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DIREITO ADMINISTRATIVO

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


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SUMÁRIO

1 - FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIIVIDADE ADMINISTRATIVA............................................................3


1.1. Desconcentração x Descentralização........................................................................................3
2. RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E SEUS AGENTES..................................................................................5
3. ÓRGÃOS PÚBLICOS.........................................................................................................................5
3.1 Características...........................................................................................................................5
3.2 Classificação..............................................................................................................................6
4. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA............................................................................................................7
4.1 Características comuns..............................................................................................................7
4.2 Fundações.................................................................................................................................9
4.3 Autarquias...............................................................................................................................10
4.3.1. Conselhos de classe..........................................................................................................14

4.3.2. OAB..................................................................................................................................15

4.3.3. Território..........................................................................................................................16

4.3.4. Agências reguladoras.......................................................................................................16

4.3.5. Agência executiva.............................................................................................................20

4.4. Empresas estatais...................................................................................................................22


4.4.1. Empresa Pública...............................................................................................................22

4.4.2. Sociedade de Economia Mista..........................................................................................23

4.4.3. Diferenças........................................................................................................................24

4.4.4. Regime Jurídico das Empresas Estatais.............................................................................25

4.4.5. Alguns exemplos de empresas estatais.............................................................................29

4.4.6. REGIME CRIADO – REGRAS GERAIS - LEI 13.303/2016 – Estatuto das Estatais...................30

5. ENTES DE COOPERAÇÃO................................................................................................................39
5.1. Conceito.................................................................................................................................39
5.2. Espécies..................................................................................................................................39
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO.....................................................................................48
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA.................................................................................................................48
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ATUALIZADO EM 16/05/2017

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1 - FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIIVIDADE ADMINISTRATIVA

É importante reiterar que Administração Pública é uma expressão plurissignificativa. Possui dois
aspectos:

 Subjetivo: conjunto de órgãos e entidades que integram a estrutura do Estado e tem como
função satisfazer o interesse público, a vontade política governamental. Nesse sentido, deve ser
grafada com letras maiúsculas, pois refere-se aos sujeitos.

 Objetivo: é o conjunto de atividades que esses órgãos e entidades desempenham. Ex.: fomentar
iniciativa privada, prestar serviço público, exercer poder de polícia.

Assim, o exercício das atividades administrativas pode se dar tanto de forma centralizada
quanto de forma descentralizada.

 Centralizada - prestada pela Administração direta, composta pelos entes políticos e seus
respectivos órgãos. É o núcleo da Administração.
 Descentralizada – transfere para uma nova pessoa. Diferente da desconcentração, que significa
o deslocamento dentro da mesma pessoa, criando órgãos.

1.1. Desconcentração x Descentralização

a) Desconcentração: é a diluição de competência no âmbito de uma mesma pessoa jurídica que


decorre da criação de órgãos públicos.
 A desconcentração origina uma espécie de controle, denominado hierárquico;
 O controle hierárquico ou por subordinação ou autotutela abrange todos os atos praticados
pelo órgão subordinado. A autoridade que ocupa o órgão controlador tem legitimidade para
controlar sob a ótica da legalidade e do mérito administrativo todos os atos praticados pelo

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diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
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jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
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órgão subordinado. Trata-se de um controle permanente, automático e independe de
autorização legal específica.

b) Descentralização: ocorre quando acontece uma transferência de competências a uma pessoa


jurídica distinta daquela originalmente competente. Pode ser:
 A) Política: é aquela que existe numa Federação, onde há uma repartição originária de
competências.
 B) Administrativa ou derivada: se divide em três espécies:
o Territorial: é a transferência de competência a um território. (Território federal tem
natureza autárquica).
o Por serviços ou outorga (ou funcional ou técnica): é a transferência da titularidade e da
execução de um serviço público que se concretiza por meio de uma lei. Maioria da
doutrina aponta que somente se dá às entidades da própria AP.
o Por colaboração ou delegação: é a transferência somente da execução de um serviço
público a uma outra pessoa que se concretiza por meio de um negócio jurídico (contrato
de concessão ou permissão) ou também por lei. Pode ser dada para AP (via lei) ou para
particulares (via NJ).

Descentralização

Por serviços ou Por colaboração


outorga ou delegação

Por meio de
Transfere a Transfere Transfere só
Negócio Jurídico
titularidade Execução execução
ou lei

Ex.: contrato de À particulares


Só a entidades
Por meio de lei concessão de (NJ) e a própria
da AP
serviços públicos AP (lei).

Territorial

2. RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E SEUS AGENTES

Para justificar essa relação, várias teorias foram idealizadas:


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 Teoria do mandato: o agente seria o mandatário. Estado e agente celebram um contrato de
mandato. Crítica: o Estado, por si só, não pode manifestar vontade, inclusive a vontade para
assinar esse contrato.
 Teoria da representação: é uma cópia da tutela e da curatela. Crítica: o Estado seria incapaz. O
Estado é sujeito capaz, responde pelos seus atos.
 Teoria do órgão ou Teoria da imputação (extraída da doutrina de Otto Gierke): a atuação do
agente o poder que ele tem de manifestar a vontade do Estado decorre de imputação legal. É a
lei que confere ao agente a possibilidade de agir em nome no Estado. Toda a atuação do agente
deve decorrer de autorização legal. Se quero saber se a autoridade é ou não competente, devo
me socorrer da lei. Imputação volitiva: As vontades do agente e do Estado se confundem, de
maneira que a vontade do agente é identificada como a própria vontade do Estado, formando
uma única vontade.

3. ÓRGÃOS PÚBLICOS

É centro especializado de competência. Cada órgão representa uma especialidade, a partir da


ideia de que a desconcentração de competência está em consonância com o princípio da eficiência.

3.1 Características

 Está presente na Adm. direta e indireta. Art. 1º, §2º, I Lei 9786/99 - Para os fins desta Lei,
consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e
da estrutura da Administração indireta.
 Não tem personalidade jurídica. Não pode ser sujeito de direito ou de obrigação. Ex.: morte
ocorrida dentro de escola pública municipal – responsabilidade do Município. A escola e a
prefeitura são órgãos públicos e, portanto, não são sujeitos de obrigação.
 Não celebra contrato. O órgão, no entanto, realiza licitação, gestão e exercício do contrato, mas
quem celebra é o ente personalizado. Obs.: o art. 37, §8º trata da possibilidade de celebração de
contrato de gestão entre órgãos públicos e administradores, o que é muito criticado pela doutrina
que afirma a sua inconstitucionalidade. Art. 37, §8º, CF: A autonomia gerencial, orçamentária e
financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada
mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por
objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - o prazo de duração do
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contrato; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - os controles e critérios de
avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998).
 Tem CNPJ- o CNPJ foi criado pela Receita Federal para aprimorar a fiscalização da circulação de
valores para fins tributários. Determinou-se a sua aplicação para os órgãos públicos que
acompanham uma unidade gestora de orçamento, isto é, que movimento recurso público.
Instrução Normativa REF nº 1183, art. 5º.
 Em regra, não vão a juízo, pela ausência de personalidade. No entanto, a jurisprudência entende
que o órgão pode ir a juízo (como sujeito ativo) em busca de prerrogativas funcionais, ou seja,
aquilo que estiver diretamente ligado a sua competência funcional. Ex.: Câmara quando não
recebe duodécimo. (Artigo -Personalidade Judiciária –José dos Santos Carvalho Filho)

#SELIGANASÚMULA: Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica,


apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais.

3.2 Classificação

a) Quanto à posição estatal:


 Independentes: não sofrem qualquer relação de subordinação. Os que estão no comando de
cada um dos poderes. O que existe é um controle entre os órgãos dos três poderes, e não
subordinação. Ex.: Presidência da República, Governadorias, Prefeituras, Congresso Nacional,
Assembleias, Câmaras, todos os Tribunais.
 Autônomos: não gozam de independência. Autonomia é uma ampla liberdade, mas está
subordinado ao órgão independente. Ex.: Secretarias e Ministérios.
 Superiores: têm poder de decisão, mas não tem independência nem autonomia. Estão
subordinados aos órgãos independentes e autônomos. Ex.: Gabinetes e procuradorias.
 Subalternos: são os meros órgãos de execução. Ex.: Zeladoria (cuida dos bens públicos),
almoxarifado, sessão de recursos humanos.

b) Quanto à estrutura
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 Simples ou unitários: não tem outros órgãos agregados a sua estrutura. Não há ramificações,
desdobramentos. Ex.: Gabinetes.
 Compostos: possuem ramificações. Ex.: delegacia e seus postos; escolas.

c) Quanto à atuação funcional


 Singular ou unipessoal – só há um agente. Ex.: Prefeitura, juízo de 1º grau, presidência.
 Colegiado – vários agentes. A tomada de decisão é feita de forma coletiva. Ex.: casas
legislativas, STF.

4. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

4.1 Características comuns

A partir de agora, mencionaremos as características que se aplicam comumente à todas as


pessoas que compõem a Administração Indireta:

 Personalidade jurídica própria – (1) respondem pelos seus atos. (2) Têm receita própria (pode
vir do orçamento. Não importa a origem) e patrimônio próprio. (3) Autonomia técnica,
administrativa e financeira. Não tem capacidade nem autonomia política, não podendo legislar.
Mesmo a agência reguladora? SIM. Ela não legisla. Apenas define normas técnicas
complementares à lei.
 Não tem fins lucrativos. O lucro é possível, mas elas não são criadas com esse objetivo. As AP e
SEM podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica. E, ainda nesse último
caso, o objetivo não é o lucro, e sim a segurança nacional ou o interesse coletivo. Se houver
valores eles serão tidos como superávit e não como lucro. Art. 173, CF Ressalvados os casos
previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo, conforme definidos em lei.
 Finalidade específica. E essa finalidade só pode ser modificada também por lei. As pessoas
estão amarradas a sua finalidade específica. É o princípio da especialidade.
 Controle ou tutela administrativa – entre a Adm. direta e indireta não há subordinação, mas há
controle. Ex.: Tribunal de Contas (controla todas as pessoas jurídicas da indireta. Até 2005 as
SEM ficavam de fora), que é longa manus do Legislativo, e CPI; Supervisão ministerial no poder
Executivo, que realiza o controle finalístico (receita, despesas) das pessoas da Adm. indireta,
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além de escolher os dirigentes. Banco Central e Agência Reguladora - depende do Senado.
Controle político (escolha do dirigente); controle institucional (obedecer às finalidades da lei
instituidora); controle administrativo (fiscalização dos agentes); controle financeiro.
 Criação e extinção da pessoa jurídica. Art. 37, XIX somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Lei
ordinária específica: cada pessoa jurídica terá a sua própria lei. A lei tem de tratar somente
desse assunto.
o A lei cria autarquia e autoriza a criação de SEM, EP e fundação.
o Na criação basta essa lei para a autarquia existir. Na autorização ainda será necessário o
registro doa atos constitutivos no órgão competente.
o Se tem natureza civil no cartório e se natureza comercial na junta comercial.
o Se lei cria, lei extingue. Se lei autoriza a criação, autoriza a extinção. Isso é denominado
de paralelismo de formas.
o Lei complementar definirá as áreas de atuação da fundação, não é a lei que autoriza a
criação.
o De que fundação o artigo trata? Pela leitura da observação abaixo, tem-se que o artigo
se refere, em consonância com a classificação do STF, à fundação pública de direito
privado, pois a de direito público seria subespécie de autarquia. Iniciativa da lei cabe ao
Chefe do Executivo.
o Obs.: criação de subsidiárias – exigência de lei. Não precisa ser específica. A própria lei
que institui a entidade pode autorizar. Princípio da especialidade – a lei deve ser
minuciosa, trazendo todas as áreas de atuação da entidade de forma específica. Já a
organização pode ser feita através de ato administrativo.
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Lei ordinária específica (art. 37,
XIX, CF).

Autoriza a criação (além da lei


Cria (basta a lei e a pessoa autorizadora, é preciso o
jurídica já está pronta para o registro dos atos constitutivos
mundo jurídico. no órgão competente,
conforme a natureza da pessoa)

Autarquias Fundações
Empresas públicas Sociedades de
Economia mista

Segundo maioria, devem ser Lei complementar irá definir


incluídas nessa hipótese as suas possíveis finalidades;
fundações públicas de direito
público (autarquias
fundacionais).

Segundo maioria, essa é uma


fundação pública de direito
privado, denominada fundação
governamental

4.2 Fundações

A fundação é um conjunto de patrimônios destacado do fundador para alguma finalidade, ou


seja, é um patrimônio personalizado.
Se a fundação tem por um instituidor pessoa privada, ela terá natureza privada, e da mesma
forma se for o poder público, ela será fundação pública. E fundação privada não interessa ao D Adm. E
se situa no âmbito civil.
Ocorre que o poder público, ao instituir a fundação pública, pode determinar que ela seja uma
fundação pública de direito público ou de direito privado, a depender do regime escolhido pelo poder
público instituidor. O que as diferenciaria seria a origem dos recursos e o tipo da atividade realizada,
exclusiva ou não.
Para a maioria e para o STF, a fundação pública de direito público nada mais é que uma
categoria de autarquia chamada de autarquia fundacional, e dessa maneira terá também que ser
criada por lei. Se, no entanto, a fundação pública for de direito privado, também chamada de
governamental, terá o mesmo regime das EP e SEC, de forma a ser autorizada por lei. Para Hely e José
dos Santos toda fundação, mesmo que instituída pelo poder público, teria personalidade jurídica
privada. Não há sentido chamar de fundação ente que tem tudo igual à autarquia. Seria tudo autarquia
mesmo.

Obs.: as fundações públicas com personalidade pública e privada têm imunidade tributária. Ambas se
sujeitam a lei 8666. Nesses dois casos a lei não faz distinção, restringindo-se a falar em fundações
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públicas instituídas pelo Poder Público. A responsabilidade das duas é objetiva e o ente instituidor
responde subsidiariamente. Isso porque toda fundação pública, independentemente da sua
personalidade jurídica presta serviço público, em razão da sua finalidade social.

Criada por lei


De direito
público NJ de Autarquia.
Autarquia
fundacional
Fundação Pública
Autorizada por
lei.
De direito
privado
Fundação
Governamental

4.3 Autarquias

São pessoas jurídicas de direito público que desenvolvem atividades típicas, próprias do Estado.
Possui regime muito semelhante aos dos entes da Administração Direta. Como exemplos de autarquia,
podemos enumerar: INSS, INCRA, conselhos de classe, UF, IBAMA, BANCO CENTRAL, autarquias
territoriais, agências reguladoras, associações públicas de regime público (lei 11.107/05).

(1) os atos praticados são atos administrativos.

(2) Os contratos são contratos administrativos, de forma que as autarquias precisam licitar e pode
haver cláusulas exorbitantes. Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. Art. 1º da Lei 8666 - Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos
administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações
no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

(3) Responsabilidade civil objetiva. Art. 37, §6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
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causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.

Obs.: motorista da autarquia, dirigindo o carro da autarquia atropela uma pessoa. Quem será o
responsável? Se a autarquia não tem dinheiro? A vítima pode cobrar do Estado? Se é serviço público há
o dever do Estado. Ele continua responsável. Ele decidiu transferir a titularidade. O dever do Estado, no
entanto, é subsidiária quanto à sequência, e objetiva quanto ao elemento culpa.

(4) Procedimentos financeiros – obedece às regras de contabilidade pública (Lei 4320/64); se submete
à Lei de Responsabilidade Fiscal. Tribunal de Cotas fiscaliza.

(5) Bens autárquicos são bens públicos.


 Em regra, inalienáveis de forma relativa ou alienáveis de forma condicionada – preenchidas
algumas condições é possível alienar.
 Impenhoráveis – não podem ser objeto de arresto (cautelar típica para bens indeterminados),
sequestro (cautelar típica para bens determinados) e penhora (garantia judicial que ocorre na
execução).
 Impossibilidade de oneração – direito real de garantia. Não podem ser objeto de penhor (bens
móveis), hipoteca (bens imóveis, avião, navio). São garantias fora da execução judicial. No
contrato.
 Imprescritíveis – não pode ser objeto de prescrição aquisitiva- usucapião. Sumula 340 STF
Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não
podem ser adquiridos por usucapião. (Obs.: em que pese a súmula se referir ao CC anterior,
ainda assim permanece válido o seu conteúdo).
 Débitos judiciais – via regime de precatório. Cada autarquia terá sua ordem cronológica de
precatórios. (art. 100 CF - Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais,
Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a
designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais
abertos para este fim.)

(6) Prazo prescricional. Hoje a posição que prevalece (STJ e STF) é que o prazo prescricional é o do
Decreto 20910/32 de 5 anos (quinquenal).
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(7) Regime Tributário. Art. 150, VI, a. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI - instituir
impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.; § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é
extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. A
imunidade é apenas em relação aos impostos, pagando as demais exações tributárias. Afora isso,
somente os impostos ligados as suas finalidades essenciais ou delas decorrentes (natureza
condicionada).

Obs.: STJ já decidiu pela possibilidade de imunidade na locação de imóveis a terceiros.

(8) Regime processual de Fazenda Pública (#AGU e #NCPC)


 Prazos dilatados: Com o NCPC, todas as manifestações da Fazenda Pública são em DOBRO (art.
183, NCPC).

*#OUSESABER #PROCURADORIAS #FAZENDAPÚBLICA: Recentemente, o Plenário do STF, por maioria,


julgou IMPROCEDENTE pedido formulado na ADI-2418, constante no Informativo 824, ajuizada em face
dos artigos 4º e 10 da Medida Provisória 2.102-27/2001. O art. 4º acrescentara os artigos 1º-B e 1º-C à
Lei 9.494/1997. O Art. 1º-B refere-se ao prazo do “caput” dos arts. 730 do CPC/73 e 884 da CLT
estipulando em trinta dias o prazo para os Embargos à Execução para a Fazenda Pública. A Corte
destacou, de início, que não teria havido a perda de objeto da ação, relativamente ao parágrafo único
do art. 741 do CPC/1973, revogado pela Lei 13.105/2015, que estatui um novo Código. A matéria
disciplinada no referido dispositivo teria recebido tratamento normativo semelhante, embora não
igual, nos §§ 5º a 8º do art. 535 e nos §§ 12 a 15 do art. 525 do novo CPC. No mérito, o Plenário
afirmou que A AMPLIAÇÃO DE PRAZO PARA A OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DO DEVEDOR PELA
FAZENDA PÚBLICA, inserida no art. 1º-B da Lei 9.494/1997, NÃO VIOLARIA OS PRINCÍPIOS DA
ISONOMIA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. Isso porque o estabelecimento de tratamento processual
especial para a Fazenda Pública, inclusive em relação a prazos diferenciados, quando razoáveis, não
constituiria propriamente restrição a direito ou prerrogativa da parte adversa, mas buscaria atender ao
princípio da supremacia do interesse público. Por outro lado, a fixação do prazo de trinta dias para a
Fazenda apresentar embargos à execução não poderia ser tido como irrazoável. Afinal, tratar-se-ia de
prazo idêntico ao que tem o particular para apresentar esses mesmos embargos nas execuções fiscais
contra ele movidas pela Fazenda Pública, conforme estatuído pelo art. 16 da Lei 6.830/1980. Vide: ADI
2418/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 4.5.2016. #IMPORTANTE
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 Embargos do devedor: art. 535, NCPC.


 Execução fiscal
 Reexame necessário – art. 496, NCPC. Houve mudanças em relação aos valores para a dispensa
do reexame necessário. Até 1.000 salários (União), 500 salários (Estados/DF e Munícipios de
Capital) e 100 (Município que não seja capital) não vai ter reexame necessário. Obs.: se por
lapso do juiz de 1º grau não remeteu os autos para o Tribunal, não haverá o trânsito em julgado,
mesmo diante da ausência de recursos2.

(9) Regime pessoal – há servidores públicos. Regime jurídico único – ou todos serão celetistas ou
estatutários.

(10) Classificação – federais, estaduais, municipais. Obs.: não podem ser interestaduais ou
intermunicipais. A vinculação tem que ser unipessoal. Se há interesse comum entre mais de um ente
que celebram convênios ou consórcios administrativos.
 Todavia, caso seja celebrado um consórcio público de natureza pública, a doutrina entende
que o mesmo possuirá natureza jurídica de associação pública, fazendo as vezes de uma
“autarquia multifederativa”.

(11) Foro judicial – JF (Se for autarquia federal).

2 De acordo com o NCPC: Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de
direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao
tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal julgará a remessa necessária.
§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo
e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito
público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público,
consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
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 Súmula Vinculante 27, STF - Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e
concessionária de serviço público de telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte
passiva necessária, assistente, nem opoente.
 Súmula 270 STJ O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em
execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal.
 Súmula 97 STJ - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação de servidor
público relativamente a vantagens trabalhistas anteriores à instituição do regime jurídico
único.

(12) Autonomia.

#JURISPRUDÊNCIA: AUTARQUIAS. AUTONOMIA. É inconstitucional lei estadual que preveja que o


escritório de prática jurídica da Universidade Estadual deverá manter plantão criminal nos finais de
semana e feriados para atender pessoas hipossuficientes que sejam presas em flagrante. Esta lei viola a
autonomia administrativa, financeira, didática e científica assegurada às universidades no art. 207 da
CF/88 (inconstitucionalidade material). Além disso, contém vício de iniciativa (inconstitucionalidade
formal), na medida em que foi usurpada a iniciativa privativa do Governador. STF. Plenário. ADI
3792/RN, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/09/2016 (Info 840)

4.3.1. Conselhos de classe

 Nasceram como autarquias, mas, em 1998, com a lei 9.649, passaram a ser pessoas jurídicas de
direito privado. O STF, no entanto, na ADI 1717, determinou que o fato do conselho de classe
exercer poder de polícia impossibilita a sua natureza privada, em nome da segurança jurídica.
 Cobra anuidade, que tem natureza tributária, o que possibilita a (1) execução fiscal. (2) Tribunal
de Contas controla, pois há arrecadação de tributo (dinheiro público). (3) Contabilidade pública
 Concurso público

#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA: A Lei nº 12.514/2011, que trata sobre as contribuições (anuidades)


devidas aos Conselhos Profissionais, é constitucional. Sob o ponto de vista formal, esta Lei, apesar de
ser fruto de uma MP que originalmente dispunha sobre outro assunto, não pode ser declarada
inconstitucional porque foi editada antes de o STF declarar ilegítima a prática do “contrabando
legislativo” (ADI 5127/DF). Ainda quanto ao aspecto formal, esta Lei não trata sobre normas gerais de
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Direito Tributário, motivo pelo qual não precisava ser veiculada por lei complementar. Sob o ponto de
vista material, a Lei respeitou os princípios da capacidade contributiva, da vedação ao confisco e da
legalidade. STF. Plenário. ADI 4697/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 06/10/2016 (Info 842).
#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA: O representante judicial de conselho de fiscalização profissional possui
a prerrogativa de ser intimado pessoalmente no âmbito de execução fiscal promovida pela entidade.
Incide, nessa hipótese, o disposto no art. 25 da Lei 6.830/1980 (LEF). Deve-se ressaltar, a propósito do
tema, que o STF consolidou o entendimento de que os referidos conselhos possuem natureza jurídica
autárquica, pois exercem atividade típica de Estado, de modo a abranger, no que concerne à
fiscalização de profissões regulamentadas, o poder de polícia, o de tributar e o de punir. Nesse
contexto, os créditos dos conselhos de fiscalização profissional devem ser cobrados por execução fiscal,
pois a expressão “Fazenda Pública” constante do § 1o do art. 2o da LEF – “Qualquer valor, cuja
cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o artigo 1o, será considerado Dívida Ativa da
Fazenda Pública.” –, deve ser interpretada de maneira a abranger as autarquias. Dessa forma, existindo
regra específica sobre a intimação pessoal dos representes da Fazenda Pública em execução fiscal
(art. 25 da LEF), essa prerrogativa deve ser observada no caso dos representantes dos conselhos de
fiscalização profissional. REsp 1.330.473-SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 12/6/2013
(Informativo no 0526).
#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA: CONSELHOS PROFISSIONAIS. Inscrição de profissionais no Conselho
Regional de Educação Física. Não é obrigatória a inscrição, nos Conselhos de Educação Física, dos
professores e mestres de dança, ioga e artes marciais (karatê, judô, tae-kwon-do, kickboxing, jiu-jitsu,
capoeira e outros) para o exercício de suas atividades profissionais. STJ. 2ª Turma. REsp 1.450.564-SE,
Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 16/12/2014 (Info 554).

4.3.2. OAB

 Lei 8906. Estatuto da OAB.


 Anuidade não é tributo, (1) não cabendo execução fiscal. (2) TC não controle (3) fora da
contabilidade pública.
 O artigo 79 do Estatuto da OAB diz que o seu quadro era celetista. O PGR ajuizou ADI3026 no
intuito de que a OAB fosse obrigada a realizar a concurso. O STF decidiu que a OAB não compõe
a administração direta, nem indireta. É um serviço público independente. Categoria ímpar. Não
está, portanto, sujeita ao controle da Administração. Não é congênere dos demais conselhos de
classe. Não precisa fazer concurso público. CLT sem concurso. Não se submete ao controle do
TCU. A anuidade é compulsória, sendo considerada dinheiro público.
16
 Causas processadas na JF.

#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA. A inscrição como advogado, nos quadros da OAB, de quem apresente


diploma ou certidão de graduação em Direito "obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada
e credenciada" (art. 8º, II, do Estatuto da Advocacia) não pode ser impedida pelo fato de o curso de
Direito não ter sido reconhecido pelo MEC. STJ. 1ª Turma. REsp 1.288.991-PR, Rel. Min. Napoleão
Nunes Maia Filho, julgado em 14/6/2016 (Info 586).

4.3.3. Território.

São autarquias territoriais. Desmembramento geográfico. Entes despidos de autonomia que


desempenham, por delegação, funções políticas estatais.

4.3.4. Agências reguladoras3.

São autarquias em regime especial (possuem regime jurídico distinto daquele dispensado às
demais autarquias).
 A expressão “autarquia de regime especial” surgem com as universidades federais;
 No Brasil, as Agências Reguladoras surgem num contexto de transformar o Estado de
patrimonialista para gerencial.
 A função regulatória não surge com as agências reguladoras e nem é exclusiva delas.
 Não se confundem com agências executivas, pois estas são autarquias ou fundações que se
qualificam como agência executiva por ter celebrado um contrato de gestão com a
Administração e por ter um plano de reestruturação, de acordo com ato discricionário privativo
do Presidente da República (art. 51, Lei 9.649/98).

 O que define esse regime especial?

a) Função de regulamentação, normatização, fiscalização, controle – essa função é antiga, que o Estado
já desenvolvia. A novidade é a criação de uma pessoa jurídica com essa finalidade. O nome agência foi
copiado do governo norte-americano para dar mais credibilidade. Tem mais autonomia e liberdade que
3 A respeito dessa temática, a prova do TRF3/2016 considerou as seguintes alternativas corretas: “(i) As
agências reguladoras foram criadas no intuito de regular, em sentido amplo, os serviços públicos, havendo
previsão na legislação ordinária delegando à agência reguladora competência para a edição de normas e
regulamentos no seu âmbito de atuação” e “ (ii) configura conflito de interesses após o exercício de cargo ou
emprego no âmbito do Poder Executivo federal, incluindo o de Diretor em agência reguladora, no período
de 6 (seis) meses, contado da data da dispensa, exoneração, destituição, demissão ou aposentadoria,
salvo quando expressamente autorizado, conforme o caso, pela Comissão de Ética Pública ou pela
Controladoria-Geral da União, prestar, direta ou indiretamente, qualquer tipo de serviço a essoa física ou
jurídica com quem tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego”
17
às demais pessoas jurídicas. Poder normativo técnico – normas técnicas de caráter geral, com
fundamente em delegação prevista na própria lei. Deslegalização.

#SELIGA: Poder regulatório ≠ Poder regulamentar.


o O poder regulamentar é um dos poderes administrativos, que tem como propósito
detalhar previsões legais genéricas. Para a maioria dos autores, o poder regulamentar é
de competência privativa do Chefe do Poder Executivo. O fundamento constitucional do
poder regulamentar é o art. 84, IV, da CF/88.
o O fundamento do poder regulatório não é o art. 84, mas o art. 174 da CRF: Art. 174.
Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este
determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
o Há um certo ponto de contato entre poder regulamentar e poder regulatório, pois
ambos tem a aptidão de detalhar previsões legais genéricas. Isso porque o poder
regulatório abrange a competência de uma Agência Reguladora esmiuçar previsões
legais genéricas. Mas, mesmo nesse ponto de contato não há uma identidade absoluta
entre os dois poderes, pois o poder regulamentar acarreta um detalhamento de
previsões legais genéricas que leva em consideração uma avaliação política (que precisa
se ater à lei, mas há certa discricionariedade política), enquanto que o exercício do
poder regulatório pressupõe uma discricionariedade técnica.
o O poder regulatório não é apenas regular determinada matéria. Compreende também,
por exemplo, a função adjudicatória, que é a função de dirimir conflitos entre
particulares, o poder de polícia, expedir atos de consentimento, licenças e autorizações,
dentre outras situações.

b) Nomeação ou investidura especial do dirigente da agência. Depende de sabatina do Senado. O


Presidente aqui não nomeia e exonera de forma livre. Trata-se de ato complexo (comunhão de
vontades em órgãos diferentes).

c) Mandato (investidura a termo. Não é inteiramente adequado mencionar mandato pois pressupõe
processo eletivo) de prazo determinado – o prazo depende de cada lei da agência. Há projeto de lei
que fala em 4 anos não coincidente com o mandato do Presidente. Presidente não pode exonerar na
hora que quiser. Ele pode sair antes do prazo em razão de renúncia ou condenação judicial ou
administrativa. Encerrado o mandato tem que se esperar o período de quarentena remunerada de 4
18
meses, salvo algumas agências que tem o prazo de 12 meses – Art. 8º da Lei 9986/00 - O que ele não
pode é ir para a iniciativa privada naquele ramo, pois já tem informações privilegiadas. Pode mudar de
ramo ou continuar no ramo na iniciativa pública. Independência administrativa.

#DEOLHONATERMINOLOGIA: O que se entende por risco de captura?4 O Risco de Captura integra as


características das Agências Reguladoras, que possuem algumas restrições institucionais, sendo uma
delas, a denominada "quarentena" dos ex-dirigentes, previstas nas leis instituidoras das principais
agências reguladoras brasileiras, como a ANATEL, ANEEL, ANP e ANS. Os ex-dirigentes dessas agências,
assim, ficam impedidos para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado
pela respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou término do seu
mandato. Desta forma, evita-se que a Agência possa atuar em prol dos interesses das empresas
reguladas, sendo que a expressão "risco de captura" pode ser ainda utilizada em sentido mais amplo,
abrangendo as principais situações em que se verifica, seja a ineficácia do órgão regulador, seja a
contaminação de sua atuação pelos interesses de alguma das partes interessadas nas relações
concernentes à atividade regulada (Estado, usuários e consumidores ou as empresas). Nessa acepção
ampla, a "captura" descreve a situação em que o ente regulador passa a atuar sem imparcialidade,
favorecendo sistematicamente uma das partes envolvidas com a atividade regulada ou passa a ser uma
estrutura inoperante, meramente figurativa. Pode significar o risco de concussão (corrupção dos
dirigentes), como também, a captura por contaminação de interesses, em que o órgão regulador
assume os valores e interesses do regulado, como se fossem interesses da coletividade, a captura por
insuficiência de meios, que ocorre quando a atuação do agente regulador é inviabilizada pela ausência
ou má qualidade de seus recursos e a captura pelo poder político, situação que ocorre quando não
existem os instrumentos legais capazes de assegurar a efetiva autonomia da agência reguladora e ela
passa a ser um mero agente dos interesses políticos-partidários dos governantes. 5

4 https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/82953/em-que-consiste-o-risco-de-captura-ariane-fucci-wady, por Ariane Fucci Wady.


Consulta em 24/04/17.
5 Artigos importantes: Art. 5º O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente (CD I) e os demais membros do
Conselho Diretor ou da Diretoria (CD II) serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no
campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente da República e
por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição
Federal. Parágrafo único. O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente será nomeado pelo Presidente da
República dentre os integrantes do Conselho Diretor ou da Diretoria, respectivamente, e investido na função pelo prazo
fixado no ato de nomeação.
Art. 6º O mandato dos Conselheiros e dos Diretores terá o prazo fixado na lei de criação de cada Agência. Parágrafo único.
Em caso de vacância no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma prevista no art. 5o.
Art. 8º O ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela
respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou do término do seu mandato. § 1o Inclui-se
no período a que se refere o caput eventuais períodos de férias não gozadas.§ 2o Durante o impedimento, o ex-dirigente
ficará vinculado à agência, fazendo jus a remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção que exerceu e aos
benefícios a ele inerentes. § 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao ex-dirigente exonerado a pedido, se este já tiver
cumprido pelo menos seis meses do seu mandato.§ 4o Incorre na prática de crime de advocacia administrativa, sujeitando-
19

d) Licitação. A lei 9472/97 afirmou que as agências reguladoras não se submeteriam à lei 8666,
seguiriam procedimento próprio definido pela própria agência e que seguiriam as modalidades de
pregão e a consulta. A lei foi objeto da ADI 1668 e o STF disse que as agências reguladoras se
submetem sim a 8666, seguindo o seu procedimento, mas deixou passar o pregão e a consulta. Pregão
foi estendido para os demais entes, de forma que o procedimento próprio das agências é a consulta,
que ainda não foi regulamentada.

e) Regime de pessoa: lei 9986/00 – emprego público (CLT) + cargos em comissão (estatutário). ADI
2310 –MC: não pode ser celetista nem pode ser temporário. A regra é o regime único, de que regime
de estatutário. Os temporários que já existiam permaneceram. A MP 155/03 convertida em lei
10871/04 (estatutário) criou os cargos, extinguindo a ADI por perda de objeto. Com a extinção da ADI
vários contratos temporários foram prorrogados pela Adm. Algumas agências já fizeram concursos, mas
até hoje há algumas que ainda estão na inconstitucionalidade. Hoje há a ADI 3678 que discute a
inconstitucionalidade dos temporários, pendente de julgamento. Além dos temporários
inconstitucionais, algumas agências criaram novas contratações de temporários. Na prova: regime de
pessoal de agências reguladoras – cargo/ estatutário.

f) autonomia decisória

g) autonomia econômico financeira.

4.3.5. Agência executiva.

Agência executiva é uma autarquia ou fundação que recebeu esta qualificação por ter celebrado
um contrato de gestão com a Administração Pública e por possuir um plano de reestruturação (art. 51
da Lei nº 9.649/98). São exemplos de agências executivas: INMETRO e SUDENE. As suas características
são elencadas abaixo:
a) Pode ter natureza de autarquia ou de fundação pública.

se às penas da lei, o ex-dirigente que violar o impedimento previsto neste artigo, sem prejuízo das demais sanções cabíveis,
administrativas e civis§ 5o Na hipótese de o ex-dirigente ser servidor público, poderá ele optar pela aplicação do disposto
no § 2o, ou pelo retorno ao desempenho das funções de seu cargo efetivo ou emprego público, desde que não haja conflito
de interesse.
Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial
transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar. Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever
outras condições para a perda do mandato.
20
b) Foram criadas pela Lei 9649/98.
c) Há muitas autarquias e fundações ineficientes. É uma tentativa de modernização. Liberdade e
dinheiro.
d) É uma autarquia ou fundação que temporariamente será agência executiva, enquanto durar o
contrato de gestão. É apenas um status temporário. Não se pode falar em conversão, mas mera
qualificação (José dos Santos).
e) Mais eficiência e redução de custos.
f) Criação. Requisitos:
 Plano estratégico de reestruturação
 Celebra com a Administração Direta –Ministério- um contrato de gestão. Surgiu para definir
aqueles contratos entre dois entes da Administração. A partir de 1998 a EC 19/98 alterou o
art. 37, §8º da CF, trazendo outras hipóteses do contrato de gestão. A doutrina critica muito.
A conotação foi alterada. Fala da hipótese de contrato entre administradores e órgãos. A
crítica não é para a possibilidade de realização do contrato de gestão pela autarquia, e sim
por órgãos e administradores. § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante
contrato, a ser firmado entre seus administradores (isso não poderia ser contrato
administrativo. Seria inconstitucional) e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão (não tem personalidade jurídica. Não poderia celebrar
contrato. Também seria inconstitucional) ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - o prazo de duração do contrato; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - os controles e critérios de avaliação de
desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
 Decreto do Presidente da República.

g) Objetivos:
 Reestruturação da gestão (mais eficiência). Melhoria dos serviços, redução dos custos e
otimização dos recursos.
 Conferir maior autonomia de gestão, através de prerrogativas e privilégios. Ex.: art. 14 da Lei
8666. Ela pode ter uma dispensa de licitação com tratamento diferenciado. O art. 24 fala de
dispensa de licitação. Ela tem uma dispensa com valor maior. Art. 24 I E II (regra geral) -
engenharia 15.000 e outros 8.000. Ela tem o limite dobrado – Art. 24 §1º - Engenharia 30.000 e
21
outros 16.000. Art. 24. É dispensável a licitação: I - para obras e serviços de engenharia de
valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior-
convite-, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para
obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)II - para outros serviços e
compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II - convite-
do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a
parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de
uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)§ 1o Os percentuais referidos nos
incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços
contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela
Lei nº 12.715, de 2012)

 Disponibilidade de recursos para cumprimento de suas metas.

h) Críticas:
 A doutrina diz que agencia executiva é um prêmio para a incompetência, ineficiência das
autarquias e fundações.
 Se o texto cria a autarquia e fundação com uma liberdade x, não poderia um contrato ampliar
essa liberdade. Haveria a exigência de lei.

#ADENDO: Associações públicas. A lei 11.107/05 cria uma nova pessoa jurídica da administração
indireta, as associações públicas. Os entes políticos (U/E/M/DF) em razão de interesse comum
(competência também comum) celebram um contrato de consórcio. Na ideia de gestão associada.
Desse contrato nasce uma nova pessoa jurídica, chamada de associação, que compõe a adm. indireta.
Essa associação pode ser pública de regime público ou pública de regime privado. Quando a associação
seguir o regime público ela será uma espécie de autarquia. Quando tiver o regime privado, irá se
aproximar do regime misto, híbrido ao das EP e SEM. Esse regime está previsto na própria lei
11.107/05.

 ATENÇÃO! Consórcio público não faz parte da adm. indireta. Ele é contrato e não pessoa. A
pessoa é a associação. Críticas: Como pode de uma reunião de entes políticos nascer uma
22
pessoa nova? E como essa pessoa pode ser privada? Se é espécie de autarquia e autarquia é
criada por lei, como pode ser criada por contrato?

4.4. Empresas estatais

As Empresas Públicas (EP) e Sociedades de Economia Mista (SEM) são pessoas jurídicas de
direito privado integrantes da Administração Pública Indireta.
 São regidas por um regime predominantemente privado, chamado por alguns de regime
híbrido, sui generis. Isso porque, por mais que sejam influenciadas pelo regime privado,
possuem características do regime de direito público.
*#OUSESABER: Empresas semiestatais são aquelas cuja MINORIA do capital votante pertence ao
Poder Público. Não chegam a ser empresas públicas (o capital pertence totalmente ao Poder Público)
nem sociedades de economia mista (a maioria do capital votante pertence ao Poder Público), nos
termos da Lei 13.303/16. Nesse sentido, não integram a Administração Pública, mas o seu controle
(necessidade ou não de licitação, fiscalização pelos Tribunais de Contas etc.) é discutido na doutrina.

4.4.1. Empresa Pública

a) Pessoa Jurídica de Direito Privado. O nome empresa pública está ligado ao capital público e não a
sua natureza jurídica.

b) Tem regime híbrido, misto. Não é plenamente privado.

c) Pode ter duas finalidades:

 Prestadora de serviço público


 Exploradora de atividade econômica

d) Capital exclusivamente público. Esse capital pode ser de mais de um ente. Qualquer pessoa
administrativa pública ou privada. Tem que fazer parte da administração.

e) A sua constituição pode ocorrer através de qualquer modalidade empresarial. Só as federais podem
mudar a natureza. As do plano inferior devem obedecer à lei federal, pois compete privativamente a
União legislar sobre direito civil e comercial.
23
*#OUSESABER: Embora as empresas públicas possam assumir qualquer forma jurídica (sociedade
limitada, sociedade em comandita etc.), devem submeter-se obrigatoriamente às normas da Lei
6.404/76, a Lei das Sociedades Anônimas. Trata-se de inovadora previsão do art. 7º da Lei 13.303/16,
a chamada Lei das Estatais. Vale lembrar que as sociedades de economia mista continuam devendo
adotar a forma de sociedades anônimas, conforme art. 5º daquela Lei.

f) ECT, Caixa, BNDS, Radiobrás.

4.4.2. Sociedade de Economia Mista

a) Pessoa Jurídica de Direito Privado.

b) Tem regime híbrido, misto. Não é plenamente privado.

c) Pode ter duas finalidades:


 Prestadora de serviço público
 Exploradora de atividade econômica

d) Capital misto. O capital é apenas parcialmente público. O comando da SEM tem que está nas mãos
do poder público, apesar do capital privado. A maioria do capital que dá direito a voto precisa estar nas
mãos do poder público. obs.: sociedades de mera participação do Estado – Estado detém capital
minoritário. Não integra a Administração Indireta.

e) Será sempre sociedade anônima

f) ex.: BB, Petrobrás, Bancos estaduais.

4.4.3. Diferenças

a) Capital
 EP: público
 SEM: misto

b) Constituição
24
 EP: qualquer modalidade
 SEM: sociedade anônima

c) Competência para julgamento das ações. Decorre da análise do art. 109 da CF. Art. 109. Aos juízes
federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de
falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.

#SELIGANASÚMULA:
Súmula 517, STF: As sociedades de economia mista só têm foro na justiça federal, quando a união
intervém como assistente ou opoente.
Súmula 556, STF: É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de
economia mista.
Súmula 270 STJ O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que
tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal. Súmula 365, STF A
intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a competência
para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido proferida por Juízo estadual.

 EP: federal (Justiça Federal), estadual ou municipal (Justiça Estadual).


 SEM: federal (Justiça Estadual), estadual ou municipal (Justiça Estadual).

Obs.: Finalidade das SEM e EP: O regime varia e acordo com a finalidade da empresa estatal. Se for
prestador de serviço público, o regime se aproxima mais daqueles das pessoas jurídicas de direito
público. Se for exploradora de atividade econômica se aproxima das empresas privadas que estão fora
da Administração.
 Regra da não intervenção: Art. 173 CF - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em
lei.§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização
de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre. I - sua função social e formas de
fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários III - licitação e contratação de obras,
25
serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; IV - a
constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de
acionistas minoritários; V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos
administradores.

4.4.4. Regime Jurídico das Empresas Estatais

a) Contratos
 Contratos administrativos
 Licitação – (1) Se prestadoras de serviço público, estão submetidas às regras gerais de licitação.
Art. 37, XXI, CF - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. Art. 1º Lei 8666/93. Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos
administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e
locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (2)
Se exploradoras de atividade econômica, poderão ter estatuto próprio, criado por lei específica.
Art. 173, §1º, III. A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre. III - licitação e
contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da
administração pública.

Até pouco tempo atrás o regime não tinha sido criado, devendo seguir a regra geral (Lei 8666).
Até porque a lei 8666 não fazia distinção entre empresas estatais prestadoras de serviço ou
exploradoras da atividade econômica. Na prática, no entanto, elas acabavam escapando da licitação,
pelas hipóteses de dispensa e inexigibilidade. No entanto essa situação mudou em face do advento da
LEI 13.303/2016, denominado ESTATUTO DAS ESTATAIS. Ao final do tópico sobre empresas estatais,
você poderá conferir apontamentos sobre o Estatuto das Estatais.

b) Bens.
26
Em regra são privados e, por isso, penhoráveis e alienáveis. Seguem, no entanto, o regime de
bens públicos, quando os bens estiverem diretamente ligados à prestação do serviço, em razão do
princípio da continuidade dos serviços públicos. CUIDADO! Os bens das empresas estatais prestadoras
de serviço público são penhoráveis? Sim! Só não penhora se estiver ligação direta com a prestação do
serviço público. JOSÉ DOS SANTOS discorda e diz que são todos privados. Obs.: ECT tem um tratamento
diferenciado. Apesar de ser empresa pública, o STF reconheceu a sua exclusividade na prestação do
serviço, o que lhe conferiu o tratamento de Fazenda Pública, sendo, portanto, os seus bens,
impenhoráveis, ligados ou não ao serviço público.

c) Responsabilidade civil.
 Prestadoras de serviço púbico. Art. 37, §6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de
direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa - fala em pessoa de direito privado prestadora de serviço público.
Se, portanto, a empresa estatal é prestadora de serviço público, a responsabilidade é objetiva. O
ente instituidor (Estado) responde subsidiariamente pelos danos causados pela SEM e EP
prestadoras de serviço público, pois o serviço é um dever do Estado. A responsabilidade é
objetiva e subsidiária. A responsabilidade do Estado por ato de empresa pública prestadora de
serviço público é objetiva? Verdadeiro. São dois parâmetros diferentes, elemento culpa –
objetiva – e elemento ordem – subsidiária. Obs.: o STF chegou a dizer que quanto ao não
usuário do serviço a responsabilidade seria subjetiva. Esse entendimento não prevaleceu. Hoje
se entende que a responsabilidade é objetiva em ambos os casos. STF RE 591874. EMENTA:
CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS
JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU
PERMISSIONÁRIO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM
RELAÇÃO A TERCEIROS NÃO-USUÁRIOS DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO.
 Exploradoras de atividade econômica. Não estão no art. 37, §6º, devendo aplicar as regras do
Direito Civil. Dessa forma, em regra, é subjetiva. A posição doutrinária que prevalece é que
sendo atividade econômica o Estado não responde. José dos Santos discorda, afirmando que o
Estado sempre tem responsabilidade subsidiária.

d) Regime falimentar.
Alguns doutrinadores dizem que deve se observar a finalidade das empresas.
27
 Lei 11.101/05 art. 2º, I - Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de
economia mista; II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito,
consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de
assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras
entidades legalmente equiparadas às anteriores;

De acordo com a redação do art. acima, a Lei de Falências não faz diferença com relação à
finalidade das empresas, aduzindo que as EP e SEM não estão sujeitas à falência. A exemplo Celso
Antônio, que diz que só não se submetem se forem prestadoras de serviço público. O que prevalece é a
regra legal, isto é, que independentemente da finalidade, elas não se submetem à falência. Princípio da
continuidade dos serviços justificaria no caso das prestadoras de serviço público. Penhora e execução
normais.

e) Regime Tributário.
 Serviços públicos. Segundo jurisprudência do STF se for prestadora de serviço com
exclusividade, terá imunidade recíproca para impostos (somente). RE 580.264. Se o encargo
tributário for repassado ao usuário, as sociedades não terão privilégios.
 Exploradora da atividade econômica. Segundo o art. 173 §3º - § 2º - As empresas públicas e as
sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
setor privado – só podem ter privilégios que a iniciativa privada também tenha. Art. 150, §3º -
As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e
aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas
aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de
preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar
imposto relativamente ao bem imóvel.

*#OUSESABER: O art. 173 da CF, § 2º, assim dispõe: § 2º As empresas públicas e as sociedades de
economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. Entretanto,
segundo a doutrina majoritária, no que pese não haver menção expressa ou distinção entre as
empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas e
prestadoras de serviços públicos, tal vedação se aplica somente às empresas públicas e sociedades
de economia mista exploradoras de atividades econômicas. Vejamos o que diz Marcelo Alexandrino e
Vicente Paulo sobre o tema: ... é amplamente majoritário o entendimento de que a vedação alcança
somente as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas
28
– e não as prestadoras de serviço públicos. (Direito Administrativo Descomplicado. 24ª Edição. Pág. 87).
Ressalta-se, por fim, que essa concessão de benefício fiscal exclusivo deve obedecer a natural
observância dos princípios constitucionais pertinentes.

*DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #IMPORTANTE #PROCURADORIAS #VAICAIR: É aplicável o regime dos


precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de
natureza não concorrencial. STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
23/3/2017 (Info 858).

f) Regime de pessoal.
Obrigatoriamente celetista. Regime trabalhista. Há empregado (não falar em empregado
público). São chamados de servidores de entes governamentais de direito privado. Não estão incluídos
como servidores públicos. No entanto, em algumas situações eles são equiparados aos servidores
públicos: (1) exigência de concurso público (2) regime de não acumulação de cargos (3) sujeição ao teto
quando receber repasse da Adm. Direta para o seu custeio (despesas correntes) (4) sujeitos à lei
8429/92 - improbidade administrativa (5) para a lei penal. Entram no conceito de funcionário público
(art. 327 CP) (6) Remédios constitucionais. Estão sujeitos ao MS, Ação Popular, etc. Obs.: Segundo a lei
12016, há a necessidade de prestação do serviço público. Dessa forma, se o dirigente trabalha numa
empresa estatal que seja exploradora de atividade econômica, não cabe MS.
Diferenças: (1) Dispensa. Aplica-se aos empregados a súmula 390 do TST -

#SELIGANASÚMULA: Súmula 390. Estabilidade. Art. 41 da CF/1988. Celetista. Administração direta,


autárquica ou fundacional. Aplicabilidade. Empregado de empresa pública e sociedade de economia
mista. Inaplicável. (Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 229 e 265 da SDI-1 e da Orientação
Jurisprudencial nº 22 da SDI-2 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005) I - O servidor público celetista da
administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da
CF/1988. (ex-OJ nº 265 da SDI-1 - Inserida em 27.09.2002 e ex-OJ nº 22 da SDI-2 - Inserida em
20.09.00)II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que
admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41
da CF/1988. (ex-Oj nº 229 - Inserida em 20.06.2001), pois o empregado não goza de estabilidade.

O TST conjuga essa súmula com a OJ 247- a despedida de empregados de empresa pública e da
sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso público, independe de ato motivado
29
para a sua validade - que afasta a exigência de dispensa motivada. O TST ressalvou a situação dos
empregados da ECT. No RE 589998 o STF reafirmou que os empregados da ECT não tem estabilidade
do art. 41, mas confirma que a dispensa tem que ser motivada.
http://www.direitodoempregado.com/stf-decide-contra-oj-247-do-tst/

*#OUSESABER: Inexiste direito à incorporação de vantagens decorrentes do exercício de cargo em


comissão ou função de confiança na Administração Indireta. O entendimento consolidado do STJ não
desconhece que o exercício de função comissionada em empresa pública seja também serviço público
em sentido amplo. No entanto, os regimes jurídicos de funcionários civis e de empregados públicos
têm natureza distinta, pois a estes aplicam-se o regime jurídico próprio das empresas privadas,
inclusive quantos aos direitos trabalhistas, conforme dispõe o art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal.
(EDcl no REsp 818763/DF).

4.4.5. Alguns exemplos de empresas estatais

a) ECT - Correios
 Tem natureza de empresa pública.
 Na ADPF 46, teve reconhecida no STF a exclusividade do serviço postal. É diferente de
monopólio, que é ligado à atividade econômica. Exclusividade deve ser utilizado para serviço
público.
 Tratamento de fazenda pública. (1) bens impenhoráveis, independentemente de sua finalidade.
(2) regime de precatório (3) imunidade tributária recíproca, somente para impostos (4) dispensa
motivada.

b) Petrobrás
A lei 9478/97 criou a ANP e no seu artigo 67 - Os contratos celebrados pela PETROBRÁS, para
aquisição de bens e serviços, serão precedidos de procedimento licitatório simplificado, a ser definido
em decreto do Presidente da República- trouxe um procedimento simplificado de licitação para a
Petrobrás, definido pelo Presidente através de decreto. Hoje esse procedimento está no Decreto
2745/98. O TCU diz que isso não é possível, pela sua natureza de empresa estatal. Diz que até seria
possível se fosse realizado por lei específica que atingisse todas as empresas privadas. Decidiu no
Acórdão 39 que seria inconstitucional, suspendendo o procedimento. E Petrobrás levou a discussão ao
STF e no MS 25888 (liminar – até agora não julgou o mérito) o Tribunal decidiu que, segundo a súmula
347, o TCU pode até dizer que uma norma é inconstitucional, mas não pode substituir o STF realizando
30
controle concentrado de constitucionalidade, fazendo com que a Petrobrás continue realizando o
procedimento simplificado.

4.4.6. REGIME CRIADO – REGRAS GERAIS - LEI 13.303/2016 – Estatuto das Estatais
#NOVIDADE

a) Conceitos Básicos.
 Empresas estatais: criadas com capital 100% do Estado, admitindo-se a participação societária
de qualquer entidade da Administração Pública direta ou indireta, mas VEDANDO a
participação de particulares.
 Sociedades de economia mista: permite-se a participação societária de particulares desde que
o controle acionário se mantenha nas mãos das entidades integrantes do Estado.

b) Requisitos de transparência:
a) Carta anual subscrita pelo Conselho de Administração;
b) Adequação de seu estatuto à autorização legislativa;
c) Divulgação tempestiva e atualizada de suas informações (estrutura de controle/fatores de
risco/dados econômico-financeiros/etc)
d) Elaboração de política de distribuição de dividendos, respeitado o interesse público;
e) Divulgação, em nota explicativa, de dados operacionais e financeiros das atividades;
f) Elaboração e divulgação da política de transações com partes relacionadas a partir de critérios
de requisitos de competitividade/conformidade/transparência/equidade/comutatividade;
g) Divulgação anual de relatório integrado ou de sustentabilidade.

c) Estrutura de controle interno


 Comitê de Auditoria Estatutário (mín de 3 máx de 5). Ao menos 1 deve ter experiência em
contabilidade societária. Esse comitê vai OPINAR/SUPERVISIONAR/MONITORAR a EP/SEM.

d) Arbitragem
De acordo com o art. 12 da Lei 13.303/16 – Existindo controvérsias entre acionistas, é possível
solucionar a questão por meio da arbitragem.

e) Conselho de Administração
31
Tem no mínimo 7 e no máximo 11 pessoas, sendo que 3 serão designados como Diretores da
estatal. Os conselheiros deverão ter experiência profissional, formação acadêmica compatível e não se
enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade.

- Hipóteses de inelegibilidade para o cargo:


a) Ser representante de órgão regulador da EP/SEM;
b) Ministro de Estado;
c) Secretário municipal;
d) Titular de cargo em comissão (direção/ chefia/assessoramento);
e) Dirigente de partido político
f) Titular de mandato do Poder Legislativo (todos os cargos ainda que licenciados);
g) Pessoa que atuou nos últimos 36 meses em estrutura partidária ou em trabalho de campanha
eleitoral;
h) Exerça cargo em organização sindical;
i) Tenha firmado contrato de parceria (...) em período inferior a 3 anos antes da data de
nomeação;
j) Tenha qualquer conflito.

O Conselho de Administração é responsável pela gestão/organização/tomada de


decisões/monitoramento da empresa. No mais, poderá estabelecer política de porta-vozes visando
eliminar risco de contradição entre informações.
O Conselho deve ser composto por no mínimo 25% de membros independentes (mín 1
membro). Esse conselheiro não terá qualquer vínculo com a empresa estatal, ressalvada a
participação societária e não poderá exercer função de direção nas entidades da Adm. Direta, vedada a
atuação dele como fornecedor ou comprador de bens e serviços da empresa.

f) Conselho Fiscal
Composto por pessoas naturais, residentes no país, com formação acadêmica compatível, e que
tenham exercido, por prazo mínimo de 3 anos, cargo de direção ou assessoramento na Administração
Pública ou cargo de conselheiro fiscal ou administrador da empresa.

g) Licitações

 DISPENSA: - art. 29, da Lei 13.303/16


32
1. Obras e serviços de engenharia de até R$ 100.000,00;
2. Para outros serviços e compras até R$ 50.000,00;
3. Licitação deserta
4. Propostas com preços manifestamente superiores aos praticados no mercado;
5. Compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento de suas finalidades, com preço
compatível com o mercado e segundo avaliação prévia;
6. Remanescente de obra/serviço ou fornecimento, em consequência de anterior rescisão
contratual, desde que aceitas as mesmas condições do contrato anterior;
7. Contratação de instituição brasileira com fins de pesquisa/ensino/desenvolvimento
institucional ou de instituição dedicada à recuperação social do preso sem fins lucrativos;
8. Aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira necessários à
manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica;
9. Contratação de associação de pessoas com deficiência;
10. Contratação de concessionário, permissionário ou autorizado para fornecimento ou
suprimento de energia elétrica ou gás natural;
11. Contratações entre empresas públicas ou sociedades de economia mista e suas respectivas
subsidiárias;
12. Contratação de coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos
recicláveis ou reutilizáveis, em áreas de sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por
associações ou cooperativas;
13. Fornecimento de bens e serviços produzidos ou prestados no país que envolva alta
complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão;
14. Nas contratações que tratam dos contratos firmados com Institutos de Ciência e Tecnologia;
15. Situações de emergência para o atendimento de urgência que possa ocasionar prejuízo ou
comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos
ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação
emergencial e que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 dias, vedada
prorrogação;
16. Transferência de bens a órgãos e entidades da Adm. Pub., inclusive por meio de permuta;
17. Doação de bens móveis para fins e usos de interesse social, após avaliação de sua
oportunidade e conveniência.
18. Compra e venda de ações, títulos de crédito, de dívida e de bens que produzam ou
comercializam.
33
 Hipóteses de Inexigibilidade: - art. 30 da Lei.
1. Aquisição de bens que só possam ser fornecidos por produtor, empresa, ou representante
comercial.
2. Contratação de serviços técnicos especializados, com profissionais de notória especialização,
VEDADA PARA SERVIÇOS DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA, salvo:
a) Estudos técnicos (...)
b) Pareceres, perícias, avaliações
c) Assessorias ou consultorias
d) Fiscalização/supervisão/ gerenciamento
e) Patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas
f) Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal
g) Restauração de obras de arte e bens de valor histórico

- O processo de inexigibilidade será instruído com a caracterização da situação emergencial ou


calamitosa que justifique a dispensa. Não obstante a desnecessidade do processo de licitação será
instaurado um processo simplificado justificador da situação excepcional.

 MODALIDADES:
Regra geral: Pregão (bens e serviços comuns) – art. 32, IV, da Lei. – ele é preferencial e NÃO
EXCLUSIVO.
 Ex.: não se pode utilizar o pregão para a execução ou alienação de bens pelas empresas
estatais.
 Atentar-se para a sustentabilidade e acessibilidade para pessoas com deficiência.

 TIPOS DE LICITAÇÃO E INTERVALO MÍNIMO (8)


- Menor preço
- Maior desconto
- Melhor combinação de técnica e preço
- Melhor técnica
- Melhor conteúdo artístico
- Maior oferta de preço
- Maior retorno econômico
- Melhor destinação de bens alienados
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**Intervalo mínimo entre a publicação de edital e o início da licitação varia:
Aquisição de bens: 5 dias úteis (menor preço ou o maior desconto)
Demais hipóteses: 10 dias úteis

Obras e serviços: 15 dias úteis (menor preço ou o maior desconto)


Demais hipóteses: 30 dias úteis

Melhor técnica ou a melhor combinação de técnica e preço e CONTRATAÇÃO SEMI-INTEGRADA: mín


45 dias úteis.

 PROCEDIMENTO (10 fases)


1. Preparação – fase interna – elaboração do edital e minuta de contrato.
2. Divulgação – publicação do Diário Oficial e em jornal de grande circulação local.
3. Apresentação de lances ou propostas – disputa aberta ou fechada.
**Fechada: as propostas serão sigilosas até a data e hora designadas para que sejam divulgadas.
- Poderá ser admitida a apresentação de lances sucessivos, crescentes ou decrescentes.
Também é admitida a apresentação de lances intermediários.
Também é possível o reinício da disputa aberta, após a definição do melhor lance, para definição das
demais colocações, quando existir diferença de pelo menos 10% entre o melhor lance e o
subsequente.

4. Julgamento – Existem critérios:


a) disputa final (apresentação de novas propostas fechadas, logo após o encerramento dessa etapa);
b) Avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes;
c) Bens produzidos no país;
d) Bens ou serviços produzidos ou prestados por empresa brasileira;
e) Bens ou serviços produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no país;
f) Produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos para
pessoas com deficiência ou para reabilitação da Previdência;
g) Sorteio.

5. Verificação da efetividade dos lances ou propostas


6. Negociação
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- Sempre que a proposta vencedora for desclassificada, serão negociados licitantes que ofertaram as
propostas subsequentes.

7. Habilitação
- Habilitação jurídica
- Qualificação técnica
- Capacidade econômica e financeira
- Recolhimento de quantia a título de adiantamento
OBS: Se for licitação do tipo MAIOR OFERTA DE PREÇO, os requisitos de qualificação técnica e de
capacidade econômica e financeira poderão ser DISPENSADOS.

8. Recurso
- O prazo é único.
- 5 dias úteis a contar da habilitação

9. Adjudicação do objeto

10. Homologação ou Revogação - art. 75, §2º, II, da lei


OBS: Revogação fundada em razões de interesse público supervenientes ao início do certame e
anulação em casos de vícios devidamente comprovados.

 PRÉ-QUALIFICAÇÃO PERMANENTE (art. 64, da Lei)


- Cumprimento de requisitos genéricos
- Procedimento público, permanente, e aberto.
*Reunir as condições de habilitação exigidas para o fornecimento do bem
* Bens que atendam às exigências técnicas e de qualidade
- Pode ser parcial ou total, assegurada, em qualquer caso, a igualdade de condições.
- Validade de 1 ano.

 CADASTRAMENTO (art. 65, §1º, da Lei)


- Registros que serão mantidos para efeito de habilitação dos inscritos em licitações
- Validade de 1 ano, sendo admitida atualização a qualquer tempo
36
OBS: não se confunde com a pré-qualificação, pois o cadastro consiste em apenas um conjunto de
informações armazenadas no órgão. Não há qualquer provimento de caráter decisório sobre o
atendimento dos requisitos exigidos.
- Na pré-qualificação é indispensável essa decisão, com o intuito de informar se a empresa tem
condições de participar de futuras licitações. No cadastro, os documentos são recebidos e arquivados
no órgão.

 REGISTRO DE PREÇOS
- É necessária a observância de algumas condições:
a) pesquisa de mercado
b) seleção de acordo com os procedimentos previstos
c) rotina de controle e atualização periódica dos preços
d) validade do registro
e) inclusão do registro dos licitantes que aceitaram cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do
licitante vencedor

 CONTRATOS FIRMADOS COM AS EMPRESAS ESTATAIS


- Não são contratos administrativos. A lei não prevê as cláusulas exorbitantes.
- Elas se sujeitarão ao regime jurídico das empresas privadas quanto aos direitos, obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários.

 GARANTIA
- até 5% (= 8666) do valor do contrato (pode chegar até 10% para as contratações de grande vulto –
alta complexidade técnica e riscos financeiros).
- O particular definirá a forma de prestação da garantia (em dinheiro, seguro garantia ou fiança
bancária).

 DURAÇÃO DOS CONTRATOS: prazo de 5 anos, pois não se admite contratos por prazo
indeterminado.
Exceção: poderá exceder em 2 situações
a) Plano de negócios e investimentos
b) Prática rotineira de mercado

OBS: Não se admite a alteração unilateral. Deve se proceder mediante acordo entre as partes.
37
É possível a alteração bilateral nos seguintes casos de modificação:
a) do projeto;
b) do valor contratual;
c) substituição da garantia de execução;
d) do regime de execução da obra ou serviço;
e) da forma de pagamento, VEDADA A ANTECIPAÇÃO DO PAGAMENTO sem a correspondente
contraprestação de fornecimento;
f) reestabelecer a relação contratual para a manutenção do equilíbrio econômico financeiro, em caso
de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe.

Obs: - art. 81, §2º, da Lei – O contratado poderá aceitar os acréscimos ou supressões que se fizerem
nas obras, serviços ou compras até 25%. Nos contratos de reforma, até 50% - essas alterações
dependem sempre do consentimento do particular contratado.

- É possível a revisão contratual nos casos de fato do príncipe – art. 81, §5º da Lei. O §6º contempla as
hipóteses de fato da Administração, quando o desiquilíbrio do contrato decorrer de atuação do ente
estatal dentro da relação contratual.

SANÇÕES
I – advertência por escrito
II – multa se houver previsão no instrumento convocatório ou no contrato. Não se confunde com o
dever de ressarcir e pode ser aplicada isolada ou cumulativamente.
- A multa será descontada da garantia do respectivo contratado. Sendo o valor superior ao valor da
garantia prestada, responderá o contratado pela diferença, que será descontada dos pagamentos
eventualmente devidos pela Adm. pode também ser cobrada judicialmente.

III – Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Adm. –


prazo máximo de 2 anos.
- Aqui é preciso a instauração de processo administrativo regular, facultada a defesa prévia do
interessado, no prazo de 10 dias úteis.
- A suspensão também poderá ser aplicada nos casos em que as empresas ou profissionais:
a) tenham sofrido condenação definitiva por terem praticado fraude fiscal no recolhimento de
quaisquer tributos;
b) tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação
38
c) demonstrem não possuir idoneidade

 SUBCONTRATAÇÃO (art. 78 da Lei) “O contratado poderá subcontratar partes da obra, serviço ou


fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela empresa pública ou pela sociedade de
economia mista, conforme previsto no edital do certame”.
- Desde que seja parcial e mediante autorização da empresa estatal.
- Tem que atender a todas as exigências de qualificação

OBS: Veda-se a subcontratação de empresa ou consórcio que tenha participado:


a) da licitação da qual se originou a contratação
b) direta ou indiretamente, da elaboração de projeto básico ou executivo.

 CONTRATAÇÃO INTEGRADA E SEMI-INTEGRADA (contratação de empresa para a elaboração dos


projetos)
Integrada (previsão na Lei do RDC – lei 12.462/11): elaboração e desenvolvimento dos projetos básico
e executivo. Todas as etapas ficam englobadas em única contratação, exigindo-se somente a
elaboração de um anteprojeto.
Semi-integrada (vide art. 7º, 8666/93): elaboração e o desenvolvimento do projeto executivo.

É necessário observar algumas regras:


a) No instrumento convocatório deverá conter:
1. O anteprojeto de engenharia, no caso de contratação integrada, com elementos técnicos que
permitam a caracterização da obra ou serviço;

2. Projeto básico, nos casos de empreitada por preço unitário, de empreitada por preço global, de
empreitada integral e de contratação semi-integrada;
3. Documento técnico, com definição das frações do empreendimento em que haverá liberdade de as
contratadas inovarem em soluções metodológicas ou tecnológicas (...);
4. Matriz de riscos
b) o valor estimado do objeto a ser licitado será calculado com base em valores de mercado, aferido
mediante orçamento sintético ou metodologia expedida ou paramétrica;
c) tipo menor preço ou de melhor combinação de técnica e preço
39
d) na semi-integrada, o projeto básico poderá ser alterado, demonstrada a superioridade das
inovações em termos de redução de custos, aumento da qualidade, de redução do prazo de execução e
de facilidade de manutenção ou operação.

* Os riscos supervenientes à contratação associados à escolha da solução de projeto básico serão de


responsabilidade da empresa estatal.

5. ENTES DE COOPERAÇÃO

5.1. Conceito

São também chamados de terceiro setor, entes paraestatais ou organizações não


governamentais. São pessoas privadas que estão fora da Administração (TCU acaba considerando em
alguns momentos como adm. indireta ao limitar a remuneração de seus dirigentes, na forma do art. 37,
XI), mas que cooperam, auxiliam o Estado. Por que terceiro setor? O primeiro setor é o Estado, o
segundo é o mercado, o terceiro setor são as pessoas privadas que auxiliam o Estado e o quarto setor
representa a economia informal e a pirataria. Prestam atividade e interesse coletivo, mas não prestam
serviços públicos propriamente ditos. Prestam, na verdade, serviços sociais. Elas não têm fins
lucrativos. Ex.: serviços sociais autônomos, entidades de apoio, organizações sociais e organizações da
sociedade civil de interesse público.

5.2. Espécies

5.2.1 Serviços sociais autônomos – sistema S (SESI, SESC, SEBRAE, SENAC, SEST, SENAI, SENAR,
SENAT)

a) É pessoa jurídica de direito privado, que está fora da Administração, integrando a iniciativa privado.
O objetivo é fomentar as diversas categorias profissionais. Assistência ou ensino qualificado (de
formação profissional) a determinadas categorias profissionais. Qualquer forma de personalidade
jurídica privada. Os estatutos são delineados geralmente por regimentos internos aprovados por
decreto do chefe do executivo. Sem fins lucrativos. Pode haver superávit, que deverá ser aplicado na
própria instituição.
40
b) Não é caso de delegação de serviços. Não prestam serviços públicos propriamente ditos. Atos de
direito privado, salvo se houver delegação – ato administrativo, cabendo MS e AP.

c) Dependem de autorização legislativa, mas a criação efetiva é feita pela confederação nacional
respectiva. Registro no cartório de registro civil de pessoas jurídicas.

d) Pode receber:
 Repasse, através de dotação orçamentária específica.
 Parafiscalidade (art. 149 CF) é a delegação da capacidade tributária. Competência tributária é a
aptidão para instituir tributo e é indelegável. A capacidade tributária é a aptidão de arrecadas
tributos, que é delegável. A Parafiscalidade não pode beneficiar qualquer pessoa. Tem que ser
uma pessoa jurídica que cumpra finalidade pública, como é o caso do serviço social. Não pode
ser qualquer particular. É considerado dinheiro público, por ser compulsório e por ter finalidade
específica.

e) Se tem dinheiro público, aqui também há controle pelo TCU.6

f) não gozam de privilégios administrativos, processuais ou fiscais, salvo lei especial. Privilégio
tributário – art. 150, VI, c patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.

#JURISPRUDÊNCIA: Serviços sociais autônomos não precisam realizar concurso público. Os serviços
sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a
Administração Pública, mesmo que desempenhem atividade de interesse público em cooperação com
o ente estatal, NÃO estão sujeitos à observância da regra de concurso público (art. 37, II, da CF/88) para
contratação de seu pessoal. STF. Plenário. RE 789874/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
17/9/2014 (repercussão geral) (Info 759)

g) Regime de pessoal.
 Celetista (emprego privado).

6 Em 2015, o CESPE considerou correta a seguinte assertiva (AGU): Em consonância com o entendimento do STF, os serviços
sociais autônomos estão sujeitos ao controle finalístico do TCU no que se refere à aplicação de recursos públicos recebidos.
41
 Processo seletivo. – José – não pode. Não fazem parte da Adm. Obedece ao que esta previsto
na lei que institui.
 São passíveis de MS/AP. Se for ato administrativo, por ter havido delegação.
 Respondem por improbidade administrativa, pois há dinheiro público. art. 1º, parágrafo único,
Lei 8429/92. Vantagens fiscais.
 Para a lei penal se equiparam aos servidores públicos.

h) Competência da Justiça Estadual. Pessoa jurídica de direito privado

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO:


Os recursos geridos pelos serviços sociais autônomos são considerados recursos públicos? NÃO.
Segundo entende o STF, os serviços sociais autônomos do denominado sistema “S”, embora
compreendidos na expressão de entidade paraestatal, são pessoas jurídicas de direito privado,
definidos como entes de colaboração, mas não integrantes da Administração Pública. Assim, quando o
produto das contribuições ingressa nos cofres dos Serviços Sociais Autônomos perde o caráter de
recurso público (STF. Plenário. ACO 1953 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 18/12/2013).
Os serviços sociais autônomos gozam das prerrogativas processuais inerentes à Fazenda Pública (ex:
prazo em dobro para recorrer)? NÃO. As entidades paraestatais não gozam dos privilégios processuais
concedidos à Fazenda Pública. Nesse sentido: STF. AI 841548 RG, julgado em 09/06/2011.
Os funcionários dos serviços sociais autônomos são estatutários ou celetistas? Celetistas, ou seja, os
funcionários dos serviços sociais autônomos são contratos e regidos pela CLT considerando que, repita-
se, tais entidades não integram a Administração Pública.
Os serviços sociais autônomos precisam realizar concurso público para contratar seu pessoal? NÃO. Os
serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a
Administração Pública, mesmo que desempenhem atividade de interesse público em cooperação com
o ente estatal, NÃO estão sujeitos à observância da regra de concurso público (art. 37, II, da CF/88) para
contratação de seu pessoal (STF. Plenário. RE 789874/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
17/9/2014) (repercussão geral) (Info 759). Vale ressaltar, no entanto, que o fato de as entidades do
Sistema “S” não estarem submetidas aos ditames constitucionais do art. 37, não as exime de manterem
um padrão de objetividade e eficiência na contratação e nos gastos com seu pessoal.
De quem é a competência para julgar as causas envolvendo os serviços sociais autônomos? Em regra, a
competência é da Justiça Comum Estadual (STF. RE 414375/SC, rel. Min. Gilmar Mendes, 31/10/2006).
Nesse sentido: Súmula 516-STF: O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujeito a jurisdição da justiça
estadual.
42

5.2.2. Entidades de apoio (FABEX – UFBA; FCDC-UFC; FINATEC – UNB; FUNDEP-UFMG)- CONVÊNIO

a) Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos. Os próprios servidores da Universidade
constituem essa entidade de apoio. Ex.: pós-graduação paga, por ser pessoa privada. O ideal seria que
o Estado custeasse. Ocorre também em hospitais públicos para financiar a pesquisa. Não se mistura
com a personalidade da Universidade. As entidades de apoio das Universidade Públicas estão
regulamentadas pela Lei 9858/94.

b) Instituída por servidores públicos em nome próprio.

c) Forma – fundação, associação ou cooperativa.

d) o vínculo jurídico é um convênio.

e) Finalidades. Atividade ou serviço social, que não são serviços públicos propriamente ditos.
Relaciona-se com os serviços de ciência, pesquisa, apoio à saúde e apoio à educação. Normalmente
são conveniadas a Universidades Públicas e Hospitais.

g) Privilégios.
 Pode receber dotação orçamentária específica.
 Cessão de servidores públicos
 Utilização especial dos bens, através de permissão de uso de bem público.

h) Criticas. Nos convênios as pessoas acabam se confundindo e a entidade de apoio assume a gestão
de bens públicos. Há uma grande preocupação em relação a isso. Recebem dotação e:
 Não seguem regime público
 Não fazem licitação
 Não fazem concurso

5.2.3. Organizações sociais – OS´s (Instituto de Desenvolvimento Sustentável, Centro de Gestão e


Estudos Estratégicos, Instituto de Matemática Pura e Aplicada). – CONTRATO DE GESTÃO.
43
a) Prevista na lei 9637/98. São de âmbito nacional. Mas os estados e municípios podem criar, desde
que por leis próprias. Pessoa jurídica de direito privado criada por particulares. Sem fins lucrativos.
Prestam serviços públicos não exclusivos do Estado.

b) Criação. Surge da extinção de estruturas da Administração Pública. Vou lhe conferir o que o órgão
fazia, os seus bens, através de um (1) contrato de gestão. Como a OS celebra contrato de gestão sem
ter nascido. Ela nasce no contrato que ela mesma celebra. Por isso alguns doutrinadores chamam de
entidade fantasma. O contrato de gestão é entre a OS e o órgão. (2) registro dos atos constitutivos no
órgão competente: cumprimento dos requisitos + aprovação do Ministro (análise discricionária. Alguns
chamam de discricionariedade escandalosa). Não precisa existir anteriormente, nem ter experiência no
ramo.

c) Vínculo jurídico com o Estado – contrato de gestão art. 5º Lei 9637/98.

d) O conselho da administração da OS é composto por representantes do Estado e particulares.

e) Finalidades. Ensino. Pesquisa científica. Desenvolvimento tecnológico. Meio ambiente. Cultura.


Saúde.

f) Privilégios:
 Dotação orçamentária específica – controle do TCU
 Bens públicos – permissão de uso
 Cessão de servidores a expensas do erário
 Dispensa de licitação nos contratos decorrentes do contrato de gestão. Art. 24, XXIV da Lei 8666
- para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais,
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
contrato de gestão.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS - Constitucionalidade da Lei 9.637/98 - Importante!!!
Organizações sociais são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, prestadoras de
atividades de interesse público e que, por terem preenchido determinados requisitos previstos na Lei
9.637/98, recebem a qualificação de “organização social”. A pessoa jurídica, depois de obter esse título
de “organização social”, poderá celebrar com o Poder Público um instrumento chamado de “contrato
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de gestão” por meio do qual receberá incentivos públicos para continuar realizando suas atividades. Foi
ajuizada uma ADI contra diversos dispositivos da Lei 9.637/98 e também contra o art. 24, XXIV, da Lei
8.666/93, que prevê a dispensa de licitação nas contratações de organizações sociais. O Plenário do STF
não declarou os dispositivos inconstitucionais, mas deu interpretação conforme a Constituição para
deixar explícitas as seguintes conclusões:
a) o procedimento de qualificação das organizações sociais deve ser conduzido de forma pública,
objetiva e impessoal, com observância dos princípios do “caput” do art. 37 da CF, e de acordo com
parâmetros fixados em abstrato segundo o disposto no art. 20 da Lei 9.637/98;
b) a celebração do contrato de gestão deve ser conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com
observância dos princípios do “caput” do art. 37 da CF;
c) as hipóteses de dispensa de licitação para contratações (Lei 8.666/1993, art. 24, XXIV) e outorga de
permissão de uso de bem público (Lei 9.637/1998, art. 12, § 3º) são válidas, mas devem ser conduzidas
de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do “caput” do art. 37 da CF;
d) a seleção de pessoal pelas organizações sociais deve ser conduzida de forma pública, objetiva e
impessoal, com observância dos princípios do “caput” do art. 37 da CF, e nos termos do regulamento
próprio a ser editado por cada entidade; e
e) qualquer interpretação que restrinja o controle, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da
União, da aplicação de verbas públicas deve ser afastada. STF. Plenário. ADI 1923/DF, rel. orig. Min.
Ayres Britto, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 15 e 16/4/2015 (Info 781).

5.2.4. Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)

a) Lei 9.790/99. Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos. Prestam serviços sociais não
exclusivos do Estado. Objetiva viabilizar um projeto específico, determinado de modernização de um
órgão. Acaba burlando o sistema. O Ministério do Trabalho vem querendo acabar com isso. Há a
contratação dos parentes via OSCIP. O Estado supre mão de obra e contrata pessoas que não podem
contratar.

b) Vínculo jurídico – termo de parceria. Não há cessão de servidores, de bens. Apenas dotação
orçamentária. Tem a ideia de execução de um projeto específico de restruturação/modernização.

c) pode desenvolver trabalho em assistência social. Cultura. Patrimônio histórico e artístico. Meio
ambiente. Desenvolvimento econômico e social. Eliminação da pobreza.
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d) requisito:
 Necessidade de preexistência. Precisava existir no mercado há um ano, agora se exigem três (L.
13019/2014 – marco regulatório das organizações). Não poder ser pessoa nova como na OS
 Não pode haver interferência de representantes do Estado.

Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
(OSCIP), ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3 o desta Lei: I - as
sociedades comerciais; II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria
profissional; III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e
visões devocionais e confessionais; IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
fundações; V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um
círculo restrito de associados ou sócios; VI - as entidades e empresas que comercializam planos de
saúde e assemelhados; VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; IX - as
organizações sociais (OS); X - as cooperativas; XI - as fundações públicas; XII - as fundações,
sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações
públicas; XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema
financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.

#ATENÇÃO #ESQUEMA7:

OS OSCIP
Pessoa jurídica de direito privado, Pessoa jurídica de direito privado,
sem finalidade lucrativa, não sem finalidade lucrativa, não
Natureza jurídica integrante da administração integrante da
pública. administração pública.
Ensino, pesquisa científica, É mais ampla do que a das
desenvolvimento tecnológico, organizações sociais, porque
proteção e preservação do meio abrange, além de todo o campo de
Área de atuação
ambiente, cultura e saúde. atuação destas últimas, diversas
outras áreas previstas no art. 3.º da
Lei 9.790/1999.
Vínculo jurídico Contrato de gestão Termo de parceria
Natureza do ato de Ato discricionário Ato vinculado
qualificação
Ato de qualificação A qualificação depende de Concedida pelo Ministério da Justiça.
aprovação do Ministro ou titular
de órgão supervisor ou regulador

7 Quadro retirado do livro Direito Administrativo Esquematizado, de João de Deus e Ricardo Alexandre
46
da área de atividade
correspondente ao seu objeto
social e do Ministro do
Planejamento, Orçamento e
Gestão.
Impossibilidade de Não admite ser qualificada ao Não admite ser qualificada ao
dupla qualificação – mesmo tempo como OSCIP mesmo tempo como OS.
OS e OSCIP
Exigência legal: Exigência legal:
– Conselho de administração com – Conselho Fiscal.
participação obrigatória de Obs.: não se exige Conselho de
representantes do Poder Público e administração ou participação de
Estrutura interna membros da comunidade, de representantes do Poder Público em
notória capacidade profissional e qualquer órgão da entidade.
idoneidade moral;
– Diretoria.
Obs.: não se exige Conselho Fiscal.
Dispensável para a contratação de Não há previsão expressa na
prestação de serviços no âmbito legislação de dispensa de licitação
do contrato de gestão (Lei para contratação de OSCIP. Inclusive,
Licitação 8.666/1993, art. 24, XXIV). o Decreto 3.100/1999 prevê que a
escolha da OSCIP para firmar termo
de parceria deverá ser feita por meio
de concursos de projetos.
Perde-se a qualificação de OS a Perde-se a qualificação de OSCIP, a
pedido ou se descumprido o pedido ou mediante decisão
contrato de gestão, mediante proferida em processo administrativo
Desqualificação processo administrativo, em que ou judicial, de iniciativa popular ou
seja assegurado o direito ao do Ministério Público, em que sejam
contraditório e à ampla defesa. assegurados o contraditório e a
ampla defesa.

5.2.5 Parcerias voluntárias ou OSC – Organização da Sociedade Civil8

Foram criadas pela L. 13.019/14. A lei foi chamada de marco regulatório das organizações
governamentais.

O prazo de vacância da L. 13.019/14 já se prorrogou várias vezes e não está em vigor ainda. De
toda forma, recomenda-se ler a lei. O prazo inicial tinha 90 dias, a MP659 prorrogou para 360 dias. A
MP foi convertida na L. 13.102/15, com essa prorrogação. Veio a MP684 de 2015, que trouxe nova
prorrogação por 540 dias.

8 Agradecimentos à Aluna Lara Medeiros pela atualização.


47
*#ATENÇÃO: Nesse contexto, você sabe as semelhanças e as diferenças entre termo de colaboração e
termo de fomento? Os instrumentos legais que formalizam as parcerias com o Poder Público são o
termo de colaboração e o termo de fomento. Só produzem efeitos jurídicos após a publicação de seus
extratos no meio oficial de publicidade da Administração.
#SEMELHANÇAS: Em comum, ambos: (1) retratam cooperação mútua entre os parceiros, (2) alvitram a
consecução de finalidades de interesse público e (3) são firmados sem prejuízo dos contratos de gestão
e dos termos de parceria.
#DIFERENÇAS: A diferença entre eles reside apenas na iniciativa da proposta de parceria: enquanto o
termo de colaboração formaliza a parceria proposta pela Administração Pública, o termo de fomento
decorre de proposta da organização da sociedade civil.

#ATUALIZAÇÃOLEGISLATIVA:

Lei 13.102/2015: altera a Lei nº 13.019/2014, que estabelece o regime jurídico das parcerias
voluntárias.
Art. 1º A Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 83. ..................................................................................
§ 1º A exceção de que trata o caput não se aplica às prorrogações de parcerias firmadas após a entrada
em vigor desta Lei, exceto no caso de prorrogação de ofício prevista em lei ou regulamento,
exclusivamente para a hipótese de atraso na liberação de recursos por parte da administração pública.
"Art. 88. Esta Lei entra em vigor após decorridos 360 (trezentos e sessenta) dias de sua publicação
oficial." (NR)
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Congresso Nacional, em 26 de fevereiro de 2015; 194º da Independência e 127º da República.

OBS.: MP 684 – última ação legislativa (site da Câmara):


a.[14/12/2015] - Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA) – Transformado na Lei Ordinária
13204/2015. DOU 15/12/15 PÁG 02 COL 02. Vetado parcialmente. (MSC 539/15-PE). Razões do veto:
DOU 15/12/15 PÁG 07 COL 0.
b. [17/12/2015] Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA). Recebimento do Ofício nº
1.928/2015 (SF) comunicando veto parcial e encaminhando cópia da Mensagem e autógrafo do projeto
vetado
Consiste em parcerias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, estabelecidas pelos
entes (União, Estados, DF e municípios) e suas respectivas entidades da administração indireta
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(autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista prestadores de serviço
público e suas subsidiárias), com organizações da sociedade civil, visando regime de mútua
cooperação para a consecução de atividades de interesse público. É instituto diferente da OS e da
OSCIP, que tem regras próprias e um papel importante na nossa democracia (pensamento com gestão
democrática, participação social, fortalecimento da sociedade e destaque para a transparência na
aplicação do recurso, elementos fundamentais para o exercício da cidadania e o fortalecimento da
democracia).

#ATENÇÃO #ATUALIZAÇÃOLEGISLATIVA
Lei 13.204/2015: altera a Lei 13.019/2014, que estabelece o regime jurídico das parcerias voluntárias.

DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO

DIPLOMA DISPOSITIVOS
CF Art. 37
Dec. Lei nº 201/67 Todos os dispositivos (cuidado com os que
eventualmente não foram recepcionados).
Lei nº 13.300/16 Integralmente
Lei nº 9.637/99 (OS) Integralmente
Lei nº 9.790/99 (OSCIP) Integralmente
Lei nº 13.019/14 Integralmente

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. Salvador: Juspovidm, 2015.

FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2015.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2014.

Informativos do Dizer o Direito;

Anotações Pessoais.

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