Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
POLÍTICA
INTERNACIONAL
O edital para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata 2017 surpreendeu com a inclusão
de três novos temas de Política Internacional. Sob o tópico 16, “A agenda internacional e o
Brasil”, foram acrescidos os seguintes subtópicos:
• 16.11 Políticas de identidade: gênero, raça e religião como vetores da política mundial.
Na prática, alguns desses temas já apareceram em provas anteriores, sob ângulos variados.
Veja, por exemplo, as seguintes assertivas:
• TPS 2012: O Conselho Nacional Sírio, principal força da oposição ao regime de Bashar
Al-Assad, tem feito apelos por uma intervenção militar internacional para depor o dirigente sírio e
permitir a tomada do poder pelos rebeldes.
• TPS 2014: A questão síria é mais simples que as questões iranianas e iraquianas, por se
definir em termos geopolíticos clássicos, e requer solução que envolva decisivamente os EUA, a
Rússia e a China, dadas as relativamente superficiais implicações para o Oriente Médio em
termos étnicos, religiosos ou políticos.
• TPS 2015: A Guerra Civil na Síria é particularmente complexa: tanto a Arábia Saudita como
a Turquia e a Irmandade Muçulmana (inclusive o Hamas) opõem-se ao governo de Bashar al-
Assad, mas cada um deles apoia grupos diferentes de rebeldes, enquanto o governo de
Damasco é apoiado pelo Irã, pela Rússia e pelo Hizbollah, que, por sua vez, é um aliado do
Hamas no conflito com Israel.
• TPS 2007: Em consonância com os princípios norteadores de sua política externa e de sua
tradição diplomática, o Brasil privilegia o engajamento em missões que objetivam coibir graves
violações dos direitos humanos, prevenir genocídios e prestar assistência em crises
humanitárias.
A inclusão específica desses temas aponta para novas prioridades na agenda internacional do
Brasil e sugere novas ênfases para as provas de Política Internacional do CACD. Além da
mudança substantiva no edital, chamamos a atenção para o crescente enfoque dado a algumas
das temáticas acima no próprio site do MRE.
Sabemos que os dias entre o edital e a prova são de grande ansiedade, sobretudo quando
surgem mudanças que desafiam um modelo já estruturado de preparação. No caso de Política
Internacional, não há com o que se preocupar. É possível estudar os novos temas a partir de
abordagens já conhecidas: da política externa brasileira para Direitos Humanos às relações do
Brasil com a África.
Estamos aqui para ajudá-los nessa caminhada. Tanto nos Cursos Regulares quanto no Maratona
do Sapientia, adaptamos o cronograma de aulas para abarcar os novos conteúdos. Além disso,
preparamos este material, com referências, links e conteúdos que certamente lhes ajudarão a
familiarizar-se com os novos tópicos do edital.
Bons estudos!
17 de junho de 2017
Textos recomendados:
José Augusto Lindgen Alves, Os Novos Bálcãs. Brasília: FUNAG, 2013.
http://funag.gov.br/loja/download/1083-novos_balcas.pdf
_______________, “Nacionalismo e etnias em conflito nos Bálcãs”. Lua Nova, no. 63,
2004.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452004000300002
Joseph Bahout, “Sectarianism in Lebanon and Syria: the dynamics of mutual spill-over”,
USIP, 2013.
https://www.usip.org/sites/default/files/PB159.pdf
NOTAS E DISCURSOS:
Brasil assumiu ontem, dia 15, o comando da Força-Tarefa Marítima (MTF) da Força
Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL). A MTF é composta de 800 militares de 33
nacionalidades e 8 embarcações e, a partir de agora, será comandada pelo Contra-
Almirante Luiz Henrique Caroli. É a primeira vez que o Comando da MTF está a cargo de
país não-membro da OTAN. A participação brasileira na UNIFIL atende a convite das
Nações Unidas.
A UNIFIL foi criada em 1978, por decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas,
e conta hoje com 11.961 militares, 330 funcionários civis internacionais e 657 nacionais.
A medida aprovada pelo Congresso Nacional atende mensagem enviada pela Presidenta
Dilma Rousseff, acompanhada de Exposição de Motivos assinada pelos ministros da
Defesa, Celso Amorim, e das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota. No
documento, os Ministros ressaltam que a iniciativa demonstra o compromisso do Brasil
com a promoção da paz no Oriente Médio.
A UNIFIL foi criada pela Resolução 425 (1978) do Conselho de Segurança das Nações
Unidas com o mandato original de supervisionar a retirada das tropas israelenses do
território do Líbano. Após a crise de 2006, por meio da Resolução 1701 (2006), o Conselho
de Segurança reforçou a missão e adicionou ao seu mandato as funções de monitorar a
cessação de hostilidades e de contribuir para a garantia do acesso da ajuda humanitária às
populações civis e do retorno seguro e voluntário dos deslocados. Pela mesma resolução,
foi criada a Força-Tarefa Marítima (MTF), como parte da UNIFIL, para monitorar o tráfego
ao largo da costa libanesa, com vistas a evitar violações ao embargo de armas aplicado ao
Líbano, e para treinar os quadros da Marinha de Guerra libanesa.
A missão conta atualmente com 11.746 militares, 351 funcionários civis internacionais e
656 nacionais. O Brasil iniciou sua participação na UNIFIL em fevereiro deste ano, com um
destacamento de oito militares – quatro oficiais e quatro praças. Na ocasião, um oficial
brasileiro, o contra-almirante Luiz Henrique Caroli, assumiu o comando da Força-Tarefa
Marítima, unidade da UNIFIL composta de 800 militares.
O navio brasileiro deverá seguir para o Líbano no dia 4 de outubro e servirá como capitânia
da frota, composta por três navios da Alemanha, dois de Bangladesh, um da Grécia, um da
Indonésia e um da Turquia. Trata-se da primeira esquadra utilizada pela ONU em missões
Até o momento, cerca de 7.700 indivíduos afetados pela crise síria foram beneficiados com
vistos brasileiros concedidos em bases humanitárias. Destes, mais de 2.000 já foram
formalmente reconhecidos como refugiados no Brasil. Louvamos todos os países que não
têm medido esforços para abrigar os que buscam escapar da penúria, da violência e dos
conflitos armados.
Durante o percurso da Corveta Barroso para juntar-se à Força Interina das Nações Unidas
no Líbano, nossa Marinha soube, ao deparar-se com situação de emergência, traduzir num
ato de salvamento e solidariedade o inequívoco compromisso do nosso País com a
promoção e a proteção dos direitos humanos e do direito humanitário.
Nota 110 | 04 de abril de 2017 | Uso de armas químicas na província síria de Idlib
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/16040-uso-de-armas-quimicas-na-
provincia-siria-de-idlib
Textos recomendados:
John Baylis, Steve Smith e Patricia Owens, The Globalization of World Politics. 5th ed.
Oxford: Oxford UP, 2011. Capítulo 31: “Humanitarian Intervention in World Politics”
O Brasil apoiou a criação do Tribunal Penal Internacional por entender que uma corte
penal eficiente, imparcial e independente representaria um grande avanço na luta contra a
impunidade pelos mais graves crimes internacionais. O Governo brasileiro participou
ativamente dos trabalhos preparatórios e da Conferência de Roma de 1998, na qual foi
adotado o Estatuto do TPI.
Atualmente, o Estatuto de Roma conta com 122 Estados-Partes – dos quais 34 são
africanos; 27 latino-americanos e caribenhos; 25 do Grupo de Países Ocidentais e Outros;
18 da Europa do Leste e 18 da Ásia e Pacífico. Todos os países da América do Sul são
partes do Estatuto.
Notas e discursos
Ao transmitir suas condolências à família de Elie Wiesel, o Brasil reitera seu compromisso
de honrar as vítimas do Holocausto e de trabalhar sempre para a promoção dos Direitos
Humanos, da diversidade, da dignidade humana e da paz.
Mais tarde, eu soube que o Brasil foi o primeiro país a subscrever aquela petição. Soube
também que ela serviu de base para consagrar 27 de janeiro como o Dia Internacional em
Memória das Vítimas do Holocausto. Hoje, como em todos os dias, devemos nos
empenhar na luta da memória contra o esquecimento. É preciso manter viva a lembrança,
para que nunca mais se repita o assassinato em massa, o genocídio como ideologia e a
limpeza étnica como razão de Estado.
E de logo, me pareceu que este era um ato religioso. Religioso no seu sentido vocabular. O
religião que vem do latim, religo, religare, exatamente o que acontece aqui. Nós estamos
fazendo uma religação entre pessoas e entre o passado e o futuro. Porque recordar o
Holocausto, relembrá-lo na sua dor, em toda angústia, é preparar o futuro. Em outras
palavras, é o que foi dito aqui. É importantíssimo que nós tenhamos sempre essa ideia.
Textos recomendados:
João Pontes Nogueira e Nizar Messari, Teoria das Relações Internacionais. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2005 Capítulo 8: “Perspectivas Alternativas: Feminismo e Pós-
Colonialismo”
John Baylis, Steve Smith e Patricia Owens, The Globalization of World Politics. 5th ed.
Oxford: Oxford UP, 2011. Capítulo 11: “Post-colonialism” e 16: “Gender in world politics”
Renata Giannni, Mariana Lima e Pérola Pereira, “Implementing UNSC Resolution 1325 in
Brazil”, Strategic Note 18, 2015.
http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_pazeseg/Mulheres_paz/NE-18_Implementing-
UNSC-Resolution-promoting-gender-equality-15-10-b.pdf
Grupos vulneráveis
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/direitos-humanos-e-temas-sociais/3666-
grupos-vulneraveis
Assuntos de gênero
A política externa para assuntos de gênero promove uma agenda orientada por valores
como igualdade de gênero, empoderamento das mulheres, inclusão econômica,
reconhecimento de direitos sexuais e reprodutivos e enfrentamento da violência contra a
mulher.
Junho de 2011, Genebra – O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou,
durante a 17ª Sessão, a resolução 17/19, intitulada "Direitos Humanos, Orientação Sexual
e Identidade de Gênero". O Brasil integrou o "core group" (grupo de países que elabora e
propõe a resolução) da resolução, que foi aprovada por 23 votos a favor, 19 votos
contrários e 3 abstenções. O documento é a primeira referência formal de um órgão
multilateral das Nações Unidas sobre o tema.
Setembro de 2013, Nova York – O Brasil participou da Reunião Ministerial "Core Group"
Sobre Direitos de Pessoas LGBT. O evento ocorreu à margem da Abertura da 68ª Sessão
da Assembleia Geral das Nações Unidas e foi copatrocinado por Argentina, Estados
Unidos, França, Países Baixos.
Setembro de 2014, Genebra – O Conselho Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou,
durante a 27ª Sessão, a resolução 27/32, intitulada "Direitos Humanos, Orientação Sexual
e Identidade de Gênero". O Brasil integrou o "core group", juntamente com Chile, Uruguai e
Material cortesia do Curso Sapientia aos candidatos que prestarão o
17
Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata em 2017. Proibida a venda. Reprodução autorizada, desde que citada a fonte.
Colômbia. A resolução foi aprovada com 25 votos a favor, 14 votos contrários e 7
abstenções.
Setembro de 2014, Nova York – O Brasil participou, na sede das Nações Unidas, da
Reunião Ministerial "Ending Human Rights Violations Against LGBT People". O evento
ocorreu à margem da Abertura da 69ª Sessão da Assembleia Geral e foi copatrocinado por
Argentina, União Europeia e Países Baixos. Na ocasião, o Brasil expressou apoio ao
lançamento da Campanha Global contra a Homofobia "Free and Equal".
Julho de 2015, Brasília – Por ocasião da XXVI RAADH, foi acordada a elevação do Grupo
de Trabalho LGBT à condição de Comissão Permanente, conferindo-lhe perfil mais
elevado e aprovando plano de trabalho com objetivos e metas específicos.
Setembro de 2015, Nova York – O Brasil participou do Evento de Alto Nível "Leaving no
One Behind: Equality and Inclusion in the Post-2015 Development Agenda", ocorrido na
Sede das Nações Unidas, à margem da Abertura da 70ª Sessão da Assembleia Geral. Foi
copatrocinado por Brasil, Argentina, Austrália, Chile, Colômbia, Croácia, El Salvador,
Estados Unidos, França, Israel, União Europeia, Reino Unido, Países Baixos, Nova
Zelândia, Noruega, Montenegro e Japão. Também contou com o apoio do Assistente do
Secretário Geral para Direitos Humanos, Ivan Sinonovic. O evento reafirmou, no mais alto
nível, o compromisso com o avanço da agenda LGBT no marco das discussões sobre a
Agenda Pós-2015.
O breve otimismo inicial após o fim da Guerra Fria foi seguido pela eclosão de diversos
conflitos anteriormente contidos pela lógica Leste-Oeste. Tais conflitos, a maioria internos
e associados a questões étnicas, foram marcados por graves violações do direito
internacional humanitário e do direito internacional dos direitos humanos. Evidenciaram de
maneira inquestionável seu impacto desproporcional sobre a população civil. A título de
exemplo, segundo dados da ONU, cerca de 60 mil mulheres foram vítimas de estupro na
Guerra da Bósnia (1992-1995) e entre 100 e 250 mil no contexto do genocídio em Ruanda
(1994). As mulheres, por outro lado, permaneciam largamente afastadas dos processos de
prevenção e resolução desses conflitos, manutenção e consolidação da paz e
reconstrução pós-conflito.
Em paralelo, o sistema das Nações Unidas fortalecia sua atuação na promoção e proteção
dos direitos das mulheres, em processo iniciado desde o reconhecimento da "igualdade de
direito dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas" no
Preâmbulo da Carta, passando pela criação da Comissão da Situação da Mulher (CSW,
1946) e pela adoção da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Material cortesia do Curso Sapientia aos candidatos que prestarão o
19
Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata em 2017. Proibida a venda. Reprodução autorizada, desde que citada a fonte.
(C) THE NEIGHBORHOOD 2016 • THENEIGHBORHOOD.COM
Discriminação contra as Mulheres (CEDAW, 1978). A IV Conferência Mundial sobre a
Mulher, realizada em 1995 em Pequim, constituiu um marco ao reconhecer que a paz está
"indissoluvelmente ligada ao avanço das mulheres, que representam uma força essencial
para liderança, solução de conflitos e promoção de uma paz duradoura em todos os
níveis". A Plataforma de Ação de Pequim incluiu o tema mulheres e conflitos armados
como uma das 12 áreas críticas de preocupação. A sociedade civil, especialmente os
movimentos de mulheres e organizações de direitos humanos, que desempenharam papel
fundamental nesses avanços, passou a igualmente solicitar maior atenção ao tema por
parte do Conselho de Segurança.
Ao longo dos passados 16 anos, outras sete resoluções foram adotadas com o objetivo de
fortalecer a ação da ONU para promover a paz sustentável por intermédio de estratégias
que incluam a perspectiva de gênero. O CSNU recomendou que os Estados Membros
elaborassem Planos Nacionais de Ação (PNAs), ou outras medidas no âmbito doméstico,
com vistas a promover a implementação da Resolução 1325 (2000). Os PNAs têm
demonstrado constituir importante ferramenta para que governos definam prioridades e
coordenem a implementação dessa agenda em âmbito nacional, com o apoio da
sociedade civil. Até junho de 2016, mais de 60 já haviam aprovado seus planos.
http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_pazeseg/Mulheres_paz/Discurso-13-outubro-
2015.pdf
At the domestic level, governments should be ready to redesign and improve their gender-
sensitive policies. Brazil has made some considerable advancement in the past
decade. We enacted the Maria da Penha Law, which recognized domestic violence as
violation of human rights, and more recently created the "House of Brazilian
Women", a multidisciplinary space aimed at facilitating the access of women to
specialized services and at protecting, empowering and ensuring their economic
autonomy. Those initiatives have been recently crowned with the establishment of the
Ministry for Women, Racial Equality and Human Rights. We are confident that our national
efforts will positively influence all our activities in the international arena.
http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_pazeseg/Mulheres_paz/Discurso-28-marco-
2016.pdf
(…) women constitute merely 4% of the 88 thousand troops and police personnel currently
deployed in UN peacekeeping operations in Africa. In this regard, we recall Security
Council Resolution 2242 (2015), which calls upon the Secretary General and Member
States to double the number of women in military and police contingents of UN
peacekeeping operations over the next five years.
Our South-South cooperation with Africa, a key priority of Brazilian foreign policy, is
closely aligned with the Women and Peace and Security agenda. In Guinea-Bissau,
we helped enable health institutions to assist women and girls victims of gender-based
violence. In the Democratic Republic of the Congo, we have financed projects to assist
victims of sexual and gender-based violence.
The Brazilian Peace Operations Joint Training Center in Rio de Janeiro regularly holds
workshops and courses to train peacekeepers on gender issues and the protection of
women. Rigorous standards regarding the conduct and discipline of personnel are upheld.
http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_pazeseg/Mulheres_paz/Discurso-2-junho-2016.pdf
We underline in this respect the adoption of Resolution 2282 (2016), in which the
Security Council encouraged the Secretary-General to promote the gender
dimensions of peacebuilding and called upon the Peacebuilding Commission to
integrate a gender perspective into all of its work - an approach that already guides
the Commission. (…)
Brazil`s commitment to preventing and combating the heinous use of sexual violence as a
weapon of war. We stand ready to cooperate with all UN bodies involved in this campaign,
including the entities whose efforts are coordinated by the UN Action Against Sexual
Violence in Conflict.
Material cortesia do Curso Sapientia aos candidatos que prestarão o
24
Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata em 2017. Proibida a venda. Reprodução autorizada, desde que citada a fonte.
(C) THE NEIGHBORHOOD 2016 • THENEIGHBORHOOD.COM
Nota 181 | 19 de maio de 2016 | Dia Internacional contra a Homofobia
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/14045-dia-internacional-contra-a-
homofobia
Nota 219 | 16 de junho de 2016 | Criação da Frente de Países da OEA em Prol dos
Direitos das Pessoas LGBTI
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/14224-criacao-da-frente-de-paises-da-
oea-em-prol-dos-direitos-das-pessoas-lgtbi
O Brasil tem participado ativamente, nos diversos fóruns multilaterais, das discussões para
a promoção e proteção dos direitos das pessoas LGBTI, e faz parte da frente de países
sobre esse mesmo tema no âmbito do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, e da
Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
O futuro perito independente deverá trabalhar juntamente com os governos e agências das
Nações Unidas para promover medidas de proteção, examinar formas de violência e
Celebra-se hoje o Dia Mundial de Combate à Homofobia e à Transfobia. Essa data marca
a decisão que a Organização Mundial da Saúde tomou, em 17 de maio de 1990, de retirar
o termo “homossexualidade” da Classificação Internacional de Doenças.
Entre os recentes avanços na matéria, cabe lembrar que, desde 2008, a Assembleia Geral
da Organização dos Estados Americanos tem aprovado, anualmente, resoluções sobre
"Direitos Humanos, Orientação Sexual e Identidade e Expressão de Gênero". Em âmbito
global, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou, em junho de 2016, a
criação do mandato de perito independente para proteção contra a violência e
discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero. Ambas as iniciativas
contam com o apoio do Governo brasileiro.
Tais ações reafirmam o reconhecimento das obrigações dos Estados no que tange à
proteção e promoção dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais, em condições de igualdade.
A demanda pela realização desta Conferência sobre Questões de Gênero (...) partiu da
constatação de que parte importante de nossa diáspora enfrenta questões de gênero que
dificultam sua boa integração social e econômica nos países de acolhimento, impedem que
tenham uma vida familiar bem estruturada e introduzem grande dose de sofrimento e dor
na experiência migratória.
(...) Nesse esforço, contaremos com a parceria valiosa de órgãos governamentais como a
Secretaria de Políticas para as Mulheres para ações de enfrentamento à violência de
gênero; a Secretaria de Direitos Humanos, para ações de apoio e mobilização das
comunidades LGBTI e aperfeiçoamento dos protocolos de aplicação da Convenção da
Haia para Subtração de Menores; a Secretaria Nacional de Justiça para ações de
enfrentamento ao tráfico de pessoas; o Ministério do Turismo e Embratur, para políticas de
divulgação no exterior da imagem do país e da sociedade brasileira; bem como outros
órgãos com atribuições transversais.
O Governo brasileiro registra, com satisfação, a adoção em 2 de julho, por consenso, pelo
Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDH), em Genebra, de resolução de
iniciativa do Brasil sobre a "Incompatibilidade entre democracia e racismo". A resolução
reafirma que o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e intolerâncias correlatas
violam os direitos humanos e são incompatíveis com a democracia, o Estado de Direito e
uma governança transparente e confiável. A resolução também determina a realização, em
março de 2016, de painel sobre o tema, visando à identificação dos desafios e das boas
práticas existentes.
O Brasil, que possui grande diversidade étnica e racial, incluindo a maior população
afrodescendente do mundo, reitera seu compromisso com a promoção da igualdade racial
em todas as esferas da vida pública e privada.
Não vislumbramos um futuro para a globalização sem a liberdade de não ser discriminado
por sua origem, raça, sexo, cor, idade, credo religioso, convicção filosófica ou política ou
por preconceito de qualquer outra natureza. Por isso temos defendido que se inicie o
quanto antes, às negociações para a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos
Afrodescendentes, e que se convoque uma IV Conferência Mundial contra o Racismo, a
Discriminação Racial, a Xenofobia e outras Formas de Intolerância, como ações concretas
no contexto da Década Internacional dos Afrodescendentes.