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Autor:
Julia Layton
http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/lavagem-de-dinheiro.htm
Tom DeLay
Em outubro de 2005, um município do Texas acusou o deputado Tom
DeLay de lavagem de dinheiro e de conspiração para violar leis eleitorais.
A acusação de conspiração foi arquivada mais tarde, e desde maio de
2006 o caso aguarda a data para o julgamento. No Texas, candidatos a
deputado não podem receber doações de empresas para a campanha,
proposta que tem sido discutido pelo Congresso Nacional no Brasil. A
promotoria alega que DeLay participou de um suposto esquema para
violar esta lei e esconder as origens corporativas do dinheiro que acabou
nas mãos de candidatos republicanos no Texas. O suposto esquema de
lavagem envolvia o envio de doações de empresas do Texas para a sede
do Comitê Nacional Republicano em Washington, que mandava o
dinheiro de volta para o Texas para ser usado na campanha. Dois
assessores de DeLay e seu principal contribuinte de campanha já
confessaram serem culpados em dois inquéritos separados para crimes
de conspiração; de fraude fiscal, de correspondência, de transferência
bancária e de corrupção de funcionários públicos.
bancos internacionais
empresas de fachada
São empresas falsas que existem somente para lavar dinheiro. Elas recebem
dinheiro sujo como pagamento por supostos bens e serviços que nunca
existiram na prática; simplesmente criam a aparência de transações legítimas
através de notas fiscais e balanços falsos. Muito comum no Brasil em casos de
financiamentos públicos desviados como no milhões de reais desviados da
Superintendência da Amazônia (Sudam) descobertas entre 2000 e 2002.
Nos anos 80, Eddie Antar, dono da Crazy Eddie's Electronics, encobriu milhões
de dólares da empresa para escondê-los da Receita Federal. Este era o plano
original, mas ele e seus comparsas resolveram que podiam fazer melhor uso
do dinheiro se o devolvessem para a empresa disfarçado de receita. Assim, os
ativos declarados da empresa seriam inflados durante o processo de
preparação para a abertura de capital. Em uma série de viagens a Israel,
Antar carregou milhões de dólares presos ao corpo e dentro da sua pasta. Aqui
vai uma breve descrição de como funcionava o esquema:
No final dos anos 80 e início dos anos 90, o economista Franklin Jurado,
formado em Harvard, coordenou uma operação para lavar dinheiro para o
traficante colombiano Jose Santacruz-Londono. O esquema dele era bem
complexo. Em termos simples, a operação funcionou mais ou menos assim:
Colocação: Jurado depositou dinheiro de venda de drogas nos Estados Unidos
em contas no Panamá.
Camuflagem: ele então transferiu o dinheiro do Panamá para mais de 100
contas em 68 bancos distribuídos em países na Europa, sempre em transações
menores do que US$ 10 mil (R$ 24 mil) para não levantar suspeita. As contas
estavam no nome de fantasmas e das amantes e membros da família de
Santacruz-Londono. Jurado então abriu empresas de fachada na Europa para
documentar o dinheiro como receita lícita.
Integração: o plano era enviar o dinheiro para a Colômbia, onde Santacruz-
Londono usaria para financiar seus vários negócios lícitos. Mas Jurado foi
pego.
No total, Jurado lavou US$ 36 milhões (cerca de R$ 86 milhões) em dinheiro de
drogas através de instituições financeiras legítimas. O esquema de Jurado foi
descoberto quando um banco de Mônaco quebrou, e, em seguida, uma
auditoria revelou várias contas que quando rastreadas levavam a Jurado. Ao
mesmo tempo, o vizinho de Jurado em Luxemburgo prestou uma queixa de
barulho, pois Jurado tinha uma máquina de contar dinheiro que funcionava a
noite toda. As autoridades locais investigaram, e a corte de Luxemburgo por fim
declarou-o culpado de lavagem de dinheiro. Quando terminou de cumprir pena
em Luxemburgo, uma corte dos Estados Unidos também o declarou culpado e
ele foi condenado a 7 anos e meio de prisão.
Quando as autoridades conseguem interromper um esquema de lavagem, a
recompensa é enorme, levando a prisões, apreensão de dinheiro e
propriedades sujos, e às vezes ao desmantelamento de uma quadrilha. No
entanto, a maioria dos esquemas de lavagem de dinheiro passa despercebida
e grandes operações causam sérios danos à saúde econômica e social.
A moeda da vez
Há décadas, o dólar americano é a moeda mais usada entre os lavadores
de dinheiro. Sua popularidade é devido a sua grande aceitação e ao
volume de transações globais que usam esta moeda - alguns milhões de
dólares mudando de mãos não chamam a atenção. Porém, o euro tem
ganhado espaço na indústria da lavagem de dinheiro desde que começou
a ser usado, em 2002. No que se refere à lavagem de dinheiro, o euro
poderia ser a moeda perfeita: é a moeda oficial de mais de uma dúzia de
países, o que significa que circula em grande volume e cruza fronteiras
regularmente sem aviso algum.
Dependendo a qual agência internacional que você pergunte, vai saber que os
criminosos lavam cerca de US$ 500 bilhões a US$1 trilhão (cerca de R$1
bilhão a R$ 2,15 trilhões) no mundo todo por ano. O efeito global é
desequilíbrio em termos sociais, econômicos e de segurança.
No âmbito sócio-cultural, obter sucesso na lavagem de dinheiro significa que a
atividade criminosa compensa e isso acaba encorajando criminosos a manter
seus esquemas ilícitos, pois eles podem gastar seus lucros sem repercussão
nenhuma. Isto significa mais fraudes e mais administração fraudulenta (ou seja,
mais trabalhadores perdendo suas pensões quando a empresa quebra), mais
drogas nas ruas, mais crime relacionado a drogas, esgotamento dos recursos
para a polícia e um desânimo geral por parte de empresários que não violam a
lei e cujas empresas não chegam nem perto dos lucros dos criminosos.
Os danos econômicos acontecem em uma escala mais ampla. Países em
desenvolvimento geralmente têm muitos problemas com a lavagem de dinheiro
moderna porque os governos ainda estão no processo de estabelecer regras
para seus recentes setores financeiros privatizados. Isto faz com que se tornem
alvos perfeitos. Na década de 90, vários bancos nos estados bálticos em
desenvolvimento acabaram recebendo gigantescos depósitos de dinheiro
sujo, fato que foi muito comentado. Clientes dos bancos sacaram seu dinheiro
limpo com medo de perdê-lo caso os bancos fossem investigados e perdessem
o seguro. Os bancos quebraram. Outros problemas que as economias
mundiais têm de enfrentar incluem erros na política econômica resultantes de
setores financeiros artificialmente inflacionados. Grandes fluxos de dinheiro
sujo que entram em determinados setores da economia, favoráveis para os
lavadores de dinheiro, criam falsa demanda e o governo age nessa nova
demanda ajustando a política econômica. Quando o processo de lavagem
atinge um certo ponto, ou quando a polícia começa a mostrar interesse, o
dinheiro some de repente sem nenhuma causa econômica previsível, e aquele
setor quebra.