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EVOLUÇÃO DA

QUÍMICA
GRAZIELLA PENHA CLAUDINO
ILDOMAR ALVES DO NASCIMENTO

Universidade Aberta do Brasil Química


Universidade Federal do Espírito Santo
Licenciatura
A Evolução da Química é um livro
que se destina aos alunos de
graduação em Química em especial
na modalidade à distância. Sua
abordagem da história da Química se
faz em ordem cronológica permitindo
ao aluno compreender a dinâmica
das transformações de pensamento
e da experimentação ao longo da
história permitindo assim o
entendimento de como ocorreu a
Evolução da Química. Por se tratar
de um livro texto, os conteúdos
formam divididos em 7 Módulos de
forma a facilitar o processo de
aprendizagem. Por se tratar de
assunto muito extenso, o livro foca
nos fatos mais significativos para a
química abordados em alguns livros
textos de forma mais completa. No
final do livro há uma extensa lista de
referências que foram consultadas na
confecção da presente obra.
Recomendamos que o leitor tenha o
hábito de consultar, se possível,
algumas dessas referências caso
queira se aprofundar sobre
determinado assunto.

Os autores.
Universidade Federal do Espírito Santo
Núcleo de Educação Aberta e a Distância

EVOLUÇÃO DA
QUÍMICA
GRAZIELLA PENHA CLAUDINO
ILDOMAR ALVES DO NASCIMENTO

Vitória
2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

Presidente da República Reitor Diretor do Centro de Ciências Exatas


Dilma Rousseff Reinaldo Centoducatte Armando Biondo Filho

Ministro da Educação Diretora Geral do Núcleo de Educação Coordenador do Curso de Graduação


Aloizio Mercadante Aberta e a Distância - ne@ad Licenciatura em Química - EAD/UFES
Maria Aparecida Santos Corrêa Barreto Josimar Ribeiro
Diretoria de Educação a Distância
DED/CAPES/MEC Coordenadora UAB da UFES Revisor de Conteúdo
João Carlos Teatini de Souza Climaco Teresa Cristina Janes Carneiro Elias Meira da Silva

Coordenadora Adjunta UAB da UFES Design Gráfico


Maria José Campos Rodrigues LDI - Laboratório de Design Instrucional

Diretora Administrativa do ne@ad ne@ad


Maria José Campos Rodrigues Av. Fernando Ferrari, 514
CEP 29075-910, Goiabeiras
Diretor Pedagógico do ne@ad Vitória - ES
Júlio Francelino Ferreira Filho (27) 4009 2208

Laboratório de Design Intrucional Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)


(Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)
LDI coordenação
Heliana Pacheco
José Otavio Lobo Name Claudino, Graziella Penha.
Ricardo Esteves C615e Evolução da química / Graziella Penha Claudino, Ildomar Alves do
Letícia Pedruzzi Nascimento. - Vitória : UFES, Núcleo de Educação Aberta e a Distância,
2012.
Gerência 114 p. : il.
Daniel Dutra
Inclui bibliografia.
Editoração ISBN:
Lorena Manhães
1. Química. I. Nascimento, Ildomar Alves do. II. Título.
Ilustração CDU: 54
Leonardo Amaral
Copyright © 2012. Todos os direitos desta edição estão reservados ao ne@ad. Nenhuma parte deste material
Capa poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem
Leonardo Amaral a prévia autorização, por escrito, da Coordenação Acadêmica do Curso de Licenciatura em Química, na
modalidade à distância.
Lorena Manhães
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crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da
obra), sendo toda reprodução realizada com amparo legal do regime geral de direito de autor no Brasil.
sumário

4 introdução

5 Módulo 1
A QUÍMICA NA ANTIGUIDADE OU PROTOQUÍMICA

19 Módulo 2
ALQUIMIA

31 Módulo 3
A QUÍMICA NO SÉCULO XVI E XVII

43 Módulo 4
A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII

63 Módulo 5
A QUÍMICA ORGÂNICA NO SÉCULO XIX

75 Módulo 6
A QUÍMICA DOS ALIMENTOS NO SÉCULO XIX

83 Módulo 7
A QUÍMICA MODERNA

97 perspectivas futuras para a química


101 referências e créditos
introdução
Toda a trajetória percorrida e vivida pelo homem relacionada ao seu apa-
recimento na Terra desde os tempos remotos até os dias atuais somente foi
transmitida para as gerações posteriores através de registros feitos por ele.
Inicialmente a comunicação desses registros foi realizada através de pinturas
rupestres conforme é apresentada na Figura 1, e somente após o advento da
escrita desenvolvida pelos Sumérios (CHASSOT, 2004), que foi possível docu-
mentar como os homens viviam e quais as técnicas empregadas por eles que
permitiram a sua sobrevivência.

Figura 1
Pinturas rupestres encontradas na Os estudos sobre a evolução da Ciência Química e o estabelecimento da sua es-
Serra da Capivara – Piauí (Brasil)
Museu do Homem Americano
trutura ao longo dos tempos podem ser divididos, para finalidade de estudos,
segundo (NEVES, et. al., 2008) em 5 etapas:
• Química na Antiguidade ou Protoquímica;
• Alquimia;
• Química nos Séculos XVI e XVII;
• Química Moderna, (a partir do Século XVIII);
• Química Contemporânea.

4 EVOLUÇÃO DA QUÍMICA
MÓDULO 1
A QUÍMICA DA ANTIGUIDADE
OU PROTOQUÍMICA
O domínio da produção do fogo pode ser considerado um dos principais avan-
ços da humanidade e um marco na história da ciência. Com o uso do fogo o
homem estava iniciando o processo que o levaria ao domínio da transforma-
ção da matéria. Não sabemos com exatidão como isso aconteceu. Acredita-se
que o fogo foi produzido pelo homem por acaso através do atrito de pedras e
pedaços de madeira o que permitiu a produçao do fenômeno químico conhe-
cido atualmente como combustão, o qual foi de extrema importância contri-
buindo para uma grande melhoria da sua qualidade de vida.
Este fenômeno foi repetido de acordo com a sua vontade permitindo as-
sim o seu domínio. Após este domínio foi possível melhorar o seu sistema de
defesa, pois, com ele o homem passou a utilizar o fogo para se proteger de
animais e afugentar-se do frio, posteriormente, fez o seu uso para cozimento
dos alimentos. O homem passou então a dominar outros fenômenos quími-
cos que permitiram realizar procedimentos ligados na área da cerâmica e da
metalurgia. Estes benefícios, entre outros, foram possíveis graças ao domínio
do fogo que é um dos primeiros fatos históricos relacionados à evolução da
existência do homem que pode também ser associado ao desenvolvimento da
Química através dos Séculos. Essa etapa pode ser considerada como o mar-
co inicial da evolução da Química ao longo dos tempos, conhecida também,
como Protoquímica.

A METALURGIA

Um passo importante para evolução da Química foi a descoberta e o domínio


dos processos de obtenção de metais a partir dos seus minérios. Alguns metais
que eram encontrados em estado puro já eram utilizados pelo homem. No
período entre os anos 5000-3000 a.C. o homem já confeccionava objetos de
prata e ouro, elementos encontrados no seu estado puro na natureza. O cobre
puro também era trabalhado através do martelamento para adquirir a forma e
a dureza desejadas (VIDAL, 1986). Por volta de 3000 a.C. o homem aprendeu
a obter metais a partir de minerais. Isso significou a possibilidade de aumento

A Química da Antiguidade ou Protoquímica 9


na quantidade de metal obtido bem como a descoberta de outros elementos
metálicos. Provavelmente, o acaso e a observação levaram o homem aprender
o processo. Ele observou que uma fogueira acesa poderia agir sobre um peda-
ço de rocha para produzir uma substância de brilho e propriedades similares
àquelas que ele já conhecia e eram encontradas naturalmente. Dessa forma, foi
possível obter chumbo a partir do mineral galena, (sulfeto de chumbo), cujo
processo atualmente é conhecido como ustulação, podendo ser representado
pelas equações químicas abaixo que representam as reações químicas do mi-
neral galena (PbS):

2 PbS + 3 O2 2 PbO + 2 SO2


PbS + 2 O2 PbSO4
PbS + 2 PbO 3 Pb + SO2
PbS + PbSO4 2 Pb + 2 SO2

A obtenção do bronze (3000 a.C.) foi um marco na metalurgia química


bem como na História das Ciências. O bronze que é uma liga formada por
90% de cobre e 10% de estanho foi obtido através da reação química entre o
mineral de estanho, a cassiterita (SnO2), com o minério de cobre (CuCO3). O
bronze é mais duro e mais fundível que o cobre sozinho. O bronze fundido
quando derramado a um molde em baixo relevo de pedra ou de metal, toma-
va a forma do molde, o que permitiu a fabricação de diversos instrumentos.
Dessa forma, ocorreu o início das técnicas de fundição. Uma descoberta mui-
to importante ocorrida entre 2000-1000 a.C. foi a descoberta do ferro. Este
metal em seu estado puro era muito escasso, pois sua única fonte eram os me-
teoritos que caiam na Terra. O homem aplicou os seus conhecimentos sobre
a extração de outros metais a partir de seus respectivos minerais e passou a
extrair esse metal a partir dos seus óxidos. Os Hititas, povo que constituiu um
poderoso império na antiguidade, foram os primeiros a dominar a produção
de ferro e a fazer uso contínuo de ferramentas desse metal. Os Hititas também
desenvolveram o aço, que é obtido através do controle da quantidade de car-

10 MÓDULO 1
bono no ferro (em torno de 1,7%). O aço pode ser moldado mais facilmente a
quente e é mais duro a frio. Os Dórios, os Filisteus e os Assírios foram outros
povos da antiguidade que demonstraram um forte poder militar portando
armas de ferro (ASIMOV, 1982).
Durante os 1000 anos que antecederam ao início da Era Cristã o homem
aprimorou seus conhecimentos sobre metalurgia e desenvolveu técnicas uti-
lizadas até os dias atuais como a formação de amálgamas, a cunhagem de
moedas e a douração de bronze e da prata.

A PRODUÇÃO DE VIDROS

Datadas de 2500 anos a.C., foram encontradas no Egito, pequenas contas de


vidro que estão entre as amostra mais antigas desse material produzido pelo
homem. Sabe-se ainda que a tecnologia de fabricação desse material, pelos
egípcios, era bastante avançada. No antigo Egito as matérias primas para a
produção de vidro eram abundantes: o deserto forneceria a areia rica em sílica
ou quartzo; o calcário poderia apresentar-se como um contaminante da areia;
e o carbonato e bicarbonato de sódio eram comuns em grandes depósitos na-
turais. Uma das hipóteses para a descoberta do vidro é que ele pode ter sido
obtido como um subproduto em processos de obtenção de alguns metais, pois
a fundição de determinados minérios de cobre e chumbo teria gerado como
subprodutos escórias vítreas que trabalhadas adequadamente poderiam ter le-
vado a obtenção do vidro. Outra hipótese é que o vidro pode ter sido desco-
berto através da evolução dos processos de produção de materiais cerâmicos.
Alguns materiais cerâmicos eram revestidos por uma camada vítrea obtida a
partir de sílica e soda. A tecnologia utilizada na produção dessa camada teria
evoluído até que se tornou possível preparar o vidro (MAAR, 2008).
Inicialmente os vidros eram coloridos devido, principalmente, a presença
de óxidos metálicos. Os vidros incolores começaram a ser fabricados a partir
do ano 100 a. C. Neste mesmo período, os romanos passaram a utilizar a téc-
nica do sopro para confeccionar objetos de vidro.

A Química da Antiguidade ou Protoquímica 11


A PRODUÇÃO DE PIGMENTOS

Os pigmentos são utilizados pelo homem desde a Pré-História. Podiam ser de


origem animal, vegetal ou mineral. Os pigmentos minerais eram usados puros
ou com aditivos como calcário e gesso. Com o passar do tempo aprendeu-se
a realizar a mistura de pigmentos com o objetivo de conseguir novas cores.
Com esses materiais o homem primitivo realizava o registro de cenas do seu
cotidiano que resistiram ao tempo e que permaneceram até os dias atuais,
mesmo após milhares de anos.
Evidências arqueológicas indicaram que os egípcios preparavam um pig-
Figura 2
Hipopótamo de cerâmica mento azul (egyptian blue) desde o final da primeira dinastia. A Figura 2
encontrado no Médio Egito
Museu do Louvre, Paris
mostra a foto de um objeto que indica a presença desse pigmento. Este objeto
foi encontrado na tumba do rei Ka-sen, o último faraó da primeira dinastia,
que reinou em 2900 a.C. Este pigmento também foi encontrado na Mesopo-
tâmia e datado no mesmo período. O principal componente do azul egípicio
são cristais de tetrasilicato de cobre e cálcio (CaCuSi4O10). Uma descrição
concisa da metodologia de preparo do azul egípicio pode ser observada em
Ten Books of Architecture, (do romano Vitruvius, Século 1 a.C.), traduzido
por M. H. Morgan.
A escultura representada na Figura 2 foi preparada por uma técnica cha-
mada fiança. Esta tecnologia consiste em vitrificar matérias cerâmicas atra-
vés do uso de quartzo bruto ou areia, misturada com, carbonato e bicarbona-
tos de sódio e fogo. Não se sabe onde o processo se iniciou, mas a faiança era
utilizada na fabricação de jóias no Egito e na Mesopotâmia no quarto milênio
antes de Cristo (MAAR, 2008).
Figura 3
Esculturas em cerâmica do Nas esculturas que compões o exército de terracota, conforme mostra a
exército de terracota
Figura 3, pode ser visto os vestígios de um pigmento roxo produzido e utili-
zado pelos chineses.

12 MÓDULO 1
OS ELEMENTOS E ÁTOMOS DA ANTIGA GRÉCIA

Os filósofos gregos que viveram no período compreendido entre os Séculos


VII e V a.C são conhecidos como pré-socráticos (MAAR, 2008) foram os pri-
meiros pensadores a especularem sobre a natureza, a origem da matéria, as
suas transformações e a relação destas coisas com o que estava acima dos
homens, o divino.
Destaca-se o mais antigo dos pré-socráticos Tales de Mileto (640-548
a.C.) reconhecido como o pai da Filosofia e da Ciência Ocidental, foi muito
citado por filósofos respeitados e conhecidos como Aristóteles (384-322 a.C.)
e Platão (427-348 ou 347 a.C.).
Tales de Mileto procurava algo que pudesse ser considerada uma “unida- TALES DE
de” da natureza, um princípio que pudesse ser responsável pela multiplici- MILETO
dade dos seres, para ele esta unidade era a água. Ele foi o primeiro filósofo a
propor uma explicação da natureza sem recorrer ao poder divino ou sobre-
natural, mas sim, a explicação pela razão. Segundo Tales, a água, era essa
unidade primordial, pois, ao ser resfriada, tornava-se densa e dava origem à
terra, ao ser aquecida transformava-se em vapor e ar, que precipitavam sob
a forma de chuva ao ser novamente resfriada. Assim, por meio desse ciclo
nasciam as diversas formas de vida vegetal e animal (GLEISER, 2008).
Segundo Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.), discípulo de Tales,
o princípio fundamental, eterno, ilimitado e imaterial era o apeiron. Para
Anaximandro o apeiron era uma espécie de substância eterna, indestrutível,
infinita, dotada de movimento e invisível, sempre que algo interferisse no
equilíbrio o apeiron o restaurava. Por este princípio ele foi considerado o
filósofo pré-socrático mais ousado (MAAR, 2008) devido sua visão abstrata
e dinâmica da natureza em transformação. Ele não considerava a água como
a unidade, pois, assim como a neve, a Terra e o Fogo sofria transformações.
Outro filósofo pré-socrático que merece destaque foi Anaxímenes de
Mileto (588-524 a.C.). Para ele havia sim uma unidade fundamental esta uni-
dade era o Ar e de acordo com a condensação ou a rarefação formaria todas

A Química da Antiguidade ou Protoquímica 13


as outras coisas. Com ele surgiram também as primeiras noções quantitativas,
pois, as características da matéria poderiam ser explicadas pelas diferenças de
quantidades de Ar (ASIMOV, 1982).
Anaxágoras, outro filósofo citado em diversas literaturas, viveu em Atenas
e acreditava que a matéria era infinitamente indivisível, composta de todos os
elementos existentes em proporções variáveis e que se manifestava na forma
daquele elemento predominante.
Para Héraclito (540-475 a.C.) o fogo é o elemento primordial, a chama
pode adquirir várias formas e pode ser agente de transformação (ASIMOV,
1982). As transformações só ocorriam devido ao fogo. Por este princípio Herá-
clito é considerado o precursor de concepções como o “flogístico”, “calórico”,
“luz” os elementos imateriais de Lavoisier (MAAR, 2008).
Empédocles (490-435 a.C.) deu sua contribuição na História e evolução da
Química uma vez que segundo ele, a matéria era formada por 4 “raízes” em
proporções diferentes: Terra, Água, Fogo e Ar. O termo “raízes” foi utilizado
inicialmente em lugar da palavra elemento que foi empregada pela primeira
vez por Platão. Para Empédocles o que mantinha unido ou separado os com-
postos era o Amor ou o Ódio. O amor como uma força que unia e o ódio como
a força de repulsão. A ideia dos quatro elementos influenciaram também ou-
tras áreas do conhecimento como a área médica onde se destacou Galeno que
pode ter sido o principal médico da Antiguidade. Estas ideias eram bastante
razoáveis para a época, uma vez que, no mundo material percebiam-se: sólido
(Terra), líquido (Água), gasoso (Ar) e energia (Fogo) (STRATHERN, 2002).
São atribuídos a Leucipo de Mileto e Demócrito (470-380 a.C.) a teoria
atomista que considerava que a menor partícula possível que não teria mais
como ser dividida era o átomo. Cada átomo apresentava características pró-
prias como forma, massa e tamanho e estavam em constante movimento no
vácuo. A teoria atomística foi considerada materialista por não deixar lugar
para valores espirituais, não utilizar teorias de ordem natural do universo e
nem utilizar teorias pré-estabelecidas. Algumas das razões para que esta teoria
tenha tido uma aceitação bastante restrita na época de sua divulgação. Outra

14 MÓDULO 1
limitação para a teoria atômica era sua base puramente filosófica em uma
época onde o experimentalismo começava a surgir.
As teorias dos elementos mais elaboradas foram desenvolvidas por Platão
e Aristóteles. Platão foi o primeiro a propor uma teoria molecular: trata-se do
atomismo geométrico que teve forte influencia de Pitágoras, pois Platão o as-
sociou aos cinco sólidos geométricos propostos por Pitágoras (582-497 a.C.). O
fogo por ser o mais leve e móvel dos elementos foi associado ao tetraedro, que
é o mais leve dos poliedros que são apresentados na Figura 4, uma vez que só
apresenta quatro lados. O poder destrutivo do fogo era explicado pelas arestas
pontiagudas do tetraedro. O cubo, poliedro mais estável foi associado a Terra,
o octaedro foi associado ao ar enquanto o icosaedro à água.

Figura 4
Poliedros de Platão

Segundo (VIDAL, 1986), essa teoria permitia o princípio da conservação


da matéria, pois, uma vez que o ar esta associado ao octaedro (oito triângulos
eqüiláteros) e o fogo ao tetraedro (quatro triângulos eqüiláteros) a proporção
era estabelecida.

1 Ar 2 Fogo

A Química da Antiguidade ou Protoquímica 15


Aristóteles é considerado autoridade suprema em todos os campos da
Ciência Antiga. Todos os seus escritos e as interpretações realizadas pelos
“comentadores” de suas teorias permitiram com que seus estudos e trabalhos
fossem divulgados até o final da Idade Média. A aceitação da teoria dos quatro
elementos: Fogo, Terra, Água e Ar e suas respectivas propriedades, conforme
mostra a Figura 5 defendida por Platão em detrimento da teoria atomista,
juntamente com a aprovação da igreja, direcionou a evolução da Química
até o Renascimento. Aristóteles adotou esta teoria e ainda propôs mais um
elemento, o quinto elemento, a “quintessência” que deveria ser o éter. Para
Aristóteles, o éter era a matéria formadora das estrelas, ele ainda associou aos
aristóteles 5 elementos qualidades primárias e fundamentais como: quente e frio, seco e
úmido (ASIMOV, 1982). A Figura 6 apresenta, segundo Aristóteles, a represen-
tação dos 5 elementos e as suas respectivas propriedades.

Figura 5
Os 4 elementos de Platão e
suas propriedades

Figura 6
A representação dos 5 elementos e suas
propriedades, segundo Aristóteles

16 MÓDULO 1
Atividades para o Nível 1 de Avaliação

1) Durante muitos anos o homem fez uso das pinturas rupestres como forma
de comunicação. Faça uma pesquisa descrevendo pelo menos três figuras
mais encontradas nestas pinturas e o tipo de cenas mais comumente en-
contradas nestes registros.

2) Há muitos anos, o principal método utilizado para purificação dos metais


ouro e prata era conhecido como método da copelação. Faça uma pesquisa
na literatura sobre esse método descrevendo-o em detalhes.

Atividades para o Nível 3 de Avaliação


Essas Atividades deverão ser realizadas em grupo contendo no máximo quatro
componentes.

1) De que maneira o domínio do fogo influenciou o modo de viver do homem


primitivo?

2) Várias esculturas foram preparadas através de uma técnica denominada


fiança. Em que consiste esta técnica?

3) No antigo Egito as matérias primas para a produção de vidro eram abun-


dantes. Descrever a respeito das várias hipóteses para a obtenção do vidro.

4) Água, apeiron, terra e fogo foram considerados elementos primordiais para


os filósofos Pré-socráticos. Descrever a respeito das ideia defendidas por
cada um desses filósofos.

A Química da Antiguidade ou Protoquímica 17


5) Escreva a respeito da teoria dos quatro elementos defendida por Empédocles.

6) Explicar a frase: “Platão associou os cinco sólidos geométricos propostos


por Pitágoras á sua teoria dos elementos”.

7) Explicar a teoria dos elementos de Aristóteles associando a eles as quatro


propriedades fundamentais: quente, frio, úmido e seco.

18 MÓDULO 1
MÓDULO 2
ALQUIMIA
Dentre as várias abordagens dadas ao tema Alquimia é importante destacar
a abordagem da componente simbólica, que é a componente psíquica-reli-
giosa-filosófica e da componente científica, que abrange a experimentação. O
objetivo deste livro texto é apresentar uma abordagem geral da componente
científica uma vez que a experimentação foi de extrema importância para o
desenvolvimento da Química. Isso porque, a Química já não é considerada
mais como a conversão da Alquimia, embora sabendo que em um período da
História ambas coexistiram, o contexto material e espiritual da Alquimia foi
se desfazendo com o advento da Ciência Moderna, onde a subjetividade, a
imaginação e a revelação deram lugar à objetividade. A Figura 7 apresenta a
foto de um laboratório que era utilizado para a prática da Alquimia.
Figura 7
Vários autores entre eles (MARR, 2008), apontam que Alexandre da Ma- Laboratório utilizado para a
prática do alquimista
cedônia (356-323 a.C.) revolucionou por todas as suas conquistas, os dados
materiais e intelectuais de seu tempo. A cidade de Alexandria fundada por ele
tornou-se a principal metrópole econômica e cultural de seu tempo. Alexan-
dria era o centro de convergência e recriação da Arte, dos estudos Platônicos,
Pitagóricos, Estóicos, Egípicios e Orientais. Em Alexandria se encontravam
a Biblioteca e o Museu de uma Escola de Medicina. A Biblioteca foi manti-
da pelos Ptolomeus até sua destruição no Século III d.C. E foi na cidade de
Alexandria que houve o nascimento e crescimento da prática alquímica. Esta
prática permitiu o desenvolvimento da metalurgia, a produção e aperfeiçoa-
mento de aparelhagens e fornos, produção de papiros e ao fortalecimento da
prática experimental. Os alquimistas desenvolveram muitos processos ligados
a: metalurgia e a preparação de ligas, práticas de purificação como a destila-
ção, a cristalização, sublimação, dissolução e filtração. Neste contexto pode-
mos destacar o uso do “banho-maria” que foi inventado por Maria, a Judia,
no período Alexandrino, (DAMPIER, 1986) a mais antiga mulher alquimista
citada na literatura.
As técnicas alquímicas eram também utilizadas na busca da pedra filo-
sofal, um sólido misterioso capaz de transmutar os metais, que seria capaz
de tornar material não nobre em metal nobre e valioso, a exemplo do ouro.

ALQUIMIA 23
Assim como o elixir da longa vida, remédio que era utilizado para cura de
males e capaz de transformar o ser humano em um ser mais nobre ou um ser
melhor. Em relação aos equipamentos utilizados pelos alquimistas podemos
destacar o forno, que era o núcleo do laboratório. Eles utilizavam um tipo de
forno para cada tipo de operação, pois, até o Século XV ainda não se sabia
como regular o aquecimento nos fornos. Destaca-se também o Kerotakis, uma
espécie de condensador de reflexo de cerâmica que permitia a colocação de
materiais voláteis cujos vapores entravam em contato com os materiais só-
lidos. Outra contribuição da Alquimia ficou conhecida como “o fogo grego”,
uma mistura que se inflama a qual garantiu a vitória de Bizâncio contra a
armada sarracena em Cízico, cuja composição foi mantida em segredo por
muito tempo. Os Alquimistas distinguiram dois princípios, o enxofre que
correspondia ao princípio masculino (quente, ativo, duro) e o mercúrio que
correspondia ao princípio feminino (passivo, volátil, frio, maleável). Eles co-
nheciam também sete metais que eram associados às figuras da astrologia
como o sol, a lua entre outros.
As possibilidades de transmutação de metais menos nobre em um metal
nobre, como o ouro, conduziram a um grande número de pessoas, conhecidas
como charlatãs, que tentavam o enriquecimento através dessas transmutações.

A SIMBOLOGIA DA ALQUIMIA

Em relação a linguagem expressada pelos Alquimistas é importante destacar


que foram eles os primeiros a utilizar símbolos para representar os elementos
conhecidos na época. Posteriormente essa mesma simbologia foi utilizada ini-
cialmente no sistema de notação química para representar os compostos (NE-
VES et. al, 2008). As Figuras 8 e 9 apresentam alguns símbolos alquimistas.
Este sistema de símbolos foi utilizado até o início do Século XIX quando o
cientista sueco Jöns Jacob Berzelius reformou o sistema de nomenclatura iniciada
por Lavoisier que substituiu os símbolos utilizados pelos alquimistas por letras.

24 MÓDULO 2
oro plomo azufre cal viva cinc platino
(sol)

bismuto plata esteño carbon aire cobalto

cobre agua hierro níquel mercurio antimonio

fuego arsénico óxido de hierro

Figuras 8 e 9
O ano de 1144 foi possivelmente o ano da introdução da Alquimia na Símbolos utilizados pelos alquimistas

Europa, pois, esta foi a data da primeira tradução de uma obra alquimista
chamada Livro da Composição da Alquimia de autor desconhecido traduzido
por Robert de Chester, um dos tradutores mais antigos que viveu na Espanha
(MARR, 2008).
Porém, já havia na Europa várias práticas associadas ao conhecimento
químico como a prática metalúrgica, tinturaria, curtição de couro, utilização
de produtos naturais como remédios entre outras práticas e “operações quí-
micas”. Porém, eram atividades exclusivamente práticas não se classificando
como Alquimia. Dentre estas práticas podemos destacar a destilação de álcool,
o refino de açúcar, do salitre, a fabricação de explosivos, como a pólvora e o
“fogo grego”. Alguns destes conhecimentos foram também obtidos através do
contato com a cultura árabe (MARR, 2008).
A teoria dos elementos defendida por Aristóteles dá um suporte para os
alquimistas na ideia da transmutação, defendida por eles, pois, ao se aumentar
ou diminuir as proporções dos elementos poderíamos transmutar uma matéria
em outra, procurando-se com isso enobrecer os materiais. Na Europa a Alqui-
mia foi desenvolvida em grande parte pelos integrantes da igreja, a Alquimia

ALQUIMIA 25
Cristã. Neste contexto merecem destaque Alberto Magno que foi canonizado
Doctor Universalis, que apesar de acreditar na dificuldade da transmutação
relacionou vários conhecimentos aristotélicos, judaicos e árabes preparando
a potassa caustica como também, fazendo a descrição química do cinabre e
alvaiade. Podemos destacar também o filósofo Roger Bacon que ficou conhe-
cido como Doctor Mirabilis, o qual, depois de completar os 30 anos de vida
tornou-se um frade franciscano, foi preso e acusado de heresia por defender
a transmutação. Para ele os metais que não tivessem um “balanço perfeito”
deveriam receber tratamento com remédios adequados para que ele se equi-
librasse e viesse a formar o ouro, ou seja, a necessidade de se curar o metal
da mesma forma que o homem deveria curar sua vida com o elixir, defendida
pelas ideias dos alquimistas (CHASSOT, 2004).
No campo das Ciências Naturais, Bacon deu uma importante contribuição
direcionando o caminho a seguir na tentativa de unir o empirismo à ex-
perimentação e ao desenvolvimento matemático. Em uma de suas obras ele
descreve detalhadamente o preparo da pólvora com as proporções de salitre,
enxofre e carvão (HOLMYARD, 1990).
Outro alquimista muito conhecido foi Paracelso , médico suíço, conside-
rado um dos mais místicos alquimistas. Paracelso (1453-1541) conhecedor de
medicina, mineralogia e alquimia cujos princípios foram aprendidos com seu
pai em viagens pela Europa, teve um importante papel na História da Ciên-
cia, uma vez que, ele uniu estas três áreas do conhecimento popularizando a
chamada Iatroquimica, (VANIN, 1994) que pode ser chamada atualmente de
Química Medicinal. Paracelso usava a alquimia na qual a transmutação era
fundamentada no equilíbrio entre o enxofre e o mercúrio, ele introduziu ainda
o uso de muitos medicamentos alquímicos na área da medicina.
(Paracelso), recomenda aos médicos seus colegas que não tivessem medo
de sujar as mãos no laboratório com vista a preparar medicamentos. Assim

PARACELSO a atividade experimental que então se desenvolve permitirá um melhor


conhecimento dos produtos químicos (VIDAL, 1986).

26 MÓDULO 2
Figura 10
Laboratório e tenda oratória com
uma alquimista de joelhos

Figura 10 (próxima página)


Laboratório e a tenda oratória com uma
alquimista de joelhos.

ALQUIMIA 27
A literatura que aborda sobre a Alquimia apresenta algumas curiosidades
apontadas por alguns autores, que descreveram como a Alquimia influen-
ciou alguns nomes que observamos até os dias de hoje, como exemplo, po-
demos citar a palavra Laboratório que significa:
Labor: Trabalho | Oratório: Local de Orações
Os alquimistas faziam orações nos seus locais de trabalho antes e durante
as práticas experimentais com o objetivo de se tornarem mais perfeitos e
equilibrados para que seus “experimentos” fossem bem sucedidos. Abaixo
vemos uma dessas orações proferidas por Nicolas Flamel na sua prática de
alquimia (FARIAS, 2007).

ORAÇÃO DE NICOLAS FLAMEL


Deus todo poderoso, eterno Pai da luz, de quem provêm todos os bens e
todos os bens perfeitos, imploro Vossa Misericórdia infinita; deixai-me
conhecer Vossa sabedoria eterna; aquela que circunda Vosso trono, que
criou e fez, que conduz e conserva tudo. Dignai-Vos envia-la do céu a
mim, de Vosso santuário, e do trono de Vossa glória, a fim de que ela
esteja em mim e opere em mim; é ela que é a senhora de todas as coisas.
Faz com que ela me acompanhe em todas as obras que, por seu espírito
eu tenha a verdadeira inteligência de todas as coisas. Faz com que ela
me acompanhe em todas as obras, que eu proceda infalivelmente na
nobre arte à qual estou consagrado, na busca de miraculosa pedra dos
sábios que ocultastes ao mundo, mas que tendes o hábito de descobrir
ao menos a vossos eleitos. Que essa grande obra que tenho a fazer cá
embaixo seja começada, continuada e concluída ditosamente por mim;
que, contente, goze-a para sempre. Imploro-Vos, por Jesus Cristo, a pe-
dra celeste, angular, miraculosa e estabelecida por toda eternidade, que
comanda e reina Convosco.
Referência: História da Alquimia, (FARIAS, 2007)

28 MÓDULO 2
Outro fato curioso é a associação do enxofre ao diabo. Em função da
utilização do enxofre em seus laboratórios e casas, o cheiro forte de enxofre
denunciava a localização dos alquimistas em suas práticas experimentais.
Sendo assim, o enxofre foi associado ao diabo. E os adeptos destas práticas
foram acusados de bruxaria, pacto com o diabo e sofreram perseguições du-
rante a Idade Média.
O símbolo do triângulo (∆) , que era utilizado para representação de aque-
cimento na época dos alquimistas é o mesmo que é utilizado ainda hoje, na
representação de uma equação química.

ALQUIMIA 29
Atividades para o Nível 1 de Avaliação

1) O que significa a palavra Alquimia?

2) Segundo a literatura a Alquimia pode ser subdividida de acordo com a sua


origem faça uma pesquisa e discuta a respeito de cada uma delas.

Atividades para o Nível 3 de Avaliação


Essas Atividades deverão ser realizadas em grupo contendo no máximo 04
componentes.

1) Em que acreditavam os alquimistas e quais as suas principais atividades?

2) Explicar por que em alguns procedimentos os alquimistas conseguiram


obter ouro.

3) Quais as principais contribuições deixadas pelos alquimistas para a Química?


Indicar no mínimo 04 dessas contribuições.

4) Indicar no mínimo 04 contribuições de Paracelso na Medicina.

30 MÓDULO 2
MÓDULO 3
A QUÍMICA NO SÉCULO
XVI E XVII
A partir do Século XVI e XVII o mundo rompe com os conceitos do universo
aristotélico o que contribuiu para a Revolução Científica, dentre os aconteci-
mentos importantes para este fato podemos citar (MARR, 2008):
1. A elaboração de uma metodologia de trabalho, objetiva para a inves-
tigação científica;
2. Abandono da autoridade “dogmática” de Aristóteles que não se valia
de comprovação experimental e aplicação da filosofia aristotélica ape-
nas quando comprovada por fenômenos empíricos;

FRANCIS
3. A volta ao empirismo para abordagem dos fenômenos;
4. Crescente urbanização;
5. O crescimento do poder econômico e político, que sustentava a inves- BACON
tigação cientifica e tecnológica.

A seguir são apresentados alguns nomes importantes que ficaram em evi-


dência no período Renascentista.

Francis Bacon (1561-1626)

Considerado um dos criadores do Método Científico Moderno e da Ciência


Experimental. Em um dos seus trabalhos ele propôs que para se conhecer a
natureza existe a necessidade de observar os fatos, repetir as observações,
JOHANN
RUDOLPH
GLAUBER
classificar os fatos e determinar suas causas (CHASSOT, 2004).

Johann Rudolph Glauber (1604-1670)

Glauber realizou muitas investigações na área da Química Mineral o que o


levou a aperfeiçoar vários métodos de obtenção do ácido sulfúrico, preparou
também o ácido clorídrico e sulfato de sódio que ficou conhecido como sal
de Glauber.

A QUÍMICA NO SÉCULO XVI E XVII 35


Glauber era médico e alquimista e buscava encontrar em seus experimen-
tos alquímicos soluções para o tratamento e cura de enfermidades (THOM-
SON, 1830). Nestes seus trabalhos, sintetizou o tricloreto de arsênio, acetato
de potássio e o permanganato de potássio. Glauber é considerado o maior
expoente da Química Inorgânica do Século XVII e também a maior autoridade
em Tecnologia Química do seu tempo. Defendia que os conhecimentos obtidos
pela experimentação deveriam ser colocados em prática para a melhoria e
aproveitamento dos recursos naturais e dos resíduos obtidos a partir dos pro-
cessamentos realizados na época. O próprio Glauber trabalhou em um projeto
de aproveitamento de resíduos provenientes da indústria vinícola, utilizando
para isso as tecnologias químicas, obtendo assim tartaratos. (MARR, 2000).

Robert Boyle (1627-1691)

Robert Boyle conduziu definitivamente a Química pelos caminhos experimen-


tais. Através dos seus trabalhos conseguiu ultrapassar o nível da experimen-
tação e iniciou o trabalho de reflexão racional dos fenômenos ocorridos na
prática. Embora Boyle tenha praticado a Alquimia, foi o primeiro a dar uma
definição clara de elemento químico (MUIR, 1907). Mostrou através de da-
dos experimentais que a teoria dos elementos e os princípios alquimistas não

ROBERT
BOYLE
poderiam ser assim chamados, visto que não poderiam ser obtidos de outros
corpos. Boyle foi um crítico das ideias de sua época e escreveu o livro: The
Sceptical Chemist (O Químico Cético), no qual censurou qualquer tipo de mis-
tificação apontado por ele como obstáculo para o conhecimento científico
(VANIN, 1994). Este fato para muitos historiadores foi o marco para a evo-
lução da Química Moderna. Não apenas a explicação do elemento químico,
mas também o estudo dos gases e sobre combustão e calcinação. Também a
mudança de coloração observada ao se colocar substâncias ácidas, básicas e
neutras em contato com indicadores, Boyle em suas investigações utilizou o
papel de tornassol e a tintura extraída do pau-brasil, entre outros. Esses es-

36 MÓDULO 3
tudos foram publicados em 1644 em seu livro de característica experimental
History of Colours. O uso dos indicadores para determinação de ponto final
nas titulações só foi sugerido muitos anos depois em 1767 por William J.
Lewis. Outra importante contribuição foi o estudo dos gases e a Lei de Boyle.
Seus experimentos incentivaram, sobretudo, o estudo das propriedades físico-
-químicas dos gases, o que propiciou várias descobertas por cientistas como
Torriceli (1608-1647), Otto Von Guericke (1602-1686) e Robert Hooke (1635-
1703). Através do estudo sobre gases constatou-se que a pressão é inversa-
mente proporcional ao volume de um gás: pV= Constante (MARR, 2008).
A Figura 11 apresenta uma foto do livro escrito por Robert Boyle, The
Sceptical Chemist (O Químico Cético).

Nicolas Lémery (1645-1715)


Figura 11
Químico Cético, publicado em 1659
Nicolas Lémery ganhou notoriedade após publicar o livro Cours de Chimie em por Robert Boyle
1675, constituindo-se um livro de prática química, que apresentava uma visão
atomista da matéria. Descreveu as propriedades da matéria de acordo com as
formas dos seus componentes (NEVES et. al., 2008). Ele descrevia a neutra-
lização como um processo em que os ácidos que possuem pontas agudas se
encaixam nos orifícios das bases, esse processo resulta na quebra das pontas
dos ácidos ocorrendo então a formação dos sais que não são mais pontiagudos
como os ácidos que o originaram. Porém, a contribuição que será responsável
por um salto na noção de ligação entre corpúsculos viria com Newton.

NICOLAS

LÉMERY

A QUÍMICA NO SÉCULO XVI E XVII 37


Isaac Newton (1642-1727)

Três descobertas fundamentais de Newton foram obtidas sem contato com


a academia:
1. Cálculo diferencial
2. Lei da composição da luz (Disco de Newton)
3. A lei da gravitação universal

ISAAC
NEWTON
Destas três descobertas, a lei da gravitação universal defendida por Newton
explicava os fenômenos químicos como resultantes de forças de atrações e
repulsões entre corpúsculos e estas forças podiam ser calculadas e não filo-
sóficas, como a teoria das forças atrativas e repulsivas do amor e ódio como
mencionado no módulo anterior (CHASSOT, 2004). Estas entre dezenas de
contribuições de Newton, representam um sucesso e constituíram uma grande
transformação e evolução da Ciência. Sem dúvida alguma, a lei da gravitação
universal é uma das mais conhecidas e caricaturizadas da História da Ciência
conforme mostra a Figura 12 e o livro que imortalizou Isaac Newton foi inti-
tulado de The Principia, conforme apresentado na foto da Figura 13.
Para Newton as forças poderiam ter efeitos limitados a certas distâncias,
interpretando assim a elasticidade dos gases, a coesão dos sólidos, e ainda
Figura 12
Isaac Newton e sua maçã acreditava numa atração mútua existente, segundo ele, no deslocamento de
um metal numa “reação de dupla troca” ou de “simples troca” onde ocorre a
troca de um metal por outro. Por exemplo, numa reação o ferro tem a capaci-
dade de deslocar a prata e o cobre, isso significava que o ferro tem uma força
de atração maior que a da prata e do cobre, o que explicava a ocorrência deste
deslocamento (MARR, 2008). Newton realizou experimentos alquímicos com
intensidade entre os anos de 1669-1711 durante aproximadamente 42 anos.
Um incêndio ocorrido em sua residência queimou seus manuscritos alquími-
cos dos últimos vinte anos (FARIAS, 2008).
Figura 13
The Principia

38 MÓDULO 3
Etienne François Geoffroy (1672-1731)

Vários cientistas discorreram a respeito das forças que regiam a afinidade


química dos elementos, mas o primeiro avanço ocorreu com Etienne François
Geoffroy (MEYER, 1906). A Tabela de afinidade Geoffroy conforme apre-
sentada na Figura 14 é formada por 16 colunas e relaciona 16 substâncias
determinadas experimentalmente ou faz o relato das já conhecidas. Nesta
Tabela, as Afinidades Químicas diminuem à medida que descemos ao longo ETIENNE
das linhas da coluna, com a Tabela foi possível prever as “reações”.
Se: AB + C AC + B, isso nos informa que o elemento C tem maior FRANÇOIS
afinidade que o elemento B, logo ele estaria mais acima na Tabela de Geo- GEOFFROY
ffroy. Traduzindo a primeira coluna para uma linguagem moderna, podemos
entender melhor o assunto do qual essa Tabela tratava. A primeira coluna
refere-se às reações ácido-base, na qual se acompanha a ordem decrescente
de reatividade dos ácidos frente aos álcalis, aos óxidos metálicos e aos metais.
Assim, um ácido reagiria preferencialmente com álcalis fortes (bases fortes,
NaOH, KOH,...), seguido dos álcalis fracos (NH4OH,...), dos óxidos metálicos e
dos metais (MOCELLIN, 2006).
Geoffroy não foi feliz ao propor que o ferro proveniente das cinzas obti-
das da calcinação de plantas era produzido artificialmente no momento da
ignição, empenhou também suas forças ao combater fraudes e alquimistas
charlatões. Parte do seu trabalho foi publicado no livro Memories of France
Academy e parte em Philosophical Transactions. Em outro trabalho Trac-
tatus the Materia Medica Geoffroy coloca a Química como ciência irmã da
Medicina (MEYER, 1906).

A QUÍMICA NO SÉCULO XVI E XVII 39


Figura 14
Reprodução da Tabela de Afinidades SM
Químicas de Goffroy S

PC

SM

Cuivre. Soufre mineral. [Principe.


Fer. Principe huileux ou Soufre
Plomb. Espirit de vinaigre.
Etain. Eau.
Zinc. Sel. [dents
PC Pierre Calaminaire. S
Espirit de vin et Espirits ar.
Espirits acides. Terre absorbante.
Acide du sel marin. SM Substances metalliques.
Acide nitreux. Mercure.
Acide vitriolique. Regule d’Antimoine.
Sel alcali fixe. Or.
Sel alcali volatil. Argent.

A TEORIA DO FLOGÍSTICO
De acordo com as concepções filosóficas da Grécia antiga, tudo que pode
inflamar-se contém o elemento fogo. Para os alquimistas, o princípio que fazia
com que os corpos ardessem era o “enxofre”.
Um novo princípio para inflamabilidade foi proposto pelo químico alemão
Johann Joachim Becher (1635-1682) e seu seguidor Georg Ernest Stahl (1659-
1734) foi quem propôs para esse princípio o nome Flogístico (nome provenien-
te de uma palavra grega que significa “fazer arder”).
A teoria do Flogístico nasceu a partir das observações sobre a combustão
da matéria. Segundo a teoria, atribuída a Stahl, o flogístico seria o fogo fixado
na matéria. Ele estaria contido na matéria e seria liberado durante a queima
dos corpos (VIDAL, 1986).

40 MÓDULO 3
queima
METAL CAL METÁLICA + FLOGÍSTICO
adição
de carvão

O processo seria reversível, podendo o metal ser regenerado se fosse trans-


ferido para a cal metálica o flogístico contido em outros corpos: queima da cal
metálica em presença de carvão. A eficiência dessa teoria começou a ser ques-
tionada quando não conseguiu explicar o aumento da massa observada na
massa da cal metálica em relação ao metal de partida. Uma vez que o flogís-
tico era liberado do metal, deveria ocorrer uma redução na massa do produto
obtido, fato este que não era observado. Diversas hipóteses foram elaboradas,
por exemplo: (1) o flogístico teria uma gravidade diferente da matéria o que a
tornaria menos pesada. A ser liberado na queima o resíduo gerado aumentaria
sua massa; ou (2) o flogístico poderia ter um peso negativo.
A teoria do Flogístico foi defendida e sustentada por muitos químicos da
época. Entretanto, diversos estudos colaboraram para que a teoria do Flogístico
desaparecesse por completo, entre esses estudos podemos enfatizar: a desco-
berta do oxigênio e a teoria antiflogística ou teoria da oxidação proposta por
Lavoisier, como resultado dos seus estudos sobre gases.

A QUÍMICA NO SÉCULO XVI E XVII 41


Atividades para o Nível 1 de Avaliação

1) Qual o nome do cientista que foi considerado um dos criadores do Método


Científico Moderno e da Ciência Experimental?

2) Citar algumas das realizações que justificam essa afirmação: “Glauber é


considerado o maior expoente da Química Inorgânica do Século XVII e
também a maior autoridade em Tecnologia Química do seu tempo”.

Atividades para o Nível 3 de Avaliação


Essas Atividades deverão ser realizadas em grupo contendo no máximo 04
componentes.

1) Identificar entre as diversas contribuições de Isaac Newton, qual foi a que


permitiu uma maior evolução das ideias “químicas”.

2) Explicar os fundamentos da teoria do Flogístico.

3) O livro The Sceptical Chemist (O Químico Cético), publicado por Robert


Boyle em 1659, censurou qualquer tipo de mistificação que foi apontado
por ele como um obstáculo para o conhecimento científico. Este livro foi
considerado um marco para a evolução da Química. Citar no mínimo três
contribuições de Robert Boyle.

42 MÓDULO 3
MÓDULO 4
A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII
O ESTUDO DOS GASES E A DESCOBERTA DO OXIGÊNIO
SCOBERTA DO OXIGÊNIO

O estudo dos gases conduziu a uma revolução na Química. Um dos pioneiros


em tais estudos foi o médico flamenco Jean Baptiste Van Helmont (1577-
1644). Em seus estudos conseguiu diferenciar o ar de uma substância amorfa
e sem volume definido que era liberado em algumas reações. As características
dessa substância permitiram fazer uma comparação com o chaos da Mitologia
Grega: matéria amorfa e desordenada a partir da qual foi criado o universo.
A palavra chaos, em pronúncia flamenca, teria dado origem ao vocábulo gás.
Van Helmont obteve um gás que foi batizado por ele de gás silvestre que atu-
almente conhecemos como dióxido de carbono (ASIMOV, 1982).
A partir do Século XVIII diversos pesquisadores se dedicaram de forma mais
intensa ao estudo dos gases conseguindo resultados muito importantes.
O químico Stephen Hales, estudioso britânico dos gases, desenvolveu a téc-
nica de recolher gases sobre a água, com a utilização de um equipamento de-
Figura 15
senvolvido por ele mesmo, a cuba pneumática conforme mostra a Figura 15. Cuba Pneumática

Este equipamento, que foi muito utilizado por Lavoisier em seus experimentos,
consistia numa tina cheia de água (4) sobre a qual se inverte um balão cheio de
água (3). O gás que se produz no balão (1) chega ao balão invertido por um tubo e
desloca a água que ele contém, podendo assim ser coletado (FILGUEIRAS, 2007).
O químico escocês Joseph Black ao aquecer carbonato de cálcio, observou
a liberação de gás deixando como resíduo óxido de cálcio. Esse gás poderia
combinar-se novamente com o óxido e restaurar o carbonato. Ele chamou esse
gás de ar fixo e observou que era idêntico ao gás silvestre de Van Helmont.
Outro químico escocês, Daniel Rutherford (1749-1819) descobriu o ar flo-
gisticado, hoje chamado de nitrogênio. Ao químico inglês Henry Cavendish
(1731-1810) é atribuída à descoberta do hidrogênio por ter sido ele o primeiro DANIEL
a estudá-lo sistematicamente determinando sua densidade e observando a sua RUTHERFORD
fácil inflamabilidade.

A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII 47


Um dos fatos mais importantes sobre o estudo dos gases foi a descober-
ta do oxigênio. Esse gás foi preparado por C. W. Scheele (1742-1786), entre
1771-1772, a partir de materiais fáceis de serem obtidos, incluindo o óxido de
mercúrio. Entretanto a descoberta desse gás foi creditada a Joseph Priestley.
O trabalho de JOSEPH Priestley (1733-1804) com o gás oxigênio viria a
tornar o seu trabalho mais notável. Ele obteve óxido de mercúrio (nome atual
do sólido vermelho formado) através da calcinação de mercúrio metálico em
presença de ar. Priestley colocou este calcinado em um tubo de ensaio e dire-

CARL cionou para ele raios solares concentrados através de uma lente. Então, algo

SCHEELE
interessante ocorreu: o mercúrio metálico era recuperado ao mesmo tempo
em que era liberado um gás com propriedades interessantes. As substâncias
poderiam sofrer combustão mais intensa em presença desse gás e esse gás
poderia ser respirado por seres vivos. Um pedaço de madeira em brasa ardia
muito mais intensamente na sua presença. Ele tentou explicar esse fenômeno
segundo a teoria do Flogístico: os materiais incendiavam mais intensamente
por que liberavam mais facilmente o seu conteúdo de flogístico em presença do
gás. Por sua vez, para aceitar tamanha quantidade de flogístico provavelmente
o gás deveria ter todo o seu conteúdo de flogístico retirado antes de entrar
em contato com o material. Dessa forma, Priestley chamou o novo gás de ar
desflogisticado. Posteriormente, o gás foi rebatizado de oxigênio. O ar desflo-
gisticado de Priestley seria o oposto do ar flogisticado de Rutherford (ASIMOV,
1982; VIDAL, 1986).
A interpretação desse fenômeno e outros envolvendo a queima de metais,
JOSEPH feita posteriormente por Lavoisier, provocou uma verdadeira revolução na
PRIESTLEY análise dos fenômenos químicos. Com Lavoisier, a teoria do Flogístico seria
abandonada de uma vez por todas e, segundo muitos historiadores, foram fun-
damentados os preceitos da Química Moderna.

48 MÓDULO 4
LAVOISIER E O ESTABELECIMENTO DA QUÍMICA MODERNA
A QUÍMICA MODERNA

Antoine Laurent Lavoiser (1743-1794)

Antoine Laurent Lavoiser, filho de Jean Antoine Lavoisier, homem de posses,


que garantiu desde cedo um ensino de qualidade ao propiciar a Lavoiser uma
educação voltada ao ensino de Ciências no Colégio Mazarin. Lavoisier era
servidor público e cientista (MARR, 2008).
O seu livro Tratado Elementar de Química está entre os principais livros da

ANTOINE
Ciência. Nele Lavoisier leva a Química a romper definitivamente com a teoria
do Flogísto de Sthal. A frase “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma”, foi proferida baseada na teoria da conservação da matéria. LAURENT
Uma das principais características do seu trabalho era a utilização da ba- LAVOISIER
lança. Pesava sempre o material utilizado no início dos seus experimentos
e os produtos finais obtidos. Com isso mostrou que a “massa” da matéria é
uma importante característica em uma reação química provando o Princípio
da Conservação da Massa (CARNEGIE, 1894). A Figura 16 mostra algumas
balanças que foram utilizadas por Lavoiser.
Lavoisier conseguiu com seus experimentos fundamentar os conceitos de
elemento químico definido por Boyle, uma vez que foi provado que a água
não era um elemento mas sim uma substância formada por dois elementos:
o oxigênio e o hidrogênio combinados em proporções fixas. Em relação ao
oxigênio, a literatura informa que Lavoisier foi o primeiro cientista a observar
que este gás em contato com uma substância inflamável produz a combustão,
Figura 16
e a importância na respiração animal e humana. A palavra oxigênio vem do Balanças usadas por Lavoisier

nome Oxígeno que significa produtor de ácido, pois, segundo um dos seus
estudos todos os ácidos eram compostos por oxigênio o que mais tarde foi
provado que não era verdade (MEYER, 1906).
Lavoisier realizou estudos sobre a fermentação acética e alcoólica. Também
merece destacar o desenvolvimento de técnicas calorimétricas, sendo conside-

A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII 49


rado o primeiro a realizar experimentos termoquímicos onde juntamente com
seus colaboradores, foram determinadas medidas do calor de reação.
A reforma no sistema de nomenclatura foi outro feito em que Lavoisier se
empenhou. A simbologia utilizada na época ainda era a mesma empregada
pelos alquimistas, além de difícil havia também nomes que designavam mais
de uma substância sendo necessário assim uma reformulação que atendesse as
novas teorias químicas. A equipe que trabalhou na nova nomenclatura quí-
mica e uma simbologia mais adequada a nova teoria Química era constituida
por Lavoisier, Guyton de Morveau, Bertholle e Fourcroy, Pierre Auguste e Jean
Henri Hassenfratz estes últimos encarregados especificamente no desenvolvi-
Figura 17
Lavoisier e seus aparatos experimentais mento de uma simbologia (MARR, 2008).
Em 1787 em Paris foi publicado o livro Methode de Nomenclature Chimique,
novo método que foi incorporado ao Tratado de Química, que foi traduzido
um ano depois, para a língua alemã e também para a língua inglesa. Um terço
desse livro é um dicionário que permitiu ao leitor, da época, relacionar os no-
vos nomes propostos pelo grupo com os nomes utilizados anteriormente, como
por exemplo, “óleo de vitriol” se torna “ácido sulfúrico” e “flores de zinco”
se torna “óxido de zinco”. Essa nomenclatura proposta sobrevive, em grande
parte, até os dias atuais. Em seu livro Traité Élémentaire de Chimie, Lavoisier
se referia aos elementos químicos como “princípio”, “elemento”, “substância
simples” e “corpo simples”. Na Figura 19 encontra-se uma reprodução da ta-
bela de substâncias simples, na qual as substâncias simples são classificadas
em quatro grupos (Tolentino, 1996):
• Substâncias simples que pertencem aos três reinos e que são consideradas
como os elementos dos corpos: calórico, oxigênio, azoto e hidrogênio;
• Substâncias simples não-metálicas oxidáveis e acidificáveis;
• Substâncias simples metálicas, oxidáveis acidificáveis e;
Figura 18
Calorímetro de gelo de Lavoisier e Laplace • Substâncias simples salificáveis e terrosas.

50 MÓDULO 4
Lavoisier, Proust e Jeremias B. Ritcher entre outros sintetizaram seus os co-
nhecimentos sobre as teorias das reações químicas propondo assim princípios
fundamentais que foram chamados de Leis que regem as reações químicas.
É importante destacar que a Lei das Proporções Definidas ou Fixas proposta
por Proust juntamente com a Lei da Conservação da Massa foram importantes
para a Teoria Atômica de Dalton.

Figura 19
Reprodução da tabela de substâncias
simples publicada na página 192 do
Traité Élémentaire de Chimie

A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII 51


Joseph-Louis Proust (1754-1826)

Numa reação química é reservado um papel importante a quantidade de rea-


gentes e a observação da quantidade de produtos formados. Após a compro-
vação da Lei da Conservação da Massa de Lavoisier, Proust passou a pesquisar
a respeito das proporções entre os reagentes e produtos, estudos para com-

JOSEPH
provação se estas proporções eram definidas por alguma lei. Proust em seus
trabalhos sugeriu que as proporções eram definidas. Este estudo o levou a

louis determinação da composição de um grande número de substâncias. Em seus


trabalhos diferenciou óxidos de hidróxidos e descobriu o açúcar da uva em
PROUST 1802. Porém, recusou o convite de Napoleão Bonaparte em industrializar o
processo de obtenção do açúcar na França (MARR, 2008).

John Dalton (1766-1844)

Dentre as pesquisas científicas de Dalton, a que foi responsável pela sua fama
imortal foi a Teoria Atômica, embora tenha realizado estudos sobre gases.
Dentre os primeiros temas que estudou foi a Meteorologia e o Daltonismo
(MEYER, 1898).
Dalton estudou o “Daltonismo” em si próprio que o definiu como a inca-

JOHN
pacidade de diferenciar as cores vermelha e verde e em seu tempo propôs uma
teoria para explicar este fato. Porém, mesmo sendo provada mais tarde que
sua explicação não era correta este fenômeno continuou sendo denominado
DALTON como “Daltonismo”. Em relação a Meteorologia Dalton durante toda a sua vida
fez diversas anotações a este respeito, segundo alguns autores, ele praticava
alpinismo e coletava amostras de ar nas diversas altitudes que percorria. Neste
campo se interessou muito por estudos de temperatura, evaporação e estudo
dos gases, constatando que a composição atmosférica era constante indepen-
dente da altitude (MOORE, 1918).

52 MÓDULO 4
A lei de Dalton das pressões parciais e outros trabalhos de Dalton levaram
a determinação do coeficiente de expansão térmica dos gases, anteriormente
apresentado por Alessandro Volta, o conceito de zero absoluto e também o
estudo da difusão dos gases. Porém, o seu trabalho mais “importante” algumas
vezes conhecido como fundamental para a Química Moderna foi a sua Teoria
Atômica, que compreende:
1. A matéria é formada por partículas indivisíveis chamadas átomos.
2. Os elementos são formados por átomos idênticos em suas propriedades
como peso e formato. Elementos diferentes possuem átomos com pro-
priedades diferentes.
3. Os compostos químicos são formados por elementos químicos que estão
unidos sempre por proporções fixas para um mesmo composto, porém
se esses elementos químicos formarem mais de um composto a propor-
ção para a formação do outro composto será diferente, ou seja, pode
variar, porém em proporções fixas.
4. O peso dos compostos é dado pela soma do peso de cada um dos ele-
mentos que o formam.

A Simbologia de Dalton
Os símbolos utilizados por Dalton conforme apresentado na Figura 20, não
eram os mesmos propostos por Lavoisier, ele utilizou os símbolos em forma
de círculos e cada um deles representava um elemento químico. No interior
destes círculos havia pontos, traços e letras que representavam os elementos,
enquanto que a junção destes círculos representavam os compostos químicos
(MEYER, 1898).
ELEMENTS Ternary
Simple
26 27 28 29
1 2 3 4 5 6 7 8
Quaternary
9 10 11 12 13 14 15 16 30 31 32 33
I Z C L

17 18 19 20
S T O
Quinquenary & Sextenary Septenary
Binary 34 35 36 37
21 22 23 24 25 Figura 20
Símbolos de compostos de Dalton

A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII 53


Dalton ainda calculou a massa dos elementos químicos conhecidos na
sua época, para tal utilizou o elemento Hidrogênio como base atribuindo ele
a massa 1, determinou as fórmulas moleculares de vários compostos cor-
retamente, porém, insistia que a fórmula da água obedecia a proporção de
1 de Hidrogênio para 1 de oxigênio (MOORE, 1918) e não a proporção 2:1
(hidrogênio:oxigênio) conforme proposto e provado experimentalmente por
Gay-Lussac em seus experimentos.

Gay-Lussac (1778-1850)

Dalton justificava que a diferença na proporção encontrada por Gay-Lussac


era resultado equivocado das medições. Mas, suas contribuições mais conhe-
cidas se referem ao estudo dos gases, trabalhando com temperatura e pressões

GAY-
constantes, o que o levou a chamada “Lei volumétrica” que estabelecia que
os gases se combinavam em proporções mais simples de volumes. Em seus

LUSSAC experimentos Gay-Lussac teve a colaboração de Alexander Von Humboldt


(MOORE, 1918). A literatura também cita o caráter aventureiro de Gay-Lussac,
ele era interessado em balões mais leves que o ar, e em 1804 chegou a alcan-
çar cerca de 7000 metros de altitude o que manteve com recorde mundial por
várias décadas (BROWN et. al, 2005).

Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro (1776-1856)

Avogadro Conde de Quaregna e de Cerreto assim como Lavoisier também


se envolveu em cargos públicos, porém teve uma vida calma sem grandes
incidentes pessoais durante este período da História. Sendo assim Avogadro
desenvolveu um trabalho empírico-teórico conciliando as ideias de Dalton e
Gay-Lussac. Para Avogadro, volumes iguais de todos os gases quando man-
LORENZO tidos à mesma temperatura e pressão continham o mesmo número de molé-

AVOGADRO culas, a hipótese de Avogadro. Hipótese simples e que foi a “chave” para que
fosse possível a elucidação “definitiva” dos pesos dos átomos. A hipótese de

54 MÓDULO 4
Avogadro publicada em 1811 culminou, quase meio Século mais tarde com a
determinação do número de Avogadro.
Dalton observou em alguns dos seus experimentos que alguns gases se
combinavam e pareciam ocupar menos volume do que ocupavam anterior-
mente, essa constatação fez com que a hipótese de Avogadro fosse rejeitada
por muitos anos. A resposta à sua indagação: “Como que gases diferentes; com
o mesmo número de átomos e compostos por átomos diferentes, com pesos
diferentes e formato diferentes; poderiam ocupar o mesmo volume?” somente
foi obtida posteriormente. Com isso ainda se passou em torno de 50 anos para
que a hipótese de Avogadro passasse a ser aceita, quando seus trabalhos foram
retomados por Stanislao Cannizzaro (1826-1910) no Congresso de Karlsruhe
em 1860. Canizzaro provou que o peso das moléculas poderiam ser obtidos a
partir da densidade do vapor desse composto, uma vez conhecendo os elemen-
tos químicos que o formavam. Mostrou também que a hipótese de Avogadro
era de vital importância na determinação dos pesos Atômicos (MARR, 2011).

EVOLUÇÃO DA TABELA PERIÓDICA


DMITRI IVANOVICH MENDELEIEV E A DESCOBERTA DA LEI PERIÓDICA
DESCOBERTA DA LEI PERIÓDICA

A busca pela ordenação do conhecimento químico motivou muitos investi-


gadores ao longo da História. Dentre eles pode-se citar vários autores como
Johann Wolfgang Dobereiner (1789-1849), Jeremias Benjamin Richter (1762-
1807); Alexandre-Émile Beguyer de Chancourtois (1820-1866); John Alexan-
der Reina Newlands (1837-1898). Em meados do Século XIX, cerca de 63 ele-
mentos químicos eram conhecidos e neste período ocorreu o desenvolvimento
da forma de agrupar esses elementos usada até o presente momento, com uma
pequena alteração que veremos ao longo deste texto.
DMITRI
Historicamente, a classificação feita por Dimitri MendeleIev (1834-1907) IVANOVICH
ganhou mais notoriedade (e a ele são dados os créditos pela tabela periódica MENDELEIEV
moderna), pois foi realizada sob um ponto de vista bastante amplo em rela-

A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII 55


ção ao que havia sido proposto até aquele momento. Antes de Mendeleiev,
tentativas de organizar os elementos foram feitas por Johan W. Döbereiner
(1780-1849) com as tríades de Döbereiner e por John A. Newlands com a lei
das oitavas. A Figura 21 mostra uma foto de Mendeleiev em seu laboratório.
Outro estudo importante foi aquele desenvolvido por Julius Lothar Meyer
(1830-1895). Meyer foi contemporâneo de Mendeleiev e também propôs uma
variação das propriedades com a massa atômica dos átomos. Ele demonstrou
a variação do volume atômico com peso atômico, organizando e apresentando
estas observações em forma de gráfico. Meyer publicou seu trabalho quase ao
mesmo tempo em que Mendeleiev, porém, de forma independente. No entanto,
o que fez a diferença entre os dois foi a interpretação genial feita por Mende-
Figura 21
Mendeleiev trabalhando em seu escritório leiev o que fez com que a sua forma de organizar os elementos continuasse
sendo usada até os dias atuais (MASANORI, 2002).
Em 1868, 63 elementos químicos eram conhecidos sendo o mais leve o
hidrogênio e o mais pesado o chumbo. Mendeleiev, professor de Química na
Universidade de São Petesburgo, tinha profundo conhecimento sobre estes ele-
mentos. Ao organizar esses elementos em ordem crescente de massa atômica,
percebeu que certas propriedades similares pareciam se repetir regularmente
(STRATHERN, 2002). A princípio ele dispõe os elementos agrupados em famí-
lias na posição horizontal. Posteriormente, classifica-os verticalmente, forma
conservada nas representações atuais. Ele foi perspicaz ao agrupar os elementos
observando a valência dos átomos: hidrogênio=1; lítio=1; berílio=2; boro=3;
flúor=1; sódio=1; magnésio=2; alumínio=3; silício=4; fósforo=3; oxigênio=2;
Figura 22
Reprodução do primeiro esboço da tabela cloro=1; e assim sucessivamente. Assim, para que os elementos pudessem ter a
periódica feito por Mendeleev em fevereiro
de 1869
mesma valência quando estivessem em uma determinada coluna, ele colocou
um elemento de massa atômica maior antes de um elemento de massa inferior.
Desse modo, o telúrio (massa atômica 128, valência=2) foi posicionado antes
do iodo (massa atômica 126,9, valência=1), desobedecendo a ordem crescente
de massa atômica. A Figura 23 mostra a Tabela Periódica de Mendeleiev.
Uma interpretação espetacular feita na sua tabela foi em relação aos es-
paços vazios presentes. Ao invés de considerá-los imperfeições da tabela, ele

56 MÓDULO 4
propôs que aqueles espaços seriam preenchidos por elementos ainda não des-
cobertos. Ele deu nomes a esses elementos desconhecidos correspondentes
aqueles espaços na tabela, chamando-os de: eka-boro, eka-alumínio e eka-
-silício. Descreveu diversas propriedades desses elementos, por exemplo o
eka-silício. Em 1885, Clemens Alexander Winkler (1838-1904) descobriu um
elemento, chamado de germânio, que correspondia ao eka-silício previsto por
Mendeleiev. Algumas propriedades antecipadas por Mendeleiev foram con-
firmadas no novo elemento descoberto conforme apresentada na Tabela 1. O
gálio (correspondente ao eka-aluminio) descoberto em 1875 por Paul Emile
Lecoq de Boisbaudran (1838-1912) e o escândio (correspondente ao eka-boro)
descoberto em 1879 por Lars Friederick Nilson (1840-1899) também corrobo-
raram as propostas de Mendeleiev (ASIMOV, 1982).

Tabela 1 - Previsão feita por Mendeleiev sobre as propriedades de um dos elementos


desconhecidos na sua época
Figura 23
Tabela Periódica de Mendeleiev
Propriedade Eka-silício Germânio publicada no Journal of the Russian
Chemical Society
Massa atômica 72 72,32
Gravidade específica 5,5 5,47
Cor Cinza escuro Cinza claro
Fórmula do óxido EsO2 GeO2
Gravidade específica do óxido 4,7 4,70
Fórmula do cloreto EsCl4 GeCl4
Gravidade específica do cloreto 1,9 1,887
Ponto de ebulição do cloreto Abaixo de 1000 C 830 C

A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII 57


A confirmação das predições de Mendeleiev em relação à descoberta desses
novos elementos colocou de uma vez por todas o seu nome na História da
Química transformando-o em um dos maiores químicos de todos os tempos.
Apesar da visão genial de Mendeleiev, o seu critério de classificação, a massa
atômica, não estava correto.
No início do século XX, com a descoberta dos prótons e a elaboração do
conceito de número atômico, o físico inglês Henry Moseley (1887-1915) des-
cobriu que a lei periódica deveria ser analisada em função do número atômico
do elemento e não do número de massa. Moseley mediu os comprimentos de
HENRY
MOSELEY
um determinado número de elementos e a ordem de comprimento de onda
coincidia com a ordem de número atômico dos elementos. Além disso, com a
descoberta dos isótopos dos elementos, tornou-se evidente, para Moseley, que
as propriedades dos elementos deveriam variar com o número atômico e não
com a massa. Ele reorganizou a Tabela Periódica colocando os elementos em
ordem crescente de número atômico, inclusive aqueles descobertos por Men-
deleiev. Este é o critério adotado na Química Moderna. A Tabela Periódica de
Mendeleiev não foi a última a ser proposta, pois, a pesar de sua grande impor-
tância e utilidade, ainda havia problemas a serem resolvidos como por exem-
plo a introdução das Terras Raras e dos Gases Nobres. A Tabela 2 apresenta
algumas informações presentes que foram observadas em algumas Tabelas
propostas posteriormente a Tabela Periódica de Mendeleev.

58 MÓDULO 4
Tabela 2 – Algumas tabelas periódicas pós-Mendeleiev, extraído de (MARR, 2008).

Ano Proponente Característica da Tabela


1882 Thomas Bayley Tabela longa, separação de subgrupos
1886 Reynolds Curva vibrando em torno de um eixo central
1886 William Crookes Variante da de Reynolds
1892 Basset Tabela longa vertical semelhante a de Mendeleev
1894 William Ramsay Inclusão dos Gases Nobres numa Tabela curta
1895 Julius Thomsen Inclusão das Terras Raras numa Tabela longa
1898 Richards Tabela longa, modificação da Tabela de Thomsen
1902 B. Brauner Inclusão das Terras Raras numa Tabela curta
1902 Stoney Espiral logarítmica com 16 raias
1902 Armstrong Tabela curta com 16 colunas
1903 Henri Moissan Elementos agrupados em 18 famílias
1905 Alfred Werner Tabela longa com inclusão das Terras Raras

CONTRIBUIÇÕES DE BERZELIUS AO DESENVOLVIMENTO DA QUÍMICA


ZELIUS AO DESENVOLVIMENTO DA QUÍMICA

Berzelius (1779-1848) ou Barão de Berzelius foi um grande experimentador.


Dentre as suas principais realizações pode-se citar a descoberta de elementos
químicos como o silício, selênio entre outros; estudo nas áreas da Química Inor-
gânica, Analítica e Orgânica; a invenção de diversos aparatos e equipamentos
utilizados em laboratório de química como o bico de Berzelius (anterior ao bico
de Bunsen), frasco lavador, funil de separação, dessecador e o papel de filtro
entre outros. Em seus trabalhos fez muito o uso de gravimetria, porém, sua obra
mais conhecida foi o sistema de nomenclatura química. Esta notação química ~
foi o primeiro sistema de simbologia racional e sistemático apresentada até
BARAO DE
aquele momento, e que substituiu de uma vez por toda a simbologia vigente
além de permitir a padronização das simbologias empregadas (MARR, 2011).
BERZELIUS
A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII 59
O sistema proposto por Berzelius utilizava a primeira letra (maiúscula) do
nome do elemento químico em Latim para sua representação, porém, em casos
onde mais de um elemento químico tivesse o nome iniciado com a mesma
letra, esta deveria ser seguida da segunda letra (minúscula) do nome em latim
(BRYSON, 2005).
Ex: Carbono = Carbonicum – símbolo proposto C
Cobalto = Cobaltum – símbolo proposto Co

È uma notação simples e que é utilizada até os dias de hoje. Outro feito asso-
ciado à Berzelius é a utilização de coeficientes, que devem ser escritos na frente
das fórmulas dos compostos, ao se escrever uma equação química para indicar
a quantidade que deve ser utilizada dos compostos na referida reação química.
Para as fórmulas dos compostos químicos ele ainda propôs a utilização, quando
necessário, de expoentes que deveriam ser escritos sobre-escritos e escrevendo
em primeiro lugar o elemento mais eletropositivo. (NEVES et. al., 2008).
Ex: Al2O3— Os expoentes representavam aqui a proporção do
átomo alumínio em relação ao átomo de oxigênio

60 MÓDULO 4
Atividades para o Nível 1 de Avaliação

1) Pesquisar na literatura como foi determinado o número de Avogadro.

2) Pesquisar na literatura a importância do Congresso denominado de Karls-


ruhe ocorrido em 1860 na evolução das ideias químicas.

3) Descrever a importância desempenhada por Stanislao Canizzaro no Con-


gresso Karlsruhe.

4) Pesquisar na literatura sobre a classificação periódica de Chancourtois lan-


çada em 1862 que ficou conhecida como Parafuso Telúrico.

5) Pesquisar na literatura a respeito de Michail Lomossov (1711-1765), des-


crevendo quais foram suas contribuições para a Ciência.

Atividades para o Nível 3 de Avaliação


Essas Atividades deverão ser realizadas em grupo contendo no máximo 04
componentes.

1) Qual a diferença entre a explicação da combustão pela teoria do Flogísto e


pela teoria de Lavoisier?

2) Descreva os procedimentos que Lavoisier introduziu durante suas inves-


tigações químicas que contribuiram para o estabelecimento da Química
como Ciência.

3) Descrever sobre a evolução dos simbolos químicos desde a Alquimia até


Berzelius.

A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII 61


4) Escrever qual foi a contribuição de Proust para o estabelecimento das teo-
rias de Dalton.

5) Apoiado por um grande número de observações Dalton estabeleceu alguns


postulados sobre a sua Teoria Atômica. Informar pelo menos quatro desses
postulados que permitiram construir o arcabouço da Química.

6) Explicar a importância da periodicidade química para a Ciência Química.

62 MÓDULO 4
MÓDULO 5
QUÍMICA ORGÂNICA NO
SÉCULO XIX

A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII 63


64 MÓDULO 4
A QUÍMICA orgânica NO SÉCULO XIX 65
66 MÓDULO 5
O desenvolvimento da Química Orgânica foi muito influenciado pela teoria do
Vitalismo. Segunda as concepções dos vitalistas somente uma força especial
(força vital) poderia atuar sobre a matéria inorgânica para convertê-la em
matéria orgânica. Os químicos, por não possuírem essa força especial, seriam
incapazes de realizar tal conversão. Naquela época as substâncias eram clas-
sificadas como combustíveis e não combustíveis. As substâncias orgânicas
estavam classificadas como combustíveis. As técnicas de estudo conhecidas
na época dificultavam muito o estudo de compostos orgânicos. A maioria dos
métodos utilizados na época envolvia aquecimento ou calcinação sendo efi-
cientes para compostos inorgânicos. O uso de tais metodologias em compostos
orgânicos, geralmente, conduzia a degradação dos mesmos não sendo possível
tirar conclusões confiáveis.

FRIEDRICH ADOLPH MARCELLIN

WOHLER WILHELM BERTHELOT


O Vitalismo na Química começou a ser abandonado a partir dos trabalhos
de Friedrich Wöhler (1800-1884). Em 1828, estudando os cianatos, entre
eles o cianato de amônio (considerada uma substância inorgânica na época),
Wöhler realizou uma descoberta revolucionária. Ele aqueceu pequena quan-

A QUÍMICA orgânica NO SÉCULO XIX 67


tidade de cianato de amônio e conseguiu obter cristais similares a uréia (uma
substância orgânica excretada pelo organismo dos seres humanos). Ele repetiu
esse experimento diversas vezes e foi capaz de confirmar, inequivocamente, a
identidade dos cristais (ASIMOV, 1982; VIDAL, 1986).
Em 1845, um discípulo de Wohler, Adolph Wilhelm (1818-1884) realizou
a síntese do ácido acético, uma substância orgânica. Ele demonstrou, na sua
síntese total, que é possível sintetizar o ácido acético a partir dos elementos
que o constituem: carbono, hidrogênio e oxigênio.
Outro pesquisador que avançou no estudo dos compostos orgânicos foi
o químico Pierre Eugène Marcelin Berthelot (1827-1907). Ele sintetizou di-
versos compostos orgânicos conhecidos: metanol, etanol, metano, benzeno e
acetileno.
Na área das macromoléculas os primeiros avanços foram feitos por Got-
tlieb Sigismund Kirchhoff (1764-1833) que aqueceu o amido em meio ácido
e isolou um açúcar que ele chamou de glicose, em 1812; e Henri Braconnot
(1780-1855) que tratou a gelatina com ácido à quente e obteve a glicina, que
pertencia um grupo de substâncias batizado por Berzelius de aminoácidos
(ASIMOV, 1982).

A ESTRUTURAÇÃO DA QUÍMICA ORGÂNICA



A medida que o número de compostos orgânicos descobertos aumentava os
métodos para análise desta classe de substâncias eram aprimorados. O físico-
químico Gay-Lussac e o químico Louis Jacques Thénard (1777-1857) desen-
volveram um método que substituiria a queima direta de substâncias orgânicas
e permitiria determinar com precisão as suas fórmulas empíricas. O método
LOUIS consistia em aquecer um agente oxidante forte, como o clorato de potássio. Ao

JACQUES ser aquecido o agente oxidante liberava oxigênio que ao ser misturado com

THÉNARD
o composto orgânico provocava sua combustão completa e mais rápida. Ao
recolher e analisar o dióxido de carbono e água formados era possível deter-
minar as proporções relativas de carbono e hidrogênio no composto original.

68 MÓDULO 5
Posteriormente, Jean Baptiste André Dumas (1800-1884) aprimorou o mé-
todo para que fosse possível determinar a proporção de nitrogênio das molé-
culas orgânicas.
Com o aperfeiçoamento dos métodos de análise houve maior precisão na
determinação das fórmulas empíricas.
Em 1824, Justus von Liebig (1803-1873) estudava um grupo de compostos
chamados fulminatos. Wohler estudava outro grupo de compostos chamados
cianatos. Gay-Lussac percebeu que os compostos estudados por Liebig e Wo-
JEAN
BAPTISTE
hler possuíam a mesma fórmula empírica, mas tinham propriedades químicas
diferentes. Então, Gay-Lussac comunicou essa descoberta a Berzelius que já
havia descoberto os ácidos racêmico e tartárico, os quais também possuíam a DUMAS
mesma fórmula empírica mas tinham propriedades diferentes. Berzelius suge-
riu que tais compostos fossem chamados de isômeros (proporções iguais). A
sugestão foi adotada pela comunidade científica e nos anos seguintes vários
casos de isomeria foram descobertos.
A quantidade de compostos orgânicos descobertos aumentava e surgia a
necessidade de organizar esse conhecimento emergente na época. Algumas
teorias foram propostas com tal objetivo: a teoria dos radicais; a teoria da
substituição e a teoria dos tipos.
A teoria dos radicais surgiu da observação de que um grupo de átomos
poderia ser transferido de um composto para outro. Esse grupamento foi cha-
mado radical palavra proveniente do vocábulo latino que significa “raiz”. Wö-
lher e Liebig perceberam que os grupamentos benzoil e etila poderiam “passar” justus von
de uma molécula para outra sem serem destruídos. Posteriormente, Dumas e LIEBIG
Péligot descobriram o álcool metílico e evidenciaram o radical metila. Gay-
-Lussac e Thérnard perceberam que o grupamento CN poderia ser encontrado
em diversos compostos diferente como ácidos e sais (ASIMOV, 1982)

A QUÍMICA orgânica NO SÉCULO XIX 69


charles
AUGUST
ADOLPHE friedrich
laurent WURTZ KEKULE

August Laurent (1807-1853), um dos alunos de Dumas, conseguiu subs-


tituir átomos de hidrogênio por átomos de cloro na molécula de álcool etílico.
Em 1839, Dumas conseguiu substituir três átomos de hidrogênio por átomos
de cloro na molécula de ácido acético.
Os elementos iodo e bromo também poderiam substituir átomos de hi-
drogênio de uma substância. Ele organizou suas observações em uma teoria
chamada de teoria da substituição (VIDAL, 1986).
A teoria dos tipos afirmava que uma molécula orgânica possuía um nú-
cleo no qual podiam ligar-se diferentes radicais. Por exemplo, a molécula de
H2O podia ser considerada como um núcleo formado pelo átomo de oxigênio
ao qual estavam ligados dois átomos de hidrogênio. Se um dos átomos fosse
substituído pelo radical etila teríamos um álcool (CH3CH2OH); removendo-se
os dois hidrogênios e adicionando dois radicais etila, então seria formada a
substância éter (CH3CH2OCH2CH3).
Uma abordagem semelhante foi realizada por Charles Adolphe Wurtz

(1817-1884) para os compostos de amônia e derivados: NH3, CH3CH2NH2,


(CH3CH2)2NH e (CH3CH2)3N. Um fato importante nessa teoria é que a constância

70 MÓDULO 5
do número de ligações do átomo central nos “tipos água” e nos “tipos amônia”
levou ao estabelecimento do conceito de valência nos compostos orgânicos
(ASIMOV, 1982).
Em 1857, Friedrich August Kekulé (1829-1896) analisou o metano sob a
ótica da teoria dos tipos: compostos do tipo metano. Observou que o carbo-
no é tetravalente, pois ele se liga a quatro átomos de hidrogênio ou a quatro
radicais. Kekulé observou também que quando o carbono se liga a elementos
bivalentes a ligação é feita somente com dois elementos. Então, cogitou a pos-
sibilidade de ocorrer ligações múltiplas. Ele também levantou a hipótese de que
os átomos de carbono poderiam ligar-se uns aos outros. Essa hipótese foi cru-
cial para a compreensão da natureza dos compostos orgânicos (VIDAL, 1986).

FÓRMULAS ESTRUTURAIS EM QUÍMICA ORGÂNICA

O químico Kekulé sugeriu que o carbono teria Valência quatro e começou


a organizar a base de representação estrutural das moléculas mais simples
para a construção de representações de ligações químicas em forma de traços
(ASIMOV, 1982). A representação gráfica destes conceitos deve-se também ao
químico Archibald Scott Couper (1831-1892) que sugeriu representar como
pequenos traços a ligação entre os símbolos dos elementos formando ligações
e sugeriu a valência quatro para o carbono de forma independente de Kekulé. archibald
SCOTT
H H H H H H
COUPER
H C H H C C H H C C C H
H H H H H H
Metano Etano Propano
H
H C O H H C C H H C C H

H H H
Figura 24
Metanol Eteno Etino Representação de moléculas orgânicas

A QUÍMICA orgânica NO SÉCULO XIX 71


Dessa forma evidenciavam-se as ligações entre os átomos de carbono e os
outros átomos (nitrogênio, oxigênio, enxofre, etc.). Poderiam ser representadas
cadeias de vários tamanhos, conforme apresentada na Figura 24, pois também
eram evidentes as ligações carbono-carbono, a essência da Química Orgânica.

A QUÍMICA ORGÂNICA SINTÉTICA

WI L L I A M A importância da Química Orgânica Sintética pode ser observada nas pró-


HENRY prias origens dessa área de conhecimento. Foi devido a uma reação de sín-

PERKIN
tese que A teoria do vitalismo começou a ser questionada, culminando com
a sua queda.
A síntese orgânica teve um notável desenvolvimento no Século XIX atra-
vés da obtenção de corantes. William Henry Perkin (1838-1907), objetivando
a síntese da quinina, reagiu a anilina com dicromato de potássio. Ele não
atingiu seu objetivo, mas obteve uma substância púrpura, que foi chamada
de púrpura de anilina (a mauveína). Acidentalmente, Perkin sintetizou uma
substância que revolucionou a prática de tingimentos de tecido, rendeu-lhe
muito dinheiro e marcou uma época conhecida como a década da malva.
William Perkin também trabalhou com a brasilina, uma substância extraída
do pau-brasil, Caesalpinia echinata, que ao ser oxidada forma o corante bra-
sileína. A extração desse corante e a exploração indiscriminada de C. echinata
pelos portugueses quase provocaram a extinção dessa espécie no Brasil. A
Figura 25 mostra as fórmulas estruturais das moléculas dos corantes naturais
mauveína, brasilina e brasileína.
Após o sucesso de Perkin, a síntese orgânica passou a ser desenvolvida de
forma mais planejada e racional. Aproveitando-se das fórmulas estruturais já
estabelecidas, os pesquisadores organizavam metodologias e esquemas para
transformar uma molécula em outra, antes de ir para a bancada do laboratório.

72 MÓDULO 5
N
HO FiguraO25
OH das moléculas
Fórmula estrutural
H2N N+ N de corantes naturais:
HO O mauveína, brasilina e brasileína
OH

HO O
N
HO
Mauveína O
OH Brasileína
H2N N+ N HO OH
N
HO O HO O
OH OH Brasilina
H2N N+ N
HO O HO O
Mauveína OH
Brasileína
HO OH HO O
Mauveína Brasilina Brasileína
HO OH
Brasilina

Desse modo, no período de 1867-1880, Johann Friedrich Wilhelm Adolf

von Baeyer (1835-1917) realizou a síntese do índigo determinando sua estru-


tura e de seus derivados. Nesta época, este corante era extraído de uma espécie
vegetal Indigofera tinctoria L.
ADOLF VON
Cerca de trinta anos após a sua síntese, o corante sintético já havia subs- BAEYER
tituído quase completamente o corante natural (ASIMOV, 1982). A Figura 26
mostra a fórmula estrutural da molécula conhecida como índigo.
O O OH
HN OH

NH
O O Figura 26
Fórmula Estrutural da molécula
índigo alizarina conhecida como índigo

A QUÍMICA orgânica NO SÉCULO XIX 73


Figura 27 Em 1868, Karl Graebe (1841-1927) sintetizou a alizarina outro importante
Fórmula Estrutural da molécula
corante que até então era obtido somente de fontes naturais. A Figura 27 mos-
conhecida como alizarina
tra a fórmula estrutural da molécula conhe conhecida como alizarina.

O O OH
HN OH

NH
O O
índigo alizarina

Estes exemplos de substâncias sintéticas ilustram um aspecto importante na

KARL química: a sua aplicação prática. Estas substâncias eram muito caras na época o

GRAEBE
que possibilitou a sua exploração comercial de forma bastante rentável. Perkin,
por exemplo, devido a sua síntese da malveína e ao comércio desta substância,
aos trinta e cinco anos já havia ganho muito dinheiro (VIDAL, 1986).

74 MÓDULO 5
MÓDULO 6
A QUÍMICA DOS ALIMENTOS
NO SÉCULO XIX

A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII 75


76 MÓDULO 4
A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII 77
78 MÓDULO 4
BREVE HISTÓRICO SOBRE A QUÍMICA NOS ESTUDOS DOS ALIMENTOS
ÍMICA NOS ESTUDOS DOS ALIMENTOS

Assim como Química conquistou espaço como Ciência, há pouco tempo, a


Química de Alimentos é ainda mais recente, porém, a utilização de práti-
cas para a conservação de alimentos é muito antiga. No período Neolítico o
homem já fazia uso do sal para a conservação e modificação do sabor dos
seus alimentos. Ainda hoje a prática de secagem para retirada da umidade ao
sol e a adição de sal para conserva é muito comum, conforme mostram as
Figuras 28 e 29 (PALMA, 2006).
Estas práticas não são privilégio do homem deste período, mas algumas
Figura 28
destas práticas foram evoluíndo com o tempo e, atualmente se sabe que vários Salga como conservante

princípios são acrescentados aos alimentos com o objetivo de modificar ou


melhorar suas características organolépticas.
A primeira análise quantitativa realizada em alimentos, segundo artigo
publicado por GIUTINI et. al., 2006, foi desenvolvida por Pearson estudando
batatas em 1795 na Inglaterra. Em seus estudos ele estimou a composição e
proporção de água, amido, fibras e cinzas, entre outras substâncias, reconhe-
cendo ainda a existência de lipídios, ácidos e açúcares. Em 1816 o francês
Francois Magendie (1783-1855) diferenciou carboidratos, gorduras e proteí-
nas, e enunciou a importância de proteínas na alimentação, sendo conside-
rado este fato a pedra fundamental para o estudo da ciência da nutrição. A
investigação sistemática do conteúdo de energia bruta dos alimentos pode ser
Figura 29
atribuída a Rubner, na Alemanha, e a Atwater (que estudou com Rubner) nos Prática de conservar carne com sal
Nordeste Brasileiro
Estados Unidos, usando bombas calorimétricas. Rubner, além de determinar
a densidade energética de vários alimentos, demonstrou que o corpo humano
não consegue aproveitar toda energia proveniente da combustão dos alimen-
tos (BUCHHOLZ, et. al.,2004).
No que diz respeito aos alimentos, os avanços no conhecimento químico
alcançado a partir do Século XIX contribuiram principalmente para que a
produção de gêneros alimentícios ocorressem de forma mais eficiente. Seja no

A QUÍMICA DOS ALIMENTOS NO SÉCULO XIX 79


campo agrícola, seja no campo da pecuária, com o objetivo de obtenção de
crescimento econômico. Naquela época não se utilizavam defensivos agrícolas
como os herbicidas e inseticidas para proteção dos cultivares o que possibilita-
va até mesmo a perda total de uma produção devido as pragas.
Cientistas como Van Helmont, Bacon e Boyle, realizaram esforço sistemá-
tico para aplicar os conhecimentos cientificos existentes, a fim de promover o
desenvolvimento da agricultura. Estes cientistas já entendiam que a água era
o principal nutriente das plantas. Glauber mostrou que o nitrato de potássio
influenciava o crescimento das espécies vegetais. Sismund Friedrich Hermbs-
tadt tentou estabelecer uma correlação entre a composição quimica de fertili-
zantes e a composição química dos cereais. Estudos desenvolvidos por Carl. S.
Sprengel mostraram-se valiosos para o conhecimento das necessidades nutri-
cionais das plantas. Ele verificou a importância de elementos como carbono,
nitrogênio, fósforo e sódio para o desenvolvimento saudável dos vegetais, ele
listou ainda 15 elementos essenciais para as plantas. Sprengel foi o primeiro
a perceber que uma dosagem mínima de certos elementos é necessária para o
desenvolvimento saudável dos vegetais (FARIAS, 2004).
Ouve um esforço para aplicação dos conhecimentos científicos obtidos até
então para sanar problemas da sociedade, com este objetivo, a agricultura ini-
ciou o seu desenvolvimento. Ainda no final do Século XIX os cientistas reco-
nheceram a importância de bactérias na fixação de nitrogênio nas plantas, a
partir dos trabalhos de Robert Warington, e no início do Século XX a importân-
cia de elementos químicos na nutrição humana, o que permitiu com este último
exemplo o desenvolvimento e estudo da nutrição humana e de certa forma di-
minuir a mortalidade infantil. Justus von Liebig, outro nome que merece desta-
que, realizou estudos e proposições que em muito estimularam o surgimento da
indústria de fertilizantes, Liebig reforçou a importância das espécies inorgânicas
como fosfatos e óxidos para a nutrição das plantas (FARIAS, 2004).
As primeiras publicações de Liebig a respeito da química agrícola e da fer-
mentação foram apresentados em 1840. Segundo Liebig a agricultura deveria
fazer uso dos conhecimentos científicos obtidos com estudos sobre a nutrição

80 MÓDULO 6
dos vegetais, a influência do solo e ação dos estercos utilizados na época. Vinte
anos mais tarde Liebig publicou o livro As leis naturais da Pecuária, pesquisou
os processos de nutrição do organismo animal, para compreensão dos efeitos
benéficos dos excrementos sobre o crescimento dos vegetais. Publicou tam-
bém o livro Química e a sua aplicação na fisiologia vegetal e na agricultura
(SHENSTONE,1901).
Atualmente várias técnicas empregadas nos laboratórios de química são
empregadas na cozinha, pois, empregam-se tratamentos térmicos, esteriliza-
ção e refrigeração em muitas preparações culinárias que levam a um rearranjo
molecular e em muitos casos a uma modificação da estrutura molecular. Neste
contexto destacamos a importância de órgãos fiscalisadores da qualidade com
o objetivo de contribuir para a manutenção da saúde dos consumidores como,
por exemplo, o Inmetro. Podemos citar algumas realizações que auxiliaram
este processo que se iniciaram no Século XIX:
• Inventou-se a conserva em lata;
• Exportou-se as primeiras bananas dos trópicos para a Europa;
• Aprovou-se as primeiras leis alimentares e órgãos fiscalizadores;
• Iniciou-se o transporte de alimentos perecíveis a longas distâncias:
Exportação de carne congelada da Austrália e Nova Zelândia para o
Reino Unido.
Com tudo isso no Século XX tem-se a necessidade de normas e associações
a fim de facilitar o comércio de alimentos através de normas harmonizadas,
surgindo então:
1903 – Criação da Federaçãoação Internacional de Leite (FIL);
1945 – Criação da FAO;
1948 – Criação da OMS com funções de abarcar a saúde humana e
estabelecer normas alimentares.
Segundo publicado no site do Inmetro, verifica-se o que chamamos de
Codex alimentarius, que é um Programa Conjunto da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação – FAO e da Organização Mundial
da Saúde – OMS. O Codex Alimentarius tornou-se um ponto de referência

A QUÍMICA DOS ALIMENTOS NO SÉCULO XIX 81


mundial para os consumidores, produtores e elaboradores de alimentos, para
os organismos internacionais de controle e comércio de alimentos. O Codex
oportuniza a participação de diversos países a unir-se a comunidade interna-
cional para formular e harmonizar as normas alimentares, além de participar
de sua aplicação em escala mundial.

Atividades para o Nível 1 de Avaliação

1) Pesquisar na literatura os fundamentos da teoria do vitalismo ou da força vital.

2) Explicar o motivo do abandono da teoria do Vitalismo pela Química Orgânica.

3) Pesquisar na literatura e citar no mínimo 05 realizações importantes atribu-


ídas a Química dos Alimentos.

Atividades para o Nível 3 de Avaliação


Essas Atividades deverão ser realizadas em grupo contendo no máximo 04
componentes.

1) Conceituar (a) Teoria dos tipos; (b) Teoria dos Radicais; (c) Teoria da subs-
tituição. Justificar se essas teorias podem ser associadas com pelo menos
04 conceitos químicos modernos utilizados na Química Orgânica.

2) Identificar justificando 04 contribuições importantes dos corantes para a


consolidação e o desenvolvimento da Química Orgânica.

3) Explicar justificando a seguinte afirmação: “No que diz respeito aos ali-
mentos, os avanços no conhecimento químico alcançado a partir do Século
XIX contribuíram principalmente para que a produção de gêneros alimen-
tícios ocorressem de forma mais eficiente”.
82 MÓDULO 6
MÓDULO 7
A QUÍMICA MODERNA
OS MODELOS DE LIGAÇÃO QUÍMICA

WALTER GILBERT IRVING


KOSSEL N EWTO N
LEWIS LANGMUIR
A lei das oitavas de Newlands, a periodicidade de Mendeleiev, a estabilidade
dos gases nobres entre outras, quando interpretadas em termos eletrônicos
levava a crer que a maioria dos elementos químicos, para adquirir estabilida-
de, deveriam conter em suas camada mais externa 8 elétrons. Através destas
observações várias teorias de Ligação Química foram propostas ao longo dos
tempos, porém, quando se fala em ligação química o modelo de ligação mais
conhecido é o de Lewis.
Walter Kossel (1888-1956) na Alemanha e Gilbert Newton Lewis (1875-
1946) nos Estados Unidos estabeleceram modelos de ligação química basea-
dos na estabilidade desta configuração eletrônica em 1916. E com ela a ideia
da transferência de elétrons e a forte atração eletrostática surgindo assim o
conceito da Ligação Iônica. Segundo Kossel, a transferência de elétrons seria
o caso extremo da ligação. Lewis propõe ainda que a ligação é formada por
pares de elétrons e cada átomo que participa da ligação contribuirá com um
elétron, que apresentavam “magnetismos” opostos, este par formado perten-

A QUÍMICA MODERNA 87
ceria aos dois átomos da ligação. A esta ligação ele chamou de covalente.
Lewis costumava representar as posições dos elétrons sobre os oito vértices,
de um cubo (VIDAL, 1986), conforme mostra a Figura 30.

Figura 30 Li Be B C N O F
Representação dos elétrons nos vértices
do cubo na representação de elementos
A B C
químicos e na representação de
ligações químicas

Essas ideias prevaleceram e mais um tipo de ligação foi proposta pelo


norte-americano Irving Langmuir nos anos de 1919-1921, “ligação covalente
dativa”, (VIDAL, 1986) onde o par de elétrons necessário a ligação provinha
do mesmo elemento químico, a este tipo de ligação ele representou por uma
seta que partia do átomo que compartilhava o par de elétrons. Assim, este
modelo de ligação química complementava de certa forma o modelo de Kossel
e Lewis. A Figura 31 mostra o símbolo ( ) da ligação dativa presente na re-
presentação da fórmula estrutural para o ácido nítrico, HNO3.

Figura 31 O
Representação das ligações químicas H O N
covalentes e dativa na molécula de HNO3 O

88 MÓDULO 7
O SURGIMENTO DA MECÂNICA QUÂNTICA

MAX
PLANCK
NIELS
BOHR
LOUIS
DE BROGLIE
No início do Século XX o mundo científico estava agitado pelas ideias de
um novo ramo de conhecimento emergente denominado Mecânica Quântica.
Max Planck (1858-1947) demonstrou que a energia possuía uma estrutura
descontínua e que ela poderia ser transferida em quantidades que ele de-
nominou de “quanta”. Suas ideias foram a base para o desenvolvimento da
Mecânica Quântica.
Niels Bohr (1885-1962), aplicando os fundamentos da teoria Quântica de-
senvolvida por Max Planck, em 1913, demonstrou que o seu modelo atômico
planetário era plausível. Segundo ele, os elétrons percorreriam órbitas estáveis e
quantizadas em torno do núcleo. A passagem de uma órbita para outra poderia
ocorrer com absorção ou emissão de luz. Essa quantidade (quanta) de luz emi-
tida ou absorvida poderia ser medida pela diferença de energia entre as órbitas.
Em 1923, o físico francês Louis de Broglie (1892-1987), propôs que para
qualquer corpo de massa m em movimento poderia ser associada uma onda, y.
Essa relação é: y=h/mv onde v é a velocidade do corpo, m é a sua massa, h é

A QUÍMICA MODERNA 89
uma constante e y é o comprimento da onda associada ao corpo. Essas ideias
estabeleciam as bases da Mecânica Ondulatória.
Os conhecimentos e as ferramentas da Mecânica Quântica e da Mecânica
Ondulatória lançaram a ideia da natureza ondulatória da matéria. Surgia en-
tão o dualismo onda-matéria. No nível subatômico, entendia-se que o elétron
poderia se comportar como partícula ou como onda. Isto levou a uma impor-
tante teoria lançada por Werner Karl Heisenberg (1901-1976): o princípio da

W E R NE R incerteza. Segundo Heisenberg, não seria possível determinar a trajetória do


elétron de forma exata no espaço. Conseqüentemente, as órbitas no modelo
KARL atômico de Bohr já não eram mais concebíveis, sendo substituída pela noção

HEISENBERG de Orbital. Um orbital é uma região do espaço onde existe maior probabilidade
de se encontrar o elétron. A Mecânica Quântica e a Mecânica Ondulatória le-
varam ao surgimento da Química Quântica e a uma nova forma de “enxergar”
e compreender a ligação química (ASIMOV, 1982; VIDAL, 1986).
Em 1927 Walter Heitler (1904-1981) e Fritz London (1900-1954) aplicaram
a mecânica quântica para criar um modelo de ligação entre dois átomos to-
mando como exemplo a molécula de hidrogênio. Este modelo considera que
os dois elétrons entre os dois núcleos (A e B) de uma molécula de hidrogênio
estão ao mesmo tempo perto de A e perto de B. A ligação ocorrerá devido ao
aumento da presença dos elétrons entre os núcleos (VIDAL, 1986).
Em 1931, Linus Carl Pauling (1901-1994) e John Clarke Slater (1900-
1976) sob um ponto de vista quanto-mecânico e considerando a natureza
ondulatória descreveram o modelo da ressonância. A ressonância já havia
sido imaginada por Kekulé na proposta estrutural para o benzeno. Linus Pau-
ling demonstrou que os elétrons na molécula plana e simétrica do benzeno
estavam distribuídos de forma que os seis átomos de carbono do anel benzeno
estavam ligados do mesmo modo, produzindo um “híbrido de ressonância”

LINUS (ASIMOV, 1982). Pauling e Slater desenvolveram também a teoria da “hibrida-

PAULING
ção” onde conceberam o conceito de orbitais híbridos formados pela combina-
ção de certos orbitais do mesmo átomo. Esses orbitais híbridos são orientados
no espaço e justificam as direções das ligações.

90 MÓDULO 7
Outro modelo de estudo de ligação química proposto pela Química Quân-
tica é a Teoria do Orbital Molecular (TOM). De acordo com esta teoria, desen-
volvida por Robert Sanderson Mulliken (1896-1986), os orbitais moleculares
são formados a partir da combinação linear de orbitais atômicos (CLOA). O
número de orbitais moleculares formados será sempre igual ao número de
orbitais atômicos envolvidos na sua ligação. Por exemplo, quando um elétron
se aproxima do núcleo de um átomo de H em uma molécula de H2, sua função
de onda é igual a do orbital 1s do átomo de H. Considerando-se somente os
orbitais atômicos da camada de valência para formar os orbitais moleculares,
ROBERT
então, estes orbitais moleculares serão aproximados usando dois orbitais atô-
S A ND E RSON
micos 1s do hidrogênio. Sendo assim, temos: MULLIKEN
ψ = cAψA + cBψB

Onde ψ é a função de onda que representa o orbital molecular; ψA e ψB


representa a função de onda do orbital atômico de cada um dos núcleos A e B;
e os coeficientes cA e cB mostram a contribuição de cada orbital atômico para
o orbital molecular.
A Química Quântica reúne as ferramentas da Mecânica Quântica e da
Mecânica Ondulatória para descrever a ligação química em uma perspectiva
moderna. Essa área da Química ainda deverá evoluir bastante. Atualmente,
os cientistas já estão realizando reações químicas com moléculas superfrias,
próximo ao zero absoluto. Dessa forma, uma reação química passa a ser “en-
xergada” não como um ganho ou perda de elétrons em partículas sólidas se
chocando a temperatura ambiente ou elevada, mas a reação química ocorren-
do como sobreposições de funções de onda (OSPELKAUS et al, 2010)

A QUÍMICA MODERNA 91
A QUÍMICA DE COORDENAÇÃO

Anterior ao surgimento da química de coordenação de Alfred Werner (1866-


1919), a teoria da cadeia de Blomstrand, expandida e com adaptações de Jor-
gensen, permaneceu por quase 25 anos como a ferramenta mais adequada
para o entendimento do comportamento químico dos compostos moleculares.
A teoria da cadeia estabelecia que os compostos poderiam ligar-se umas as
outras formando cadeias, (-NH3-NH3-NH3-), similarmente ao que ocorre com
compostos de carbono (-CH2-CH2-CH2-). A teoria surgiu devido a grande in-
ALFRED
WERNER
fluência da química orgânica que estava em plena atividade neste período
(FARIAS, 2008).
Alfred Werner publicou em 1893 Contribuição à constituição de compos-
tos inorgânicos. Nele Werner expõe os conceitos de átomo central, número
de coordenação, e das valências (NEVES et. al., 2008). Propôs a existência
de um arranjo octaédrico e quadrado planar para complexos com número de
coordenação 6 e 4 respectivamente. Os estudos de Werner foram considerados
revolucionários uma vez que estes foram definidos anteriormente a mecânica
quântica (MOORE, 1918).
A teoria de Werner não foi aceita de imediato, pelo contrário sofreu muitas
críticas. Somente 21 anos após a síntese dos compostos de coordenação com
atividade óptica em que não havia átomos de C, o sal de tris [tetraamino-μ-
diidroxo-cobalto (III), Werner conseguiu silenciar os críticos de sua teoria.
Porém, este silêncio ocorreu de forma definitiva após os estudos de Raoult
e Van’t Hoff no final do Século XIX, pois, seus trabalhos permitiram o esta-
belecimento confiável das massas molares dos compostos de coordenação, o
que possibilitou a verificação de que os compostos de coordenação não eram
diméricos conforme acreditam os críticos de Werner. Isto contribuiu para o
estabelecimento definitivo da teoria de proposta por Werner (FARIAS, 2008).

92 MÓDULO 7
A QUÍMICA NUCLEAR

Quando se fala em Química nuclear o primeiro fato que se vem a mente em se


tratando de História e evolução da Química foi a descoberta da radioatividade
e o desenvolvimento da bomba atômica.
Neste contexto se destacam, inicialmente, personagens como Wilhelm

Conrad Röntgen (1845-1923), Antoine-Henri Becquerel (1852-1908), Marie

WILHELM
Curie (1867-1934), Pierre Curie (1859-1906) entre outros. No final do ano de
1895, Röntgen entregou à Sociedade Físico-Médica de Würzburg, Alemanha,
um relatório preliminar de sua descoberta, descrevendo as pesquisas ‘secretas’
CONRAD
em que os objetos tornavam-se transparentes diante dos novos raios, que por RONTGEN
serem desconhecidos foram chamados de raios-X. Em janeiro de 1896, era
enorme a comoção em todo o mundo com a notícia da descoberta dos raios-X.
Não é difícil de se imaginar como a novidade causou tamanho deslumbramen-
to, pois esses raios permitiam que se visse os próprios ossos humanos sem a
necessidade do uso do bisturi. Por pelo menos 16 anos a comunidade científica
não soube explicar a origem dos raios X. Somente após este período que foi
verificado que os raios-X eram de natureza extra-nuclear (CHASSOT, 1995).
As descobertas de Becquerel, membro de uma família de quatro gerações
de físicos de renome, ocorreram apenas alguns meses após a divulgação da
existência dos raios-X. As radiações de origem nuclear, obtidas em seus estu-
dos mostrou que alguns átomos eram instáveis e emitiam diferentes partículas A N TO I NE -
e radiações, seus estudos exigiram, então, novas propostas de modelos para os HENRI
átomos (LIMA et. al., 2011).
A radioatividade dos compostos de urânio foi testada com o uso de um ele-
BECQUEREL
troscópio e através do uso sistemático deste equipamento o casal Curie isolou
o elemento rádio em 1902. Primeiro, pesquisaram os ‘raios de Becquerel’ em
outros elementos além do urânio, descobrindo então o polônio e o rádio. Este
último elemento teve seu procedimento de obtenção a partir da “pitchiblende
ou uraninite” U3O8 descrito na Tese Marie Curie publicado em 1903, um mé-
todo de obtenção caro e trabalhoso. Outra notável constatação a respeito do

A QUÍMICA MODERNA 93
radio foi a de que seus compostos estavam sempre a uma temperatura vários
graus acima da temperatura ambiente, devido a liberação de energia ocorrida
espontaneamente, somado ao fato de que a taxa de emissão dependia da idade
do espécime, tornou esta área de estudo alvo de muitas pesquisas posteriores
(TILDEN, 1917). A Figura 32 mostra a foto da família Currie.
Figura 32
Pierre Currie, Irene Currie e Marie Currie Ao se estudar as radiações emitidas por tais compostos verificaram que
na verdade essas emissões podiam ser distinguidas e classificadas em três
tipos: raios �, raios � e raios �. Verificou-se que os raios � eram os menos
penetrantes porém, possuíam um elevado poder de ionizar gases; os raios �
possuíam carga negativa, como os raios obtidos no tubo de Crookes; e os raios
� eram os mais penetrantes e se assemelhavam aos raios-X . Neste mesmo pe-
ríodo Ernest Rutherford (1871-1937) e Frederick Soddy (1877-1956) através
de suas observações das desintegrações dos elementos, iniciavam as teorias
sobre a desintegração atômica e a formação de outros elementos. De acordo
com esta teoria os átomos radioativos são instáveis e podem manifestar sua
instabilidade de forma peculiar, alguns se manifestam na forma de explosão,
ERNEST
RUTHERFORD
outras através da liberação de radiação deixando para trás um novo elemento
químico que poderá ou não apresentar radioatividade (MOORE, 1918).
Em 1913 os físicos F. Soddy, A. Russell e K. Fajans, em trabalhos inde-
pendentes, chegaram as mesmas conclusões a respeito das emissões � e �,
que ficou conhecida como Lei do Deslocamento: “Quando uma partícula alfa
for emitida, o novo átomo será deslocado duas casas à esquerda na Tabela
Periódica. E quando for emitida uma partícula beta, o novo átomo estará
deslocado uma casa à direita na Tabela Periódica”. Os radio-elementos que
caíssem na mesma posição da tabela periódica seriam quimicamente idênti-
cos. Soddy propôs, para os elementos deste último caso, o nome de isótopos
(XAVIER et. al., 2007).
Na década de 20, Rutherford, na Inglaterra, W. D. Harkins, nos EUA, e
FREDERICK Orme Masson, na Austrália, propuseram, de forma independente, a possível
SODDY existência de uma outra partícula, sem carga, que chamaram de “nêutron”,
que resultaria da combinação de um elétron (negativo) e um próton (positivo).

94 MÓDULO 7
Apenas em 1932, James Chadwick, na Inglaterra, comprovou a existência
desta partícula, feito que conseguiu provar após irradiação de uma folha de
berílio com partículas �, oriundas do decaimento do polônio. Outro fato notá-
vel foi a descoberta da radioatividade artificial por Irene Curie (filha de Marie
Curie) e Frédéric Joliot que o fizeram através do bombardeamento de uma
folha de alumínio-27 com partículas � (XAVIER et. al., 2007).
Outro pesquisador importante na química nuclear foi Glenn Theodore

Seaborg (1912-1999). Ele teve participação em várias atividades científicas GLENN


e administrativas do seu tempo, entre elas destacam-se sua participação na
TH EO DORE
SEABORG
preparação de vários elementos transurânicos, bem como no projeto Manhat-
tan de 1942 a 1946 que levaria a preparação da primeira bomba atômica.

A QUÍMICA MODERNA 95
Atividades para o Nível 1 de Avaliação

1) Relacionar os princípios que influenciaram na elaboração das teorias de li-


gação, em seguida fazer um resumo das Teorias de Lewis e Kossel; Teoria da
Ressonância, Teoria da Hibridização e da Teoria dos Orbitais Moleculares.

2) Faça a leitura e, em seguida escreva um resumo, de uma página, sobre o


projeto Manhattam e a sua relação com a bomba atômica.

Atividades para o Nível 3 de Avaliação


Essas Atividades deverão ser realizadas em grupo contendo no máximo 04
componentes.

1) Identificar os elementos transurânicos que tiveram a participação de Glenn


Seaborg na sua preparação.

2) Pesquisar na literatura sobre os acidentes de Windscale, Three Mile Island e


Chernobyl, em seguida identificar se esses acidentes tiveram alguma coisa
em comum.

3) Pesquisar na literatura sobre a descoberta da penicilina por Alexander


Fleming em seguida, escreva sobre as consequências dessa descoberta para
a humanidade.

96 MÓDULO 7
PERSPECTIVAS FUTURAS
PARA A QUÍMICA
É inegável a importância da Química para a humanidade. Se olharmos para
o mundo a nossa volta veremos que é impossível viver sem Química. A Quí-
mica nos oferece a chance de melhorar as condições de vida no planeta
através da solução de diversos problemas que afligem a humanidade atual-
mente. Alguns desses problemas passam pelos estudos desenvolvidos nos tó-
picos abaixo apontando que há muito para ser descoberto nessa bela Ciência
(CIENCIAHOJE, 2012).

• Os combustíveis fósseis – um dos maiores desafios do Século XXI é a


substituição dos combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis e
menos agressivas para a natureza.

• O isolamento e a síntese de novas moléculas – esse trabalho envolve a


ação do químico e o trabalho em conjunto com diversas outras áreas como
a biologia, farmacologia e a medicina. Diversas doenças ainda carecem de
tratamentos mais eficientes, com o uso de fármacos mais ativos e com me-
nos efeitos colaterais. Sem falar aquelas ditas “negligenciáveis” que afetam
principalmente a populações mais pobres dos países em desenvolvimento.

• O desenvolvimento de agroquímicos – a Organização das Nações Unidas


estima que em 2050 a população do planeta atingirá a marca de 9,2 bilhões
de seres humanos. Será necessário aumentar a quantidade de alimentos
produzidos. Para suprir essa necessidade a Química pode atuar na síntese
de fertilizantes e pesticidas que possam aumentar a produção de alimentos
sem agredir ao homem e ao meio ambiente.

• Desenvolvimento de catalisadores - diversas reações químicas ocorrem


com o uso de catalisadores. A indústria busca sempre aperfeiçoar os pro-
cessos de catálise para obter catalisadores que tornem os processos quí-
micos mais eficientes reduzindo o consumo de energia, aumentando a ve-
locidade das reações e convertendo uma maior quantidade de reagentes,

PERSPECTIVAS FUTURAS PARA A QUÍMICA 99


diminuindo assim a quantidade de resíduos. A pesquisa para a descoberta
e desenvolvimento de novos catalisadores é um campo ainda muito pro-
missor para a química.

• A química verde – a Química Verde é a utilização de técnicas químicas


e metodologias que reduzem ou eliminam o uso de solventes e reagentes
ou a geração de produtos e subprodutos tóxicos, que são danosos a saúde
humana ou ao ambiente. É um ramos bastante promissor para a Química já
que pode passar pela revisão e adequação de diversos processos químicos
já estabelecidos aos princípios da química verde, bem como o desenvolvi-
mento de novas metodologias.

100 EVOLUÇÃO DA QUÍMICA


REFERÊNCIAS E
CRÉDITOS
referências
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REFERÊNCIAS E CRÉDITOS 113


Graziella Penha Claudino
Possui graduação em Química pela
Universidade Federal do Espírito
Santo, Mestrado e Doutorado em
Ciências Naturais pela Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro. Atualmente é professora
Instituto Federal do Espírito Santo.

Ildomar Alves do Nascimento


Possui graduação em Química pela
Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro e Mestrado em Química pela
Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro. Atualmente é doutorando da
Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro e professor do Instituto
Federal do Espírito Santo.
www.neaad.ufes.br
(27) 4009 2208

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