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Introdução
Comunicação celular
Cláudia Barrias(cfa@ess.ipp.pt)
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INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA
FISIOLOGIA: ciência que estuda o funcionamento do corpo, desde as células até aos
sistemas, e de que forma o organismo como um todo desempenha funções
específicas essenciais à vida
INTERDISCIPLINARIDADE
FISIOLOGIA FISIOPATOLOGIA
MEDICINA
(Ex: Nobel em Medicina e Fisiologia )
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SISTEMAS DE CONTROLO
.Claude Bernard (1813-1878): - propôs que o ambiente interno (millieu interieur) do organismo é constante,
independentemente da alteração de condições externas
.Walter Cannon (1871-1945): - no livro “The Wisdom of the Body” (1932) usou o termo homeostasia
.Walter Cannon (1871-1945): - sugere que muitos dos mecanismos de regulação têm “apenas” uma função,
a manutenção da homeostasia
CONCEITO DE HOMEOSTASIA
Componentes
1. RECETOR: confere alterações da condição controlada informa o centro de controlo;
2. CENTRO DE CONTROLO: regula os valores dentro dos quais a condição controlada deve ser
mantida, avalia os sinais enviados pelos recetores e, sempre que necessário, envia informa-
ção aos efetores [ENCÉFALO / MEDULA];
Tremores Tremores
RETROAÇÃO POSITIVA
A atividade dos efetores/processos amplifica o desvio da condição controlada
(ex: parto; coagulação sanguínea; influxo de Na+)
ANTECIPAÇÃO (feedforward)
Alterações da condição controlada são antecipadas; podendo ser o resultado de um processo
de aprendizagem que permite controlar possíveis alterações profundas da mesma
(ex: controlo temperatura corporal - termorrecetores periféricos; > frequência cardíaca pré-exercício) 5
REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
Estímulo desregula
homeostasia através
da diminuição da
Pressão Sanguínea
RECETORES
Barorrecetores em vasos
sanguíneos
Via Aferente impulsos nervosos
Retorno à homeostasia quando
CENTRO DE CONTROLO
a resposta dada pelo efetor
Localizado no bolbo aumenta a pressão arterial de
regresso ao valor normal
Via Eferente impulsos nervosos
EFETOR
Frequência cardíaca
Pressão sanguínea
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REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
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REGULAÇÃO DO PARTO
Contrações uterinas
promovem a
RECETORES
Barorrecetores localizados
no colo do útero
Via Aferente impulsos nervosos
CENTRO DE CONTROLO
Localizado no hipotálamo
dilatação do colo do útero
oxitocina
secreção de oxitocina…
EFETOR
Contrações mais intensas e
frequentes do miométrio
INIBIÇÃO POR RETROAÇÃO NEGATIVA
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MEMBRANA PLASMÁTICA E TRANSPORTE DE MEMBRANA
A - Canais (seletivos)
B - Transportadores
B E
C - Recetores
D - Enzimas
E - Identificação celular
F - Proteínas de adesão
C F
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Permeabilidade seletiva
.Permeável: moléculas apolares e neutras (O2, CO2, esteroides) e água
.Impermeável: moléculas polares e/ou com carga elétrica (ex: glucose, Na+)
Gradiente eletroquímico
.Gradiente químico: [Na+]o = 145 mM [Na+]i = 12 mM [12x]
LEC (>[Na+], >[O2]) / citosol (>[K+], >[CO2])
[K+]o = 3,5 mM [K+]i = 160 mM [45x]
.Gradiente elétrico:
[Ca2+]o = 2,5-5 mM [Ca2+]i = 0,1 M [>103x]
superfície externa da membrana mais
[Cl-]o = 115 mM [Cl-]i = 3,6 mM [30x]
positiva (+) que a superfície interna (-)
[Prot-]o = 0,2 mM [Prot-]i = 4 mM [20x]
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TRANSPORTE DE MEMBRANA
DIFUSÃO SIMPLES
Difusão: mistura aleatória das partículas dissolvidas em resultado da sua energia cinética
Soluto mais Soluto menos
concentrado concentrado
O2
B) DIFUSÃO POR CANAIS: -Iões (ex: Na+; K+; Cl-, H+, Ca2+) / H2O
Seletividade depende:
-diâmetro do canal (tamanho do ião)
-superfícies polares e com carga das
subunidades proteicas que formam o canal
PRESSÃO OSMÓTICA: força que teria de ser exercida para evitar que o solvente (água) se mova para
a área com maior concentração de soluto(s)
Osmolalidade: concentração de todas as partículas osmoticamente ativas / kg H2O (osmoles/kg H2O ou Osm)
Ex1: Osmolalidade solução c/ 1,0 m glucose (180 g/L) + 1,0 m frutose (180 g/L) = 2,0 Osm
0.9% NaCl
Ex2: Osmolalidade solução c/ 1,0 m NaCl (58,5 g/L) = 1,0 m Na+ + 1,0 m Cl- = 2,0 Osm
QUANTIFICAÇÃO DA OSMOLALIDADE
-1,0 m de glucose congela a -1,86 ºC, enquanto uma solução 1,0 m de NaCl congela a 2 x -1,86 ºC = -3,72 ºC
-Plasma congela a -0,56 ºC - osmolalidade do plasma = 0,56/1,86 = 0,3 Osm = 300 mOsm
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TONICIDADE: pressão osmótica de uma solução relativamente ao plasma
Osm solução 0,3 m glucose = Osm solução 0,15 m NaCl = Osm plasma = 300 mOsm
REGULAÇÃO DA OSMOLALIDADE
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DIFUSÃO FACILITADA
Características do transporte:
.Especificidade
.Competição (ex: aminoácidos)
.Transporte máximo Saturação
TRANSPORTE ATIVO
-Solutos polares ou c/ carga, transportados normal/ contra o gradiente de concentração gasto de energia
A) PRIMÁRIO
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+ +
BOMBA Na /K
1-Gradiente de Na+ é usado no transporte ativo secundário
B) SECUNDÁRIO
-Fonte de energia:
energia potencial
do gradiente de
concentração de Na+
Contratransporte Cotransporte
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TRANSPORTE DE SOLUTOS DEPENDENTE DE PROTEÍNAS PLASMÁTICAS (RESUMO)
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ENDOCITOSE / EXOCITOSE
1) Endocitose [A) + B) + C)]: transporte de substâncias p/ o interior da célula numa vesícula formada a partir da MP
2) Exocitose: transporte de substâncias para o exterior da célula através da fusão de uma vesícula com a MP
-Fonte de energia: ATP
B) PINOCITOSE
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C) FAGOCITOSE
D) EXOCITOSE
-Secreções digestivas
-Produção muco
-Secreção de leite
ENDOCITOSE / EXOCITOSE
Reciclagem da membrana
(Ex: macrófagos reciclam MP
em cada ½ hora)
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TRANSPORTE EPITELIAL
Membrana apical: voltada para o lúmen da estrutura
Membrana basolateral: oposta à apical (geral/ adjacente a uma rede capilar)
Potencial de membrana (Vm): diferença de potencial entre as superfícies externa e interna da MP (<0,1V)
Potencial de equilíbrio (Ex) de um ião X é o potencial de membrana com uma magnitude que estabelece
um fluxo, por gradiente elétrico, da mesma intensidade, mas em sentido inverso, ao fluxo criado pelo
gradiente químico (de concentração), anulando o fluxo líquido desse ião
z - valência do ião;
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POTENCIAL DE REPOUSO
Potencial de repouso (Em) das células encontra-se entre o potencial de equilíbrio do K+ (-100 mV) e o
potencial de equilíbrio do Na+ (+65 mV) [normalmente: -65 a -85 mV; neurónios: -70 mV]
Efluxo relativamente
elevado de K+ estabelece
um EK+ de -100 mV
Não difusão de A-
através da membrana
Influxo relativamente
baixo de Na+
neutraliza parte do
potencial criado pelo K+
CANAIS IÓNICOS
Alteração do Em
Estímulo químico
(hormona; neurotransmissor)
PL: alteração graduada do Em gerada quando abrem ou fecham canais com portão de ligante ou mecânicos
PA: inversão Em gerada quando abrem canais, normalmente de Na+, com portão de voltagem
Inversão da
polarização
Limiar
(~15 mV)
Potencial
de repouso
Período refratário:
-ABSOLUTO: não pode ser gerado um novo PA, porque os CNa+PV estão abertos ou inativos
-RELATIVO: pode ser gerado um novo PA, mas apenas com um estímulo mais intenso que o limiar
-De acordo c/ do axónio, PA tem duração de 0,4 a 4 mseg neurónios podem gerar PA entre 1000 a 250 Hz
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ALTERAÇÕES DE PERMEBILIDADE E FLUXO DE IÕES DURANTE O POTENCIAL DE AÇÃO
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COMUNICAÇÃO CELULAR
NOTA: Existem outras formas de comunicação intercelular que não envolvem a secreção de agentes químicos,
por exemplo a comunicação por junções de hiato ou através de moléculas da membrana plasmática
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RECETORES
Recetores reconhecem um sinal específico (químico, elétrico, mecânico) e descodificam-no numa série de
instruções bioquímicas que resultam numa resposta ao sinal detetado
ESPECIFICIDADE DOS RECETORES
RECETOR DA ADRENALINA
Local de
fosforilação
Mensageiros secundários:
-AMPc / DAG Cinases
-IP3 [Ca2+]i
MENSAGEIROS HIDRÓFOBOS
-Hormonas esteroides (ex: E2, T, …)
-Hormonas da tiroide (T3 e T4)
-Calcitriol (1,25-dihidroxivitamina D3)
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