de feive duplo, Cossor, modelo 339, tendo uma das suas entradas ligada & safda do Amplificador e a outra entrada ligada & tensio do seetor de 50 o/s cuja frequéncia era medida num freguencfmetro de palhetas, Hartman & Brown, de precisdo. A sineronic zagho ora dada pela tensio do sector. Nestas condigdes pudemos oscilografar simultanea- mente as duas tensdes, respectivamente do amplificador e do sector, © como a tensio de sincronizagio era de 50 c/s, 86 era pos- sivel quo as tensdes oscilografadas estives sem «paradas» no aéorany do oscilégrafo quando as suas frequéncias fossem miltiplas de 50c/s. A ourva da tensio do sector eri, yo: nas ais). estava entio normalmente parada; a curva da tensto do amplificndor estaria parada para frequéncias miltiplas de 50 o/s. Fazia- mos entio nma regulagio grosseira da fre- es sen T T quéncia, atendendo 2 escala do oscilador ¢ uma regnlagio fina atendendo ao «eran» do oscilégrafo. A tensio do sector ligada ao oseilégrafo era obtida » partir de um potencidmetro, Instrumento de eero Como instrumento de zero adoptimos a solugio de utilizar um amplificador de quéncias aciisticas, Standard tipo RD-536-A, fendo a sua safda ligada a um voltfmetro electrostdtico, HI. & B. com escala de 150 volts. A tensio de snfda deste amplifi- cador é variivel continuamente desde 0 até cerea de 250 Volts podendo fornecer uma poténeia de 10 Watts. A saida do amplifi- cador eva ligada a uma resistencia regulivel, assegurando a conveniente impedancia de carga. Com este dispositive pndemos realizar, com toda a simplicidade, as medidas dese- jadas, determinando com precisio suficiente fas condigdes de equilibrio da ponte. Em paralelo com a entrada do Amplifiendor senanel | nee. Fig. at ligdmos ainda ausculiadores telefénicos, para fins de verificagiio, Impedancia de comparagao Vimos que as condigdes de equilfbrio da ponte eram traduzidas pelas seguintes rela- goes: A impedincia Z, foi obtida utilizando os seguintes padrdes: —resisténeia nfo indutiva Norma, mo- delo 85, com o valor méiximo de 1111 Ohms, com variagdes de 0,1 Ohm. —bobina de auto indug&o, com dois enro- lamentos independentes, cada com L=001 Henry R=36 | Ohm —condensador Cambridge, varidvel, com o valor maximo de 1,11 microfarads, com varingdes de 0,001 +F. ‘As resisténcias Rye Ry utilizadas, foram respectivamente : Ry —resisténcia nfo indutiva, Norma, modelo 85, com o valor méximo de 11.110, com variagdes de 1 Ohm, Ry—resisténeia no indutiva, Norma, modelo 74 V, com valores fixos de 1,000, 10 on 1 Ohm. Eaquema realizado © esquema realizado esté indicado na fig, 21, suficientemente elucidativa, Na Fot.3 damos um aspecto geral dos instrumentos utilizados, Tigados para a realizagio dos ensnios feitos. Resultados obtidos Os resultados obtidos nas medigdes rea- liandas para Z, € Z, estio marcados grifica- ‘mente nas enrvas das figs. 22 ¢ 23 e como vemos, coincidem aproximadamento com os valores calculados préviamente ¢ inclufdos no Quadro 5. 3.2 Estudo das condigdes de comporta- mento da linha, para a frequéncia tal que 6 N= 360? Vimos jé em 2.3 que, para uma frequén- cia £=1180 ¢/s, resulta um valor para a constante de comprimento de onda 21,048 tal que P, N=2= rad. = 360°, Nestas condigdes a linha artificial seria equivalente a uma linha com parimetros uniformemente distribufdos, enjo compri- Lunia apnieicia COM PEROAS i BF wage a ant 2 € - rapes Poa | = i ve TECNICA 450 “ma, de na ot.8 atos dos ven ica »mo 108 dos tae cia én- aa 48: ria 08 rie Luna abriF1c1t. COM PEROAS PEESET imi 8 ump READ ot © 2, 7 ‘en rin os raat Fig. 28 mento fisico f0sse igual ao comprimento de onda propngada. © estudo que fizemos das condigdes de comportamento da linha consistiu essencial- mente na obtengio de oscilogramas simul- ‘thneos de duas tensées, uma, a aplicada na origem da linha e outra, obtida nos dife- rentes pontos ao longo da linha artificial a que nos estamos referindo. Dois ensaios fun- damentais foram realizados: —com a linha terminada pela sua impe- dancia caracteristica. —com a linha em cireuito aberto na sua extremidade distante. No Quadro de valores n,” 5 podemos con- cluir que para a frequéncia considerada serd: Z, Bi Condigdes de reali 81 —j 0,82 Obm 1100—j 11 Ohm io do ensaio Na realizagio deste ensaio foram utili- undos 0 oscilador e 0 amplificador Siemens modelos Rel. sum. 28 A e Rel. verst. 141a como fonte de alimentagio de ener- gis. A safda do amplificador era ligada 2 entrada da linha, tendo intercalada em série uma resisténcia varidvel utilizada para garantir a impediincia éptima de carga doamplificador. As condigtes de terminagio da linha eram as que correspondiam aos ensaios a realizar. No caso de a linha dever ser terminada por uma impediineia igual & impedincia caracterfstica, utilizémos uma impedanein de terminagio de Ry—=81 Ohm que difere ligeiramente do valor Z,=81— —j 0,82 mas que permite obter resultados com suficiente aproximagio, Para oscilogra- far simulténeamente as duas tensdes a ana- lisar foi utilizado um interruptor electrénico Du Mont modelo 185-A em conjunto com um oseilégrafo Philips. As duas tensdes a oseilografur tém um ponto comum ligado i «Terra». Os outros dois pontos, um de cada tensio, foram ligados as duas entradas do interruptor electrdnico. A saida deste foi Tigada ao oscilégrafo Philips. A tenstio'de sineronizagio foi obtida directamente na saida do amplifieador. Consideremos ento a linha artificial tal como esti representada na fig. 19. Nas con- TECNICA 451 sideragées que faremos a seguir designare- mos por e,—0 valor instantineo da tensio apli- cada na origem, ,—o valor instantineo da tenséo entre os dois pontos 1 da linha, isto é, depois da primeira malha * da linha, o valor instantineo da tensio entre os pontos extremos 6 da linha. Ensaio com a linha terminada pela impedincia Os oscilogramas obtidos neste caso siio incluidos nas Fotografias n.°° 4 a 10 que Foto 4 Foto 5 comentamos @ seguir. Na fotografia 4 apre- sentamos 0 oseilograma resultante de apl TECHICA 452 Il WNL nas duas entradas do interruptor electré: nico a mesma tensio (que estava. sendo aplicada na origem da linha). Verifieamos assim que hé perfeita coincidéncia quer na linha de zeron das duas tenses quer na camplificagio» dada pelo interruptor para cada uma delas. Na fot, 5 oscilografimos as tensbes ¢ ¢ e,, verificando-se ficilmente que e; esté atrasada de 60° em relagio ae). Podera ainda notar-se que existe um ligeiro enfraquecimento em e; resultante essencial- mente da componente resistiva da impe daneia das bobinas utilizadas. Na fot. 6 ‘yém-se os oscilogramas das tensdes e & verificando-se que e, est atrasada de 120° em relagho @ e,. Na fot. 7 as tensdes ¢ © &. estiio desfasadas de 180° em virtude de o ponto 8 corresponder ao ponto médio da Foto 7 linha. & jé aqui claramente nitido o en quecimento que resulta para es, eomparada i COMPRESSORES | | E MATERIAL PNEUMATICO | wr | mee eS ae BARRAS TUBOS SECGOES scarey BRONZE MANGANES BRONZES DE ALTA RESISTENCIA BRONZES DE ALUMINIO SEGUNDO AS ESPECIFICACOES DOS DEPARTAMENTOS DO GOVERNO E AS A.LD. Y AGENTES EM PORTUGAL AHLERS, LINDLEY, LDA., RUA FERREGIAL DE BAIXO, 32-2. HM com ¢. Na fot. 8 a tensio ¢ est atrasada de 240° om relagio a e,, Na fot. 9 vemos que a desfasngem entre e; © ¢ é agora oa ee Foto 8 | & ed | i | | Foto 9 & hd hl de 300°. No fot. 10 a tensfo ¢ na origem da linha esté em fase com a tensio no extremo distante ¢,. Vé-se também agora com toda a nitides o enfraquecimento resul- tante para é,, proveniente dae perdas int duzidas pela linha, Os resultados obtidus siio por si 86 tio significativos que m_ coments rios adicionais. Desejamos apenas chamar a atengflo para a perieita concordincia com as consideragdes tedrieas apresentadas na primeira parte deste trabalho. Ensaio com a linka em cireuito aberto Os oscilogramas obtidos neste aso so incluidos nas fotografia n."* 11 a 16 que a seguir comentamos. Na fot. 11, compara- Foto 12 TECNICA 453 mos as tensdes e, ¢ e, que estio om fase. O valor maximo de e, cera igual a metade do valor méximo de e, em virtude de os 1 Pontos 0 © 1 estarem afastados de 1. de comprimento de onda. Na fot. 12 as tensies & es Foto 18 @, © e estio desfasadas de 180° e também a relagio das suas amplitudes é de 2:1. Na fot. 13 as tensdes e, ¢ e; tém a mesma am- plitude ¢ esto em oposicio como seria de Foto 14 esperar. Na fot. 14, e, est’ em oposigdo em relagio a e, © a sua amplitude seré metade da amplitude de e,. Na fot. 15 jd as tensdes ©. € €; esto novamente em fase, mantendo- ea mesma relagio de amplitudes. Na fot. 16 as tensdes e, e e, eatdo em fase e tém aproximadamente a mesma amplitude, Tecnica 454 Dizemos waproximadamente» em virtude de as perdas na linha, ainda nesto caso se OD & Foto 15 cA 7 Foto 16 fazerem sentir, embora quase no. sejam apreciiveis. a de se Poderemos resumir os resultados obtidos na esperiéneia em vazio que referimos, ana- lisando a representacio. esquemitica da fig. 24, Em abcissas marcamos 08 diferentes pon- tos da linha estudada. As respectivas orde~ nadas dar-nos-fo as amplitudes das tensdes, correspondentes, Desta figura podemos ainda concluir as relagdes de fase entre as dife- rentes tensdes. E féeil de verificar que esta curva esti completamente de acordo com as dedugdes feitas na primeira parte deste estudo. BIBLIOGRAFIA M. Annawan —R. Bacnen: The Classical Theory of Electricity and Magnetism, Blackio and Son, Ltd., Glasgow, 19 A. L. Ausser: Fundamentals of Telephony, Me Graw-Hill Book Co., New York, 1948 Bruuroux: Wave Propagation in Periodic Structures, Me Graw-Hill Book Co., New York, 1946. A. B, Broxwett and R. E, Beam: Theory and Application of Microwaves, Me Gravw-Hill ., New Yorn, 1947. G. A, Cawrsent and RM. Foster: Fourier Integrals for Practical Applications, Ameri can Telephone and Telegraph Co., 1931, J. R, Causox: Blectrie Circuit Theo y ond the Operational Caleulus, Me Graw-Hill Book Co., New York, 1926, BH. 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DE ALMEIDA ALVES (Continuacao) SAPITULO II ESTUDO DA TRANSMISSAO DE CALOR a) Transmissao por convecedo ¢ condugio 1) Generatidades No artigo sobre «Hxtracefo» ('), apresen- tou-se a expresso geral da transmissto de calor que é da forma aQ =k — 9 aS , at : y em que Q é a quantidade de calor, t 0 tempo, § a temperatura, h, o coeficiente de transmissio do calor e dS a superficie per- pendicular & direccio de transmissiio, Como se vin, também, a expressio da condugio ¢ dada pela lei de Fourier, cuja expressiio é 0 Pagsak de dx e em que k é 0 eveficiente de condugfo do calor ou condutividade ealorifien, Em geral, a troca de calor efectua-se entre dois fu{dos separados por uma parede metiliea ou nfo e, por isso, a transmissio compde-se da convecgiio através de cada uum dos fluidos (que como se sabe corres- ponde & condugdo através de filmes situados junto As superficies de separagio) e da con- UugAo através da parede. Sejam h, eh 08 coeficientes de transmis- ()) «Técnicas 0. 184, pg. 1010, Asisente dob 8, ,, 60,047,008 sto através dos dois filmes e k 0 coeficiente eondugio da parede. Se forem 0 ¢ , as temperaturas na massa dos fluidos mais quente e mais frio ¢ %, ¢ 6, a8 temperatu- ras junto das paredes respectivas, ter-se-4, se a transmisstio for permanente ('), aQ at he dSt dQ pdx aed kas AQ at Oy — hy = hi dS, Somando ordenadamente, ter-se- pois z © caso mais importante na prittica, 6 0 de tnbos de paredes ciliudricas, para as _— Fig. 6 quais dx=dr ¢ dS er de (fig. 5), sendoe © comprimento do tubo. (1) Como se sabe do «Transports de Liquidoss, um fonimono diz-se permanente xe nfo depende do tempo. TECNICA 457 Serd, portanto, Ds ° dx ri kds Dy _ar ke rda Se o integral fosse estendido a toda a superficie bastava substituir da por 2" 0, portanto, nos eéleulos, dS pode ser subs- titufdo por 8. Ter-se-d, pois, gg Pha ANB gg Ds Beko Dy tke Dy indo, também dS, e a8, por 8 © Si, ter-se-d aDye - Dae Portanto (') ze (4 — Os) 14 W18 , he Dy k No caso particular da parede ser plana, ser $,— constantes logo Dr) _ 2 s? sendo L a espessura da parede. Portanto sa a serd £2 Lk G48 at ce (1 — 4) 8, sendo K. 0 coeficiente de transmissio to- tal 2). 2) Valores de k Os valores do coeficiente de condugio k sito dados em tabelas. As suas unidades sio (nj —_Lealo =[ealoria] .(L-'] [graut] ['- Estas tabelas costumam exprimir k em pequenas calorias por centimetro, gran centigrado e segundo (por exemplo em «Handbook of Chemistry, de Norbert Lange, pig. 1518 a 1524);"em grandes calo- rias por metro grau centfgrado e hora ¢ em Btu por pé gran Fahrnheit e hora (por exemplo, «Chemical Engineers’ Handbook», de J. Perry e W. 8 Caleott, pig. 748 & seguintes), O valor de k varia com a temperatura, em geral, linearmente; no entanto, para 0 assunto em estudo nilo tem interesse consi- derar este ponto em detalhe, tanto mais que a8 tabelas indicam as temperaturas a que os valores siio dados. (7) Se a parede for construida por vésiae camadas sobrepostas serd Kew i tuida por coroas de materiais de diferentes evcficientes de condusio ke setia 8 sendo D', Dif... D(H 9s didmetros exteriores das diferentes corons TECNICA 458 fio k em ran em ge, Mo- ora por ky, 3e va, 10 si- ue os Ihe 8) Valores de he As dimensdes de h, so fealoria) -[T-"] _ eatoria) [L=2 a eee tay esi] [grau~'] [T~'} A forma de expressito de h, determina-se, ‘como no caso dos coeficientes de progressio h (estudados na Extracgfio) por um racioei- nio de anilise dimensional, em que se fazem intervir as varidveis, U,¢, dy 2, k, C, sendo C o slur especifico. Seri, portanto, [ealoria] . [L-%. [gran [T-] = = (LT. ML. Ly. po-artp aera [caloria M-! gran", 0 valor de h, seri, portanto, bo =K Ut ata ko? oF a nome de niimero dePranatl,e UN é 0 niimero de Reynolds, como se sabe. Os valores ‘de K, ¢ » variam conforme 08 casos.(°) (!) Beta expresso ja tinha sido epresentada na “ hed ©) Vere notarse que arelagto #4 — Na 6 também tum niimero sem dimensies que tem o nome de nimero de Nusselt, 1) Pluidos no interior de tubos Neste caso, a expressio de h, tem o nome de equagao de Dittus-Boelter ¢ as constan- tes tém os seguintes valores: 4 on 0,8, conforme o fluido estiver o ou mais quente que a parede do Esta expressio ¢ valida para 2.500 < <10! herz). Como se sabe, também (2), as ondas lumi- nosas (ineluindo as radiagées visiveis, infra- -vermelhas ultra violetas) so ondas elec- tromagnéticas de comprimentos de ondas inferiores com os seguintes valores aprox mados: Radiagdes visiveis: 4,000 a 8,000 A (9) (7,5 >< 10! a 8,75 >< 108 herz) = 04 0 0,8 RadiagGes infravermelhas: 8,000 9 5,000,000 A (8,75 >< 10" a 6 >< 104 herz) =0,8 a 600 » Radiagdes ultravioletas: 21 a 4,000 A (1,43 >< 10" a 7,5><10" herz)= 0,002 2 04 Admite-se que estas radingdes de pequeno comprimento de onda sio devidas a osei- ¢) Fisica Geral © Experimental — Ondas electro magnéticas © Fisica Geral e Experimental —Teoria Electro magnética de luz, . @) Como so sabe, A representa angst 10-4 om, lndores clectromagnéticos de dimenstes atémicas ¢ com cargas eléctrieas da ordem de grandeza da carga elementar, isto é, da carga do electrao (!). Demonstra-se experi- mentalmente, que qualquer corpo a uma temperatura superior & do zero absoluto, emite radiagdes eujo comprimento de onda depende da temperatura: a baixas tempe- raturas as radingdes sio infravermelhas, passando a visfveis quando a temperatura atinge um certo valor. Como se sabe, também, a existéncia das ondas clectromagnéticas 6 acompanhada por um fluxo de energia que tem o nome de energia radiante e cujo valor é dado pelo fiuxo do vector de Poynting Nice (AH as, em que ¢ é a velocidade da luz, Eo campo eléctrico ¢ H 0 campo magnético (como se sabe, para fazer o célenlo em unidades c. g.s., E é medido em unidades electrostiiticas e H em unidades electromagnéticas). Como se sabe, os vectores Ee H sto per- pendiculares entre si e, portanto o vector de Poynting 6 perpendicular ao plano de E eH, isto é, coincide com a direegho de pro- pagagiio das ondas, Fig. 6 Para determinar o valor da energia ra~ diante, eonsideremos um corpo situado numa cavidade, em equilfbrio termodinimieo temperatura TT (fig. 6). () Quimica Inorganica Principios de Quimica Fisiea —Constituigdo dos Atoms. @) Fisiea Goral 0 Experimental —Ondas electro- magnéticas abies jem y da veri- uma ato, ada. pe- 1as, ura das ada de velo 1po se By H or Demonstra-se no estudo da Otica, que a energia radiante 2, emitida por unidade de tempo, por uma superficie dS, num cone de angulo s6lido 40 e para um comprimento de onda compreendido entre 2 © 1 + di, 6 dada pela equagao diferencial ao, = acos a AS. dl. d2, em que 2 60 Angulo do eixo do cone com a normal i superficie dS ¢ 2, tem o nome de britho energético espectfico ('), Se a emissiio é puramente térmica, isto 6, se se faz Unicamente A custa do calor fornecido ao corpo, 0 valor de « depende #6 dei e da temperatura T. Por outro lado, a energia radiante 9', que atravessa uma superficie qualquer dS’ da cavidade na unidade de tempo num éngulo sélido 49 normal a dS, para um compri- mento de onda compreendida também entre 2e2+ ai 6 dada pela expressiio do, =i, dS dda, em que i, tem o nome de intensidade espe- chfica da radiagao, ¢ s6 depende, também deie T. O yalor de i, 6 dado pela formula de Planck e he iat e -1 em que ¢ & 9 velocidade da luz (3><10" em seg), h a constante de Planck (h=6,61><10~" erg seg) e k a constante de Boltzmann (k=1,88%10-" erg. gK~!), A representagio grifiea de i; em fungio de 2 é dada na fignra 7. Aplieando a expressiio de a? ¥ ficie dS, ter-so-4 a super () © valor de 9, vem Asp te 8+ ordem por ser dds pale Giantess Mek falls mos de 1 orden Desta energia radiante que atravessa a superficie dS, uma fraogio r, (factor de re flexio) & reflectida e outra fracgio a, (factor de absorp¢iio) ¢ absorvida pelo corpo (sendo, evidentemente 7, + a, = 1). Se existir equilibrio termodinimico, a quantidade de energia radiante emitida deve ser igual 4 absorvida, isto ¢ SIS Ga iy) C082 A842 E1=0, ou Esta expressiio representa a lei de Kirch- hoff, e indica que @ energia radiante emi- tida’ por um corpo é igual & energia por ele absorvida. Pode acontecer que a, = 1 ¢, portanto 0, 0 que significa que toda a energia r radiante 6 absorvida; neste caso, seré Esta relagio exprime que, neste caso, a intensidade especifica de radiagiio em equi- lbrio térmico na cavidade ¢ igual ao brilho energético especifico; a esta radiagio di-se o nome de radiagao negra que & a radiagao dos chamados corpus negros(') para os quais m= 1, isto 6, 0 energia radiante é total- mente absorvida (’) e portanto emitida, Consideramos um corpo negro e caleula- mos a densidade da radiagao D, isto & a quantidade de energia existente na unidade de volume; seré sendo dt 0 tempo necessirio para a radia glo atravessar o volume dv Mas di? 6 obtide Integrando a expressio WHE sorpor. nogros emitem luz fe que beilho energético 2, no Jipende de 4, x00 dn watwroh do corpo negro. TECNICA 461 4:2, a todo o espago e a todos os compri- mentos de onda; portanto sendo d§/ a projeogo da Srea dS sobre © plano perpendicular ao eixo do cone de 40 para cada valor de 2. O valor de D seré pois deas' fig, -dt= sendo dx o comprimento percorrido na direogio de propagagio durante o tempo at(@v—=d8) ax), ¢ a velocidade de propa- gagio & (velocidade daluz)ex—= find) a que se dé o nome de brilho energético total. O valor de 3 representa » quantidade total de energia de radiagiioe o seu valor calcula- -se pela drea compreendida entre a curva inh, (2) € 0 eixo das abcissas (fig. 7). 4 TECNICA As dimensdes de D sto de uma energia por unidade de volume ou seja [p) = HA MT MT-2] iD que silo as dimensdes de uma pressio, Sea superficie de radiagio for plana e em frente existir uma superficie igual & de radiagao com possibilidade de ter um movimento na direcgio da perpendicular comum (fig. 8), [FE Fig. 8 8 pressiio na superficie mével pode supor-se em primeira aproximagio, igual a 1/3 do valor de D, () Efectuemos uma expansio isotérmica do volume representado na figura 8 © aplique- mos a esta transformagio a férmula de Hel- mholtz (?) ar aT’ AU=Ar—T em que U representa a energia interna e F a energia livre (l’—=U—T 8, em que $ é a entropia). Diferenciando, tem-se ; a aU =ar—T ar: ae) Se for dv a variagiio de volume, seré AU =—D dv. (Porque Dé a pressio corres- pondente & radiagao) aF=—d0 = pav— Pay, 3 aya Poe aT Sr porque v6independonte do), () Este ractoctnio é ansloge ao que te fex para a Fil- tragto («Técnicas @) Fisica Geral ¢ Experimental — Termodindmic Substituindo, vem Tntegrando, vom D=KT KT que é a lei de Stefan-Boltzmann. ‘A quantidade de calor emitida é propor- cional ao brilho energético total; por outro Jado, convém referir a constante K & uni- dade de éreae finalmente, entrando em con- sideragio com as diferengas de tempera- tura, entre o corpo emissor T;, © 0 corpo receptor T, obtém-se a expresso usual a sf (MNS (Ts \# a (ies) i) | Para C pode tomar-se o valor C= 4,96 grandes calorins por m* hora ¢ (grau CY, ‘on C=0,174 Bin por pé quadrado hora e (gran 0 valor ae, A parte as unidades, & dado pela érea indicada na figura 7. Na figura 9 indicam-se concretamente quais a8 carvas reais para §=1200° Ce 5=1000°C. 2) Radiagao de corpos nado negros Como vimos, pela lei de Kirchhoff e, portanto, pode coneluir-se que se &, nfo for igual & unidade, o valor de D seré de onde resulta 29 so ; TI er a a hem po Fig. 9 Na prética este raciocinio nio é rigoro- samente verdadeiro, por duas razdes: 1) A lei de Kirchhoff s6 6 vélida para os corpos chamados einzentos("), que s&0 aque- Jes que abgorvem uma certa percentagem de todas as radiagées absorvidas pelo corpo (1) A designasio de cinzento 6 independento da cor A corpo. TECNICA 3 negro, niio sendo portanto selectivos para nenhum comprimento de onda; isto significa que a curva i; é ainda da forma das figuras 7 ¢ 9, Se os corpos nfo sito cinzentus, veri- fica-se que 0 expoente das temperaturas & diferente de 4, mas diminui 4 medida que a temperatura aumenta; em geral, porém, eos- tuma conservar-se o valor do expoente e considerar-se a constante C’ como fungko de temperatura, 2) Mesmo no caso dos corpos cinzentos © valor de a; varia com a temperatura. Por isso, os valores de C' s6 podem ser utilizados para a temperatura T para que foram determinados. No quadro VII indicam-se alguns valores aproximados de O'(') QUADRO VII Sabstincia Com | Ferro fundido | acabamento| 82 | 0,2 Forro electro- litico | Oxidada | 180 Ferro fandido| Oxidada | — Ago Osidada | 20 Cobre Polida | 20 Cobre | Oxidada | 600 Refractirios | Irvegnlar 8) Radia io em substancias transparentos Praticamente, as substiincias transparen- tes silo os Iiquidos e os gases, No entanto, As temperaturas a que interessa estudar a radiagio, todos os iquidos esto, em geral, vaporizados ; por isso basta estudar a radia- gio om gases. (1) Para dados mais completes, ver, por exemplo, Industrial Hoat Trausfers, de Alfred Schack, edigio americana, pég. 854 a 858. TECNICA 464 Como vimos, para os corpos negros ¢ 08 corpos cinzentos, 0 brilho energético total i, d) 6 dado pela Srea compreendida entre a curva i,, 0 eixo das abscissas © as abscissas extremas. No caso dos gases, como se sabe, a absorpgdo é selectiva para com- primentos de onda compreendidos entre determinados limites que constituem as bandas de absorpedo; sendo assim, o valor de 3 6 dado pela soma das sirens correspon dentes a essas bandas. Alguns valores da posigio © da largura das bandas sio dados no quadro VIII (*) QUADRO VIII Gas | Bands heme | Larguraom coz 1 | 2,86 — 8,02) 0,66 2 | 401— 480/ 0,79 3 (12,5 —165 | 4,0 } 1 | a24— 327] 1,03 | 2 | 48 — 86 | a | 3 w— 18 A energia radiante emitida pelos gases seri dada pela rea correspondent a cada uma das bandas de absorpgio, como se indica nas figuras 10 e 11 (respectivamente para o anidrido carbénico e para o vapor de agua), ‘Tragando, nestas figuras, as curvas cor- respondentes as diferentes temperaturas, obtém-se as _respectivas quantidades de calor absorvidas qco? € qon?, expressas em grandes calorias por metro quadrado e por hora, Os valores de qco? € qo? sto dados nos quadros IX ¢ X () Neste quadro vorifica-se quo as radiayéoe omitidas so infra-vermethae. 08 tal da as no m- tre as lor ira QUADRO 1X Tepe] ee eerie Ta BEE | nantar | pandas | namin | twat | one 10- 0,87 | 0,407 | 0,092 419 | 067) 1,275 22 | 0,783 | 4,342 3,72 | 0,805 7,815 561 | 10 13,98 78 | a9 | 1949 wo | 14 a4 12,6 | 1,62 | 33,12 151 | 4,79 | 48,89 19.2 | 2,09 | 63,09 21,0 | 2 75,48 26,t | amt | 99,81 30,0 | 3,0 | 09,1 342 | 3,89 | 130,80 338 | a8 | 152,6 1800 |i29,0 | 43,6 | 42 | 176,8 1900 ]149,0 | 49,1 4,61 169,0 | 95,0 | 4,99 | 2000 Os valores indicados nos quadros 1X eX 86 sio vélidos quando a espessura da massa g do gs 6 infinitamente delgada; se esta es- pessura for finita de valor L, a8 quantids des de calor (expressas em grandes ealorins por hora) sio dadas pelas seguintes {6rmu- Ts empiricas, om. gue cm=pl (sendo P a pressio em atmosferas e L em metros), Cn constante de radiagio da superficie irradiada e a,, a e a, constantes. D) Para 0 C02 Se > 0,01 a 28 OF 4 (sca) at 4,96) ) + (ascot — ascot) + ie + 13 (4; cot —4'3 cot) (1 dQ_ CS} / 5 4 (og? $42 (G294°= Gon) [pe f) Soe < 001 &_ BL a yoys—a'gd (1 Se Ai = Fy cor Veo? ( tee )t . tee +7 63 (4teg:— 4c) (1 “Fagg e) + 5 yf, ine +088 85 (¢0'— Heo? (1 = AEE )I Il) Para a OH?: — tone) (1 496 Tow? ( TECNICA 465 Qual sraus © | Banda t 200 | 0,019; 0,95 | 300 | 0234) a9 400 0,84 3,90 | 300 | 249 | 61 600 | 8,95 | 700 | 138 | 800 | 16,05, 900 | 196 1000 23,8 1100 a | 1200 | aia | 1300 | 854 | 1400 | 968 | 40,1 | Ce 1600 198 49,9 | 1oo 161 | 81,8 1s00 | 185 89,6 | 1900 | 212 65 2000 | 238 [in | Os valores de q ¢ q/ referem-se res- pectivamente fs temperaturas do gis e da superficie que recebe a radiacaio. ‘As constantes podem tomar os seguintes valores: C=8 a4 gem. h. gk (para ferro ou refractirios). (!) = 0,7 0 0,8 (para massas cfibicas © esféricas) ; a= 8) = ag= ag= 1 a 1,1 (para massas prismiticas). No caso de gases com particulas de car- véio em suspensio (que constituem disper- sbides de condensagdo com cerca de 0,32 ), () O cociento <— nfo tem dimensies porque 0 498 Aenominador tem também as dimensBee gem? .h . gKs (constants de radiagZo dos corpos negros). TECNICA 466 Banda 2 | Banda 3 DRO xX diag ao corpo negro (gon? h) >< 10-8 Total 0,705 | 1674 245 0,895 | 3,819 542 4,19 5,931 10,0 141 | 10,00 116 171 | 16,66 28,8 2,00 | 24,80 445 286 | 33,61 66,1 27t | 45,91 94,1 301 | 60,21 130 3,39 | 76,59 176 371 | 96,11 232 4,26 | 117,46 304 45 | aia 888 4,91 | 166,61 491 5,28 | 193,18 615 68 | 2188 750 62 | 250.8 908 67 | 283,7 1100 a | | 3161 | 1330 se que as particulas irradiam aproximadamente 5°/, da energia radiante que sobre clas incide (isto 6, hé 95°), de energia niio absorvida). (') 4) Convecgao natural © problema da conveegio natural esté mal estudado, nfo sé por falta de dados, mas também por niio ser posstvel traté-lo independentemente da radiagio. Os resultados a que se chega nfo servem portanto sendo para uma primeira aproxi- magéo e englobam a conveceiio e a radiac&o. 1) Convecgéo natural em liquidos A expresso geralmente usada a de () Para mais pormenores sobre este assunto, ver ‘Industrial Heat Travstors de Alfred Sehsck SSS | a ots SST TTT 376 7 te 16 20 Kemp Fig. 10 Nusselt obtida a partir do principio da homogeneidade. | nok, (etegaany a pk sendo | k —Condutividade térmica do liquide. | d—Dimetro de canalizagio, ¢ —Massa especifica do Nquido. C—Calor especffico do liquido x—Coeficiente de dilatagao do Kquido AS—Diferenga de temperatura entre o liquido e a parede. #—Viscosidade do liquido. Na prética, a dificuldade consiste em determinar a forma de; em primeira apro- 3 0 2 4 Ie 20 dem Fig. 11 ximagio, pode estabelecer-se que, para gran- des diametros, ©, para pequenos didmetros Cast). A constante C tem de ser determinada experimentalmente; na sua falta, pode admi- tir-se que o valor de h é da ordem de gran- deza de 500 grandes calorias por metro quadrado, hora e grau centigrado; para C, , pode tornar-se, aproximadamente C, v 1. TECNICA 467 A fraogtio 8° 2 < 24° btém-se polo pro- Auto no niimero de Prandtl SF, pelo nimero edt pant Ba Pad) 6 tem o nome de nimero de ¥ Grashof e se designa por Gr. Ti) Convecedo natural em gases De um modo geral, pode utilizar-se a seguinte expresso empfrica, para o a1 h= (8,24 0,00475 653) ge mh! grau-t Em primeira aproximagio pode aplicar- -so esta férmula a outros gases, problema que, aliés, tem menos interesse. Casos especiais J) Transmissao de calor entre dois fiwilos sem mudanga de estado Consideremos dois fluidos a temperaturas diferentes 6 € 9”, separados por uma parede e movendo-se com caudais em massa de va- lores we w’, Se forem Oe C’ os respectivos pesos especificos, a quantidade elementar de calor trocada entre os dois fluidos na uni- dade de tempo, tem o valor 7aQ\ d(—")=C'w'd =O" w"a 6" (a) Admitindo que as variagdes de tempera- tura nfo sio muito grandes, os valores de we de C mantém-se praticamente constantes ©, portanto, integrando a expresso anterior, ter-se-4 aQ “8 Low wy) aa (HH) wo 01, sendo 4/e 4’ as temperaturas iniciais. ‘Tirando os valores de (:’—1') ede (s"—0)"), subtraindo urdenadamenie e fazendo s'—9 =Ab e 4'—4,"=Ab,, ter-se-& 1 1 ya@ wt Oe) at Ag Aq = 1 1 re do rb. representando == — 5; por b. TECNICA 468 Esta expressiio é vilida qualquer que seja 4; portanto, representando por 4% 0 valor da diferenga das temperaturas finais dos dois fluidos 4%: = —6"s, ¢ por (2) be a quantidade de calor transmitida na uni- dade de tempo para estas temperaturas de regime, ter-so-4 Ay — Ap G),. Diferenciando a expressiio de 4, ter-se-d aa =a) at Mas, pela expressiio geral da transmissio do calor entre dois fluidos separados por uma parede, ter-se-d 4Q \ 9 $ a(-2) K, (—0") dS=K, Aas, aQ Hitui d Substituindo ( a ) em fungio de 49, ass mse —— =K.b dS obtém-se 8 Integrando e substituindo b pelo seu valor ter-se-4 representando por 4, a média logarftmica de ai 6 AH (!). Quando a relag&o 34 binferiora?, pode substitnir-se a média logaritmiea pela média aritinética, () Ver artigo sobre cxtracgto», «Técnicas, n° 184, 2) Transmissto de calor em fluidos com movimento viscoso em iubos Neste caso por consideragdes tedricas e com base em dados experimentais, chega-se & seguinte expressio. para o valor de h qnando o fluido se desloca em tubos wot 5 Ga)? EFL + Fi] Nesta expressiio w representa o caudal em massa, L. 0 comprimento do tubo, # a viscosidade 2 temperatura da massa do liquido © ym a viscosidade ’ temperatura média do Ifquido e da parede. A fragio ga aA , Tepresenta, como vimos, o niimero en de Grashof; a fracgio Pe tem 0 nome de niimero de Graetz ¢ representa-se por Guz, 8) Transmissio de calor na condensagiio de vapores O problema é diferente conforme o Kquido condensado molha ou nao a superficie da parede. No primeiro caso forma-se um filme Hiquido cuja espessnra vai aumentando e que constitui a principal resistencia & trans- missiio do calor; no segundo caso, for- mam-se gotas de liquido que se despendem da superficie (a nfo ser que esta seja hori- zontal) permitindo, deste modo, que o vapor continue em contacto directo com a parede. oo] 1) Condensacto com formacdo de um filme 2) Tubos verticais O valor de h é dado pela formula de Nusselt hese? nao * (jeee ya @ epg 38, Nesta expresso, L, representa a distan- cia_ao ponto em que se inicia a conden- nio tem nome especial e Kym dS ™ Pr representa-se por Cr. 6—Tubos horizontais sendo d o diAmetro do tubo. Il) Condensagdo com formagao de gotas Neste caso, 0 valor de h 6 tio elevado (da ordem de grandeza de 75.000 grandes calorias por hora metro quadrado ¢ grau centigrado para tubos de cobre) que a resi téncia devida ao filme liquido é desprezivel. 4 ‘Transmissao de calor na vaporizacao de Uquidos Este problema sé poderd ser estudado depois de conhecides os métodos de ofec- tuar a vaporizagio, como veremos. (Continua) TECNICA 469 No passado dia 29 de Margo do corrente ano, 0 planador construido no Instituto Superior Téonico e designado pelo nome de «S. Miguel», realizow no aeroporto do Montijo, pertencente 4 futura Base Naval de Lisboa, voos experimentais, destinados A verifieagio das condigtes de estabilidade previamente calculadas nas cadeiras de aerontiuticn do curso de engenheiros meci- nicos aeronduticos, Foi pilotado pelo Dontor Engenheiro Varela Cid. O dia apresentava um vento com ceren de 3 quilémetros hordrios, demasiado in- tenso para que fossem efectuados os pri- meiros ensaios. Ainda se sugeriu a ideia do adiamento dos Iangamentos mas, o Dr, Varela Cid, a0 yerificar a regularidade da brisa, deelarou nfo ver nisso ineonveniente. Assim, rebocado por um automével per tencente a0 aluno finalista Duarte Ferreira, © aparelho comegou a deslizar e despe- gou a ceren de 2 metros de altura. Em Yoo rasante, verificou 0 piloto a recgio dos comandos sob 0 aspecto longitudinal, transversal e latera Sem que tornasse a tocar o solo, o piloto clevou-se entio a cerea de 20 metros soltou 0 cabo de reboque. Desde essa altura, ensaiou a verificagio das velocidades hori- zontal ¢ vertical de descida, préviamente caleuladas pelos alunos para uma nume- rosa série de regimes de voo. Hstes regimes siio identificados por meio de um inclind- metro especialmente montado em relagio a posigdo relativa da asa, Pela tabela que se encontrava junto aos ingirumentos de bordo comegou a yerifi- car-se a satisfatéria correspondéncia entre 08 valores préviamente ealculados ¢ os veri- ficados na pritica Antes de aterrar, o piloto soltou 0 rodado do aparelho quando este se encontraya a TECNICA 470 Na especialidade de aeronéutica do |. S. T. ©. D, 62913, cerea de dois metros da pista, Nessa altura, as condigdes de amortecimento do «sky» apoindo sobre duas bases de borracha, fize- Proparapio da descolagem do Aparelho ram boa prova de si, Preparon-se o segundo langamento. Em ambos, 0 piloto tinha o capacete protector da cabega preconisado para ensaios desta natureza. O aparelho atingiu cerca de 45 metros de altura e entio golton o eabo de reboque. Novas verificacdes se fizeram sobre as qua- Tidades de estabilidade longitudinal para diferentes velocidades, de 40 a cerea de 90 quilémetros & hora, Preparou-se depois © terceiro ensaio, aparelho atingin neste cerea de 150 metros e soltou-se o enbo de reboque. A esta altura experimentou o piloto, em eurvas aperiadas & esquerda e 4 direita, a eficién- cia da estabilidade longitndinal, transversal ¢ lateral perante « manobra dos respectivos comandos, Neste terceiro yo 0 piloto compene- trou-se de tal mancira da certeza das carac- teristioas préviamente ealeuladas que o rea- ligou j4 sem o capacete protector; apenas com 0 «passe-montagne» ¢ os dculos pro- tectores da forca do vento. Para se certificar da eficiéncia, fez uma aterragem com vento lateral conseguindo © completo dominio do aparelho apesar da forte brisa que soprou durante aquela tarde de 29 de Margo. Estiveram presentes os alunos do curso de engenharia aeroniiutica, com o seu inte- resse natural pelo resultado das provas. ‘Também se encontravam, além de muitos espectadores, que a pouco e pouco aumen- tavam de ntimero, representantes da Diree- gio Geral da Acrondutica Civil. O aparelho, completamente ileso, foi re- conduzido para o shangary da Base e aguarda agora o ensaio de reboque atreo efectnado com um aparelho pertencente ds forgas aéreas da Armada, O dispositive que se encontra no aero- plano rebocador foi também caleulado, de- senhado e construfdo no Instituto, Este planador, de alto valor didatico, deve a sua realizagio, no Director deste Instituto, Professor José Belard da Fonseca Foi madrinha de baptismo a sua gentil filhinha Maria Emilia, Os voos efectuados marcam sem diivida, uma étapa importante porque patentearam as nossas possibilidades neste novo ramo de engenharia que deste modo caminharé das coisas simples para as outras de maior nomeada. Na Exposictio de Hidriulica Mecéniea e de Acronintica do 2.° Congreso Nacional de Engenharia realizada no recinto da Expo- sigo de Obras Piblicas encontrava-se 0 projecto de um motoplanador monolugar de 25, V., para uma velocidade de cru- zeiro de 140 quilémetros hordrios © que permitira entre nés o prego minimo da hora de voo ¢ 0 projecto de um aeroplano militar de caga, monolugar, que permite velocida- des de 400 quilémetros & hora, de cruzeiro. Este caga, idealizado para ser construido em Portugal, poder’ oferecer treinos com despesas muito inferiores aos aparelhos mi- litares normais. © Aparelho em pleno vio Na referida exposigto, as turbinas do eminente Professor Manuel de Barros de- monstraram igualmente a Sua Excelénoia © Chete do Estado, quando do acto inau- gural, que a nossa indtistria pode perfeita- mente produzir estas mquinas motrizes que em muito contribuiriam para o ineremento da economia nacional. Cantos Dias Ferneirs Aluno da Cadeira de Aerondutiea oS," TECNICA 471 Completaram a parte escolar do seu curso no ano lectivo de 1947-48 os nossos colegas: ENGENHARIA CIVIL Fernando Ivens Ferraz Jicome de Castro Francisco Anténio Belard Lebre de Vasconcelos Melo ‘Afonso Rodrigues Jorge Fernandes Alfredo Pinho Morgado ‘Vasco Manuel Campos de Sequeira David Lopes Cohen ¢ Jaime Ornelas Camacho ‘Anténio José dos Santos Gongalves Hermenegildo Augusto Pereira de Faria Blane ‘Anténio Dias ‘Abel Anténio Tavares da Silva, Ricardo Girto de Oliveira e Vasco Pedro Marques José Moreira Barra Joio Paulo Leal de Azevedo Cunha, Lufs Felipe Pereira Nunes e Tito Jerénimo da Sonsa Lagos ‘Alfredo Jaime de Almeida Valverde, Alfredo Vilar de Azevedo e Jorge Manuel Alves da Silva Jo&io Pedro de Oliveira Valenga e José Manuel Rocha e Melo ‘Anténio Lobato de Melo, Carlos Alberto de Matos Franco de Sousa e Rui Martinho Poole da Costa Antonio Cardoso ¢ Lufs Maria de Magalhies Vilar Luis Artur de Almeida de Eca e Manuel Ferreira Lima Belo Fernando Bris de Oliveira, José Lobo Melo e Castro ¢ José Vitorino de Avelar Frois Virgilio Freitas Serra Anténio Bento Franco. ENGENHARIA DE MINAS Carlos Pires Lobato Fernando de Melo Mendes Jo%io Anténio Pinto Gongalves José Lacerda Pereira e Sousa Gabriel David Monteiro de Borros Liteio Natdrio Ferreira e Silva Nuno Gongalo Baché de Almeida Ribeiro. ENGENHARIA ELECTROTECNICA Raiil da Silva Borges Fontoura Manuel José Petrony de Abreu Faro Manuel José Diniz Fonseca José Marques Morais Manuel Alves de Carvalho Fernandes e José Lufs Lopes de Moura Jorge Manuel Lopes Vasques ‘Armando da Conceigio Roque Estorninho, José Alberto Baeta da Veiga e Manuel Joaquim Sengo Candeias José Francisco de Carvalho Azevedo ¢ Silva, Luis Manuel Pereira da Fonseca e Ricardo Manuel Barahona ¢ Costa TECNICA 472 DISPOEM AGORA DE UMA SERIE DE NOVOS PRODUTOS ESPECIAIS PARA A SUA INDUSTRIA SOCONY-VACUUM, | _a Fabrica de Tintas de Sacavém q Pneus | SARL | PRODUTOS e TINTAS DE TIPO AMERICANO camaras | | Vernizes, esmaltes de todas as | qualidades, incluindo celulésicos de ar Aluminio para alta temperatura Tintas anti-corrosivas, riots ett MABOR Tintas para navios, etc. Produgdo da Nanutactura sacavem—rorruca. |_| lil TaL-[Tisoon «see aatse | de Boratta MeL a ANAT José de Mira Nunes Mexia Carlos Lido Gaspar Jinior Carlos dos Santos Redondo José Frederico Catela do Vale Teixeira, José Manuel Nogueira Duarte e Vitor Valente da Fonseca e 8% Alberto Antunes Martins Simdes e Manuel Gomes Moniz Pereira Anténio Emilio Lopes Francisco José Ribeiro Lampreia, Joio Augusto Rebelo de Andrade e José Manuel Costa Margal Gil Brés de Oliveira, Luis Ant6nio Loureiro de Vasconcelos e Manuel Ant6nioMorais Nogueira Vito Manuel Ribeiro de Oliveira Aleixo Socorro Gallus Fernandes, Hugo do Amaral e Vasco Manuel Sousa da Gama Anténio Martins Neves, Edmundo Jofo Parvin de Figueiredo e Jorge Forjaz Tavares Carreiro José Afonso Pedreira Vilela Pedro Augusto Guerra Vidoeira, ENGENHARIA DE MAQUINAS Anténio Pedro Madeira Costa Jorge Cardoso Nunes Jorge da Costa André Jinior Francisco José Machado Gomes Alfredo Borges de Magalhies Ramalho Alexandre da Cunha Rola Pereira Alfredo Carlos Tailler Alves ‘Anténio Landerset Cédima ‘Adelino Franco Simées e Augusto Carlos Portugal Ribeiro ‘Anténio José Rebelo de Andrade ¢ Armando Romio Nozolino de Azevedo José Frederico Canas da Silva Joo Ramos Lopes da Silva César Moura de Seabra Rangel Alberto Henrique de Santana Godinho, Anténio Carvalho da Cunha Paredes ¢ Jonquim SimBos Gameiro ‘Artur Joaquim de Pessoa Lobo Pedro Baptista Bessone Bastos Henrique José Vilardebé Chaves Antonio Manuel Correin Botelho ENGENHARIA QUIMICO-INDUSTRIAL Antera Valeriana Pedroso de Seabra ‘Alexander Flaszenberg Maria Suzete Negro Thalmann José Madeira da Silva ¢ Miirio Lopes Esteves Jotio de Mesquita Franco Bebiano e Manuel Alvaro Cavique dos Santos José Manuel Athafde Cordeiro Ricardo Sollacaro Pitschieller Manuel Pereira Botelho Vitor Manuel Chagas dos Santos Noémia Guedes da Fonte Alves Aniénio Lufs de Sousa Lara, TECNICA 473

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