The New Epistemic Space
Wody Vasulka
While the agenda of a modernist has
been to Innovate, to Negate, To Abolish,
the effort (expended by artist, critics,
and audiences) to undermine all
traditional art forms has been driven by
the fear of epigonism and conformity.
After all this tireless probing and
experimentation, the final word should
be given to the modernist assesment of
Luis Buñuel: "We (the surrealist) set out
to change the world - instead
(regrettably) we changed art..." Like
monstrous and unforgiving puzzles, the
excesses of experimantation have piled
up at the doorsteps of the twenty-first
century.
Despite the apparent confusion, a new
situation has quietly emerged. We now
have a new creative space, a system of
aesthetic practice, and an audience
ready for a new aesthetic discourse. We
have moved from a relationship with
technology in which we attempt to
invoke the creative potential of a
specific tool, to one with a technological
environment invoking a new creative
potential from human discourse. The
more we understand this technological
environment, the more we participate in
the opening of this new epistemic space.
More recently, through experiments
with systems (social, aesthetics,
technological) and the deconstruction of
their rules, a wealth of new principles of
patterning and composition has
appeared. Incredibly, some of us have
chosen technology as an ultimate poetic
source, material and promise. We are
comfortable with the abandonment of
the vulgar "hero's journey" in favor of
the delicate exploits of The Machine.
Though the immediate emergence of a
new audiovisual aesthetic seems
unlikely, the existence and use of an
underlying coding system in machine-
made or machine-assisted art suggest a
"new" and tempting opportunity. By
now we see that utilization of
O Novo Espaço Epistêmico
Wody Vasulka
Enquanto a agenda do modernista foi Inovar, Negar,
Abolir, o esforço (gasto por artista, críticos, e
audiências) de minar todos os tipos de arte tradicional
foi dirigido pelo medo do epigonismo e da
conformação. Depois de toda esta sondagem
incansável e experimentação, a palavra final deveria
ser dada ao assesment modernista de Luis Buñuel: "
Nós (os surrealistas) tínhamos a intenção de mudar o
mundo - ao invés disto (lamentavelmente) nós
mudamos a arte..." Como quebra-cabeças monstruosos
e irreconciliáveis, os excessos de experimentação
ficaram empilhados nos degraus de entrada do século
vinte e um.
Apesar da confusão aparente, uma situação nova
emergiu quietamente. Nós temos um espaço criativo
novo, um sistema de práticas estéticas, e agora uma
audiência pronta para um discurso estético novo. Nós
nos deslocamos de uma relação com tecnologia na
qual nós tentamos invocar o potencial criativo de uma
ferramenta específica, para uma relação com o
ambiente tecnológico que invoca um potencial criativo
novo do discurso humano. Quanto mais nós
entendemos este ambiente tecnológico, mais nós
participamos na abertura deste novo espaço
epistêmico.
Mais recentemente, através de experiências com
sistemas (sociais, estéticos, tecnológicos) e a
desconstrução das suas regras, uma riqueza de novos
princípios de patterning e composição têm aparecido.
Inacreditavelmente, alguns de nós escolhemos a
tecnologia como uma última fonte poética, material e
promissora. Nós estamos confortáveis com o abandono
da vulgar "jornada do herói" em favor das delicadas
façanhas da Máquina.
Embora a emergência imediata de uma nova estética
audiovisual pareça improvável, a existência e uso de
um sistema de codificação subjacente a uma arte feita-
por-máquina ou com-ajuda-da-máquina sugerem uma
"nova" e tentadora oportunidade. Até agora, nós vemos
technology largely dictates its own
aesthetics, if not in the mainstream arts,
certainly in its experimental forms. We
have learned that aesthetic dialogue
exists without strict regulation by
intellectual supervision and concensus.
While we can see a constant
generational process of rediscovery of
and confrontation with the past, the
validity of ethical prescriptions, asserted
by the participants in this process,
appears specious when viewed in a later
historical context. The way this creative
process is mediated require a certain
acceptance of technological
determinism, its structure being born in
a variety of cultural domains, not
specific to the developments in art.
Machines capable of organization visual
or auditory structures have emerged and
established their lineage outside of art,
or of strict aesthetic considerations, and
their evolution does not necessitate
artistic formulation. Watching closely
the development of machines , designed
to articulate aesthetic languages, we can
see how languages of such machines are
derived primarily from the intrinsic
modalities of technological systems.
These systems, presented as tools,
summarize the generic options. In a
similar way, the newest tools try to
contain a generic set of mathematical
options, some spectacularly fitted to the
visualizations of numbers.
Since technology provides an essential
interface between human and machine,
and since the technology proliferates its
options rapidly, the technological
environment by now has exceeded the
dimensions of a tool and our
relationship to it could be paraphrased
"Man is but a guest in the house of
technology..." It seems necessary now to
activate a core of creative excellence in
order to oppose the cliché of resentment
toward machine assisted creative
process. While computer-assited work
may not yet become the subject of high
art, one should expect a new art form to
be as challenging to the rest of art
genres as was the influence of film on
the early modernist movement.
esta utilização da tecnologia ditando em grande parte
sua própria estética, se não na arte mainstream,
certamente em suas formas experimentais. Nós
aprendemos, que este diálogo estético existe sem um
regulamentação rígida através de uma supervisão
intelectual e concenso. Enquanto nós podemos ver um
processo geral constante de redescobrimento e de
confrontação com o passado, a validez de prescrições
éticas, afirmadas pelos participantes deste processo,
aparecem especiais quando vistas num contexto
histórico mais recente. O modo deste processo criativo
ser mediado requer uma certa aceitação do
determinismo tecnológico, sua estrutura nascendo de
uma variedade de domínios culturais, não específicos
aos desenvolvimentos da arte.
Máquinas capazes de organização de estruturas visuais
ou audíveis emergiram e estabeleceram a sua linhagem
fora da arte, ou de estritas considerações estéticas, e
sua evolução não necessitou de formulações artísticas.
Assistindo o desenvolvimento destas máquinas de
perto, projetadas para articular linguagens estéticas,
nós podemos ver como as linguagens destas máquinas
são derivadas principalmente das modalidades
intrínsecas dos sistemas tecnológicos. Estes sistemas,
apresentados como ferramentas, sumarizam opções
genéricas. De um modo semelhante, as ferramentas
mais novas tentam conter um jogo genérico de opções
matemáticas, alguma espetacularidade agregada às
visualizações numéricas.
Desde que tecnologia provê uma interface essencial
entre o humano e a máquina, e desde que a tecnologia
prolifera suas opções rapidamente, o ambiente
tecnológico excedeu as dimensões de uma ferramenta,
e nossa relação, até agora, diante disto poderia ser
parafraseada como "O homem é mais um convidado na
casa da tecnologia..." Parece necessário agora, ativar
um núcleo de excelência criativa que se oponha ao
clichê de ressentimento porque a máquina ajudou no
processo criativo. Enquanto o computador-assitente
trabalha, ainda não é possível se tornar assunto da alta
arte, devemos esperar um tipo de arte nova para ser um
desafio ao resto dos gêneros de arte, assim como foi a
influência do filme no início do movimento
modernista.
Criticism of the machine-made
machine-assisted environment has been
one form of traditional social dissent.
While remaining reluctant to embrace
such an antitechnological stance, despite
the latest generational effort toward a
broad integration with mass culture,
artists have stood in opposition to social
engineering. Today we do hear the
dissenting voice of the legitimate art
community, made powerless by the
social structuring of the machine/state.
And what of the Critic in this debate? I
do not accept the position of most critics
just as I do not condone the enthusiastic
promoter of the telephone or satellite! In
desperate need of new models of retoric,
they evoke a gross terminological time-
shift (modern then postmodern?), from a
technological evil - the uncomfortably
doubtful, tortuous - toward a
psychological heaven of values, more
politically exploitable, consumable,
secure, and sentimental. Instead, I await
a critic who learns, comprehends,
inverts, and educates, one who see far
ahead of the practice of art.
O criticismo do ambiente ajudado-por-máquina e/ou
feito-por-máquina foi uma forma da dissensão social
tradicional. Memo permanecendo relutantes em
abraçar uma tal estância antitecnológica, apesar do
esforço geral mais recente de uma ampla integração
com a cultura de massa, artistas se levantaram em
oposição a engenharia social. Hoje nós ouvimos vozes
divergentes da comunidade de arte legitimada, tornada
impotente diante da estruturação social do
estado/máquina.
E o que há de Crítico neste debate? Eu não aceito a
posição da maioria dos críticos da mesma maneira que
não tolero o promotor entusiástico do telefone ou do
satélite! Na deseperada necessidade de novos modelos
retóricos, eles evocam uma troca-de-tempo
terminológica vulgar (moderno ou pós-moderno?), de
um mal tecnológico - um mal-estar duvidoso, tortuoso
- para um céu psicológico de valores, politicamente
mais exploráveis, artigo de consumo, seguro, e
sentimental. Ao contrário, eu espero um crítico que
aprende, compreende, inverte, e educa, um que veja
longe, à frente da prática artística.