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Movimento de Mulheres Camponesas do Rio Grande do Sul

Apostila da
Agricultura Camponesa

Apostila da Agricultura Camponesa 1


Publicação do
Movimento de Mulheres Camponesas
do Rio Grande do Sul - MMC-RS

Outubro de 2005

Elaboração:
Coletivo de Promoção e Resistência Camponesa

Diagramação:
MDA Comunicação

Impressão:
Gráfica Editora Battistel

Secretaria Estadual do MMC-RS


Rua Moron, 2832 - Bairro Boqueirão
99010–035 Passo Fundo/RS
Fone/Fax: (54) 312 4392
E-mail: mmcrs@via-rs.net
www.mmcbrasil.com.br

2 Movimento de Mulheres Camponesas - RS


Apresentação
E sta apostilha tem como objetivo realizar um debate formativo
e prático com as mulheres camponesas, organizadas em gru-
pos do MMC-RS. Com isso, visualizar a história da agricultu-
ra e a discussão de como ela chegou a forma atual, bem como mostrar
a luta de resistência das mulheres camponesas, compreender como o
solo (terra) se compõe e como nós podemos contribuir com o seu
melhoramento. Também são apresentadas algumas alternativas possí-
veis no desenvolvimento de tecnologias naturais para o controle de
insetos, doenças e fortificação de nutrientes nas plantas, solo e animais.
Esta apostila será usada, primeiramente, nos cursos de agricul-
tura camponesa realizados nos municípios, acompanhados pelas com-
panheiras técnicas, em continuidade ao Plantando Saúde. Este mate-
rial também servirá de subsídio para todas as mulheres que querem
realizar experiências de produção ou estão implantando as alternativas
sugeridas nesta apostilha.
A apostilha tem o uso exclusivo para melhorar nosso trabalho
concreto e mostrar que é possível mudar sem ficar dependentes e con-
troladas por um pacote tecnológico. Para isso, precisamos conhecer a
natureza e nos desfiarmos a compreendê-la, assim, vamos realizando
experiências concretas sem agredir a natureza, nem os animais, nem os
seres humanos.
Desejamos que todas realizem este trabalho e usem este materi-
al em beneficio das mulheres camponesas, para o fortalecimento da
nossa luta e resistência.
Fortalecer a luta em defesa da vida!
MMC-RS
Apostila da Agricultura Camponesa 3
4 Movimento de Mulheres Camponesas - RS
Importância histórica da agricultura

Agricultura
A agricultura é a primeira atividade profissional desenvolvida pela
espécie humana, a qual tinha por objetivo apenas produzir para sua ali-
mentação. Antes de sua descoberta, todo o alimento era obtido da natu-
reza. Primeiramente, a alimentação era a base de frutas, folhas verdes,
brotos e raízes, posteriormente começam a buscar seus alimentos na caça
e na pesca de outros animais.
A atividade de coleta de frutos, folhas, brotos e raízes era exercida
pelas mulheres, com isso, elas foram observando que as sementes quando
jogadas na terra, germinavam e cresciam, desenvolvendo uma nova plan-
ta, semelhante aquela de onde o fruto havia sido coletado. Por isso, se
deve as mulheres todo o processo de descobrimento e desenvolvimento
da arte de cultivo das plantas. Portanto, foram as mulheres as responsá-
veis pela criação e desenvolvimento da agricultura.
Com o passar do tempo as aldeias, como eram chamados os luga-
res onde viviam as comunidades de pessoas, começaram a criar e reser-
var alguns locais (as roças) para cultivarem as plantas que serviam de alimento.
Esse sistema de agricultura, chamado de agricultura tradicional, existe há
mais de 15 mil anos e sua característica principal sempre foi a produção
diversificada, o que fornecia para as pessoas uma alimentação bastante variada.
Após milhares de anos com o sistema de agricultura tradicional surgem
várias formas de produzir. Após a segunda guerra mundial, entre 1950 e 1960, foi
inventado o modelo de agricultura convencional chamado de Revolução Verde.
Nos anos entre 1980 e 1990 se propagou a biotecnologia e após o ano 2000 o
que se fala é o agronegócio.

Modelo da Revolução Verde


Este modelo convencional de agricultura chamado Revolução Verde surge
com o argumento de que era preciso aumentar significativamente a produção de
alimentos no mundo para acabar com a fome e, também, com a necessidade de
dar uma utilidade para as estruturas de fábricas, laboratórios e tecnologias desen-
volvidas para a guerra.

Apostila da Agricultura Camponesa 5


Portanto, as grandes empresas
multinacionais criaram um pacote
tecnológico com sementes melhoradas
em centros de pesquisas, adubos quí-
micos sintéticos, agrotóxicos/venenos
produzidos em fábricas e laboratórios
e máquinas potentes movidas à combus-
tão, como tratores e colheitadeiras. Cri-
ando um ciclo vicioso de agricultura quí-
mica. Tudo foi feito com o objetivo de
produzir mais para matar a fome da po-
pulação mundial. Resta nos perguntar se
acabou com a fome no mundo?

Modelo da Biotecnologia
Este surge com o mesmo discurso de produzir mais a fim de acabar com a
fome no mundo e revolucionar a agricultura. Serviu para manter maior controle
sobre a vida e incentivar o desenvolvimento do pacote tecnológico produzido em
laboratório e nas indústrias multinacionais, tirando a autonomia dos produtores e
tentando acabar com a agricultura camponesa.

Modelo do Agronegócio
Este modelo vem com os mesmos
objetivos da revolução verde e da
biotecnologia, que é acabar com a fome.
Mas sabemos que o agronegócio é mais
um golpe para a agricultura camponesa.
Tentando tirar o resto que ainda existe no
campo para dominar todo o sistema de
produção, comercialização, transformação
e distribuição, mantendo o controle des-
de a semente, forma de plantio/tecnologia,
financiamento, preços e cobrança de
royalties. Tanta coisa que fazem chegam
deixar a planta com muleta.
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Conseqüências destes modelos de agricultura
Todos estes modelos trouxeram e trazem os mesmos efeitos, baseados em:
9 Uso intensivo de máquinas e equipamentos mecânicos, uso abusivo de
insumos químicos, agrotóxicos (herbicidas, inseticidas, fungicidas, etc...) e
fertilizantes solúveis (adubos químicos, NPK, uréia, etc...);
9 Plantio e criação de animais baseados em sementes e raças híbridas e
transgênicas;
9 Plantio em grande extensão de terra de somente uma cultura, exemplo soja.

Estes modelos também trouxeram e trazem muitas conseqüências para a


vida do planeta e dos seres vivos. Destacamos algumas:
 A descapitalização das(os) agricultoras(es), do solo, da infra-estrutura;
 A concentração da riqueza nas mãos de poucos;
 O êxodo rural, migração e desemprego;
 A fome e a desnutrição, quanto mais se planta, menos alimento se tem;
 A dependência gerada pela perda dos valores culturais, de solidariedade,
da entre ajuda e do conhecimento histórico;
 A degradação, diminuição, destruição generalizada dos recursos naturais
e dos microrganismos, bem como a deficiência das plantas.

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Os agrotóxicos
Para desenvolver estes modelos de agricultura, foi e continuam sendo in-
ventados muitos tipos de venenos, sem controle do que isso pode destruir. Ob-
serve alguns elementos:
Os agrotóxicos ou defensivos agrícolas estão distribuídos em vários grupos
químicos, como os inseticidas organoclorados, carbamatos, organofosforados,
piretróides, além de herbicidas, fungicidas, acaricidas, antibióticos. Cada tipo de
veneno destes, afeta diferentes partes do nosso organismo. Alguns afetam o sistema
nervoso, outros afetam a atividade metabólica, os pulmões, o sangue, outros pro-
vocam a destruição de tecidos, causam lesões hepáticas, renais e moleculares, au-
mentam a sensibilidade da pele... Além disso, a maioria se acumula no organismo.
Isso causa o desequilíbrio da natureza e da vida (humana, vegetal e animal),
também causa erosão, doenças nos seres vivos, poluição e, aos poucos, a morte
da vida no Planeta.
Como vimos, o jeito de fazer agricultura continua sendo o de produzir ali-
mentos. Porém, com a ganância dos humanos, provocaram muitas mudanças,
fazendo da agricultura uma forma de ganhar dinheiro, de destruir a natureza, con-
trolar as pessoas através do conhecimento chamado cientifico, levando as pesso-
as a buscarem os alimentos prontos das industrias, deixando de conhecer a natu-
reza e suas riquezas.

A Agricultura Camponesa
Vimos que nos últimos 55 anos foram introduzidos vários modelos de agri-
cultura, todos com um falso objetivo. Embora tenha sofrido muitas tentativas de
superação e destruição, a agricultura camponesa está presente em todos os luga-
res do mundo. Sabemos que, a agricultura camponesa sempre se manteve, mes-
mo tendo criado diferentes formas de produzir. Portanto, podemos afirmar que a
resistência da agricultura camponesa fez e faz com que as pessoas permaneçam
no campo, com melhor qualidade e vida.
Porém, para continuarmos com a luta de resistência e melhorarmos as con-
dições básicas das camponesas e camponeses, precisamos repensar a agricultu-
ra. O que significa repensar a lógica de funcionamento, o modelo tecnológico, a
8 Movimento de Mulheres Camponesas - RS
Natureza
política, o ensino técnico, os conceitos, os valores. Isto implica uma nova
agricultura, valorizando a cultura e o saber popular das camponesas e
dos camponeses, buscando o reconhecimento e sua importância, traba-
lhando com as orientações do princípio da agroecologia. Com isso, forta-
lecemos a vida do solo, o equilíbrio dinâmico, a fertilidade orgânica, plantas
sadias e resistentes, a produção de alimentos, o respeito à natureza.
Para isso, é fundamental conhecer as relações que se estabele-
cem entre o solo, a planta e os animais. Ambos são movidos pela ener-
gia que um passa para o outro.

Formas de adição dos minerais

Animais

Solo
Planta

Sabemos que esta energia passada da planta, animal e solo (terra) tem uma
relação com os principais elementos da natureza, realizando assim, a composição
do solo.

Principais elementos da natureza


A água da chuva, da fonte, do rio serve para tomar e regar, umedece a terra
fazendo com que os outros elementos da natureza façam o processo de nutrição,
propiciando que muitas formas de vida se desenvolvam em seu leito. É o elemen-
to essencial para a sobrevivência de toda e qualquer forma de vida.
Energia do sol, do fogo, elementos que geram energia dando vitalidade,
força, sendo fonte de calor que faz crescer, desenvolver e transformar a vida
animal e vegetal.
O ar, o vento, que move moinhos com sua força, purifica os nossos
pulmões e dá condições para nos manter vivas, pois necessitamos dele para
vivermos.

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10 Movimento de Mulheres Camponesas - RS
Solo (terra)
A terra, os minerais, contribuem para o equilíbrio das plantas e dos
seres humanos; é a base para que a vida se desenvolva, faz com que a
semente, da menor até a maior, cresça e se desenvolva.
Vegetais e animais, a vida criou espaços para que vegetais e animais
possam viver em equilíbrio, cada qual cumprindo o seu ciclo de vida, tendo
fontes de alimentos para crescer e desenvolver, sem causar destruição e
preservando as espécies.

Cuidados com o solo


Na maioria das vezes esquecemos e não relacionamos que a vida
das plantas - e conseqüentemente a nossa também - depende da vida do
solo (terra). A sua formação é resultado de milhares de anos de trabalho
da natureza. Pois no início era somente uma rocha (pedra). A pedra virou
solo (terra) com a força dos elementos da natureza, a água da chuva, o
calor do sol e o vento. Desta forma, apareceram seres vivos como mus-
gos, liquens, algas, fungos, bactérias e microrganismos (bichinhos), os
quais foram fazendo o processo de transformação de pedra em terra (solo).
Todo esse processo foi muito lento, levou aproximadamente cinco bilhões
de anos para sua formação. Sabemos que para formar um centímetro de solo
precisa em média 400 anos. Porém se deixarmos o solo (terra) desprotegido,
sem cobertura, uma chuva forte pode levar embora mais que um centímetro de
solo numa só vez.

Composição do solo
O solo é composto por quatro partes muitos importantes. São as partes:
 Sólida - composta por minerais, sendo 45%;

 Líquida - composta por água, sendo 25%;

 Gasosa - composta por ar, sendo 25%;

 Matéria Orgânica - composta por materiais em decomposição,


sendo 5%.

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O solo também é constituído por camadas de diferentes tipos.

Imagine a reconstrução de
sua casa, quebrada em
pequenos pedaços

PERFIL DO SOLO

Predominam organismos
1 a 8 cm que precisam de
mais estruturado oxigênio do ar
9 a 18 cm Predominam organismos
menos estruturado que vivem com
oxigênio da água
Compactação
Terra crua Subsolo - Terra ainda
mais jovem
ROCHA

O solo, além de servir de base para as raízes das plantas se fixarem, é onde
as plantas buscam a maior parte dos seus alimentos, os nutrientes. Em análise
química de plantas já foram encontrados mais de 60 diferentes tipos de minerais,
os quais as plantas utilizam para se alimentar.
Entre os principais minerais utilizados pelas plantas para se alimentarem
estão: o Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg),
Enxofre(S), Ferro (Fe), Cobre (Cu), Zinco (Zn), Boro (B), Cobalto (Co),
Manganês (Mn), Silício (Si)... Todos estes minerais tem a mesma importância na
alimentação das plantas. Onde faltar um deles a planta não vai se desenvolver
bem, ficando desequilibrada e não produzindo direito.
Para produzir alimentos de qualidade, a nossa primeira tarefa é cuidar bem
do nosso solo. A terra é a base de toda a produção agropecuária, ou seja, é a
base de toda a existência da vida do planeta.
Na agricultura agroecológica o solo é tratado como um organismo vivo e toda
a fonte dessa vida está na matéria orgânica (palha, folhas com umidade - se decom-
pondo) que serve de alimento para os microorganismos. Quanto mais matéria orgâni-
ca tiver no solo, mais vida ele terá. Será um solo mais equilibrado e com muito mais
alimento para as plantas. Podemos observar a importância da matéria orgânica.

12 Movimento de Mulheres Camponesas - RS


As plantas crescem, ser- PARA ILUSTRAR
vem de alimento aos animais e o
que sobra fica no solo, alimen-
tando a micro vida existente. Ao
expelir o excesso de alimentos, a
micro vida (bactérias, bichinhos,
fungos, húmus...) tem a função de
decompor o esterco e restos de
alimentos, transformando em nu-
trientes, matéria orgânica, terra
boa. Desta forma, dão força para
que o ciclo recomece.
Uma planta se desenvolve COM MATÉRIA ORGÂNICA
SOLO NÃO ADENSADO
SEM MATÉRIA ORGÂNICA
SOLO ADENSADO
de forma saudável quando o solo
(terra) está bom, bem estruturado, fofo, com metade do seu volume sendo ocu-
pado pelo ar e pela água, pois as raízes das plantas precisam beber água e respi-
rar. Esta é a forma do ciclo natural da fertilidade do solo.
CICLO NATURAL DA FERTILIDADE DO SOLO Quando o solo está compac-
As excreções animais ou tado as raízes das plantas não con-
humanas voltam à terra,
onde também
seguem se desenvolver direito,
servem de além de ter pouco espaço para o
alimento para
a microvida.
ar e a água, fazendo com que as
Serve de alimento plantas sofram mais nos períodos
para o homem ou
animal de seca.
A planta As folhas velhas Para observar um solo de
cresce... mortas voltam direto boa qualidade (terra boa), a me-
para alimentar a
microvida lhor maneira é ir dentro do mato.
Lá vamos ver as condições do
solo, que é fofo, fértil, onde nin-
A microvida decompõe o esterco ou restos
guém coloca adubo químico e nem
da planta e deixa-os numa forma que a precisa ser lavrado. Também não
planta possa novamente alimentar-se deles.
encontramos as plantas que cha-
mamos de “inços”, como o milhã, papua, o carrapicho, a guaxuma, o picão e uma
série de outras, mesmo jogando a semente dessas plantas dentro do mato, elas
não irão se desenvolver. Por que será?
Apostila da Agricultura Camponesa 13
A terra do mato é muito
fértil porque lá existe muita vida,
muito bichinho e microorganis-
mos, tem muito material como
folha, palha, muita matéria or-
gânica que se torna adubo para
as plantas. O desafio é tornar
as lavouras como uma terra de
mato. Pois como podemos ver,
SOLO EM AGONIA SOLO SADIO existe uma grande diferença
Lavração, Cultivo mínimo,
gradeação, cobertura morta, entre o solo sadio e o doente.
herbicidas, sem adubos verdes, com
matéria orgânica. bastante matéria
orgânica.

Plantas indicadoras
Porque será que numa parte da propriedade de repente, aparece um tipo
de mato e em outra parte não? O que a natureza quer dizer para a gente quando
faz surgir determinado tipo de vegetação numa área de terra?
Cada tipo de vegetação é um sinal, uma indicação. É o jeito da terra gritar:
está faltando isso, está sobrando aquilo.
Por isso, quando uma planta se torna agressiva e toma conta de uma área,
sendo muitas vezes chamadas de “invasoras” ou “inço”, o problema não está na
planta, mas no solo. A única maneira de superar algum inço é resolver os proble-
mas existentes no solo. Estas plantas que chamamos de “inço” são apenas plantas
indicadoras. A planta chamada de indicadora é o melhor remédio que a natureza
dispõe no momento, na tentativa de solucionar mais rápido possível o problema.
Por exemplo, a guanxuma só aparece enquanto o solo ainda estiver compactado;
a samambaia só é inço enquanto o solo ainda estiver acido.

Alguns exemplos de plantas indicadoras:


 Amendoim bravo ou leiteiro: desequilíbrio entre nitrogênio (N) e
micronutrientes, sobretudo molibdênio (Mo) e cobre (Cu);
 Azedinha: solo argiloso, falta de cálcio e molibdênio;
 Beldroega: solo bem estruturado, fértil com umidade e matéria orgânica;

14 Movimento de Mulheres Camponesas - RS


Plantas
 Barba de bode: solo onde passou fogo, pobre em fósforo (F),
Cálcio (Ca), Potássio (K), solos com pouca água;
 Capim arroz: solo com nutrientes reduzidos e substancias tóxicas;

 Capim rabo de burro: solo ácido com o nível de cálcio baixo,


terras abandonadas;
 Capim amoroso: baixa fertilidade do solo, aparece em lavou-
ras abandonadas e muito duras ou em pastagens úmidas;
 Cabelo de porco: solo exausto, com o nível de cálcio extrema-
mente baixo;
 Carrapicho: solo decaído, duro, compactado, pobre em cálcio;

 Caraguatá: lugar onde se pratica queimada e húmus ácido;

 Carqueja: solo que retém água pobre em molibdênio;

 Caruru: bastante nitrogênio livre e matéria orgânica;

 Cavalinha: solo com nível de acidez de médio a elevado;

 Dente-de-leão: presença de boro indica terra boa;

 Grama forquilha: decadência do solo, enfraquecimento;

 Guanxuma: solo compactado. Em solo fértil fica viçosa, solo pobre fica
pequena. Aparece muito onde se manobra as máquinas após o plan-
tio, estradas, pátios, etc;
 Língua de vaca: solo compactado e úmido com excesso de nitrogênio
livre e terra fresca;
 Maria-mole ou berneira: solo denso em 40 a 50 cm de profundidade,
falta potássio;
 Mamona: solo arejado, deficiente de potássio;

 Nabo: carência de boro (B) e manganês (Mn), a aveia quebra a


dormência do nabo.
 Papua: solo com laje superficial, constantemente arado, gradeado, com
falta de zinco;
 Picão preto: indica solos de média fertilidade. Solos muito remexidos e
desequilibrados;

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 Picão branco: solo com excesso de nitrogênio e deficiente em
micronutrientes. É beneficiado pela deficiência de cobre de média
fertilidade;
 Samambaia: excesso de alumínio tóxico;

 Tansagem: solo com pouco ar, compactado, freqüentemente muito úmido;

 Tiririca: solo ácido, mal drenado, com carência de magnésio;

 Urtiga: excesso de nitrogênio livre, carência em cobre;

 Leguminosas: indica presença de fósforo, solo bom. Faltando cálcio


são atacadas por cochonilhas e as sementes por brocas.

Plantas repelentes e atrativas


As plantas com sabor e cheiro fortes são plantas repelentes ou atrativas. O
cultivo destas culturas, consorciadas (junto) com outras plantas, pode proteger
contra o ataque de insetos e nematóides.
Essas plantas, além de serem usadas como medicinais, podem ser usadas
em forma de extratos, em pulverizações.
Plantas consideradas repelentes: salsa, cravo-de-defunto, cebolinha, ce-
bola, coentro, alho, alho-poró, salsão, louro, hortelã, hortelã-pimenta, arruda,
camomila, manjericão, orégano, erva de santa Maria, alfazema, cinamomo,
eucalipto, fumo, gerânio, mamona, pimenta vermelha.
As plantas consideradas atrativas atraem insetos e outros bichinhos para si,
evitando que ataquem as outras plantas.
Alguns exemplos de plantas atrativas: caruru, beldroega, erva moura, taiuiá.

Estas plantas podem ser plantadas junto com outras hortaliças e


outras plantas comum. Exemplo:
 Repolho com cravo-de-defunto, coentro, arruda para evitar a lagarta;

 Tomate com cravo-de-defunto para evitar a broca;

 Pimentão com caruru, beldroega, erva moura, taiuiá para ajudar no


controle da vaquinha e angolinha.

16 Movimento de Mulheres Camponesas - RS


Amigos naturais

Adubação Verde
A natureza é composta por uma infinita diversidade de seres vivos,
formando uma cadeia. Entre eles existe o controle de espécie, um se
alimenta do outro para sobreviver e não deixar que se forme super popu-
lação, equilibrando, assim, a natureza, conforme o ambiente onde vivem.
Observamos algumas espécies e seu controle para sobreviver.
Alguns exemplos de
amigos naturais: pássaro
que come lagarta; tatu,
Pássaro, sapo e lagarta
Tatu e formiga tamanduá que comem for-
miga; andorinha que come
cupim; cobra que come
rato; aranha que come mos-
ca; joaninha que come pul-
gão, cochinilhas, ácaros,
Joaninha
e pulgão
mosca branca; vespa que
Aranha e mosca
comem lagarta, broca de
tomate, ovos de cochonilha; sapo e rãs que comem larvas, gafanhotos, maripo-
sas; lagartixa que come mosquitos, ovos de barata; fungos que atacam baculovírus.

Adubação verde
Adubação verde é o cultivo de plantas recuperadoras da fertilidade do
solo. Estas plantas aumentam a matéria orgânica do solo, protegem contra a ero-
são, realizam a reciclagem de minerais que servem de nutrientes para as plantas
que serão cultivadas posteriormente. Através de suas raízes, fazem a
descompactação do solo, deixando ele mais fofo, conservam mais a umidade e a
infiltração de água no solo, provocando menor
variação de temperatura. Vejamos os vários ti-
pos de raízes.
A adubação verde é uma das melhores for-
mas de recuperarmos a fertilidade do solo, pois
dá um resultado muito bom, é de baixo custo,
além de ser mais ecológico.
Apostila da Agricultura Camponesa 17
Quando manejamos corretamente a adubação verde, deixando ela sobre o
solo, sem mexer com ela, a palha formada atuará na proteção do solo contra as
chuvas fortes e o sol quente, que esteriliza a sua superfície, protegendo, ainda,
contra a ação dos ventos que resseca o solo e também provocam erosão.
Podemos afirmar que a adubação verde age como um cobertor do solo,
protege do frio, do calor e até das chuvas fortes.
É importante, no cuidado com o solo, que a água da chuva não escorra
sobre a superfície, pois vai provocando erosão. Toda água da chuva deve infiltrar
no solo, assim como acontece na mata. Temos exemplos de cuidado do solo.
OPÇÃO 1 OPÇÃO 2 OPÇÃO 3
Deixar o material Semi-incorporado Enterrá-lo
sobre a superfície

Existem muitas espécies de plantas


que podem ser utilizadas como adubação verde

 Adubação verde de inverno: ervilhaca ou vica, fava, ervilha


forrageira, tremoço, chícharo, nabo forrageiro, espérgula, aveia pre-
ta e branca, azevém, triticale, centeio.
 Adubação verde de verão: mucunas, feijão de porco, miúdo e guandu,
crotalárias, soja perene, milheto.
Porém, todas as plantas que nascem na cobertura do solo são importantes,
servem de adubação, pois cada uma tem sua contribuição a dar. Sabemos que
um solo fértil e bem equilibrado produzirá plantas mais saudáveis e mais resisten-
tes ao ataques de doenças e insetos.

18 Movimento de Mulheres Camponesas - RS


Vermicomposto de minhocas
O vermicomposto é feito com minhocas, as mais usadas são as minhocas
vermelhadas. Preparar o esterco fresco de bovinos com restos de culturas ver-
des, deixar fermentar uma semana, depois colocar as minhocas, cobrindo o com-
posto com palha seca, pois as minhocas precisam de lugar fresco e para o sol e a
chuva não estragarem o composto. Ao lado do monte de composto ir colocando
esterco fresco e resto de culturas verdes ou lixo orgânico, pois quando as minho-
cas acabarem a comida de um lado passam para o outro.
O adubo ou húmus está pronto para ser usado quando as minhocas os
deixarem, ou seja, quando está como terra de mato e com cheiro agradável.
Pode ser usado em pouca quantidade, em todos os vegetais e plantas.

Compostagem
É um modo de aproveitamento de restos de vegetais e resíduos de animais
que, amontoados e com a presença de ar, microrganismos, bactérias, realiza a fer-
mentação, fixando nitrogênio na massa, resultando num húmus rico em nutrientes.
O composto orgânico é formado por camadas de esterco de animais, es-
pecialmente de bovinos e palhas de culturas. Normalmente são feitos montes ou
fileiras de aproximadamente 1 a 2 metros de altura, por 3 metros de largura, com
comprimento variável, de acordo com
o espaço disponível na propriedade.
A pilha é formada por uma par- Palha

te de esterco e outra de palha ou res-


tos de culturas, pode ser revirada a
cada 30 dias para aumentar a entrada
Composto orgânico em arco
de ar, facilitando a decomposição dos
resíduos orgânicos em húmus.
É necessário deixar o monte
com bastante umidade, na faixa de
50% a 60%. Caso não chova durante
uma semana é preciso regar o monte.

Apostila da Agricultura Camponesa 19


Biofertilizantes
É um material orgânico dissolvido em água que passou por um processo de
fermentação. Temos os biofertilizantes naturais, feitos de água e material orgâ-
nico (estercos de animais e plantas) e os biofertilizantes enriquecidos, aqueles
que colocamos minerais como cinza, pó de rocha e outros minerais solúveis. Po-
rém, ambos devem passar por uma fermentação, sendo transformados em com-
posto orgânico. Um biofertilizante de boa qualidade não apresenta mau cheiro.
Os biofertilizantes, quando prontos, podem ser usados em qualquer época do
ano, ou seja, antes da implantação da cultura e durante o desenvolvimento da mesma.
Para que serve:
Como controle de parasitas (insetos); adubo foliar, nutrindo as plantas,
promovendo o crescimento sadio e fortificando; como inoculante de sementes,
no plantio de estacas para melhorar o enraizamento, estimular a brotação dos
tubérculos da batatinha, bulbo; como repelente de formiga, insetos, abelhas (por
até 48 horas).
Como se prepara um biofertilizante:
Misturar bem os ingredientes e mexer no mínimo uma vez por dia para
oxigenar. Isto fará com que se desenvolvam as bactérias (as que precisam de
oxigênio). Deixar fermentar por 30 dias. Após, o biofertilizante estará pronto para
ser utilizado. Não possui prazo de validade. Pode ser armazenado por muito
tempo. A dosagem para aplicar nas plantas deve ser de 5% a 10% e misturar com
água.

Biofertilizante enriquecido
Esterco: 30 kg. Utilizar esterco fresco de bovino, para ativar a fermentação.
Cinza: 0,5 kg fonte de minerais.
Melado: 1 kg ativador de fermentação.
Leite: 3 litros. Pode ser soro de leite (6 litros), que não contenha sal.
Sangue: a quantia que tiver (no máximo 2 litros).
Plantas: a maior diversidade de plantas possível, pegando a mesma quantida-
de de cada planta e picando-as.

20 Movimento de Mulheres Camponesas - RS


Biofertilizante natural

Biofertilizantes
Misturar 20 kg de esterco de vaca fresco e 20 litros de água, colo-
car 3 Kg de melado ou 10 litros de caldo de cana (garapa) e deixar fermen-
tar numa vasilha bem fechada por 30 dias. Está pronto, pode aplicar.

Biofertilizante rápido
Misturar 20 litros de soro de leite sem sal, 3 kg de cinza e 2 kg de
melado ou açúcar mascavo, deixar fermentar por 15 dias. Está pronto,
pode coar e guardar. Usar em qualquer tipo de cultura como adubo foliar
ou uréia. Dosagem: 500ml (meio litro) de biofertilizante em 20 litros de
água.

Biofertilizante de urina de vaca


Recolher urina de vaca que esteja produzindo leite, armazenar por
10 dias em vasilha de plástico tampada. Quanto mais tempo deixar a
urina em repouso melhor fica. Usar 500ml de urina em 50 litros de água e
pulverizar as plantas.
Também pode ser usada a urina de cabra que esteja produzindo leite. So-
mente muda a dosagem: 500ml de urina em 100 litros de água.
Ambas servem como adubo foliar, uréia também para controlar cochonilhas,
ácaros, olho de pomba e outros.
Estas receitas contribuem para manter e aumentar a biodiversidade.

Apostila da Agricultura Camponesa 21


Outras receitas práticas
Outras receitas usadas na agricultura como adubo foliar, calda, extrato,
chás, repelentes, iscas, armadilhas. Todas servem como fortificante das plantas,
adubo orgânico, uréia, como repelente de insetos e controle de doenças nas plan-
tas e animais.

Adubo foliar
Misturar um litro de leite, 10 litros de água, 700 gramas de cinza, 300
gramas de açúcar mascavo e 1 kg de calcário, mexer bem e coar. Pulveri-
zar em frutas, hortaliças e verduras.

Adubo foliar de confrei


Bater no liquidificador 1 kg de folhas de confrei com um litro de água,
acrescentar mais 4 litros de água e deixar de molho por 10 dias. Coar e
misturar 1 litro de extrato de confrei em 10 litros de água e pulverizar plan-
tas com deficiência de potássio e aquelas atacadas por pulgões.

Adubo líquido ou uréia natural


Ingredientes: 20kg de esterco de bovino fresco; 2 a 3 litros de colostro;
7 litros de calda de cana ou melado ou 5 kg de açúcar mascavo; 100 litros
de água; 2kg de fosfato natural.
Colocar todos os ingredientes num galão ou caixa de água, misturar
bem, deixar fermentar durante 15 dias mexendo uma vez ao dia. Coar e
misturar 1 litro de adubo em 3 litros de água, regar a planta e o solo.

Calda bordalesa ou verderame


A formulação a seguir é para 10 litros de calda. Na diluição que prepa-
ramos, 1% usamos para plantas adultas atacadas por fungos do míldio,
antracnose, pinta preta e queima do tomate. Também usamos a 1% em
frutíferas, ou seja, 1 litro de calda em 100 litros de água.
No dia anterior ou quatro horas antes do preparo, colocar 100 gramas
de sulfato de cobre (verderame) dentro de um pano de algodão, amarrá-lo
e mergulhar em uma vasilha de plástico com um litro de água morna.

22 Movimento de Mulheres Camponesas - RS


Receitas
Colocar 100 gramas de cal em um balde de 10 litros e adicionar
aos poucos 9 litros de água. Misturar aos poucos os dois ingredien-
tes, mexendo bem.
Teste da faca: para ver se a calda esta pronta, mergulhar uma
faca de aço comum bem limpa, por 3 minutos na calda. Se a faca
sujar de marrom, a calda esta ácida, acrescentar mais cal. Se não
sujar esta pronta para usar. A calda deve ser usada no mesmo dia
em que for preparada. Não aplicar em épocas muito frias e sujeito
a ocorrência de geadas.

Extrato de urtiga
Colocar 500 gramas de folhas de urtiga de molho em 5 litros de
água durante 10 dias. Coar e pulverizar nas plantas atacadas por
pulgões, lagartas e outros insetos. Usar 1 litro de extrato de urtiga
em 10 litros de água.

Extrato de alho
Esmagar 10 dentes de alho grandes em um litro de água. Deixar des-
cansar por 12 dias. Misturar com mais 10 litros de água e pulverizar as
plantas atacadas por insetos.

Chá de arruda
Cozinhar por alguns minutos 500 gramas de folhas de arruda em 2 litros
de água. Coar e acrescentar mais 5 litros de água e pulverizar em plantas
atacadas com pulgões e em piolhos de humanos e animais.

Chá de folha pêssego


Cozinhar por três minutos 1 kg de folhas de pêssego e 5 litros de água.
Coar e pulverizar as plantas atacadas por pulgões, lagarta, vaquinha e burrinho
cinzento. Usar: 1 litro de chá de folha de pêssego em 5 litros de água.

Chá coentro
Cozinhar por alguns minutos 500 gramas de coentro em 2 litros de água.
Coar e acrescentar mais 5 litros de água. Pulverizar em plantas atacadas
por ácaros e pulgões.
Apostila da Agricultura Camponesa 23
Macerados de plantas
Fumo, arruda, cinamomo, urtiga, cipó e outras plantas têm efeito
controlador de insetos e doenças. Coletar um punhado de folhas, picar,
misturar com álcool e deixar em repouso por dois dias, coar e misturar um
litro deste macerado e 10 litros de água. Pulverizar as plantas doentes ou
atacadas por insetos.

Isca de taiuiá
Tirar a raiz e colocar em lugares atacados por vaquinhas (cascudinho
verde que atacam o feijão). Cortar pedaços de raiz com 10cm de compri-
mento, colocar em estacas e distribuir na lavoura ou horta na mesma altura
que as plantas. Esmagar as vaquinhas que estão perto da isca.

Isca para mosca da fruta


Pegar uma vasilha de plástico de um litro, fazer quatro furos na parte mais
alta. Colocar na vasilha um caldo de laranja, pêssego, ameixa ou de outra
fruta doce para atrair as moscas. Trocar a mistura duas vezes por semana.
Pendurar os frascos em árvores a cerca de um metro e meio de altura.
Distribuir dois frascos por pé de frutas.

Isca para mosca


Misturar duas colheres de sopa de açúcar, uma colher de ácido bórico
junto com um pouco de pó de café ou carvão. Colocar nos lugares prefe-
ridos pelas moscas. Cuidado é tóxico.

Isca mata mosca


Misturar 5 gramas de pimenta preta moída, 250 gramas de açúcar, 1co-
lher de chá de erva-doce e água. Colocar em fogo baixo mexer até formar
uma calda. Coloque com pincel, uma camada da calda em papel distribuin-
do pala casa.

Repelente para mosquitos


Misturar meio litro de água fervida com 30 gotas de essência de eucalipto,
citronela ou hortelã. Colocar em frasco vaporizador ou bomba e vaporizar
o quarto 15 minutos antes de deitar. Não é tóxico.
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Repelente de pernilongo
Misturar 750ml de gasolina, 250ml de querosene, 50 gramas de cânfora e
15 bolinhas de naftalina. Deixar em repouso 15 dias. Pulverizar com bomba.

Isca para formiga


Colocar um pedaço de sabão brilhante num balde de água e deixar
derreter. Aplicar onde houver formigas.

Isca para matar cupim


Para não ter ataques de cupins, deixar a casa arejada e ventilada. Se
atacarem, para eliminá-los, limpar os trilhos com água e sal, se persistirem,
injetar com uma seringa, querosene na madeira.

Iscas de lesmas e caracóis


Colocar sacos de estopa umedecida entre canteiros ao anoitecer, pela
manhã recolher as lesmas que estão debaixo dos sacos e matá-las.
Colocar latas de cerveja com um resto de líquido dentro e uma colher de
sal. Enterrar as latas de forma que a altura da borda fique ao nível da terra. As
lesmas são atraídas pelo cheiro da cerveja caem dentro e morrem.
Espalhar ao anoitecer, cinza ou cal em faixa de 15 cm de largura, nas
bordas dos canteiros ou viveiros. A cinza ou cal gruda no corpo das lesmas
e caracóis, matando-os.

Isca de barata
Ralar uma colher de sopa de cebola, colocar uma colher de banha, uma
colher de chá de farinha de trigo, 2 colheres de açúcar e 3 colheres de
ácido bórico em pó (encontra-se em farmácias de manipulação). Misturar
tudo até fazer uma pasta e colocar onde tem barata.

Pastilhas de baratas e traças


Triturar no liquidificador folhas de arruda, cravo e eucalipto. Derreter
glicerina e acrescentar essência de eucalipto ou cravo. As plantas tritura-
das, derramar dentro de um cano fino de PVC. Deixar esfriar. Tirar e cor-
tar em pastilhas e colocar em armários e locais atacados pelos insetos.
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Armadilhas de fede-fede
Colocar na ponta de estacas um pano com urina de gado ou com sal
umedecido com água. Atrai fede-fede da soja, do feijão e de verduras.
Passar periodicamente no local e matar os fede-fede.
Nas lavouras, colocar 20 estacas por ha. Na horta, colocar a estaca no
centro do canteiro.

Composto de vaquinha
Triturar 100 cascudinhos (vaquinhas) no liquidificador com um copo de
água. Coar e misturar este suco em 20 litros de água e pulverizar as plantas
atacadas pelos cascudinhos ou patriotas.

Composto de lagartas
Amassar um copo de lagartas, colocar 2 litros de água e pulverizar so-
bre as plantas atacadas por lagartas de folhas em couve e rúcula.

Controle de doenças dos animais


Sal mineral caseiro: previne doenças e equilibra o organismo animal.
Pegar 2 kg de cinza de fogão peneirada, 1 kg de erva-mate usada e seca,
330 gramas de enxofre, 50 gramas de casca de ovo torrada e moída, 1 kg
e 700 gramas de sal mineral. Misturar bem e colocar no cocho, deixar os
animais comerem tudo.

Controle de carrapatos, moscas, sarnas, piolhos, bernes...


Misturar com o sal mineral, alho, enxofre e cinza e colocar nos cochos.

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Referências bibliográficas
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fica Massochin Ltda., Erechim-RS.
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NOVA, Assessoria Ecológica. Livro Verde Agroecologia nº 2. Santa Catarina,
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vimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais. Agricultura Ecológica e Saúde.
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vas sobre agroecologia. Gráfica Imperial, Passo Fundo, 1997.

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