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GUIA PARA ESTUDAR OS

NOVOS TEMAS DO EDITAL 2017

POLÍTICA
INTERNACIONAL

por Guilherme Casarões e Leonardo Rocha Bento

Material cortesia do Curso Sapientia aos candidatos que prestarão o


Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata em 2017. Proibida a venda.
Reprodução autorizada, desde que citada a fonte.
WWW.CURSOSAPIENTIA.COM.BR
Caros candidatos,

O edital para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata 2017 surpreendeu com a inclusão
de três novos temas de Política Internacional. Sob o tópico 16, “A agenda internacional e o
Brasil”, foram acrescidos os seguintes subtópicos:

• 16.9 Conflito étnico, sectário e nacionalismo: os casos do Bálcãs e do Oriente Médio


(Síria, Líbano, Iraque);

• 16.10 Crimes de guerra e crimes contra a humanidade: genocídio, holocausto e a Corte


Penal Internacional;

• 16.11 Políticas de identidade: gênero, raça e religião como vetores da política mundial.

Na prática, alguns desses temas já apareceram em provas anteriores, sob ângulos variados.
Veja, por exemplo, as seguintes assertivas:

• TPS 2012: O Conselho Nacional Sírio, principal força da oposição ao regime de Bashar
Al-Assad, tem feito apelos por uma intervenção militar internacional para depor o dirigente sírio e
permitir a tomada do poder pelos rebeldes.

• TPS 2014: A questão síria é mais simples que as questões iranianas e iraquianas, por se
definir em termos geopolíticos clássicos, e requer solução que envolva decisivamente os EUA, a
Rússia e a China, dadas as relativamente superficiais implicações para o Oriente Médio em
termos étnicos, religiosos ou políticos.

• TPS 2015: A Guerra Civil na Síria é particularmente complexa: tanto a Arábia Saudita como
a Turquia e a Irmandade Muçulmana (inclusive o Hamas) opõem-se ao governo de Bashar al-
Assad, mas cada um deles apoia grupos diferentes de rebeldes, enquanto o governo de
Damasco é apoiado pelo Irã, pela Rússia e pelo Hizbollah, que, por sua vez, é um aliado do
Hamas no conflito com Israel.

Material cortesia do Curso Sapientia aos candidatos que prestarão o


Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata em 2017. Proibida a venda. Reprodução autorizada, desde que citada a fonte.
(C) THE NEIGHBORHOOD 2016 • THENEIGHBORHOOD.COM
• TPS 2015: Os temas prioritários nas relações bilaterais entre EUA e Brasil incluem a
cooperação visando reduzir as desigualdades de gênero e eliminar progressivamente a
violência contra a mulher e o tráfico de mulheres, cuja implementação consta em documento
específico.

• TPS 2007: Em consonância com os princípios norteadores de sua política externa e de sua
tradição diplomática, o Brasil privilegia o engajamento em missões que objetivam coibir graves
violações dos direitos humanos, prevenir genocídios e prestar assistência em crises
humanitárias.

A inclusão específica desses temas aponta para novas prioridades na agenda internacional do
Brasil e sugere novas ênfases para as provas de Política Internacional do CACD. Além da
mudança substantiva no edital, chamamos a atenção para o crescente enfoque dado a algumas
das temáticas acima no próprio site do MRE.

Sabemos que os dias entre o edital e a prova são de grande ansiedade, sobretudo quando
surgem mudanças que desafiam um modelo já estruturado de preparação. No caso de Política
Internacional, não há com o que se preocupar. É possível estudar os novos temas a partir de
abordagens já conhecidas: da política externa brasileira para Direitos Humanos às relações do
Brasil com a África.

Estamos aqui para ajudá-los nessa caminhada. Tanto nos Cursos Regulares quanto no Maratona
do Sapientia, adaptamos o cronograma de aulas para abarcar os novos conteúdos. Além disso,
preparamos este material, com referências, links e conteúdos que certamente lhes ajudarão a
familiarizar-se com os novos tópicos do edital.

Bons estudos!

Guilherme Casarões e Leonardo Rocha Bento

17 de junho de 2017

Material cortesia do Curso Sapientia aos candidatos que prestarão o


Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata em 2017. Proibida a venda. Reprodução autorizada, desde que citada a fonte.
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16.9 Conflito étnico, sectário e nacionalismo: os casos do Bálcãs e
do Oriente Médio (Síria, Líbano, Iraque)

Textos recomendados:
José Augusto Lindgen Alves, Os Novos Bálcãs. Brasília: FUNAG, 2013.
http://funag.gov.br/loja/download/1083-novos_balcas.pdf

_______________, “Nacionalismo e etnias em conflito nos Bálcãs”. Lua Nova, no. 63,
2004.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452004000300002

Joseph Bahout, “Sectarianism in Lebanon and Syria: the dynamics of mutual spill-over”,
USIP, 2013.
https://www.usip.org/sites/default/files/PB159.pdf

NOTAS E DISCURSOS:

Nota 60 | 16 de fevereiro de 2011 | Participação brasileira na UNIFIL

O Brasil assumiu o comando da Força-Tarefa Marítima (MTF) da Força Interina das


Nações Unidas no Líbano (UNIFIL). É a primeira vez que o Comando da MTF está a cargo
de país não-membro da OTAN.

Brasil assumiu ontem, dia 15, o comando da Força-Tarefa Marítima (MTF) da Força
Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL). A MTF é composta de 800 militares de 33
nacionalidades e 8 embarcações e, a partir de agora, será comandada pelo Contra-
Almirante Luiz Henrique Caroli. É a primeira vez que o Comando da MTF está a cargo de
país não-membro da OTAN. A participação brasileira na UNIFIL atende a convite das
Nações Unidas.

A UNIFIL foi criada em 1978, por decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas,
e conta hoje com 11.961 militares, 330 funcionários civis internacionais e 657 nacionais.

Desde 1948, o Brasil participou de mais de 30 operações de manutenção da paz, tendo


cedido mais de 17 mil homens.

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Nota 351 | 29 de setembro de 2011 | Participação brasileira na Missão de Paz da ONU
no Líbano
Nota Conjunta do Ministério da Defesa e do Ministério das Relações Exteriores

Com a aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, concluída em 28 de


setembro, o Governo brasileiro prepara o envio de um navio da Marinha do Brasil,
equipado com aeronave e até 300 tripulantes, para reforçar o componente marítimo da
Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL).

A medida aprovada pelo Congresso Nacional atende mensagem enviada pela Presidenta
Dilma Rousseff, acompanhada de Exposição de Motivos assinada pelos ministros da
Defesa, Celso Amorim, e das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota. No
documento, os Ministros ressaltam que a iniciativa demonstra o compromisso do Brasil
com a promoção da paz no Oriente Médio.

A UNIFIL foi criada pela Resolução 425 (1978) do Conselho de Segurança das Nações
Unidas com o mandato original de supervisionar a retirada das tropas israelenses do
território do Líbano. Após a crise de 2006, por meio da Resolução 1701 (2006), o Conselho
de Segurança reforçou a missão e adicionou ao seu mandato as funções de monitorar a
cessação de hostilidades e de contribuir para a garantia do acesso da ajuda humanitária às
populações civis e do retorno seguro e voluntário dos deslocados. Pela mesma resolução,
foi criada a Força-Tarefa Marítima (MTF), como parte da UNIFIL, para monitorar o tráfego
ao largo da costa libanesa, com vistas a evitar violações ao embargo de armas aplicado ao
Líbano, e para treinar os quadros da Marinha de Guerra libanesa.

A missão conta atualmente com 11.746 militares, 351 funcionários civis internacionais e
656 nacionais. O Brasil iniciou sua participação na UNIFIL em fevereiro deste ano, com um
destacamento de oito militares – quatro oficiais e quatro praças. Na ocasião, um oficial
brasileiro, o contra-almirante Luiz Henrique Caroli, assumiu o comando da Força-Tarefa
Marítima, unidade da UNIFIL composta de 800 militares.

O navio brasileiro deverá seguir para o Líbano no dia 4 de outubro e servirá como capitânia
da frota, composta por três navios da Alemanha, dois de Bangladesh, um da Grécia, um da
Indonésia e um da Turquia. Trata-se da primeira esquadra utilizada pela ONU em missões

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de paz. O Brasil possui um histórico de participação em operações dessa natureza, sendo
uma das mais importantes a contribuição à missão para estabilização no Haiti (Minustah).

Discurso do Ministro Mauro Vieira por ocasião da imposição da insígnia da Ordem


do Rio Branco à Corveta Barroso – Beirute, 15 de setembro de 2015

(...) O resgate de 220 refugiados no mar Mediterrâneo pelos militares brasileiros


embarcados nesta Corveta emocionou o nosso País e cobriu de profundo orgulho a todos
os brasileiros.

O gesto humanitário de nossos militares, distinguidos nesta cerimônia, está em plena


harmonia com as nossas políticas de acolhimento de refugiados atingidos pelo conflito no
Oriente Médio. A Presidenta Dilma Rousseff, por ocasião do Dia da Independência,
reiterou o compromisso brasileiro em acolher de braços abertos aqueles que foram
expulsos de suas pátrias e queiram viver e contribuir para a prosperidade e a paz do Brasil.

Até o momento, cerca de 7.700 indivíduos afetados pela crise síria foram beneficiados com
vistos brasileiros concedidos em bases humanitárias. Destes, mais de 2.000 já foram
formalmente reconhecidos como refugiados no Brasil. Louvamos todos os países que não
têm medido esforços para abrigar os que buscam escapar da penúria, da violência e dos
conflitos armados.

Durante o percurso da Corveta Barroso para juntar-se à Força Interina das Nações Unidas
no Líbano, nossa Marinha soube, ao deparar-se com situação de emergência, traduzir num
ato de salvamento e solidariedade o inequívoco compromisso do nosso País com a
promoção e a proteção dos direitos humanos e do direito humanitário.

O engajamento brasileiro na UNIFIL demonstra nossa inabalável determinação de


contribuir para a manutenção da paz e segurança internacionais. Saudamos a dedicação e
a competência com que nossos militares cumprem suas atribuições na Força-Tarefa
Marítima e no terreno.

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Outras notas de interesse:

Nota 113 | 07 de abril de 2017 | Conflito na Síria


http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/16066-conflito-na-siria

Nota 110 | 04 de abril de 2017 | Uso de armas químicas na província síria de Idlib
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/16040-uso-de-armas-quimicas-na-
provincia-siria-de-idlib

Nota 183 | 09 de junho de 2017 | Atentados no Iraque


http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/16476-atentados-no-iraque-20170609

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16.10 Crimes de guerra e crimes contra a humanidade: genocídio,
holocausto e a Corte Penal Internacional

Textos recomendados:

Ministério das Relações Exteriores, O Brasil e o Conselho de Segurança 1998-1999.


Brasília: FUNAG, 1999. Ver, especificamente, os tópicos sobre Ruanda/Burundi, Bálcãs e
seus respectivos Tribunais Penais Internacionais.
http://funag.gov.br/loja/download/152-Brasil_no_Conselho_de_Seguranca_da_ONU_O.pdf

Elio Cardoso, Tribunal Penal Internacional: conceitos, realidades e implicações para o


Brasil. Brasília: FUNAG, 2012.
http://funag.gov.br/loja/download/986-Tribunal_Penal_Internacional_CONCEITOS.pdf

Antonio Augusto Cançado Trindade, Os Tribunais Internacionais Contemporâneos.


Brasília, FUNAG, 2013.
http://funag.gov.br/loja/download/1018-tribunais-internacionais-contemporaneos.pdf

John Baylis, Steve Smith e Patricia Owens, The Globalization of World Politics. 5th ed.
Oxford: Oxford UP, 2011. Capítulo 31: “Humanitarian Intervention in World Politics”

SEÇÕES DO SITE DO ITAMARATY:

Tribunal Penal Internacional


http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/paz-e-seguranca-internacionais/152-
tribunal-penal-internacional

O Brasil apoiou a criação do Tribunal Penal Internacional por entender que uma corte
penal eficiente, imparcial e independente representaria um grande avanço na luta contra a
impunidade pelos mais graves crimes internacionais. O Governo brasileiro participou
ativamente dos trabalhos preparatórios e da Conferência de Roma de 1998, na qual foi
adotado o Estatuto do TPI.

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Com sede na Haia (Países Baixos), o TPI iniciou suas atividades em julho de 2002,
quando da 60ª ratificação ao Estatuto. Subsidiariamente ao Poder Judicial dos Estados,
processa e julga acusados de crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de
guerra e, futuramente, crimes de agressão. O TPI julga apenas indivíduos – diferentemente
da Corte Internacional de Justiça, que examina litígios entre Estados. A existência do
Tribunal contribui para prevenir a ocorrência de violações dos direitos humanos, do direito
internacional humanitário e de ameaças contra a paz e a segurança internacionais.

Todos os 21 casos examinados no Tribunal dizem respeito a situações ocorridas em oito


países africanos. Até março de 2014, houve apenas duas condenações – em 2012,
envolvendo Thomas Lubanga Dyilo e em 2014, de Germain Katanga, ambas no contexto
da situação na República Democrática do Congo. Sete outras situações estão sendo
investigadas pela Promotoria do TPI.

O Brasil depositou seu instrumento de ratificação ao Estatuto de Roma em 20 de julho de


2002. O tratado foi incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro por meio do Decreto nº
4.388, de 25 de setembro de 2002. Aspectos importantes de sua internalização ainda
estão em trâmite no Congresso Nacional.

Atualmente, o Estatuto de Roma conta com 122 Estados-Partes – dos quais 34 são
africanos; 27 latino-americanos e caribenhos; 25 do Grupo de Países Ocidentais e Outros;
18 da Europa do Leste e 18 da Ásia e Pacífico. Todos os países da América do Sul são
partes do Estatuto.

Como qualquer instrumento jurídico internacional, o Estatuto de Roma é produto de seu


tempo e é passível de ajustes para seu aprimoramento. O Brasil tem exercido papel de
liderança nas reuniões em que os Estados partes tratam de ajustes com vistas a promover
maior aceitação e a consolidação do TPI – a exemplo das discussões que levaram à
adoção, em 2010, na Conferência de Revisão de Campala (Uganda), das emendas
relativas ao crime de agressão, que estabelecem as condições para que o TPI possa
exercer sua jurisdição sobre esse crime. O Brasil está comprometido com o processo de
ratificação dessas emendas, que se encontra em andamento.

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A brasileira Sylvia Steiner integra o corpo de juízes do TPI. Tendo cumprido seu mandato
até 2012, continuará a exercer suas funções até a conclusão de caso no qual atua.
Leonardo Caldeira Brant, também brasileiro, integra o Comitê Consultivo para Nomeações
(eleito em 2012 para mandato de três anos).

Notas e discursos

Nota 241 | 03 de julho de 2016 | Falecimento de Elie Wiesel

O Brasil recebeu com pesar a notícia do falecimento do humanista e ganhador do Prêmio


Nobel da Paz, Elie Wiesel, nos Estados Unidos, no sábado 2 de julho. Sobrevivente do
Holocausto, Elie Wiesel, em artigos jornalísticos, livros e pronunciamentos públicos,
procurou assegurar-se de que o mundo nunca esqueça aquele infame genocídio. Para que
nunca mais se repita semelhante tragédia. Seu legado importantíssimo é o da preservação
da memória e da promoção dos valores do humanismo contra os flagelos da barbárie, da
intolerância e do fanatismo.

Ao transmitir suas condolências à família de Elie Wiesel, o Brasil reitera seu compromisso
de honrar as vítimas do Holocausto e de trabalhar sempre para a promoção dos Direitos
Humanos, da diversidade, da dignidade humana e da paz.

Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante solenidade


do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. São Paulo, SP,
27/01/2009
http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_biblioteca/resenhas_peb/Resenha_numero_104_1_
2009.pdf

Em agosto de 2004, recebi de uma comitiva do Congresso Judaico Mundial e de líderes


comunitários brasileiros - certamente alguns deles estão aqui presentes - uma petição à
ONU solicitando medidas mais concretas na luta contra o anti-semitismo. Assinei de

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imediato o documento, afinal o Estado brasileiro foi co-patrocinador de diversas resoluções
da ONU afirmando a importância de rememorar aquela tragédia.

Mais tarde, eu soube que o Brasil foi o primeiro país a subscrever aquela petição. Soube
também que ela serviu de base para consagrar 27 de janeiro como o Dia Internacional em
Memória das Vítimas do Holocausto. Hoje, como em todos os dias, devemos nos
empenhar na luta da memória contra o esquecimento. É preciso manter viva a lembrança,
para que nunca mais se repita o assassinato em massa, o genocídio como ideologia e a
limpeza étnica como razão de Estado.

O regime nazista promoveu a mutilação espiritual, a humilhação moral, a ruína material e a


eliminação física de milhões de homens, mulheres e crianças. Vitimou judeus, comunistas,
homossexuais, negros, ciganos, testemunhas de Jeová e todos que considerou inferiores
na raça, no credo e na cor.

O Holocausto marcou o auge da crueldade humana e configurou o maior episódio de


violência e covardia de nossa história, um episódio que não deveria ter ocorrido e que não
pode nunca mais voltar a ocorrer.

Discurso do presidente da República, Michel Temer, durante cerimônia do Dia


Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto – São Paulo, 29 de janeiro de
2017

E de logo, me pareceu que este era um ato religioso. Religioso no seu sentido vocabular. O
religião que vem do latim, religo, religare, exatamente o que acontece aqui. Nós estamos
fazendo uma religação entre pessoas e entre o passado e o futuro. Porque recordar o
Holocausto, relembrá-lo na sua dor, em toda angústia, é preparar o futuro. Em outras
palavras, é o que foi dito aqui. É importantíssimo que nós tenhamos sempre essa ideia.

E quando eu verificava as senhoras e senhores sobreviventes, me passava pela mente a


dor que eles devem ter sentido no momento em que sofreram as aguras daquelas prisões
cruéis, do tempo do nazismo. Imaginei eu, quantas e quantas recordações estes que aqui
acenderam as velas como sobreviventes, trazem no seu peito, no seu coração, no seu

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espírito, e que serve para nós todos como lição. Lição que aqui foram expendidas. Lições
que dizem o seguinte: Olha aqui, nós temos que relembrar permanentemente o
Holocausto. Portanto, passe um dia, passe um meses, passem anos ou passem séculos,
nós deveremos sempre de recordá-lo. Porque é uma lição para o futuro e uma lição para o
presente.

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16.11 Políticas de identidade: gênero, raça e religião como vetores da
política mundial

Textos recomendados:

João Pontes Nogueira e Nizar Messari, Teoria das Relações Internacionais. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2005 Capítulo 8: “Perspectivas Alternativas: Feminismo e Pós-
Colonialismo”

John Baylis, Steve Smith e Patricia Owens, The Globalization of World Politics. 5th ed.
Oxford: Oxford UP, 2011. Capítulo 11: “Post-colonialism” e 16: “Gender in world politics”

Renata Giannni, Mariana Lima e Pérola Pereira, “Implementing UNSC Resolution 1325 in
Brazil”, Strategic Note 18, 2015.
http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_pazeseg/Mulheres_paz/NE-18_Implementing-
UNSC-Resolution-promoting-gender-equality-15-10-b.pdf

Marcela Donadío e Juan Rial, La Agenda de la Mujer, Paz y Seguridad en el año de su


revisión: la resolución 1325 en la esfera militar y policial. Buenos Aires: RESDAL, 2015.
http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_pazeseg/Mulheres_paz/Mujer_Paz_y_Seguridad.pdf

SEÇÕES DO SITE DO ITAMARATY:

Grupos vulneráveis
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/direitos-humanos-e-temas-sociais/3666-
grupos-vulneraveis

Assuntos de gênero

A política externa para assuntos de gênero promove uma agenda orientada por valores
como igualdade de gênero, empoderamento das mulheres, inclusão econômica,
reconhecimento de direitos sexuais e reprodutivos e enfrentamento da violência contra a
mulher.

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A diplomacia brasileira é ativa no fortalecimento dos regimes internacionais de proteção de
crianças, adolescentes e idosos. No âmbito da OEA, há negociações voltadas para a
adoção de uma Convenção Interamericana dos Direitos da Pessoa Idosa. O Governo
brasileiro também busca fazer avançar os debates sobre uma Convenção sobre idosos na
ONU.

Atribuímos grande importância ao processo de implementação da Declaração e Plano de


Ação de Durban contra Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata.
Apoiamos a criação, pela CELAC, da Década dos Afrodescendentes Latinoamericanos e
Caribenhos e trabalhamos para que o combate ao racismo e a promoção da igualdade
racial sejam temas de destaque em foros regionais e multilaterais.

A diplomacia brasileira também tem contribuído para mobilizar a comunidade internacional


no enfrentamento à violência contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e
Transgêneros (LGBT). Por iniciativa brasileira, em 2013 a Assembleia Geral da OEA
aprovou a Convenção Interamericana contra Toda Forma de Discriminação e Intolerância.
Na ONU, temos atuado em favor do tratamento, pelo Conselho de Direitos Humanos
(CDH), da promoção e proteção dos direitos das pessoas LGBT.

O Brasil está empenhado na implementação da Convenção Internacional das Pessoas


com Deficiência, de 2007, e na promoção da inclusão social desse grupo de pessoas. A
diplomacia brasileira trabalha por novos avanços na área, a exemplo da assinatura do
Tratado de Marraquexe para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas para Pessoas Cegas,
com Deficiência Visual ou outras Deficiências.

Ações do Brasil de promoção internacional dos direitos de lésbicas, gays,


bissexuais, travestis e transexuais

2003, Genebra – O Brasil apresentou projeto de resolução intitulada "Direitos Humanos e


Orientação Sexual", a ser adotada pela então Comissão de Direitos Humanos das Nações
Unidas. Esta foi a primeira tentativa de abordar a violência e a discriminação contra
pessoas LGBT em âmbito multilateral. Apesar dos esforços do Brasil, a iniciativa não

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logrou angariar os apoios necessários para que prosseguisse, naquele momento, no
âmbito da então Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas.

2005, Washington – A Organização dos Estados Americanos criou o Grupo de Trabalho


para Elaboração do Anteprojeto da Convenção Interamericana Sobre Racismo e Toda
Forma de Discriminação e Intolerância, que culminaria com a aprovação da Convenção
Interamericana Contra Toda Forma de Discriminação e Intolerância. O Brasil assumiu a
presidência do GT por três anos consecutivos e incluiu no texto a menção expressa à
proibição da discriminação com base em orientação sexual e identidade de gênero.

Novembro de 2006, Genebra – Durante a 3ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, o


Brasil apoiou intervenção conjunta sobre o combate à violência baseada em orientação
sexual e identidade de gênero.

Agosto de 2007, Montevidéu – O Brasil participou do Seminário Regional sobre


Diversidade Sexual e Identidade de Gênero, ocorrido no marco da IX Reunião de Altas
Autoridades do Mercosul (RAADH).

2007, Nova York – Brasil, Argentina e Uruguai, juntamente com organizações da


sociedade civil, promoveram o lançamento, na sede das Nações Unidas, em Nova York,
dos Princípios de Yogyakarta, que descrevem como o direito internacional dos direitos
humanos aplica-se a pessoas LGBTI.

Novembro de 2007, Montevidéu – O Brasil participou, no marco da X Reunião de Altas


Autoridades do Mercosul (RAADH), da primeira reunião do Subgrupo de Trabalho sobre
Diversidade Sexual e Identidade de Gênero do GT sobre Discriminação, Racismo e
Xenofobia. O SGT reuniu-se em todos os encontros da RAADH, até ser elevado à
condição de Grupo de Trabalho, em 2009.

Junho de 2008, Washington – A Assembleia Geral da Organização dos Estados


Americanos aprovou, em seu 38º Período de Sessões, a resolução "Direitos Humanos e
Orientação Sexual", proposta pela delegação brasileira. O documento é a 1ª resolução
temática sobre direitos de pessoas LGBTI adotada por organismo multilateral. Desde
então, o Brasil reapresenta a resolução anualmente, com paulatinos avanços de conteúdo
e linguagem.
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Outubro de 2008, Nova York – Durante as comemorações do 60º Aniversário da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Brasil, junto com outros 66 países,
apresentou ao plenário da Assembleia Geral da ONU a "Declaração sobre Direitos
Humanos, Orientação Sexual e Identidade de Gênero".

Setembro de 2009, Montevidéu – O Brasil participou, no marco da XVI Reunião de Altas


Autoridades em Direitos Humanos do Mercosul (RAADH) da primeira reunião do Grupo de
Trabalho sobre Identidade e Diversidade Sexual. O novo GT foi criado a partir da elevação
do SGT sobre Diversidade Sexual e Identidade de Gênero, antes abrigado no GT sobre
Discriminação, Racismo e Xenofobia, e reúne-se em todos os encontros da RAADH.

Setembro de 2010, Genebra – O Brasil e outros 12 países copatrocinaram o "Painel de alto


nível sobre o fim da violência e das sanções penais com base em orientação sexual e
identidade de gênero". O evento ocorreu à margem da 15ª Sessão do Conselho de Direitos
Humanos da ONU e contou com a presença da Alta Comissária para os Direitos Humanos
da ONU, Navi Pillay. O Brasil também apoiou intervenção conjunta sobre o combate à
violência baseada em orientação sexual e identidade de gênero.

Março de 2011, Genebra – Durante a 16ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, o


Brasil apoiou intervenção conjunta sobre o combate à violência baseada em orientação
sexual e identidade de gênero.

Junho de 2011, Genebra – O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou,
durante a 17ª Sessão, a resolução 17/19, intitulada "Direitos Humanos, Orientação Sexual
e Identidade de Gênero". O Brasil integrou o "core group" (grupo de países que elabora e
propõe a resolução) da resolução, que foi aprovada por 23 votos a favor, 19 votos
contrários e 3 abstenções. O documento é a primeira referência formal de um órgão
multilateral das Nações Unidas sobre o tema.

Novembro de 2011, Washington – Durante sua 143ª Sessão, a Comissão Interamericana


criou, com o apoio do Brasil e outros países, a Unidade Especializada sobre Direitos de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersex, como parte da Secretaria Executiva. A
Unidade funcionou até 2014, quando foi substituída pela Relatoria sobre mesmo tema.

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Março de 2012, Genebra – O Brasil organizou evento paralelo à 19ª Sessão do Conselho
de Direitos Humanos sobre direitos de pessoas LGBT. Irina Karla Bacci, então Vice-
Presidente do Conselho Nacional de Combate à Discriminação de Pessoas LGBT
(CNCD/LGBT), participou do evento.

Abril de 2013, Brasília – Realizou-se o "Seminário Regional sobre Orientação Sexual e


Identidade de Gênero", em conjunto com o "Seminário Brasil-União Europeia de Combate
à Violência Homofóbica". O evento fez parte de estratégia promovida por Brasil, África do
Sul e Noruega – países do "core group" sobre direitos de pessoas LGBT no âmbito do
Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas - de realizar seminários
regionais, como parte de esforço de mobilização em favor da adoção de nova resolução
sobre o tema.

Abril de 2013, Oslo – O Brasil participou da "Conferência Internacional sobre Direitos


Humanos, Orientação Sexual e Identidade de Gênero". O relatório da Conferência foi
apresentado durante a 23ª Sessão do CDH.

Junho de 2013, Guatemala – A 43ª Assembleia Geral da OEA adotou a Convenção


Interamericana Contra Toda Forma de Discriminação e Intolerância. O Brasil foi um dos
primeiros países a assinar o documento. Uma vez em vigor, este será o primeiro
documento internacional juridicamente vinculante a expressamente condenar a
discriminação baseada em orientação sexual, identidade e expressão de gênero.

Setembro de 2013, Nova York – O Brasil participou da Reunião Ministerial "Core Group"
Sobre Direitos de Pessoas LGBT. O evento ocorreu à margem da Abertura da 68ª Sessão
da Assembleia Geral das Nações Unidas e foi copatrocinado por Argentina, Estados
Unidos, França, Países Baixos.

Fevereiro de 2014, Washington – O Brasil apoiou a criação da Relatoria sobre Direitos de


Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersex (LGBTI) da Comissão Interamericana
de Direitos Humanos.

Setembro de 2014, Genebra – O Conselho Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou,
durante a 27ª Sessão, a resolução 27/32, intitulada "Direitos Humanos, Orientação Sexual
e Identidade de Gênero". O Brasil integrou o "core group", juntamente com Chile, Uruguai e
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Colômbia. A resolução foi aprovada com 25 votos a favor, 14 votos contrários e 7
abstenções.

Setembro de 2014, Nova York – O Brasil participou, na sede das Nações Unidas, da
Reunião Ministerial "Ending Human Rights Violations Against LGBT People". O evento
ocorreu à margem da Abertura da 69ª Sessão da Assembleia Geral e foi copatrocinado por
Argentina, União Europeia e Países Baixos. Na ocasião, o Brasil expressou apoio ao
lançamento da Campanha Global contra a Homofobia "Free and Equal".

Dezembro de 2014, Paris – O Brasil participou do Seminário sobre o direito à educação da


população LGBT - "UNESCO's work to protect the right to education of Lesbian, Gay,
Bissexual and Transgender (LGBT) children and young people". O evento foi realizado na
sede da UNESCO, no contexto do Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Julho de 2015, Brasília – Por ocasião da XXVI RAADH, foi acordada a elevação do Grupo
de Trabalho LGBT à condição de Comissão Permanente, conferindo-lhe perfil mais
elevado e aprovando plano de trabalho com objetivos e metas específicos.

Setembro de 2015, Nova York – O Brasil participou do Evento de Alto Nível "Leaving no
One Behind: Equality and Inclusion in the Post-2015 Development Agenda", ocorrido na
Sede das Nações Unidas, à margem da Abertura da 70ª Sessão da Assembleia Geral. Foi
copatrocinado por Brasil, Argentina, Austrália, Chile, Colômbia, Croácia, El Salvador,
Estados Unidos, França, Israel, União Europeia, Reino Unido, Países Baixos, Nova
Zelândia, Noruega, Montenegro e Japão. Também contou com o apoio do Assistente do
Secretário Geral para Direitos Humanos, Ivan Sinonovic. O evento reafirmou, no mais alto
nível, o compromisso com o avanço da agenda LGBT no marco das discussões sobre a
Agenda Pós-2015.

O Brasil e a agenda de Mulheres, Paz e Segurança


http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/plano-nacional-de-acao-sobre-mulheres-paz-e-
seguranca/14060-o-brasil-e-a-agenda-de-mps

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Em 2015, celebrou-se o décimo quinto aniversário da Resolução 1325 (2000), que
introduziu o tema Mulheres, Paz e Segurança (MPS) na agenda do Conselho de
Segurança das Nações Unidas (CSNU). A referida resolução promoveu, pela primeira vez,
a igualdade de gênero em ações relacionadas à paz e à segurança internacionais.

Tratou de buscar o equilíbrio de gênero através do reconhecimento de que mulheres


podem e devem desempenhar papel efetivo na busca pela paz. A Resolução também
promove a transversalização de perspectivas de gênero no tratamento dos conflitos
armados, bem como nas fases de prevenção da violência e de consolidação da paz, ao
observar os diferentes impactos que conflitos armados têm sobre cada grupo de gênero,
em especial sobre as mulheres e meninas.

A adoção da Resolução 1325 (2000) resultou da convergência de três fatores: (1) o


fortalecimento do reconhecimento e defesa dos direitos das mulheres no âmbito das
Nações Unidas; (2) o reconhecimento dos impactos nocivos dos conflitos armados sobre a
população civil, em especial sobre mulheres e meninas; e (3) o trabalho de organizações
da sociedade civil, em particular organizações de mulheres e de direitos humanos, que
influenciaram a decisão de adotá-la e contribuíram para seu texto.

O breve otimismo inicial após o fim da Guerra Fria foi seguido pela eclosão de diversos
conflitos anteriormente contidos pela lógica Leste-Oeste. Tais conflitos, a maioria internos
e associados a questões étnicas, foram marcados por graves violações do direito
internacional humanitário e do direito internacional dos direitos humanos. Evidenciaram de
maneira inquestionável seu impacto desproporcional sobre a população civil. A título de
exemplo, segundo dados da ONU, cerca de 60 mil mulheres foram vítimas de estupro na
Guerra da Bósnia (1992-1995) e entre 100 e 250 mil no contexto do genocídio em Ruanda
(1994). As mulheres, por outro lado, permaneciam largamente afastadas dos processos de
prevenção e resolução desses conflitos, manutenção e consolidação da paz e
reconstrução pós-conflito.

Em paralelo, o sistema das Nações Unidas fortalecia sua atuação na promoção e proteção
dos direitos das mulheres, em processo iniciado desde o reconhecimento da "igualdade de
direito dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas" no
Preâmbulo da Carta, passando pela criação da Comissão da Situação da Mulher (CSW,
1946) e pela adoção da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
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Discriminação contra as Mulheres (CEDAW, 1978). A IV Conferência Mundial sobre a
Mulher, realizada em 1995 em Pequim, constituiu um marco ao reconhecer que a paz está
"indissoluvelmente ligada ao avanço das mulheres, que representam uma força essencial
para liderança, solução de conflitos e promoção de uma paz duradoura em todos os
níveis". A Plataforma de Ação de Pequim incluiu o tema mulheres e conflitos armados
como uma das 12 áreas críticas de preocupação. A sociedade civil, especialmente os
movimentos de mulheres e organizações de direitos humanos, que desempenharam papel
fundamental nesses avanços, passou a igualmente solicitar maior atenção ao tema por
parte do Conselho de Segurança.

Ao longo dos passados 16 anos, outras sete resoluções foram adotadas com o objetivo de
fortalecer a ação da ONU para promover a paz sustentável por intermédio de estratégias
que incluam a perspectiva de gênero. O CSNU recomendou que os Estados Membros
elaborassem Planos Nacionais de Ação (PNAs), ou outras medidas no âmbito doméstico,
com vistas a promover a implementação da Resolução 1325 (2000). Os PNAs têm
demonstrado constituir importante ferramenta para que governos definam prioridades e
coordenem a implementação dessa agenda em âmbito nacional, com o apoio da
sociedade civil. Até junho de 2016, mais de 60 já haviam aprovado seus planos.

Em outubro de 2015, o Brasil anunciou o início do processo de elaboração de seu PNA,


com vistas a promover a implementação da Resolução 1325 no âmbito doméstico. O
anúncio brasileiro vai ao encontro de uma série de ações voltadas para a promoção da
participação de mulheres em iniciativas relacionadas à paz e à segurança internacional,
sobretudo nos setores de defesa e relações exteriores. O Plano foi lançado oficialmente no
dia 8 de março de 2017.

Em geral, os PNAs são organizados com base em quatro pilares:


• Participação: aumentar e qualificar a presença de mulheres em atividades relacionadas à
paz e à segurança;
• Proteção: assegurar melhores condições de bem-estar e de segurança de mulheres e
meninas em situação de conflito;
• Prevenção: coibir a violência baseada em gênero e empoderar as mulheres em situação
de conflito, inclusive por meio da educação e acesso à justiça; e
• Reconstrução pós-conflito e assistência humanitária: promover uma perspectiva de
gênero nas atividades de assistência humanitária e de consolidação da paz.
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Os planos podem incorporar ações de escopo externo e/ou ações voltadas para o plano
interno, a depender do contexto específico dos países que os adotam. Cada PNA deve,
necessariamente, ser resultado de um processo interno de definição de prioridades, tanto
em sua elaboração como em sua implementação. Nesse sentido, é essencial que os PNAs
sejam um projeto nacional, construído de forma coordenada pelas agências
governamentais envolvidas, com participação ativa da sociedade civil, e que haja um
marco para o seu monitoramento, com metas e indicadores de progresso.

O Grupo de Trabalho (GT) responsável pela elaboração do PNA brasileiro é coordenado


pelo Ministério das Relações Exteriores e composto por membros do Ministério da Defesa
e do Ministério da Justiça e Cidadania. O GT conta ainda com o apoio de membros da
sociedade civil (Instituto Igarapé) e da ONU-Mulheres.

O Ministério de Relações Exteriores, na qualidade de coordenador do GT, criou esta


página com o objetivo de divulgar a iniciativa ao público brasileiro, bem como de colher
comentários e sugestões, com vistas a assegurar um processo de formulação e
implementação do PNA que seja transparente, inclusivo e participativo.

As mulheres na diplomacia brasileira:


http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/plano-nacional-de-acao-sobre-mulheres-paz-e-
seguranca/14063-as-mulheres-na-diplomacia-brasileira

Resoluções sobre o tema: http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/plano-nacional-de-acao-


sobre-mulheres-paz-e-seguranca/14061-resolucoes-mulheres-paz-seguranca
Resolução 2282 (2016): Underscoring the importance of women’s leadership and
participation in preventing and resolving conflict, as well as in building peace, the Council
encouraged the Secretary-General to promote the gender dimensions of peacebuilding.

Publicações (não refletem, necessariamente, a posição oficial do governo brasileiro):


http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/plano-nacional-de-acao-sobre-mulheres-paz-e-
seguranca/14067-publicacoes

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NOTAS E DISCURSOS:

Nota 64/08 de março de 2017


Lançamento do Plano Nacional de Ação sobre Mulheres, Paz e Segurança

Coordenada pelo Itamaraty, a elaboração do Plano de Ação contou com a participação do


Ministério da Defesa, do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Ministério dos
Direitos Humanos. A preparação do documento também contou com o apoio e a
participação da ONU-Mulheres, bem como do Instituto Igarapé, representando a sociedade
civil.

Ao adotar plano de ação sobre a agenda de mulheres, paz e segurança, o governo


brasileiro reafirma seu compromisso com a promoção da paz e da segurança
internacionais, bem como com a defesa da igualdade de gênero e o empoderamento de
todas as mulheres e meninas. A medida alinha-se não somente com as resoluções do
Conselho de Segurança na matéria, como também com posições historicamente
defendidas pelo Brasil em diversos foros regionais e multilaterais, inclusive na criação da
própria ONU.

A íntegra do Plano Nacional de Ação do Brasil encontra-se disponível no portal do


Ministério das Relações Exteriores sobre a agenda de Mulheres, Paz e Segurança:
http://www.itamaraty.gov.br/images/PlanoNacional-Mulheres-Paz-Seguranca.pdf

DISCURSOS DO EMBAIXADOR ANTONIO DE AGUIAR PATRIOTA, REPRESENTANTE


PERMANENTE DO BRASIL JUNTO ÀS NAÇÕES UNIDAS

http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_pazeseg/Mulheres_paz/Discurso-13-outubro-
2015.pdf

Brazil sees protection and empowerment as inseparable aspects of the Women,


Peace and Security agenda. Women and girls are not just entitled to safety, but also to an
active and influential voice. No decision concerning women should be adopted without
consultation and consideration of their unique perspective.
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At the international level, this includes formulating and implementing the mandates of
peacekeeping operations and special political missions; conducting peace negotiations; as
well as handling peacebuilding, recovery and humanitarian initiatives.

At the domestic level, governments should be ready to redesign and improve their gender-
sensitive policies. Brazil has made some considerable advancement in the past
decade. We enacted the Maria da Penha Law, which recognized domestic violence as
violation of human rights, and more recently created the "House of Brazilian
Women", a multidisciplinary space aimed at facilitating the access of women to
specialized services and at protecting, empowering and ensuring their economic
autonomy. Those initiatives have been recently crowned with the establishment of the
Ministry for Women, Racial Equality and Human Rights. We are confident that our national
efforts will positively influence all our activities in the international arena.

http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_pazeseg/Mulheres_paz/Discurso-28-marco-
2016.pdf

(…) women constitute merely 4% of the 88 thousand troops and police personnel currently
deployed in UN peacekeeping operations in Africa. In this regard, we recall Security
Council Resolution 2242 (2015), which calls upon the Secretary General and Member
States to double the number of women in military and police contingents of UN
peacekeeping operations over the next five years.

In recognizing and supporting women's role as agents of peace, the international


community is also contributing to address one of the direst aspects of war which mostly
affects women and girls. Sexual violence in conflict remains a serious concern for
vulnerable populations impacted by war around the world, predominantly women
and girls. Despite the strong African commitment to fight sexual and gender-based
violence, serious crimes against humanity, involving rape and sexual slavery, continue to
occur in some regions of Africa. Brazil strongly condemns these abhorrent violations. We
have long upheld the imperative to pursue accountability for serious crimes and
abuses against women and girls, including but not limited to sexual and gender-
based violence. A milestone in this regard was the recent International Criminal

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Court trial, presided by Brazilian judge Sylvia Steiner, leading to a conviction for war
crimes and crimes against humanity in the Central African Republic. This was the
first ICC case to specifically focus on the use of sexual violence as a weapon of war,
and should serve as a powerful deterrent to would-be perpetrators.

Our South-South cooperation with Africa, a key priority of Brazilian foreign policy, is
closely aligned with the Women and Peace and Security agenda. In Guinea-Bissau,
we helped enable health institutions to assist women and girls victims of gender-based
violence. In the Democratic Republic of the Congo, we have financed projects to assist
victims of sexual and gender-based violence.

Through the Guinea-Bissau Configuration of the Peacebuilding Commission, I have


witnessed firsthand the role played by women as essential stakeholders for building a
sustainable peace.

The Brazilian Peace Operations Joint Training Center in Rio de Janeiro regularly holds
workshops and courses to train peacekeepers on gender issues and the protection of
women. Rigorous standards regarding the conduct and discipline of personnel are upheld.

http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_pazeseg/Mulheres_paz/Discurso-2-junho-2016.pdf

A decisive step towards achieving this goal would be to pursue a gender-sensitive


approach to peacemaking, peacekeeping and peacebuilding, with women fully recognized
as actors - not just victims.

We underline in this respect the adoption of Resolution 2282 (2016), in which the
Security Council encouraged the Secretary-General to promote the gender
dimensions of peacebuilding and called upon the Peacebuilding Commission to
integrate a gender perspective into all of its work - an approach that already guides
the Commission. (…)

Brazil`s commitment to preventing and combating the heinous use of sexual violence as a
weapon of war. We stand ready to cooperate with all UN bodies involved in this campaign,
including the entities whose efforts are coordinated by the UN Action Against Sexual
Violence in Conflict.
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Nota 181 | 19 de maio de 2016 | Dia Internacional contra a Homofobia
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/14045-dia-internacional-contra-a-
homofobia

Celebrou-se no dia 17 de maio o Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia.


diretamente das negociações e copatrocinou, em junho de 2011, durante a 17ª Sessão, a
resolução 17/19, intitulada "Direitos Humanos, Orientação Sexual e Identidade de Gênero",
apresentada pela África do Sul. Desde então, o Brasil tem mantido participação ativa nas
discussões sobre o tema, em seus diferentes aspectos, no âmbito do CDH.

Nota 219 | 16 de junho de 2016 | Criação da Frente de Países da OEA em Prol dos
Direitos das Pessoas LGBTI
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/14224-criacao-da-frente-de-paises-da-
oea-em-prol-dos-direitos-das-pessoas-lgtbi

Foi anunciada, na noite de ontem, 15 de junho, na XLVI Sessão Ordinária da Assembleia


Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), a criação de frente de países em
prol da promoção dos direitos das pessoas LGBTI. Além do Brasil, participam da iniciativa
Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, México e Uruguai.

O Brasil tem participado ativamente, nos diversos fóruns multilaterais, das discussões para
a promoção e proteção dos direitos das pessoas LGBTI, e faz parte da frente de países
sobre esse mesmo tema no âmbito do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, e da
Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

Em relatório de 2015, intitulado "Violência contra Pessoas LGBTI", a Comissão


Interamericana de Direitos Humanos indicou que “as pessoas LGBTI, ou aquelas
percebidas como tal, estão sujeitas a diversas formas de violência e discriminação
baseadas na percepção de sua orientação sexual, sua identidade ou expressão de gênero”
e que “estas situações de violência e discriminação são uma clara violação a seus direitos

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humanos, tal e como o reconhecem os instrumentos interamericanos e internacionais de
direitos humanos”.

O recém-criado grupo de países se compromete a apoiar esforços da OEA destinados a


assegurar que todos os seres humanos possam viver livres da violência e da discriminação
baseadas em orientação sexual, identidade ou expressão de gênero, reconhecendo a
importância de tratar das formas múltiplas e sobrepostas de discriminação. Esperam,
ainda, colaborar com as organizações da sociedade civil e outros atores sociais para
promover e proteger os direitos humanos das pessoas LGBTI.

Na declaração que formalizou o lançamento da frente, o Brasil e os demais países do


grupo instam a que "o trágico atentado em Orlando sublinhe a urgência e o imperativo do
trabalho conjunto pela prevenção da discriminação, da violência e do ódio contra pessoas
LGBTI ou qualquer outro grupo historicamente marginalizado".

Nota 238 | 01 de julho de 2016


Criação do cargo de perito independente da ONU sobre a proteção contra a violência
baseada na orientação sexual
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/14309-criacao-do-cargo-de-perito-
independente-da-onu-sobre-a-protecao-contra-a-violencia-baseada-na-orientacao-sexual

O governo brasileiro acolhe com satisfação a adoção, em 30 de junho, em Genebra, pelo


Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, de resolução que cria o cargo de
perito independente da ONU com vistas à proteção contra a violência e a discriminação
baseadas em orientação sexual e identidade de gênero. O texto, de iniciativa do Brasil,
contou também com o apoio de Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Uruguai.

A resolução representa passo concreto no reconhecimento pelas Nações Unidas da


vulnerabilidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais à violência e à
discriminação, em razão de sua orientação sexual e identidade de gênero.

O futuro perito independente deverá trabalhar juntamente com os governos e agências das
Nações Unidas para promover medidas de proteção, examinar formas de violência e

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discriminação existentes e oferecer aconselhamento, assistência técnica, formação e
cooperação internacional.

Nota 153 | 17 de maio de 2017 | Dia Mundial de Combate à Homofobia e à Transfobia


http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/16296-dia-mundial-de-combate-a-
homofobia-e-a-transfobia

Celebra-se hoje o Dia Mundial de Combate à Homofobia e à Transfobia. Essa data marca
a decisão que a Organização Mundial da Saúde tomou, em 17 de maio de 1990, de retirar
o termo “homossexualidade” da Classificação Internacional de Doenças.

O Ministério das Relações Exteriores junta-se às homenagens a todas as pessoas que


lutam em favor dos direitos humanos de pessoas LGBT. O Brasil tem sido vocal na
promoção e defesa desses direitos em todos os foros internacionais pertinentes, no
entendimento de que reconhecer os direitos humanos de pessoas LGBT não implica a
criação de novos direitos, mas sim a aplicação do princípio da igualdade ao exercício de
direitos humanos consagrados e o combate a toda e qualquer forma de discriminação.

Entre os recentes avanços na matéria, cabe lembrar que, desde 2008, a Assembleia Geral
da Organização dos Estados Americanos tem aprovado, anualmente, resoluções sobre
"Direitos Humanos, Orientação Sexual e Identidade e Expressão de Gênero". Em âmbito
global, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou, em junho de 2016, a
criação do mandato de perito independente para proteção contra a violência e
discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero. Ambas as iniciativas
contam com o apoio do Governo brasileiro.

Tais ações reafirmam o reconhecimento das obrigações dos Estados no que tange à
proteção e promoção dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais, em condições de igualdade.

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Discurso do Secretário Geral das Relações Exteriores, Embaixador Sérgio Danese,
na abertura da I Conferência sobre Questões de Gênero na Imigração Brasileira –
Brasília, 24 de junho de 2015
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/discursos-artigos-e-entrevistas/secretario-geral-das-
relacoes-exteriores-discursos/10302-discurso-do-secretario-geral-das-relacoes-exteriores-
embaixador-sergio-danese-na-abertura-da-i-conferencia-sobre-questoes-de-genero-na-
imigracao-brasileira-brasilia-24-de-junho-de-2015

A demanda pela realização desta Conferência sobre Questões de Gênero (...) partiu da
constatação de que parte importante de nossa diáspora enfrenta questões de gênero que
dificultam sua boa integração social e econômica nos países de acolhimento, impedem que
tenham uma vida familiar bem estruturada e introduzem grande dose de sofrimento e dor
na experiência migratória.

Mulheres e membros do grupo LGBTI são o principal alvo da discriminação e da violência–


nas formas física, psicológica e financeira – que atingem as comunidades brasileiras
emigradas. É importante ressaltar que as mulheres formam expressivas maiorias em
algumas de nossas comunidades no exterior. Na Alemanha, por exemplo, são cerca de
75% em um universo de 95 mil brasileiros; na Noruega, 70% em um universo de 3.700
pessoas. O grupo LGBTI, por sua vez, constitui importante segmento da comunidade
brasileira, especialmente em países como Itália e França, onde se estima chegar a alguns
milhares de indivíduos.

A programação desta Conferência foi montada em estreita sintonia com a realidade


constatada por nossa rede consular, que, em 2014, foi instruída a fazer ampla consulta às
comunidades e às lideranças brasileiras sobre a eventual existência de questões de
gênero que as afetassem de forma sistemática. A partir deste levantamento, foram então
realizadas plenárias públicas, reuniões e consultas virtuais, em cerca de trinta jurisdições
consulares. As lideranças aqui presentes representam essas comunidades.

Na etapa seguinte, criou-se um grupo de trabalho, composto por diplomatas da área


consular do Itamaraty e coordenadores do CRBE, que se reuniu diversas vezes no formato
de videoconferência, para analisar as contribuições recebidas e identificar os temas
comuns (...). A seguir, as contribuições foram compiladas em formato de "diagnósticos"

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e "propostas de linhas de ação" emanadas das próprias lideranças no exterior. Serão
esses os principais insumos a partir dos quais discutiremos os temas nos próximos dias,
avaliando as possíveis medidas concretas a serem adotadas pelos órgãos brasileiros
envolvidos, em estreita parceria com a rede consular e as comunidades brasileiras no
exterior.

(...) Nesse esforço, contaremos com a parceria valiosa de órgãos governamentais como a
Secretaria de Políticas para as Mulheres para ações de enfrentamento à violência de
gênero; a Secretaria de Direitos Humanos, para ações de apoio e mobilização das
comunidades LGBTI e aperfeiçoamento dos protocolos de aplicação da Convenção da
Haia para Subtração de Menores; a Secretaria Nacional de Justiça para ações de
enfrentamento ao tráfico de pessoas; o Ministério do Turismo e Embratur, para políticas de
divulgação no exterior da imagem do país e da sociedade brasileira; bem como outros
órgãos com atribuições transversais.

Nota 265 | 03 de julho de 2015 | Adoção da Resolução sobre Incompatibilidade entre


Democracia e Racismo
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/10417-adocao-da-resolucao-sobre-a-
incompatibilidade-entre-democracia-e-racismo

O Governo brasileiro registra, com satisfação, a adoção em 2 de julho, por consenso, pelo
Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDH), em Genebra, de resolução de
iniciativa do Brasil sobre a "Incompatibilidade entre democracia e racismo". A resolução
reafirma que o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e intolerâncias correlatas
violam os direitos humanos e são incompatíveis com a democracia, o Estado de Direito e
uma governança transparente e confiável. A resolução também determina a realização, em
março de 2016, de painel sobre o tema, visando à identificação dos desafios e das boas
práticas existentes.

A adoção do texto insere-se no contexto da implementação do programa de atividades da


Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024) e dos esforços para conferir
efetividade à Declaração e ao Plano de Ação de Durban, adotados durante a III
Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as
Intolerâncias Correlatas (2001); ao Documento Final da Conferência de Revisão de Durban

Material cortesia do Curso Sapientia aos candidatos que prestarão o


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Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata em 2017. Proibida a venda. Reprodução autorizada, desde que citada a fonte.
(C) THE NEIGHBORHOOD 2016 • THENEIGHBORHOOD.COM
(2009); e à Convenção das Nações Unidas para a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial.

O Brasil, que possui grande diversidade étnica e racial, incluindo a maior população
afrodescendente do mundo, reitera seu compromisso com a promoção da igualdade racial
em todas as esferas da vida pública e privada.

Discurso da Ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, por ocasião do


Segmento de Alto Nível da 34ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Nações
Unidas – Genebra, 1º de março de 2017
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/discursos-artigos-e-entrevistas-categoria/outras-
autoridades-discursos/15816-discurso-da-ministra-dos-direitos-humanos-luislinda-valois-
por-ocasiao-do-seguimento-de-alto-nivel-da-34-sessao-do-conselho-de-direitos-humanos-
da-nacoes-unidas-genebra-1-de-marco-de-2017

Não vislumbramos um futuro para a globalização sem a liberdade de não ser discriminado
por sua origem, raça, sexo, cor, idade, credo religioso, convicção filosófica ou política ou
por preconceito de qualquer outra natureza. Por isso temos defendido que se inicie o
quanto antes, às negociações para a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos
Afrodescendentes, e que se convoque uma IV Conferência Mundial contra o Racismo, a
Discriminação Racial, a Xenofobia e outras Formas de Intolerância, como ações concretas
no contexto da Década Internacional dos Afrodescendentes.

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Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata em 2017. Proibida a venda. Reprodução autorizada, desde que citada a fonte.
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