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Resumo
Abstract
148 Leonardo Pedro Wichert Neto, Vol. 13, n.26, dez.2012, p. 148 - 178 | Via Teológica
performance in the sea conditions that possibly occurred during
the flood. With this work it is expected to bring a truer picture of
the events of the great flood described in Genesis. It is important
to highlight that this work has no intention of trying to prove or
disprove the existence of the ark and the flood. It starts from the
principle that the flood and the ark undeniably happened.
Keywords: Noah’s Ark; Flood; Marine Engineering; Genesis.
Introdução
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acontecimentos da grande inundação relatada em Gênesis.
1 O projeto
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totais de 300 côvados de comprimento, 50 côvados de largura e
30 côvados de altura. Também deveria ter um telhado (janela) em
cima, de um côvado.
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à embarcação é tbat=Ii3 (tebat), a qual ocorre apenas duas vezes em
toda a bíblia: na narrativa do dilúvio e no livro de Êxodo, quando
é usada para descrever o cesto em que Moisés foi colocado por
sua mãe.
A enorme diferença entre os dois objetos torna difícil a
tarefa de determinar o significado dessa palavra.
Algumas fontes indicam que essa palavra não seria de
origem hebraica, mas sim derivada da palavra egípcia db’at, que
significa caixa, baú ou arca, sugerindo uma forma quadrangular.
Contudo, quando o texto original faz referência à Arca
da Aliança, a palavra utilizada não é tebat, mas sim NwOr)j4 (aron).
A primeira tradução a utilizar a mesma palavra para se referir à
Arca de Noé e à Arca da Aliança é o texto grego da septuaginta5,
onde ambas são chamadas de kibotój (kibotos). Nessa tradução,
diferentemente do texto hebraico, a palavra utilizada para
descrever a Arca de Noé não é a mesma usada para o cesto de
Moisés, que aqui é chamado de qibin (thibin).
Outra hipótese com relação á tradução da palavra tebat
é que essa signifique “salva-vidas”, o que daria uma explicação
cabível tanto no relato do dilúvio quanto no relato de Moisés.
O que fica claro é que a palavra tebat não pode significar
especificamente nem barco (em hebraico hyf@ni)f6 – oniyah), nem
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cesto (em hebraico lsa7 – sal, ou dw@d8@ – dud), como a maioria das
traduções nos traz. Isso faz com que a forma da Arca seja ainda
um mistério. Talvez tebat nem mesmo faça menção a uma forma
específica, e sim à função da Arca (se usarmos a interpretação de
salva-vidas).
Com a aparente falta de pistas sobre o texto bíblico,
precisamos investigar outros fatores para tentar chegar a uma
forma mais próxima a da Arca real.
Levando-se em conta a tecnologia disponível na época da
construção da Arca, as condições de navegação às quais ela foi
exposta e a finalidade à qual ela se propunha, podemos chegar
a algumas conclusões que nos ajudam a definir uma possível
forma preferível.
Primeiramente, pensando-se nas tecnologias e ferramentas
disponíveis na época da construção deve-se ter em mente que
quanto mais simples a forma da embarcação, mais fácil seria a
sua execução. Sabemos que formas quadradas e ângulos retos são
muito mais fáceis de construir do que curvas e formas complexas.
Outro fator importante é o fim a que se destinava a Arca.
Como deveria funcionar apenas como uma balsa flutuante e sem
propulsão, viajando a deriva, e não como um navio propulsionado,
a melhora do desempenho do casco através de formas mais
complexas, tais como extremidades afiladas ou arredondadas, que
visam diminuir o arrasto e melhorar o deslocamento, seriam de
pouca importância, ainda mais se considerarmos o aumento da
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dificuldade na construção que essas formas acarretariam.
Muitos estudos modernos apontam para a Arca tendo
uma forma de paralelepípedo, com uma claraboia longitudinal
no centro do convés, não tendo nenhuma curva em suas
extremidades, conforme se pode ver na Figura 2. Essa é uma
forma que facilitaria a construção e maximizaria o espaço interno,
algo que também era importante para Noé.
1.2 O material
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Contudo, não se sabe com certeza o que significa gofer. Não
se conhece nenhuma madeira chamada de gofer, nem atualmente
e nem na antiguidade.
A palavra utilizada no texto original é rpego10 (gofer). Essa
palavra aparece apenas nesse texto, não se repetindo mais durante
toda a bíblia.
Alguns dizem que essa palavra seria resultado de um erro
de grafia da palavra rpek11o% (kofer), que pode ser traduzida como
betume ou resina. Isso faria com que a tradução da passagem fosse
madeira de betume ou madeira resinosa, referindo-se ao tipo da
madeira ou ao tratamento dado a ela, mais do que à sua espécie.
Visto que na sequência do mesmo versículo Deus faz referência
novamente a esse processo de tratamento da madeira, a teoria tem
grande probabilidade de ser correta.
Já Kidner12 considera “cipreste” uma conjectura mais
plausível para essa passagem. Essa hipótese foi a utilizada na
tradução da NVI13, onde o texto de Gênesis 6:14 diz que a Arca
deve ser feita com madeira de cipreste.
De todas as maneiras, o texto bíblico não é claro com relação
ao tipo de madeira que foi utilizado na Arca.
Para esse trabalho, adotou-se como referência de cálculo
valores de densidade da madeira de 600 kg/m3, como no estudo
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de Hong14. Isso equivaleria aproximadamente à densidade da
madeira de cedro ou cerejeira.
1.3 As dimensões
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A Tabela 1 mostra uma lista com algumas das medidas
mais prováveis para o côvado.
GRUPO CÔVADO mm
Hebraico curto 445 mm
Côvados Curtos 447 mm
Egípcio curto
Comum 457 mm
Babilônico real 503 mm
Côvados Longos Hebraico longo 518 mm
Egípcio real 524 mm
Côvado Extra Longo Babilônico longo 610 mm
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1.4 As proporções
O modo como as embarcações reagem ao vento e às ondas é
chamado de “comportamento no mar” e, entre outras coisas, está
relacionado com suas proporções.
Um navio proporcionalmente mais comprido é mais
confortável, porém mais vulnerável a alquebrar, ou seja, quando
suspenso a partir do centro por uma onda, as extremidades da
embarcação tendem a flexionar, criando o risco de partir o casco
ao meio. – Figura 4.
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possível aumentar sua largura. Um navio proporcionalmente mais
largo é mais estável ao emborcamento, porém menos confortável
e mais vulnerável ao movimento das ondas. – Figura 6.
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No ano de 1992, um time de nove pesquisadores do Instituto
Coreano de Pesquisas Navais e Engenharia Oceânica (Korean
Research Institute of Ships and Ocean Engineering-KRISO) em
Daejeon, Coréia, liderados pelo Dr. Seon W. Hong16, a pedidos de
um grupo de criacionistas coreanos, iniciou um extensivo estudo17
partindo de uma análise detalhada das proporções bíblicas da
Arca e comparando-a com diversos formatos de cascos diferentes.
Durante esse estudo, a Arca de Noé18 foi analisada através da
comparação com 12 diferentes proporções de casco19, todos com
o mesmo volume, conforme nos mostra a Tabela 3. Diferentes
comprimentos, alturas e larguras foram sendo combinados para
criar os 12 cascos fictícios.
Os resultados desse estudo definiram parâmetros ótimos de
estabilidade, resistência e conforto para uma embarcação.
Comp. Larg. Alt. Elevação frontal e lateral do casco Resultado
135 22,5 13,5 OK
Instável ao
135 15 20,3
emborcamento
135 18,8 16,2 Pouco estável
Mais fraco e
135 27 11,25
menos suave
Muito fraco e
baixo
135 33,8 9,0
(risco de
inundação)
16 Dr. Hong era o cientista chefe da pesquisa que investigou a de Arca de Noé. É
licenciado em arquitetura naval pela Universidede Nacional de Seoul e PhD em
mecânica aplicada pela Universidade de Michigan.
17 Esse estudo resultou no artigo Safety Investigation of Noah’s Ark in a Seaway.
18 O trabalho desenvolvido pelo KRISO considerou um formato de paralelepípedo
para a Arca.
19 O trabalho desenvolvido pelo KRISO levou em conta um côvado de 45 cm.
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Pior
90 22,5 20,3
navegabilidade
2ª pior
112,5 22,5 16,2
navegabilidade
162 22,5 11,3 3º mais fraco
O mais fraco de
202,5 22,5 9,0
todos
Navegabilidade
90 33,8 13,5
difícil
Navegabilidade
112,5 27 13,5
difícil
Fraco e pouco
162 18,8 13,5
estável
2º mais fraco,
instável,
202,5 15 13,5
boa
navegabilidade
Tabela 3 - Análise da estabilidade de 13
diferentes formatos de casco (Hong, S. W. et al, 1994)
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Como já foi dito, as dimensões da Arca eram 300 côvados
de comprimento, 50 de largura e 30 de altura. É incrível que,
levando-se em conta os três parâmetros da pesquisa, a Arca de Noé
enquadra-se exatamente no ponto médio do gráfico, apresentando
um balanço perfeito entre as três dimensões.
As proporções da Arca se mostraram excelentes para a
estabilidade de um navio, além de proporcionar um comportamento
no mar muito satisfatório, proporcionando resistência e conforto.
Em outras palavras, as dimensões da Arca são próximas ao ideal,
não sendo possível, segundo os pesquisadores, fazer mudanças
significativas para a melhoria do desempenho.
Muitos pesquisadores tendem a dizer que as proporções da
Arca eram as mais estáveis possíveis, O estudo do KRISO mostra
que isso não é verdade, porém a forma da Arca é a que melhor
combina resistência, estabilidade e conforto para as condições de
mar enfrentadas por Noé e sua família
Os resultados desse estudo também nos ajudam a entender
o porquê de Deus ter mandado Noé construir um navio tão
longo. Se Deus estivesse planejando intervir durante a viagem e
miraculosamente livrar a Arca dos efeitos das ondas, a melhor
forma para a embarcação de Noé seria um cubo, pois é a forma que
demanda menos material para sua construção. Adicionalmente a
isso, quanto mais longo é o casco, mais resistente precisa ser sua
construção para resistir às forças de alquebramento que tendem a
flexionar o casco.
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ocorreu com o início dos navios fabricados com casco de aço.
Na segunda metade do século 19, a necessidade por navios
maiores e com a redução do custo do aço, os grandes navios
deixaram de ser construídos com madeira.
Contudo, algumas características dos navios se
mantiveram, mesmo com a introdução do aço. Entre elas estão
a proporção comprimento x altura e a proporção comprimento
x largura.
Deus disse a Noé que usasse uma proporção entre
comprimento e altura de 10 por 1. Só mais tarde os construtores
de navios aprenderiam a muito custo que essa relação permite
suportar grandes pressões em mares agitados.
Já o comprimento da Arca de Noé era seis vezes a sua
largura, uma relação comprimento x largura = 6.
Muitos navios modernos têm proporções semelhantes,
embora hoje em dia a escolha da relação comprimento x
largura seja feita levando-se em conta a potência necessária
para navegação. Um típico navio de transporte moderno
possui uma relação entre 6 e 8. Essa relação pode chegar a
10 para navios de alta velocidade. Como a Arca só precisava
flutuar, a propulsão não era fator importante para ela.
A Figura 9 mostra a comparação em escala real da Arca
de Noé ao lado do navio de cruzeiro P&O Pacific Sky. O
navio de cruzeiro tem aproximadamente as dimensões do
Titanic, com capacidade para 1550 passageiros, 11 “decks” e
240 m de comprimento.
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Figura 9 - Replica em escala real da Arca ao lado
de um navio de cruzeiros (Lovett, 2004)
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dimensões devem ser iguais umas às outras: seu comprimento
deve corresponder à sua largura,”
Utnapishtim obedeceu: “Um acre (inteiro) era o espaço do
seu chão. Dez dúzias de côvados a altura de cada uma de suas
paredes, dez dúzias de côvados cada canto do convés quadrado,
Eu sulquei a forma de seus lados e os juntei, dei a ela seis
conveses, dividindo-a (assim) em sete partes,”…
2 O DESEMPENHO da Arca
2.1 Estabilidade
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Com certeza, a estabilidade ao emborcamento era uma
característica fundamental para o bom desempenho da Arca.
Levando-se em conta mais uma vez as dimensões geométricas
da Arca, a Figura 10 nos mostra que ela poderia sofrer uma
rotação de até 31º em torno do seu eixo longitudinal sem que
a água atingisse a altura do convés superior, gerando o risco de
inundação.
Esses valores são obtidos através da interpretação de Gênesis
7:2021, que diz que quinze côvados acima prevaleceram as águas;
e os montes foram cobertos. Acredita-se que quinze côvados era
o calado da Arca, ou seja, o quanto dela ficou submerso depois
de carregada. Assim, como ela não tocava mais no solo após as
chuvas, havia ao menos quinze côvados de água acima da terra
mais alta. Caso contrário, o seu fundo tocaria em algo.
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Como mostrado na Figura 11, oriundo dos estudos de
emborcamento realizados pelo KRISO, a Arca poderia resistir
a ondas de até 47,5 m sem ser rotacionada a 31º. Ondas desse
tamanho jamais foram registradas nos oceanos atuais, onde a
onda mais alta já medida chegou a 26m, no Atlântico Norte.
Mesmo ondas de Tsunamis não chegam a essa grandeza. A onda de
Tsunami mais alta já registrada ocorreu em Hokkaido, no Japão,
e chegou a 30m, provocada por um terremoto de magnitude 7,6
na escala Richter. Contudo, os tsunamis não são perigosos para
embarcações em alto mar, pois são perceptíveis apenas próximo
à costa.
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considerando que a água poderia atingir o nível do convés superior
da embarcação sem inundá-la, o ângulo de emborcamento sobe
para 60º (Figura 12).
2.2 Conforto
22 Collins, D,H. Was Noah’s Ark stable? Creation Research Society Quarterly 14.
1977, pag. 83.
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vertical em suas extremidades.
A Figura 13 nos mostra o gráfico do cálculo de aceleração
vertical nas extremidades para a Arca de Noé. Considerando-se o
limite de aceleração vertical para um navio de passageiros como
sendo 0,34 a aceleração da gravidade, vemos que a Arca poderia
enfrentar ondas de até 43 metros sem extrapolar os limites de
conforto para os passageiros.
2.3 Resistência
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Para uma embarcação longa, como a Arca de Noé, o maior
perigo para a resistência da estrutura ocorre quando se viaja na
direção das ondas, tentando cortá-las. No momento em que o
barco encontra-se no topo da onda, o casco é suspenso pela sua
parte central, deixando as extremidades suspensas (Figura 14).
Esse esforço é o alquebramento e, como já foi dito, gera o risco do
casco se partir ao meio.
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Figura 15 - Limite estrutural para a Arca (Hong, S. W. et al, 1994)
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é a altura e a força das ondas. As Escrituras não especificam a força
do vento e das ondas, mas é provável que devido à falta de obstáculos
naturais, tais como montanhas e árvores, eles fossem muito fortes.
Embora as informações sobre o dilúvio não sejam suficientes para
prever com precisão a forma e a altura máxima das ondas, podemos
utilizar as dimensões da Arca e as suas especificações comparadas a
um navio de passageiros moderno para inferir as características das
águas em que Noé deve ter navegado.
Se as águas fossem calmas, a Arca poderia ter sido construída
mais baixa, empregando-se menos madeira e menos tempo para
construção. Caso as ondas fossem confusas, vindo de todos os lados,
a Arca deveria ser mais curta. De acordo com os resultados obtidos
pelos pesquisadores do KRISO24, a Arca de Noé parece ter sido
projetada para grandes ondas geradas por um vento unidirecional,
porém com uma estabilidade suficiente para lidar com um mar
ligeiramente confuso e ondas em outras direções.
Um vento constante e sem barreiras naturais geraria ondas
maduras, com comprimentos de onda longos e, provavelmente,
todas na mesma direção. Para essas condições de vento e ondas,
as proporções da Arca são as melhores possíveis, aliando conforto,
estabilidade e resistência.
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forma, o espaço líquido no interior da embarcação, aquele que
efetivamente poderia ser utilizado, fica reduzido devido à dimensão
das paredes e estruturas.
Levando-se em conta a descrição de Gênesis, a Arca teria um
volume bruto de: 300 x 50 x 30 = 450 000 côvados cúbicos
Em metros, esse volume seria: 137 x 22,85 x 13,7 =
42.887,17 m3
Para conhecer o volume líquido da Arca, devemos subtrair
das dimensões a espessura de suas paredes e “decks”. Considerando-
se quatro paredes laterais, três “decks” e o teto e assumindo uma
espessura de paredes e decks de 30 cm25, temos as seguintes medidas
para a arca: (137 - 0,6) x (22,85 - 0,6) x (13,7 - 1,2) = 37936,25 m3
(perda de 11,5%)
Na Figura 16, vemos uma réplica da arca de Noé ao lado de um
vagão de trem e da caravela Pinta, utilizada por Cristóvão Colombo
quando descobriu a América, todos na mesma escala.
Via Teológica | Leonardo Pedro Wichert Neto, Vol. 13, n.26, dez.2012, p. 148 - 178 173
O volume real do vagão de trem mostrado na figura é cerca
de 75,6 m3. Um vagão como esse é capaz de transportar em torno
de 240 ovelhas. Considerando-se que o volume líquido da arca
é mais de 422 vezes maior do que o do vagão de trem, pode-
se concluir que seria possível carregar muito mais de 100.000
animais do tamanho de uma ovelha.
Utilizando-se outro critério de referência, podemos dizer
que a arca poderia transportar 2 aviões Boeing-747, com espaço
de sobra (Figura 17).
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anteriormente, o mesmo pode ter peso máximo na decolagem
de 396 toneladas, considerando-se tanque cheio, passageiros,
tripulação e carga.
Isso quer dizer que seria preciso empilhar mais de 42 aviões
Boeing-747 sobre a Arca para se atingir o calado de 15 côvados
descritos no relato bíblico.
Adotando-se outro critério de comparação, sabe-se que um
elefante africano adulto pesa em média 7 toneladas. Assim, seria
possível colocar o peso de mais de 2430 elefantes africanos no
interior da Arca.
Conclusão
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ReferênciaS
176 Leonardo Pedro Wichert Neto, Vol. 13, n.26, dez.2012, p. 148 - 178 | Via Teológica
KITTEL, Rudolf (Org.). Bíblia Hebraica Stuttgartensia. 5. ed.
Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 1997.
Via Teológica | Leonardo Pedro Wichert Neto, Vol. 13, n.26, dez.2012, p. 148 - 178 177
Acesso em: 28/10/2012.
<http://www.biblestudy.org/biblepic/how-big-was-the-ark-of-
noah-scale-model.html>. Acesso em: 24/10/2012.
<http://bibliotecabiblica.blogspot.com/2010/06/arca-noe-
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<http://www.modelwarships.com/reviews/ships/misc/ark/700-
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178 Leonardo Pedro Wichert Neto, Vol. 13, n.26, dez.2012, p. 148 - 178 | Via Teológica