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Secretaria da Educação do Estado da Bahia

SEE-BA
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa
Edital de Abertura de Inscrições – SAEB/02/2017, de 09 de Novembro de 2017

NB030-2017
DADOS DA OBRA

Título da obra: Secretaria da Educação do Estado da Bahia - SEE-BA

Cargo: Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

(Baseado no Edital de Abertura de Inscrições – SAEB/02/2017, de 09 de Novembro de 2017)

• Conhecimentos Específicos

Professora
Zenaide Pachegas

Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Suelen Domenica Pereira

Capa
Joel Ferreira dos Santos

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno

Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos
I. LITERATURA BRASILEIRA E BAIANA. A linguagem literária. O Barroco no Brasil. O Arcadismo no Brasil. O Romantismo
– a poesia e a prosa no Brasil. O Realismo-Naturalismo no Brasil. O Parnasianismo no Brasil. O Simbolismo no Brasil. A
revolução artística do inicio do século XX. O Pré-Modernismo no Brasil. Modernismo no Brasil – poesia e prosa. O Pós-
Modernismo. Autores Baianos: Gregório de Matos, Frei Francisco Xavier, Luís Gama, Castro Alves, Xavier Marques, Jorge
Amado, Camilo de Jesus Lima, Adonias Filho, Deoscóredes Maximiliano (Mestre Didi), Herberto Sales, Dias Gomes,
Ildásio Tavares, João Ubaldo, Antonio Torres, Aleiton Fonseca. ............................................................................................................ 01
II. LINGUAGEM E INTERAÇÃO: comunicação e mensagem; código, língua e linguagem; a intencionalidade do discurso;
funções da linguagem; figuras de linguagem. ............................................................................................................................................. 10
III. LEITURA: Compreensão literal – relações de coerência: idéia de coerência; idéia principal; detalhes de apoio, relações de
causa e efeito, sequência temporal, sequência espacial, relações de comparação e contraste. O processo de letramento.
Relações coesivas: referência, substituição, elipse, repetição. Indícios contextuais: definição, exemplo modificadores,
recolocação, estruturas paralelas, conectivos, repetição de palavras chave. Relações de sentido entre palavras: sinonímia/
antonímia/hiperonímia/hiponímia/campo semântico. Compreensão interpretativa: propósito do autor, informações
implícitas, distinção entre fato e opinião. Organização retórica: generalização, exemplificação, descrição, definição,
exemplificação/especificação, explanação, classificação, elaboração. Seleção de inferência: compreensão crítica. ....... 18
IV. PRODUÇÃO DE TEXTOS: Gêneros textuais; tipologia textual; novo acordo ortográfico; recursos estilísticos e estruturais
(aspectos textuais, gramaticais e convenções da escrita). Fatores constitutivos de relevância – coerência e coesão. ... 37
V. ANÁLISE LINGUÍSTICA: norma culta e variedades linguísticas; a relação entre a oralidade e a escrita; a linguagem da
Internet. Aspectos gramaticais: Estrutura da frase: modos de construção de orações segundo diferentes perspectivas de
ordenação. Estrutura do vocábulo: flexão dos vocábulos, seu valor e significação dentro de frases. Aspectos normativos:
regras padrão de concordância, regência e colocação. Emprego de certas formas e palavras: modos verbais, aspectos
verbais, pronome relativo, conjunção, pronome de tratamento, pontuação, ortografia. Descrição linguística: unidades
linguísticas: orações, sintagmas, palavras, morfemas. Categorias semânticas: gênero, número, tempo, modo aspectos,
classificação dos vocábulos, processos de coordenação e subordinação, funções sintáticas e papéis semânticos......... 41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

I. LITERATURA BRASILEIRA E BAIANA. A linguagem literária. O Barroco no Brasil. O Arcadismo no Brasil. O Romantismo
– a poesia e a prosa no Brasil. O Realismo-Naturalismo no Brasil. O Parnasianismo no Brasil. O Simbolismo no Brasil. A
revolução artística do inicio do século XX. O Pré-Modernismo no Brasil. Modernismo no Brasil – poesia e prosa. O Pós-
Modernismo. Autores Baianos: Gregório de Matos, Frei Francisco Xavier, Luís Gama, Castro Alves, Xavier Marques, Jorge
Amado, Camilo de Jesus Lima, Adonias Filho, Deoscóredes Maximiliano (Mestre Didi), Herberto Sales, Dias Gomes,
Ildásio Tavares, João Ubaldo, Antonio Torres, Aleiton Fonseca. ............................................................................................................ 01
II. LINGUAGEM E INTERAÇÃO: comunicação e mensagem; código, língua e linguagem; a intencionalidade do discurso;
funções da linguagem; figuras de linguagem. ............................................................................................................................................. 10
III. LEITURA: Compreensão literal – relações de coerência: idéia de coerência; idéia principal; detalhes de apoio, relações de
causa e efeito, sequência temporal, sequência espacial, relações de comparação e contraste. O processo de letramento.
Relações coesivas: referência, substituição, elipse, repetição. Indícios contextuais: definição, exemplo modificadores,
recolocação, estruturas paralelas, conectivos, repetição de palavras chave. Relações de sentido entre palavras: sinonímia/
antonímia/hiperonímia/hiponímia/campo semântico. Compreensão interpretativa: propósito do autor, informações
implícitas, distinção entre fato e opinião. Organização retórica: generalização, exemplificação, descrição, definição,
exemplificação/especificação, explanação, classificação, elaboração. Seleção de inferência: compreensão crítica. ....... 18
IV. PRODUÇÃO DE TEXTOS: Gêneros textuais; tipologia textual; novo acordo ortográfico; recursos estilísticos e estruturais
(aspectos textuais, gramaticais e convenções da escrita). Fatores constitutivos de relevância – coerência e coesão. ... 37
V. ANÁLISE LINGUÍSTICA: norma culta e variedades linguísticas; a relação entre a oralidade e a escrita; a linguagem da
Internet. Aspectos gramaticais: Estrutura da frase: modos de construção de orações segundo diferentes perspectivas de
ordenação. Estrutura do vocábulo: flexão dos vocábulos, seu valor e significação dentro de frases. Aspectos normativos:
regras padrão de concordância, regência e colocação. Emprego de certas formas e palavras: modos verbais, aspectos
verbais, pronome relativo, conjunção, pronome de tratamento, pontuação, ortografia. Descrição linguística: unidades
linguísticas: orações, sintagmas, palavras, morfemas. Categorias semânticas: gênero, número, tempo, modo aspectos,
classificação dos vocábulos, processos de coordenação e subordinação, funções sintáticas e papéis semânticos......... 41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

PROFª ESPECIALISTA ZENAIDE AUXILIADORA Linguagem literária:


PACHEGAS BRANCO - A mão da noite embrulha os horizontes. (Alvarenga
Graduada pela Faculdade de Filosofia, Peixoto)
Ciências e Letras de Adamantina - Os clarins de ouro dos teus cabelos cantam na luz!
Especialista pela Universidade Estadual Paulista – Unesp (Mário Quintana)
- Um sujo de nuvem emporcalhou o luar em sua nascen-
ça. (José Cândido de Carvalho)

I. LITERATURA BRASILEIRA E BAIANA. A Como distinguir, na prática, a linguagem literária da


linguagem literária. O Barroco no Brasil. O não literária?
Arcadismo no Brasil. O Romantismo – a poesia - A linguagem literária é conotativa, utiliza figuras (pa-
e a prosa no Brasil. O Realismo-Naturalismo no lavras de sentido figurado) em que as palavras adquirem
sentidos mais amplos do que geralmente possuem.
Brasil. O Parnasianismo no Brasil. O Simbolismo
- Na linguagem literária há uma preocupação com a
no Brasil. A revolução artística do inicio do escolha e a disposição das palavras, que acabam dando
século XX. O Pré-Modernismo no Brasil. vida e beleza a um texto.
Modernismo no Brasil – poesia e prosa. O Pós- - Na linguagem literária é muito importante a maneira
Modernismo. Autores Baianos: Gregório de original de apresentar o tema escolhido.
Matos, Frei Francisco Xavier, Luís Gama, Castro - A linguagem não literária é objetiva, denotativa, preo-
Alves, Xavier Marques, Jorge Amado, Camilo cupa-se em transmitir o conteúdo, utiliza a palavra em seu
de Jesus Lima, Adonias Filho, Deoscóredes sentido próprio, utilitário, sem preocupação artística. Ge-
Maximiliano (Mestre Didi), Herberto Sales, Dias ralmente, recorre à ordem direta (sujeito, verbo, comple-
Gomes, Ildásio Tavares, João Ubaldo, Antonio mentos).
Torres, Aleiton Fonseca.
Leia com atenção os textos a seguir e compare as lin-
guagens utilizadas neles.
Texto A
Amor (ô). [Do lat. amore.] S. m. 1. Sentimento que pre-
Sabemos que a “matéria-prima” da literatura são as pa- dispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma
lavras. No entanto, é necessário fazer uma distinção entre a coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua
linguagem literária e a linguagem não literária, isto é, terra. 2. Sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro
aquela que não caracteriza a literatura. ser ou a uma coisa; devoção, culto; adoração: amor à Pátria;
Embora um médico faça suas prescrições em determi- amor a uma causa. 3. Inclinação ditada por laços de família:
nado idioma, as palavras utilizadas por ele não podem ser amor filial; amor conjugal. 4. Inclinação forte por pessoa de
consideradas literárias porque se tratam de um vocabulário outro sexo, geralmente de caráter sexual, mas que apresenta
especializado e de um contexto de uso específico. Ago- grande variedade e comportamentos e reações.
ra, quando analisamos a literatura, vemos que o escritor Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Novo Dicionário
dispensa um cuidado diferente com a linguagem escrita, da Língua Portuguesa, Nova Fronteira.
e que os leitores dispensam uma atenção diferenciada ao
que foi produzido. Texto B
Outra diferença importante é com relação ao trata- Amor é fogo que arde sem se ver;
mento do conteúdo: ao passo que, nos textos não literários É ferida que dói e não se sente;
( jornalísticos, científicos, históricos, etc.) as palavras servem É um contentamento descontente;
para veicular uma série de informações, o texto literário é dor que desatina sem doer.
funciona de maneira a chamar a atenção para a própria Luís de Camões. Lírica, Cultrix.
língua (FARACO & MOURA, 1999) no sentido de explorar
vários aspectos como a sonoridade, a estrutura sintática e Você deve ter notado que os textos tratam do mesmo
o sentido das palavras. assunto, porém os autores utilizam linguagens diferentes.
Veja abaixo alguns exemplos de expressões na lingua- No texto A, o autor preocupou-se em definir “amor”,
gem não literária ou “corriqueira” e um exemplo de uso da usando uma linguagem objetiva, científica, sem preocupa-
mesma expressão, porém, de acordo com alguns escritores, ção artística.
na linguagem literária: No texto B, o autor trata do mesmo assunto, mas com
preocupação literária, artística. De fato, o poeta entra no
Linguagem não literária: campo subjetivo, com sua maneira própria de se expres-
- Anoitece. sar, utiliza comparações (compara amor com fogo, ferida,
- Teus cabelos loiros brilham. contentamento e dor) e serve-se ainda de contrastes que
- Uma nuvem cobriu parte do céu. ... acabam dando graça e força expressiva ao poema (con-
tentamento descontente, dor sem doer, ferida que não se
sente, fogo que não se vê).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

ESTILOS LITERÁRIOS - Bento Teixeira


RESUMO DA LITERATURA BRASILEIRA - Pe. Antonio Vieira - Expoente máximo da Literatura
CARACTERÍSTICAS GERAIS Brasileira e da Literatura Portuguesa, pois durante sua esta-
da em Portugal aderiu a temas nacionais portugueses e du-
* ERA COLONIAL / QUINHENTISMO - (século XVI) rante a sua permanência no Brasil aderiu a temas nacionais
Início: A Carta de Caminha brasileiros. Era prosador e não poeta, e conceptista, pois
atacou o cultismo. Escreveu sermões, entre eles o “Sermão
Contexto histórico: da Sexagésima”.
Os portugueses chegam ao Brasil.
A chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil. ARCADISMO - (século XVIII)
Início: Publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio
Característica: Literatura documental, histórica, de ca- Manuel da Costa, obra inicial do Arcadismo brasileiro.
ráter informativo.
O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia
A Carta de Caminha é o primeiro documento literário e de seus valores. Esse fato influenciou na produção das
brasileiro. Carta descritiva com espírito ufanista e nativista. obras desta época. Enquanto as preocupações e conflitos
O Quinhentismo serviu de inspiração literária para alguns do barroco são deixados de lado, entram em cena o ob-
poetas e escritores do Romantismo e do Modernismo. jetivismo e a razão. A linguagem complexa é trocada por
uma linguagem mais fácil. Os ideais de vida no campo são
Destacaram-se durante o Quinhentismo: retomados ( fugere urbem = fuga das cidades ) e a vida
- Pero Vaz de Caminha - A Carta de Caminha bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização
- Pe. José de Anchieta - escreveu textos religiosos, um da natureza e da mulher amada.
teatro religioso. Tinha devoção ao culto mariano. Recebeu
influência da tradição medieval. Obs.: Não recebeu influên- Contexto histórico:
cia da poesia lírica de Camões (soneto). A Inconfidência Mineira.
- Pe. Manuel da Nóbrega A Revolução Farroupilha.
A vinda da Família Real para o Brasil.
BARROCO - (século XVII)
Início: “Prosopopeia” - poema épico de Bento Teixeira Características:
Pastoralismo, bucolismo. Ideal de vida simples, jun-
Contexto histórico: to à natureza (locus amoenus).
- Essa época foi marcada pelas oposições e pelos con- Fugere urbem (“evitar a cidade”, “fugir da civilização”).
flitos espirituais. Esse contexto histórico acabou influen- Busca do equilíbrio e da naturalidade, no contato com a
ciando na produção literária, gerando o fenômeno do bar- natureza.
roco. As obras são marcadas pela angústia e pela oposição Carpe diem (“aproveite o dia”). Consciência da fugaci-
entre o mundo material e o espiritual. Metáforas, antíteses dade do tempo.
e hipérboles são as figuras de linguagem mais usadas neste Simplicidade, clareza e equilíbrio. Emprego moderado
período. de figuras de linguagem.
- As invasões holandesas no Brasil. Natureza racional (é vista como um cenário, como uma
- Os bandeirantes. fotografia, como um pano de fundo).
Pseudônimos.
Características: rebuscamento, virtuosismo, ornamen- Fingimento / Artificialismo
tação exagerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousadia de
metáforas e associações. Destacaram-se:
Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas, hipér- - Tomás Antonio Gonzaga - poeta maior do Arcadis-
boles e antíteses. Obsessão pela linguagem culta, jogo de mo brasileiro com suas liras “Marília de Dirceu”. Pseudô-
palavras. nimo como poeta lírico: Dirceu; pseudônimo como poeta
Conceptismo (Quevedo): jogo de ideias, pesquisa e es- satírico: Critilo (“Cartas Chilenas”).
sência íntima. Autores épicos do Arcadismo brasileiro:
Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade do - Cláudio Manuel da Costa - Poeta lírico e épico. Seu
tempo e incerteza da vida. pseudônimo é Glauceste Satúrnio. Seus sonetos são de
imitação Camoniana. Obra: “Vila Rica”.
Destacaram-se: - Basílio da Gama - Obra: “O Uraguai”.
- Gregório de Matos - apelidado de “A Boca do In- - Santa Rita Durão - Obra: “Caramuru”. Obs.: O índio,
ferno”. Oscilou entre o sagrado e o profano. Poeta lírico, antes de José de Alencar, aparece nos poemas épicos “O
satírico, reflexivo, filosófico, sacro, encomiástico, obsceno. Uraguai” e “Caramuru”. Portanto, o Arcadismo preparou o
Não foi poeta épico. Romantismo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

ERA NACIONAL / ROMANTISMO - (século XIX) REALISMO / NATURALISMO


(segunda metade do século XIX)
Início: publicação de “Suspiros Poéticos”, de Gon-
çalves de Magalhães REALISMO - Início: “Memórias Póstumas de Brás
A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da Cubas”, de Machado de Assis, publicado em 1881.
família real portuguesa em 1808, e a Independência do NATURALISMO - Início: “O Mulato”, de Aluísio Aze-
Brasil, em 1822, são dois fatos históricos que influenciaram vedo
na literatura do período.
Na segunda metade do século XIX, a literatura român-
Contexto histórico: tica entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os escrito-
A Imprensa no Brasil. res e poetas realistas começam a falar da realidade social e
A crise do 2º Reinado. dos principais problemas e conflitos do ser humano. Como
A abolição da escravidão. características desta fase, temos: objetivismo, linguagem
popular, trama psicológica, valorização de personagens
Características: inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica so-
Predomínio da emoção, do sentimento (subjetivismo); cial, visão irônica da realidade.
evasão ou escapismo (fuga à realidade). Nacionalismo, reli-
giosidade, ilogismo, idealização da mulher, amor platônico. Contexto histórico:
Liberdade de criação e despreocupação com a forma; pre- A Proclamação da República.
domínio da metáfora. A Primeira República.
1ª geração romântica: 1840/50 - indianista ou naciona-
lista. A temática era o índio, a pátria. REALISMO
Destacou-se: Literatura de combate social, crítica à burguesia, ao
- Gonçalves Dias - Obras: “Canção do Exílio” e “I-Juca adultério e ao clero.
Pirama”. Análise psicológica dos personagens.
Objetividade, temas contemporâneos.
2ª geração romântica: 1850/60 - byroniana, mal- Destacou-se:
do-século, individualista ou ultrarromântica. A temáti- Machado de Assis - trilogia: ‘Memórias Póstumas de
ca era a morte. Brás Cubas” (narrado em 1ª pessoa); “Quincas Borba” (“ao
Destacou-se: vencedor as batatas”); “Dom Casmurro” (narrado em 1ª
Álvares de Azevedo - poeta da dúvida, tinha obsessão pessoa - enigma de traição)
pela morte. Recebeu influência de Byron e Shakespeare.
Oscila entre a realidade e a fantasia. Obra: Livro de contos NATURALISMO
“Noite na taverna”. Desdobramento do Realismo.
Escritores naturalistas retratam pessoas marginalizadas
3ª geração romântica: 1860/70 - condoreira, social. pela sociedade.
A temática é a abolição e a república. O Naturalismo é fruto da experiência.
Destacaram-se: Análise biológica e patológica das personagens.
POESIA: Determinismo acentuado.
- Castro Alves - poeta representante da burguesia li- As personagens são compradas aos animais (zoomor-
beral. Obras: “Espumas Flutuantes”, “O Navio Negreiro”, fismo).
“Vozes d’África”. Destacaram-se:
PROSA: - Aluísio Azevedo - Obras: “O Mulato”, “O Cortiço” (ro-
- José de Alencar (representante maior) - defensor do mance social, personagem principal do romance é o pró-
“falar brasileiro” / dá forma ao herói / amalgamando a sua prio cortiço).
vida à natureza. - Raul Pompeia - Obra: “O Ateneu”.
- Joaquim Manuel de Macedo - Obra: “A Moreninha”.
- Bernardo Guimarães - Obra: “A escrava Isaura”. PARNASIANISMO
- Manuel Antônio de Almeida - Obra: “Memórias de (final do século XIX e início do século XX)
um sargento de milícias”. Início: “Fanfarras”, de Teófilo Dias.

Modalidades do Romantismo: O parnasianismo buscou os temas clássicos, valorizan-


Romance de folhetim - Teixeira e Sousa, “O filho do do o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores parnasia-
pescador”. nos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário culto,
Romance urbano - Joaquim Manuel de Macedo, “A temas mitológicos e descrições detalhadas. Diziam que fa-
Moreninha”. ziam a arte pela arte. Graças a esta postura foram chama-
Romance regionalista: Bernardo Guimarães, “O ermi- dos de criadores de uma literatura alienada, pois não retra-
tão de Muquém”, “Escrava Isaura”. tavam os problemas sociais que ocorriam naquela época.
Romance indianista e histórico - José de Alencar, “O Os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimun-
Guarani”. do Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Contexto histórico: e mandou-o apanhar as cartas e dizer-lhe os nomes. Em


Contemporâneo do Realismo - Naturalismo seguida, ordenou-o a rezar o credo, mas a criança ignorava
Estilo especificamente poético, desenvolveu-se junto a reza. Afetando indignação, verberou o vício dos adoles-
com o Realismo - Naturalismo. centes e desenvolveu o sermão, discorrendo sobre o tema
A maior preocupação dos poetas parnasianos é com o que lhe sugerira o desastre ocorrido com o barulho oculto
fazer poético. na manga do burel. Alcançou aplausos da assistência, in-
Arte pela arte. clusive do arcebispo D. Romualdo Seixas.
Poesia descritiva sem conteúdo; vocabulário nobre; ob-
jetividade. Fonte:
Os poetas parnasianos são considerados “os mestres http://www.consciencia.org/francisco-xavier-de-santa
do passado”. Por suas manias de precisão, foram criticados -rita-bastos
severamente pelos poetas do 1º Tempo Modernista.
Destacou-se: Luís Gama -
Olavo Bilac (poeta representante) – “Profissão de Fé”. 21/07/1830, Salvador (BA)

SIMBOLISMO Luís Gonzaga Pinto da Gama foi um dos principais


Início: “Missal” e “Broquéis”, de Cruz e Souza abolicionistas da história do país. Nasceu em 21 de junho
de 1830, em Salvador/BA, filho da africana livre Luiza Mah-
Os poetas simbolistas usavam uma linguagem abstrata in e de pai fidalgo branco de origem portuguesa e família
e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e religio- rica no Brasil. Apesar de uma vida cheia de conturbações,
sidade. Valorizavam muito os mistérios da morte e dos so- Luís Gama foi poeta, advogado, jornalista e patrono da ca-
nhos, carregando os textos de subjetivismo. Os principais deira n.º 15 da Academia Paulista de Letras.
representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e Al- Aos 10 anos, ficou sobre a guarda do pai, pois a mãe
phonsus de Guimaraens. foi exilada por motivos políticos. O parentesco não evi-
tou que o menino fosse vendido como escravo pelo pró-
Contexto histórico: prio pai e levado para o Rio de Janeiro e depois para São
Fundação da Academia Brasileira de Letras. Paulo. Foi comprado pelo alferes Antônio Pereira Cardoso,
Origem: a poesia de Baudelaire. proprietário de uma fazenda no município de Lorena. Em
Características: desmistificação da poesia, sinestesia, 1847, o jovem estudante Antônio Rodrigues do Prado Jú-
musicalidade, preferência pela cor branca, sensualismo, dor nior conheceu Luís, então com 17 anos, e o ensinou a ler
e revolta. e a escrever. Tempos depois, Luís fugiu da fazenda, em se-
Destacou-se: guida passou pelo Exército e em 1854 passou a se dedicar
Cruz e Souza (poeta representante) - Obra: “Missal” e aos movimentos sociais.
“Broquéis”. Luís Gama inaugurou a imprensa humorística paulista-
na ao fundar, em 1864, o jornal “Diabo Coxo”. Poeta satíri-
Fontes de pesquisa: co, ocultou-se, por vezes, sob o pseudônimo de Afro, Ge-
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_ tulino e Barrabás. Sua principal obra foi “Primeiras trovas
aula/portugues/literatura_brasileira/estilos_literarios/cro- burlescas de Getulino”, de 1859, onde se encontra a sátira
nologia_quadro “Quem sou eu?”, também conhecida como Bodarrada.
http://www.suapesquisa.com/literaturabrasil/ Autodidata, Luís Gama tornou-se advogado e iniciou
suas atividades contra a escravidão, conseguindo libertar
Autores Baianos mais de 500 negros escravizados. É dele a frase: “O escravo
que mata o senhor, seja em que circunstância for, mata
Francisco Xavier de Santa Rita Bastos Baraúna sempre em legítima defesa”. Embora atuasse principal-
mente em defesa dos negros acusados de crimes, ou para
Frei Bastos Baraúna foi um sacerdote boêmio, inclinado conceder-lhes alforria judicialmente, também atendia aos
à vida desregrada. Epicurista de costumes relaxados, era pobres de qualquer raça.
propenso a todos os vícios. A sua principal fraqueza residia Luís Gama morreu em 24 de agosto de 1882, sem ver
na luxúria. Unia-se a barregãs da pior espécie, atraíam-no concretizada a Abolição, que aconteceu em 1888.
meretrizes escandalosas, apreciava as delícias de Baco e
não desdenhava as damas, mesmo de um baralho de car- Fonte:
tas. É conhecido o fato ocorrido, quando proferiu o ser- http://www.palmares.gov.br/archives/33700
mão sobre os vícios e a educação religiosa da mocidade.
Achava-se em uma mesa de jogo, quando o reclamaram
insistentemente para ir pregar no púlpito. Levado com vio-
lência, ocultou cartas do baralho na manga do hábito. E,
antes de iniciar a oração, caíram as cartas no pavimento da
nave do templo. Sem perder a calma, chamou um menino

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Castro Alves Havia nele, porém, mais do que um jornalista. Ao mes-


mo tempo em que escrevia seus artigos, ia criando ro-
Considerado um dos mais brilhantes poetas românticos mances. Ao romance de estreia Boto e companhia (1897),
brasileiros, é chamado de “cantor dos escravos” pelo seu entu- seguiu-se a novela Jana e Joel (1899), considerada a sua
siasmo diante das grandes causas da liberdade e da justiça - a melhor obra. Sua ficção é das mais representativas na área
Independência na Bahia, a insurreição dos negros de Palmares, regionalista e praieira baiana, a cujos valores permaneceu
o papel da imprensa e, acima de tudo, a luta contra a escravidão. sempre fiel. Publicou também volumes de poesia, de lin-
Antônio Frederico de Castro Alves nasceu na fazenda Caba- guagem parnasiana, coletâneas de contos e ensaios. Alcan-
ceiras, próxima à vila de Curralinho, hoje cidade de Castro Alves, çou vários prêmios literários em sua longa vida de escritor,
no Estado da Bahia. Era filho do médico Antônio José Alves e entre os quais um prêmio da Academia Brasileira de Letras,
de Clélia Brasília da Silva Castro, falecida quando ele tinha ape- em 1910, pelo romance Sargento Pedro. Gozou sempre de
nas 12 anos. Por volta de 1853, mudou-se com a família para grande prestígio na Bahia, onde vivia como um patriarca li-
Salvador e lá estudou no colégio de Abílio César Borges, onde terário, cercado de consideração, respeito e amor de todos.
foi colega de Rui Barbosa. Ainda adolescente, já demonstrava Segundo ocupante da cadeira n.º 28, foi eleito em 24
vocação para a poesia. de julho de 1919, na sucessão de Inglês de Sousa, e recebi-
Em 1862 escreveu o poema “A Destruição de Jerusalém”, em do pelo acadêmico Goulart de Andrade em 17 de setembro
1863 “Pesadelo”, “Meu Segredo” (já inspirado pela atriz Eugênia de 1920.
Câmara), “Cansaço”, “Noite de Amor”, “A Canção do Africano”
e outros. Em 1864, o poema “Mocidade e Morte” demonstra a Fonte:
maturidade do poeta. http://www.academia.org.br/academicos/xavier-mar-
Em 1867, quase na metade do curso de direito, Castro Al- ques/biografia
ves, apaixonado pela atriz portuguesa Eugênia Câmara (dez
anos mais velha do que ele), parte com ela para uma tempo- Jorge Amado
rada na Bahia, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na Bahia, ela
representa um drama em prosa escrito por ele: “O Gonzaga ou Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, na fazen-
a Revolução de Minas”. Na passagem pelo Rio, Castro Alves co- da Auricídia, no distrito de Ferradas, município de Itabuna,
nheceu Machado de Assis, que o introduziu nos meios literários. sul do Estado da Bahia. Filho do fazendeiro de cacau João
Em São Paulo, cursou o terceiro ano da Faculdade de Di- Amado de Faria e de Eulália Leal Amado.
reito do Largo de São Francisco, mas nas férias do fim de 1868, Com um ano de idade, foi para Ilhéus, onde passou a
feriu-se no pé direito com um tiro acidental de espingarda, por infância. Fez os estudos secundários no Colégio Antônio
ocasião de uma caçada. Disso resultou longa enfermidade, vá- Vieira e no Ginásio Ipiranga, em Salvador. Neste período,
rias intervenções cirúrgicas e finalmente a amputação do pé. começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literá-
Antes de regressar à sua terra natal, publicou, em 1870, o livro ria, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes.
“Espumas Flutuantes”. Foi vitimado pela tuberculose um ano Publicou seu primeiro romance, O país do carnaval, em
mais tarde. 1931. Casou-se em 1933 com Matilde Garcia Rosa, com
Castro Alves é o patrono da cadeira n.º 7 da Academia Bra- quem teve uma filha, Lila. Nesse ano publicou seu segundo
sileira de Letras. romance, Cacau.
Suas principais obras são: “Espumas Flutuantes”, “A Cachoei- Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio
ra de Paulo Afonso” e o drama já mencionado “Gonzaga ou a de Janeiro, em 1935. Militante comunista, foi obrigado a
Revolução de Minas”. Ao livro “Os Escravos” pertencem “Vozes exilar-se na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942, pe-
d’África” e “O Navio Negreiro”, considerados os dois poemas ríodo em que fez longa viagem pela América Latina. Ao
mais representativos de sua obra. voltar, em 1944, separou-se de Matilde Garcia Rosa.
Em 1945 foi eleito membro da Assembleia Nacional
Fonte: Constituinte, na legenda do Partido Comunista Brasileiro
https://educacao.uol.com.br/biografias/antonio-de-castro (PCB), tendo sido o deputado federal mais votado do Es-
-alves.jhtm tado de São Paulo. Jorge Amado foi o autor da lei, ainda
hoje em vigor, que assegura o direito à liberdade de culto
Xavier Marques religioso. Nesse mesmo ano, casou-se com Zélia Gattai.
Em 1947, ano do nascimento de João Jorge, primeiro
Xavier Marques (Francisco Xavier Ferreira Marques), jorna- filho do casal, o PCB foi declarado ilegal e seus membros
lista, político, romancista, poeta, biógrafo e ensaísta, nasceu na perseguidos e presos. Jorge Amado teve que se exilar com
ilha de Itaparica, BA, em 3 de dezembro de 1861, e faleceu em a família na França, onde ficou até 1950, quando foi expul-
Salvador, BA, em 30 de outubro de 1942. so. Em 1949, morreu no Rio de Janeiro sua filha Lila. Entre
Iniciou os primeiros estudos em sua cidade natal. Cedo se 1950 e 1952, viveu em Praga, onde nasceu sua filha Paloma.
transferiu para a cidade de Salvador, matriculando-se no colégio Foi eleito, em 6 de abril de 1961, para a cadeira de nú-
do Cônego Francisco Bernardino de Sousa. Na capital baiana se mero 23 da Academia Brasileira de Letras, que tem por pa-
dedicou ao jornalismo, atividade que só interrompeu durante trono José de Alencar e por primeiro ocupante Machado
o segundo dos seus dois mandatos legislativos: Deputado Es- de Assis.
tadual na Bahia - de 1915 a 1921 - e Federal - de 1921 a 1924.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras No poema lírico, o poeta se define pelo erotismo,
adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter como no poema dedicado a sua esposa “Maria dos Povos”:
sido tema de escolas de samba em várias partes do Bra- “Discreta e formosíssima Maria, / Enquanto estamos vendo
sil. Seus livros foram traduzidos para 49 idiomas, existindo a qualquer hora, / Em tuas faces a rosada Aurora, / Em teus
também exemplares em braile e em formato de audiolivro. olhos e boca, o Sol e o dia”.
Jorge Amado morreu em Salvador, no dia 6 de agosto Gregório produziu uma poesia satírica de feroz malda-
de 2001. Foi cremado conforme seu desejo, e suas cinzas de à vida colonial, em tom de revolta e ressentimento: “Se-
foram nhora Dona Bahia, / nobre e opulenta cidade, / madrasta
Jorge Amado orgulhava-se do título de Obá, posto civil dos naturais, / e dos estrangeiros, madre”. / “Dizei-me por
que exercia no Ilê Axé Opô Afonjá, na Bahia. vida vossa / em que fundais o ditame / de exaltar os que
aqui vêm, e abater os que aqui nascem?”.
Fonte: Gregório de Matos Guerra faleceu no Recife, Pernam-
http://www.jorgeamado.org.br/?page_id=75 buco, no dia 26 de novembro de 1695.

Gregório de Matos Fonte:


https://www.ebiografia.com/gregorio_matos/
Gregório de Matos (1636-1695) foi o maior poeta do
barroco brasileiro. Desenvolveu uma poesia lírica e religio- Camilo de Jesus Lima
sa, mas se destacou por sua poesia satírica, constituindo
uma critica à sociedade da época, recebendo o apelido de Camillo nasceu em Caetité, BA. Foi morar em Vitória da
“Boca do Inferno”. Conquista antes de completar seus 20 anos de idade, tor-
Gregório de Matos nasceu em Salvador, Bahia, no dia nando-se poeta, virou jornalista, professor e político. Filho
23 de dezembro de 1636. Filho de pai português e mãe de Esther Fagundes da Silva e do professor e escritor Fran-
brasileira, foi aluno do Colégio da Companhia de Jesus e cisco Fagundes e sobrinho-neto do poeta Plínio de Lima,
com 14 anos foi para a Universidade de Coimbra para es- desde a infância descobrira seu talento para as letras: seu
tudar Direito. Em 1663 já estava formado e casado. Viveu primeiro poema foi publicado no jornal “O Alvorecer”, da
em Portugal até 1681. Foi delegado de polícia de um dos cidade de Condeúba, quando ainda tinha nove anos. Fala-
arrabaldes de Lisboa e juiz em Alcácer do Sal, no Alentejo. va e escrevia corretamente em inglês, francês e espanhol,
Nessa época escreveu seus primeiros poemas satíricos. além de conhecer bem latim. Segundo ele próprio, teve
Gregório de Matos voltou para Salvador como procu- apenas dois professores: seu pai e a vida.
rador da cidade, junto à Corte portuguesa. Ficou viúvo e Passou a colaborar com jornais locais e se aproximou
casou-se novamente. Levava uma vida boêmia e escrevia dos ideais comunistas, procurando difundi-los pelas linhas
versos e sátiras gozando de todos. Embora não fosse pa- que escrevia. Primeiro atuou em “O Combate”, com poesias
dre, o arcebispo D. Gaspar fez dele vigário geral da Bahia e crônicas. Depois, passou a integrar a equipe dos “O Jornal
e tesoureiro-mor da Sé. Uma forma de dar maior compos- de Conquista”, “O Conquistense”, “O Sertanejo” e “A Tarde”,
tura ao bacharel Gregório. Sua língua virulenta a ninguém este último de Salvador.
poupava. Criou terríveis inimigos. Em 1938, ao lado de outros intelectuais, fundou a Ala
Em 1694, por suas críticas às autoridades da Bahia, das Letras de Conquista, sendo o seu primeiro presidente.
acabou sendo deportado para Angola, de onde voltou em Neste mesmo ano, foi nomeado, pelo amigo e prefeito Dr.
1695, mas não para a Bahia. Vai viver no Recife, Pernam- Régis Pacheco, Secretário da Prefeitura Municipal de Con-
buco, onde continua sua vida, embora proibido de fazer quista, cargo que exerceu até 1945. Depois disso, passa a
versos, tal era o temor de suas sátiras ferinas. Faleceu ar- morar em Macarani, onde exerce as funções de Oficial de
rependido e reconciliado com a igreja. Na hora da morte Registros de Imóveis e Hipotecas e de onde envia suas con-
compôs um pequeno soneto: “Essa razão me obriga a con- tribuições aos jornais de Conquista.
fiar, / Que por mais que pequei, neste conflito, / Espero em Com o livro “Poemas” venceu mais de 60 concorrentes
vosso amor de me salvar.” no prêmio Raul de Leoni da Academia Carioca de Letras,
Gregório de Matos deixou uma obra poética vasta, mas considerando o resultado a maior surpresa de sua vida. Na
não teve nenhum livro publicado em vida. A totalidade de premiação é anunciado como “o maior poeta moço do Bra-
sua obra se manteve inédita, até quando Afrânio Peixoto a sil”, na ocasião ele tinha apenas 31 anos.
reuniu em VI volumes, publicados no Rio de Janeiro pela Adepto do comunismo, filiado ao Partido Comunista
Academia Brasileira de Letras, entre 1923 e 1933, sob o tí- desde 1950, e se declarando poeta proletário, Camillo foi
tulo de “Obras de Gregório de Matos”. preso pela ditadura em 1964, em Macarani, sendo levado
Sua produção poética se constitui em poemas sacros, para a capital baiana, onde ficou por quatro meses. Escre-
líricos e satíricos. No poema sacro, Gregório se ajoelha veu até a sua morte, em 3 de março de 1975. Camillo de
diante de Deus, com um forte sentido de culpa, como no Jesus Lima morreu em Itapetinga, no Hospital Santa Maria,
“Soneto a Nosso Senhor”: “Pequei, Senhor, mas não porque após ter sofrido um acidente dias antes: ao descer de uma
hei pecado, / Da vossa alta clemência me despido, / Porque Kombi, foi atingido por um ônibus em alta velocidade, ar-
quanto mais tenho delinquido / Vos tem a perdoar mais remessado contra o passeio da rua. Sofreu uma fratura na
empenhado”. base do crânio.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

O poeta magro, com óculos de grossa armação, era Itajuípe ao mundo, o romance começa e termina no ninho; a
um pouco gago e muito acanhado. Escrevendo se libertava, serra, como um círculo, seguindo a lição de Carlos Fuentes -
“canta pelos oprimidos e seu universo é povoado de famin- que ensina a importância da primeira e da última frase de um
tos, de prostitutas, de retirantes e de revolucionários”, como romance - personagens vigorosas, solidárias, com Itajuípe e
resumiu Zélia Saldanha, em 1987. suas léguas de promissão, léguas de um mundo se desinte-
grando, chocante e chocado, o povo negro como abelhas no
OBRAS açúcar: ‘’As estrelas chegaram - eles viram - as estrelas do sul
As Trevas da Noite estão Passando (1941, com Laudio- da Bahia. Deitaram-se na terra, abraçados, para o sono’’.
nor Brasil) No livro seguinte, Luanda, beira Bahia, emerge o senti-
Poemas (1942) mento religioso, o palco mais uma vez em Salvador. Adonias
Viola Quebrada (1945) renova a capacidade da dureza, do corte, a volúpia de con-
Novos Poemas (1945) tar, reunindo o sincretismo cultural afro-baiano no ambiente
Cantigas da Tarde Nevoenta (1955) marítimo, cadenciado de ondas e paisagem.
A Mão Nevada e Fria da Saudade (1971) Com seu romance As velhas, Adonias volta à subjacente
O Livro de Miriam (1973) mitologia grega, agora a das Parcas, tecedoras do destino
humano. Como as da Grécia, também essas de Adonias são
Fonte: quatro: Tari Januária, Zefa Cinco, Zonga Rainha Preta e Lina
https://poetacamillo.blogspot.com.br/p/sobre-camillo.html de Todos: ‘’As velhas - ele ainda pensa - todas as velhas têm
os seus mortos. A questão é saber se esses mortos ficaram
Adonias Filho ou se estão esperando na frente’’. É um clássico.
Fonte:
Adonias Filho nasceu em Itajuípe, Bahia, em 27 de no- http://www.academia.org.br/artigos/adonias-filho-con-
vembro de 1915, e faleceu na cidade de Ilhéus, em 1990. tinua-espera-de-um-releitura-de-sua-obra
Pertenceu à Academia Brasileira de Letras, ao tempo do seu
conterrâneo Jorge Amado, ambos de Ilhéus. Deoscóredes Maximiliano dos Santos
Adonias era de grandes gestos, um romântico seco e fra-
terno, retido, porque alarmado e um tanto tímido, concha de Mestre Didi – Deoscóredes Maximiliano dos Santos – nasceu
tempestades e branduras. Começou o itinerário como roman- em Salvador, em 1917. Além de escultor, Mestre Didi é escritor,
cista, depois de um percurso ensaístico. Os servos da morte, ensaísta e representante máximo da cultura afro-brasileira. A me-
seu primeiro livro, já veio pronto, com as qualidades que o lhor definição sobre Mestre Didi é dada pela antropóloga Dra.
caracterizariam: a paixão da terra e a terra da paixão, além do Juana Elbein dos Santos, sua esposa: “Didi é um sacerdote artista.
rigor de linguagem para que se tornasse mais belicoso, num Expressa, através de criações estéticas, arraigada intimidade com
mundo selvático, onde os fortes sobrevivem. Surgiu longe dos seu universo existencial, onde ancestralidade e visão-de-mundo
modelos da tradição brasileira, mais próximo de Faulkner, John africanas se fundem com sua experiência de vida baiana”.
dos Passos, Heminguay ou Malraux, que, segundo Edmund Filho único da mãe-de-santo Maria Bibiana do Espírito
Wilson (Man’s fate), ‘’cria as personalidades de seus persona- Santo, Mestre Didi recebeu - em 1975 - o título de Alapini, o
gens de um modo orgânico e as explora inteiramente’’. mais alto na hierarquia religiosa sacerdotal nagô, e em 1983
Também em relação ao seu segundo livro, Memórias de recebeu o título máximo de Obá Mobá Oni Xangô, do rei
Lázaro, referindo-se ao que ressuscitou através da palavra, de Ketu, em Benin, África. Desde sua infância e adolescência
os heróis de Adonias se aproximam dos guerreiros de Ho- foi iniciado para executar objetos rituais que se resumem à
mero, afrontando a sina, apesar do vaticínio dos deuses, ou esfera restrita da casa de Obaluaiyê. No entanto, segundo
até enfrentando os deuses do sangue e do jugo. a Dra. Juanita – como gosta de ser chamada –, é absoluta-
Seu novo livro, O Forte (homem, muralha) situa-se na mente errado entender as esculturas de Mestre Didi como
cidade de Salvador. Obra-prima de recurso estilístico e de representações religiosas. “São criações que emanam dos
humanidade. O Forte é Jairo, o Forte é Salvador, o povo e padrões de sua cultura.” Mestre Didi utiliza vários materiais
o amor se personalizam em Tibiti. O amor de Jairo e a terra naturais e todos os nomes das esculturas são em nagô.
que também é guerreira. O incêndio do Forte recorda o in- Em um artigo escrito por ocasião da XXIII Bienal Interna-
cêndio das muralhas de Troia, por invasão dos gregos. cional de Arte (1996), em São Paulo (SP), que apresentou obras
É impressionante o uso da ação dos verbos no particípio de Mestre Didi, a Dra. Juanita diz que, ao tentar resumir suas
presente. Aliás, Adonias revela-se mestre nos processos ficcio- colocações, “estimaria reiterar que a aproximação às criações
nais mais contemporâneos. Um José de Alencar rijo, atordoan- de Mestre Didi se realizam em dois níveis: o manifesto (...), em
te e retido, essencial num Faulkner. E o círculo se repete no que a escultura pode ser analisada como forma estética em si,
Corpo vivo, onde sua visão e tipos são universais: ‘’Os homens como signo de comunicação comunitária, como elo entre o
não se dispersam, não quebram o círculo, imóveis, os pés des- artista e o observador; e o nível latente, condutor dos conteú-
calços’’. Usando a alegoria com pertinência, enraíza-se como dos abstratos que participam de mistérios litúrgicos veiculando
um rio pelos juncos. Em Adonias, os rostos que descreve exis- elaborações inconscientes em que são sublimadas as fantasias
tem para serem imaginados. Usa metáforas e símbolos que básicas da herança cultural milenar e as do próprio criador”.
se distraem. Na obra Corpo Vivo, à semelhança de Faulkner,
Adonias tem aqui sua cidade encantada, Macanã. Porque, em Fonte:
amplitude, o seu território é o interior baiano e Salvador. De http://www.artedobrasil.com.br/deoscoredes.html

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Herberto Sales Línguas. A revista “Alaluz”, da Universidade da Califórnia, de-


dicada à literatura latino-americana, destacou em artigo do
Herberto Sales (Herberto de Azevedo Sales), jornalista, professor William Megenney o livro “Somente um canto”,
contista, romancista e memorialista, nasceu em Andaraí, BA, primeiro livro de Ildásio Tavares, publicado em 1968. Otto
em 21 de setembro de 1917. Faleceu no dia 13 de agosto de Maria Carpeux o considerava um dos poetas mais expres-
1999, no Rio de Janeiro. sivos da poesia contemporânea. Publicou: “Doze contistas
Filho de Heráclito Sousa Sales e Aurora de Azevedo da Bahia” (Rercord Editora-1969), “Textos de autores bahia-
Sales. Fez o curso primário em sua cidade natal, e o curso nos” (poemas/1969), “Quatro estórias do Mercado Modelo”
ginasial (abandonado no 5.º ano) em Salvador, no colégio (contos/1970), “Imago” (poesias/1972), “Breve romancei-
Antônio Vieira, dos jesuítas. O professor Agenor Almeida ro do natal” (poemas/1972), “Vinicius de Moraes - ensaio
descobriu-lhe, numa prova, a vocação literária, chamando in Poeta dos Modernismo” (INL/1972), “Ditado” (poesia/
para isso a atenção do padre Cabral, que por sua vez foi o Editora Tempo Brasileiro-1974), “Sete cantares de amigo”
descobridor, alguns anos antes, no mesmo colégio, da vo- (poema/1975), “Antologia da poesia bahiana” (Fundação
cação literária de Jorge Amado. Abandonados os estudos, Cultural do Estado-1976), “O canto do homem cotidiano”
voltou para Andaraí, onde viveu até 1948. Com a publica- (poesia/1977), “Poesia Moderna da Região do Cacau” (Edi-
ção, em 1944, de Cascalho - seu romance de estreia - pro- tora Civilização Brasileira/1977), “Dezoito contistas baianos”
jetou de impacto o seu nome nos meios literários do país. (Departamento de Assuntos Culturais da Prefeitura de Sal-
No Rio de Janeiro, para onde então se transferiu e residiu vador/1978), “Moderno Conto da Região do Cacau” (1978)
até 1974, foi jornalista militante, com atividade nos Diários e “Tapete do tempo” (poesia/Tempo Brasileiro/1980). Lecio-
Associados, de Assis Chateaubriand, na área da revista O nou Língua Portuguesa e Literatura Brasileira na Southern
Cruzeiro, da qual foi assistente de redação, na melhor fase Illinois University, nos Estados Unidos, onde morou por dois
desse famoso órgão da imprensa brasileira. Exerceu o cargo anos, formando-se também mestre em Literatura America-
de diretor de outras unidades da mesma empresa, inclusive na e Inglesa. No ano de 1975 atuou como professor titular
de sua editora de livros. Em 1974 mudou-se para Brasília, em Literatura Portuguesa no Instituto de Letras da Universi-
onde foi por dez anos diretor do Instituto Nacional do Li- dade Federal da Bahia. Fez Doutorado em Literatura Portu-
vro, e, por um ano, assessor da Presidência da República guesa na Faculdade de Letras da UFRJ. Atuou como crítico
- à época, José Sarney. A partir de 1986, por quatro anos, literário no Jornal do Brasil e publicou artigos na revista “Se-
residiu em Paris, servindo como adido cultural à Embaixada nhor”. O poeta ganhou do amigo e escritor Jorge Amado
brasileira. Regressando ao Brasil, fixou residência em São uma homenagem, quando o romancista criou o persona-
Pedro da Aldeia, levando uma vida isolada, de autoexílio, o gem Ildásio Taveira, poeta do livro “Tenda dos Milagres”.
que deu motivo a ser chamado, em artigo de Josué Mon- Durante a vida publicou 42 livros, sendo 15 de poesias. Es-
tello, “O Solitário de São Pedro da Aldeia”. Foi casado com creveu a ópera afro-brasileira “Lídia d’Oxum”, com músicas
Maria Juraci Xavier Chamusca Sales e com ela teve três fi- em parceria com Lindembergue Cardoso. Em 27 de outubro
lhos: Heloísa, Heitor e Herberto. foi internado no hospital Jorge Valente, em Salvador, vitima-
do por um AVC (Acidente Vasculhar Cerebral). Pouco antes
Fonte: de falecer o poeta estava trabalhando em um novo livro
http://www.academia.org.br/academicos/herberto-sa- de poesias intitulado “Canto de Inverno”, segundo o poeta
les/biografia e letrista Fernando de Oliveira: “... que reuniria poemas da
maturidade, textos nos quais o poeta faz uma verdadeira
Ildásio Marques Tavares revisão de sua vida, seus sentimentos, seus valores”.

25/1/1940 - Fazenda São Carlos, BA / 31/10/2010 - Sal- Fonte:


vador, BA https://www.letras.com.br/biografia/ildasio-tavares
Escritor. Poeta. Letrista. Nasceu na Fazenda São Carlos
às margens do rio Gongogi, na região cacaueira da Bahia, João Ubaldo Ribeiro
depois cidade renomeada para Gongogi. Filho de Eduar-
do Tavares dos Santos e Hilda Marques Tavares. Morou em João Ubaldo Ribeiro (1941-2014) foi romancista, cro-
Ubatã, de onde saiu aos quatro anos transferindo-se para nista, jornalista, tradutor e professor brasileiro. Foi um
Feira de Santana. Aos nove anos de idade mudou-se para grande disseminador da cultura brasileira, sobretudo a
Salvador. Em 1962 formou-se em Direito na Universidade baiana. Entre suas obras que fizeram grande sucesso en-
Federal da Bahia. Por essa época, publicou seus primeiros contram-se “Sargento Getúlio”, “Viva o Povo Brasileiro” e “O
poemas, artigos, contos e traduções nas revistas literárias Sorriso do Lagarto”. Nasceu na ilha de Itaparica, na Bahia.
e jornais acadêmicos locais e de outros estados do país. Filho dos advogados Manuel Ribeiro e de Maria Filipa Osó-
No ano de 1965 ingressou na Faculdade de Filosofia, cur- rio Pimentel. Foi criado até os 11 anos em Sergipe, onde
sou Letras Vernáculas e Inglês. No ano de 1967 participou seu pai trabalhava como professor e político. Fez seus pri-
da antologia “A Nova Poesia Bahiana”, das Edições Tempo meiros estudos em Aracaju, no Instituto Ipiranga. Em 1951
Brasileiro. Teve poemas publicados em jornais em São Pau- ingressou no Colégio Estadual Atheneu Sergipense. Em
lo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Portugal, e 1955 mudou-se para Salvador, e ingressou no Colégio da
ainda traduzidos e publicados na Argentina, Uruguai, Chile, Bahia. Estudou francês e latim.
Bulgária e Estados Unidos. Fundou em 1965 o Instituto de

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Em 1963 pulicou seu primeiro romance, “Setembro Não Antônio Torres


Tem Sentido”. Sua segunda obra - “Sargento Getúlio” (1971) –
rendeu-lhe o Prêmio Jabuti de Revelação, em 1972. Ela narra O escritor Antônio Torres nasceu em um lugarejo ante-
a saga de Getúlio Santos Bezerra, sargento da PM que bus- riormente conhecido como Junco, hoje denominado Sátiro
ca a proteção de um político após matar a própria mulher. A Dias, no interior do estado baiano, no dia 13 de setembro de
obra chegou aos cinemas nos anos 80, protagonizada pelo 1940. Seus dons literários despertaram logo cedo, graças ao
ator Lima Duarte. Em 1984, ganhou o Prêmio Jabuti com o ro- empenho de sua mestra em uma singela escola rural.
mance “Viva o Povo Brasileiro” (1984). O livro, recheado de hu- Não demorou muito para que ele passasse a redigir a
mor, recria quase quatro séculos da história do país, incluindo correspondência dos habitantes de sua terra natal e a asses-
episódios marcantes, como a Guerra do Paraguai e a Revolta sorar o pároco local nas missas regadas a latim. Ainda criança,
dos Canudos. A obra foi traduzida para o inglês, pelo próprio Antônio se mudou para a cidade de Alagoinhas, na qual rea-
autor, ganhando versões em vários outros idiomas. lizou seus estudos ginasiais. Posteriormente ele se transferiu
João Ubaldo deixou uma obra mítica e cotidiana, na qual para Salvador, exercitando aí a prática jornalística no Jornal
discutia aspectos sociais e políticos, ligados às raízes do Nor- da Bahia.
deste. Entre seus maiores sucessos estão: “O Sorriso do La- Ao completar 20 anos, foi para São Paulo e atuou como
garto” (1989), que aborda temas como a ambição humana, o jornalista e publicitário, conquistando um emprego no veículo
amor e as ameaças do mundo moderno, numa história cheia impresso Última Hora. Viajou por diversos países, ficando três
de traições e mistérios. A obra foi adaptada para minissérie da anos em Portugal e, ao voltar para o Brasil, fixou-se no Rio de
TV Globo nos anos 1990. Outros campeões de vendas foram: Janeiro, residindo hoje em Itaipava, Petrópolis.
“A Casa dos Budas Ditosos” (1999) e “O Albatroz Azul” (2009), O escritor iniciou sua trajetória literária aos 32 anos, quan-
que conta a história de Tertuliano, herdeiro de um proprietá- do publicou seu primeiro livro, Um cão uivando para a Lua,
rio de terras que teve filhos com duas irmãs. Para não perder sucesso de crítica, que o transformou na grande descoberta
a herança, o patriarca precisa se casar com uma delas. do ano. Sua segunda publicação, Os Homens dos Pés Redon-
Em 1993, João Ubaldo Ribeiro foi eleito para a Academia dos, reforçou o respeito dos críticos por seu trabalho, mas sua
obra-prima - Essa Terra - foi lançada apenas em 1976. Esta
Brasileira de Letras, para a cadeira n.º 34. Em 2008, recebeu
história tem um tom claramente autobiográfico, e enfoca a
em vida o Prêmio Camões, maior honraria da literatura em
problemática da migração de nordestinos à procura de no-
língua portuguesa.
vas oportunidades, de uma existência mais digna na imagem
João Ubaldo Ribeiro faleceu no Rio de Janeiro, em decor-
ilusória da cidade grande do Sul, particularmente São Paulo.
rência de embolia pulmonar, no dia 18 de julho de 2014.
Torres é atualmente considerado um dos melhores auto-
res da geração contemporânea. Sua obra já foi publicada em
Obras de João Ubaldo Ribeiro
países como Itália, Argentina, México, Estados Unidos, Ale-
manha, Inglaterra, Portugal, Bélgica, Holanda, Israel, Bulgária,
Setembro Não Tem Sentido - romance, 1968 dentre outros.
Sargento Getúlio - romance, 1971 Os romances de Torres não são ambientados somente
Vence Cavalo e o Outro Povo - conto, 1974 em paisagens rurais, mas também em contextos tipicamente
Vila Real - romance, 1979 urbanos. Sua literatura tem um estilo particular, considerado
Livro de Histórias - conto, 1981 essencialmente nômade, pois convida o leitor a colocar o pé
Política: Quem Manda, Porque Manda, Como Manda - na estrada, a transitar entre o universo impresso e o país da
ensaio, 1981 imaginação.
A Vida a Paixão de Pondonar, o Cruel - literatura infantil, Vinte anos depois, Antônio decide empreender um retor-
1983 no ao mesmo cenário na obra O Cachorro e o Lobo, na qual
Viva o Povo Brasileiro - romance, 1984 apresenta sua Junco natal subvertida pelo encontro com o
Sempre aos Domingos - crônica, 1988 mundo moderno. Novamente sua receptividade foi ampla e
O Sorriso do Lagarto - romance, 1989 o sucesso inevitável, tanto no Brasil quanto na França. Neste
A Vingança de Charles Tiburane - infanto juvenil, 1990 país ele recebeu, em 1998, uma insígnia honorífica entregue
Um Brasileiro em Berlim - crônica, 1995 pelo governo francês, tornando-se assim um Chevalier des
O Feitiço da Ilha do Pavão - romance, 1997 Arts et des Lettres, enquanto no Brasil foi agraciado com o
Arte e Ciência de Roubar Galinhas - crônica, 1999 Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras,
A Casa dos Budas Ditosos - romance, 1999 pelo conjunto da sua obra, em 2000. Seu livro Meu Querido
Miséria e Grandeza do Amor de Benedita - romance, 2000 Canibal foi premiado com o Prêmio Zaffari & Bourbon, da 9.ª
O Conselheiro Come - crônica, 2000 Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, cidade gaú-
Dia do Farol - romance, 2002 cha.
A Gente se Acostuma a Tudo - crônica, 2006 Em 2006 Torres concluiu sua trilogia, lançando a segunda
O Rei da Noite - crônica, 2008 sequência de Essa Terra: o romance Pelo fundo da agulha, o
O Albatroz Azul - romance, 2009 qual conquistou o Prêmio Jabuti e foi um dos finalistas do
Dez Bons Conselhos de Meu Pai - infanto juvenil, 2011 Prêmio Zaffari & Bourbon.

Fonte: Fonte:
https://www.ebiografia.com/joao_ubaldo_ribeiro/ https://www.infoescola.com/biografias/antonio-torres/

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Aleilton Fonseca O pêndulo de Euclides (Romance). 2009.


A mulher dos sonhos e outras histórias de humor. 2010.
Aleilton Fonseca nasceu em Firmino Alves, Bahia, Brasil Memorial dos corpos sutis. 2012.
em 21/07/1959. Viveu a infância e adolescência em Ilhéus As marcas da cidade. (contos). 2012.
e reside em Salvador. Começou a escrever e a publicar em La femme de rêve . Humour croustillant sur les rapports
jornais e revistas, aos 17 anos. A sua produção literária vai humains. 2013. Traduction de Danielle Forget ET Claire Varin.
desde ficção, poesia e ensaio. Il sapore delle nuvole. (O sabor das nuvens. 2015. Tradução
É licenciado em Letras pela Universidade Federal da de Antonella Rita Roscilli.
Bahia (1982), com mestrado pela Universidade Federal da
Paraíba (1992) e doutorado pela Universidade São Paulo Poesia:
(1997). É professor de Literatura no curso de Letras desde Movimento de Sondagem. 1981.
1984, na Universidade Estadual de Feira de Santana. O espelho da Consciência. 1984.
Lecionou, como professor convidado, na Université Teoria particular (mas nem tanto) do poema. 1994.
d’Artois, na França, em 2003. Participa regularmente em As formas do barro & outros poemas. 2006.
eventos literários e científicos no Brasil e no exterior. Une rivière dans les yeux / Um rio nos olhos. 2012. Tradu-
Faz parte da Comissão Editorial da Revista da Acade- ção de Dominique Stoenesco.
mia de Letras da Bahia e de outras revistas literárias e aca- Un río em los ojos. 2013. Tradução de Alain Saint-Saëns
dêmicas.
Recebeu um dos Prémios Culturais Fundação Cultu- Ensaio:
ral da Bahia – 3.º lugar (1996), o Prêmio Luis Cotrim (ALJ, Enredo romântico, música ao fundo. Manifestações lúdico-
1997), o Prêmio Herberto Sales (ALB, 2001) e o Prémio Mar- musicais no romance urbano do Romantismo. 1996.
cos Almir Madeira (UBE-RJ, 2005). Guimarães Rosa (1908-2008): écrivain brésilien centenaire.
Em 2009, ao completar 50 anos, foi homenageado pelo 2008. (Edição trilíngue: português, francês e holandês).
Lycée des Arènes (Toulouse, França), pelo Instituto de Le- O arlequim da Pauliceia. 2012.
tras da UFBA (Projeto o escritor e seus múltiplos) e pela ALB
(mesa redonda). Fonte:
Coordena o Curso Castro Alves/Colóquio de Literatura https://escritores.online/escritor/aleilton-fonseca/
Baiana, da ALB (2005-2015). Tem diversos livros e artigos
publicados no Brasil e em outros países como França, Bél-
gica, Canadá, Estados Unidos, Itália, Uruguai e Paraguai.
O seu romance Nhô Guimarães foi adaptado para o
teatro em 2009. II. LINGUAGEM E INTERAÇÃO: comunicação
Em 2013 recebeu o título de Professor de Honra de e mensagem; código, língua e linguagem;
Humanidades, pela Universidad del Norte, em Assunção, a intencionalidade do discurso; funções da
Paraguai. linguagem; figuras de linguagem.
Em 2014 recebeu o Troféu Carlos Drummond de An-
drade (Itabira-MG), a Medalha Luis Vaz de Camões (Núcleo
Académico de Letras e Artes de Lisboa) e a Comenda do
Mérito Cultural, concedida pela Secretaria da Cultura, do Teoria da comunicação: Emissor, mensagem e receptor
Governo do Estado da Bahia. Também recebeu as meda-
lhas Pedro Calmon (Associação Baiana de Imprensa, 2002), Nas situações de comunicação, alguns elementos são
Euclides da Cunha (Academia Brasileira de Letras, 2009) e sempre identificados, isto é, sem eles, pode-se dizer que não
Arlindo Fragoso (Academia de Letras da Bahia, 2010). há comunicação. É o que diz a teoria da comunicação.
É membro da Academia de Letras da Bahia, da Acade- Os elementos da comunicação são:
mia de Letras de Itabuna, da União Brasileira de Escritores
-SP e do PEN Clube do Brasil. Emissor ou destinador: alguém que emite a mensa-
Integra a Association Internationale de la Critique Lit- gem. Pode ser uma pessoa, um grupo, uma empresa, uma
téraire, sediada na França, da qual foi vice-presidente para instituição.
América do Sul, em 2013-2014.
Receptor ou destinatário: a quem se destina a men-
Bibliografia sagem. Pode ser uma pessoa, um grupo ou mesmo um ani-
mal, como um cão, por exemplo.
Ficção:
Jaú dos bois e outros contos. 1997. Código: a maneira pela qual a mensagem se organiza.
O desterro dos mortos (contos). 2001. O código é formado por um conjunto de sinais, organizados
O canto de Alvorada. (contos). 2003. de acordo com determinadas regras, em que cada um dos
Nhô Guimarães: romance em homenagem a Guima- elementos tem significado em relação com os demais. Pode
rães Rosa. 2006. ser a língua, oral ou escrita, gestos, código Morse, sons etc.
Les marques du feu et autres nouvelles de Bahia. 2008. O código deve ser de conhecimento de ambos os envolvi-
Tradução de Dominique Stoenesco. dos: emissor e destinatário.

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Canal de comunicação: meio físico ou virtual, que - Função metalinguística: Essa função refere-se à me-
assegura a circulação da mensagem, por exemplo: ondas talinguagem, que é quando o emissor explica um código
sonoras, no caso da voz. O canal deve garantir o contato usando o próprio código. Quando um poema fala da pró-
entre emissor e receptor. pria ação de se fazer um poema, por exemplo:
“Pegue um jornal
Mensagem: é o objeto da comunicação, é constituída Pegue a tesoura.
pelo conteúdo das informações transmitidas. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja
dar a seu poema.
Referente: o contexto, a situação à qual a mensagem Recorte o artigo.”
se refere. O contexto pode se constituir na situação, nas Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema
circunstâncias de espaço e tempo em que se encontra o dadaísta” utiliza o código (poema) para explicar o próprio
remetente da mensagem. Pode também dizer respeito aos ato de fazer um poema.
aspectos do mundo textual da mensagem.
- Função fática: O objetivo dessa função é estabele-
Todo sistema de comunicação é constituído por esse cer uma relação com o emissor, um contato para verificar
conjunto de elementos, que entra em jogo em cada ato de se a mensagem está sendo transmitida ou para dilatar a
comunicação para assegurar a troca de informações. conversa. Quando estamos em um diálogo, por exemplo,
Nem sempre a troca de informações é bem sucedi- e dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”, estamos
da. Denomina--se ruído os elementos que perturbam, difi- utilizando este tipo de função; ou quando atendemos o ce-
cultam a compreensão pelo destinador, como por exemplo, lular e dizemos “Oi” ou “Alô”.
o barulho ou mesmo uma voz muito baixa. O ruído pode
ser também de ordem visual, como borrões, rabiscos etc. - Função poética: O objetivo do emissor é expressar
seus sentimentos através de textos que podem ser enfati-
Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portu- zados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do
gues/teoria-da-comunicacao-emissor-mensagem-e-re-
ritmo, além de elaborar novas possibilidades de combina-
ceptor.htm
ções dos signos linguísticos. É presente em textos literários,
publicitários e em letras de música.
Funções da Linguagem
Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0
Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de
- Função referencial ou denotativa: transmite uma in-
Paulo Paes faz uma combinação de palavras que passa a
formação objetiva, expõe dados da realidade de modo ob-
ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.
jetivo, não faz comentários, nem avaliação. Geralmente, o
texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural,
pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, Adequação Conceitual
ou seja, não há possibilidades de outra interpretação além
da que está exposta. Na construção de um texto, assim como na fala, usa-
Em alguns textos é mais predominante essa função, mos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreen-
como nos científicos, jornalísticos, técnicos, didáticos ou são do que é dito, ou lido. Esses mecanismos linguísticos
em correspondências comerciais. que estabelecem a conectividade e retomada do que foi
escrito ou dito, são os referentes textuais, que buscam
- Função emotiva ou expressiva: o objetivo do emis- garantir a coesão textual para que haja coerência, não só
sor é transmitir suas emoções e anseios. A realidade é entre os elementos que compõem a oração, como também
transmitida sob o ponto de vista do emissor, a mensagem entre a sequência de orações dentro do texto.
é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta- Essa coesão também pode muitas vezes se dar de
se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores que
interrogação e reticências) é uma característica da função os participantes do processo têm com o tema. Por exem-
emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e re- plo, o uso de uma determinada sigla, que para o público
força a entonação emotiva. Essa função é comum em poe- a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral, evita
mas ou narrativas de teor dramático ou romântico. que se lance mão de repetições inúteis.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
- Função conativa ou apelativa: O objetivo é de in- ginária - composta de termos e expressões - que une os
fluenciar, convencer o receptor de alguma coisa por meio diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite ou de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam estar ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desem- mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
penho!). Esse tipo de função é muito comum em textos pu- orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor-
blicitários, em discursos políticos ou de autoridade. re daí a coerência textual.

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o Já os componentes concentram em si a significação.


apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe- Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito:
rência é resultado do mau uso daqueles elementos de coe- “Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi-
são textual. Na organização de períodos e de parágrafos, cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de-
um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem
prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele- como os advérbios de tempo, referenciam o momento da
mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal. enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
não se constrói com um amontoado de palavras e orações. (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns
Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo
independência sintática e semântica, recobertos por unidades ano, depois de (futuro).”
melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que
textos desconexos – é imprescindível que haja uma unidade, haja sentido no texto, esse é o papel da coerência, e coe-
ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes forman- rência relaciona--se intimamente a contexto.
do o texto.
Além disso, relembre-se de que, por coesão, entende-se A seleção vocabular
ligação, relação, nexo entre os elementos que compõem a
estrutura textual. Na produção de texto, a seleção vocabular também
é importante elemento de coesão, já que, muitas vezes,
Há diversas formas de se garantir a coesão entre os substituímos uma palavra que já empregamos por outra
elementos de uma frase ou de um texto: que lhe retoma o sentido. Observe:
- Substituição de palavras com o emprego de sinônimos, Os advogados do réu apresentaram um pedido ao juiz,
ou de palavras ou expressões do mesmo campo associativo. no entanto o magistrado não acatou a solicitação dos patro-
nos do acusado.
- Nominalização – emprego alternativo entre um verbo,
o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar / des-
Nessa frase, as palavras magistrado, solicitação, patro-
gaste / desgastante).
nos e acusado funcionam como elementos de coesão, pois
- Repetição na ligação semântica dos termos, emprega-
retomam, respectivamente, os termos juiz, pedido, advoga-
da como recurso estilístico de intenção articulatória, e não
dos e réu. Veja que a seleção vocabular utilizada na frase
uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário.
acima, além de dar coesão ao texto, tem função estilística,
Por exemplo, “Grande no pensamento, grande na ação, gran-
pois permite que não se repitam as mesmas palavras.
de na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e
só.” (Rocha Lima) Os mecanismos de combinação e seleção – a coerên-
- Uso de hipônimos – relação que se estabelece com cia e articulação de sentidos
base na maior especificidade do significado de um deles. Por
exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais genérico). Como você já deve ter percebido, escrever não é só
- Emprego de hiperônimos - relações de um termo de colocar as ideias no papel. Até porque essas ideias não sur-
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico. gem do nada. Elas fazem parte do processo de comunica-
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com ção de que participamos e de todas as informações que
gato. nos chegam, através de trocas de experiências com seus
- Substitutos universais, como os verbos vicários (verbos interlocutores e muita, muita leitura.
que substituem um outro empregado anteriormente). Ex.: Veja a manchete de um jornal de grande circulação na-
Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro. cional que publicou o seguinte:
Professoras mandam carta a deputados protestando
A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conec- contra o aumento de seus salários.
tivos, como certos pronomes, certos advérbios e expressões
adverbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifi- Repare que, da forma como a manchete foi redigida, o
ca-se quando, ao remeter a um enunciado anterior, a pala- leitor poderia entendê-la de dois modos diversos: as pro-
vra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se fessoras, chateadas com o aumento insignificante de seus
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O termo salários, reclamam, protestando, através de uma carta, aos
o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação senhores deputados; ou as professoras questionam o au-
entre as duas orações.). mento de salário que os deputados tiveram, comparando
com o salário delas e escrevem-nos protestando.
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a proprie- Por que essa dupla interpretação aconteceu e acontece
dade de fazer referência ao contexto situacional ou ao pró- quando menos esperamos?
prio discurso. Exercem, por excelência, essa função de pro- Nesse caso, é o emprego do pronome “seus” o causa-
gressão textual, dada sua característica: são elementos que dor desse duplo sentido. Podemos dizer que o pronome
não significam, apenas indicam, remetem aos componentes possessivo destacado tanto pode se referir aos salários das
da situação comunicativa. professoras como dos deputados.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Sendo o texto uma ‘unidade de sentido’, os elementos ‘É preciso que existam meios concretos ao alcance de
que o compõem (palavras, orações, períodos) precisam se todo o povo para a obtenção e divulgação de informações,
relacionar harmonicamente. e por esses meios o povo participe constantemente do go-
A estruturação de uma simples frase pode ser compa- verno, que existe para realizar sua vontade, satisfazer suas
rada com a articulação de um esqueleto com seus ossos. necessidades e promover a melhoria de suas condições de
Do mesmo jeito que uma articulação entre dois ou mais vida”.
ossos acontece, resultando num movimento, as palavras
devem combinar umas com as outras numa articulação de Repare que trabalhamos com os conectores (outro
pensamentos, tornando o texto coeso, com nexo. Não se nome para os conectivos), visando à perfeita relação de
esqueça de que nexo significa “ligação, vínculo”. sentido que deve haver entre as partes que compõem um
Esse modo de estruturar o texto, a combinação e sele- texto.
ção das palavras para evitar a falta de nexo, recebe o nome Sendo os conectivos elementos que relacionam partes
de mecanismos de coesão. de um discurso, estabelecendo relações de significado en-
A coesão decorre das relações de sentido que se ope- tre essas partes, possuem valores próprios, uns exprimindo
ram entre os elementos de um texto. Também resulta da finalidade, outros, oposição; outros, escolha e assim por
perfeita relação de sentido que tem de haver entre as par- diante.
tes de um texto. Assim, o uso de conectivos é de grande
importância para que possa haver coesão textual. A seleção vocabular é também um importante meca-
nismo coesivo e a estamos empregando quando substituí-
Leia o texto que se segue: mos uma palavra que já foi usada por outra que lhe retoma
“Além de ter liberdade para receber e transmitir infor- o sentido. Podemos usar sinônimos, pronomes (retos ou
mações é preciso que todos sejam livres para manifestar oblíquos), pronomes relativos, etc. Esse mecanismo seleti-
opiniões e críticas sobre o comportamento do governo. Não vo, além de dar coesão ao texto, tem função estilística, pois
basta, porém, dizer na Constituição que essas liberdades permite que as palavras não sejam repetidas.
existem. É preciso que existam meios concretos ao alcance De maneira geral, podemos dizer que temos um texto
de todo o povo para a obtenção e divulgação de informa- coerente e coeso quando este não contém contradições,
ções, e por esses meios o povo participe constantemente do o vocabulário utilizado está adequado, as afirmações são
governo, que existe para realizar sua vontade, satisfazer suas relevantes para o desenvolvimento do tema, os fatos estão
necessidades e promover a melhoria de suas condições de corretamente sequenciados, ou seja, o texto deverá estar
vida”. constituído de relações de sentido entre os vocábulos, ex-
DALLARI, Dalmo de Abreu. In: Viver em sociedade. São pressões e frases e do encadeamento linear das unidades
Paulo: Editora Moderna, 1985. p. 41. linguísticas no texto.
O inverso é verdadeiro e podemos dizer que não have-
Atente para o fato de que as orações que formam esse rá coesão quando, por exemplo, empregarmos conjunções
trecho apresentam uma perfeita relação de sentido criada e pronomes de modo inadequado, deixarmos palavras ou
com a ajuda dos conectivos. Vamos analisar um a um os até frases inteiras desconectadas e quando a escolha voca-
períodos encontrados no texto transcrito acima para en- bular for inadequada, levando à ambiguidade, entre outros
tender esses mecanismos relacionais que os conectivos nos problemas.
dão. Aconselhamos que, para se perceber a falta de coesão
“Além de ter liberdade para receber e transmitir infor- no texto produzido por você, o melhor que se tem a
mações é preciso que todos sejam livres para manifestar opi- fazer é lê-lo atentamente, estabelecer as relações entre as
niões e críticas sobre o comportamento do governo.” palavras que o compõem, as orações que formam os perío-
No 1º segmento, encontramos a locução conjuntiva dos e, por fim, os períodos que formam o texto.
“além de” que introduz as orações seguintes, ambas subor- Como você pôde notar, a coesão e a coerência textuais
dinadas adverbiais finais ‘para receber e (para) transmitir’, são elementos facilitadores para a compreensão perfeita
que por sua vez são coordenadas aditivas entre si, ou seja, de um texto.
têm a mesma função. Coerência diz respeito a tudo que se harmoniza entre
Na 2ª oração “Não basta, porém, dizer na Constituição si, que tem ligação. O conceito da palavra relaciona-se à
que essas liberdades existem”, a conjunção destacada indica presença de conexão, de nexo entre as ideias. Isso porque
contradição, oposição ou restrição ao que foi dito na ora- buscamos sempre a existência de sentido, quer seja ao
ção anterior. refletirmos sobre algo, quer seja interpretando o que nos
Já no último segmento do texto encontramos o pro- rodeia, quer seja ao tentarmos compreender o conteúdo
nome relativo “que” retomando o substantivo “governo” daquilo que nos é apresentado em forma de texto escrito.
da oração anterior e que aparece como oração principal Assim, podemos inferir que o uso de algumas expressões
de três outras orações subordinadas a ela, também com pode comprometer o entendimento de um texto.
o sentido de finalidade – para realizar sua vontade; (para)
satisfazer suas necessidades e (para) promover a melhoria
de suas condições de vida.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Tipos de Discurso A Análise do Discurso é uma prática da linguística no


campo da Comunicação, e consiste em analisar a estrutura
Discurso é a prática humana de construir textos, sejam de um texto e, a partir disto, compreender as construções
eles escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso é uma prá- ideológicas presentes no mesmo.
tica social. A análise de um discurso deve, portanto, conside- O discurso em si é uma construção linguística atrelada
rar o contexto em que se encontra, assim como as persona- ao contexto social no qual o texto é desenvolvido. Ou seja,
gens e as condições de produção do texto. as ideologias presentes em um discurso são diretamente
Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos determinadas pelo contexto político-social em que vive o
de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discur- seu autor. Mais que uma análise textual, a análise do Dis-
so indireto livre. Não necessariamente estes três discursos curso é uma análise contextual da estrutura discursiva em
estão separados, eles podem aparecer juntos em um texto. questão.
Dependerá de quem o produziu. Michel Foucault descreveu a Ordem do Discurso como
Vejamos cada um deles: uma construção de características sociais. A sociedade que
promove o contexto do discurso analisado é a base de toda
Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens a estrutura do texto, atrelando, deste modo, todo e qual-
ganham voz. É o que ocorre normalmente em diálogos. Isso quer elemento que possa fazer parte do sentido do discur-
permite que traços da fala e da personalidade das perso- so. O texto só pode assim ser chamado se o seu receptor
nagens sejam destacados e expostos no texto. O discurso for capaz de compreender o seu sentido, e isto cabe ao
direto reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos autor do texto e à atenção que o mesmo der ao contex-
como dizer, falar, perguntar, entre outros, servem para que to da construção de seu discurso. É a relação básica para
as falas das personagens sejam introduzidas e elas ganhem a existência da comunicação verbal: emissão – recepção –
vida, como em uma peça teatral. compreensão.
Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito As práticas discursivas geram também outros âmbi-
comuns durante a reprodução das falas. Ex. tos de análise do discurso, como o Universo de Concor-
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis
rências, que consiste na competição entre vários emisso-
que suspira lá na língua dele - Chente! que vida dura esta de
res para atingir um mesmo público-alvo. A partir disto, os
guaxinim do banhado!...”
emissores precisam inteirar-se do contexto da vida do seu
“- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”
receptor, para que deste modo possam interpelá-lo segun-
do sua própria ideologia, fazendo com que sua mensagem
Discurso Indireto: O narrador conta a história e repro-
seja recebida e assimilada pelo receptor sem que o mesmo
duz fala e reações das personagens. É escrito normalmente
perceba que está sendo alvo de uma tentativa de conven-
em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador utiliza-se de pa-
cimento, por assim dizer.
lavras suas para reproduzir aquilo que foi dito pela perso-
nagem. Ex. Dentro da análise do Discurso há também o discurso
“Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de estético, feito por meio de imagens, e que interpelam o in-
Assis) divíduo através de sua sensibilidade, que está ligada ao seu
“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, contexto também. A sensibilidade de um indivíduo define-
pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio se a partir do que ao longo de sua vida torna-se importante
e mesmo se o tivesse não poderia consultá-lo à fraca luz da e desperta-lhe sentimentos. Com isto, podemos analisar as
masmorra, imaginava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto) artes produzidas em diferentes épocas da história em todo
o mundo e perceber as diferentes formas de interpelação e
Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira contextualidade presentes nas mesmas. O discurso estético
pessoa e o narrador conta a história, mas as personagens tem a mesma capacidade ideológica que o discurso ver-
têm voz própria, de acordo com a necessidade do autor de bal, com a vantagem de atingir o indivíduo esteticamente,
fazê-lo. Sendo assim é uma mistura dos outros dois tipos de o que pode render muito mais rapidamente o sucesso do
discurso e as duas vozes se fundem. Ex. discurso aplicado.
“Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez A partir na análise de todos os aspectos do discurso
com a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desani- chega-se ao mais importante: o sentido. O sentido do dis-
mado. Que pena! Houve um momento em que esteve quase... curso não é fixo, por vários motivos: pelo contexto, pela es-
quase!” tética, pela ordem do discurso, pela sua forma de constru-
“Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. En- ção. O sentido do discurso encontra-se sempre em aberto
tretanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria Machado) para a possibilidade de interpretação do seu receptor. O
“D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. efeito do discurso é, claramente, transmitir uma mensagem
Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos ir- e alcançar um objetivo premeditado através da interpreta-
mãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos) ção e interpelação do indivíduo alvo.

FONTE:
http://www.infoescola.com/redacao/tipos-de-discurso/

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Figuras de Linguagem - o efeito pela causa.


Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substi-
Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer tui o trabalho)
figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimen-
to, além de auxiliar a compreender melhor os textos literá- Perífrase
rios, deixa-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao É a designação de um ser através de alguma de suas
significado simbólico das palavras e dos textos. características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.
Definição: Figuras de linguagem são certos recursos A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetá-
não--convencionais que o falante ou escritor cria para dar culos. (Veneza Brasileira = Recife)
maior expressividade à sua mensagem. A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Ci-
dade Maravilhosa = Rio de Janeiro)
Metáfora
É o emprego de uma palavra com o significado de ou- Antítese
tra em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.
uma comparação subentendida. Nada com Deus é tudo.
Minha boca é um túmulo. Tudo sem Deus é nada.
Essa rua é um verdadeiro deserto.
Eufemismo
Comparação Consiste em suavizar palavras ou expressões que são
Consiste em atribuir características de um ser a outro, desagradáveis.
em virtude de uma determinada semelhança. Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu
O meu coração está igual a um céu cinzento. = morrer)
O carro dele é rápido como um avião. Os homens públicos envergonham o povo. (homens pú-
blicos = políticos)
Prosopopeia
É uma figura de linguagem que atribui características Hipérbole
humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la É um exagero intencional com a finalidade de tornar
de PERSONIFICAÇÃO. mais expressiva a ideia.
O céu está mostrando sua face mais bela. Ela chorou rios de lágrimas.
O cão mostrou grande sisudez. Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda.

Sinestesia Ironia
Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos
(mistura dos cinco sentidos). o contrário do que pensamos.
Raquel tem um olhar frio, desesperador. Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.
Aquela criança tem um olhar tão doce. Se você gritar mais alto, eu agradeço.

Catacrese Onomatopeia
É o emprego de uma palavra no sentido figurado por Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz na-
falta de um termo próprio. tural dos seres.
O menino quebrou o braço da cadeira. Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.
A manga da camisa rasgou. Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite
toda.
Metonímia
Aliteração
É a substituição de uma palavra por outra, quando Consiste na repetição de um determinado som conso-
existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos nantal no início ou interior das palavras.
que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empre- O rato roeu a roupa do rei de Roma.
gamos:
- O autor pela obra. Elipse
Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares) Consiste na omissão de um termo que fica subentendi-
do no contexto, identificado facilmente.
- o continente pelo conteúdo. Após a queda, nenhuma fratura.
O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo
os torcedores) Zeugma
Consiste na omissão de um termo já empregado ante-
- a parte pelo todo. riormente.
Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto subs- Ele come carne, eu verduras.
titui casa)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Pleonasmo São conhecidas pelo nome de figuras de pensamen-


to os recursos estilísticos utilizados para incrementar o
Consiste na intensificação de um termo através da sua significado das palavras no seu aspecto semântico.
repetição, reforçando seu significado. São oito as figuras de pensamento:
Nós cantamos um canto glorioso.
1) Antítese
Polissíndeto É a aproximação de palavras ou expressões de senti-
dos opostos. O contraste que se estabelece serve para dar
É a repetição da conjunção entre as orações de um pe- uma ênfase aos conceitos envolvidos, o que não ocorreria
ríodo ou entre os termos da oração. com a exposição isolada dos mesmos. Exemplos:
Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para Viverei para sempre ou morrerei tentando.
dançar. Do riso se fez o pranto.
Hoje fez sol, ontem, porém, choveu muito.
Assíndeto
Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas 2) Apóstrofe
orações. É assim denominado o chamamento do receptor da
Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos mensagem, seja ele de natureza imaginária ou não. É utili-
para dançar. zada para dar ênfase à expressão e realiza-se por meio do
vocativo. Exemplos:
Anacoluto Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?
Consiste numa mudança repentina da construção sin- Pai Nosso, que estais no céu;
tática da frase. Ó meu querido Santo António;
Ele, nada podia assustá-lo.
- Nota: o anacoluto ocorre com frequência na lingua- 3) Paradoxo
gem falada, quando o falante interrompe a frase, abando-
É uma proposição aparentemente absurda, resultante
nando o que havia dito para reconstruí-la novamente.
da união de ideias que se contradizem referindo-se ao
mesmo termo. Os paradoxos viciosos são denominados
Anáfora
Oxímoros (ou oximoron). Exemplos:
Consiste na repetição de uma palavra ou expressão
“Menino do Rio / Calor que provoca arrepio...”
para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior ex-
“Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e
pressividade.
não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que
Cada alma é uma escada para Deus,
desatina sem doer;” (Camões)
Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
Cada alma é um rio correndo por margens de Externo
Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fer- 4) Eufemismo
nando Pessoa) Consiste em empregar uma expressão mais suave,
mais nobre ou menos agressiva, para atenuar uma verdade
Silepse tida como penosa, desagradável ou chocante. Exemplos:
Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia “E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir Deus
e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: lhe pague”. (Chico Buarque).
gênero, número e pessoa. paz derradeira = morte
- De gênero: Vossa excelência está preocupado com as
notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à 5) Gradação
forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a Na gradação temos uma sequência de palavras que
pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não intensificam a mesma ideia. Exemplo:
com o sujeito). “Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo.”
- De número: A boiada ficou furiosa com o peão e der- (Castro Alves).
rubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com a
ideia de plural da palavra boiada). 6) Hipérbole
- De pessoa: As mulheres decidimos não votar em de- É a expressão intencionalmente exagerada com o in-
terminado partido até prestarem conta ao povo. (nesse tipo tuito de realçar uma ideia, proporcionando uma imagem
de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os partici- emocionante e de impacto. Exemplos:
pantes de um sujeito em 3ª pessoa). “Faz umas dez horas que essa menina penteia esse ca-
belo”.
Fonte: Ele morreu de tanto rir.
http://juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/figuras-
linguagem001.asp

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

7) Ironia Rondó dos cavalinhos


Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, [...]
pela contradição de termos, pretende-se questionar certo
tipo de pensamento. A intenção é depreciativa ou sarcás- Os cavalinhos correndo,
tica. Exemplos: E nós, cavalões, comendo...
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que O Brasil politicando,
estão por perto. Nossa! A poesia morrendo...
“Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / O sol tão claro lá fora,
burra como uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade). O sol tão claro, Esmeralda,
E em minhalma — anoitecendo!
8) Prosopopeia ou Personificação Manuel Bandeira
Consiste na atribuição de ações, qualidades ou carac- Notamos que em todos os versos há a omissão do ver-
terísticas humanas a seres não humanos. Exemplos: bo estar, sendo este facilmente identificado pelo contexto.
Chora, viola.
A morte mostrou sua face mais sinistra. Zeugma
O morro dos ventos uivantes. Ao contrário da elipse, na zeugma ocorre a omissão
de um termo já expresso no discurso. Constatemos: Maria
Figuras de construção ou sintaxe integram as cha- gosta de Matemática, eu de Português.
madas figuras de linguagem, representando um subgrupo Observamos que houve a omissão do verbo gostar.
destas. Dessa forma, tendo em vista o padrão não conven-
cional que prevalece nas figuras de linguagem (ou seja, a Anáfora
subjetividade, a sensibilidade por parte do emissor, dei- Essa figura de linguagem se caracteriza pela repetição
xando às claras seus aspectos estilísticos), devemos com- intencional de um termo no início de um período, frase ou
preender sua denominação. Em outras palavras, por que verso. Observemos um caso representativo:
“figuras de construção ou sintaxe”? A Estrela
Podemos afirmar que assim se denominam em virtude
de apresentarem algum tipo de modificação na estrutura Vi uma estrela tão alta,
da oração, tendo em vista os reais e já ressaltados objeti- Vi uma estrela tão fria!
vos da enunciação (do discurso) – sendo o principal con- Vi uma estrela luzindo
ferir ênfase a ela. Na minha vida vazia.
Assim sendo, comecemos entendendo que, em ter-
mos convencionais, a estrutura sintática da nossa língua Era uma estrela tão alta!
se perfaz de uma sequência, demarcada pelos seguintes Era uma estrela tão fria!
elementos: Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
SUJEITO + PREDICADO + COMPLEMENTO [...]
Manuel Bandeira
(Nós) CHEGAMOS ATRASADOS À REU-
NIÃO. Notamos a utilização de termos que se repetem suces-
sivamente em cada verso da criação de Manuel Bandeira.
Temos, assim, um sujeito oculto – nós; um predicado
verbal – chegamos atrasados; e um complemento, repre- Polissíndeto
sentado por um adjunto adverbial de lugar – à reunião. Figura cuja principal característica se define pela repe-
Quando há uma ruptura dessa sequência lógica, mate- tição enfática do conectivo, geralmente representado pela
rializada pela inversão de termos, repetição ou até mesmo conjunção coordenada “e”. Observemos um verso extraído
omissão destes, é justamente aí que as figuras em questão de uma criação de Olavo Bilac, intitulada “A um poeta”:
se manifestam. Desse modo, elas se encontram muito pre- “Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!”
sentes na linguagem literária, na publicitária e na lingua-
gem cotidiana de forma geral. Vejamos cada uma delas de Assíndeto
modo particular: Diferentemente do que ocorre no polissíndeto, mani-
festado pela repetição da conjunção, no assíndeto ocorre
Elipse a omissão deste. Vejamos: Vim, vi, venci (Júlio César)
Tal figura se caracteriza pela omissão de um termo na Depreendemos que se trata de orações assindéticas,
oração não expresso anteriormente, contudo, facilmente justamente pela omissão do conectivo “e”.
identificado pelo contexto. Vejamos um exemplo:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Anacoluto
Trata-se de uma figura que se caracteriza pela inter-
rupção da sequência lógica do pensamento, ou seja, em III. LEITURA: Compreensão literal – relações de
termos sintáticos, afirma-se que há uma mudança na coerência: ideia de coerência; ideia principal;
construção do período, deixando algum termo desligado detalhes de apoio, relações de causa e efeito,
do restante dos elementos. Vejamos: sequência temporal, sequência espacial,
Essas crianças de hoje, elas estão muito evoluídas. relações de comparação e contraste. O processo
Notamos que o termo em destaque, que era para re- de letramento. Relações coesivas: referência,
presentar o sujeito da oração, encontra-se desligado dos substituição, elipse, repetição. Indícios
demais termos, não cumprindo, portanto, nenhuma fun- contextuais: definição, exemplo modificadores,
ção sintática. recolocação, estruturas paralelas, conectivos,
repetição de palavras chave. Relações de
Inversão (ou Hipérbato) sentido entre palavras: sinonímia/antonímia/
Trata-se da inversão da ordem direta dos termos da hiperonímia/hiponímia/campo semântico.
oração. Constatemos: Eufórico chegou o menino. Compreensão interpretativa: propósito do
Deduzimos que o predicativo do sujeito (pois se trata autor, informações implícitas, distinção
de um predicado verbo-nominal) encontra-se no início da
entre fato e opinião. Organização retórica:
oração, quando este deveria estar expresso no final, ou
generalização, exemplificação, descrição,
seja: O menino chegou eufórico.
definição, exemplificação/especificação,
Pleonasmo explanação, classificação, elaboração. Seleção
Figura que consiste na repetição enfática de uma ideia de inferência: compreensão crítica.
antes expressa, tanto do ponto de vista sintático quanto
semântico, no intuito de reforçar a mensagem. Exemplo:
Vivemos uma vida tranquila. Não basta conhecer o conteúdo das partes de um tra-
O termo em destaque reforça uma ideia antes ressal- balho: introdução, desenvolvimento e conclusão. Além de
tada, uma vez que viver já diz respeito à vida. Temos uma saber o que se deve (e o que não se deve) escrever em
repetição de ordem semântica. cada parte constituinte do texto, é preciso saber escrever
A ele nada lhe devo. obedecendo às normas de coerência e coesão. Antes de
mais nada, é necessário definir os termos: coerência diz res-
Percebemos que o pronome oblíquo (lhe) faz refe- peito à articulação do texto, à compatibilidade das ideias,
rência à terceira pessoa do singular, já expressa. Trata-se, à lógica do raciocínio, a seu conteúdo. Coesão refere-se à
portanto, de uma repetição de ordem sintática demarcada expressão linguística, ao nível gramatical, às estruturas fra-
pelo que chamamos de objeto direto pleonástico. sais e ao emprego do vocabulário.
Coerência e coesão relacionam-se com o processo de
Observação importante: O pleonasmo utilizado sem produção e compreensão do texto. A coesão contribui para
a intenção de conferir ênfase ao discurso, torna-se o que a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta
denominamos de vício de linguagem – ocorrência que coesão. Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente
deve ser evitada. Como, por exemplo: subir para cima, des- coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em
cer para baixo, entrar para dentro, entre outras circunstân- outras palavras: um texto pode ser gramaticalmente bem
cias linguísticas. construído, com frases bem estruturadas, vocabulário cor-
reto, mas apresentar ideias sem nexo, sem uma sequência
lógica: há coesão, mas não coerência. Por outro lado, um
texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas,
sem que no plano da expressão as estruturas frasais sejam
gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não coesão.
A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela
hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela tem ori-
gem nas estruturas profundas, no conhecimento do mundo
de cada pessoa, aliada à competência linguística. Deduz-se
que é difícil ensinar coerência textual, intimamente ligada
à visão de mundo, à origem das ideias no pensamento. A
coesão, porém, refere-se à expressão linguística, aos pro-
cessos sintáticos e gramaticais do texto.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão: “Retomada das rédeas da programação.”


Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de que diz respeito à programação. = correta
um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa ade-
quada relação semântica, que se manifesta na compatibi- O emprego de vocabulário inadequado prejudica mui-
lidade entre as ideias. (Na linguagem popular: “dizer coisa tas vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redi-
com coisa” ou “uma coisa bate com outra”). gir, empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conheci-
do texto, numa linha de sequência e com os quais se es- mentos linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o
tabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo significado de determinada palavra, mas não sabe empre-
coesivo faz-se via gramática, fala-se em coesão gramatical. gá-la adequadamente, isso ocorre frequentemente com o
Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical. emprego dos conectivos (preposições e conjunções). Não
basta saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas
Coerência nominais no interior das frases e que as conjunções ligam
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do frases dentro do período; é necessário empregar adequa-
texto; damente tanto umas como outras. É bem verdade que, na
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão maioria das vezes, o emprego inadequado dos conectivos
conceitual; remete aos problemas de regência verbal e nominal.
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o Exemplos:
todo, com o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e fra- “Estar inteirada com os fatos” significa participação, in-
ses. teração.
“Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento
Coesão dos fatos, estar informada.
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabelece conexão “Ir de encontro” significa divergir, não concordar.
sequencial; “Ir ao encontro” quer dizer concordar.
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as
partes componentes do texto; “Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das ideias” significa a liberdade não é ameaça;
frases. “Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de
ideias”, isto é, a liberdade fica ameaçada.
Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibili-
dade ou compreensão do texto. Um texto bem redigido Quanto à regência verbal, convém sempre consultar
tem parágrafos bem estruturados e articulados pelo enca- um dicionário de verbos, pois muitos deles admitem duas
deamento das ideias neles contidas. As estruturas frasais ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem um sig-
devem ser coerentes e gramaticalmente corretas, no que nificado específico. Lembre-se, a propósito, de que as dúvi-
diz respeito à sintaxe. O vocabulário precisa ser adequado das sobre o emprego da crase decorrem do fato de consi-
e essa adequação só se consegue pelo conhecimento dos derar-se crase como sinal de acentuação apenas, quando o
significados possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais problema refere-se à regência nominal e verbal.
comuns de redação sejam devidos à impropriedade do vo- Exemplos:
cabulário e ao mau emprego dos conectivos (conjunções,
que têm por função ligar uma frase ou período a outro). Eis O verbo assistir admite duas regências:
alguns exemplos de impropriedade do vocabulário, colhi- assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar
dos em redações sobre censura e os meios de comunica- assistência (O médico assiste o doente):
ção e outras. Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti
ao jogo da seleção).
“Nosso direito é frisado na Constituição.”
Nosso direito é assegurado pela Constituição. = correta Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear
(Pedi o jornal do dia).
“Estabelecer os limites as quais a programação deveria Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu
estar exposta.” que fizessem silêncio).
Estabelecer os limites aos quais a programação deveria Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da clas-
estar sujeita. = correta se); significa também pedir em favor de alguém (A Diretora
pediu ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos,
“A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.” pedir algo a alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá
A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensa- -lo); pode significar ainda exigir, reclamar (Os professores
cionalistas ou punir os meios de comunicação que veiculam pedem aumento de salário).
tais notícias. = correta

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

O mau emprego dos pronomes relativos também pode Equivalência e Transformação de Estruturas
levar à falta de coesão gramatical. Frequentemente, empre-
ga-se no qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da
clareza do texto; outras vezes, o emprego é desnecessário “Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase
ou inadequado. leva- -nos a refletir sobre a organização das
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para ideias em um texto. Significa dizer que, antes da redação,
mim no qual estava sem remetente”. (Chegou com um enve- naturalmente devemos dominar o assunto sobre o qual
lope que (o qual) estava sem remetente). iremos tratar e, posteriormente, planejar o modo como ire-
mos expô-lo, do contrário haverá dificuldade em transmitir
“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da ideias bem acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de
sensibilidade...” textos e a experiência de vida antecedem o ato de escrever.
Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos
delas (palavras cheias de sensibilidade). escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne-
cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as-
frases, aconselha-se levar em conta as seguintes sugestões sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores.
para o emprego correto dos articuladores sintáticos (conjun- O estudo da pontuação pode se tornar um valioso alia-
ções, preposições, locuções prepositivas e locuções conjuntivas). do para organizarmos as ideias de maneira clara em frases.
- Para dar ideia de oposição ou contradição, a articu- Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sin-
lação sintática faz-se por meio de conjunções adversativas: taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramá-
mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. Podem tica que estuda a disposição das palavras na frase e a das
também ser empregadas as conjunções concessivas e locu- frases no discurso, bem como a relação lógica das frases en-
ções prepositivas para introduzir a ideia de oposição aliada à tre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistura”,
concessão: embora, ou muito embora, apesar de, ainda que, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produzirem
conquanto, posto que, a despeito de, não obstante.
um sentido evidente para os receptores das nossas mensa-
- A articulação sintática de causa pode ser feita por meio
gens. Observe:
de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como,
1)A desemprego globalização no Brasil e no na está La-
por isso que, visto que, uma vez que, já que. Também podem
tina América causando.
ser empregadas as preposições e locuções prepositivas: por,
2) A globalização está causando desemprego no Brasil e
por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em conse-
na América Latina.
quência de, por motivo de, por razões de.
- O principal articulador sintático de condição é o “se”:
Se o time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso, con- frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de
tanto que, desde que, a menos que, a não ser que. “uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação
- O emprego da preposição “para” é a maneira mais co- inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de
mum de expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de
de juros para que a economia se estabilize” ou para a econo- língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul-
mia estabilizar-se. “Teresa vai estudar bastante para fazer boa tural do mundo atual.
prova.” Há outros articuladores que expressam finalidade: a
fim de, com o propósito de, na finalidade de, com a intenção A Ordem dos Termos na Frase
de, com o objetivo de, com o fito de, com o intuito de.
- A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
dos articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto, ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
Para introduzir mais um argumento a favor de determinada mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
conclusão emprega- -se ainda. Os articuladores aliás, tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
além do mais, além disso, além de tudo, introduzem um ar- acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa
gumento decisivo, cabal, apresentado como um acréscimo, dizer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inver-
para justificar de forma incontestável o argumento contrário. sões e intercalações em nossas frases, conforme a nossa
- Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desen- vontade e estilo. Tudo depende da maneira como quere-
volvimento do que foi dito empregam-se os articuladores: mos transmitir uma ideia. Por exemplo, podemos expressar
isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditi- a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:
va “e” anuncia não a repetição, mas o desenvolvimento do dis- No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
curso, pois acrescenta uma informação nova, um dado novo, sando desemprego.
e se não acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada.
- Alguns articuladores servem para estabelecer uma Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma,
gradação entre os correspondentes de determinada escala. apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a
No alto dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; no alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo. para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e 2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa-
o que mais nos auxilia na organização de um período, pois rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu
facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora-
frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga- ção. Veja exemplos de tal incorreção:
nizadas aos nossos leitores. O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desempre-
O básico para a organização sintática das frases é a or- go.
dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu-
ram tal ordem da seguinte maneira: Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL+ CIR- os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas,
CUNSTÂNCIAS assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica nº2 para a colocação da vírgula. Dito em
A globalização + está causando+ desemprego + no Bra- outras palavras: quando intercalamos expressões e frases
sil nos dias de hoje. entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com
vírgulas. Vejamos:
Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to- A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu-
das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu- lo XX, causa desemprego no Brasil.
mas observações:
- As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.) Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o
normalmente são representadas por adjuntos adverbiais sujeito e o verbo. Outros exemplos:
de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan- A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases: na.
“No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas minhas
férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e outros ele- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
mentos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…” As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
Observações: quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
- tais construções não estão erradas, mas rompem com vo, por isto são também isoladas por vírgula.
a ordem direta; A globalização causa, caro leitor, desemprego no Bra-
- é preciso notar que em Língua Portuguesa, há muitas sil…
frases que não têm sujeito, somente predicado. Por exem-
plo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Friburgo. Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
São quatro horas agora; complemento.
- Outras frases são construídas com verbos intransiti- A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
vos, que não têm complemento: O menino morreu na Ale- no Brasil…
manha, (sujeito +verbo+ adjunto adverbial), A globalização
nasceu no século XX. (idem) Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
- Há ainda frases nominais que não possuem verbos: tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
Cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos verbal e os adjuntos.
existentes nelas. Obs: a simples negação em uma frase não exige vír-
Levando em consideração a ordem direta, podemos gula:
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil e na
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não América Latina.
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo
disto: 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
A globalização está causando desemprego no Brasil e na tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
América Latina. colocação da vírgula.
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula, sando desemprego…
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- No fim do século XX, a globalização causou desemprego
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: no Brasil…
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemen-
causam desemprego… = (três núcleos do sujeito) te se dá com a colocação das circunstâncias antes do su-
A globalização causa desemprego no Brasil, na América jeito. Trata- -se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em
Latina e na África. = (três adjuntos adverbiais) gramática, são representadas pelos adjuntos adverbiais.
A globalização está causando desemprego, insatisfação Muitas vezes, elas são colocadas em orações chamadas ad-
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. = verbiais que têm uma função semelhante a dos adjuntos
(três complementos verbais) adverbiais, isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Quando o século XX estava terminando, a globalização Letramento


começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de- Letramento é uma tradução para o português da palavra in-
senvolvem--se, a globalização causa desemprego nos países glesa “literacy” que pode ser traduzida como a condição de ser
pobres. letrado. Um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um in-
Durante o século XX, a Globalização causou desempre- divíduo letrado. Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e es-
go no Brasil. crever; letrado é aquele que sabe ler e escrever, mas que respon-
de adequadamente às demandas sociais da leitura e da escrita.
Obs 1: alguns gramáticos, Sacconi, por exemplo, consi- A linguagem é um fenômeno social, estruturada de forma
deram que as orações subordinadas adverbiais devem ser ativa e grupal do ponto de vista cultural e social. A palavra letra-
isoladas pela vírgula também quando colocadas após as mento é utilizada no processo de inserção numa cultura letrada.
suas orações principais, mas só quando No Brasil os conceitos de alfabetização e letramento se
mesclam e se confundem. A discussão do letramento surge
a) a oração principal tiver uma extensão grande: por
sempre envolvida no conceito de alfabetização, o que tem le-
exemplo: A globalização causa… , enquanto os países…(vide
vado a uma inadequada e imprópria síntese dos dois proce-
frase acima);
dimentos, com prevalência do conceito de letramento sobre
b) Se houver uma outra oração após a principal e antes o de alfabetização. Não se podem separar os dois processos,
da oração adverbial: A globalização causa desemprego no pois a princípio o estudo do aluno no universo da escrita se
Brasil e as pessoas aqui estão morrendo de fome , enquanto dá concomitantemente por meio desses dois processos.
nos países portadores de alta tecnologia… O conhecimento das letras é apenas um meio para o letra-
mento - que é o uso social da leitura e da escrita. Para formar
Obs 2: quando os adjuntos adverbiais são mínimos, cidadãos atuantes e interacionistas, é preciso conhecer a impor-
isto é, têm apenas uma ou duas palavras não há necessida- tância da informação sobre letramento e não de alfabetização.
de do uso da vírgula: Letrar significa colocar a criança no mundo letrado, trabalhando
Hoje a globalização causa desemprego no Panamá. com os distintos usos de escrita na sociedade. Essa inclusão co-
Ali a globalização também causou… meça muito antes da alfabetização, quando a criança começa
A não ser que queiramos dar ênfase: Aqui, a globali- a interagir socialmente com as práticas de letramento no seu
zação… mundo social. O letramento é cultural, por isso muitas crianças
já vão para a escola com o conhecimento alcançado de maneira
Obs3: na língua escrita, normalmente, ao realizarmos a informal absorvido no cotidiano. Ao conhecer a importância do
ordem inversa, emprestamos ênfase aos termos que prin- letramento, deixa-se de exercitar o aprendizado automático e
cipiam as frases. Veja este exemplo de Rui Barbosa desta- repetitivo, baseado na descontextualização.
cado por Garcia: Letramento é informar-se através da leitura, é buscar
“A mim, na minha longa e aturada e continua prática notícias e lazer nos jornais, é interagir selecionando o que
do escrever, me tem sucedido inúmeras vezes, depois de con- desperta interesse, divertindo-se com as histórias em quadri-
siderar por muito tempo necessária e insuprível uma locução nhos, seguir receita de bolo, a lista de compras de casa, fazer
nova, encontrar vertida em expressões antigas mais clara, comunicação através do recado, do bilhete, do telegrama.
expressiva e elegante a mesma ideia.”
Diferenças entre alfabetização e letramento
Estas três regras básicas não solucionam todos os pro-
Alfabetização
blemas de organização das frases, mas já dão um razoável
- Ensinar o código escrito;
suporte para que possamos começar a ordenar a expressão
- Signos e seus significados;
das nossas ideias. Em suma: o importante é não separar
- Ensinar a leitura;
os termos básicos das orações, mas, se assim o fizermos, - Codificação e decodificação;
seja intercalando ou invertendo elementos, então devemos - Participação em um mundo desconhecido.
usar a vírgula.
Letramento
- Quanto à equivalência e transformação de estru- - Refletir, interpretar;
turas, outro exemplo muito comum cobrado em provas - Leitura e compreensão de textos;
é o enunciado trazer uma frase no singular, por exem- - Leitura de mundo;
plo, e pedir que o aluno passe a frase para o plural, - Função social;
mantendo o sentido. Outro exemplo é o enunciado dar - Respeito às diferenças culturais;
a frase em um tempo verbal, e pedir para que a passe - Práticas sociais que utilizam à escrita;
para outro tempo verbal. - Libertação, construção da autonomia.

Fontes:
http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docen-
te/alfabetizacao.htm
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/
educacao/diferencas-entre-alfabetizacao-e-letramento/35083

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Sinônimo / Antônimo Questões sobre Significação das Palavras

- Sinônimos 01. Assinale a alternativa que preenche corretamente


São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto as lacunas da frase abaixo:
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. Da mesma forma que os italianos e japoneses _________
Observação: A contribuição greco-latina é responsável para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros ________
pela existência de numerosos pares de sinônimos: adver- para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor;
sário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e he- internamente, __________ para o Sul, pelo mesmo motivo.
miciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e a) imigraram - emigram - migram
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese. b) migraram - imigram - emigram
c) emigraram - migram - imigram.
- Antônimos d) emigraram - imigram - migram.
São palavras de significação oposta: ordem - anarquia; e) imigraram - migram – emigram
soberba - humildade; louvar - censurar; mal - bem.
Observação: A antonímia pode originar-se de um pre- Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; - Leia o texto para responder às questões de números 02
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- e 03.
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an-
ticomunista; simétrico e assimétrico. Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica

O que são Homônimos e Parônimos: Você comprou um smartphone e acha que aquele seu
celular antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo
- Homônimos para alguns pode ser matéria-prima para outros. O CMID
a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferen- – Centro Marista de Inclusão Digital –, que funciona junto
tes na pronúncia: ao Colégio Marista de Santa Maria, no Rio Grande do Sul,
rego (subst.) e rego (verbo); ensina os alunos do colégio a fazer robôs a partir de lixo
colher (verbo) e colher (subst.); eletrônico.
jogo (subst.) e jogo (verbo); Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo,
denúncia (subst.) e denuncia (verbo); constroem carros com sensores de movimento que respon-
providência (subst.) e providencia (verbo). dem à aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de
baterias de celular. “Tirando alguns sensores, que precisa-
b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e di- mos comprar, é tudo reciclagem”, comentou o instrutor de
ferentes na escrita: robótica do CMID, Leandro Schneider. Esses alunos também
acender (atear) e ascender (subir); aprendem a consertar computadores antigos. “O nosso pro-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); jeto só funciona por causa do lixo eletrônico. Se tivéssemos
cela (compartimento) e sela (arreio); que comprar tudo, não seria viável”, completou.
censo (recenseamento) e senso ( juízo); Em uma época em que celebridades do mundo digital
paço (palácio) e passo (andar). fazem campanha a favor do ensino de programação nas es-
colas, é inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São turma avançada de robótica do CMID que, aos 16 anos, já
palavras iguais na escrita e na pronúncia: sabe qual será sua profissão. “Quero ser programador. No
caminho (subst.) e caminho (verbo); início das aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me
cedo (verbo) e cedo (adv.); interessando”, disse.
livre (adj.) e livre (verbo). (Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013.
Adaptado)
- Parônimos
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro e
couro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede 02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns
e cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; au- sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... –
tuar e atuar; degradar e degredar; infligir e infringir; deferir pode ser substituída, sem alteração do sentido da mensa-
e diferir; suar e soar. gem, pela seguinte expressão:
A) Pelo menos
http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an- B) A contar de
tonimos,-homonimos-e-paronimos C) Em substituição a
D) Com exceção de
E) No que se refere a

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

03. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo 07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser preen-
para o termo destacado em – …“No início das aulas, eu chida com a primeira alternativa da série dada nos parênteses:
achava meio chato, mas depois fui me interessando”, disse. A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das enchen-
A) Estimulante. tes. (afim- a fim).
B) Cansativo. B) A bandeira está ________. (arreada - arriada).
C) Irritante. C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (inflingi-
D) Confuso. rem - infringirem).
E) Improdutivo. D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos. (con-
celhos - conselhos).
04. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cerca
NESP – 2013). Analise as afirmações a seguir. de - acerca de).
I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí- 08. Assinale a alternativa correta, considerando que à di-
do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. reita de cada palavra há um sinônimo.
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar
reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta- b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país)
ção. c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife- d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. – e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação
pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
do”, sem alterar o sentido do texto. GABARITO
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, 01. A 02. D 03. A 04. A
está correto o que se afirma em 05. D 06. E 07. E 08. A
A) I, II e III.
RESOLUÇÃO
B) III, apenas.
C) I e III, apenas.
1-) Da mesma forma que os italianos e japoneses imi-
D) I, apenas.
graram para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros
E) I e II, apenas.
emigram para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida
melhor; internamente, migram para o Sul, pelo mesmo
05. Leia as frases abaixo:
motivo.
1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi;
2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em 2-) “Com exceção de alguns sensores, que precisamos
Marte. comprar, é tudo reciclagem”...
3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas
de humor. 3-) antônimo para o termo destacado : “No início das au-
4 - ___________ dias que não falo com Alfredo. las, eu achava meio chato, mas depois fui me interessando”
“No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas de-
Escolha a alternativa que oferece a sequência correta pois fui me interessando”
de vocábulos para as lacunas existentes:
a) concerto – há – a – cessões – há; 4-)
b) conserto – a – há – sessões – há; I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso por
c) concerto – a – há – seções – a; homicídio. – o termo em destaque pode ser substituído, sem
d) concerto – a – há – sessões – há; alteração do sentido do texto, por “faz”. = correta
e) conserto – há – a – sessões – a . II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser rees-
crita da seguinte forma – Todo preso aspira à libertação. =
06. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- correta
NESP – 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para res- III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma diferente
ponder à questão. aqui no presídio devido ao bom comportamento. – pode-se
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes trans- substituir a expressão em destaque por “em razão do”, sem
mitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não alterar o sentido do texto. = correta
lhes impuseram limites de disciplina.
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse 5-)
trecho, é: 1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi;
A) de desprendimento. 2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe)
B) de responsabilidade. vida em Marte.
C) de abnegação. 3 – As sessões da câmara são verdadeiros progra-
D) de amor. mas de humor.
E) de egoísmo. 4- Há dias que não falo com Alfredo. (= tempo
passado)

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes - Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figurado”,
transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e que podemos dar a uma palavra.
não lhes impuseram limites de disciplina. Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse contextos:
trecho, é de egoísmo 1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento)
Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado 2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagradá-
nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações vel, que adota condutas pouco apreciáveis)
de um indivíduo beneficiam outros. É sinônimo de filan- 3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhe-
tropia. No sentido comum do termo, é muitas vezes per- ce muito sobre alguma coisa, “expert”)
cebida, também, como sinônimo de solidariedade. Esse No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido co-
conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as incli- mum (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em
nações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou sentido figurado.
coletivas). Podemos então concluir que um mesmo significante
(parte concreta) pode ter vários significados (conceitos).
7-)
A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das - Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com
enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para in- o seu significado primitivo e original, com o sentido do dicioná-
dicar que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas rio; usada de modo automatizado; linguagem comum. Veja este
que têm temperamentos afins, ou seja, parecidos) exemplo: Cortaram as asas da ave para que não voasse mais.
B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido
arreio no cavalo) próprio, comum, usual, literal.
C) Serão punidos os que infringirem o regulamen-
to. (inflingirem = aplicarem a pena) MINHA DICA - Procure associar Denotação com Dicio-
D) São sempre valiosos os conselhos dos mais ve- nário: trata-se de definição literal, quando o termo é utiliza-
do em seu sentido dicionarístico.
lhos; (concelhos= Porção territorial ou parte administrativa
de um distrito).
- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
E) Moro a cerca de cem metros da praça principal.
com o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou
(acerca de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.).
simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa lingua-
gem rica e expressiva. Veja este exemplo:
8-)
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes que
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) =
seja tarde demais.
significados invertidos Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma fi-
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = signifi- gurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de
cados invertidos ações; disciplina, limitação de conduta e comportamento.
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = signifi-
cados invertidos Fonte:
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação = http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-
significados invertidos justica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figura-
do-das-palavras.html
Denotação / Conotação
Questões sobre Denotação e Conotação
Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabo-
la, que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser de- 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
finida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma LO – ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto
língua, juntamente com a ideia associada a este conjunto. para responder à questão.
Outro dia, meu pai veio me visitar e trouxe uma caixa
de caquis, lá de Sorocaba. Eu os lavei, botei numa tigela na
varanda e comemos um por um, num silêncio reverencial,
Sentido Próprio e Figurado das Palavras nos olhando de vez em quando. Enquanto comia, eu pensava:
Deus do céu, como caqui é bom! Caqui é maravilhoso! O que
Pela própria definição acima destacada podemos per- tenho feito eu desta curta vida, tão afastado dos caquis?!
ceber que a palavra é composta por duas partes, uma delas Meus amigos e amigas e parentes queridos são como os
relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada caquis: nunca os encontro. Quando os encontro, relembro
significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) ex- como é prazeroso vê-los, mas depois que vão embora me es-
pressa, ao conceito que ela traz (denominada significado). queço da revelação. Por que não os vejo sempre, toda sema-
Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdivi- na, todos os dias desta curta vida?
dem-se assim: Já sei: devem ficar escondidos de mim, guardados numa
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o senti- caixa, lá em Sorocaba.
do comum que costumamos dar a uma palavra. (Antônio Prata, Apolpando. Folha de S.Paulo, 29.05.2013)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Considerando o contexto, assinale a alternativa em que O termo espelho está empregado em sentido
há termos empregados em sentido figurado. A) figurado, significando qualidade.
(A) Outro dia, meu pai veio me visitar… (1.º parágrafo) B) próprio, significando modelo.
(B) … e trouxe uma caixa de caquis, lá de Sorocaba. (1.º C) figurado, significando advertência.
parágrafo) D) próprio, significando símbolo.
(C) … devem ficar escondidos de mim, guardados numa E) figurado, significando reflexo.
caixa… (último parágrafo)
(D) Enquanto comia, eu pensava… (1.º parágrafo) 05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
(E) … botei numa tigela na varanda e comemos um por NESP – 2013). Leia o texto a seguir.
um… (1.º parágrafo)
Violência epidêmica
2-) (CREFITO/SP – ANALISTA FINANCEIRO – VUNESP/2012 -
ADAPTADA) Para responder à questão, considere o trecho a seguir.
A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Em-
Uma lei que, por todo esse empenho do governo estadual,
bora possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as
“pegou”. E justamente no Rio, dos tantos jeitinhos e esquemas
classes sociais, é nos bairros pobres que ela adquire caracte-
e da vista grossa.
No contexto em que está empregada, a expressão “pe- rísticas epidêmicas.
gou” assume um sentido que também está presente em: A prevalência varia de um país para outro e entre as
(A) Já não há dúvidas de que essa moda pegou. cidades de um mesmo país, mas, como regra, começa nos
(B) O carro a álcool não pegou por causa do frio. grandes centros urbanos e se dissemina pelo interior.
(C) O trem pegou o ônibus no cruzamento. As estratégias que as sociedades adotam para comba-
(D) Ele, sem emprego, pegou o serviço temporário. ter a violência variam muito e a prevenção das causas evo-
(E) Ele correu atrás do ladrão e o pegou. luiu muito pouco no decorrer do século 20, ao contrário dos
avanços ocorridos no campo das infecções, câncer, diabetes
3-) (TRF – 4ª REGIÃO – TAQUIGRAFIA – FCC/2010) Cons- e outras enfermidades.
titui exemplo de uso de linguagem figurada o elemento sub- A agressividade impulsiva é consequência de perturba-
linhado na frase: ções nos mecanismos biológicos de controle emocional. Ten-
I. Foi acusado de ser o cabeça do movimento. dências agressivas surgem em indivíduos com dificuldades
II. Ele emprega sempre a palavra literalmente atribuin- adaptativas que os tornam despreparados para lidar com as
do-lhe um sentido inteiramente inadequado. frustrações de seus desejos.
III. Ignoro o porquê de você se aborrecer comigo. A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os
IV. Seus pensamentos são fantasmagorias que não o que tiveram a personalidade formada num ambiente desfa-
deixam em paz. vorável ao desenvolvimento psicológico pleno.
Atende ao enunciado APENAS o que está em A revisão de estudos científicos permite identificar três
a) I e II. fatores principais na formação das personalidades com
b) I e IV. maior inclinação ao comportamento violento:
c) II e III. 1) Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos,
d) III e IV. humilhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida.
e) I e III. 2) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes trans-
mitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não
4-) (Agente de Promotoria – Assessoria – VUNESP –
lhes impuseram limites de disciplina.
2013). Leia o texto a seguir.
3) Associação com grupos de jovens portadores de com-
portamento antissocial.
Na FLIP, como na Copa
Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de
RIO DE JANEIRO – Durante entrevista na Festa Literária crianças que se enquadram nessas três condições de risco.
Internacional de Paraty deste ano, o cantor Gilberto Gil criticou Associados à falta de acesso aos recursos materiais, à desi-
as arquibancadas dos estádios brasileiros em jogos da Copa gualdade social, esses fatores de risco criam o caldo de cultu-
das Confederações. ra que alimenta a violência crescente nas cidades.
Poderia ter dito o mesmo sobre a plateia da Tenda dos Au- Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a
tores, para a qual ele e mais de 40 outros se apresentaram. A resposta do aprisionamento. Porém, seu efeito é passagei-
audiência do evento literário lembra muito a dos eventos Fifa: ro: o criminoso fica impedido de delinquir apenas enquanto
classe média alta. estiver preso. Ao sair, estará mais pobre, terá rompido la-
Na Flip, como nas Copas por aqui, pobre só aparece “como ços familiares e sociais e dificilmente encontrará quem lhe
prestador de serviço”, para citar uma participante de um pro- dê emprego. Ao mesmo tempo, na prisão, terá criado novas
testo em Paraty, anteontem. amizades e conexões mais sólidas com o mundo do crime.
Como lembrou outro dos convidados da festa literária, o Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ain-
mexicano Juan Pablo Villalobos, esse cenário é “um espelho do da. Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa,
que é o Brasil”. aumentaremos o número de prisioneiros. As cadeias conti-
(Marco Aurélio Canônico, Na Flip, como na Copa. Folha nuarão superlotadas.
de S.Paulo, 08.07.2013. Adaptado)

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a O curioso é perceber como o Brasil de muito tempo atrás
criminalidade e tratar os que ingressaram nela. sabia disso, e o ensinava por meio de uma imprensa ocupa-
Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo. da em ferir a brutal desigualdade entre os seres e as classes.
Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar Ao percorrer o extenso volume da História da Caricatura
os policiais a executar sua função com dignidade, criar leis Brasileira (Gala Edições), compreendemos que tal humor
que acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedi- primitivo não praticava um rosário de ofensas pessoais. Na-
dos e construir cadeias novas para substituir as velhas. queles dias, humor parecia ser apenas, e necessariamente, a
Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medi- virulência em relação aos modos opressivos do poder.
das preventivas para que os pais evitem ter filhos que não A amplitude dessa obra é inédita. Saem da obscurida-
serão capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de in- de os nomes que sucederam ao mais aclamado dos artistas
tegrá-los na sociedade por meio da educação formal de bom a produzir arte naquele Brasil, Angelo Agostini. Corcundas
nível, das práticas esportivas e da oportunidade de desenvol- magros, corcundas gordos, corcovas com cabeça de burro,
vimento artístico. todos esses seres compostos em aspecto polimórfico, com
(Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. expressivo valor gráfico, eram os responsáveis por ilustrar
Adaptado) a subserviência a estender-se pela Corte Imperial. Contra a
escravidão, o comodismo dos bem--postos e dos covardes
Assinale a alternativa em cuja frase foi empregada pa- imperialistas, esses artistas operavam seu espírito crítico em
lavra ou expressão com sentido figurado. jornais de todos os cantos do País.
A) Tendências agressivas surgem em indivíduos com (Carta Capital.13.02.2013. Adaptado)
dificuldades adaptativas ...(4.º parágrafo)
B) A revisão de estudos científicos permite identificar Na frase –… compreendemos que tal humor primi-
três fatores principais na formação das personalidades com tivo não praticava um rosário de ofensas pessoais. –,
maior inclinação ao comportamento violento... (6.º pará- observa-se emprego de expressão com sentido figurado, o
grafo) que ocorre também em:
C) As estratégias que as sociedades adotam para com- A) O livro sobre a história da caricatura estabelece mar-
bater a violência variam... (3.º parágrafo) cos inaugurais em relação a essa arte.
D) ...esses fatores de risco criam o caldo de cultura que B) O trabalho do caricaturista pareceu tão importante
alimenta a violência crescente nas cidades. (10.º parágrafo) a seus contemporâneos que recebeu o nome de “nova in-
E) Os mais vulneráveis são os que tiveram a personali- venção artística.”
dade formada num ambiente desfavorável ao desenvolvi- C) Manoel de Araújo Porto-Alegre foi o primeiro pro-
mento psicológico pleno. (5.º parágrafo) fissional dessa arte e o primeiro a produzir caricaturas no
Brasil.
06. O item em que o termo sublinhado está emprega- D) O jornal alternativo em 1834 zunia às orelhas de to-
do no sentido denotativo é: dos e atacava esta ou aquela personagem da Corte.
A) “Além dos ganhos econômicos, a nova realidade E) O livro sobre a arte caricatural respeita cronologica-
rendeu frutos políticos.” mente os acontecimentos da história brasileira, suas temá-
B) “...com percentuais capazes de causar inveja ao pre- ticas políticas e sociais.
sidente.”
C) “Os genéricos estão abrindo as portas do merca- 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
do...” Públicas – VUNESP – 2013). Leia o texto a seguir.
D) “...a indústria disparou gordos investimentos.”
E) “Colheu uma revelação surpreendente:...” Tomadas e oboés

07. (Analista em C&T Júnior – Administração – VUNESP “O do meio, com heliponto, tá vendo?”, diz o taxista,
– 2013). Leia o texto a seguir. apontando o enorme prédio espelhado, do outro lado da
O humor deve visar à crítica, não à graça, ensinou Chico marginal: “A parte elétrica, inteirinha, meu cunhado que
Anysio, o humorista popular. E disse isso quando lhe solicita- fez”. Ficamos admirando o edifício parcialmente iluminado
ram considerar o estado atual do riso brasileiro. Nos últimos ao cair da tarde e penso menos no tamanho da empreitada
anos de vida, o escritor contribuía para o cômico apenas em do que em nossa variegada humanidade: uns se dedicam à
sua porção de ator, impedido pela televisão brasileira de pro- escrita, outros a instalações elétricas, lembro- -me do meu
duzir textos. E o que ele dizia sobre a risada ajuda a enten- tio Augusto, que vive de tocar oboé. “Fio, disjuntor, tomada,
der a acomodação de muitos humoristas contemporâneos. tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que chega a
Porque, quando eles humilham aqueles julgados inferiores, contaminar-me.
os pobres, os analfabetos, os negros, os nordestinos, todos os Pergunto quantas tomadas ele acha que tem, no prédio
oprimidos que parece fácil espezinhar, não funcionam bem todo. Há quem ria desse tipo de indagação. Meu taxista, não.
como humoristas. O humor deve ser o oposto disto, uma res- É um homem sério, eu também, fazemos as contas: uns dez
tauração do que é justo, para a qual desancar aqueles em escritórios por andar, cada um com umas seis salas, vezes 30
condições piores do que as suas não vale. Rimos, isso sim, do andares. “Cada sala tem o quê? Duas tomadas?”
superior, do arrogante, daquele que rouba nosso lugar social.

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

“Cê tá louco! Muito mais! Hoje em dia, com computa- Resolução


dor, essas coisas? Depois eu pergunto pro meu cunhado, mas
pode botar aí pra uma média de seis tomadas/sala.” 1-)
Ok: 10 x 6 x 6 x 30 = 10.800. Dez mil e oitocentas to- Sublinhei os termos que estão relacionados (os pronomes e
madas! verbos retomam os seguintes substantivos abaixo):
Há 30, 40 anos, uma hora dessas, a maior parte das Meus amigos e amigas e parentes queridos são como os ca-
tomadas já estaria dormindo o sono dos justos, mas a julgar quis...
pelo número de janelas acesas, enquanto volto para casa, Quando os encontro, relembro como é prazeroso vê-los...
lentamente, pela marginal, centenas de trabalhadores suam ...devem ficar escondidos de mim, guardados numa caixa,
a camisa, ali no prédio: criam logotipos, calculam custos lá em Sorocaba...
para o escoamento da soja, negociam minério de ferro. Tal-
vez até, quem sabe, deitado num sofá, um homem escute em Através da leitura acima, percebemos que o autor refere-se
seu iPod as notas de um oboé. aos amigos, amigas e parentes. Ao dizer que ficam guardados
Alegra-me pensar nesse sujeito de olhos fechados, ou- em caixas, obviamente, está utilizando uma linguagem conota-
vindo música. Bom saber que, na correria geral, em meio a tiva, figurada.
tantos profissionais que acreditam estar diretamente envol- RESPOSTA: “C”.
vidos no movimento de rotação da Terra, esse aí reservou-se
cinco minutos de contemplação. 2-)
Está tarde, contudo. Algo não fecha: por que segue no A alternativa que apresenta o verbo “pegou” em seu senti-
escritório, esse homem? Por que não voltou para a mulher do conotativo é a letra “A”.
e os filhos, não foi para o chope ou o cinema? O homem no RESPOSTA: “A”.
sofá, entendo agora, está ainda mais afundado do que os
outros. O momento oboé era apenas uma pausa para repor 3-)
as energias, logo mais voltará à sua mesa e a seus logotipos, I. Foi acusado de ser o cabeça do movimento. = o líder, o
mentor (figurado)
à soja ou ao minério de ferro.
II. Ele emprega sempre a palavra literalmente atribuindo-lhe
“Onze mil, cento e cinquenta”, diz o taxista, me mos-
um sentido inteiramente inadequado. (linguagem denotativa)
trando o celular. Não entendo. “É o SMS do meu cunhado:
III. Ignoro o porquê de você se aborrecer comigo. (= o mo-
11.150 tomadas.”
tivo; denotação)
Olho o prédio mais uma vez, admirado com a instala-
IV. Seus pensamentos são fantasmagorias que não o dei-
ção elétrica e nossa heteróclita humanidade, enquanto se-
xam em paz. (perturbações; figurado).
guimos, feito cágados, pela marginal.
RESPOSTA: “B”.
(Antonio Prata, Folha de S.Paulo, 06.03.2013. Adapta-
do) 4-) O termo espelho está empregado em sentido figurado,
significando reflexo do que é o país.
No trecho do sexto parágrafo – Bom saber que, na cor- RESPOSTA: “E”.
reria geral, em meio a tantos profissionais que acreditam
estar diretamente envolvidos no movimento de rotação 5-) criam o caldo de cultura que alimenta a violência cres-
da Terra, esse aí reservou-se cinco minutos de contempla- cente nas cidades. (10.º parágrafo)
ção. –, o segmento em destaque expressa, de modo figura- Criam o ambiente, as situações que alimentam, fortalecem
do, um sentido equivalente ao da expressão: profissionais a violência.
que acreditam ser RESPOSTA: “D”.
A) incompreendidos, que são obrigados a trabalhar
além do expediente. 6-) com percentuais capazes de causar inveja ao presidente.
B) desvalorizados, que não são devidamente reconhe- Sentido denotativo = empregado com o sentido real da
cidos. palavra
C) indispensáveis, que consideram realizar um trabalho RESPOSTA: “B”.
de grande importância.
D) metódicos, que gerenciam com rigidez a vida cor- 7-) O jornal alternativo em 1834 zunia às orelhas de todos e
porativa. atacava esta ou aquela personagem da Corte.
E) flexíveis, que sabem valorizar os momentos de ócio. Zunir: Produzir som forte e áspero. Empregado no sentido
de “gritar” aos leitores as notícias.
GABARITO RESPOSTA: “D”.
04. E 05. D 06. B 07. D 08. C
8-) indispensáveis, que consideram realizar um trabalho de
grande importância.
Comparando-se ao movimento de rotação, que acontece
sem a intervenção de quaisquer trabalhadores, “importantes”
ou não.
RESPOSTA: “C”.

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Polissemia Polissemia e ambiguidade

Consideremos as seguintes frases: Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na


Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja! interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
Vamos! Coloque logo a mão na massa! ser ambíguo, ou seja, apresenta mais de uma interpreta-
As crianças estão com as mãos sujas. ção. Essa ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi. específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
uma frase. Vejamos a seguinte frase: Pessoas que têm uma
Chegamos à conclusão de que se trata de palavras alimentação equilibrada frequentemente são felizes. Neste
idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem caso podem existir duas interpretações diferentes. As pes-
o mesmo significado? soas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são
Existe uma parte da gramática normativa denominada felizes porque têm uma alimentação equilibrada.
Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significa- De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela
dos que uma mesma palavra apresenta de acordo com o pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre-
contexto em que se insere. tação. Para fazer a interpretação correta é muito importante
Tomando como exemplo as frases já mencionadas, saber qual o contexto em que a frase é proferida.
analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo
com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo Interpretação Textual
dicionário.
Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, efi- É muito comum, entre os candidatos a um cargo público,
ciência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o a preocupação com a interpretação de textos. Por isso, vão
significado é de: participação, interação mediante a uma aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de
tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por responder às questões relacionadas a textos.
último simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa.
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relaciona-
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
das entre si, formando um todo significativo capaz de produzir
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar ).
algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
consideração as situações de aplicabilidade.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
Há uma infinidade de outros exemplos em que pode-
Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-
mos verificar a ocorrência da polissemia, como por exem-
se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições
plo:
para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa
O rapaz é um tremendo gato. interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o rela-
O gato do vizinho é peralta. cionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse. retirada de seu contexto original e analisada separadamente,
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua poderá ter um significado diferente daquele inicial.
sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico. Intertexto - comumente, os textos apresentam referên-
cias diretas ou indiretas a outros autores através de citações.
Polissemia e homonímia Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma in-
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi- terpretação de um texto é a identificação de sua ideia princi-
cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, pal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou funda-
quando duas ou mais palavras com origens e significados mentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao
distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho- esclarecimento das questões apresentadas na prova.
monímia.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é - Identificar – é reconhecer os elementos fundamen-
polissemia porque os diferentes significados para a palavra tais de uma argumentação, de um processo, de uma época
manga têm origens diferentes, e por isso alguns estudiosos (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais
mencionam que a palavra manga deveria ter mais do que definem o tempo).
uma entrada no dicionário. - Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou
“Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar de diferenças entre as situações do texto.
o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou - Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com
a caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os uma realidade, opinando a respeito.
diferentes significados estão interligados porque remetem - Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secun-
para o mesmo conceito, o da escrita. dárias em um só parágrafo.
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Condições básicas para interpretar OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e
Fazem-se necessários: do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer
literários, estrutura do texto), leitura e prática; também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante-
texto) e semântico; cedente.
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
Observação – na semântica (significado das palavras) terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e cono- coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua- existe um pronome relativo adequado a cada circunstância,
gem, entre outros. a saber:
- Capacidade de observação e de síntese e
- Capacidade de raciocínio. - que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
te, mas depende das condições da frase.
Interpretar X compreender - qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa)
Interpretar significa - cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. o objeto possuído.
- Através do texto, infere-se que... - como (modo)
- É possível deduzir que... - onde (lugar)
- O autor permite concluir que... quando (tempo)
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que... quanto (montante)
Compreender significa
Exemplo:
- intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
Falou tudo QUANTO queria (correto)
está escrito.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
- o texto diz que...
aparecer o demonstrativo O ).
- é sugerido pelo autor que...
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
Dicas para melhorar a interpretação de textos
- o narrador afirma...

Erros de interpretação - Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
assunto;
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência - Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa
de erros de interpretação. Os mais frequentes são: a leitura;
- Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con- - Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto
texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por pelo menos duas vezes;
conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. - Inferir;
- Voltar ao texto quantas vezes precisar;
- Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção - Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con- autor;
junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do - Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
entendimento do tema desenvolvido. compreensão;
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de
- Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias contrá- cada questão;
rias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas - O autor defende ideias e você deve percebê-las.
e, consequentemente, errando a questão.
Fonte:
Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de gues/como-interpretar-textos
concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o
autor diz e nada mais.

Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que


relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome
oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai
dizer e o que já foi dito.

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

QUESTÕES 4-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)


Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC/2014 — Carta para o 9.326!!!
- ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, considere Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está em
o texto abaixo. branco, e um outro pergunta:
A marca da solidão — Quem te mandou essa carta?
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de — Minha irmã.
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a — Mas por que não está escrito nada?
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de — Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
penumbra na tarde quente. Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adaptações).
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto acima
pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas decorre
plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz A) da identificação numérica atribuída ao louco.
de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a marca da B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a carta
solidão na alma, o mundo cabe numa fresta. no hospício.
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janei- C) do fato de outro louco querer saber quem enviou a carta.
ro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47) D) da explicação dada pelo louco para a carta em branco.
No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
reduzido no qual o menino detém sua atenção é
(A) fresta. 5-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – FGV
(B) marca. PROJETOS/2010)
(C) alma. Painel do leitor (Carta do leitor)
(D) solidão. Resgate no Chile
(E) penumbra.
Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de sal-
vamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo de
2-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2012)
uma mina de cobre e ouro no Chile.
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a to-
Um a um os mineiros soterrados foram içados com suces-
talidade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção
so, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cumprimentando
de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se
seus companheiros de trabalho. Não se pode esquecer a ajuda
estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma
técnica e material que os Estados Unidos, Canadá e China ofere-
maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em todos os seus
níveis, uma espécie de segunda revelação do mundo. ceram à equipe chilena de salvamento, num gesto humanitário
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o que só enobrece esses países. E, também, dos dois médicos e
Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: dois “socorristas” que, demonstrando coragem e desprendimen-
Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações). to, desceram na mina para ajudar no salvamento.
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual (Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – painel
“O riso”. do leitor – 17/10/2010)
( ) CERTO ( ) ERRADO
Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex-
3-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010) pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor
Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atingiu diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem ser
pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge uma encontradas nos trechos a seguir, EXCETO:
explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e generali- A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...”
zado de energia no final de 2009. B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma mina
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétri- de cobre e ouro no Chile.”
ca (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa estatal C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...”
Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 km D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.”
que separam Itaipu de São Paulo. E) “... demonstrando coragem e desprendimento, desce-
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de inves- ram na mina...”
timentos e também erros operacionais conspiraram para pro-
duzir a mais séria falha do sistema de geração e distribuição (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO –
de energia do país desde o traumático racionamento de 2001. VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). questões de números 6 a 8.
Férias na Ilha do Nanja
Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as
do texto acima apresentado, julgue os próximos itens. malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre
( ) CERTO ( ) ERRADO as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Meus amigos partem para as suas férias, cansados de ( ) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida-
tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra- des, que não resolveu os problemas do trânsito.
mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver ( ) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun-
numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
própria vida. ( ) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio-
E eu vou para a Ilha do Nanja. namento, revisão....e agora mais o pedágio?
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as ( ) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é
férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio investido no transporte público.
cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já es- ( ) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa-
tou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a gue pelo privilégio!
moça à janela a namorar um moço na outra janela de outra ( ) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio
ilha. urbano melhorou.
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. A ordem obtida é:
Adaptado) a) (S) (N) (N) (S) (S) (S) (N)
b) (S) (N) (S) (N) (N) (S) (S)
*fissuras: fendas, rachaduras c) (N) (S) (S) (N) (S) (N) (S)
d) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (N)
6-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO e) (N) (N) (S) (S) (N) (S) (N)
– VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a
maneira como se preparam para suas férias, a autora mos- 10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ –
tra que seus amigos estão ADMINISTRADOR - UFPR/2013) Assinale a alternativa que
(A) serenos. apresenta um dito popular que parafraseia o conteúdo ex-
(B) descuidados. presso no excerto: “Se você está em casa, não pode sair. Se
(C) apreensivos. você está na rua, não pode entrar”.
(D) indiferentes. a) “Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”.
(E) relaxados. b) “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”.
c) “Um dia da caça, o outro do caçador”.
7-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO d) “Manda quem pode, obedece quem precisa”.
– VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar
que, assim como seus amigos, a autora viaja para (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO –
(A) visitar um lugar totalmente desconhecido. ÁREA CIVIL – VUNESP/2011 - ADAPTADA) Leia o texto para
(B) escapar do lugar em que está. responder às questões de números 11 e 12.
(C) reencontrar familiares queridos. Bolsa rosa, contas no vermelho
(D) praticar esportes radicais. Não fosse por um detalhe crucial – de onde tirar o di-
(E) dedicar-se ao trabalho. nheiro –, a criação de um regime de aposentadoria para mi-
lhões de donas de casa brasileiras de baixa renda até pode-
8-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO ria fazer sentido. Há diversos projetos de lei em tramitação
– VUNESP/2013) Ao descrever a Ilha do Nanja como um na Câmara para reconhecer os direitos das mulheres dedica-
lugar onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio das integralmente às tarefas domésticas. Mas eles ignoram
cresce como um bosque” (último parágrafo), a autora su- o impacto econômico que isso teria nas contas públicas. A
gere que viajará para um lugar deputada Alice Portugal (PT-SC), defensora da criação dessa
(A) repulsivo e populoso. espécie de bolsa-cor-de-rosa, afirma que “muitas vezes, após
(B) sombrio e desabitado. 35 anos de casamento, o marido vai embora, e ela (a mu-
(C) comercial e movimentado. lher), que prestou serviços a vida inteira, não tem amparo”.
(D) bucólico e sossegado. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicional
(E) opressivo e agitado. de 5,4 bilhões de reais por ano.
(Exame, edição 988, ano 45, n.º 5, 23.03.2011)
9-) (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
Grandes metrópoles em diversos países já aderiram. E 11-) (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO
o Brasil já está falando sobre isso. O pedágio urbano divide – ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) O tema desse texto é
opiniões e gera debates acalorados. Mas, afinal, o que é mais (A) o uso de bolsas cor-de-rosa pelas donas de casa
justo? O que fazer para desafogar a cidade de tantos carros? brasileiras.
Prepare-se para o debate que está apenas começando. (B) o desamparo das mulheres abandonadas pelos ma-
(Adaptado de Superinteressante, dezembro2012, p.34) ridos.
Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio (C) a falta de dinheiro para pagar salários a mulheres de
urbano; marque S(sim) para os argumentos a favor do pe- baixa renda no Brasil.
dágio urbano. (D) o alto custo das contas públicas brasileiras.
( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans- (E) o impacto econômico da aposentadoria de donas
porte público e estender as ciclovias. de casa nas contas públicas.

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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12-) (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO – (C) o segmento que não conhecem civilização expressa um
ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) A frase do texto – “Caso a bonda- efeito da ação indicada em quando as arrancamos da terra.
de seja aprovada, haverá custo adicional de 5,4 bilhões de reais (D) a construção quando as arrancamos resultará, na trans-
por ano.” – indica posição para a voz passiva, em quando as temos arrancado.
(A) ironia. (E) As minhocas (...) queixam-se é construção que exem-
(B) respeito. plifica um caso de voz passiva, equivalente a Vendem-se casas.
(C) indignação.
(D) frustração. 16-) (MPE/RO – ANALISTA – AUDITORIA – FUN-
(E) aprovação. CAB/2012 - ADAPTADA)
(...) As pesquisas indicam, em essência, um caminho:
13-) (TRF – 4ª REGIÃO – TAQUIGRAFIA – FCC/2010) Con- graças à vontade política dos governantes locais, em ne-
sidere: nhum outro lugar da Índia se investiu tanto na educação
Chama-se “situação de discurso” o conjunto das circunstân- das mulheres. Uma ação que enfrentou a rotina da margi-
cias no meio das quais se desenrola um ato de enunciação (seja nalização. Na Índia, por questões culturais, se propagou o
ele escrito ou oral). É preciso entender com isso ao mesmo tem- infanticídio contra meninas, praticado pelos próprios pais.(...)
po o ambiente físico e social em que este ato se dá, a imagem A que se refere a expressão UMA AÇÃO?
que dele têm os interlocutores, a identidade desses, a ideia que A) vontade política.
cada um faz do outro (inclusive a representação que cada um B) governantes locais.
possui daquilo que o outro pensa sobre ele), os acontecimentos C) pesquisas feitas em Kerala.
que precederam o ato de enunciação (especialmente as relações D) investimento na educação das mulheres.
que tiveram antes os interlocutores, e principalmente as trocas E) o infanticídio contra meninas.
de palavras em que se insere a enunciação em questão).
(Ducrot, O.; Todorov, T. Dicionário enciclopédico das ciên- Resolução
cias da linguagem. São Paulo: Perspectiva, 2001, p. 297-8)
1-)
Segundo o texto, é correto afirmar: Com palavras do próprio texto responderemos: o mun-
a) A análise discursiva deve se ater ao estudo dos enun- do cabe numa fresta.
ciados. RESPOSTA: “A”.
b) Os enunciados produzem a enunciação.
c) A descrição da enunciação é determinada pela identi- 2-)
dade dos interlocutores. Vamos ao texto: O riso é tão universal como a serie-
d) Dados exteriores aos enunciados são apendiculares à dade; ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos
compreensão. relacionam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”.
e) O conceito de situação de discurso engloba a enuncia- RESPOSTA: “CERTO”.
ção e seu entorno.
3-)
14-) (INSS – CIÊNCIAS CONTÁBEIS – FUNRIO/2013) Co- Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo
nhecido comercial da tevê fala de uma “cerveja que desce re- menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por
dondo”. O sentido atribuído à palavra “redondo” refere-se “o qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (ora-
A) à mesa do bar que aparece no cenário dos comerciais ção subordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula,
de cerveja. temos uma adjetiva explicativa (generaliza a informação
B) à própria cerveja que pode ser assim considerada em da oração principal. A construção seria: “do apagão, que
sentido denotativo. atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados do país”);
C) ao ato de descer facilmente, que, nesse caso, significa quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe,
escorrer pela garganta. delimita a informação – como no caso do exercício).
D) ao líquido da bebida, que toma o formato arredondado RESPOSTA: “CERTO’.
da garrafa que o contém.
E) ao pronome relativo empregado na frase, para substi- 4-)
tuir o termo cerveja. Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais
aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah,
15-) (METRÔ/SP – ENGENHEIRO JÚNIOR CIVIL – porque nós brigamos e não estamos nos falando”.
FCC/2012) Sobre a frase “As minhocas, que não conhecem civi- RESPOSTA: “D”.
lização, queixam-se quando as arrancamos da terra” é correto
afirmar que 5-)
(A) a supressão das vírgulas alteraria o sentido do que se Em todas as alternativas há expressões que represen-
diz, restringindo o alcance do termo minhocas. tam a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da
(B) o pronome “as” deverá ser substituído por lhes, caso Terra / Não se pode esquecer / gesto humanitário que só
venhamos a empregar desenterramos, em vez de arrancamos enobrece / demonstrando coragem e desprendimento.
da terra. RESPOSTA: “B”.

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

6-) 14-)
“pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, Questão de interpretação da linguagem publicitária:
fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre “descer redondo” significa que a cerveja desce facilmente,
as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar nessas de maneira agradável.
coisas, certamente, deixa-os apreensivos. RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “C”.
15-)
7-) “As minhocas, que não conhecem civilização, quei-
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta xam-se quando as arrancamos da terra
da própria autora! A oração destacada é adjetiva explicativa, ou seja, ge-
RESPOSTA: “B”. neraliza, explica que TODAS as minhocas não conhecem a
civilização. Se retirarmos a vírgula, a oração passará a ser
8-)
classificada como adjetiva restritiva, alterando, também,
Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
seu sentido, já que restringirá o “quadro” de minhocas que
RESPOSTA: “D”.
se queixam quando arrancadas da terra: “somente as que
9-) não conhecem a civilização”.
(S) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans- RESPOSTA: “A”.
porte público e estender as ciclovias. 16-)
(N) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida- Recorramos ao texto: em nenhum outro lugar da Ín-
des, que não resolveu os problemas do trânsito. dia se investiu tanto na educação das mulheres. Uma ação
(S) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun- que... O termo retoma “investiu tanto na educação das mu-
do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro. lheres”.
(N) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio- RESPOSTA: “D”.
namento, revisão....e agora mais o pedágio?
(N) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é Intertextualidade
investido no transporte público.
(S) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa- Intertextualidade acontece quando há uma referên-
gue pelo privilégio! cia explícita ou implícita de um texto em outro. Também
(S) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio ur- pode ocorrer com outras formas além do texto, música,
bano melhorou. pintura, filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer alu-
S - N - S - N - N - S - S são à outra ocorre a intertextualidade.
RESPOSTA: “B”. Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o
objeto de sua citação. Num texto científico, por exemplo,
10-) o autor do texto citado é indicado; já na forma implícita, a
Dentre as alternativas apresentadas, a que reafirma a indicação é oculta. Por isso é importante para o leitor o co-
ideia do excerto (não há muita saída, não há escolhas) é: “Se nhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhecer e
você está em casa, não pode sair. Se você está na rua, não identificar quando há um diálogo entre os textos. A inter-
pode entrar”. textualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da
RESPOSTA: “A”. obra citada ou contestando-as. Há duas formas: a Paráfrase
e a Paródia.
11-)
Pela leitura do texto, fica evidente que ele aponta o im-
Paráfrase
pacto econômico que o pagamento de aposentadoria às
donas de casa causará às contas públicas.
RESPOSTA: “E”. Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia
do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre
12-) para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do
O termo que facilita a resposta à questão é: Caso a bon- texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito.
dade seja aprovada = ironia. Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant’Anna
RESPOSTA: “A”. em seu livro “Paródia, paráfrase & Cia” (p. 23):

13-) Texto Original


Utilizemos trechos do texto para que consigamos res-
ponder à questão (não se esqueça: você pode – deve – fazer Minha terra tem palmeiras
isso em seu concurso também!): ...conjunto das circunstân- Onde canta o sabiá,
cias no meio das quais se desenrola um ato de enunciação As aves que aqui gorjeiam
(...) É preciso entender com isso ao mesmo tempo o ambien- Não gorjeiam como lá.
te físico e social em que este ato se dá. = enunciação e seu (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
contexto, ambiente no qual a situação de discurso ocorre.
RESPOSTA: “E”.

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Paráfrase Diferença entre fato e opinião

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Distinguir “fato” de “opinião” é fundamental na hora
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. de desenvolver um texto dissertativo. A dissertação é as-
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? sim caracterizada por apresentar a predominância da opi-
Eu tão esquecido de minha terra... nião. Deixar que o fato prevaleça num texto que se quer
Ai terra que tem palmeiras opinativo é cometer um sério equívoco, pois isso levará à
Onde canta o sabiá! produção de outra tipologia textual. No caso, uma narra-
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bah- ção, motivo de sobra para se eliminar o candidato. Ou seja,
ia”). trocar fato por opinião é trocar dissertação por narração.
Leia atentamente os exemplos abaixo e veja que não é tão
Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é mui- difícil fazer essa diferenciação.
to utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia. Aqui
o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto pri- Conceituação
mitivo conservando suas ideias, não há mudança do senti- Fato: algo cuja existência independe de quem escreve.
do principal do texto, que é a saudade da terra natal.
Opinião: maneira pessoal de ver o fato. A depreensão
Paródia de conceitos e valores a partir de algo pré-existente, que é
o fato
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar
outros textos, há uma ruptura com as ideologias impos- Alguns exemplos de ‘fato’ e ‘opinião’:
tas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da
língua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpre- Fato:
tação, a voz do texto original é retomada para transfor- A educação brasileira patina no atraso e na defasagem,
mar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas em relação à dos países desenvolvidos.
verdades incontestadas anteriormente. Com esse processo Opinião:
há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma Equacionar a problemática da educação no país é ina-
busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e diável.
da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo
dessa arte. Frequentemente os discursos de políticos são Fato:
abordados de maneira cômica e contestadora, provocando Novamente, a discussão acerca da redução da maiori-
risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada dade penal ocupa lugar de destaque no congresso.
pela classe dominante. Com o mesmo texto utilizado ante-
riormente, teremos, agora, uma paródia. Opinião:
Como em todo tema polêmico, discutir a maioridade
Texto Original penal requer, pela gama de aspectos envolvidos, sensatez e
muita responsabilidade dos legisladores.
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá, Fato:
As aves que aqui gorjeiam Volta à pauta de discussões da câmara a possibilidade
Não gorjeiam como lá. de se liberar a maconha.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Opinião:
Paródia A liberação da maconha, no Brasil, não pode ser levada
a cabo antes de se promover um amplo, objetivo e transpa-
Minha terra tem palmares rente debate com toda a sociedade brasileira.
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui Fato:
não cantam como os de lá. O progresso célere e a qualquer custo tem levado à
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”). exaustão dos recursos naturais do planeta.

O nome Palmares, escrito com letra minúscula, subs- Opinião:


titui a palavra palmeiras, há um contexto histórico, social O homem moderno, sempre ávido por progresso, preci-
e racial neste texto, Palmares é o quilombo liderado por sa, agora mais do que nunca, rever sua postura no tocante
Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma inversão do sentido à maneira como lida com os recursos naturais ainda dispo-
do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravi- níveis no planeta, sob pena de colocar em xeque o próprio
dão existente no Brasil. futuro da humanidade.

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Fato: O autor do texto revela sua capacidade de discutir um


Vive-se um momento de um crescente e irrefreável con- determinado tema no desenvolvimento. Nessa parte, ele
sumismo. se torna capaz de defender seus pontos de vista, além de
dirigir a atenção do leitor para a conclusão. As conclusões
Opinião: são fundamentadas a partir daqui.
As pessoas são levadas a acreditar que só poderão ser Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o
plenamente felizes se consumirem cada vez mais. Não per- escritor já deve ter uma ideia clara de como vai ser a con-
cebem que a felicidade e a realização pessoal nada têm a ver clusão. Por isso a importância do planejamento de texto.
com a posse material e o ter mais e mais. Em média, ocupa 3/5 do texto, no mínimo. Já nos tex-
tos mais longos, pode estar inserido em capítulos ou tre-
Fonte: chos destacados por subtítulos. Deverá se apresentar no
http://lingua-agem.blogspot.com.br/2011/06/fato-al- formato de parágrafos medianos e curtos.
go-cuja-existencia-independe-de.html Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
Estrutura Textual se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O
Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca- segundo caso acontece quando quem redige tem muitas
pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento, ideias ou informações sobre o que está sendo discutido,
elaboramos todas as informações que recebemos e orien- não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul-
tamos as ações que interferem na realidade e organização dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa- lógica de raciocínio.
mento transformado em texto.
Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen- Conclusão
sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina- Considerada como a parte mais importante do texto,
lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo-
dizer, por meio da comunicação. radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa
parte, em que a exposição ou discussão se fecha.
Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma
dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou
dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
seja, possui atributos de síntese. A discussão não deve ser
encerrada com argumentos repetitivos, sendo evitados na
Introdução
medida do possível. Alguns exemplos: “Portanto, como já
dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão...”.
Caracterizada pela entrada no assunto e a argumen-
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve
tação inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das
etapa. Entretanto, essa apresentação deve ser direta, sem características de textos bem redigidos.
rodeios. O seu tamanho raramente excede a 1/5 de todo Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi-
o texto. Porém, em textos mais curtos, essa proporção não cam muito longas:
é equivalente. Neles, a introdução pode ser o próprio títu-
lo. Já nos textos mais longos, em que o assunto é exposto → O problema aparece quando não ocorre uma explo-
em várias páginas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ração devida do desenvolvimento. Logo, acontece uma in-
ou de uma parte precedida por subtítulo. Nessa situação, vasão das ideias de desenvolvimento na conclusão.
pode ter vários parágrafos. Em redações mais comuns, que → Outro fator consequente da insuficiência de funda-
em média têm de 25 a 80 linhas, a introdução será o pri- mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
meiro parágrafo. de maiores explicações, ficando bastante vazia.
→ Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tex-
Desenvolvimento to em que o autor fica girando em torno de ideias redun-
dantes ou paralelas.
A maior parte do texto está inserida no desenvolvi- → Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeita-
mento. Ele é responsável por estabelecer uma ligação entre mente dispensáveis.
a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são elabora- → Quando não tem clareza de qual é a melhor con-
das as ideias, os dados e os argumentos que sustentam e clusão, o autor acaba se perdendo na argumentação final.
dão base às explicações e posições do autor. É caracteriza-
do por uma “ponte” formada pela organização das ideias Em relação à abertura para novas discussões, a con-
em uma sequência que permite formar uma relação equili- clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes
brada entre os dois lados. fatores:

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

→ Para não influenciar a conclusão do leitor sobre te- As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
mas polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto. tos de ordem linguística
→ Para estimular o leitor a ler uma possível continuida-
de do texto, ou autor não fecha a discussão de propósito. - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
→ Por apenas apresentar dados e informações sobre demarcados no tempo do universo narrado, como também
o tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
assunto. outros:
→ Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o au- Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. Depois
tor enumera algumas perguntas no final do texto. de muita conversa, resolveram...

A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au- - Textos descritivos – como o próprio nome indica,
tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
Nele devem estar indicadas as melhores sequências a se- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
rem utilizadas na redação. O roteiro deve ser o mais enxuto imperfeito:
possível. “Tinha os cabelos mais negros como a asa da graúna...”

Fonte: - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um


http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/ senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
cer, como em:
O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02 de de-
zembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de
IV. PRODUÇÃO DE TEXTOS: Gêneros textuais; perder o benefício.
tipologia textual; novo acordo ortográfico;
- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma
recursos estilísticos e estruturais (aspectos modalidade na qual as ações são prescritas de forma se-
textuais, gramaticais e convenções da escrita). quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
Fatores constitutivos de relevância – coerência infinitivo ou futuro do presente.
e coesão. Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador até
criar uma massa homogênea.

- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-


* Coesão e Coerência foram conteúdos abordados no se pelo predomínio de operadores argumentativos, revela-
tópico anterior. dos por uma carga ideológica constituída de argumentos
* O Novo Acordo Ortográfico consta nos conteúdos e contra-argumentos que justificam a posição assumida
“Acentuação” - abordado abaixo - e em “Ortografia - Uso do acerca de um determinado assunto.
hífen”, que será visto no próximo tópico. A mulher do mundo contemporâneo luta cada vez mais
para conquistar seu espaço no mercado de trabalho, o que
A todo o momento nos deparamos com vários textos, significa que os gêneros estão em complementação, não em
sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença disputa.
do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que
está sendo transmitido entre os interlocutores. Esses inter- Em se tratando de gêneros textuais, a situação não
locutores são as peças principais em um diálogo ou em é diferente, pois se conceituam como gêneros textuais as
um texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, diversas situações sociocomunicativas que participam da
nem mesmo falamos sozinhos. nossa vida em sociedade. Como exemplo, temos: uma re-
É de fundamental importância sabermos classificar os ceita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma monogra-
textos com os quais travamos convivência no nosso dia a fia, um poema, um editorial, e assim por diante.
dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
e gêneros textuais. Acentuação Gráfica
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi- A acentuação é um dos requisitos que perfazem as re-
nião sobre determinado assunto, ou descrevemos algum gras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se com-
lugar que visitamos, ou fazemos um retrato verbal sobre põe de algumas particularidades, às quais devemos estar
alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente atentos, procurando estabelecer uma relação de familia-
nessas situações corriqueiras que classificamos os nossos ridade e, consequentemente, colocando-as em prática na
textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição linguagem escrita.
e Dissertação. À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a
prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas
competências, e logo nos adequamos à forma padrão.

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Regras básicas – Acentuação tônica Regras fundamentais:

A acentuação tônica implica na intensidade com que Palavras oxítonas:


são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
As demais, como são pronunciadas com menos intensida- pó(s) – armazém(s)
de, são denominadas de átonas. Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
das como: guidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se-
última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel guidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – com-
pô-lo
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai
Paroxítonas:
na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
– passível
- i, is : táxi – lápis – júri
- us, um, uns : vírus – álbuns – fórum
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica - l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax –
está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tím- fórceps
pano – médico – ônibus - ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais -- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para
de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com quê? Repare que essa palavra apresenta as terminações das
uma sílaba somente: são os chamados monossílabos que, paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
quando pronunciados, apresentam certa diferenciação fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
quanto à intensidade.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronun- -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
ciamos em uma dada sequência de palavras. Assim como não de “s”: água – pônei – mágoa – jóquei
podemos observar no exemplo a seguir:
“Sei que não vai dar em nada, Regras especiais:
Seus segredos sei de cor”.
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
Os monossílabos classificam-se como tônicos; os de- abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
mais, como átonos (que, em, de). de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.
Os acentos
* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são
«u» e sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras acentuados. Ex.: herói, céu, dói, escarcéu.
representam as vogais tônicas de palavras como Amapá,
Antes Agora
caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além
assembléia assembleia
da tonicidade, timbre aberto.Ex.: herói – médico – céu (di-
idéia ideia
tongos abertos)
geléia geleia
jibóia jiboia
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, apóia (verbo apoiar) apoia
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: paranóico paranoico
tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acom-
artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles panhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi total- – baú – país – Luís
mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado
em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: Observação importante:
mülleriano (de Müller)
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo- hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.:
gais nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura
Sauípe Sauipe

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi Não se acentuam mais as palavras homógrafas que
abolido. Ex.: antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme-
lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas
Antes Agora exceções, como:
crêem creem A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
lêem leem pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen-
vôo voo do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa
enjôo enjoo do singular do presente do indicativo). Ex:
Ela pode fazer isso agora.
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
preposição por.
Repare: - Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co-
1-) O menino crê em você locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
Os meninos creem em você. “pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex:
2-) Elza lê bem! Faço isso por você.
Todas leem bem! Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
3-) Espero que ele dê o recado à sala.
Esperamos que os garotos deem o recado! Questões sobre Acentuação Gráfica
4-) Rubens vê tudo!
Eles veem tudo! 01. (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) Assi-
nale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a mes-
* Cuidado! Há o verbo vir: ma regra que distribuídos.
Ele vem à tarde! (A) sócio
Eles vêm à tarde! (B) sofrê-lo
(C) lúcidos
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan- (D) constituí
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru (E) órfãos
-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
02. (MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – FUNDAÇÃO
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti- DOM CINTRA/2010) Se os vocábulos POSSÍVEL, ATRAVÉS e
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha. VÍRUS recebem acento gráfico, também serão acentuados
pelas mesmas regras, respectivamente, os vocábulos rela-
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem cionados em:
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba a) fóssil / mês / álbuns;
b) réptil / compôs / júri;
As formas verbais que possuíam o acento tônico na c) amável / português / táxi;
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de d) fácil / até / húmus;
“e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.: e) bílis / café / ônus.

Antes Depois 03.(MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – IBFC/2013)


apazigúe (apaziguar) apazigue Assinale a alternativa em que a palavra deve ser, obrigato-
averigúe (averiguar) averigue riamente, acentuada.
argúi (arguir) argui a) Pratica.
b) Negocio.
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa c) Traido.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo d) Critica.
vir) e) Capitulo.

A regra prevalece também para os verbos conter, obter, 04. (RIOPREVIDÊNCIA/RJ – ESPECIALISTA EM PREVI-
reter, deter, abster. DÊNCIA SOCIAL – CEPERJ/2014)
A palavra “conteúdo” recebe acentuação pela mesma
ele contém – eles contêm razão de:
ele obtém – eles obtêm A) juízo
ele retém – eles retêm B) espírito
ele convém – eles convêm C) jornalístico
D) mínimo
E) disponíveis

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

05. (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE/MG – TÉCNI- a) fóssil / mês / álbuns;


CO NÍVEL SUPERIOR – INFORMÁTICA – FUMARC/2014) Na fóssil = paroxítona terminada em “l”; mês = monossí-
frase “Pelo menos 4,7 milhões de aposentados e pensionis- laba terminada em “e + s”; álbuns = paroxítona terminada
tas têm pouco mais de um mês para recadastrar a senha em “uns”
bancária”, o acento gráfico do verbo “ter” se justifica pela b) réptil / compôs / júri;
seguinte regra: réptil = paroxítona terminada em “l”; compôs = oxítona
(A) Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural terminada em “o + s”; júri = paroxítona terminada em ‘i”
do presente do indicativo do verbo “ter”. c) amável / português / táxi;
(B) O verbo “ter”, no presente do subjuntivo, assume a amável = paroxítona terminada em “l”; português =
forma “têm” (com acento) na terceira pessoa do plural. oxítona terminada em “e + s”; táxi = paroxítona terminada
(C) O acento circunflexo é empregado para marcar a em ‘i”
oposição entre a 3ª pessoa do singular e a 2ª pessoa do d) fácil / até / húmus;
plural. fácil = paroxítona terminada em “l”; até = oxítona ter-
(D) Todas as palavras oxítonas são acentuadas quando minada em “e”; húmus = paroxítona terminada em “u + s”
empregadas na terceira pessoa do plural. e) bílis / café / ônus.
Bílis = paroxítona terminada em “i + s”; café = oxítona
06. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA- terminada em “e”; ônus = paroxítona terminada em “u + s”
BALHO – CESPE/2014) O emprego do acento gráfico em
“incluíram” e “número” justifica-se com base na mesma re- 3-)
gra de acentuação. a) Pratica = verbo (prática = adjetivo ou substantivo)
(...) CERTO ( ) ERRADO b) Negocio = verbo (negócio = substantivo)
c) Traido = traído (adjetivo)
07. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO d) Critica = verbo (crítica = adjetivo ou substantivo)
- ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO DE e) Capitulo = verbo (capítulo = substantivo)
DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Seguem a mesma re-
gra de acentuação gráfica relativa às palavras paroxítonas:
4-) Conteúdo = regra do hiato
(A) probatório; condenatório; crédito.
A) juízo = regra do hiato
(B) máquina; denúncia; ilícita.
B) espírito = proparoxítona
(C) denúncia; funcionário; improcedência.
C) jornalístico = proparoxítona
(D) máquina; improcedência; probatório.
D) mínimo = proparoxítona
(E) condenatório; funcionário; frágil.
E) disponíveis = paroxítona terminada em ditongo
08. (FUNASA – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA ES-
5-)
PECIALIDADES 1 E 2 – CESPE/2013) O emprego do acento
em “Uberlândia” e “água” justifica-se com base na mesma (A) Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural
regra ortográfica. do presente do indicativo do verbo “ter”.
(...) CERTO ( ) ERRADO (B) O verbo “ter”, no presente do subjuntivo, assume a
forma “têm” (com acento) na terceira pessoa do plural. (que
GABARITO eles tenham)
(C) O acento circunflexo é empregado para marcar a
01. D 02. D 03. C 04. A oposição entre a 3ª pessoa do singular e a 2ª pessoa do
05. A 06. E 07. C 08. C plural.
3ª pessoa do singular = ele tem / 2ª pessoa do plural
RESOLUÇÃO = vós tendes
(D) Todas as palavras oxítonas são acentuadas quando
1-) Distribuímos = regra do hiato empregadas na terceira pessoa do plural.
(A) sócio = paroxítona terminada em ditongo “Tem” não é oxítona, mas sim, monossílaba. As palavras
(B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome oxítonas recebem acento apenas quando terminadas em
oblíquo. Nunca!) “a”, “e” ou “o”, seguidas ou não de “s”.
(C) lúcidos = proparoxítona
(D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui” 6-) Incluíram = regra do hiato / número = proparoxí-
– oxítona: cons-ti-tui) tona
(E) órfãos = paroxítona terminada em “ão” RESPOSTA: “ERRADO”.

2-) Possível = paroxítona terminada em “l”; através = 7-) Vamos a elas:


oxítona terminada em “e + s”; vírus = paroxítona terminada (A) probatório = paroxítona terminada em ditongo;
em “u + s” condenatório = paroxítona terminada em ditongo; crédito
= proparoxítona.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

(B) máquina = proparoxítona; denúncia = paroxítona Norma culta:


terminada em ditongo; ilícita = proparoxítona.
(C) Denúncia = paroxítona terminada em ditongo; A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
funcionário = paroxítona terminada em ditongo; improce- do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
dência = paroxítona terminada em ditongo E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
(D) máquina; improcedência; probatório = classifica- ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
ções apresentadas acima las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e
(E) condenatório; funcionário = classificações apresen- criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ-
tadas acima / Frágil = paroxítona terminada em “l” mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação:
Estou preocupado. (norma culta)
8-) Uberlândia = paroxítona terminada em ditongo / Tô preocupado. (língua popular)
água = paroxítona terminada em ditongo Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)
RESPOSTA: “CERTO”.
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín-
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es-
V. ANÁLISE LINGUÍSTICA: norma culta e pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para
viver; urge conhecer a língua culta para conviver.
variedades linguísticas; a relação entre a
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor-
oralidade e a escrita; a linguagem da Internet.
mas da língua culta.
Aspectos gramaticais: Estrutura da frase:
modos de construção de orações segundo O conceito de erro em língua:
diferentes perspectivas de ordenação. Estrutura
do vocábulo: flexão dos vocábulos, seu valor Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
e significação dentro de frases. Aspectos casos de ortografia. O que normalmente se comete são
normativos: regras padrão de concordância, transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num
regência e colocação. Emprego de certas momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa-
formas e palavras: modos verbais, aspectos lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride
verbais, pronome relativo, conjunção, pronome a norma culta.
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala,
de tratamento, pontuação, ortografia.
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um
Descrição linguística: unidades linguísticas:
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa
orações, sintagmas, palavras, morfemas. praia, vestido de fraque e cartola.
Categorias semânticas: gênero, número, tempo, Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
modo aspectos, classificação dos vocábulos, pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
processos de coordenação e subordinação, das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
funções sintáticas e papéis semânticos. gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
perfeitamente normais construções do tipo:
Eu não vi ela hoje.
Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Norma Culta
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem
Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica-
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
funcionais: norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- alteram:
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Eu não a vi hoje.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem Ninguém o deixou falar.
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- Deixe-me ver isso!
rando na educação; Eu te amo, sim, mas não abuses!
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po- Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos-
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista, trando as características e as vantagens de uma e outra,
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres- sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, ou inferioridade, que em verdade inexiste.
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín-
à causa do ensino. gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de
O momento solene, acessível a poucos, é o da arte línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale-
poética, caracterizado por construções de rara beleza. tos, consequência natural do enorme distanciamento entre
Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. uma modalidade e outra.
Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co- borada que a língua falada, porque é a modalidade que
mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne-
que não tenha amparo gramatical. Exemplos: nhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível
Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!) sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo,
Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.) processam-se lentamente e em número consideravelmente
Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos menor, quando cotejada com a modalidade falada.
dispersar e Não vamos dispersar-nos.) Importante é fazer o educando perceber que o nível da
Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com
sair daqui bem depressa.) a situação em que se desenvolve o discurso.
O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no O ambiente sociocultural determina o nível da lingua-
seu posto.) gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia
e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre não
As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im- fala com uma criança como se estivesse em uma missa, as-
pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos sim como uma criança não fala como um adulto. Um enge-
também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos nheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível
linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum
tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e
conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as na sala de aula.
formas então legítimas impido, despido e desimpido, que Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre
hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti-
usar. diano, a que já fizemos referência.
Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário
escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe- Variações Linguísticas
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases A linguagem é a característica que nos difere dos de-
da língua popular para a língua culta”. mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada con- frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so-
forme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
culta. Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de formali-
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: dade e o de informalidade.
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma-
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação neira que falamos. Este fator foi determinante para a que
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o es-
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
a evoluções. errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importân- um estigma.
cia. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a lín- Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
gua falada com base na língua escrita, considerada supe- gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
rior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, representam as variações de acordo com as condições so-
a que os professores sempre estão atentos. ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
Dentre elas destacam-se:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Variações históricas: Dado o dinamismo que a língua O Brasil possui um grande potencial turístico.
apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tem- Espantoso!
po. Um exemplo bastante representativo é a questão da or- Não vá embora.
tografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, Silêncio!
uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo- O telefone está tocando.
se à linguagem dos internautas, a qual se fundamenta pela
supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o fragmento ex- Observação: a frase que não possui verbo denomina-se
posto: Frase Nominal.
Na língua falada, a frase é caracterizada pela entoação,
Antigamente que indica nitidamente seu início e seu fim. A entoação
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e pode vir acompanhada por gestos, expressões do rosto, do
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: olhar, além de ser complementada pela situação em que o
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mes- falante se encontra. Esses fatos contribuem para que fre-
mo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a quentemente surjam frases muito simples, formadas por
asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.” apenas uma palavra. Observe:
Carlos Drummond de Andrade Rua!
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca- Ai!
bulário antiquado.
Essas palavras, dotadas de entoação própria, e acompa-
Variações regionais: São os chamados dialetos, que nhadas de gestos peculiares, são suficientes para satisfazer
são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. suas necessidades expressivas.
Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos Na língua escrita, a entoação é representada pelos si-
lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira nais de pontuação, os quais procuram sugerir a melodia fra-
e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sota- sal. Desaparecendo a situação viva, o contexto é fornecido
ques, ligados às características orais da linguagem. pelo próprio texto, o que acaba tornando necessário que
as frases escritas sejam linguisticamente mais completas.
Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li- Essa maior complexidade linguística leva a frase a obedecer
gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também às regras gerais da língua. Portanto, a organização e a or-
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como denação dos elementos formadores da frase devem seguir
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. os padrões da língua. Por isso é que: As meninas estavam
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos alegres. = constitui uma frase, enquanto: Alegres meninas
grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, en- estavam as. = não é considerada uma frase da língua por-
tre outros. Os jargões estão relacionados ao profissionalis- tuguesa.
mo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a
classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais Tipos de Frases
da área de informática, dentre outros.
Vejamos um poema sobre o assunto: Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só po-
dem ser integralmente captados se atentarmos para o con-
Vício na fala texto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das
Para dizerem milho dizem mio situações em que se explora a ironia. Pense, por exemplo,
Para melhor dizem mió na frase “Que educação!”, usada quando se vê alguém inva-
Para pior pió dindo, com seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso, ela
Para telha dizem teia expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz.
Para telhado dizem teiado A entoação é um elemento muito importante da frase
E vão fazendo telhados. falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão.
Oswald de Andrade Dependendo de como é dita, uma frase simples como “É
ela.” pode indicar constatação, dúvida, surpresa, indignação,
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- decepção, etc. Na língua escrita, os sinais de pontuação po-
coes-linguisticas.htm dem agir como definidores do sentido das frases.
Existem alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou
Frase, Oração e Período menos previsível, de acordo com o sentido que transmitem.
São elas:
Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo - Frases Interrogativas: ocorrem quando uma per-
ser formada por uma só palavra ou por várias, ter verbos ou gunta é feita pelo emissor da mensagem. São empregadas
não. A frase exprime, através da fala ou da escrita: ideias, quando se deseja obter alguma informação. A interrogação
emoções, ordens, apelos. Define-se pelo seu propósito co- pode ser direta ou indireta.
municativo, ou seja, pela sua capacidade de, num intercâm- Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta)
bio linguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interroga-
situação em que é utilizada. Exemplos: ção indireta)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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- Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é “O
mensagem dá uma ordem, um conselho ou faz um pedido, amor”. A declaração referente a “o amor”, ou seja, o predi-
utilizando o verbo no modo imperativo. Podem ser afirmati- cado, é «é eterno». É um predicado nominal, pois seu nú-
vas ou negativas. cleo significativo é o nome «eterno». Já na frase: Os rapazes
Faça-o entrar no carro! (Afirmativa) jogam futebol. O sujeito é “Os rapazes”, que identificamos
Não faça isso. (Negativa) por ser o termo que concorda em número e pessoa com o
Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa) verbo “jogam”. O predicado é “jogam futebol”, cujo núcleo
significativo é o verbo “jogam”. Temos, assim, um predica-
- Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor ex- do verbal.
terioriza um estado afetivo. Apresentam entoação ligeiramen-
te prolongada. Por Exemplo: Oração
Que prova difícil! Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para
É uma delícia esse bolo! isso é necessário:
- que o enunciado tenha sentido completo;
- Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor cons- - que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal).
tata um fato. Esse tipo de frase informa ou declara alguma Por Exemplo: Camila terminou a leitura do livro.
coisa. Podem ser afirmativas ou negativas.
Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa) Obs.: Na oração as palavras estão relacionadas entre si,
Ela não está em casa. (Negativa) como partes de um conjunto harmônico: elas são os ter-
mos ou as unidades sintáticas da oração. Assim, cada ter-
- Frases Optativas: são usadas para exprimir um desejo. mo da oração desempenha uma função sintática.
Por Exemplo:
Deus te acompanhe! Atenção: Nem toda frase é oração. Por Exemplo: Que
Bons ventos o levem! dia lindo!
Esse enunciado é frase, pois tem sentido. Esse enun-
De acordo com a construção, as frases classificam-se em: ciado não é oração, pois não possui verbo. Assim, não pos-
suem estrutura sintática, portanto não são orações, frases
Frase Nominal: é a frase construída sem verbos. Exem- como:
plos: Socorro! - Com Licença! - Que rapaz ignorante!
Fogo! A frase pode conter uma ou mais orações. Veja:
Cuidado! Brinquei no parque. (uma oração)
Belo serviço o seu! Entrei na casa e sentei-me. (duas orações)
Trabalho digno desse feirante. Cheguei, vi, venci. (três orações)

Frase Verbal: é a frase construída com verbo. Por Exemplo: Período


O sol ilumina a cidade e aquece os dias. Período é a frase constituída de uma ou mais orações,
Os casais saíram para jantar. formando um todo, com sentido completo. O período
A bola rolou escada abaixo. pode ser simples ou composto.
Período Simples: é aquele constituído por apenas uma
Estrutura da Frase oração, que recebe o nome de oração absoluta. Exemplos:
O amor é eterno.
As frases que possuem verbo são geralmente estrutura- As plantas necessitam de cuidados especiais.
das a partir de dois elementos essenciais: sujeito e predicado. Quero aquelas rosas.
Isso não significa, no entanto, que tais frases devam ser for- O tempo é o melhor remédio.
madas, no mínimo, por dois vocábulos. Na frase “Saímos”, por
exemplo, há um sujeito implícito na terminação do verbo: nós. Período Composto: é aquele constituído por duas ou
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo mais orações. Exemplos:
em número e pessoa. É normalmente o “ser de quem se de- Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias.
clara algo”, “o tema do que se vai comunicar”. Quero aquelas flores para presentear minha mãe.
O predicado é a parte da frase que contém “a informação Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o que
nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito, acontece ao anoitecer.
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. É sem- Cheguei, jantei e fui dormir.
pre muito importante analisar qual é o núcleo significativo
da declaração: se o núcleo da declaração estiver no verbo, Saiba que: Como toda oração está centrada num verbo
teremos um predicado verbal (ocorre nas frases verbais); se ou numa locução verbal, a maneira prática de saber quan-
o núcleo da declaração estiver em algum nome, teremos um tas orações existem num período é contar os verbos ou
predicado nominal (ocorre nas frases nominais que possuem locuções verbais.
verbo de ligação). Observe: O amor é eterno.

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Coordenação e Subordinação Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas


principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
O período composto caracteriza-se por possuir mais de seja...seja.
uma oração em sua composição. Sendo Assim: - Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma oração) - Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias car-
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. reiras diferentes.
(Período Composto =locução verbal, verbo, duas orações) - Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um pro- quarto.
tetor solar. (Período Composto = três verbos, três orações).
Cada verbo ou locução verbal sublinhada acima corres- Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
ponde a uma oração. Isso implica que o primeiro exemplo principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
é um período simples, pois tem apenas uma oração, os dois seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo)
outros exemplos são períodos compostos, pois têm mais de - Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
uma oração. - Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer - Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
entre as orações de um período composto: uma relação de - A situação é delicada; devemos, pois, agir
coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas em Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
um mesmo período (ou seja, em um mesmo bloco de infor- principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
mações, marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, de, pois (anteposto ao verbo).
estruturas individuais, como é o exemplo de: - Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. - Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
(Período Composto) - Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Podemos dizer: mingo.
1. Estou comprando um protetor solar.
2. Irei à praia.
Fonte:
Separando as duas, vemos que elas são independentes.
http://www.infoescola.com/portugues/oracoes-coor-
É esse tipo de período que veremos: o Período Com-
denadas-assindeticas-e-sindeticas/
posto por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos
Questões sobre Orações Coordenadas
dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sin-
déticas.
01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplan-
Coordenadas Assindéticas tação integral de gosto e de estilo” tem valor:
A) conclusivo
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas B) adversativo
através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. C) concessivo
D) explicativo
Coordenadas Sindéticas E) alternativo

Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en- 02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”.
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor- A oração em destaque é:
denativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração a) coordenada explicativa b) coordenada adver-
uma classificação. As orações coordenadas sindéticas são sativa
classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alternati- c) coordenada aditiva d) coordenada con-
vas, conclusivas e explicativas. clusiva
e) coordenada assindética
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não 03. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Re-
só... como, assim... como. leia o seguinte trecho:
- Não só cantei como também dancei. Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia. cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
- Comprei o protetor solar e fui à praia. prática.
Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas norma- -padrão da língua portuguesa, ao se substituir
principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan- o termo em destaque, o trecho estará corretamente rees-
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão. crito em:
- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando. quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância
- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia. para nossa vida prática.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como 08. Analise sintaticamente as duas orações destacadas
quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância no texto “O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na
para nossa vida prática. casa, nem assustou seus habitantes.” A seguir, classifique
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como qua- -as, respectivamente, como coordenadas:
se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para A) adversativa e aditiva.
nossa vida prática. B) explicativa e aditiva.
D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como qua- C) adversativa e alternativa.
se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos- D) aditiva e alternativa.
sa vida prática.
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda 09. Um livro de receita é um bom presente porque aju-
a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida da as pessoas que não sabem cozinhar. A palavra “porque”
prática. pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
A) entretanto.
04. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.) B) então.
Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao auto- C) assim.
móvel mas também da necessidade de maior número de D) pois.
viagens... –, os termos em destaque estabelecem relação de E) porém.
A) explicação.
B) oposição. 10- Na oração “Pedro não joga E NEM ASSISTE”, te-
C) alternância. mos a presença de uma oração coordenada que pode ser
D) conclusão. classificada em:
E) adição. A) Coordenada assindética;
B) Coordenada assindética aditiva;
05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que C) Coordenada sindética alternativa;
estaremos a seu lado sempre. D) Coordenada sindética aditiva.
Marque a opção correta quanto à sua classificação:
A) Coordenada sindética aditiva. GABARITO
B) Coordenada sindética alternativa. 01. B 02. E 03. D 04. E 05. D
C) Coordenada sindética conclusiva. 06. A 07. B 08. A 09. D 10. D
D) Coordenada sindética explicativa.
RESOLUÇÃO
06. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor ad-
versativo é: 1-) “Não se verificou, todavia, uma transplantação inte-
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. gral de gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portan-
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. to: oração coordenada sindética adversativa
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa
de pedir esmola”. 2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames =
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manu- a oração em destaque não é introduzida por conjunção,
tenção da miséria E prejudica o desenvolvimento da socie- então: coordenada assindética
dade”.
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de di- 3-) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção
nheiro, de moradia digna, emprego, segurança, lazer, cul- (e ideia) adversativa
tura, acesso à saúde E à educação”. A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como
quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância
07. Assinale a alternativa em que o sentido da conjun- para nossa vida prática. = conclusiva
ção sublinhada está corretamente indicado entre parênte- B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como
ses. quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pre- para nossa vida prática. = conformativa
tende trabalhar como advogado. (explicação) C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase
B) Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição) toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se sa vida prática. = conclusiva
preocupe. (oposição) E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
(alternância) sa vida prática. = explicativa
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu
toda a chuva. (conclusão) substituir por porque; como conclusiva: substituo por por-
tanto.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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4-) fruto não só do novo acesso da população ao au- A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu
tomóvel mas também da necessidade de maior número de sinto” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração
viagens... estabelecem relação de adição de ideias, de fatos subordinada “existir em meu gesto o teu gesto”. Note que
a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo.
5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre. Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas
= conjunção explicativa (= porque) - coordenada sin- orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo
dética explicativa surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou
não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzi-
6-) das ou implícitas.
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por
ajuda (ideia contrária) conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual-
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. mente, introduzidas por preposição.
= adição
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa 1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
de pedir esmola”. = adição
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manu- A oração subordinada substantiva tem valor de subs-
tenção da miséria E prejudica o desenvolvimento da socie- tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte-
dade”. = adição grante (que, se).
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de di- Suponho que você foi à biblioteca hoje.
nheiro, de moradia digna, emprego, segurança, lazer, cul- Oração Subordinada Substantiva
tura, acesso à saúde E à educação”. = adição
Você sabe se o presidente já chegou?
7-) Oração Subordinada Substantiva
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pre-
tende trabalhar como advogado. = adversativa
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem
preocupe. = conclusão
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde,
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã.
como). Veja os exemplos:
= explicativa
O garoto perguntou qual era o telefone da moça.
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam
Oração Subordinada Substantiva
toda a chuva. = alternativa

8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa Não sabemos por que a vizinha se
- nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva mudou.
Oração Subordinada Substantiva
9-) Um livro de receita é um bom presente porque aju-
da as pessoas que não sabem cozinhar. Classificação das Orações Subordinadas Substan-
= conjunção explicativa: pois tivas

10-) E NEM ASSISTE= conjunção aditiva (ideia de adi- De acordo com a função que exerce no período, a ora-
ção, soma de fatos) = Coordenada sindética aditiva. ção subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito
Subordinação do verbo da oração principal. Observe:
É fundamental o seu comparecimento à reu-
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes: nião.
“Eu sinto que em meu gesto existe o Sujeito
teu gesto.”
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental que você compareça à reu-
nião.
Observe que na oração subordinada temos o verbo Oração Principal Oração Subordinada Substantiva
“existe”, que está conjugado na terceira pessoa do singu- Subjetiva
lar do presente do indicativo. As orações subordinadas que
apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos Atenção: Observe que a oração subordinada substan-
do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são cha- tiva pode ser substituída pelo pronome “ isso”. Assim, te-
madas de orações desenvolvidas ou explícitas. Podemos mos um período simples:
modificar o período acima. Veja: É fundamental isso. ou Isso é fundamental.
Eu sinto existir em meu gesto o teu
gesto. Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
Oração Principal Oração Subordinada a função de sujeito

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica
principal: na oração.
1- Verbos de ligação + predicativo, em construções Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo Oração Subordinada Substantiva Objetiva
- É claro - Está evidente - Está comprovado Indireta
É bom que você compareça à minha festa.
d) Completiva Nominal
2- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube- A oração subordinada substantiva completiva nominal
se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anun- completa um nome que pertence à oração principal e tam-
ciado - Ficou provado bém vem marcada por preposição.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. Sentimos orgulho de seu comportamento.
Complemento Nominal
3- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
importar - ocorrer - acontecer de que você se comportou. (= Sen-
Convém que não se atrase na entrevista. timos orgulho disso.)
Obs.: quando a oração subordinada substantiva é sub- Oração Subordinada Substantiva Completiva
jetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pes- Nominal
soa do singular.
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob-
b) Objetiva Direta jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto
A oração subordinada substantiva objetiva direta exer- que orações subordinadas substantivas completivas nomi-
ce função de objeto direto do verbo da oração principal. nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
Todos querem sua aprovação no concurso. tado. Essa é, aliás, a diferença entre o objeto indireto e o
Objeto Direto
complemento nominal: o primeiro complementa um verbo,
o segundo, um nome.
Todos querem que você seja aprovado. (= Todos
querem isso)
e) Predicativa
Oração Principal oração Subordinada Substantiva
A oração subordinada substantiva predicativa exerce
Objetiva
papel de predicativo do sujeito do verbo da oração princi-
Direta
pal e vem sempre depois do verbo ser.
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Nosso desejo era sua desistência.
desenvolvidas são iniciadas por:
- Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: Predicativo do Sujeito
A professora verificou se todos alunos estavam presentes.
Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às era isso)
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Oração Subordinada Substantiva
O pessoal queria saber quem era o dono do carro im- Predicativa
portado.
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva
- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: fui bem na prova.
Eu não sei por que ela fez isso.
f) Apositiva
c) Objetiva Indireta A oração subordinada substantiva apositiva exerce fun-
A oração subordinada substantiva objetiva indireta ção de aposto de algum termo da oração principal.
atua como objeto indireto do verbo da oração principal. Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de
Vem precedida de preposição. seu casamento. Aposto
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)
Meu pai insiste em meu estudo.
Objeto Indireto Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu
casamento chegasse.
Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste Oração Subordinada Substantiva
nisso) Apositiva
Oração Subordinada Substantiva Objetiva
Indireta

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas

Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui Na relação que estabelecem com o termo que caracte-
valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As rizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou
a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe especificam o sentido do termo a que se referem, indivi-
o exemplo: dualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa,
Esta foi uma redação bem-sucedida. sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno- também orações que realçam um detalhe ou amplificam da-
minal) dos sobre o antecedente, que já se encontra suficientemen-
te definido, as quais denominam-se subordinadas adjetivas
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo explicativas.
Exemplo 1:
adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um
outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo pa-
homem que passava naquele momento.
pel. Veja:
Oração Subordinada Adjetiva
Esta foi uma redação que fez sucesso.
Restritiva
Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva Nesse período, observe que a oração em destaque res-
tringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-se
Perceba que a conexão entre a oração subordinada de um homem específico, único. A oração limita o universo
adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é de homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim
feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou àquele que estava passando naquele momento.
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha Exemplo 2:
uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa- O homem, que se considera racional, muitas vezes
pel que seria exercido pelo termo que o antecede. age animalescamente.
Obs.: para que dois períodos se unam num período Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
composto, altera-se o modo verbal da segunda oração.
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re- restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, essa
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais contida no conceito de “homem”.
Refiro-me ao aluno que é estudioso. Saiba que:
Essa oração é equivalente a: A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da
Refiro-me ao aluno o qual estuda. oração principal por uma pausa, que, na escrita, é represen-
tada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas indicada como forma de diferenciar as orações explicativas
das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre isola-
Quando são introduzidas por um pronome relativo e das por vírgulas; as restritivas, não.
apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce
reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal.
(podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo,
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida,
particípio). vem introduzida por uma das conjunções subordinativas
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. (com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo com
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz.

No primeiro período, há uma oração subordinada ad- Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome Oração Subordinada Adverbial
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subor- Observe que a oração em destaque agrega uma cir-
dinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome re- cunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração su-
lativo e seu verbo está no infinitivo. bordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são
termos acessórios que indicam uma circunstância referente,
via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adver-
bial depende da exata compreensão da circunstância que
exprime. Observe os exemplos abaixo:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Naquele momento, senti uma das maiores emoções de c) Condição


minha vida. Condição é aquilo que se impõe como necessário para
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de a realização ou não de um fato. As orações subordinadas
minha vida. adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocor-
rer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expres-
No primeiro período, “naquele momento” é um adjun- so na oração principal.
to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. Principal conjunção subordinativa condicional: SE
No segundo período, esse papel é exercido pela oração Outras conjunções condicionais: caso, contanto que,
“Quando vi a estátua”, que é, portanto, uma oração su- desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que,
bordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvida, sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
pois é introduzida por uma conjunção subordinativa (quan- Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
do) e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, certamente o melhor time será campeão.
do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la, Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o
obtendo-se: contrato.
Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de Caso você se case, convide-me para a festa.
minha vida.
d) Concessão
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma As orações subordinadas adverbiais concessivas in-
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é dicam concessão às ações do verbo da oração principal,
introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A
preposição (“a”, combinada com o artigo “o”). ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à
Obs.: a classificação das orações subordinadas adver- quebra de expectativa.
biais é feita do mesmo modo que a classificação dos ad- Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA
juntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locu-
oração. ções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, pos-
to que, apesar de que.
Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordina- Só irei se ele for.
das Adverbiais
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
a) Causa
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita. Com-
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que
pare agora com:
provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara
Irei mesmo que ele não vá.
na oração principal. “É aquilo ou aquele que determina um
acontecimento”.
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre
introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
pois que, já que, uma vez que, visto que. cessiva. Observe outros exemplos:
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. Embora fizesse calor, levei agasalho.
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve al- Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos me-
ternativa a não ser cancelá-lo. tade da população continua à margem do mercado de con-
Já que você não vai, eu também não vou. sumo.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
b) Consequência bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
As orações subordinadas adverbiais consecutivas ex- e) Comparação
primem um fato que é consequência, que é efeito do que As orações subordinadas adverbiais comparativas esta-
se declara na oração principal. São introduzidas pelas con- belecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo
junções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto da oração principal.
que, etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho... Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO
que. Ele dorme como um urso.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho) Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa subordinadas adverbiais comparativas. Por exemplo:
dor.) Agem como crianças. (agem)
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- Oração Subordinada Adverbial Comparativa
cretizando-os. No entanto, quando se comparam ações diferentes,
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- isso não ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz.
da de Infinitivo) (comparação do verbo falar e do verbo fazer).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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f) Conformidade Questões sobre Orações Subordinadas


As orações subordinadas adverbiais conformativas in-
dicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma re- 01. (Papiloscopista Policial – Vunesp/2013).
gra, um modelo adotado para a execução do que se decla- Mais denso, menos trânsito
ra na oração principal.
Principal conjunção subordinativa conformativa: CON- As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em
FORME processo de deterioração agudizado pelo crescimento econômico
Outras conjunções conformativas: como, consoante e da última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutu-
segundo (todas com o mesmo valor de conforme). ra, mas é importante também considerar o planejamento urbano.
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm desconcentração, incentivando a criação de diversos centros
direitos iguais. urbanos, na visão de que isso levaria a uma maior facilidade
de deslocamento.
Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos cen-
g) Finalidade
tros e o aumento das distâncias multiplicam o número de via-
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a
gens, dificultando o investimento em transporte coletivo e au-
intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração
mentando a necessidade do transporte individual.
principal. Se olharmos Los Angeles como a região que levou a des-
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE concentração ao extremo, ficam claras as consequências. Numa
Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a região rica como a Califórnia, com enorme investimento viário,
locução conjuntiva para que. temos engarrafamentos gigantescos que viraram característica
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos. da cidade.
Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com ele-
entrasse. vado adensamento e predominância do transporte coletivo,
como mostram Manhattan e Tóquio.
h) Proporção O centro histórico de São Paulo é a região da cidade mais
As orações subordinadas adverbiais proporcionais ex- bem servida de transporte coletivo, com infraestrutura de tele-
primem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao comunicação, água, eletricidade etc. Como em outras grandes
expresso na oração principal. cidades, essa deveria ser a região mais adensada da metrópole.
Principal locução conjuntiva subordinativa proporcio- Mas não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do
nal: À PROPORÇÃO QUE centro, com deslocamento das atividades para diversas regiões
Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida da cidade.
que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior... A visão de adensamento com uso abundante de transpor-
(maior), quanto maior...(menor), quanto menor...(maior), te coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, será possível
quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quanto mais... reverter esse processo de uso cada vez mais intenso do trans-
(menos), quanto menos...(mais), quanto menos...(menos). porte individual, fruto não só do novo acesso da população ao
À proporção que estudávamos, acertávamos mais ques- automóvel, mas também da necessidade de maior número de
tões. viagens em função da distância cada vez maior entre os desti-
Visito meus amigos à medida que eles me convidam. nos da população.
Quanto maior for a altura, maior será o tombo. (Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adap-
tado)
i) Tempo
As expressões mais denso e menos trânsito, no título,
As orações subordinadas adverbiais temporais acres-
estabelecem entre si uma relação de
centam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração
(A) comparação e adição. (B) causa e consequência.
principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, an- (C) conformidade e negação. (D) hipótese e concessão.
terioridade ou posterioridade. (E) alternância e explicação
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
Outras conjunções subordinativas temporais: enquan- 02. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
to, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as NESP – 2013). No trecho – Tem surtido um efeito positivo por
vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc. eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade,
Quando você foi embora, chegaram outros convidados. já que cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e
Sempre que ele vem, ocorrem problemas. pensam melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma
Mal você saiu, ela chegou. atitude. – o termo em destaque estabelece entre as orações
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi- uma relação de
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) A) condição.
B) causa.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/ C) comparação.
sint29.php D) tempo.
E) concessão.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas que C) Assim como são verificados a desconcentração e o
aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas, exceto: aumento da extensão urbana no Brasil, é importante desen-
A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço. volver e adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita so- D) Visto que com a desconcentração e o aumento da
bre sua vida. extensão urbana verificados no Brasil, é importante desen-
C) Ignoras quanto custou meu relógio? volver e adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos. E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento
E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião da extensão urbana verificados no Brasil, é importante de-
senvolver e adensar ainda mais os diversos centros já exis-
04. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). tentes...
Considere a tirinha em que se vê Honi conversando com seu
Namorado Lute. 06. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – É
fundamental que essa visão de adensamento com uso abun-
dante de transporte coletivo seja recuperada para que pos-
samos reverter esse processo de uso… –, a expressão em des-
taque estabelece entre as orações relação de
A) consequência. B) condição. C) finalidade.
D) causa. E) concessão.

07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.). Con-


sidere o trecho: “Como as músicas eram de protesto, naquele
mesmo ano foi enquadrado na lei de segurança nacional pela
ditadura militar e exilado.” O termo Como, em destaque na
primeira parte do enunciado, expressa ideia de
A) contraste e tem sentido equivalente a porém.
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que.
C) conformidade e tem sentido equivalente a conforme.
D) causa e tem sentido equivalente a visto que.
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que.

08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças


Públicas – VUNESP – 2013-adap.) No trecho – “Fio, disjun-
(Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013) tor, tomada, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que
chega a contaminar-me. –, a construção tanto ... que estabe-
É correto afirmar que a expressão contanto que estabe- lece entre as construções [com tanto orgulho] e [que chega a
lece entre as orações relação de contaminar-me] uma relação de
A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja trabalhar A) condição e finalidade. B) conformidade e pro-
depois de casada. porção.
B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso C) finalidade e concessão. D) proporção e compa-
como cantor romântico. ração.
C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já E) causa e consequência.
pensam em casamento.
D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão 09. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país
de músico provavelmente ganhará pouco. bem mais fechado – embora em doze dias recebam o mes-
E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido mo número de imigrantes que o Brasil em um ano.” A alter-
torne-se um artista famoso. nativa que substitui a expressão em negrito, sem prejuízo ao
conteúdo, é:
05. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – A) já que. B) todavia. C) ainda que.
Apesar da desconcentração e do aumento da extensão D) entretanto. E) talvez.
urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e
adensar ainda mais os diversos centros já existentes... –, sem 10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a alterna-
que tenha seu sentido alterado, o trecho em destaque está tiva que substitui o trecho em destaque na frase – Assinarei
corretamente reescrito em: o documento, contanto que garantam sua autenticidade.
A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Ex- – sem que haja prejuízo de sentido.
tensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvol- (A) desde que garantam sua autenticidade.
ver e adensar ainda mais os diversos centros já existentes... (B) no entanto garantam sua autenticidade.
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o au- (C) embora garantam sua autenticidade.
mento da extensão urbana no Brasil, é importante desenvol- (D) portanto garantam sua autenticidade.
ver e adensar ainda mais os diversos centros já existentes... (E) a menos que garantam sua autenticidade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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GABARITO Estrutura e Formação das Palavras

01. B 02. B 03. C 04. D 05. A Observe as seguintes palavras:


06. C 07. D 08. E 09. C 10. A escol-a
escol-ar
RESOLUÇÃO escol-arização
escol-arizar
1-) mais denso e menos trânsito = mais denso, conse- sub-escol-arização
quentemente, menos trânsito, então: causa e consequência
Percebemos que há um elemento comum a todas elas:
2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece en- a forma escol-. Além disso, em todas há elementos des-
tre as orações uma relação de causa com a consequência tacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação.
de “tem um efeito positivo”. Compare, por exemplo, escola e escolar: partindo de escola,
formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável:
3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração ar.
subordinada substantiva objetiva direta Por meio desse trabalho de comparação entre as di-
A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou versas palavras que selecionamos, podemos depreender a
seja, não se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos existência de diferentes elementos formadores. Cada um
verbos “convir”, “parecer”, “importar”, “constar” etc., e tam- desses elementos formadores é uma unidade mínima de
bém não inicia com as conjunções integrantes “que” e “se”. significação, um elemento significativo indecomponível, a
que damos o nome de morfema.
4-) a expressão contanto que estabelece uma relação
de condição (condicional) Classificação dos morfemas:

5-) Apesar da desconcentração e do aumento da ex- Radical


tensão urbana verificados no Brasil = conjunção concessiva Há um morfema comum a todas as palavras que esta-
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o au- mos analisando: escol-. É esse morfema comum – o radi-
mento da extensão urbana no Brasil, = causal cal – que faz com que as consideremos palavras de uma
C) Assim como são verificados a desconcentração e o mesma família de significação – os cognatos. O radical é a
aumento da extensão urbana no Brasil = comparativa parte da palavra responsável por sua significação principal.
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da
extensão urbana verificados no Brasil = causal Afixos
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumen- Como vimos, o acréscimo do morfema – ar - cria uma
to da extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante,
o acréscimo dos morfemas sub e arização à forma escol-
6-) para que possamos = conjunção final (finalidade) criou subescolarização. Esses morfemas recebem o nome
de afixos.
7-) “Como as músicas eram de protesto = expressa Quando são colocados antes do radical, como aconte-
ideia de causa da consequência “foi enquadrado” = causa ce com sub, os afixos recebem o nome de prefixos. Quan-
e tem sentido equivalente a visto que. do, como arização, surgem depois do radical os afixos são
8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a chamados de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar
construção estabelece uma relação de causa e consequên- mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir
cia. (a causa da “contaminação” – consequência) modificações de significado no radical a que são acrescen-
tados.
9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país
bem mais fechado – embora em doze dias recebam o mes- Desinências
mo número de imigrantes que o Brasil em um ano.” = con- Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas
junção concessiva: ainda que como amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, ama-
vam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai
10-) contanto que garantam sua autenticidade. = con- sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa
junção condicional = desde que (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se mo-
dificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara,
amasse, por exemplo).
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que
indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre
surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome
de desinências. Há desinências nominais e desinências
verbais.

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Desinências nominais: indicam o gênero e o número Vogal ou consoante de ligação


dos nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-
tuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/ As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que
menina. surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o mor- mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra.
fema –s, que indica o plural em oposição à ausência de Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra escola-
morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/ga- ridade: o - i - entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão
rotas; menino/meninos; menina/meninas. vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro, alvinegro,
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinên- tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.
cia de plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/re-
vólveres; cruz/cruzes. Processos de formação de palavras:

Desinências verbais: em nossa língua, as desinências 1-) Composição


verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
radicais para formar nova palavra. Há dois tipos de compo-
indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais)
sição; justaposição e aglutinação.
e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos
1.1-) Justaposição: ocorre quando os elementos que
(desinência número-pessoais):
formam o composto são postos lado a lado, ou seja, jus-
cant-á-va-mos tapostos: corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol.
cant: radical - 1.2-) Aglutinação: ocorre quando os elementos que
á-: vogal temática formam o composto se aglutinam e pelo menos um deles
-va-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito perde sua integridade sonora: aguardente (água + arden-
imperfeito do indicativo) te), planalto (plano + alto), pernalta (perna + alta), vinagre
-mos:desinência número-pessoal (vinho + acre)

cant-á-sse-is Derivação por acréscimo de afixos


cant: radical É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
-á-: vogal temática vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
-sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretéri- vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
to imperfeito do subjuntivo) 1-) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda por acréscimo de prefixo.
pessoa do plural) In------ --feliz des----------leal
Prefixo radical prefixo radical
Vogal temática
2-) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
Observe que, entre o radical cant- e as desinências ver- acréscimo de sufixo.
bais, surge sempre o morfema –a. Esse morfema, que liga o Feliz---- mente leal------dade
radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua Radical sufixo radical sufixo
função é ligar- -se ao radical, constituindo o chamado
tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acres- 3-) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acrés-
centam as desinências. Tanto os verbos como os nomes cimo simultâneo de prefixo e sufixo (não posso retirar o
apresentam vogais temáticas. prefixo nem o sufixo que estão ligados ao radical, pois a
palavra não “existiria”). Por parassíntese formam-se, princi-
Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando
palmente, verbos.
átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola,
triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pen-
En-- -----trist- ----ecer
sar que essas terminações são desinências indicadoras de Prefixo radical sufixo
gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse
tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a de- en----- ---tard--- --ecer
sinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os prefixo radical sufixo
nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui,
por exemplo) não apresentam vogal temática. Outros tipos de derivação

Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracte- Há dois casos em que a palavra derivada é formada
rizam três grupos de verbos a que se dá o nome de conju- sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
gações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a perten- regressiva e a derivação imprópria.
cem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática é 1-) Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
-e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na forma-
temática -i pertencem à terceira conjugação. ção de substantivos derivados de verbos. Exemplo: A pesca
está proibida. (pescar). Proibida a caça. (caçar)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

2-) Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é 03. Que item contém somente palavras formadas por
obtida pela mudança de categoria gramatical da palavra justaposição?
primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas tão so- A) desagradável - complemente
mente na classe gramatical. B) vaga-lume - pé-de-cabra
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê C) encruzilhada - estremeceu
deriva da conjunção porque) D) supersticiosa - valiosas
Seu olhar me fascina! (o verbo olhar tornou-se, aqui, E) desatarraxou - estremeceu
substantivo)
04. “Sarampo” é:
Outros processos de formação de palavras: A) forma primitiva
B) formado por derivação parassintética
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos C) formado por derivação regressiva
oriundos de línguas diferentes. D) formado por derivação imprópria
automóvel (auto: grego; móvel: latim) E) formado por onomatopeia
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego) 05.(CREFITO/RJ-ES – TERAPEUTA OCUPACIONAL – CE-
PUERJ/2013) Dos verbos apresentados abaixo, aquele que
- Abreviação vocabular, cujo traço peculiar manifes- forma substantivo utilizando sufixo diferente dos demais é:
ta-se por meio da eliminação de um segmento de uma pa- a) desenvolver
lavra no intuito de se obter uma forma mais reduzida, ge- b) restaurar
ralmente aquelas mais longas. Vejamos alguns exemplos: c) ampliar
metropolitano/metrô, extraordinário/extra, otorrinolaringo- d) liberar
logista /otorrino, telefone/fone, pneumático/pneu
06. (CREFITO/RJ-ES – TERAPEUTA OCUPACIONAL – CE-
- Onomatopeia: Consiste em criar palavras, tentando
PUERJ/2013) Levando em conta o processo de formação, a
imitar sons da natureza ou sons repetidos. Por exemplo:
palavra “musculoesquelética” constitui exemplo de:
zum-zum, cri-cri, tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá.
a) derivação prefixal
b) derivação regressiva
- Siglas: As siglas são formadas pela combinação das
c) composição por justaposição
letras iniciais de uma sequência de palavras que constitui
d) composição por aglutinação
um nome. Por exemplo:IBGE (Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Ur-
07. Assinale a letra em que as palavras são formadas
bano).
As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a por derivação regressiva, derivação parassintética e com-
não ser que haja mais de três letras e a sigla seja pronun- posição por aglutinação, respectivamente.
ciável sílaba por sílaba. Por exemplo: Unicamp, Petrobras. a) neurose, infelizmente, pseudônimo;
b) ajuste, aguardente, arco-íris;
fonte: c) amostra, alinhar, girassol;
http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e- d) corte, emudecer, outrora;
formacao-de-palavras-i.htm e) pesca, deslealdade, vinagre.

Questões sobre Estrutura das Palavras GABARITO

01.(GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PRO- 01. B 02. B 03. B 04. C


CON – ADVOGADO – CEPERJ/2012) As palavras “consumis- 05.A 06. C 07. D
mo” e “consumista” são exemplos do seguinte tipo de de-
rivação: RESOLUÇÃO
A) prefixal
B) sufixal 1-) Ambas as palavras derivam de “consumo”, acrescen-
C) regressiva tando-se o sufixo “ismo” e “ista”, respectivamente. Portan-
D) parassintética to: derivação sufixal.
E) reduplicativa *Observação: Reduplicativa = a reduplicação da parte
inicial do lexema. Ex.: papá, mamã (linguagem infantil); Lulu,
02. A palavra “aguardente” formou-se por: Zezé (denotação de carinho em nomes de parentesco)
A) hibridismo (fonte: http://www.filologia.org.br/abf/volume2/nume-
B) aglutinação ro1/02.htm)
C) justaposição
D) parassíntese 2-) água + ardente = aguardente ( aglutinação)
E) derivação regressiva

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

3-) vaga-lume - pé-de-cabra = não houve alteração em Adjetivo Pátrio Composto


nenhuma delas (nem acréscimo, nem redução, estão ape-
nas “postas” uma ao lado da outra, justaposição). Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru-
4-) formado por derivação regressiva = a palavra pri- dita. Observe alguns exemplos:
mitiva é sarampão!
África afro- / Cultura afro-americana
5-) Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
a) desenvolver = desenvolvimento América américo- / Companhia américo-africana
b) restaurar = restauração Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
c) ampliar = ampliação China sino- / Acordos sino-japoneses
d) liberar = liberação Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
6-) musculoesquelética = músculo + esquelética ( jus- França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
taposição; não houve alteração nas palavras, foram apenas Grécia greco- / Filmes greco-romanos
colocadas uma ao lado da outra). Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
7-) corte, emudecer, outrora Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Cortar / emudecer (não posso retirar nem o prefixo Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
nem o sufixo) / outra hora.
Flexão dos adjetivos

Classificação dos Vocábulos O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos


Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se
característica do ser e se relaciona com o substantivo.
referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, per-
substantivos, classificam-se em:
cebemos que, além de expressar uma qualidade, ela pode
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas-
ser colocada ao lado de um substantivo: homem bondoso,
culino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa,
moça bondosa, pessoa bondosa.
mau e má, judeu e judia.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qua-
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
lidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: ho-
feminino somente o último elemento. Por exemplo: o moço
mem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade,
norte-americano, a moça norte-americana.
portanto, não é adjetivo, mas substantivo. Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
Morfossintaxe do Adjetivo: Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino
como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz.
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito político-social.
ou do objeto).
Número dos Adjetivos
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
Plural dos adjetivos simples
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles: Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acor-
do com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
Estados e cidades brasileiros: substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli-
Alagoas alagoano zes, ruim e ruins boa e boas
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça
Amazonas amazonense ou baré função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
Belo Horizonte belo-horizontino que estiver qualificando um elemento for, originalmente,
Brasília brasiliense um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a
Cabo Frio cabo-friense palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se es-
Campinas campineiro ou campinense tiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo.
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Veja outros exemplos: Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su-


perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles:
Motos vinho (mas: motos verdes) bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior,
Paredes musgo (mas: paredes brancas). grande/maior, baixo/inferior.
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
Observe que:
Adjetivo Composto a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- pectivamente.
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
o último elemento concorda com o substantivo a que se (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará e mais pequeno. Por exemplo:
invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente um Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, mentos.
funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
hífen, formará um adjetivo composto; como é um substan- duas qualidades de um mesmo elemento.
tivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariá-
vel. Por exemplo: Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In-
Camisas rosa-claro. ferioridade
Ternos rosa-claro. Sou menos passivo (do) que tolerante.
Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. Superlativo
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
O superlativo expressa qualidades num grau muito
Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual- elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser
quer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:
invariáveis. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
têm os dois elementos flexionados. senta-se nas formas:
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de pala-
Grau do Adjetivo vras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo:
O secretário é muito inteligente.
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a inten- Sintética: a intensificação se faz por meio do acrésci-
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o mo de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo.
comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo benéfico beneficentíssimo
bom boníssimo ou ótimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri- comum comuníssimo
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi- cruel crudelíssimo
cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de difícil dificílimo
igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe doce dulcíssimo
os exemplos abaixo: fácil facílimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade fiel fidelíssimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
quão. um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
Essa relação pode ser:
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
No comparativo de superioridade analítico, entre os
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do
que” ou “mais...que”. Note bem:
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe- dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
rioridade Sintético etc., antepostos ao adjetivo.

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob - No caso de nomes próprios personativos, denotando
duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo do artigo: O Pedro é o xodó da família.
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo
ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A - No caso de os nomes próprios personativos estarem
forma popular é constituída do radical do adjetivo portu- no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
guês + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. os Incas, Os Astecas...
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, preca-
riíssimo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, - Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
as formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o de- do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele
sagradável hiato i-í. (o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou Toda classe possui alunos interessados e desinteressa-
indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o dos. (qualquer classe)
gênero e o número dos substantivos.
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
Classificação dos Artigos facultativo:
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
Artigos Definidos: determinam os substantivos de
maneira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal. - A utilização do artigo indefinido pode indicar uma
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter
maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei é uns vinte anos.
um animal.
- O artigo também é usado para substantivar palavras
Combinação dos Artigos oriundas de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de
tudo isso.
É muito presente a combinação dos artigos definidos
e indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por - Nunca deve ser usado artigo depois do pronome re-
essas combinações: lativo cujo (e flexões).
Preposições Artigos Este é o homem cujo amigo desapareceu.
o, os Este é o autor cuja obra conheço.
a ao, aos
de do, dos - Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no
em no, nos sentido de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme),
por (per) pelo, pelos a menos que venham especificadas.
a, as um, uns uma, umas Eles estavam em casa.
à, às - - Eles estavam na casa dos amigos.
da, das dum, duns duma, dumas Os marinheiros permaneceram em terra.
na, nas num, nuns numa, numas Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
pela, pelas - -
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de trata-
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a mento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa
com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
conhecida por crase.
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O
manifestam: Estado de S. Paulo.

- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Morfossintaxe


numeral “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar
das olimpíadas. Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas
relações com o substantivo. Assim, nas orações da língua
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal
do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, do substantivo a que se refere. Tal função independe da
A Bahia... função exercida pelo substantivo:
A existência é uma poesia.
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode Uma existência é a poesia.
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações Conjunções subordinativas


ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por
exemplo: - CAUSAIS
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as Principais conjunções causais: porque, visto que, já que,
amiguinhas. uma vez que, como (= porque).
Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu - COMPARATIVAS
as amiguinhas Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...
como, mais...do que, menos...do que.
Cada informação está estruturada em torno de um ver- Ela fala mais que um papagaio.
bo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três ora-
ções: - CONCESSIVAS
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e Principais conjunções concessivas: embora, ainda que,
mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas. mesmo que, apesar de, se bem que.
A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e Indicam uma concessão, admitem uma contradição,
a terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. um fato inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”.
As palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações. Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de
Observe: Gosto de natação e de futebol. estar cansada)
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são Apesar de ter chovido fui ao cinema.
partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra
“e” está ligando termos de uma mesma oração. - CONFORMATIVAS
Principais conjunções conformativas: como, segundo,
Morfossintaxe da Conjunção conforme, consoante
Cada um colhe conforme semeia.
Expressam uma ideia de acordo, concordância, confor-
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
midade.
cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
Classificação
- CONSECUTIVAS
- Conjunções Coordenativas
Expressam uma ideia de consequência.
- Conjunções Subordinativas
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”,
“tanto”, “tão”, “tamanho”).
Conjunções coordenativas Falou tanto que ficou rouco.
Dividem-se em: - FINAIS
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gos- Expressam ideia de finalidade, objetivo.
to de cantar e de dançar. Todos trabalham para que possam sobreviver.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas Principais conjunções finais: para que, a fim de que,
também, não só...como também. porque (=para que),
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de opo- - PROPORCIONAIS
sição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada. Principais conjunções proporcionais: à medida que,
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contu- quanto mais, ao passo que, à proporção que.
do, todavia, no entanto, entretanto. À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.

- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância. - TEMPORAIS


Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho. Principais conjunções temporais: quando, enquanto,
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, logo que.
quer...quer, já...já. Quando eu sair, vou passar na locadora.

- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às ora- Diferença entre orações causais e explicativas
ções. Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais
(depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim. (OSA) e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos de-
paramos com a dúvida de como distinguir uma oração cau-
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. sal de uma explicativa. Veja os exemplos:
É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá 1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser
fora. atropelado”:
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificati-
(antes do verbo), porquanto. va ou uma explicação do fato expresso na oração anterior.

59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

b) As orações são coordenadas e, por isso, indepen- O significado das interjeições está vinculado à maneira
dentes uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que
orações que vêm marcadas por vírgula. dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contex-
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado. to de enunciação. Exemplos:
Outra dica é, quando a oração que antecede a OC Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres-
(Oração Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te
ela será explicativa. chamando! Ei, espere!”
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo im- Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres-
perativo) são em um hospital; significado da interjeição (sugestão):
“Por favor, faça silêncio!”
2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
cidade porque não havia cemitério no local.” puxa: interjeição; tom da fala: euforia
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordina- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
da (parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo puxa: interjeição; tom da fala: decepção
verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-la é
colocá-la no início do período, introduzida pela conjunção As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
como - o que não ocorre com a CS Explicativa. 1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar tristeza, dor, etc.
os mortos em outra cidade. Você faz o que no Brasil?
b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente Eu? Eu negocio com madeiras.
dependentes uma da outra. Ah, deve ser muito interessante.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo- 2) Sintetizar uma frase apelativa
ções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir Cuidado! Saia da minha frente.
sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comporta-
mento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de es-
As interjeições podem ser formadas por:
truturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
- simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
- palavras: Oba!, Olá!, Claro!
- grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!,
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo.
Ora bolas!
Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia
ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou sim-
A ideia expressa pela interjeição depende muitas ve-
plesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se organizar de for- zes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode
ma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por
os distribui em posições adequadas a cada um deles. As in- exemplo:
terjeições, por outro lado, são uma espécie de “palavra-fra- Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contra-
se”, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um riedade)
conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos:
Bravo! Bis! Classificação das Interjeições
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi
muito bom! Repitam!” Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = senten- - Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
ça (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!” Atenção!, Olha!, Alerta!
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em - Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como - Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um - Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!,
suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
particular, um momento ou um contexto específico. Exem- - Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!,
plos: Boa!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! - Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição - Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!,
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjei- - Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
ção - Desculpa: Perdão!
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!,
Oh!, Eh!

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, - Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
Epa!, Ora! de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, no diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho!
Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Obrigadinho!
Cruz!, Putz!
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Interjeições, leitura e produção de textos
Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade! Usadas com muita frequência na língua falada informal,
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, quando empregadas na língua escrita, as interjeições cos-
Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha- tumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquiali-
me, Deus! dade. Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio! pessoais do falante - como a escassez de vocabulário, o
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh! temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem
geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto diálogos - que comumente se faz uso das interjeições com
é, não sofrem variação em gênero, número e grau como o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e
e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al- conteúdo mais emocional do que racional fazem das inter-
gumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter jeições presença constante nos textos publicitários.
claro, neste caso, que não se trata de um processo natural
dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a Fonte:
linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
até loguinho. php

Locução Interjetiva Numeral é a palavra que indica os seres em termos


numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma situa em determinada sequência.
expressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora
bolas! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
Ó de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! [quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
Alto lá! Muito bem! Eu quero café duplo, e você?
...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
Observações: A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. ...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequên-
Por exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = cia de “fila”]
Peço-lhe que me desculpe.
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
- Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se
gramaticais podem aparecer como interjeições. trata de numerais, mas sim de algarismos.
Viva! Basta! (Verbos) Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
Fora! Francamente! (Advérbios) ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra- proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: dúzia, par, ambos(as), novena.
Socorro!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto!
Classificação dos Numerais
- Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imita-
tivas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba! Cardinais: indicam contagem, medida. É o número bá-
Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc. sico: um, dois, cem mil, etc.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série
- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com dada: primeiro, segundo, centésimo, etc.
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a
tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac) seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumenta-
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac) da: dobro, triplo, quíntuplo, etc.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Leitura dos Numerais

Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no
início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”.
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte e seis.
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.

Flexão dos numerais

Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas
em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número:
milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e con-
seguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do
medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças
partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sen-
tido. É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)

Emprego dos Numerais

*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo
e a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são lar-
gamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
comunitárias de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, contra,
de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante,
exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas:
abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de,
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Vale ressaltar que essa concordância não é caracterís- Dicas sobre preposição
tica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pes-
palavra pode se dar a partir de dois processos: soal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja
um artigo, virá precedendo um substantivo. Ele servirá para
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. determiná-lo como um substantivo singular e feminino.
preposição a + artigos definidos o, os A dona da casa não quis nos atender.
a + o = ao Como posso fazer a Joana concordar comigo?
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Preposição + Artigos Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procu-
De + o(s) = do(s) rar um tratamento adequado.
De + a(s) = da(s) - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
De + um = dum lugar e/ou a função de um substantivo.
De + uns = duns Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como
De + uma = duma parte da família
De + umas = dumas Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. /
Em + o(s) = no(s) Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio
Em + uma = numa das preposições:
Em + uns = nuns Destino = Irei para casa.
Modo = Chegou em casa aos gritos.
Em + umas = numas
Lugar = Vou ficar em casa;
A + à(s) = à(s)
Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
Por + o = pelo(s)
Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
Por + a = pela(s)
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tra-
Preposição + Pronomes
tamento.
De + ele(s) = dele(s)
Instrumento = Escreveu a lápis.
De + ela(s) = dela(s) Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + este(s) = deste(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + esta(s) = desta(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + esse(s) = desse(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + essa(s) = dessa(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + aquele(s) = daquele(s) Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aquela(s) = daquela(s) Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + isto = disto Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + isso = disso Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + aquilo = daquilo Fonte:
De + aqui = daqui http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
De + aí = daí
De + ali = dali Crase
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s) A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”, “mis-
Em + este(s) = neste(s) tura”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à “junção” de
Em + esta(s) = nesta(s) duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da pre-
Em + esse(s) = nesse(s) posição “a” com o artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial dos
Em + aquele(s) = naquele(s) pronomes aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo
Em + aquela(s) = naquela(s) a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para
Em + isto = nisto indicar a crase. O uso apropriado do acento grave depende da
Em + isso = nisso compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também,
Em + aquilo = naquilo para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos
A + aquele(s) = àquele(s) e nomes que exigem a preposição “a”. Aprender a usar a crase,
A + aquela(s) = àquela(s) portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultâ-
A + aquilo = àquilo nea de uma preposição e um artigo ou pronome. Observe:
Vou a + a igreja.
Vou à igreja.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição Casos em que a crase SEMPRE ocorre:
“a”, exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência
do artigo “a” que está determinando o substantivo femini- - diante de palavras femininas:
no igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Sempre vamos à praia no verão.
Observe os outros exemplos: Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Conheço a aluna. Sou grata à população.
Refiro-me à aluna. Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (co-
nhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a - diante da palavra “moda”, com o sentido de “à
crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é moda de” (mesmo que a expressão moda de fique suben-
transitivo indireto (referir--se a algo ou a alguém) e exige tendida):
a preposição “a”. Portanto, a crase é possível, desde que o O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
“a” ou um dos pronomes já especificados. Estava com vontade de comer frango à (moda de) pas-
sarinho.
Casos em que a crase NÃO ocorre: O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

- diante de substantivos masculinos: - na indicação de horas:


Andamos a cavalo. Acordei às sete horas da manhã.
Fomos a pé. Elas chegaram às dez horas.
Passou a camisa a ferro. Foram dormir à meia-noite.
Fazer o exercício a lápis.
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas
Compramos os móveis a prazo.
de que participam palavras femininas. Por exemplo:
à tarde às ocultas às pressas à medida que
- diante de verbos no infinitivo:
à noite às claras às escondidas à força
A criança começou a falar.
à vontade à beça à larga à escuta
Ela não tem nada a dizer.
às avessas à revelia à exceção de à imitação de
Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos
à esquerda às turras às vezes à chave
exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá
à direita à procura à deriva à toa
crase. à luz à sombra de à frente de à pro-
porção que
- diante da maioria dos pronomes e das expressões à semelhança de às ordens à beira de
de tratamento, com exceção das formas senhora, se-
nhorita e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã. Crase diante de Nomes de Lugar
Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de on- Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do
tem. artigo “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos. que diante deles haverá crase, desde que o termo regente
exija a preposição “a”. Para saber se um nome de lugar ad-
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pro- mite ou não a anteposição do artigo feminino “a”, deve-se
nomes podem ser identificados pelo método: troque a pa- substituir o termo regente por um verbo que peça a prepo-
lavra feminina por uma masculina, caso na nova construção sição “de” ou “em”. A ocorrência da contração “da” ou “na”
surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo: prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso,
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo in- haverá crase. Por exemplo:
divíduo.) Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a]
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao França.)
senhor.) Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
próprio Cláudio para sair mais cedo.) Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Por-
to Alegre.)
- diante de numerais cardinais:
Chegou a duzentos o número de feridos. *- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase
Daqui a uma semana começa o campeonato. HÁ; vou A volto DE, crase PRA QUÊ?”
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
Vou à praia. = Volto da praia.

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- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifi- Minha revolta é ligada à do meu país.
cado, ocorrerá crase. Veja: Meu luto é ligado ao do meu país.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo As orações são semelhantes às de antes.
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Irei à Salvador de Jorge Amado. Suas perguntas são superiores às dele.
Seus argumentos são superiores aos dele.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele Sua blusa é idêntica à de minha colega.
(s), Aquela (s), Aquilo Seu casaco é idêntico ao de minha colega.

Haverá crase diante desses pronomes sempre que o A Palavra Distância


termo regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
Refiro-me a + aquele atentado. Se a palavra distância estiver especificada, determina-
Preposição Pronome da, a crase deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à dis-
Refiro-me àquele atentado. tância de 100km daqui. (A palavra está determinada)
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A
O termo regente do exemplo acima é o verbo transi- palavra está especificada.)
tivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige
preposição, portanto, ocorre a crase. Observe este outro Se a palavra distância não estiver especificada, a crase
exemplo: não pode ocorrer. Por exemplo:
Aluguei aquela casa. Os militares ficaram a distância.
Gostava de fotografar a distância.
O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não Ensinou a distância.
exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja Dizem que aquele médico cura a distância.
outros exemplos: Reconheci o menino a distância.
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Quero agradecer àqueles que me socorreram. Observação: por motivo de clareza, para evitar ambi-
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai. guidade, pode-se usar a crase. Veja:
Não obedecerei àquele sujeito. Gostava de fotografar à distância.
Assisti àquele filme três vezes. Ensinou à distância.
Espero aquele rapaz. Dizem que aquele médico cura à distância.
Fiz aquilo que você disse.
Comprei aquela caneta. Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA

Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais - diante de nomes próprios femininos:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de no-
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a mes próprios femininos porque é facultativo o uso do ar-
qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege es- tigo. Observe:
ses pronomes exigir a preposição “a”, haverá crase. É possí- Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.
vel detectar a ocorrência da crase nesses casos utilizando a A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.
substituição do termo regido feminino por um termo regi-
do masculino. Por exemplo: Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. feminino diante de nomes próprios femininos, então pode-
O monumento ao qual me refiro fica no centro da ci- mos escrever as frases abaixo das seguintes formas:
dade. Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto.
Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Ro-
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a berto.
crase. Veja outros exemplos:
- diante de pronome possessivo feminino:
São normas às quais todos os alunos devem obedecer. Observação: é facultativo o uso da crase diante de pro-
Esta foi a conclusão à qual ele chegou. nomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam artigo. Observe:
responder nenhuma das questões. Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperan-
A sessão à qual assisti estava vazia. do por você.
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está es-
Crase com o Pronome Demonstrativo “a” perando por você.
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo pronomes possessivos femininos, então podemos escrever
“a” também pode ser detectada através da substituição do as frases abaixo das seguintes formas:
termo regente feminino por um termo regido masculino. Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.
Veja: Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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- depois da preposição até: 05. (PREFEITURA DA ESTÂNCIA HIDROMINERAL DE


Fui até a praia. ou Fui até à praia. POÁ/SP – PROFESSOR ADJUNTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA II –
Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o LÍNGUA PORTUGUESA / LÍNGUA INGLESA– VUNESP/2013)
até à porta. Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A está empregado corretamente.
palestra vai até às cinco horas da tarde. (A) O amplo acesso à tecnologia parece ter se tornado
imprescindível no contexto atual da educação.
Questões sobre Crase (B) Muitas mudanças deverão ocorrer para que a escola
esteja adaptada à esta nova era da comunicação digital.
01. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA- (C) Atualmente, os professores estão mais capacitados à
NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) ... e chegou à aplicar as ferramentas da informática em sala de aula.
conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando (D) Não basta ter computadores modernos, é preciso
café. saber conduzir o aluno à uma abordagem crítica dos con-
Do mesmo modo que se justifica o sinal indicativo de teúdos acessados.
crase em destaque na frase acima, está correto o seu em- (E) Os professores devem adaptar-se à novos aplicativos
prego em: desenvolvidos especialmente para a educação.
(A) e chegou à uma conclusão totalmente inesperada.
(B) e chegou então à tirar conclusões precipitadas. 06. (DETRAN – AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO – VU-
(C) e chegou à tempo de ouvir as conclusões finais. NESP/2013) Considerando as regras de uso do acento indicati-
(D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. vo de crase, assinale a alternativa que completa corretamente a
(E) e chegou à conclusões as mais disparatadas. frase. Apesar disso, cada vez mais pessoas começam a acre-
ditar que a bicicleta é, numa comparação entre todos os
02. (IAMSPE/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VU- meios de transporte, um dos que oferecem mais vantagens
NESP/2012) Assinale a alternativa correta quanto ao uso do (A) à esta comunidade.
(B) àqueles que a utilizam.
acento indicativo de crase.
(C) à um grande número de usuários.
(A) Seu povo lançou-se à diversas aventuras.
(D) à toda a população.
(B) O mar se impõe à qualquer embarcação.
(E) à muitos indivíduos.
(C) Depois de alguns meses, voltaremos à esta terra.
(D) O medo de partir equipara-se à esperança de voltar.
07. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO
(E) O rei enviou-o à uma missão muito perigosa.
GRANDE DO NORTE – ANALISTA DE SISTEMAS – FCC/2013)
O sinal da crase está corretamente empregado em:
03 (CREMESP/SP – ANALISTA CONTÁBIL – VU-
(A) Chegando à cidade de seus avós, iriam dirigir-se a
NESP/2011 - adaptada) Assinale a alternativa que preen- casa da família. A tarde fariam um passeio pela cidade e vol-
che, respectivamente, as lacunas: tariam a casa à noitinha.
Morador de Bruxelas, morto em junho, teria contraído (B) O avião chegou a Roma às 6h00, mas os passageiros
_____ bactéria resistente ______ vacina aplicada, no país asiá- só desceram a terra às 6h30min. Alguns continuariam a via-
tico, após o acidente e _______ hospitalização. gem, pois iriam visitar à terra de seus antepassados.
(A) a ... à ... à (C) Deviam embarcar às 21h00, mas estavam atrasados
(B) à ... a ... à por causa de um congestionamento que começara a 900
(C) à ... a ... a m do desembarque. Assim, chegados à distância de 100 m
(D) a ... à ... a desse local, seguiram a pé para não perderem a viagem.
(E) à ... à ... a (D) Uma carta dirigida à Sua Excelência, o juiz da co-
marca, foi entregue à secretária, pois havia vários lugares a
04. (POLÍCIA CIVIL/SP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA – conhecer e pessoas à visitar.
VUNESP/2013) Depois da Constituição, o Código Penal é a (E) Terminada a viagem, todos chegariam à casa satisfei-
mais importante peça jurídica. É ele que define os limites de tos, após terem ido às compras para presentear seus familia-
fato _______ liberdade individual e estabelece quando o Esta- res que os aguardavam à distância, em seus países.
do está autorizado _____ exercer violência contra o cidadão,
encarcerando-___. 08. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JA-
(Folha de S.Paulo, 17.06.2012. Adaptado) NEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIO-
De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto TECONOMIA – FGV PROJETOS /2014 - ADAPTADA) Há, no
são preenchidas, correta e respectivamente, com: texto, três ocorrências do acento grave indicativo da crase
(A) à ... à ... o I. “...dedicadas exclusivamente às compras e ao lazer”
(B) a ... a ... lhe II. “Os xópis são civilizações à parte...”
(C) a ... à ... o III. “...pode vê-las como ataque (...) à civilização dos xópis”.
(D) à ... à ... lhe As ocorrências em que o acento grave da crase é re-
(E) à ... a ... o sultante da junção de uma preposição solicitada por um
termo anterior + artigo definido são:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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(A) I-II-III. 2-)


(B) apenas I-II. (A) Seu povo lançou-se à diversas aventuras = a diversas
(C) apenas I-III. (B) O mar se impõe à qualquer embarcação.= a qualquer
(D) apenas II-III. (C) Depois de alguns meses, voltaremos à esta terra. =
(E) apenas II. a esta
(D) O medo de partir equipara-se à esperança de voltar.
09. (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO – (E) O rei enviou-o à uma missão muito perigosa. = a
VUNESP/2014) uma missão
A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exuma- 3-) Contraído o quê? A bactéria (objeto direto, sem pre-
ção dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, se- posição) = a
pultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de Resistente a quê? À vacina (com preposição) = à
Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu Após o quê? A hospitalização = a
de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardíaca A/à/a–
– que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou se
sua morte se deve ______ envenenamento. 4-) Define os limites para a liberdade, à liberdade / Au-
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,- torizado a exercer (verbo no infinitivo)
governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan- Encarcerando ele (objeto direto) = encarcerando-o
go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado) À / a / o.
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti- 5-)
vamente, por (A) O amplo acesso à tecnologia
(A) a ... à ... a ... a (B) Muitas mudanças deverão ocorrer para que a escola
(B) as ... à ... a ... à esteja adaptada à (a) esta nova era da comunicação digital.
(C) às ... a ... à ... a
(C) Atualmente, os professores estão mais capacitados
(D) à ... à ... à ... a
à (a) aplicar as ferramentas da informática em sala de aula.
(E) a ... a ... a ... à
(D) Não basta ter computadores modernos, é preciso
saber conduzir o aluno à (a) uma abordagem crítica dos con-
10. (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012)
teúdos acessados.
... assim [ele] se via transportado de volta “à glória
(E) Os professores devem adaptar-se à (a) novos aplicati-
que foi a Grécia e à grandeza que foi Roma”.
vos desenvolvidos especialmente para a educação.
Ambos os sinais indicativos de crase devem ser manti-
dos caso o segmento sublinhado seja substituído por:
a) enaltecia. 6-) Oferece o quê? = vantagem (objeto direto) a quem?
b) louvava. = ____ (objeto indireto)
c) aludia. (A) à esta comunidade = a esta
d) mencionava. (B) àqueles que a utilizam
e) evocava. (C) à um grande número de usuários = a um
(D) à toda a população = a toda
GABARITO (E) à muitos indivíduos = a muitos
01. D 02. D 03. D 04. E 05. A
06. B 07. C 08. C 09. A 10. C 7-)
(A) Chegando à cidade de seus avós, iriam dirigir-se a (à)
RESOLUÇÃO casa da família. A (à) tarde fariam um passeio pela cidade e
voltariam a casa à noitinha.
1-) Vamos por exclusão: (B) O avião chegou a Roma às 6h00, mas os passageiros
(A) e chegou à uma = não há acento grave antes de só desceram a terra às 6h30min. Alguns continuariam a via-
artigo indefinido gem, pois iriam visitar à (a) terra de seus antepassados.
(B) e chegou então à tirar = não há acento grave antes (C) Deviam embarcar às 21h00, mas estavam atrasados
de verbo no infinitivo por causa de um congestionamento que começara a 900
(C) e chegou à tempo = não há acento grave antes de m do desembarque. Assim, chegados à distância de 100 m
palavra masculina desse local, seguiram a pé para não perderem a viagem.
(D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. (D) Uma carta dirigida à (a) Sua Excelência, o juiz da co-
(E) e chegou à conclusões = não há acento grave quan- marca, foi entregue à secretária, pois havia vários lugares a
do a preposição está no singular e a palavra que a acom- conhecer e pessoas à (a) visitar.
panha não tem a presença do artigo definido (há genera- (E) Terminada a viagem, todos chegariam à (a) casa sa-
lização). Haveria acento se a construção fosse: “chegou às tisfeitos, após terem ido às compras para presentear seus
conclusões as mais disparatadas”. familiares que os aguardavam à (a) distância, em seus países.

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8-) A questão quer saber se a preposição faz parte da Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
regência ou não: [minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
I. “...dedicadas exclusivamente às compras e ao lazer” = Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
faz parte (dedicada a quê?) [tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se
II. “Os xópis são civilizações à parte...” = não faz parte fala]
III. “...pode vê-las como ataque (...) à civilização dos xó- A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
pis”. = faz parte (ataque a quê? A quem?) [dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem
se fala]
9-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, ge- Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
neralizando) necessárias à (regência nominal pede prepo- variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
sição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência
Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
através do pronome seja coerente em termos de gênero
mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presi-
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
dente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
(artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão
considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a
(regência verbal) envenenamento. A / à / a / a Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos-
sa escola neste ano.
10-) [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
a) enaltecia = verbo transitivo direto – pede objeto di- adequada]
reto (sem preposição) [neste: pronome que determina “ano” = concordância
enaltecia a glória e a grandeza adequada]
b) louvava = verbo transitivo direto – pede objeto dire- [ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor-
to (sem preposição) dância inadequada]
louvava a glória e a grandeza Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
c) aludia = verbo transitivo indireto – pede objeto indi- demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
reto (com preposição)
aludia à glória e à grandeza Pronomes Pessoais
d) mencionava = verbo transitivo direto – pede objeto
direto (sem preposição) – mencionava a glória e a grandeza São aqueles que substituem os substantivos, indicando
e) evocava = verbo transitivo direto – pede objeto di- diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
reto (sem preposição) assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”,
evocava a glória e a grandeza “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e
“ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa ou
às pessoas de quem fala.
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
de alguma forma. ou do caso oblíquo.
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus so-
Pronome Reto
nhos!
[substituição do nome]
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bo-
tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
nita!
[referência ao nome] Nós lhe ofertamos flores.
Essa moça morava nos meus sonhos!
[qualificação do nome] Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
nero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
Grande parte dos pronomes não possuem significados principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- gurado:
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro- - 1ª pessoa do singular: eu
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 2ª pessoa do singular: tu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 3ª pessoa do singular: ele, ela
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 1ª pessoa do plural: nós
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 2ª pessoa do plural: vós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada - 3ª pessoa do plural: eles, elas
pessoa do discurso.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Atenção: esses pronomes não costumam ser usados - Trouxeste o pacote?


como complementos verbais na língua-padrão. Frases - Sim, entreguei-to ainda há pouco.
como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram - Não contaram a novidade a vocês?
eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser - Não, no-la contaram.
evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon- No português do Brasil, essas combinações não são
dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram- usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego é
me até aqui”. muito raro.

Obs.: frequentemente observamos a omissão do pro- Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas
nome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as pró- especiais depois de certas terminações verbais. Quando o
prias formas verbais marcam, através de suas desinências, verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma
as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal é
boa viagem. (Nós) suprimida. Por exemplo:
fiz + o = fi-lo
Pronome Oblíquo fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto Quando o verbo termina em som nasal, o pronome as-
direto ou indireto) ou complemento nominal. sume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
Ofertaram-nos flores. (objeto indireto) viram + o: viram-no
repõe + os = repõe-nos
Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma retém + a: retém-na
variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação tem + as = tem-nas
indica a função diversa que eles desempenham na oração:
pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo Pronome Oblíquo Tônico
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou por preposições, em geral as preposições a, para, de e com.
tônicos. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função de
objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte.
Pronome Oblíquo Átono O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim con-
figurado:
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não - 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica - 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
fraca: Ele me deu um presente. - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim con- - 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
figurado: - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 1ª pessoa do singular (eu): me - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
- 2ª pessoa do singular (tu): te
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
- 1ª pessoa do plural (nós): nos nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As
- 2ª pessoa do plural (vós): vos demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes - As preposições essenciais introduzem sempre prono-
mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
Observações: reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da lín-
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se gua formal, os pronomes costumam ser usados desta forma:
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- Não há mais nada entre mim e ti.
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome Não há nenhuma acusação contra mim.
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não vá sem mim.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos
diretos como objetos indiretos. Atenção: Há construções em que a preposição, apesar
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir
objetos diretos. uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro-
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- nome, deverá ser do caso reto.
mas como mo, mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Não vá sem eu mandar.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco
e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de companhia.
Ele carregava o documento consigo.

- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são
reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três.

Pronome Reflexivo

São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da
oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me vanglorio disso.
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.

- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.


Assim tu te prejudicas.
Conhece a ti mesmo.

- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.


Guilherme já se preparou.
Ela deu a si um presente.
Antônio conversou consigo mesmo.

- 1ª pessoa do plural (nós): nos.


Lavamo-nos no rio.

- 2ª pessoa do plural (vós): vos.


Vós vos beneficiastes com a esta conquista.

- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.


Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.

A Segunda Pessoa Indireta

A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso inter-
locutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte:

Pronomes de Tratamento

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques


Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Também são pronomes de tratamento o senhor, a NÚMERO PESSOA PRONOME


senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são em- singular primeira meu(s), minha(s)
pregados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, singular segunda teu(s), tua(s)
no tratamento familiar. Você e vocês são largamente em- singular terceira seu(s), sua(s)
pregados no português do Brasil; em algumas regiões, a plural primeira nosso(s), nossa(s)
forma tu é de uso frequente; em outras, pouco emprega- plural segunda vosso(s), vossa(s)
da. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, plural terceira seu(s), sua(s)
ultraformal ou literária.
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa
Observações: gramatical a que se refere; o gênero e o número concor-
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de dam com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua con-
tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em tribuição naquele momento difícil.
relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª,
Observações:
Senhor Ministro, compareça a este encontro.
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar

da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado,
*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da
seu José.
pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Exce- 2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam
lência, o Senhor Presidente da República, agiu com proprie- posse. Podem ter outros empregos, como:
dade. a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40
- Os pronomes de tratamento representam uma for- anos.
ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse
deputado supostamente tem para poder ocupar o cargo 3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
que ocupa. o pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência
trouxe sua mensagem?
- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
jam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita 4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-
com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes posses- vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
sivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a anotações.
eles devem ficar na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promes- 5- Em algumas construções, os pronomes pessoais
sas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-
lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo Pronomes Demonstrativos
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
Os pronomes demonstrativos são utilizados para ex-
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
plicitar a posição de uma certa palavra em relação a outras
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
espaço, no tempo ou discurso.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
No espaço:
teus cabelos. (errado) Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos carro está perto da pessoa que fala.
seus cabelos. (correto) Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da
teus cabelos. (correto) pessoa que fala.
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que
Pronomes Possessivos o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com
quem falo.
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo
(coisa possuída). quanto por meio de correspondência, que é uma moda-
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do lidade escrita de fala), são particularmente importantes o
singular) este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao
emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los
pode causar ambiguidade.

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar - Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da univer- mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em
sidade destinatária). primeiro lugar: O referido deputado e o Dr. Alcides eram
Reafirmamos a disposição desta universidade em parti- amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. [ou então: este
cipar no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universi- solteiro, aquele casado]
dade que envia a mensagem).
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
No tempo: irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se
refere ao ano presente. - Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta,
refere a um passado próximo. disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele = naquilo)
está se referindo a um passado distante.
Pronomes Indefinidos
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
invariáveis, observe: São palavras que se referem à terceira pessoa do dis-
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque- curso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
la(s). quantidade indeterminada.
Invariáveis: isto, isso, aquilo. Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém
-plantadas.
- Também aparecem como pronomes demonstrativos:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
que te indiquei.)
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
- mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin-
que o procuraram ontem.
guém, outrem, quem, tudo.
Algo o incomoda?
- próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram
Quem avisa amigo é.
o problema.
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser
- semelhante(s): Não compre semelhante livro. expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
- tal, tais: Tal era a solução para o problema. Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.
Note que:
- Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos,
construções redundantes, com finalidade expressiva, para ora pronomes indefinidos adjetivos:
salientar algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
é que dera em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
das belezas brasileiras, isso é que é sorte! nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
- O pronome demonstrativo neutro ou pode represen- tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
tar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso Menos palavras e mais ações.
em que aparece, geralmente, como objeto direto, predi- Alguns se contentam pouco.
cativo ou aposto: O casamento seria um desastre. Todos o
pressentiam. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- Para evitar a repetição de um verbo anteriormente Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tan-
expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo to, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária,
fazer, chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, to-
faz as vezes de): Ninguém teve coragem de falar antes que dos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas,
ela o fizesse. nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
algo, cada.

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

São locuções pronominais indefinidas: O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
quem quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)
(que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro,
uma ou outra, etc. - O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
Cada um escolheu o vinho desejado. pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que
Indefinidos Sistemáticos podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, motivo de clareza ou depois de determinadas preposições:
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi- Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual
ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria
sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm ambiguidade.)
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade Essas são as conclusões sobre as quais pairam mui-
afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade tas dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)
negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza, - O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e
e qualquer, que generaliza. se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou
Essas oposições de sentido são muito importantes na de ser poeta, que era a sua vocação natural.
construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen- - O pronome “cujo” não concorda com o seu antece-
tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os dente, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual,
pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações dos quais, das quais.
de que fazem parte: Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado (antecedente) (consequente)
prático.
Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são - “Quanto” é pronome relativo quando tem por antece-
pessoas quaisquer. dente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
Emprestei tantos quantos foram necessários.
Pronomes Relativos (antecedente)
Ele fez tudo quanto havia falado.
São aqueles que representam nomes já mencionados (antecedente)
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
as orações subordinadas adjetivas. - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de precedido de preposição.
um grupo racial sobre outros. É um professor a quem muito devemos.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre ou- (preposição)
tros = oração subordinada adjetiva).
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
“sistema” é antecedente do pronome relativo que. casa onde morava foi assaltada.
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono-
me demonstrativo o, a, os, as. - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
Não sei o que você está querendo dizer. ou em que.
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
expresso. no exterior.
Quem casa, quer casa.
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
Observe: lavras:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os - como (= pelo qual): Não me parece correto o modo
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, como você agiu semana passada.
quantas. - quando (= em que): Bons eram os tempos quando po-
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. díamos jogar videogame.

Note que: - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações


- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, numa só frase.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- O futebol é um esporte.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu O povo gosta muito deste esporte.
antecedente for um substantivo. O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode Colocação Pronominal


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
gente que conversava, (que) ria, (que) fumava. A colocação pronominal é a posição que os prono-
mes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação
Pronomes Interrogativos ao verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos:
me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.
São usados na formulação de perguntas, sejam elas di- O pronome oblíquo átono pode assumir três posições
retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, na oração em relação ao verbo:
referem- -se à 3ª pessoa do discurso de modo 1. próclise: pronome antes do verbo
impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e 2. ênclise: pronome depois do verbo
variações), quanto (e variações). 3. mesóclise: pronome no meio do verbo
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas Próclise
preferes.
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quan- A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
tos passageiros desembarcaram. - Palavras com sentido negativo:
Nada me faz querer sair dessa cama.
Sobre os pronomes: Não se trata de nenhuma novidade.

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função - Advérbios:


de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo Nesta casa se fala alemão.
quando desempenha função de complemento. Vamos en- Naquele dia me falaram que a professora não veio.
tender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na
frase e que função exerce. Observe as orações: - Pronomes relativos:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia Não vou deixar de estudar os conteúdos que me fala-
lhe ajudar. ram.

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” - Pronomes indefinidos:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso Quem me disse isso?
reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” Todos se comoveram durante o discurso de despedida.
exercendo função de complemento, e, consequentemente,
é do caso oblíquo. - Pronomes demonstrativos:
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, Isso me deixa muito feliz!
o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe). - Preposição seguida de gerúndio:
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site
Importante: Em observação à segunda oração, o em- mais indicado à pesquisa escolar.
prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do ver-
bo intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode - Conjunção subordinativa:
estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.
principal (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo ou gerúndio.
Eu desejo lhe perguntar algo. Ênclise
Eu estou perguntando-lhe algo.
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos áto-
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, nos. A ênclise vai acontecer quando:
diferentemente dos segundos que são sempre precedidos - O verbo estiver no imperativo afirmativo:
de preposição. Amem-se uns aos outros.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que Sigam-me e não terão derrotas.
eu estava fazendo.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim - O verbo iniciar a oração:
o que eu estava fazendo. Diga-lhe que está tudo bem.
Chamaram-me para ser sócio.

75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da pre- 03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).
posição “a”: A substituição do elemento grifado pelo pronome cor-
Naquele instante os dois passaram a odiar-se. respondente, com os necessários ajustes, foi realizada de
Passaram a cumprimentar-se mutuamente. modo INCORRETO em:
A) mostrando o rio= mostrando-o.
- O verbo estiver no gerúndio: B) como escolher sítio= como escolhê-lo.
Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreo- C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes.
cupada. D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam =
Despediu-se, beijando-me a face. nada lhes acrescentariam.
E) viu uma dessas marcas= viu uma delas.
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no 04. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013). Assinale a
mesmo instante.
alternativa em que o pronome destacado está posicionado
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
de acordo com a norma-padrão da língua.
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta.
Mesóclise
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família.
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado (C) A garota disse que perdeu-se dos pais.
no futuro do presente ou no futuro do pretérito: (D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela (E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança.
se realizará)
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma 05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2011). Assinale a alter-
proposta a você) nativa cujo emprego do pronome está em conformidade
com a norma padrão da língua.
Questões sobre Pronome (A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos.
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba-
01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012). lada.
Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não (C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks.
está claro até onde pode realmente chegar uma política ba- (D) Conformado, se rendeu às punições.
seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para (E) Todos querem que combata-se a corrupção.
o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra.
É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono 06. (Papiloscopista Policial = Vunesp - 2013). Assinale
e da água faça em si diferença, as companhias não podem a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de
suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto, (A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se
elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém que eles sejam sempre trazidos junto ao corpo.
encontrou até agora uma maneira de quantificar adequada- (B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa-
mente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
de crescimento verde sempre será a segunda opção. (C) Nos sentimos impotentes quando não consegui-
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado) mos restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, re- (D) O homem se indignou quando propuseram-lhe
ferem- -se, respectivamente, a
que abrisse a bolsa que encontrara.
(A) dúvidas e preços.
(E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma
(B) dúvidas e insumos básicos.
tendência natural das pessoas em devolvê-los a seus do-
(C) companhias e insumos básicos.
nos.
(D) companhias e preços do carbono e da água.
(E) políticas de crescimento e preços adequados.
07. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013).
02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- Há pessoas que, mesmo sem condições, compram
adap.). Fazendo-se as alterações necessárias, o trecho gri- produtos______ não necessitam e______ tendo de pagar
fado está corretamente substituído por um pronome em: tudo______ prazo.
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo- e respectivamente, considerando a norma culta da língua.
lhes desalentado A) a que … acaba … à B) com que … acabam … à
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem C) de que … acabam … a D) em que … acaba … a
de conhecê-lo? E) dos quais … acaba … à
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
parecia ser-lhe
E) incomodaram o general... − incomodaram-no

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

08. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP – 2-)


2013-adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los
respectivamente, as lacunas do trecho. B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
______alguns anos, num programa de televisão, uma jo- desalentado
vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de
sujeito de forma cômica. conhecê-las ?
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não pa-
A) Fazem... a ... de que recia sê-lo
B) Faz ...a ... que
C) Fazem ...à ... com que 3-) transpor [...] as matas espessas= transpô-las
D) Faz ...à ... que
E) Faz ...à ... a que 4-)
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta.
09. (TRF 3ª região- Técnico Judiciário - /2014) (B) A menina tinha se distanciado muito da família.
As sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes. (C) A garota disse que se perdeu dos pais.
... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça... (E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança
... e fez de tudo para convencer os tripulantes...
5-)
Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos gri-
(A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos.
fados acima foram corretamente substituídos por um prono-
(B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba-
me, na ordem dada, em:
lada.
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los (D) Conformado, rendeu-se às punições.
(B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes (E) Todos querem que se combata a corrupção.
(C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
(D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los 6-)
(E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los (B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situa-
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
10. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013- (C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos
adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras dos es- restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
tabelecimentos felizmente comprovam os acontecimentos, e (D) O homem indignou-se quando lhe propuseram
testemunhas vão ajudar a polícia na investigação. – de acordo que abrisse a bolsa que encontrara.
com a norma-padrão, os pronomes que substituem, correta- (E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma ten-
mente, os termos em destaque são: dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos.
A) os comprovam … ajudá-la.
B) os comprovam …ajudar-la. 7-) Há pessoas que, mesmo sem condições, compram
C) os comprovam … ajudar-lhe. produtos de que não necessitam e acabam tendo
D) lhes comprovam … ajudar-lhe. de pagar tudo a prazo.
E) lhes comprovam … ajudá-la.
8-) Faz alguns anos, num programa de televisão, uma
GABARITO jovem fazia referência à violência a que o brasileiro
estava sujeito de forma cômica.
01. C 02. E 03. C 04. D 05. C Faz, no sentido de tempo passado = sempre no sin-
06. A 07. C 08. E 09. A 10. A gular

9-)
RESOLUÇÃO
devoravam - verbo terminado em “m” = pronome
oblíquo no/na (fizeram-na, colocaram-no)
1-) Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro,
impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
não está claro até onde pode realmente chegar uma políti-
“lhe” é para objeto indireto
ca baseada em melhorar a eficiência sem preços adequados convencer - verbo transitivo direto = pede objeto dire-
para o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a to; “lhe” é para objeto indireto
terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
carbono e da água faça em si diferença, as companhias não
podem suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares 10-) – Em ambos os casos, as câmeras dos estabeleci-
por tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto, mentos felizmente comprovam os acontecimentos, e teste-
elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém munhas vão ajudar a polícia na investigação.
encontrou até agora uma maneira de quantificar adequada- felizmente os comprovam ... ajudá-la
mente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas (advérbio)
de crescimento verde sempre será a segunda opção.

77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs- Obs.: os substantivos concretos designam seres do
tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais mundo real e do mundo imaginário.
denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme- Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
nos, os substantivos também nomeiam: Brasília, etc.
-lugares: Alemanha, Porto Alegre... Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
-sentimentos: raiva, amor... ma, etc.
-estados: alegria, tristeza...
-qualidades: honestidade, sinceridade... Observe agora:
-ações: corrida, pescaria... Beleza exposta
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
Morfossintaxe do substantivo O substantivo beleza designa uma qualidade.

Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres
geral exerce funções diretamente relacionadas com o ver- que dependem de outros para se manifestar ou existir.
bo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos ver- Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
bais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa
ainda funcionar como núcleo do complemento nominal ou ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para
do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do ob- se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo
jeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos abstrato.
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempe- des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
nhadas por grupos de palavras. abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).
Classificação dos Substantivos
3 - Substantivos Coletivos
1- Substantivos Comuns e Próprios
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou-
Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, tra abelha, mais outra abelha.
com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
(no Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
uma cidade (em oposição aos bairros).
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada mais outra abelha...
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
comum. No terceiro caso, empregou-se um substantivo no
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de singular (enxame) para designar um conjunto de seres da
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, mesma espécie (abelhas).
homem, mulher, país, cachorro. O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Estamos voando para Barcelona. Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es- da mesma espécie.
pécie cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Pró-
prio: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie
de forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.

2 - Substantivos Concretos e Abstratos



LÂMPADA MALA

Os substantivos lâmpada e mala designam seres com


existência própria, que são independentes de outros seres.
São substantivos concretos.

Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que


existe, independentemente de outros seres.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Substantivo coletivo Conjunto de: Formação dos Substantivos


assembleia pessoas reunidas
alcateia lobos Substantivos Simples e Compostos
acervo livros Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
antologia trechos literários selecionados terra.
arquipélago ilhas O substantivo chuva é formado por um único elemen-
banda músicos to ou radical. É um substantivo simples.
bando desordeiros ou malfeitores
banca examinadores Substantivo Simples: é aquele formado por um único
batalhão soldados elemento.
cardume peixes Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja
caravana viajantes peregrinos agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois
cacho frutas elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
cáfila camelos Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
cancioneiro canções, poesias líricas mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatem-
colmeia abelhas po.
chusma gente, pessoas
concílio bispos Substantivos Primitivos e Derivados
congresso parlamentares, cientistas. Meu limão meu limoeiro,
elenco atores de uma peça ou filme meu pé de jacarandá...
esquadra navios de guerra
enxoval roupas O substantivo limão é primitivo, pois não se originou
falange soldados, anjos de nenhum outro dentro de língua portuguesa.
fauna animais de uma região Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de
feixe lenha, capim
nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O
flora vegetais de uma região
substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir
frota navios mercantes, ônibus
da palavra limão.
girândola fogos de artifício
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou-
horda bandidos, invasores
tra palavra.
junta médicos, bois, credores, examinadores
júri jurados
Flexão dos substantivos
legião soldados, anjos, demônios
leva presos, recrutas
malta malfeitores ou desordeiros O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
manada búfalos, bois, elefantes, vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
matilha cães de raça exemplo, pode sofrer variações para indicar:
molho chaves, verduras Plural: meninos Feminino: menina
multidão pessoas em geral Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho
ninhada pintos
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.) Flexão de Gênero
penca bananas, chaves
pinacoteca pinturas, quadros Gênero é a propriedade que as palavras têm de indi-
quadrilha ladrões, bandidos car sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há
ramalhete flores dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero
rebanho ovelhas masculino os substantivos que podem vir precedidos dos
récua bestas de carga, cavalgadura artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
repertório peças teatrais, obras musicais O velho e o mar
réstia alhos ou cebolas Um Natal inesquecível
romanceiro poesias narrativas Os reis da praia
revoada pássaros
sínodo párocos Pertencem ao gênero feminino os substantivos que
talha lenha podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
tropa muares, soldados A história sem fim
turma estudantes, trabalhadores Uma cidade sem passado
vara porcos As tartarugas ninjas

79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar no- czar – czarina réu - ré
mes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está re-
lacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
uma para o masculino e outra para o feminino. Observe:
gato – gata, homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito - Epicenos:
prefeita Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.

Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso
uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma
para o feminino. Classificam-se em: para indicar o masculino e o feminino.
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
fêmea. mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pes- a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
soas: a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, macho e fêmea.
o ídolo, o indivíduo. A cobra macho picou o marinheiro.
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pes- A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
soas por meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a
doente, o artista e a artista. Sobrecomuns:
Entregue as crianças à natureza.
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
em ema ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo mas-
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem
sistema, o sintoma, o teorema.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
- Existem certos substantivos que, variando de gêne-
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
ro, variam em seu significado: o rádio (aparelho receptor)
A criança chorona chamava-se João.
e a rádio (estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital
A criança chorona chamava-se Maria.
(cidade)
Outros substantivos sobrecomuns:
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
criatura.
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
- aluna. Marcela faleceu
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
masculino: freguês - freguesa Comuns de Dois Gêneros:
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
de três formas:
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão A distinção de gênero pode ser feita através da análise
- sultana do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti-
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem
- Substantivos terminados em -or: - uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran-
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora cês - repórter francesa
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz - A palavra personagem é usada indistintamente nos
dois gêneros.
- Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn- a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
- duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini-
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não
final por -a: elefante - elefanta aceitam a personagem.
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi- fotográfico Ana Belmonte.
no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Flexão de Número do Substantivo

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó Em português, há dois números gramaticais: o singular,


(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
maracajá, o clã, o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
soprano, o proclama, o pernoite, o púbis. do plural é o “s” final.

Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a Plural dos Substantivos Simples


cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa). - Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
- São geralmente masculinos os substantivos de ori- ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon
gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo- - cânones.
grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o - Os substantivos terminados em “m” fazem o plural
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco- em “ns”: homem - homens.
ma, o hematoma.
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu-
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.

Gênero dos Nomes de Cidades: Atenção: O plural de caráter é caracteres.

Com raras exceções, nomes de cidades são femininos. - Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
A histórica Ouro Preto. se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul
A dinâmica São Paulo.
e cônsules.
A acolhedora Porto Alegre.
Uma Londres imensa e triste.
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
duas maneiras:
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
Gênero e Significação:
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas
no e outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
à frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar
em conjunto; o que vai à frente de um bloco carnavalesco, - Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
manejando um bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que duas maneiras:
marca um limite ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe), - Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
a cabeça (parte do corpo), o cisma (separação religiosa, dissi- acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
dência), a cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor - Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
cinzenta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinhei- riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
ro), a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma
(cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), - Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural
a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na de três maneiras.
administração da crisma e de outros sacramentos), a crisma - substituindo o -ão por -ões: ação - ações
(sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de - substituindo o -ão por -ães: cão - cães
curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície - substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (docu-
mento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade de - Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa o látex - os látex.
(recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, Plural dos Substantivos Compostos
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva -A formação do plural dos substantivos compostos de-
a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala pende da forma como são grafados, do tipo de palavras que
(poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa- formam o composto e da relação que estabelecem entre si.
ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação emissora), o Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como
voga (remador), a voga (moda, popularidade). os substantivos simples: aguardente/aguardentes, giras-
sol/girassóis,pontapé/pontapés,malmequer/malmequeres.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

O plural dos substantivos compostos cujos elementos Plural dos Diminutivos


são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir: Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final
e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
- Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: pãe(s) + zinhos = pãezinhos
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores animai(s) + zinhos = animaizinhos
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos botõe(s) + zinhos = botõezinhos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
tren(s) + zinhos = trenzinhos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
flore(s) + zinhas = florezinhas
formados de: mão(s) + zinhas = mãozinhas
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas papéi(s) + zinhos = papeizinhos
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto- nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
-falantes funi(s) + zinhos = funizinhos
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando pé(s) + zinhos = pezinhos
formados de: pé(s) + zitos = pezitos
substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia Plural dos Nomes Próprios Personativos
substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
lo-vapor e cavalos-vapor Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
substantivo + substantivo que funciona como deter- sempre que a terminação preste-se à flexão.
minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo Os Napoleões também são derrotados.
do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba As Raquéis e Esteres.
-relógio - bombas-relógio, notícia-bomba - notícias-bomba,
Plural dos Substantivos Estrangeiros
homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-espada.
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es-
- Permanecem invariáveis, quando formados de: critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz.
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa- Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo
ca-rolhas com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os jipes, os
esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os réquiens.
- Casos Especiais Observe o exemplo:
o louva-a-deus e os louva-a-deus Este jogador faz gols toda vez que joga.
o bem-te-vi e os bem-te-vis O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
o bem-me-quer e os bem-me-queres
o joão-ninguém e os joões-ninguém. Plural com Mudança de Timbre

Plural das Palavras Substantivadas Certos substantivos formam o plural com mudança de
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras fonético chamado metafonia (plural metafônico).
classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
Singular Plural
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
corpo (ô) corpos (ó)
Pese bem os prós e os contras.
esforço esforços
O aluno errou na prova dos noves.
fogo fogos
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos. forno fornos
fosso fossos
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou imposto impostos
“z” não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui- olho olhos
tos seis e alguns dez. osso (ô) ossos (ó)
ovo ovos
poço poços
porto portos
posto postos
tijolo tijolos

82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos, - Tema: é o radical seguido da vogal temática que in-
esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc. dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo:
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de fala-r
molho (ó) = feixe (molho de lenha). São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (fa-
lar), 2ª - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática
Particularidades sobre o Número dos Substantivos - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
norte, o leste, o oeste, a fé, etc. falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes. - Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do sin- signa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (sin-
gular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, bom gular ou plural):
nome) e honras (homenagem, títulos). falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
sentido de plural:
Aqui morreu muito negro. Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas (compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação,
improvisadas. pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”,
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em
Flexão de Grau do Substantivo algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.

Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as Formas Rizotônicas e Arrizotônicas


variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
normal. Por exemplo: casa dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por
do ser. Classifica-se em: exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjeti- no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprende-
vo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande. rão, nutriríamos.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indica-
dor de aumento. Por exemplo: casarão. Classificação dos Verbos

- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificam-se em:


do ser. Pode ser: - Regulares: são aqueles que possuem as desinências
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alte-
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. rações no radical: canto cantei cantarei cantava
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indica- cantasse.
dor de diminuição. Por exemplo: casinha.
- Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
ções no radical ou nas desinências: faço fiz farei fi-
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pes- zesse.
soa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); - Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
ocorrência (nascer); desejo (querer). gação completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os e pessoais:
seus possíveis significados. Observe que palavras como cor-
rida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de * Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Nor-
alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém, malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem. principais verbos impessoais são:

Estrutura das Formas Verbais ** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali-
zar-se ou fazer (em orações temporais).
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
apresentar os seguintes elementos: Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
(radical fal-)

83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)


Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.

** Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal- -humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figu-
rado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal.

Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)


Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

** São impessoais, ainda:


1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a
sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos,
então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?

* Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
A fruta amadureceu.
As frutas amadureceram.

Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu
bastante.

Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, caca-
rejar: galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo

Os principais verbos unipessoais são:


1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.):
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)

Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:

- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.

- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de
formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento
e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
(particípio irregular). Observe:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar as moscas.


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam Modos Verbais


com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se,
na mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas
(pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, exis-
implícita no próprio sentido do verbo (reflexivos essen- tem três modos:
ciais). Veja: Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu
sempre estudo.
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade:
com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São pou- Talvez eu estude amanhã.
cos: abster-se, ater- -se, apiedar-se, atrever-se, dignar- Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda
se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais agora, menino.
a reflexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por
exemplo: Arrependi-me de ter estado lá. Formas Nominais
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito
(eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai so- Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for-
bre ela mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma mas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é nominais. Observe:
conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas
serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do - Infinitivo Impessoal: exprime a significação do ver-
próprio verbo. bo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e de substantivo. Por exemplo:
respectivos pronomes):
Eu me arrependo Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
Tu te arrependes
Ele se arrepende
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
Nós nos arrependemos
te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
Vós vos arrependeis
exemplo:
Eles se arrependem
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto
- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três
representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não
sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im-
mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou tran- pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
sitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os
pronomes mencionados, formando o que se chama voz 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Maria penteou-me.
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma
Observações: boa colocação.
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem - Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
função sintática. ou advérbio. Por exemplo:
- Há verbos que também são acompanhados de pro- Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad-
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente vérbio)
pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos refle- Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de
xivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pes- adjetivo)
soa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por
exemplo: Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exem-
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular plo:
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.

88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

- Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado
de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
Veja:

1. Tempos do Indicativo

- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.

- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.

- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.

- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as
lições quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples).

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.

- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se eu ti-
vesse dinheiro, viajaria nas férias.

2. Tempos do Subjuntivo

- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.

- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o
jogo.

Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por
exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à
loja, levará as encomendas.

Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Pretérito Perfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Questões sobre Verbo 05.(Analista – Arquitetura – FCC – 2013-adap.). Está


adequada a correlação entre tempos e modos verbais na
01. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO frase:
- ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) Assina- A) Os que levariam a vida pensando apenas nos valores
le a alternativa em que todos os verbos estão conjugados absolutos talvez façam melhor se pensassem no encanto
segundo a norma-padrão. dos pequenos bons momentos.
(A) Absteu-se do álcool durante anos; agora, voltou ao B) Há até quem queira saber quem fosse o maior ban-
vício. dido entre os que recebessem destaque nos popularescos
(B) Perderam seus documentos durante a viagem, mas programas da TV.
já os reaveram. C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gos-
(C) Avisem-me, se vocês verem que estão ocorrendo tam tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tenha
conflitos. aspirações a ser metafísica.
(D) Só haverá acordo se nós propormos uma boa in- D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levarem em
denização. conta nossa condição de mortais, não precisariam preocu-
(E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos par-se com os degraus da notoriedade.
eletrônicos. E) Quanto mais aproveitássemos o que houvesse de
grande nos momentos felizes, menos precisaríamos nos
02. (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) preocupar com conquistas superlativas.
... e então percorriam as pouco povoadas estepes da
Ásia Central até o mar Cáspio e além. 06. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o FCC/2012) ...Ou pretendia.
grifado acima está em: O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o
(A) ... e de lá por navios que contornam a Índia... grifado acima está em:
(B) ... era a capital da China. a) ... ao que der ...
(C) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...
b) ... virava a palavra pelo avesso ...
(D) ... dispararam na última década.
c) Não teria graça ...
(E) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chine-
d) ... um conto que sai de um palíndromo ...
sas...
e) ... como decidiu o seu destino de escritor.
03. (TRF - 2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -
07. (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) É importante
FCC/2012) O emprego, a grafia e a flexão dos verbos estão
que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultura
corretos em:
empresarial, por meio das ações e projetos de Educação Am-
(A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty
não prescindiram e não requiseram mais do que o esqueci- biental, esteja alinhada a esses conceitos.
mento e a passagem do tempo. O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o
(B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para verbo grifado na frase acima está em:
sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge (A) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, polí-
do esquecimento, em 1974. ticas...
(C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a impor- (B) ... as definições de Educação Ambiental são abran-
tância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, so- gentes...
breviram longos anos de esquecimento. (C) ... também se associa o Desenvolvimento Susten-
(D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando tável...
as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos (D) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvol-
atropelos do turismo selvagem. vimento humano.
(E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para (E)... e reforce a identidade das comunidades.
que obtesse, agora em definitivo, o prestígio de um polo
turístico de inegável valor histórico. 08. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JA-
NEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIO-
04. (TRF - 3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - TECONOMIA – FGV PROJETOS /2014) Na frase “se você
FCC/2014) Tinham seus prediletos ... quiser ir mais longe”, a forma verbal empregada tem sua
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o forma corretamente conjugada. A frase abaixo em que a
grifado acima está em: forma verbal está ERRADA é
(A) Dumas consentiu. (A) se você se opuser a esse desejo.
(B) ... levaram com eles a instituição do “lector”. (B) se você requerer este documento.
(C) ... enquanto uma fileira de trabalhadores enrolam (C) se você ver esse quadro.
charutos... (D) se você provier da China.
(D) Despontava a nova capital mundial do Havana. (E) se você se entretiver com o jogo.
(E) ... que cedesse o nome de seu herói...

93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

09. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO – (B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para
ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) Considere as frases: sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge
I. Há diversos projetos de lei em tramitação na Câmara. (emerge) do esquecimento, em 1974.
II. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicional (C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a impor-
de 5,4 bilhões de reais por ano. tância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, so-
Assinale a alternativa que, respectivamente, substitui o breviram (sobrevieram) longos anos de esquecimento.
verbo haver pelo verbo existir, conservando o tempo e o (D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando
modo. as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos
(A) Existe – existe atropelos do turismo selvagem.
(B) Existem – existirão (E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para
(C) Existirão – existirá que obtesse, (obtivesse) agora em definitivo, o prestígio de
(D) Existem – existirá um polo turístico de inegável valor histórico.
(E) Existiriam – existiria
4-)Tinham = pretérito imperfeito do Indicativo. Vamos
10. (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012) às alternativas:
... pois assim se via transportado de volta “à glória que Consentiu = pretérito perfeito / levaram = pretérito
foi a Grécia e à grandeza que foi Roma”. perfeito (e mais-que-perfeito) do Indicativo
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o Despontava = pretérito imperfeito do Indicativo
grifado acima está em: Cedesse = pretérito do Subjuntivo
a) Poe certamente acreditava nisso...
b) Se Grécia e Roma foram, para Poe, uma espécie de 5-)
casa... A) Os que levam a vida pensando apenas nos valores
c) ... ainda seja por nós obscuramente sentido como absolutos talvez fariam melhor se pensassem no encanto
verdadeiro, embora não de modo consciente. dos pequenos bons momentos.
d) ... como um legado que provê o fundamento de nos- B) Há até quem queira saber quem é o maior bandido
sas sensibilidades. entre os que recebem destaque nos popularescos progra-
e) Seria ela efetivamente, para o poeta, uma encarna- mas da TV.
ção da princesa homérica? C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gos-
tem tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tem
GABARITO aspirações a ser metafísica.
D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levassem
01.E 02. B 03. D 04. D 05. E em conta nossa condição de mortais, não precisariam
06.B 07. E 08. C 09. D 10.B preocupar-se com os degraus da notoriedade.

RESOLUÇÃO 6-) Pretendia = pretérito imperfeito do Indicativo


a) ... ao que der ... = futuro do Subjuntivo
1-) Correção à frente: b) ... virava = pretérito imperfeito do Indicativo
(A) Absteu-se = absteve-se c) Não teria = futuro do pretérito do Indicativo
(B) mas já os reaveram = reouveram d) ... um conto que sai = presente do Indicativo
(C) se vocês verem = virem e) ... como decidiu = pretérito perfeito do Indicativo
(D) Só haverá acordo se nós propormos = propuser-
mos 7-) O verbo “esteja” está no presente do Subjuntivo.
(E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos (A) ... a Empresa desenvolve = presente do Indicativo
eletrônicos. (B) ... as definições de Educação Ambiental são = pre-
sente do Indicativo
2-) Percorriam = Pretérito Imperfeito do Indicativo (C) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentá-
A = contornam – presente do Indicativo vel... = presente do Indicativo
B = era = pretérito imperfeito do Indicativo (D) ... e incorporou [...] = pretérito perfeito do Indicativo
C = foi = pretérito perfeito do Indicativo (E)... e reforce a identidade das comunidades. = pre-
D = dispararam = pretérito mais-que-perfeito do In- sente do Subjuntivo.
dicativo
E = acompanham = presente do Indicativo 8-)
(A) se você se opuser a esse desejo.
3-) Acrescentei as formas verbais adequadas nas ora- (B) se você requerer este documento.
ções analisadas: (C) se você ver esse quadro.= se você vir
(A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty (D) se você provier da China.
não prescindiram e não requiseram (requereram) mais do (E) se você se entretiver com o jogo.
que o esquecimento e a passagem do tempo.

94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

9-) Há = presente do Indicativo / haverá = futuro do 4) No caso de o sujeito ser representado por expres-
presente do indicativo. sões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”,
Ao substituirmos pelo verbo “existir”, lembremo-nos o verbo concorda com o substantivo determinado por elas:
de que esse sofrerá flexão de número (irá para o plural, Cerca de mil candidatos se inscreveram no concurso.
caso seja necessário):
I. Existem diversos projetos de lei em tramitação na Câ- 5) Em casos em que o sujeito é representado pela ex-
mara. pressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais
II. Caso a bondade seja aprovada, existirá custo adicio- de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
nal de 5,4 bilhões de reais por ano. Observação:
Existem / existirá. - No caso da referida expressão aparecer repetida ou
associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo,
10-) Foi = pretérito perfeito do Indicativo necessariamente, deverá permanecer no plural:
a) Poe certamente acreditava = pretérito imperfeito do Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram
Indicativo na campanha de doação de alimentos.
b) Se Grécia e Roma foram = pretérito perfeito do In- Mais de um formando se abraçaram durante as soleni-
dicativo dades de formatura.
c) ... ainda seja = presente do Subjuntivo
d) ... como um legado que provê = presente do Indi- 6) Quando o sujeito for composto da expressão “um
cativo dos que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi
e) Seria = futuro do pretérito do Indicativo um dos que atuaram na Copa América.

7) Em casos relativos à concordância com locuções


Concordância Verbal e Nominal pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos atermos a duas questões básicas:
nos referindo à relação de dependência estabelecida entre - No caso de o primeiro pronome estar expresso no
um termo e outro mediante um contexto oracional. Desta plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá
feita, os agentes principais desse processo são representa- também concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós
dos pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante; o receberemos. / Alguns de nós o receberão.
e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado. - Quando o primeiro pronome da locução estiver ex-
Dessa forma, temos que a concordância verbal carac- presso no singular, o verbo permanecerá, também, no sin-
teriza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os que- gular: Algum de nós o receberá.
sitos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplifi-
cando, temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo 8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo
apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz refe- pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa
rência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como do singular ou poderá concordar com o antecedente desse
poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados. pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para
ela. / Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela.
Casos referentes a sujeito simples
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que
o núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado. antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós que toma-
mos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo.
2) Nos casos referentes a sujeito representado por
substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pes- 10) No caso de o sujeito aparecer representado por ex-
soa do singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos. pressões que indicam porcentagens, o verbo concordará
com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa
Observação: porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão.
adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou
poderá ir para o plural: Observações:
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. - Caso o verbo apareça anteposto à expressão de por-
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. centagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprova-
ram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.
3) Quando o sujeito é representado por expressões - Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no sin-
partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte gular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da dire-
de, a metade de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto toria.
pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto - Em casos em que o numeral estiver acompanhado de
com o substantivo que a segue: A maioria dos alunos resol- determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural:
veu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar. Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.

95
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à
pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na regra geral mostrada acima.
terceira pessoa do singular ou do plural: Vossas Majesta- a) Um adjetivo após vários substantivos
des gostaram das homenagens. Vossa Majestade agradeceu o - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o
convite. plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
12) Casos relativos a sujeito representado por substan- - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns
aspectos que os determinam: - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
ser, este permanece no singular, contanto que o predicati- - Ela tem pai e mãe louros.
vo também esteja no singular: Memórias póstumas de Brás - Ela tem pai e mãe loura.
Cubas é uma criação de Machado de Assis.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam- - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria-
bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potên- mente para o plural.
cia mundial. - O homem e o menino estavam perdidos.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados
Unidos é uma potência mundial. b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o
Casos referentes a sujeito composto mais próximo.
Comi delicioso almoço e sobremesa.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas Provei deliciosa fruta e suco.
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estan-
do relacionado a dois pressupostos básicos: - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio. Estavam feridos o pai e os filhos.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar Estava ferido o pai e os filhos.
na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são primos.
c) Um substantivo e mais de um adjetivo
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer ante- - antecede todos os adjetivos com um artigo.
posto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
filhos compareceram ao evento.
- coloca o substantivo no plural.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou per-
manecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus dois d) Pronomes de tratamento
filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos. - sempre concordam com a 3ª pessoa.
Vossa Santidade esteve no Brasil.
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com
mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade - Concordam com o substantivo a que se referem.
do mundo. As cartas estão anexas.
A bebida está inclusa.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô- Precisamos de nomes próprios.
nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo Obrigado, disse o rapaz.
poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha
vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de meu f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha premiação é - Após essas expressões o substantivo fica sempre no
fruto de meu esforço. singular e o adjetivo no plural.
Renato advogou um e outro caso fáceis.
Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos de- Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
mais termos da oração para que concordem em gênero e
número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o g) É bom, é necessário, é proibido
artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos - Essas expressões não variam se o sujeito não vier pre-
também o verbo, que se flexionará à sua maneira. cedido de artigo ou outro determinante.
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome Canja é bom. / A canja é boa.
concordam em gênero e número com o substantivo. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
- A pequena criança é uma gracinha. É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A en-
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. trada é proibida.

96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

h) Muito, pouco, caro Questões sobre Concordância Nominal e Verbal


- Como adjetivos: seguem a regra geral.
Comi muitas frutas durante a viagem. 01. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JA-
Pouco arroz é suficiente para mim. NEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) Com as alte-
Os sapatos estavam caros. rações propostas entre parênteses para o segmento grifa-
do nas frases abaixo, o verbo que se mantém corretamente
- Como advérbios: são invariáveis. no singular é:
Comi muito durante a viagem. (A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de
Pouco lutei, por isso perdi a batalha. modernização)
Comprei caro os sapatos. (B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores)
(C) por que vem passando a mais bela das cidades do
i) Mesmo, bastante Brasil (as mais belas cidades do Brasil)
- Como advérbios: invariáveis (D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos
Preciso mesmo da sua ajuda. Franceses (tradições no Rio de Janeiro)
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. (E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas
da cidade)
- Como pronomes: seguem a regra geral.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. 02. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) Assi-
nale a alternativa em que a concordância nominal está de
j) Menos, alerta acordo com a norma-padrão.
- Em todas as ocasiões são invariáveis. (A) Vê-se que ficou assegurado à família a guarda do
Preciso de menos comida para perder peso. menor.
Estamos alerta para com suas chamadas. (B) Fica claro que o problema atinge os setores público
e privado.
k) Tal Qual (C) Ainda não identificada pela polícia, as pessoas res-
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda ponsáveis pelo assalto estão à solta.
com o consequente. (D) Já foi divulgado na mídia alguma coisa a respeito
As garotas são vaidosas tais qual a tia. do acidente?
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. (E) Se foi incluso no contrato, a cláusula não pode ser
desconsiderada.
l) Possível
- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “me- 03. (TRF - 3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -
lhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as ex- FCC/2014) O verbo flexionado no plural que também esta-
pressões. ria corretamente flexionado no singular, sem que nenhuma
A mais possível das alternativas é a que você expôs. outra alteração fosse feita, encontra-se em:
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da em- (A) Não é à toa que partiram daqui várias manifesta-
presa. ções culturais...
As piores situações possíveis são encontradas nas fave- (B) Sempre me pareceram sem sentido as guerras...
las da cidade. (C) São Paulo são muitas cidades em uma.
(D) São Paulo não tem símbolos que deem conta de...
m) Meio (E) ... onde as informações diversas se misturam...
- Como advérbio: invariável.
Estou meio (um pouco) insegura. 04 (TRF - 3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -
FCC/2014) As regras de concordância estão plenamente
- Como numeral: segue a regra geral. respeitadas em:
Comi meia (metade) laranja pela manhã. (A) O crescimento indiscriminado que se observa na
cidade de São Paulo fazem com que alguns de seus bairros
n) Só sejam modificados em poucos anos.
- apenas, somente (advérbio): invariável. (B) Devem-se às múltiplas ofertas de lazer e cultura a
Só consegui comprar uma passagem. atração que São Paulo exerce sobre alguns turistas.
(C) Apesar de a cidade de São Paulo exibir belas ala-
- sozinho (adjetivo): variável. medas arborizadas, deveriam haver mais áreas verdes na
Estiveram sós durante horas. cidade.
(D) O ruído dos carros, que entram pelas janelas dos
Fonte: apartamentos, perturbam boa parte dos paulistanos.
http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia- (E) Na maioria dos bairros de São Paulo, encontram-
verbal.htm se referências culinárias provenientes de diversas partes do
planeta.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

05. (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a 08. (PREFEITURA DA ESTÂNCIA HIDROMINERAL DE


substituição do segmento grifado pelo que está entre pa- POÁ/SP – PROFESSOR ADJUNTO DE EDUCAÇÃO BÁSI-
rênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá perma- CA II – LÍNGUA PORTUGUESA / LÍNGUA INGLESA – VU-
necer no singular está em: NESP/2013) Assinale a alternativa em que a concordância
(A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes- segue a norma-padrão da língua portuguesa.
quisadores) (A) Existe, hoje, tablets, lousas interativas e aplicativos
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para desenvolvidos especialmente para a educação.
a ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima) (B) Foi incorporado, à educação atual, alguns valores e
(C) No sistema havia também uma estação... (várias expectativas da sociedade do conhecimento.
estações) (C) Com o passar dos anos, devem haver cada vez mais
(D) ... a civilização maia da América Central tinha computadores portáteis nas escolas brasileiras.
um método sustentável de gerenciamento da água. (os po- (D) O número de alunos que declaram ter aprendido a usar
o computador e/ou a internet sozinhos aumenta a cada dia.
vos que habitavam a América Central)
(E) De acordo com a pesquisa, 44% dos alunos do ensi-
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
no público e 54% do ensino privado dispõe de internet em
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
seus celulares.
blicado).
09. (INSS – ANALISTA – LETRAS – FUNRIO/2013) Co-
06. (TRF - 4ª REGIÃO – ENFERMAGEM – FCC/2010) A mercial da tevê diz: “Nossos produtos têm coisas que vai
concordância verbal e nominal está inteiramente correta na marcar para sempre sua vida.” A frase contém um desvio
frase: de concordância porque o verbo
a) Os dados obtidos nas pesquisas levam os especialis- A) deveria estar no plural para concordar com o subs-
tas à conclusão de que um pequeno grupo de uma das tri- tantivo “coisas”, antecedente do relativo.
bos africanas teria saído em busca de melhores condições B) só pode ficar no singular quando o pronome relativo
de vida em lugares mais distantes. “que” não tem antecedente explícito.
b) Pesquisas genéticas abre caminho para a descoberta C) está no singular, tendo concordado atrativamente
do tratamento de certas doenças, pois sabem-se que pes- com o pronome “que”, também singular.
soas de grupos diferentes reagem de forma diferenciada D) precisa concordar com o sujeito da oração principal
aos medicamentos. quando integra locução verbal de orações adjetivas.
c) O mapeamento genético de povos africanos têm E) teria de estar no plural para concordar com “produ-
sido negligenciados porque, segundo pesquisadores, o tos” e evitar ambiguidade com “coisas”.
acesso aos locais onde vivem é difícil e ocorre limitações
em razão de hábitos e de crenças. 10. (EMTU/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO JÚNIOR –
d) Será importante para o tratamento de doenças ge- CAIP-IMES/2012) Marque a frase inaceitável, do ponto de
néticas de populações, até mesmo as que se localiza em vista da concordância nominal.
regiões distantes e de difícil acesso, os resultados obtidos A) No calor, é bom bebermos bastante líquido.
nas mais recentes pesquisas. B) Nunca foi permitido presença de estranhos nesse
e) A reconstituição feita a partir de fósseis faciais mos- departamento.
tram como deveria ser o rosto dos homens primitivos, ou C) Nos dias de hoje, é necessária paciência.
seja, daqueles que teria dado origem às atuais populações D) Aprendi com minha avó que água de melissa é óti-
mo para os nervos.
dos países europeus.
GABARITO
07. (IAMSPE/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VU-
NESP/2012) Assinale a frase correta quanto à concordância.
01. D 02. B 03. C 04. E 05. C
(A) Adentra as fronteiras do Brasil, a cada dia, centenas 06. A 07. B 08. D 09.A 10. C
de haitianos em busca de abrigo e trabalho.
(B) A população de haitianos não tem sido bem recebi- RESOLUÇÃO
da por brasileiros, que a consideram ameaça a seus postos
de trabalho. 1-) Fiz as anotações ao lado:
(C) Roupas e alimento lhes são fornecidos por algumas (A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de
ONGs, mas as contribuições ainda são insuficiente para modernização) = se teriam feito
atender a todos. (B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores) =
(D) Há quem defenda o retorno desses haitianos a seu se esquecem
país, alegando que não haverão condições dignas de sub- (C) por que vem passando a mais bela das cidades do Bra-
sistência para eles no Brasil. sil (as mais belas cidades do Brasil) = por que vêm passando
(E) Em algumas cidades do norte do Brasil, serviços (D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos
como recapeamento de ruas e avenidas já têm sido realiza- Franceses (tradições no Rio de Janeiro) = continua a haver
do por mão de obra haitiana. (E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da
cidade) = parecem ter

98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

2-) Fiz as correções entre parênteses: c) O mapeamento genético de povos africanos têm (tem)
(A) Vê-se que ficou assegurado (assegurada) à família sido negligenciados (negligenciado) porque, segundo pes-
a guarda do menor. quisadores, o acesso aos locais onde vivem é difícil e ocorre
(B) Fica claro que o problema atinge os setores público (ocorrem) limitações em razão de hábitos e de crenças.
e privado. d) Será (SERÃO) importante (IMPORTANTES) para o tra-
(C) Ainda não identificada (identificadas) pela polícia, tamento de doenças genéticas de populações, até mesmo
as pessoas responsáveis pelo assalto estão à solta. as que se localiza (localizam) em regiões distantes e de difícil
(D) Já foi divulgado (divulgada) na mídia alguma coisa acesso, OS RESULTADOS obtidos nas mais recentes pesquisas.
a respeito do acidente? e) A reconstituição feita a partir de fósseis faciais mos-
(E) Se foi incluso (inclusa - ou incluída, já que funciona tram (mostra) como deveria ser o rosto dos homens primi-
como verbo) no contrato, a cláusula não pode ser descon- tivos, ou seja, daqueles que teria (teriam) dado origem às
siderada. atuais populações dos países europeus.

7-)
3-) Vamos item a item:
(A) Adentra (adentram) as fronteiras do Brasil, a cada dia,
A = o verbo “partiram” não poderia ser utilizado no
centenas de haitianos em busca de abrigo e trabalho.
singular, já que está concordando com “várias manifesta-
(B) A população de haitianos não tem sido bem recebida
ções”; por brasileiros, que a consideram ameaça a seus postos de
B = “pareceram” concorda com “as guerras”, permane- trabalho.
cendo no plural; (C) Roupas e alimento lhes são fornecidos por algumas
C = o verbo “ser” pode concordar tanto com o sujeito ONGs, mas as contribuições ainda são insuficiente (insufi-
(São Paulo) quanto com o predicativo “cidades” cientes) para atender a todos.
D = “deem” deve permanecer no plural, já que concor- (D) Há quem defenda o retorno desses haitianos a seu
da com “símbolos” (lembrando: o verbo “deem” não é mais país, alegando que não haverão (haverá) condições dignas
acentuado!) de subsistência para eles no Brasil.
E = “misturam” fica no plural, pois concorda com “in- (E) Em algumas cidades do norte do Brasil, serviços
formações”. como recapeamento de ruas e avenidas já têm sido realiza-
do (realizados) por mão de obra haitiana.
4-) Corrigi os verbos em cada alternativa:
A = fazem (faz) – concorda com “o crescimento” 8-)
B = devem-se (deve-se) – concorda com “a atração” (A) Existe (existem), hoje, tablets, lousas interativas e
C = deveriam haver (deveria). O verbo “haver” é impes- aplicativos desenvolvidos especialmente para a educação.
soal, não varia, portanto seu auxiliar também não. (B) Foi (foram) incorporado (incorporados), à educação
D = entram (entra) – concorda com “o ruído” atual, alguns valores e expectativas da sociedade do conhe-
E = correta (lembrando que, ao se utilizar a expressão cimento.
“a maioria de”, o verbo pode estar no singular também: “a (C) Com o passar dos anos, devem (deve) haver cada vez
maioria dos bairros encontra-se”). mais computadores portáteis nas escolas brasileiras.
(D) O número de alunos que declaram ter aprendido a
5-) usar o computador e/ou a internet sozinhos aumenta a cada
(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores) dia.
(E) De acordo com a pesquisa, 44% dos alunos do en-
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con-
sino público e 54% do ensino privado dispõe (dispõem) de
tribuíram) (as mudanças do clima)
internet em seus celulares.
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá
no singular
9-) “Nossos produtos têm coisas que vai (vão) marcar
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- para sempre sua vida.” a
nham) (os povos que habitavam a América Central)
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- 10-) Fiz o acerto necessário:
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). A) No calor, é bom bebermos bastante líquido.
B) Nunca foi permitido presença de estranhos nesse de-
6-) Fiz as correções entre parênteses e sublinhei os ter- partamento.
mos que se relacionam: (Correta. Se tivéssemos a presença de um artigo defini-
a) Os dados obtidos nas pesquisas levam os especialis- do, a oração seria: Nunca foi permitida a presença)
tas à conclusão de que um pequeno grupo de uma das tri- C) Nos dias de hoje, é necessária (necessário) paciência.
bos africanas teria saído em busca de melhores condições (não temos o artigo definido “a”, portanto: necessário)
de vida em lugares mais distantes. D) Aprendi com minha avó que água de melissa é ótimo
b) Pesquisas genéticas abre (abrem) caminho para a para os nervos.
descoberta do tratamento de certas doenças, pois (se) sa- (Correta. Se tivéssemos a presença de um artigo defini-
bem-se (sabe) que pessoas de grupos diferentes reagem do, a oração seria: a água de melissa é ótima)
de forma diferenciada aos medicamentos.

99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Regência Verbal e Nominal - Comparecer


O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação em ou a.
que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus comple- Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
mentos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as pala- último jogo.
vras, criando frases não ambíguas, que expressem efetiva-
mente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. Verbos Transitivos Diretos

Regência Verbal Os verbos transitivos diretos são complementados por


objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
Termo Regente: VERBO para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
gar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes oblí-
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre quos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses prono-
os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos mes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas
e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nos- formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
sa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
conhecermos as diversas significações que um verbo pode São verbos transitivos diretos, dentre outros: abando-
assumir com a simples mudança ou retirada de uma pre- nar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, ad-
posição. Observe: mirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender,
contentar. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
agrado ou prazer”, satisfazer. Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
como o verbo amar:
“agradar a alguém”.
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a.
Saiba que:
Amam aquele rapaz. / Amam-no.
O conhecimento do uso adequado das preposições é
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver-
bal (e também nominal). As preposições são capazes de
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses ver-
modificar completamente o sentido do que se está sendo
dito. Veja os exemplos: bos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
Cheguei ao metrô. adnominais).
Cheguei no metrô. Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Che-
guei no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a Verbos Transitivos Indiretos
que se vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente.
Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência Os verbos transitivos indiretos são complementados
coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta. por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos gem uma preposição para o estabelecimento da relação
de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são
diferentes formas em frases distintas. o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
Verbos Intransitivos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re-
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos lhe, lhes.
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
- Chegar, Ir - Consistir - Tem complemento introduzido pela pre-
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direi-
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para tos iguais para todos.
indicar destino ou direção são: a, para.
Fui ao teatro. - Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
Adjunto Adverbial de Lugar mentos introduzidos pela preposição “a”:
Ricardo foi para a Espanha. Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Adjunto Adverbial de Lugar Eles desobedeceram às leis do trânsito.

100
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto.
Respondemos às perguntas. Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma
Respondeu-lhe à altura. criança.

Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto Pedir


quando exprime aquilo a que se responde, admite voz pas- Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
siva analítica. Veja: forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
O questionário foi respondido corretamente. pessoa.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. Pedi-lhe favores.
Objeto Indireto Objeto Direto
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
tos introduzidos pela preposição “com”. Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Antipatizo com aquela apresentadora. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- Objetiva Direta
nam para uma minoria privilegiada.
Saiba que:
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- licença estiver subentendida.
que, nesse grupo: Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos: uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini-
tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Agradeço aos ouvintes a audiência.
Objeto Indireto Objeto Direto - A construção “dizer para”, também muito usada po-
pularmente, é igualmente considerada incorreta.
Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito direto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
com particular cuidado. Observe: Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Prefiro trem a ônibus.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil
Paguei minhas contas. / Paguei-as. vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. prefixo existente no próprio verbo (pre).

Informar Mudança de Transitividade X Mudança de Significado


- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-
Informe os novos preços aos clientes. dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen-
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin-
preços) guístico muito importante, pois além de permitir a correta
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades
- Na utilização de pronomes como complementos, veja expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais,
as construções: estão:
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so- AGRADAR
bre eles) - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
nhos, acariciar.
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, pre- quando o revê.
venir. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. /
Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.

101
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar - No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento ou transitivo indireto.
introduzido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes. Muito custa viver tão longe da família.
O cantor não lhes agradou. Verbo Oração Subordinada Substantiva
Subjetiva
ASPIRAR Intransitivo Reduzida de Infinitivo
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi-
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
atitude.
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Objeto Oração Subordinada Substantiva
como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida. Subjetiva
(Aspirávamos a elas) Indireto Reduzida de Infinitivo

Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é Obs.: a Gramática Normativa condena as construções
pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais áto- que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado
nas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela por pessoa. Observe:
(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Custei para entender o problema.
Aspiravam a ela) Forma correta: Custou-me entender o problema.
ASSISTIR IMPLICAR
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres- - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
tar assistência a, auxiliar. Por exemplo: a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. implicavam um firme propósito.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
b) Ter como consequência, trazer como consequência,
acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadure-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
cimento político de um povo.
ciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
Assistimos ao documentário.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
Não assisti às últimas sessões.
meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
Essa lei assiste ao inquilino.
econômicas.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é tran-
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa sitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
conturbada cidade. quem não trabalhasse arduamente.

CHAMAR PROCEDER
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
solicitar a atenção ou a presença de. cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se,
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá cha- agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado
má-la. de adjunto adverbial de modo.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. As afirmações da testemunha procediam, não havia
como refutá-las.
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode Você procede muito mal.
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
cativo preposicionado ou não. - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
sição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi-
A torcida chamou o jogador mercenário. do pela preposição “a”) é transitivo indireto.
A torcida chamou ao jogador mercenário. O avião procede de Maceió.
A torcida chamou o jogador de mercenário. Procedeu-se aos exames.
A torcida chamou ao jogador de mercenário. O delegado procederá ao inquérito.

CUSTAR QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado vontade de, cobiçar.
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Querem melhor atendimento.
Frutas e verduras não deveriam custar muito. Queremos um país melhor.

102
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.


Quero muito aos meus amigos.
Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.

VISAR
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

ESQUECER – LEMBRAR

- Lembrar algo – esquecer algo


- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:

- Ele se esqueceu do caderno.


- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve altera-
ção de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto
brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.

- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)


- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma
coisa).

SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.

NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.

Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.

VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.

103
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:

Obedecer a algo/ a alguém.


Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atenta-
mente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

104
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Questões sobre Regência Nominal e Verbal 05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter-
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa
01. (Administrador – FCC – 2013-adap.). Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência
... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras nominal e à pontuação.
ciências ... (A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida-
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço
o grifado acima está empregado em: seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo,
A) ...astros que ficam tão distantes ... do que em outros.
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... (B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra-
C) ...que nos proporcionou um espírito ... pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o
D) ...cuja importância ninguém ignora ... avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ... exemplo!, do que em outros.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra-
02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
adap.). avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um
... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos exemplo, do que em outros.
filhos do sueco. (D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de com- mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço
plementos que o grifado acima está empregado em: seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
A) ...que existe uma coisa chamada exército... – do que em outros.
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? (E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida-
C) ...compareceu em companhia da mulher à delega- mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan-
cia... ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem-
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro... plo) do que em outros.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atre-
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina-
vimento.
le a alternativa correta quanto à regência dos termos em
destaque.
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em
responsabilidade pelo problema.
partes desiguais...
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que
se perdido.
o grifado acima está empregado em:
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a de um índio na porta do prédio.
extremos de sutileza. (D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha- perdido de sua família.
do nos troncos mais robustos. (E) A família toda se organizou para realizar a procura
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso- à garotinha.
rientam, não raro, quem...
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale
na serra de Tunuí... a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o lacunas do texto, de acordo com as regras de regência.
gentio, mestre e colaborador... Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que a mídia pode exercer sobre os jovens.
o da frase acima se encontra em: A) dos … na B) nos … entre a
A) A palavra direito, em português, vem de directum, C) aos … para a D) sobre os … pela
do verbo latino dirigere... E) pelos … sob a
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
sociedades... 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão
pela justiça. da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta-
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspi- cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
rações da justiça... A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o de dez mil tomadas.
sentimento de justiça. B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver
um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.

105
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de 4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
criar logotipos e negociar. Lidar = transitivo indireto
D) O taxista levou o autor a indagar no número de B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
tomadas do edifício. sociedades... =transitivo direto
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re- C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
parasse a um prédio na marginal. pela justiça. =ligação
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira-
09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As- ções da justiça... =transitivo direto e indireto
sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o
frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da sentimento de justiça. =transitivo direto
língua e sem alteração de sentido.
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de 5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon-
direitos dos trabalhadores domésticos. tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à re-
A) da B) na C) pela gência (pontuação encontra-se em tópico específico)
D) sob a E) sobre a (A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam,
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon-
GABARITO tuação)
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto
01. D 02. D 03. A 04. A 05. D à pontuação)
06. A 07. C0 8. A 09. C (E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi-
damente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o
RESOLUÇÃO avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um
exemplo) do que em outros.
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das
outras ciências ...
6-)
Facilitar – verbo transitivo direto
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por
A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de li-
ter se perdido.
gação
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo
um índio na porta do prédio.
de ligação
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se per-
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran-
dido de sua família.
sitivo direto e indireto
(E) A família toda se organizou para realizar a procura
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro =
verbo transitivo indireto pela garotinha.

2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito 7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se re-
nos filhos do sueco. portou já assinalavam uma relação entre os distúrbios da
Pedir = verbo transitivo direto e indireto imagem corporal e a exposição a imagens idealizadas pela
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran- mídia.
sitivo direto A pesquisa faz um alerta para a influência negativa
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de que a mídia pode exercer sobre os jovens.
ligação
C) ...compareceu em companhia da mulher à delega- 8-)
cia... =verbo intransitivo B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de ha-
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi- ver um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
mento. =transitivo direto C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em
criar logotipos e negociar.
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de
em partes desiguais... tomadas do edifício.
Constar = verbo intransitivo E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re-
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha- parasse em um prédio na marginal.
do nos troncos mais robustos. =ligação
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso- 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de
rientam, não raro, quem... =transitivo direto direitos dos trabalhadores domésticos.
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
na serra de Tunuí... = transitivo direto
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o
gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto

106
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Vozes Verbais Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva


analítica com outros verbos que podem eventualmente fun-
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo cionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou marcada
para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente pela doença.
da ação. São três as vozes verbais:
- Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a 2- Voz Passiva Sintética
ação expressa pelo verbo. Por exemplo: A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com
Ele fez o trabalho. o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE.
sujeito agente ação objeto Por exemplo:
(paciente) Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola.
- Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a
ação expressa pelo verbo. Por exemplo: Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva
O trabalho foi feito por ele. sintética.
sujeito paciente ação agente da passiva
Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la-
- Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agen- tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio-
te e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo: nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem o
O menino feriu-se. significado de voz passiva como sendo a voz que expressa
a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois ele-
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com mentos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE e
a noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao AGENTE DA PASSIVA.
outro)
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
Formação da Voz Passiva
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
A voz passiva pode ser formada por dois processos: tancialmente o sentido da frase.
analítico e sintético. Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
1- Voz Passiva Analítica
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particí- A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Pas-
pio do verbo principal. Por exemplo: siva)
A escola será pintada. Sujeito da Passiva Agente da Passiva
O trabalho é feito por ele.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva,
Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado o sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ati-
da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a vo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de solda- Observe mais exemplos:
dos. - Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
esteja explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. mestres.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma- - Eu o acompanharei.
ção das frases seguintes: Ele será acompanhado por mim.
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indi- Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado,
cativo) não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo:
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo) Saiba que:
- Aos verbos que não são ativos nem passivos ou refle-
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) xivos, são chamados neutros.
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) O vinho é bom.
Aqui chove muito.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. - Há formas passivas com sentido ativo:
Observe a transformação da frase seguinte: É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)

107
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

- Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo: 05. (Analista de Procuradoria – FCC – 2013-adap) Trans-
Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas) pondo- -se para a voz passiva a frase O poeta teria
Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado) aberto um diálogo entre as duas partes, a forma verbal re-
sultante será:
- Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no senti- A) fora aberto. B) abriria.
do cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o C) teria sido aberto. D) teriam sido abertas.
sujeito é paciente. E) foi aberto.
Chamo-me Luís.
Batizei-me na Igreja do Carmo. 06.(SEE/SP – PROFESSOR EDUCAÇÃO BÁSICA II E PRO-
Operou-se de hérnia. FESSOR II – LÍNGUA PORTUGUESA - FCC/2011) ...permite
Vacinaram-se contra a gripe. que os criadores tomem atitudes quando a proliferação de
algas tóxicas ameaça os peixes.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ A transposição para a voz passiva da oração grifada
morf54.php acima teria, de acordo com a norma culta, como forma ver-
bal resultante:
Questões sobre Vozes dos Verbos (A) ameaçavam.
(B) foram ameaçadas.
01. (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) A fra- (C) ameaçarem.
se que admite transposição para a voz passiva é: (D) estiver sendo ameaçada.
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado. (E) forem ameaçados.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos. 07. (INFRAERO – ENGENHEIRO SANITARISTA –
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- FCC/2011) Transpondo-se para a voz passiva a frase Um
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. figurante pode obscurecer a atuação de um protagonista, a
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
forma verbal obtida será:
vida (...).
(A) pode ser obscurecido.
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
(B) obscurecerá.
e da falsa consciência.
(C) pode ter obscurecido.
(D) pode ser obscurecida.
02. (TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) ... a
(E) será obscurecida.
Coreia do Norte interrompeu comunicações com o vizinho ...
Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma
verbal corretamente obtida é: 08.(GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PRO-
a) tinha interrompido. CON – ADVOGADO – CEPERJ/2012) “todos que são impac-
b) foram interrompidas. tados pelas mídias de massa”
c) fora interrompido. O fragmento transcrito acima apresenta uma constru-
d) haviam sido interrompidas. ção na voz passiva do verbo. Outro exemplo de voz passiva
e) haveriam de ser interrompidas. encontra-se em:
A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das deci-
03. (FCC-TRE-Analista Judiciário – 2011) Transpondo-se sões de compra de uma família”
para a voz passiva a frase Hoje a autoria institucional en- B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do
frenta séria concorrência dos autores anônimos, obter-se-á a mercado para a persuasão do público infantil”
seguinte forma verbal: C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as
(A) são enfrentados. crianças brasileiras nas práticas de consumo.”
(B) tem enfrentado. D) “Elas são assediadas pelo mercado”
(C) tem sido enfrentada. E) “valores distorcidos são de fato um problema de or-
(D) têm sido enfrentados. dem ética”
(E) é enfrentada.
09. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – CASA CI-
04. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – VIL – EXECUTIVO PÚBLICO – FCC/2010) Transpondo a frase
FCC/2012) Para o Brasil, o fundamental é que, ao exercer a o diretor estava promovendo seu filme para a voz passiva,
responsabilidade de proteger pela via militar, a comunidade obtém-se corretamente o seguinte segmento:
internacional [...] observe outro preceito ... (A) tinha recebido promoção.
Transpondo-se o segmento grifado acima para a voz (B) estaria sendo promovido.
passiva, a forma verbal resultante será: (C) fizera a promoção.
a) é observado. (D) estava sendo promovido.
b) seja observado. (E) havia sido promovido.
c) ser observado.
d) é observada.
e) for observado.

108
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

10. -) (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012) 8-)


Da sede do poder no Brasil holandês, Marcgrave acompa- A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das deci-
nhou e anotou, sempre sozinho, alguns fenômenos celestes, sões de compra de uma família” = voz ativa
sobretudo eclipses lunares e solares. B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do
Ao transpor-se a frase acima para a voz passiva, as for- mercado para a persuasão do público infantil” = ativa (ver-
mas verbais resultantes serão: bo de ligação); não dá para passar para a passiva
a) eram anotados e acompanhados. C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as
b) fora anotado e acompanhado. crianças brasileiras nas práticas de consumo.” = ativa
c) foram anotados e acompanhados. D) “Elas são assediadas pelo mercado” = voz passiva
d) anota-se e acompanha-se. E) “valores distorcidos são de fato um problema de or-
e) foi anotado e acompanhado. dem ética” = ativa (verbo de ligação); não dá para passar
para a passiva
GABARITO
9-) o diretor estava promovendo seu filme = dois ver-
01. B 02.B 03. E 04.B 05. C bos na voz ativa, três na passiva: seu filme estava sendo
06. E 07. D 08. D 09.D 10.C produzido.

RESOLUÇÃO 10-)Marcgrave acompanhou e anotou alguns fenô-


menos celestes = voz ativa com um verbo (sem auxiliar!),
1-) então na passiva teremos dois: alguns fenômenos foram
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra- acompanhados e anotados por Marcgrave.
do.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma Pontuação
grande diversidade de fenômenos.
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
explicada pelo conceito... servem para compor a coesão e a coerência textual, além
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Ve-
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. jamos as principais funções dos sinais de pontuação co-
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da nhecidos pelo uso da língua portuguesa.
vida (...).
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido Ponto
e da falsa consciência.
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
2-) ... a Coreia do Norte interrompeu comunicações - Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em
com o vizinho = voz ativa com um verbo, então a passiva que se encontra.
terá dois: comunicações com o vizinho foram interrompi- - Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
das pela Coreia... - Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.

3-) Hoje a autoria institucional enfrenta séria concor- 2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
rência dos autores anônimos = Séria concorrência é en-
frentada pela autoria... Ponto e Vírgula ( ; )

4-) a comunidade internacional [...] observe outro pre- 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
ceito = se na voz ativa temos um verbo, na passiva teremos importância.
dois: outro preceito seja observado. - “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo
pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida;
5-) O poeta teria aberto um diálogo entre as duas par- os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
tes = Um diálogo teria sido aberto...
2- Separa partes de frases que já estão separadas por
6-) Quando a proliferação ameaça os peixes = voz ativa vírgulas.
Quando os peixes forem ameaçados pela proliferação... - Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, monta-
= voz passiva nhas, frio e cobertor.

7-) Um figurante pode obscurecer a atuação de um 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
protagonista. tivos, decreto de lei, etc.
Se na voz ativa temos um verbo, na passiva teremos - Ir ao supermercado;
dois; se na ativa temos dois, na passiva teremos três. Então: - Pegar as crianças na escola;
A atuação de um protagonista pode ser obscurecida por - Caminhada na praia;
um figurante. - Reunião com amigos.

109
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Dois pontos (:) Usa-se a vírgula:


- Para marcar intercalação:
1- Antes de uma citação a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
2- Antes de um aposto produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
tarde e calor à noite. trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven- - Para marcar inversão:
do a rotina de sempre. a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
4- Em frases de estilo direto chadas.
Maria perguntou: b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
- Por que você não toma uma decisão? pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
Ponto de Exclamação maio de 1982.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, - Para separar entre si elementos coordenados (dispos-
susto, súplica, etc. tos em enumeração):
- Sim! Claro que eu quero me casar com você! Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
2- Depois de interjeições ou vocativos A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
- Ai! Que susto!
- João! Há quanto tempo! - Para marcar elipse (omissão) do verbo:
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
Ponto de Interrogação
- Para isolar:
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei-
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
ra, possui um trânsito caótico.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
vedo)
Fontes:
Reticências
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
1- Indica que palavras foram suprimidas. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
- Comprei lápis, canetas, cadernos... la.htm

2- Indica interrupção violenta da frase. Questões sobre Pontuação


“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
01. (MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – IBFC/2013)
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida Considere o período e as afirmações abaixo.
- Este mal... pega doutor? Os jovens, que são contestadores, não acham válido,
muitas vezes, a opinião dos mais velhos.
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito I. Se as vírgulas que intercalam a oração adjetiva (“que
- Deixa, depois, o coração falar... são contestadores”) fossem retiradas, não haveria qualquer
alteração de sentido.
Vírgula II. Há um problema de concordância nominal.
III. A pontuação não está correta.
Não se usa vírgula Está correto o que se afirma somente em:
*separando termos que, do ponto de vista sintático, li- a) Apenas I
gam-se diretamente entre si: b) Apenas II
- entre sujeito e predicado. c) Apenas III
Todos os alunos da sala foram advertidos. d) Apenas I e III
Sujeito predicado e) Apenas II e III

- entre o verbo e seus objetos. 02. (PREFEITURA MUNICIPAL DE JAPERI/RJ - ORIEN-


O trabalho custou sacrifício aos realiza- TADOR PEDAGÓGICO - FUNDAÇÃO BENJAMIN CONS-
dores. TANT/2013) Assinale o item em que a vírgula foi usada para
V.T.D.I. O.D. O.I. isolar o aposto.

110
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

(A) Ele já morou em Natal, em Fortaleza, em São Paulo. 06. (MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – IBFC/2013)
(B) Os dois rapazes, Rodrigo e Paulo, eram primos. Considere os períodos abaixo e assinale a alternativa cor-
(C) Com muito cuidado, a advogada analisou o docu- reta.
mento. I. Os manifestantes, que praticaram atos de vandalismo,
(D) A igreja era pequena e pobre. Os altares, humildes. foram detidos.
(E) Você ainda não sabe, mocinha vaidosa, que a vida II. Os manifestantes que praticaram atos de vandalismo
é difícil. foram detidos.
a) A pontuação está correta apenas em I.
03. (BANCO DO BRASIL – MÉDICO DO TRABALHO – b) A pontuação está correta apenas em II, pois não se
FCC/2012) Atente para as seguintes frases: pode separar o sujeito do verbo.
I. Quem nos ensina a olhar são os pintores e fotógra- c) A pontuação está correta em I e II, que têm o mesmo
fos, que andam em volta dos objetos à procura de novos sentido, sendo o uso das vírgulas uma questão estilística.
ângulos. d) A pontuação está correta em I e II, mas, no segundo,
II. Felizes as pessoas que, todos os dias, sabem encon- indica-se que todos os manifestantes praticaram atos de
trar companhia em tudo o que as cerca. vandalismo.
III. Em silêncio, nos oferecerão sua muda companhia. e) A pontuação está correta em I e II, mas, no primei-
A supressão da(s) vírgula(s) acarretará mudança de ro, indica-se que todos os manifestantes praticaram atos de
sentido para o que está APENAS em vandalismo.
(A) I.
(B) II. 07. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PRO-
(C) II e III. CON – ADVOGADO – CEPERJ/2012 - ADAPTADA) O empre-
(D) I e II. go da vírgula marca anteposição de termos, com alteração
(E) III. da ordem direta da frase, no seguinte exemplo do texto:
A) “O consumismo é uma ideologia, um hábito men-
tal forjado que se tornou umas das características culturais
04.(IAMSPE/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VU-
mais marcantes da sociedade atual.”
NESP/2012) Assinale a alternativa em que a frase está pon-
B) “obesidade infantil, erotização precoce, consumo
tuada corretamente, de acordo com a norma-padrão da
precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da
língua portuguesa.
agressividade e violência, entre outras.”
(A) A chegada maciça de haitianos ao Brasil, é uma
C) “Para o mercado, antes de tudo, a criança é um con-
ótima oportunidade para refletir sobre o que transforma,
sumidor em formação”
grupos de pessoas em povos.
D) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do
(B) A distinção, mais do que uma minudência jurídica
mercado para a persuasão do público infantil, que cada vez
traz consigo, duas visões de mundo antagônicas. mais cedo é chamado a participar do universo adulto”
(C) O que definia um povo para ele, era a vontade das E) “salvo decisões relacionadas a planos de seguro,
pessoas de construir um futuro juntas. combustível e produtos de limpeza.”
(D) Que quase todos os países do Novo Mundo, te- 08. (MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – IBFC/2013)
nham adotado o jus soli, não é coincidência. Considere o período e as afirmações abaixo.
(E) Restringir, assim, a concessão de vistos a haitianos, A imprensa é a voz da sociedade pois a denúncia de
como parece querer parte do governo, é uma ideia que vai crimes e desigualdades mobilizam as pessoas.
contra o espírito que presidiu a criação do Brasil. I. Observa-se o uso de metáfora.
II. A pontuação está correta.
05. (POLÍCIA CIVIL/SP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA III. Há um problema de concordância verbal.
– VUNESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto à Está correto o que se afirma somente em:
pontuação e à colocação pronominal. a) Apenas I
(A) Infelizmente, se transformou, o ímpeto de Hagar, b) Apenas II
num passo lento depois que casamos. c) Apenas III
(B) Depois que casamos, infelizmente se transformou, d) Apenas I e III
o ímpeto de Hagar num passo lento. e) Apenas II e III
(C) Infelizmente se transformou o ímpeto de Hagar
num passo lento, depois que casamos. 09. (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA – ASSISTENTE
(D) Se transformou num passo lento, infelizmente, o SOCIAL – FCC/2010) A pontuação está inteiramente correta
ímpeto de Hagar depois que casamos. em:
(E) Depois que casamos infelizmente transformou-se (A) Quando prefeito de Palmeira dos Índios Graciliano,
num passo lento o ímpeto de Hagar. nem todos o sabem, escreveu a propósito de sua gestão,
um relatório que se tornou memorável.
(B) O autor do texto, até onde se pode avaliar não in-
veste contra a linguagem técnica se esta é produtiva, mas
contra excessos que a tornam ineficaz.

111
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

(C) Ao caracterizar várias linguagens, correspondentes (B) A distinção, mais do que uma minudência jurídica
a vários ofícios, o autor não deixou de se valer da ironia, (X) traz consigo, (X) duas visões de mundo antagônicas.
essa arma habitual dos céticos. (C) O que definia um povo (X) para ele, (X) era a vonta-
(D) A ética rigorosa que Graciliano revela na escritu- de das pessoas de construir um futuro juntas.
ra dos romances, está também nesse relatório de prefeito (D) Que quase todos os países do Novo Mundo, (X)
muito autocrítico e enxuto. tenham adotado o jus soli, não é coincidência.
(E) A retórica entendida como arte do discurso, pode (E) Restringir, assim, a concessão de vistos a haitianos,
ser eficaz ou inútil, dependendo dos propósitos e do talen- como parece querer parte do governo, é uma ideia que vai
to, de quem a manipula. contra o espírito que presidiu a criação do Brasil.

GABARITO 5-) Fiz as inclusões e assinalei (X) as exclusões de pon-


tuação:
01. B 02. B 03. A 04. E 05. C (A) Infelizmente ,(X) se transformou (ou: Infelizmente,
06. E 07. C 08. D 09.C transformou-se)
(B) Depois que casamos, infelizmente se transformou,
RESOLUÇÃO (X) o ímpeto de Hagar num passo lento.
(C) Infelizmente se transformou o ímpeto de Hagar
1- Os jovens, que são contestadores, não acham válido, num passo lento, depois que casamos.
muitas vezes, a opinião dos mais velhos. (D) Se transformou (transformou-se) num passo lento,
I. Se as vírgulas que intercalam a oração adjetiva (“que infelizmente, o ímpeto de Hagar ( , ) depois que casamos.
são contestadores”) fossem retiradas, não haveria qualquer (E) Depois que casamos ( , ) infelizmente transformou-
alteração de sentido. se (se transformou) num passo lento o ímpeto de Hagar.
Haveria alteração, pois teríamos uma oração subordi-
nada adjetiva restritiva, o que mudaria o sentido da frase, 6-) A questão envolve oração subordinada adjetiva.
indicando que somente os jovens contestadores não acham Quanto à classificação, basta encontrarmos a que tem vír-
válida a opinião dos mais velhos. Segundo o enunciado, to- gula para sabermos que se trata de uma adjetiva explicativa
dos os jovens pensam assim. (generaliza a informação da oração principal); a que não
II. Há um problema de concordância nominal. tem vírgula é a restritiva (restringe a informação, especifi-
... não acham válido (válida), muitas vezes, a opinião dos ca). Bem, o exercício requer uma análise além de simples
mais velhos. classificação. Vamos a elas: quanto à pontuação, ambos os
III. A pontuação não está correta. = está adequada à períodos estão corretos, já que apresentam informações
ideia que se quer transmitir. “diferentes”. Descartamos os itens “A” e “B”. Na “C” diz que
elas têm o mesmo sentido. Já vimos que não. Na “D” houve
2-) uma inversão, pois o período que generaliza (indica que
(A) Ele já morou em Natal, em Fortaleza, em São Paulo. “todos os manifestantes praticaram atos de vandalismo”) é
= enumeração o que possui vírgula (I).
(B) Os dois rapazes, Rodrigo e Paulo, eram primos. =
explicação de um termo anterior (aposto) 7-) “Antes de tudo, a criança é um consumidor em for-
(C) Com muito cuidado, a advogada analisou o docu- mação para o mercado” = o termo foi anteposto ao su-
mento. = advérbio jeito da oração (a criança). Nas demais alternativas, há a
(D) A igreja era pequena e pobre. Os altares, humildes. ordem direta: sujeito + predicado, ou apenas enumeração
= zeugma de exemplos.
(E) Você ainda não sabe, mocinha vaidosa, que a vida é 8-) A imprensa é a voz da sociedade pois a denúncia
difícil. = vocativo de crimes e desigualdades mobilizam as pessoas.
I. Observa-se o uso de metáfora = A imprensa é a voz
3-) da sociedade – comparação implícita
I. Quem nos ensina a olhar são os pintores e fotógra- II. A pontuação está correta = falta uma vírgula antes
fos que andam em volta dos objetos à procura de novos de “pois” (voz da sociedade, pois a denúncia).
ângulos. = agora teremos uma restrição (adjetiva restritiva) III. Há um problema de concordância verbal = pois a
II. Felizes as pessoas que todos os dias sabem encon- denúncia de crimes e desigualdades mobilizam (mobiliza)
trar companhia em tudo o que as cerca. = facultativo o uso as pessoas.
da vírgula (advérbio)
III Em silêncio, nos oferecerão sua muda companhia. = 9-) Fiz a marcação (X) onde deve haver uma pontuação
facultativo o uso da vírgula (advérbio) (ou exclusão):
(A) Quando prefeito de Palmeira dos Índios (X) Graci-
4-) Assinalei com “X” as pontuações faltantes ou ina- liano, nem todos o sabem, escreveu (X) a propósito de sua
dequadas: gestão, um relatório que se tornou memorável.
(A) A chegada maciça de haitianos ao Brasil, (X) é uma (B) O autor do texto, até onde se pode avaliar (X) não
ótima oportunidade para refletir sobre o que transforma, investe contra a linguagem técnica se esta é produtiva, mas
(X) grupos de pessoas em povos. contra excessos que a tornam ineficaz.

112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

(C) Ao caracterizar várias linguagens, correspondentes *nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção /
a vários ofícios, o autor não deixou de se valer da ironia, deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção
essa arma habitual dos céticos. *após ditongos: foice, coice, traição
(D) A ética rigorosa que Graciliano revela na escritura *palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r):
dos romances, (X) está também nesse relatório de prefeito marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção
(X) muito autocrítico e enxuto.
(E) A retórica entendida como arte do discurso, (X) O fonema z:
pode ser eficaz ou inútil, dependendo dos propósitos e do
talento, (X) de quem a manipula. Com S e não com Z:
D) Não nego que ( , ) ao avistar a cidade natal ( , ) tive *os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
uma sensação nova. tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc.
Ortografia *os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-
tamorfose.
A ortografia é a parte da língua responsável pela gra- *as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
fia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão quiseste.
culto da língua. *nomes derivados de verbos com radicais terminados
As palavras podem apresentar igualdade total ou par- em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
cial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo ten- empresa / difundir - difusão
do significados diferentes. Essas palavras são chamadas *os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho
do latim, significa música vocal). As palavras homônimas *após ditongos: coisa, pausa, pouso
dividem-se em homógrafas, quando têm a mesma grafia *em verbos derivados de nomes cujo radical termina
(gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, pa-
lácio ou passo, movimento durante o andar). Com Z e não com S:
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-
*os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje-
se observar as seguintes regras:
tivo: macio - maciez / rico - riqueza
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de
O fonema s:
origem não termine com s): final - finalizar / concreto - con-
cretizar
Com S e não com C/Ç
*como consoante de ligação se o radical não terminar
as palavras substantivadas derivadas de verbos com
com s: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis +
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão
/ expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - in- inho - lapisinho
versão / aspergir aspersão / submergir - submersão / divertir
- diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / O fonema j:
repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
sentir - sensível / consentir - consensual Com G e não com J:
*as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
Com SS e não com C e Ç gesso.
os nomes derivados dos verbos cujos radicais termi- *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
nem em gred, ced, prim ou com verbos terminados por *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
tir ou meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / per-
cutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / Observação: Exceção: pajem
comprometer - compromisso / submeter - submissão *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com litígio, relógio, refúgio.
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
trico / re + surgir - ressurgir *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- gir.
plos: ficasse, falasse *depois da letra “a”, desde que não seja radical termi-
nado com j: ágil, agente.
Com C ou Ç e não com S e SS
os vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar Com J e não com G:
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, *as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
Juçara, caçula, cachaça, cacique *as palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji-
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, boia, manjerona.
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, *as palavras terminada com aje: aje, ultraje.
esperança, carapuça, dentuço

113
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

O fonema ch: 03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).


Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para informar
Com X e não com CH: os usuários sobre o festival Sounderground.
*as palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba- Prezado Usuário
caxi, muxoxo, xucro. ________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô,
*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30, começa o
xampu, lagartixa. Sounderground, festival internacional que prestigia os músicos
*depois de ditongo: frouxo, feixe. que tocam em estações do metrô.
*depois de “en”: enxurrada, enxoval. Confira o dia e a estação em que os artistas se apresenta-
rão e divirta-se!
Observação: Exceção: quando a palavra de origem não Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se preen-
derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) cher as lacunas, correta e respectivamente, com as expressões
A) A fim ...a partir ... as B) A fim ...à partir ... às
Com CH e não com X: C) A fim ...a partir ... às D) Afim ...a partir ... às
*as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, E) Afim ...à partir ... as
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
04. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) AGRÔNOMO JÚ-
As letras e e i: NIOR – CESGRANRIO/2012) Um professor de gramática tradi-
cional, ao corrigir uma redação, leu o trecho a seguir e perce-
*os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. beu algumas inadequações gramaticais em sua estrutura.
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. Os grevistas sabiam o porque da greve, mas não entendiam
*os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são porque havia tanta repressão.
escritos com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os O professor corrigirá essas inadequações, produzindo o
verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui. seguinte texto:
(A) Os grevistas sabiam o por quê da greve, mas não en-
- atenção para as palavras que mudam de sentido
tendiam porque havia tanta repressão.
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super-
(B) Os grevistas sabiam o porque da greve, mas não enten-
fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) /
diam porquê havia tanta repressão.
emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância,
(C) Os grevistas sabiam o porquê da greve, mas não enten-
que anda a pé), pião (brinquedo).
diam por que havia tanta repressão.
(D) Os grevistas sabiam o por que da greve, mas não en-
Fonte:
tendiam porque havia tanta repressão.
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
(E) Os grevistas sabiam o porquê da greve, mas não enten-
tografia diam porquê havia tanta repressão.
Questões sobre Ortografia 05.Em qual das alternativas a frase está corretamente escrita?
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa.
01. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança.
TECNOLOGIA/RR – JORNALISTA – FUNCAB/2013 - ADAPTA- C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa.
DA) Grafam-se, respectivamente, com “ss” e com “ç” como D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
os sufixos dos substantivos destacados em “[...] gerou di-
versas DISCUSSÕES éticas sobre as PERCEPÇÕES biossociais 06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
[...]” – os sufixos de: LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Analise a propaganda
A) conten__ão (de gastos) – remi __ ão (da pena). do programa 5inco Minutos.
B) conce__ão (de privilégios) – ascen__ão (ao poder).
C) ce__ ão (de direitos) – extin__ão (do cargo).
D) apreen__ão (da carteira) – reten__ão (do veículo).
E) mo__ão (de apoio) – admi__ão (de funcionário).

02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alter-


nativa cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo
com a norma- -padrão.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!

114
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

Em norma-padrão da língua portuguesa, a frase da 3-)


propaganda, adaptada, assume a seguinte redação:
(A) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não ma-
tem-na porisso.
(B) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não ma-
tem-na por isso.
(C) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a
matem por isso. A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado;
(D) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não lhe antes de horas: há crase
matem por isso.
(E) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a 4-) Os grevistas sabiam o porque da greve, mas não
matem porisso. entendiam porque havia tanta repressão
Correção: O porquê = o motivo (porquê funciona como
07. Está separada corretamente: substantivo) / não entendiam por que (a causa)
A) Sus-sur-rar.
B) Ra-dio-gra-far. 5-)
C) Tin-ho-rão. A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou-
D) So-bre-ssa-len-te. pansa. = mendigo/caderneta/poupança
E) Li-gni-ta. C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans-
sa. = mendigo/caderneta/poupança
08. Assinale a alternativa incorreta quanto ao uso de D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
“a” e “há”: pansa. =mendigo/depositou/caderneta/poupança
A) Daqui a dois meses iremos à Europa.
B) Isto foi há muito tempo. 6-) A questão envolve colocação pronominal e orto-
C) Há meses que não a vejo.
grafia. Comecemos pela mais fácil: ortografia! A palavra
D) A dois meses fomos na casa de sua mãe.
“por isso” é escrita separadamente. Assim, já descartamos
E) Há tempos atrás éramos muito felizes.
duas alternativas (“A” e “E”). Quanto à colocação pronomi-
nal, temos a presença do advérbio “não”, que sabemos ser
09.Assinale a alternativa cuja frase esteja incorreta:
um “ímã” para o pronome oblíquo, fazendo-nos aplicar a
A) Porque essa cara?
regra da próclise (pronome antes do verbo). Então, a forma
B) Não vou porque não quero.
correta é “mas não A matem” (por que A e não LHE? Porque
C) Mas por quê?
quem mata, mata algo ou alguém, objeto direto. O “lhe” é
D) Você saiu por quê?
usado para objeto indireto. Se não tivéssemos a conjunção
GABARITO “mas” nem o advérbio “não”, a forma “matem-na” estaria
correta, já que, após vírgula, o ideal é que utilizemos ênclise
01.C 02. D 03. C 04. C 05. B – pronome oblíquo após o verbo).
06. C 07. A 08. D 09. A
7-)
RESOLUÇÃO B) Ra-dio-gra-far = Ra - di - o - gra - far
C) Tin-ho-rão. = ti - nho - rão
1-) D) So-bre-ssa-len-te. = so - bres - sa - len - te
A) contenção (de gastos) – remissão (da pena). E) Li-gni-ta. = lig - ni - ta
B) concessão (de privilégios) – ascensão (ao poder).
C) cessão (de direitos) – extinção (do cargo). 8-) Há dois meses fomos na casa de sua mãe. (= há no
D) apreensão (da carteira) – retenção (do veículo). sentido de tempo passado)
E) moção (de apoio) – admissão (de funcionário).
9-) Por que essa cara? = é uma pergunta e o pronome
2-) está longe do ponto de interrogação.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = ta-
beliães
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fu-
zis. = cidadãos
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo-
cal. = certidões
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = de-
graus

115
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado Não se emprega o hífen:


para ligar os elementos de palavras compostas (couve-flor,
ex-presidente) e para unir pronomes átonos a verbos (ofe- 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termi-
receram-me; vê-lo-ei). na em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou “s”. Nesse
Serve igualmente para fazer a translineação de pala- caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso, con-
vras, isto é, no fim de uma linha, separar uma palavra em trarregra, infrassom, microssistema, minissaia, microrradiogra-
duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). fia, etc.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or- termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal di-
tográfica: ferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, au-
toaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, infraes-
1. Em palavras compostas por justaposição que formam trutura, etc.
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos “dês”
para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, e “in” e o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, iná-
luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas, bil, desabilitar, etc.
guarda-chuva, arco- -íris, primeiro-ministro, azul-escuro. 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobrigação,
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.
menina, erva-doce, feijão-verde. 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção de
3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista, etc.
e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casa- 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfeito,
do, aquém- -fiar, etc. benquerer, benquerido, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo Questões sobre Hífen
uso: cor- -de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-
de-meia, água-de- -colônia, queima-roupa, deus-dará. 01.Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- novo Acordo, está sendo usado corretamente:
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações A) Ele fez sua auto-crítica ontem.
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Al- B) Ela é muito mal-educada.
sácia-Lorena, etc. C) Ele tomou um belo ponta-pé.
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super- D) Fui ao super-mercado, mas não entrei.
quando associados com outro termo que é iniciado por r: E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões.
hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, 02.Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do
ex- -presidente, vice-governador, vice-prefeito. hífen:
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: A) Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. faria uma superalimentação.
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- B) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada.
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. C) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.
10. Nas formações em que o prefixo tem como segun- D) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos.
do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, ele- E) O autodidata fez uma autoanálise.
tro-higrómetro, geo-história, neo-helênico, extra-humano,
semi-hospitalar, super- -homem. 03.Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego
do hífen, respeitando-se o novo Acordo.
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo.
termina na mesma vogal do segundo elemento: micro-on- B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal
das, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc. do campeonato.
C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros D) O recém-chegado veio de além-mar.
termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar. E) O vice-reitor está em estado pós-operatório.

- Lembre-se: ao separar palavras na translineação (mu- 04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro
dança de linha), caso a última palavra a ser escrita seja for- (avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o
mada por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escre- hífen é obrigatório:
verei anti-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na A) em nenhuma delas.
linha debaixo escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as B) na segunda palavra.
linhas). C) na terceira palavra.
D) em todas as palavras.
E) na primeira e na segunda palavra.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __. Qual RESOLUÇÃO


alternativa completa corretamente as lacunas?
A) sobreumano/interregional 1-)
B) sobrehumano-interregional A) autocrítica
C) sobre-humano / inter-regional C) pontapé
D) sobrehumano/ inter-regional D) supermercado
E) sobre-humano /interegional E) infravermelhos

06. Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub- 2-)B) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assom-
às palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale brada.
aquela que tem de ser escrita com hífen:
A) (sub) chefe 3-) A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo.
B) (sub) entender
C) (sub) solo 4-)
D) (sub) reptício a) pão-duro / b) copo-de-leite (planta) / c) pé de mo-
E) (sub) liminar leque (doce)
a) Usa-se o hífen nas palavras compostas que não
07.Assinale a alternativa em que todas as palavras estão apresentam elementos de ligação.
grafadas corretamente: b) Usa-se o hífen nos compostos que designam espé-
A) autocrítica, contramestre, extra-oficial cies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos,
B) infra-assinado, infra-vermelho, infra-som raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação.
C) semi-círculo, semi-humano, semi-internato c) Não se usa o hífen em compostos que apresentam
D) supervida, superelegante, supermoda elementos de ligação.
E) sobre-saia, mini-saia, superssaia
5-) Fez um esforço sobre-humano para vencer o cam-
08.Assinale o item em que o uso do hífen está incorreto.
peonato inter-regional.
A) infraestrutura / super-homem / autoeducação
- Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.
B) bem-vindo / antessala /contra-regra
- Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma
C) contramestre / infravermelho / autoescola
letra com que se inicia a outra palavra
D) neoescolástico / ultrassom / pseudo-herói
E) extraoficial / infra-hepático /semirreta
6-) Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também
diante de palavra iniciada por r. : subchefe, subentender,
09.Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção
subsolo, sub- -reptício (sem o hífen até a leitura da pala-
quanto ao emprego do hífen.
A) O pseudo-hermafrodita não tinha infraestrutura para vra será alterada; /subre/, ao invés de /sub re/), subliminar
relacionamento extraconjugal.
B) Era extraoficial a notícia da vinda de um extraterreno. 7-)
C) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultrama- A) autocrítica, contramestre, extraoficial
rinas. B) infra-assinado, infravermelho, infrassom
D) O anti-semita tomou um anti-biótico e vacina antir- C) semicírculo, semi-humano, semi-internato
rábica. D) supervida, superelegante, supermoda = corretas
E) Era um suboficial de uma superpotência. E) sobressaia, minissaia, supersaia
10.Assinale a alternativa em que ocorre erro quanto ao
emprego do hífen. 8-) B) bem-vindo / antessala / contrarregra
A) Foi iniciada a campanha pró-leite.
B) O ex-aluno fez a sua autodefesa. 9-) D) O antissemita tomou um antibiótico e vacina an-
C) O contrarregra comeu um contra-filé. tirrábica.
D) Sua vida é um verdadeiro contrassenso.
E) O meia-direita deu início ao contra-ataque. 10-) C) O contrarregra comeu um contrafilé.

GABARITO

01. B 02. B 03. A 04. E 05. C


06. D 07. D 08. B 09. D 10. C

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Padrão P - Grau IA - Língua Portuguesa

ANOTAÇÕES

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