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ATOS ADMINISTRATIVOS
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SUMÁRIO
ATOS ADMINISTRATIVOS
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Fato nada mais é que um acontecimento. Fato jurídico é o acontecimento que produz efeitos na
órbita jurídica. Se atingir dentro do mundo jurídico, especificamente, a fatia do direito administrativo,
será fato administrativo. Ex.: morte – abertura da sucessão. É um fato jurídico. Ex.: morte de servidos
público – vacância. É fato jurídico administrativo. Fato é diferente de ato. Ato é uma manifestação de
vontade. Se a manifestação de vontade atingir a órbita do direito, será ato jurídico. Se atingir a fatia do
direito administrativo – ato administrativo. O silêncio é considerado fato jurídico administrativo – não
há manifestação de vontade, mas pode produzir efeitos.
ATOS ADMINISTRATIVOS são espécies do gênero “atos jurídicos”, porque são manifestações
humanas, voluntárias, unilaterais e destinadas diretamente à produção de efeitos jurídicos. O que os
peculiariza no âmbito do gênero “atos jurídicos” é o fato de serem manifestações ou declarações da
administração pública, agindo nesta qualidade, ou de particulares investidos em funções públicas, que
estejam exercendo prerrogativas públicas. O fato de serem praticados no exercício de atribuições
públicas faz com que sejam os atos administrativos submetidos a regime de direito público.
Obs.: Ato da administração: A doutrina costuma utilizar a expressão “ATOS DA ADMINISTRAÇÃO” para
se referir aos atos que a administração pública pratica quando está despida de prerrogativas públicas,
quando está atuando em igualdade jurídica com os particulares, o que decorre, por exemplo, quando
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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo
(setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura
identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o
número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca
do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos
anteriormente citados.
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ela atua como agente econômico. Os “atos da administração” são regidos predominantemente pelo
direito privado.
#DIVERGÊNCIA: Celso Antônio diz que os elementos do ato não podem ser organizados dessa maneira.
Para ele os atos administrativos contam com duas exigências: elementos existência (condição para
existir ato jurídico. Ex. manifestação de vontade) e pressupostos, que se dividem em pressupostos de
existência – conteúdo, forma e pertinência administrativa – o ato será inexistente se faltar algum
(condição para existir ato administrativo e não apenas jurídicos como eram os elementos. Ex.: ter um
assunto de direito adm.) e pressupostos de validade (condição para sua validade. Ex: formalidade).
2.1. Competência
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte
da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos
colegiados aos respectivos presidentes.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do
delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de
exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-
se-ão editadas pelo delegado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
#ATENÇÃO
A transferência da execução do serviço público pode ser feita por OUTORGA ou por DELEGAÇÃO.
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OUTORGA: implica na transferência da própria titularidade do serviço.
o Quando, por exemplo, a União cria uma Autarquia e transfere para esta a titularidade de
um serviço público, não transfere apenas a execução. Não pode mais a União retomar
esse serviço, a não ser por lei. Faz-se através de lei e só pode ser retirada através de lei.
o Outorga significa, portanto, a transferência da própria titularidade do serviço da pessoa
política para a pessoa administrativa, que desenvolve o serviço em seu próprio nome e
não no de quem transferiu. É sempre feita por lei e somente por outra lei pode ser
mudada ou retirada.
DELEGAÇÃO: implica na mera transferência da execução do serviço. Realiza-se por ato ou
contrato administrativo. São as concessões e permissões do serviço público.
2.2. Forma
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A FORMA é o modo de exteriorização do ato administrativo. Todo ato administrativo é, em
princípio, formal, e a forma exigida pela lei quase sempre é a escrita (no caso dos atos praticados no
âmbito do processo administrativo federal, a forma é sempre e obrigatoriamente a escrita).
Existem, porém, atos administrativos não escritos, ex. ordens verbais do superior ao seu
subordinado; gestos, apitos e sinais luminosos no trânsito, etc. A doutrina tradicional costumava
classificar a forma dos atos administrativos como um elemento vinculado. Atualmente, esse tema é
controverso.
O Estado precisa exteriorizar a vontade
Atender às formalidades específicas. Aqui vigora o princípio da solenidade, ou seja, a regra é de
que o ato seja praticado por escrito, registrado e publicado (eficácia). É nulo e de nenhum efeito
o contrato verbal, salvo de pronta entrega, pronto pagamento e até 4 mil reais (art. 60 8666).
Está sujeito a penalidades específicas.
O silêncio administrativo é nada jurídico, salvo no caso em que se a lei determinar algum efeito
ao silêncio. É possível controle pelo Pode Judiciário. E cabe MS – direito líquido e certo de petição
(direito de pedir e de obter a resposta). O Poder Judiciário irá estabelecer medida de coerção,
mas não pode substituir a vontade do administrador, resolvendo a questão, segundo
entendimento dominante. Celso diz que se for ato de mera conferência de requisitos de ato
estritamente vinculado, o juiz poderia resolver a questão, substituindo a atuação do
administrador. Carvalho – silêncio é fato administrativo. 1. Silêncio com consequência prevista
em lei – anuência ou negação. Se for negação, o administrado pode postular a invalidação do ato
por eventual vício (decisão desconstitutiva). 2. Silêncio sem consequência prevista – administrado
pode requerer o pronunciamento da Adm. com base no direito de petição. (Decisão
mandamental. Não podendo o judiciário adentrar ao mérito administrativo). Obs. Pode haver
reclamação em face de omissão, obedecido ao esgotamento da via administrativa.
Processo administrativo prévio. Fundamental justificar. Modelo constitucional (ampla defesa +
contraditório).
Motivação: Dever de motivar os atos. Fundamentar. É o raciocínio lógico entre os elementos e a
previsão legal. É diferente do motivo (fato + fundamento jurídico). A motivação vai além. A
motivação é obrigatória? SIM, e deve ocorrer antes ou durante a prática do ato. José dos Santos
tem posição minoritária, em que defende que a motivação é facultativa, sendo obrigatória em
algumas situações. Ele diz que o art. 93, CF diz que os atos administrativos do poder Judiciário
devem ser motivados. Se o nosso constituinte diz que os atos administrativos do Judiciário devem
ser motivados, é porque os atos de outros poderes não precisam ser. Art. 50 da Lei 9784/99 diz
que a motivação é obrigatória nos seguintes atos... e traz uma lista. Já a maioria dos autores
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dizem que a motivação é obrigatória como regra e o fundamento está no art. 1º CF – direito à
cidadania e poder emana do povo. É justo que o titular do poder tenha consciência do que os
seus representantes estão praticando? Claro. Além disso, na forma do art. 5ª, XXXV, a motivação
é necessária para que possa ocorrer o controle judicial. Art. 5ª, XXXIII – motivação é garantia de
informação. Art. 93, X, CF - atos administrativos do Judiciário foram enfatizados por serem
função atípica. E art. 50 9784/99 – o rol é amplo, de forma que abarca tudo, sendo, portanto,
regra. Mais informações fl. 114.
#Vício de forma:
a) Defeito = mera irregularidade. É um vício de padronização. Ex.: tudo de caneta azul. De caneta
preta é inválido? Não. Esse tipo de vício não compromete a validade do ato.
b) Vício sanável = anulável. Admite convalidação. Anulável.
c) Vício insanável. Não admite convalidação. Nulo.
2.3. Motivo
MOTIVO é a causa imediata do ato administrativo. É a situação de fato e de direito que determina
ou autoriza a prática do ato, ou, em outras palavras, o pressuposto fático e jurídico (ou normativo) que
enseja a prática do ato. A doutrina, por vezes, usa o vocábulo “causa” para aludir ao elemento motivo.
Os atos administrativos são praticados quando ocorre a coincidência, ou subsunção, entre uma situação
de fato e uma hipótese descrita em norma legal.
Legalidade do motivo: a) materialidade: ser motivo verdadeiro. Ocasiona a ilegalidade do ato. b)
motivo alegado deve ser compatível com motivo legal. Demissão aplicada para infração leve. A
lei determina o motivo para a demissão. Não posso ir de encontro a esse motivo estabelecido.
Ex. remoção por falta disciplinar – não é possível, apenas no MP ou JF. c) motivo declarado deve
ser compatível com o resultado do ato
Teoria dos motivos determinantes. O administrador está vinculado ao motivo declarado, que
deve ser cumprido, mesmo no caso de exoneração ad nutum. Mesmo que o ato não necessite
de ser motivado, caso a administração motive esse ato, este ficará sujeito à verificação da
existência e da adequação do motivo exposto. Não precisa de motivação, mas se ela for dada,
vincula o administrador. Motivo ilegal viola a Teoria dos motivos determinantes. O motivo ilegal
não pode vincular. Obs. Tredestinação é uma mudança de motivo permitida pelo ordenamento.
É lícita quando a desapropriação tem sua mudança de motivo realizada, em razão da
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manutenção do interesse público. ex. desapropriei para construir um hospital, mas acabo
construindo uma escola.
Obs.: congruência entre o motivo e o objeto do ato. Proporcionalidade. Revogar várias autorizações de
porte de arma, porque uma pessoa matou outra. Não é razoável.
#NÃOCONFUNDIR:
Não confundir motivo com motivação, pois esta é a exposição dos motivos. Motivação é
dispensável em alguns atos (ex.: exoneração do comissionado – ad nutum).
Móvel: é a real vontade do Administrador, aquilo que ele sinceramente buscou.
Mesmo que a motivação seja dispensável, no momento em que é feita, passa a integrar o ato
administrativo. Assim, se a motivação for falsa ou viciada, também será viciado o ato: é a teoria
dos motivos determinantes.
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o Não se decreta a invalidade de um ato administrativo quando apenas um, entre os
motivos determinantes, não está adequado à realidade fática (os demais motivos
sustentam o ato).
Motivação “aliunde”: ocorre todas as vezes que a motivação do ato remete à motivação de ato
anterior que o ensejou. Ex.: anular um contrato com base na motivação esposada em
determinado parecer.
2.4. Objeto
O OBJETO é o próprio conteúdo material do ato. O objeto do ato administrativo identifica-se com
o seu conteúdo, por meio do qual a administração manifesta sua vontade, ou atesta simplesmente
situações preexistentes. Pode-se dizer que o objeto do ato administrativo é a própria alteração no
mundo jurídico que o ato provoca, é o efeito jurídico imediato que o ato produz.
Assim, é objeto do ato de concessão de uma licença a própria concessão da licença. Nos atos
vinculados, a um motivo corresponde um único objeto; verificado o motivo, a prática do ato (com aquele
conteúdo estabelecido na lei) é obrigatória.
Nos atos discricionários, há liberdade de valoração do motivo e, como resultado, escolha do
objeto, dentre os possíveis, autorizados na lei; o ato só será praticado se e quando a administração
considerá-lo oportuno e conveniente, e com o conteúdo escolhido pela administração, nos limites da
lei.
Deve ser:
Lícito: previsto/autorizado por lei
Possível: material e juridicamente. Ex. promoção de servidor falecido – impossível. Só o militar.
Determinado ou determinável.
2.5. Finalidade
A FINALIDADE é estudada, também, não apenas como elemento dos atos administrativos, mas
também como uma das facetas (a mais tradicionalmente comentada) do princípio da impessoalidade.
Os estudos obviamente se sobrepõem; afinal, a finalidade como princípio de atuação da administração
pública é a mesma finalidade descrita como elemento ou requisito dos atos administrativos.
A finalidade é um elemento sempre vinculado. Nunca é o agente público quem determina a
finalidade a ser perseguida em sua atuação, mas sim a lei.
Podemos identificar nos atos administrativos:
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a) Uma finalidade geral ou mediata, que é sempre a mesma, expressa ou implicitamente
estabelecida na lei: a satisfação do interesse público;
b) Uma finalidade específica, imediata, que é o objetivo direto, o resultado específico a ser
alcançado, previsto na lei, e que deve determinar a prática do ato. Assim, a finalidade específica
de uma multa de trânsito é punir um infrator, sendo lídimo imaginar que tal punição desestimula
as infrações, colaborando com a melhoria do trânsito e, por conseguinte, com a finalidade geral
que é o bem comum (interesse público).
3. VINCULAÇÃO X DISCRICIONARIEDADE
ATOS VINCULADOS são os que a administração pratica sem margem alguma de liberdade de
decisão, pois a lei previamente determinou o único comportamento possível a ser obrigatoriamente
adotado sempre que se configure a situação objetiva descrita em lei. Não cabe ao agente público
apreciar a oportunidade ou conveniência administrativas quanto a edição do ato. Uma vez atendidas as
condições legais, o ato tem que ser praticado, invariavelmente.
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Temos um ato vinculado quando a lei faz corresponder a um motivo objetivamente determinado
uma única e obrigatória atuação administrativa. Ex.: concessão de licença-paternidade.
ATOS DISCRICIONÁRIOS são aqueles que a administração pode praticar com certa liberdade de
escolha, nos termos e limites da lei, quanto ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua oportunidade
e sua conveniência administrativa. Essa é a definição tradicional.
Enquanto o agente público está rigidamente adstrito a lei quanto a todos os elementos de um
ato vinculado (competência, finalidade, forma, motivo e objeto), ao praticar um ato discricionário possui
ele certa liberdade (dentro dos limites da lei) quanto a valoração dos motivos e escolha do objeto
(conteúdo), segundo os seus privativos critérios de oportunidade e conveniência administrativa.
Obs. Celso Antônio diz que a forma e a finalidade podem ser elementos discricionário, mediante
autorização legal, quando a lei der opções. O art. 62 da lei 8666 é um exemplo. Art. 62. O instrumento
de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação,
e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais
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como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de
serviço.
Obs.: O mérito administrativo consiste, conforme Hely Lopes “na valoração dos motivos e na escolha
do objeto do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre
a conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar”.
A conveniência e a oportunidade somente podem ser revistas pelo Judiciário se ferirem o
princípio da razoabilidade e proporcionalidade, no controle de juridicidade (STJ). Isso porque, no
caso dos atos discricionários, o legislador entende que o administrador é quem tem melhores
condições de avaliar os aspectos envolvidos na situação concreta e decidir pela atuação mais
satisfatória ao interesse público. Nesse sentido, o controle de juridicidade vai implicar na
nulidade do ato, e não em sua revogação (só a Administração revoga).
#NÃOCONFUNDIR: o ato praticado sem a motivação devida contém um vício no elemento forma. Com
efeito, devem ser analisadas duas hipóteses diversas, a saber:
O ato administrativo foi praticado com a devida motivação, no entanto, os motivos apresentados
são falsos ou não encontram correspondência com a justificativa legal para a prática da conduta.
Nestes casos, pode-se definir que o ato é viciado, por ilegalidade no elemento motivo.
O ato é praticado em decorrência de situação fática verdadeira e revista em lei como ensejadora
da conduta estatal, todavia, o administrador público não realizou a motivação do ato,
apresentado as razões que justificaram sua edição. Trata-se de ato com vício no elemento forma.
4. ATRIBUTOS (CARACTERÍSTICAS)
Presunção de Legitimidade
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Autoexecutoriedade
Tipicidade
Imperatividade
#DICA: dois deles começam com CONSOANTE e dois deles começam com VOGAIS.
"Todos" - Começa com CONSOANTE.
"Alguns" - Começa com VOGAL.
São presumidamente legítimos, legais, verdadeiros. Presunção é relativa (juris tantum). O ônus
da prova cabe a quem alega. A consequência prática é a aplicação imediata do ato. Tem como
consequência a própria autoexecutoriedade.
Obs.: A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse
atributo, presume-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com
observância na lei. A presunção de veracidade diz respeito aos fatos; em decorrência desse atributo,
presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Adm.
4.2. Autoexecutoriedade
Não é necessário o controle prévio do judiciário para praticar o ato. CF /88 restringe o seu alcance
ao prestigiar o contraditório e a ampla defesa. A tutela preventiva ou cautelar judicial pode suspender a
eficácia do ato administrativo. Hoje se divide em dois enfoques diferentes:
(1) Exigibilidade – decidir sem o Poder Judiciário. Poder de coerção indireto. Ex. fechar estabelecimento,
embargar obra. Todo ato administrativo tem esse atributo.
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(2) Executoriedade – executar sem a intervenção do PJ. Está presente em situações autorizadas por lei
e situações de urgência. Nem todo ato tem executoriedade (ex. sanção pecuniária e desapropriação). O
ato tem de atender a formalidade de toda forma.
Autoexecutoriedade e princípio da legalidade objetiva: "Segundo o princípio da legalidade
objetiva, a autoridade administrativa deve aplicar a lei de ofício, cumprindo-a ou fazendo cumpri-
la, de modo objetivo e desinteressadamente, agindo em prol do interesse público, em
detrimento de qualquer direito subjetivo ou interesse próprio.".
Para o ato ser autoexecutório precisa de previsão legal OU ser uma medida urgente.
Ela só é possível:
1. Quando expressamente prevista em lei. Em matéria de contrato, por exemplo, a Administração
Pública dispõe de várias medidas autoexecutórias, como a retenção da caução, a utilização dos
equipamentos e instalações do contratado para dar continuidade à execução do contrato, a encampação
etc; também em matéria de polícia administrativa, a lei prevê medidas autoexecutórias, como a
apreensão de mercadorias, o fechamento de casas noturnas, a cassação de licença para dirigir;
2. Quando se trata de medida urgente que, caso não adotada de imediato, possa ocasionar prejuízo
maior para o interesse público; isso acontece, também, no âmbito da polícia administrativa, podendo-
se citar, como exemplo, a demolição de prédio que ameaça ruir, o internamento de pessoa com doença
contagiosa, a dissolução de reunião que ponha em risco a segurança de pessoas e coisas.
4.3. Imperativo
São obrigatórios, coercitivos, cogentes. Todo ato administrativo goza de imperatividade? Falso.
Está presente apenas em atos administrativos que impõem obrigações. Ex. no ato enunciativo não há
imperatividade.
Poder extroverso = imperatividade.
4.4. Tipicidade
5. CLASSIFICAÇÃO
a) atos gerais – são atos abstratos, impessoais. Atingem a coletividade como um todo. Atos com
finalidade normativa. Prevalecem sobre os atos individuais. Ex. regulamentos, instruções normativas.
b) atos individuais – atos especiais. São atos que se dirigem a destinatários determinados. Pode ser ato
individual singular (único destinatário) ou plúrimo (múltiplos destinatários).
b) externos - produzem efeitos para fora da Adm. Dependem de publicação no diário oficial.
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5.3. Quanto ao grau de liberdade
a) atos vinculados
b) atos discricionários
a) ato simples – basta uma única manifestação de vontade. Essa manifestação pode ser singular (única
autoridade) ou colegiada.
a) atos normativos – é exercício de poder regulamentar ou normativo. Traz um comando geral para
concreta aplicação da lei. Regulamentos regimentos, deliberações, resoluções.
c) atos negociais – manifestação de vontade da Adm. coincidente com a pretensão do particular. Ex.
Licença, autorização, permissão de uso.
d) atos enunciativos – aquele que se limita a certificar, atestar ou emitir uma opinião. Ex. certidão,
atestado, parecer.
Em regra, o parecerista não tem Em regra, o parecerista não tem Há uma partilha do poder de
responsabilidade pelo ato responsabilidade pelo ato decisão entre o administrador e
administrativo. administrativo. o parecerista, já que a decisão
do administrador deve ser de
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Contudo, pode ser Contudo, pode ser acordo com o parecer.
responsabilizado se ficar responsabilizado se ficar
configurada a existência de configurada a existência de culpa Logo o parecerista responde
culpa ou erro grosseiro. ou erro grosseiro. solidariamente com o
administrador pela prática do
ato, não sendo necessário
demonstrar-se culpa ou erro
grosseiro.
e) atos punitivos – contém uma pena, sanção. Pune as infrações administrativas e os comportamentos
irregulares dos servidores ou particulares. Pode revelar o exercício do poder de polícia ou disciplinar.
a) Ato perfeito: o ato percorreu sua trajetória. Seu ciclo de formação. Completou o processo
constitutivo.
b) Ato válido: é aquele que atende a todos os requisitos. Compatibilidade com a lei ou ato mais elevado.
c) Eficaz: produz todos os seus efeitos. Completou-se seu ciclo de formação é eficaz. É diferente de
exequibilidade, que é a efetiva disponibilidade que tem a Administração para dar operatividade ao ato,
executá-lo em toda inteireza. Ex. uma autorização dada em dezembro para o mês de janeiro. É efetiva
mas não possui exequibilidade naquele mês.
8. EFEITOS
Efeito atípico reflexo – atingem terceiros estranho à prática do ato. Não era esse o objetivo. Ex.
desapropriação que atinge locatário. O efeito principal é com o proprietário.
Efeito atípico preliminar – acontece nos atos administrativos que dependem de duas
manifestações de vontade. E configura com o dever da segunda autoridade se manifestar quando
a primeira já o fez. É um efeito secundário que ocorre antes do aperfeiçoamento do ato. O ato
só se torna perfeito se tiver as duas manifestações de vontade e a manifestação inicial gera um
dever de manifestação posterior. Surge um dever de manifestação. Nomeação de dirigente da
agência reguladora. SF e PR. O efeito principal é preencher o cargo e o efeito secundário é o
dever de manifestação, que ocorre antes do aperfeiçoamento do ato. É chamado por Celso
Antônio de efeito prodrômico.
a) Pelo cumprimento dos efeitos – é o caminho natural. Ex. gozo de férias, licença. Seja pelo (1)
Esgotamento do conteúdo jurídico (2) pela execução material ou (3) pelo termo final previsto.
d) Retirada do ato pelo poder público. Revogação, anulação, caducidade, cassação e contraposição.
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Cassação – retirada do ato pelo poder público em razão do descumprimento das condições
inicialmente impostas. Ex. a licença dada para hotel e foram criados motéis. O poder público
cassou.
Caducidade – retirada de um ato administrativo em razão da superveniência de uma norma
jurídica que é com ele incompatível. Ex.: permissão de uso para circo por superveniência de lei
do plano diretor que cria rua naquele lugar.
Contraposição – dois atos administrativos que decorrem de competências diferentes, em que o
segundo eliminar os efeitos do primeiro.
Anulação: é a retirada de um ato administrativo que é ilegal. Pode ser anulado pela própria
administração pública, como pelo Poder Judiciário – reclamação ao STF após o esgotamento, MS,
ação popular, ação civil pública. Anulam-se atos vinculados e discricionários. É um controle de
legalidade. A Adm. quando anula está exercendo o poder de autotutela, previsto nas sumulas
346 e 473 do STF. A Adm. Tem quanto tempo para anular? Quando produzir efeitos favoráveis,
o prazo para anular será de 05 anos. Art. 54 da Lei 9784/99. Essa anulação produz efeitos ex tunc,
como regra. Há aqui divergência. Celso Antônio – a anulação melhorou ou piorou a situação do
interessado? Celso entende que será ex nunc se a anulação for para restringir direitos e ex tunc
se a anulação for para ampliar direitos. (Anular ato de indeferimento ilegal de direito).
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Foi considerada correta, na prova do TRF4/2016, a seguinte alternativa: “O prazo decadencial para que a Administração
anule ou revogue os próprios atos, previsto na Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, não se consuma no período compreendido entre a concessão de aposentadoria ou
pensão e o posterior julgamento de sua legalidade e registro pelo Tribunal de Contas da União.”
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O disposto no art. 54 da Lei 9.784/99 aplica-se às hipóteses de auditorias realizadas pelo TCU em
âmbito de controle de legalidade administrativa. Em outras palavras, ao realizar controle de
legalidade administrativa, o TCU somente poderá questionar a validade de atos que não tenham
mais de 5 anos. Passado este prazo, verifica-se a decadência. STF. 1ª Turma. MS 31344/DF, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgado em 23/4/2013 (Info 703)3.
Obs. Teoria das nulidades no Direito Administrativo. Teoria monista – todos os atos eivados de
ilegalidade são nulos, pelo interesse público existente. Teoria dualista (Carvalho Filho) – há atos nulos e
anuláveis (podem ser convalidados), mas a regra deve ser a nulidade, pelo interesse público existente.
Obs. A regra é que a adm. é obrigada a anular o ato ilegal. Exceções – decurso do tempo (decadência de
5 anos) ou a consolidação dos efeitos produzidos (Teoria do fato consumado).
A revogação4 não tem limite temporal, mas apenas limite material, ou seja, não se fala em revogação
nos casos de atos vinculados, atos com efeitos exauridos, ato que não está na órbita de competência,
nos casos de direito adquirido, etc.
Obs.: mera irregularidade é vício de padronização que não compromete a validade do ato.
Obs.: há vícios que comprometem a validade do ato, mas são sanáveis. Em geral, são vícios de forma e
competência. Podem ser convalidados. Apesar do vício sanado, o ato permanece o mesmo.
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Confirmando a importância deste entendimento, a prova do TRF3/2016 (Banca própria) considerou incorreta a seguinte
alternativa: “O STJ tem entendimento no sentido de que, no tocante à incidência da decadência prevista no art. 54 da Lei nº
9.784/1999, não cabe à Administração proceder à revisão do ato de aposentadoria de servidor público federal quando
transcorrido, entre a data da aposentação e a da decisão do TCU que julgou no sentido de sua ilegalidade, lapso temporal
superior a cinco (cinco) anos.”.
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A seguinte assertiva foi considerada correta (TJPR – 2017): A revogação de um ato administrativo deve apresentar os seus
motivos devidamente externados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.
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Obs.: Convalidação não se confunde com conversão (sanatória), pois neste último caso, há
aproveitamento do ato, porém, é convertido em outro mais simples. Ex.: concessão de serviço público
é mais solene e rigoroso (depende de autorização legislativa). No caso, se não houver autorização
legislativa, é possível fazer a conversão para permissão de serviço público.
Conversão Convalidação
É a transformação de um ato em outro, para Correção feita no ato, que continua a ser o
aproveitar o que for válido mesmo.
Ex tunc (retroativo). Ex tunc (retroativo).
Obs.: se o vício é insanável, há de ser feita ponderação; perceber se a anulação causa mais prejuízos do
que a manutenção do ato. Se anulação gerar mais prejuízos do que a anulação, é melhor fazer a
estabilização dos efeitos do ato (STJ).-ato nulo.
Obs: Extinção com reflexo em interesses individuais – tem de haver processo administrativo prévio com
contraditório e ampla defesa.
É possível a Convalidação apenas quando o vício se inserir no conceito de “defeitos sanáveis”, ou seja,
naqueles que se referem à Competência (desde que não se trate de competência exclusiva) e à Forma
(desde que não se trate de forma essencial – motivação, p. ex. - e, portanto, seja viável a renovação da
forma correta). Todavia não podem ser convalidados os vícios que alcançam os elementos Finalidade
(desvio de finalidade), Motivo (inexistência ou incongruência dos motivos) e Objeto (ilicitude lato sensu
do objeto).
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#RESUMINDO: São insanáveis e não passíveis de convalidação (manutenção do ato) os vícios de
finalidade/motivo/objeto. No que tange à competência e à forma, só será sanável se aquela não for
exclusiva e essa não for essencial.
Obs.: Divergência. Princípio da legalidade não é absoluto. Todos os princípios da ordem devem ser
respeitados. Se a anulação comprometer outros princípios da ordem jurídica, é preciso ponderar. Se a
anulação causar mais prejuízos que a manutenção do ato é melhor manter. Em nome da segurança
jurídica e boa fé. Estabilização dos efeitos do ato. 5 anos art. 54 9784/99.
Não se aplica.
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2015.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2014.
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Método, 2016.