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ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE FENOTÍPICA DE CULTIVARES DE

AMENDOIM NO PARANÁ

José Marcimiano da Silva Filho1 e Vânia Moda-Cirino 2

Resumo

Este trabalho teve por objetivo avaliar a adaptabilidade e estabilidade de rendimento de oito
cultivares de amendoim no estado do Paraná. O ensaio foi estabelecido em dez ambientes nas safras
da seca 2008 e águas 2008/09. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com
quatro repetições. A análise de variância conjunta para rendimento de grãos (kg/há), apresentou
efeitos significativos de genótipo, ambiente e interação genótipo por ambiente a 1% de probabilidade.
O estudo da adaptabilidade e estabilidade fenotípica revelou que as cultivares IAPAR-25 Tição,
Tégua e IAC Tatuí apresentaram uma ampla adaptação, porém as duas primeiras mostraram baixa
estabilidade. As cultivares IAC Tatu ST, IAC Oirã e IAC Tupã mostraram-se adaptadas a ambientes
favoráveis, sendo que as duas ultimas apresentaram alta estabilidade. Runner IAC 886 e IAC Caiapó
mostraram-se adaptadas a ambientes desfavoráveis, porem com baixa previsão de comportamento.

Introdução

O amendoim (Arachis hypogaea L.) é a quarta oleaginosa mais cultivada no mundo sendo
superada pela soja, algodão e colza. É utilizado principalmente na produção de óleo comestível,
confeito, doces, pastas, ou para consumo in natura. Estima-se que a produção mundial anual seja
superior a 35 milhões de toneladas (FAO, 2006). O Brasil cultiva anualmente cerca de 105.100 ha
sendo 73,07% desta área semeada na primeira safra e o restante na segunda safra, a produção anual é
de 232.430 toneladas onde 80,76 é obtida na primeira safra (CONAB, 2007), sendo responsável por
menos de 1% da produção mundial. O estado de São Paulo é o principal produtor contribuindo com
69,22% da produção nacional, cultivando uma área de 63.600ha, com uma produção de 160.908
toneladas na safra 2007/2008. A produção de amendoim no estado de São Paulo da safra 2006/2007
para a safra 2007/2008 elevou-se 7.1%, este acréscimo não ocorreu devido ao aumento de
produtividade que se manteve em 2.530 kg/ha, mas sim devido ao aumento da área cultivada,
(CONAB, 2008).
No estado do Paraná, o amendoim é cultivado na maioria dos municípios como cultura de
subsistência, predominando o uso de variedades crioulas. O cultivo anual está em torno de 5.800ha,
sendo responsável por 6,05% da produção nacional. A produção da safra 2007/2008 foi 12,7% maior
do que a safra 2006/2007 alcançando 14.082 toneladas sendo que este acréscimo de produção deve-se
principalmente a produtividade média que saltou de 2.157kg/ha para 2.412kg/ha (CONAB, 2008).
A produção comercial no Paraná concentra-se nas regiões Oeste, Noroeste e Norte do Estado, por
serem regiões mais adaptadas ao cultivo, destacando-se como principais produtores os municípios de
Umuarama, Toledo, Londrina, Cascavel, Francisco Beltrão e Paranavaí.
Cultivares de amendoim reagem diferentemente às condições do meio ambiente em que são
submetidas como temperatura, solo, precipitação, radiação solar, níveis de tecnologia adotados, dentre
outros. Considerando-se as diferentes condições de clima e de solo que ocorrem entre as principais
regiões produtoras de amendoim no Paraná, espera-se que o desempenho das cultivares não seja igual
nos vários locais.

1
Estudante de Graduação em Agronomia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), estagiário da Área de Melhoramento e Genética
Vegetal (AMG) do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Bolsistas CNPq. Londrina - PR, E-mail: jmarcimiano@gmail.com;
2
Pesquisadora pós doutora na Área de Melhoramento e Genética Vegetal do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Londrina - PR,
E-mail: vamoci@iapar.br
Apoio Fianceiro: IAPAR, SETI
O presente estudo teve por objetivo avaliar a interação genótipo x ambiente, por meio das
estimativas dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade fenotípica da variável rendimento de
grãos de oito cultivares de amendoim, sendo estes IAC Tatu ST, IAC Caiapó, Runner IAC 886,
Tégua, IAPAR 25 – Tição, IAC Oirã, IAC Tupã e IAC Tatuí, visando selecionar as mais adaptadas
para serem indicadas para cultivo no Estado.

Material e Métodos

Foram avaliadas oito cultivares de amendoim no estado do Paraná na safra da seca 2008 e na safra
das águas 2008/2009 obedecendo ao Zoneamento Agrícola do amendoim para o estado do Paraná. Na
safra da seca, os ensaios foram estabelecidos nas Estações Experimentais do IAPAR, localizadas em
Londrina, Cafeara, Paranavaí e Xambrê e das águas em Londrina, Guarapuava, Cambará, Paranavaí,
Xambrê e Palotina.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições e parcelas
constituídas de quatro linhas de 4m de comprimento espaçadas 0,60m, com uma densidade de
semeadura de 20 sementes por metro, considerando-se as duas linhas centrais como parcela útil.
Os dados de rendimento de grãos obtidos por parcela foram transformados para kg/ha e corrigidos
para 10% de umidade. Realizou-se as análises de variâncias individuais para todos os locais e o teste
de homogeneidade de variância do erro, pela metodologia de Hartley. Detectada a homogeneidade das
variâncias residuais efetuou-se a análise de variância conjunta dos ensaios. A adaptabilidade e
estabilidade fenotípica foi realizada pelo método de Eberhart e Russell (1966). O parâmetro de
estabilidade (sdi2) foi estimado pela análise de variância, a partir do quadrado médio do desvio da
regressão de cada genótipo (QMDi) e do quadrado médio do resíduo, de acordo com Cruz e Regazzi
(1994). A significância do coeficiente de regressão ( 1i=1) foi avaliado pelo teste t e a significância
dos desvios de regressão ( di2=0) foi avaliada pelo teste F, à 5% de probabilidade.
As médias dos tratamentos foram agrupadas pelo método de Scott e Knott, (1974) a 5% e 1% de
probabilidade. Todas as análises foram realizadas com auxílio do aplicativo computacional Genes
(CRUZ, 1997).

Resultados e Discussão

A análise de variância conjunta (Tabela 1) para a característica rendimento de grãos (kg/ha),


revelou efeitos significativos de genótipos, ambientes e interação genótipos x ambientes a 1% de
probabilidade, indicando a presença de variabilidade genética entre os genótipos, diferença entre os
ambientes e um comportamento diferenciado dos genótipos frente às variações ambientais,
justificando os estudos de adaptabilidade e estabilidade fenotípica.
As estimativas dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade fenotípica, segundo a metodologia
de Eberhart e Russel (1966), para a característica rendimento kg/ha estão apresentadas na Tabela 2.
Observa-se que as cultivares IAPAR-25 Tição, Tégua e IAC Tatuí apresentaram um coeficiente de
regressão linear estatisticamente igual a um ( 1i = 1) indicando que essas cultivares apresentam uma
ampla adaptação. As cultivares IAC Tatu ST, IAC Oirã e IAC Tupã apresentaram coeficiente de
regressão linear maior que um ( 1i > 1), indicando que os mesmos são adaptadas a ambientes
favoráveis, respondendo portanto a melhoria das condições do ambiente. As cultivares Runner IAC
886 e IAC Caiapó por seu turno, apresentaram coeficiente de regressão estatisticamente menor que
um ( 1i < 1), indicando adaptação a ambientes desfavoráveis, podendo ser consideradas cultivares
rústicas, sendo indicadas para cultivo com baixo nível tecnológico.
A estabilidade é quantificada pelo o desvio de regressão (σ2di /2) e pelo coeficiente de determinação
(R ), sendo que valores de desvios (σ2di /2) estatisticamente igual à zero e R2 elevados indicam
2

genótipos estáveis, com comportamento altamente previsível em relação à variação dos ambientes.
Observa-se na Tabela 2, que as cultivares IAC Oirã, IAC Tatuí e IAC Tupã obtiveram valores de
desvios de regressão (σ2di /2) estatisticamente igual a zero, associados aos maiores valores de R2,
sendo, portanto consideradas estáveis e previsíveis. Com referencia as médias, as cultivares IAC Tatu
ST e IAC Oirã, apresentaram as maiores médias de rendimento, porém adaptação a ambientes
favoráveis e somente a IAC Oirã apresentou alta previsibilidade.

Conclusões

As cultivares estudadas apresentaram variabilidade genética para rendimento de grãos, sendo que as
cultivares IAC Tatu ST e IAC Oirã, apresentaram as maiores médias.
As cultivares variaram em suas adaptações aos ambientes testados e as estimativas dos parâmetros
de adaptabilidade e estabilidade indicam que as cultivares IAC Oirã, IAC Tatuí e IAC Tupã foram as
que apresentaram maior estabilidade de produção, sendo que IAC Tatuí apresentou-se mais adaptado
a ambientes desfavoráveis.

Referências

COMPANHIA NACIONAL DE ABATECIMENTO, Produção Agropecuária. Disponivel em:


<http://www.conab.gov.br/conabweb/>. Acesso em: 11. out. 2007.

COMPANHIA NACIONAL DE ABATECIMENTO, Produção Agropecuária. Disponivel em:


<http://www.conab.gov.br/conabweb/>. Acesso em: 23. set. 2008.

CRUZ, C. D. Programa Genes – Aplicativo computacional em genética e estatística. Viçosa, UFV,


1997. 442p.

CRUZ, C. D.; REGAZZI, A. J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa:


UFV, 1994. p. 1-70.

EBERHART, S. A.; RUSSELL, W. A. Stability parameters for comparing varieties. Crop Science,
Madison, v.6, n.1, p.36-40, jan/feb, 1966.

FAO. Year Book. Disponível em: <http//www.fao.org/inicio.html >. Acesso em: 10 julho. 2006.

SCOTT, A. J. e KNOTT, M. 1974. Acluster analysis method for grouping means in the analyses of
variance. Biometrics, Ralligh, Noth Carolina, v. 30, n. 3, p. 507-512, 1974.
Tabela 1. Análise de variância conjunta de oito cultivares de amendoim, cultivadas em dez ambientes
no Paraná nas safras da seca 2008 e águas 2008/2009.

FV G.L. Q.M.
Blocos/Ambientes. 30 176562,05
Genótipos (G) 7 1436144,30**
Ambientes (A) 9 6486821,70**
GxA 63 341110,21**
Resíduo 210 71123,42
Total 319

**significativo a1% de probabilidade pelo teste F.

Tabela 2 – Médias de rendimento de grãos sem casca em kg/ha, estimativas dos parâmetros de
adaptabilidade e estabilidade fenotípica, por meio do coeficiente de regressão ( 1i) e dos desvios de
regressão ( ij) estimados segundo a metodologia de Eberhart e Russel (1966), de oito cultivares de
amendoim avaliadas no ensaio conduzido em dez ambientes do Paraná, na safra da seca 2008 e águas
2008/2009.
Genótipos Média/1 1i
/2
σ2di /2 R2i (%)
IAC Tatu ST 1398,40a 1,27** 32318** 88,03
IAC-Oirã 1323,90a 1,28** -67,6ns 95,40
IAPAR 25 – Tição 1114,06c 1,09ns 118637** 66,60
Runner IAC 886 1043,53c 0,53** 32920,1** 60,46
Tégua 989,18c 1,03ns 28226,1* 84,36
IAC-Tatuí 1236,83b 0,97ns 7910,2ns 89,23
IAC-Tupã 1229,39b 1,26** 15972,6ns 91,57
IAC Caiapó 822,47d 0,49** 141054,6** 25,72

/1
; Valores seguidos da mesma letra pertencem a um mesmo grupo (Teste de Scott e Knott, a
5%) /2;**,*; significativamente diferente de um, pelo teste t ou F, a 1 e 5% de probabilidade.
ns
não significativamente.

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