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Faculdade Mineira de Direito

Prof. Luiz Augusto Lima de Ávila

NOME: _______________________________________ NOTA: _________

QUESTÃO: Discorra sobre a non distributivo medii e suas implicações com o dilema de
Jorgen Jorgensen, abaixo indicado, na determinação do raciocínio jurídico implicado no
exemplo ilustrado pela narrativa do caso hipotético abaixo indicado:

no Direito, na moral etc. os argumentos que se articulam partem muitas vezes de, e
chegam a, normas; isto é, empregam um tipo de enunciados em relação aos quais não
parece que tenha sentido falar de verdade ou falsidade. Em consequência, surge o
problema de se a lógica se aplica ou não às normas. Por exemplo, Kelsen, sobretudo
em sua obra póstuma, La teoría general de las normas (1979), sustentou enfaticamente
que a inferência silogística não funciona com relação às normas. As regras da lógica se
aplicam ao silogismo teórico que se baseia num ato de pensamento, mas não ao
silogismo prático ou normativo (o silogismo em que pelo menos uma das premissas e a
conclusão são normas). Na tradição da filosofia do Direito, a questão costuma
remontar a Jorgensen (1937), que propôs um problema por ele denominado 'quebra-
cabeça', e que Ross (1941 e 1971) chamou de 'dilema de Jorgensen'. De acordo com
Ross, uma inferência prática como:
Você deve manter as suas promessas.
Essa é uma das suas promessas.
Logo, você deve manter essa promessa.
carece de validade lógica. Não é logicamente necessário que um sujeito que estabelece
uma regra geral deva também estabelecer a aplicação particular dessa regra. Que isso
se verifique ou não depende de fatos psicológicos. Não é raro  acrescenta Ross  que
um sujeito formule uma regra geral, mas evite a sua aplicação quando se vê afetado.
Entretanto, se examinarmos bem, essa idéia é decididamente estranha. (2000. P. 35-36)
(...)
isso não parece ter relação com a lógica, que  como a gramática  é uma disciplina
prescritiva: não diz como os homens pensam ou raciocinam de fato, apenas como
deveriam fazê-lo. (ATIENZA. 2000. P. 37)

O caso passou-se na aldeia da tribo Aisat-naf. Meugnin e Sodot viviam na melhor


harmonia, como bons amigos que sempre tinham sido. Uma tremenda conflagração
passava por fases alternadas, no que diz respeito à qualidade da justiça consistir na
verdade e em restituir aquilo que se tomou de alguém ou se podemos dizer antes que
essas mesmas coisas, uma vez é justo, outras injusto fazê-las. A questão era ilustrada
com a hipótese de alguém que viesse a receber armas de um amigo em perfeito juízo, e
este, tomado de loucura, lhas reclamasse,  toda a gente diria que não se lhe deviam
entregar, e que não seria justo restituir-lhas, nem tão-pouco consentir dizer toda a
verdade a um homem nesse estado.
Tratava-se de uma contingência, o bem e o mal na determinação ou não do seria justo
fazer, mas o fato deixou Sodot altamente indisposto com tudo o que era mal, num
rancor surdo que esperava apenas a faúlha que o incendiasse para se declarar em
violência.
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Prof. Luiz Augusto Lima de Ávila
Uma frase qualquer, sem importância noutras alturas, soltou-se desavisadamente dos
lábios de Meugnin, ferindo Sodot nos seus brios moralistas. E isso foi a causa da
explosão entre os dois antigos amigos.
Concluíram por discutir com certo calor, passando em breve à ameaça.
Sodot, raivosamente, sem domínio dos nervos em ebulição, com os piores termos que o
seu vocabulário inscrevia, acabou por expulsar Meugnin de sua casa.
E, no cúmulo da irritação, vendo que o outro ainda tentava fazer-lhe objecções, correu
à parede onde dependurava a velha espingarda, que sempre conservava carregada, e,
apontando-a para Meugnin, ameaçou em voz enrouquecida pela fúria:
- Vá! Desaparece depressa da minha vista se não queres saber do justo como o bem em
detrimento do mal .
Refervendo em ódio, acrescentou frases ofensivas aos moderados reflexivos e
relativistas.
Meugnin, também com a raiva a estalar-lhe o coração, abalou dali magoado pela
insólita atitude de Sodot. Para ele era como se tivesse acabado de morrer aquele
homem de quem fora tão amigo. Nunca mais o procuraria. Estava até disposto a não
lhe falar mais, encontrasse-o onde quer que fosse. Nem a salvação lhe daria.
Ele compreendia que um homem desgostoso por qualquer coisa se deixasse dominar
pelos nervos. Mas ameaçar outro com uma arma já era diferente! Em seu entender isso
revelava maus instintos – e uma pessoa de maus instintos não era de recomendar à sua
amizade.
Com o intuito de se acalmar e de não remoer o furor concentrado que lhe fermentava
no peito, Meugnin não se dirigiu logo para casa.
Precisava de ar, de respirar fundo, e, para isso, foi dar um passeio pelos campos. Só
quando se sentiu mais tranquilo se encaminhou então para a sua morada.
Lá chegando encontrou Meugla à sua espera. Este, ao vê-lo de semblante alterado e
porque havia ouvido, poucos momentos antes, um tiro, que lhe pareceu ter partido da
cabana de Sodot, interrogou-o sobre o que se tinha passado.
– Não foi nada! – explicou Meugnin – Tive uma discussão violenta com Sodot... e ele
ameaçou-me com uma espingarda...
– Mas... dispararam um tiro...
– Um tiro!?... – Meugnin encolheu os ombros
– Não! A nossa questão não chegou a tanto... Apesar de ele estar raivoso como um
urso, não passamos de uma discussão... embora ele merecesse um bom corretivo...
Meugla teimou:
– Que lá houve um tiro, isso eu posso jurar. Ouvi-o com estes ouvidos que a terra há de
comer...
– Não sei, nem isso me importa! – volveu Meugnin, revelando ainda uns restos de ira. –
Sodot portou-se como um animal... a sua pessoa deixou, portanto, de me preocupar.
Meugla desempenhou-se da incumbência que ali o levara e retirou-se quase logo a
seguir. No entanto, não cessava de cogitar sobre o que tinha ouvido.
– E se tiver acontecido alguma desgraça a Sodot? A ideia martelava-lhe a cabeça
insistentemente.
Encontrando-se com um amigo, participou-lhe as suas apreensões e juntos resolveram
ir inquirir o que ocorrera na cabana de Sodot.
Poucos instantes depois entravam na cabana de Sodot, ficando alarmados com o que
seus olhos atônitos, então presenciaram.
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O quadro, na realidade desencorajante, era o seguinte: Sodot estava deitado no seu
quarto, imóvel sobre a cama, de lado, e com enorme mancha de sangue ainda fresco a
alastrar-lhe pelo peito coberto por uma camisa de linho branco.
Um tanto afastada, sobre uma mesa, estava a sua espingarda com o cano virado para
ele, e descarregada.
O Sol, que penetrava pelo quarto adentro, através dos vidros retorcidos da janela,
punha uma nota de vida naquele espetáculo de morte.
O trágico acontecimento foi imediatamente participado ao Chefe da tribo, que de
pronto procedeu com as investigações de praxe. Estas conduziram diretamente a
Meugnin.
Que outra pessoa na aldeia tinha algum motivo para matar Sodot? Sim, porque não
havia dúvida nenhuma: – Sodot fora assassinado.
À noite, estava Meugnin já deitado, a dormir o sono dos justos, quando foi acordado
bruscamente por violentas pancadas desferidas na porta de sua cabana.
Saltando da cama, em sobressalto, foi ver quem batia. Era o Chefe da tribo, na
companhia de outros, que lhe dava voz de prisão sob a acusação de homicídio de
Sodot.
Meugnin ficou assombrado pela imputação que lhe faziam. E nesse mesmo momento
começou a afirmar veementemente a sua inocência.
Ninguém, porém, o acreditou. As presunções eram todas contra Meugnin – para sua
desgraça. “Que agira por vingança!”
Na realidade, as aparências o condenavam, fazendo Meugnin se debater em vão.
– Meugnin está em maus lençóis! – comentava o povo da aldeia, todo ele convencido da
sua culpabilidade na morte de Sodot – Ele vai ser, sem dúvida, condenado à forca.
O processo foi instaurado, incriminando-o pelo homicídio de Sodot. Decorrido um
tempo, efetuava-se o respectivo julgamento.
Meugnin teve testemunhas que compareceram no tribunal para abonar o seu bom
comportamento antes do fatídico dia.
No entanto, Meugla que o vira chegando à aldeia pôs tudo a perder com as declarações
que fez. Meugla dramatizou o assunto, se sentindo um dos principais personagens do
drama que se julgava.
A sentença não podia ser outra. Meugnin salvou-se da pena capital apenas por um
pormenor que se toma como relevante: ninguém o vira atirar em Sodot. Mas o júri
considerou-o culpado, condenando-o a prisão perpétua.
Consideremos, para tanto, o seguinte desfecho, de caráter hipotético, que justificaria
uma perspectiva diferente para a solução do problema:
Na cela da prisão, havia um cartaz que servia de forro no teto.
Desde o dia que Meugnin lá chegou, leu-o e releu-o inúmeras vezes depois.
Em parte do cartaz havia um texto que se advertia a população contra certos acidentes
e incêndios que podiam ocasionalmente ser provocados pelo Sol.
Meugnin fica sabendo, por este cartaz, que um raio de sol, traspassando um vidro não
perfeitamente plano, uma garrafa ou algum outro objeto do mesmo material, e
incidindo sobre determinado ponto – do que as lentes eram exemplo frisante – podia
tornar incandescente qualquer matéria inflamável, como a palha, o feno etc.
Meditando sobre a teoria, Meugnin formulou uma hipótese para a morte de Sodot.
Hipótese vaga, talvez inconsistente, mas por um desses extravagantes e estranhos
desígnios da misteriosa Providência, não poderia ter sido o Sol o causador da morte de
Sodot?
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A reconstituição com todos os pormenores. Uma figura de palha deitada na cama onde
Sodot fora encontrado morto, observando rigorosamente a mesma posição. No meio do
quarto, em frente a janela de vidraças feita de fundo de garrafas, cheias de nódulos e
de bolhas de ar, a mesma mesa ao pé da cama. E sobre a mesa a velha caçadeira de
Sodot disposta tal como fora vista quando se descobrira a morte. Para o efeito, a
caçadeira de Sodot seria devidamente carregada. Formada a cena, aguardar-se-ia o
sol. O sol entraria através dos vidros da janela cerrada até a mesa e, então, até o cano
da caçadeira de Sodot, descendo demoradamente até o cão da arma.
De súbito, haveria uma detonação.
A arma dispararia por si mesma sem que ninguém lhe tocasse. A bala saída do cano
iria se cravar no peito da figura de palha deitada no leito.
No dia imediato, Meugnin mandou chamar um advogado.

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