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A SUPERVISÃO ESCOLAR

Disciplina: PRÁTICA PEDAGÓGICA DO SUPEVISOR ESCOLAR

Tipo:

Obrigatória

Carga Horária Semestral:

40h

Ementa

• A supervisão educacional no Brasil em perspectiva histórica e política;

• Atribuições legais quanto à supervisão educacional no Brasil; Concepções sobre a


supervisão educacional;

• Perfil do supervisor educacional;

• Papéis e funções do supervisor educacional;

• Práticas e técnicas da supervisão educacional;

• O supervisor educacional e a formação de professores;

• O supervisor educacional e os parceiros de trabalho;

• O estudo na prática supervisora;

• Mecanismos que auxiliam o trabalho do supervisor educacional;

O supervisor educacional e o processo de avaliação escolar

Objetivos Gerais:

- Identificar a origem da Supervisão, analisando criticamente sua evolução histórica;


- Situar a ação Supervisora na atual realidade educacional brasileira, dando ênfase às
mudanças no mundo do trabalho e a emergência de um novo perfil profissional;

- Analisar a prática do Supervisor nas teorias pedagógicas historicamente determinadas no


contexto educacional.
Metodologia:

O Trabalho com a disciplina será desenvolvido com base no processo de construção participativa
envolvendo leitura, análise e discussão de textos, exposições participadas, trabalho em grupo e
participação em fórum.

Conteúdo Programático:

- Evolução histórica da Supervisão Educacional;


- A Supervisão e as questões contemporâneas: transformações tecnológicas e -
organizacionais no mundo do trabalho.

- A função do orientador educacional sob a perspectiva legal e da sua prática.

individualização x cooperação
hierarquização x flexibilização
especialização x generalização
competição x participação

- A emergência do novo perfil profissional frente a essas mudanças;

- As linhas de Supervisão e as teorias pedagógicas.

Bibliografia:

AGUIAR, Márcia Angela. Estado e Educação no Brasil. In: Supervisão escolar e política
educacional. São Paulo:: Cortez, Recife, Pe: Secretaria da Educação, Cultura e Esportes do
Estado de Pernambuco, 1991
ANTONIAZZI, Maria Regina Filgueiras. Teorias pedagógicas inventáriadas: como alternativa
à pedagogia da práxis. UFBa/FACED, 1992, mimeo

ATTA, Dilza e Simões, Jandira. Raízes históricas e a supervisão na Bahia. In: Supervisão
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CASTRO, Magali de. As instituições escolares rumo ao terceiro milenio: implicações do atual
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DOWBOR, Ladislau. Educação, tecnologia e desenvolvimento. In: Educação e trabalho no


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DRUGG, Katia Issa, et alli. Desafio da educação: a qualidade total. São Paulo: Makron
Books, 1994

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública - A pedagogia crítico social dos
conteúdos. São Paulo: Edições Loyola, 1985

MEDEIROS, Luciene e ROSA, Solange. Supervisão educacional: possibilidades e limites. São


Paulo: Cortez: Autores Associados, 1987.

1.1CONCEITUANDO SUPERVISÃO ESCOLAR


As pesquisas e estudos voltados para a Supervisão Escolar fizeram
com que esta função fosse conceituada sob vários enfoques. Trazendo
a origem etimológica da palavra ‘supervisionar’, temos:
’SUPERVISIONAR = SUPERVISAR’ e ‘SUPERVISAR = dirigir ou orientar
em plano superior; superintender, supervisionar’ (FEREIRA, 1993, p.
520). Dentro desta perspectiva, Nérici (1974, p. 29), afirma que
Supervisão Escolar é a “visão sobre todo o processo educativo, para
que a escola possa alcançar os objetivos da educação e os objetivos
específicos da própria escola”. Este olhar exclui os sujeitos envolvidos
no processo educativo, ou seja, a ‘escola’ e os ‘objetivos da educação’
são o foco do trabalho, sem que sejam considerados os professores,
alunos, especialistas, demandas sociais ou qualquer outra variável
dentro desse processo. Alguns anos depois, já se percebe um avanço
em termos de conceituação de Supervisão Escolar, quando Rangel
(1988, p. 13), reconhece a necessidade de relação deste com os outros
profissionais da escola: “um trabalho de assistência ao professor, em
forma de planejamento, acompanhamento, coordenação, controle,
avaliação e atualização do desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem”. 16 Esta conceituação propõe que a Supervisão seja
percebida levando-se em conta duas outras dimensões: a relação
entre os sujeitos, Supervisor – Professor, e o ensino-aprendizagem,
objeto de trabalho desses profissionais, ultrapassando a simples
execução de tarefas e a ‘fiscalização’ do trabalho realizado. Seguindo
nesta linha, Alonso (2003, p. 175) afirma que a Supervisão, nesta
perspectiva relacional e construída no cotidiano da escola, (...) vai
muito além de um trabalho meramente técnico-pedagógico, como é
entendido com frequência, uma vez que implica uma ação planejada e
organizada a partir de objetivos muito claros, assumidos por todo o
pessoal escolar, com vistas ao fortalecimento do grupo e ao seu
posicionamento responsável frente ao trabalho educativo. Desvela-se,
assim, a função do Supervisor como referência frente ao grupo, frente
ao todo da escola. Este profissional enquanto responsável pela
‘coordenação’ do trabalho pedagógico assume uma liderança, um
papel de responsável pela articulação dos saberes dos professores e
sua relação com a proposta de trabalho da escola. Alarcão (2004, p.
35), refere-se a este profissional como líder, definindo como objeto de
seu trabalho “o desenvolvimento qualitativo da organização escolar e
dos que nela realizam seu trabalho de estudar, ensinar ou apoiar a
função educativa por meio de aprendizagens individuais e coletivas”.
17 Estas definições revelam um enriquecimento nas atribuições do
Supervisor Escolar, e para melhor contextualizar esta evolução, será
realizada uma retomada histórica desde o surgimento deste
profissional até sua atuação nos dias de hoje.

1.2 HISTÓRICO DA SUPERVISÃO ESCOLAR

1.2.1 No Brasil Data de 1931 o primeiro registro legal sobre a atuação


do Supervisor Escolar no Brasil. Neste período estes profissionais
executavam as normas ‘prescritas’ pelos órgãos superiores, e eram
chamados de ’orientadores pedagógicos’ ou ‘orientadores de escola’,
tendo como função básica à inspeção (ANJOS, 1988). Relacionando o
que Anjos nos traz com a origem etimológica da palavra, torna-se
possível aproximar o surgimento deste profissional com a função que
por ele deveria ser exercida. Colocar-se em plano superior aos
professores para inspecionar, ‘garantir a execução de’, seriam suas
atribuições neste momento da história. De acordo com Saviani (2003,
p. 26), a função de Supervisor Escolar surge: “(...) quando se quer
emprestar à figura do inspetor um papel predominantemente de
orientação pedagógica e de estímulo à competência técnica, em luga
18 Este caráter, porém, não é assumido em sua essência, pois no final
da década de 50 e início da década de 60, em virtude do acordo
firmado entre Brasil e Estado Unidos da América para implantação do
Programa de Assistência Brasileiro Americana ao Ensino Elementar, o
PABAEE, o Supervisor Escolar tem estritamente a função de controlar e
inspecionar. O PABAEE tinha por objetivo ‘treinar’ os educadores
brasileiros a fim de que estes garantissem a execução de uma proposta
pedagógica voltada para a educação tecnicista1 , dentro dos moldes
norte-americanos. Alguns estados brasileiros como Minas Gerais,
Goiás e São Paulo foram os principais ‘executores’ do Programa,
porém esta tendência influenciou a educação e a função do Supervisor
Escolar em todo o país. Neste período a educação brasileira
fundamentou-se basicamente no PABAEE e o material elaborado pelos
profissionais que trabalhavam no programa eram fonte para
especialização e aprimoramento dos docentes da época. Inicialmente
os técnicos do PABAEE acreditavam que bastava investir na formação
dos professores através dos cursos ‘Normais’ para garantir a execução
das práticas impostas pelo Programa. Posteriormente perceberam que
o preparo do Supervisor Escolar, com base nas suas concepções
tecnicistas, teria uma eficácia maior, pois estes profissionais poderiam
atuar: “interferindo, diretamente no que ensinar, no como ensinar e
avaliar, educando professores e alunos para uma 1 Segundo Saviani,
“na escola tecnicista professores e alunos ocupam papel secundário
dando lugar à organização racional dos meios. Professores e alunos
relegados à condição de executores de um processo cuja concepção,
planejamento, coordenação e controle, ficam a cargo de especialistas
supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais” (1993, p.
24). 19 organização escolar fundada na ordem, na disciplina e na
hierarquia e cimentada na visão liberal cristã” (GARCIA apud PAIVA, p.
40, 1997). Os Supervisores desempenhavam um papel de
multiplicadores e inspecionavam a execução das ideias impostas pelo
PABAEE, assim, o programa passou a atingir um número maior de
professores e alunos. Long, um dos organizadores do programa,
reforçando esta meta, conclui que: “isso indica claramente que
devemos trabalhar com pessoas que preparam professores, em vez de
trabalhar com professores regentes de classes” (apud PAIVA, 1997, p.
48). As Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, primeiramente
a LDB 4024/61, passam a prever setores especializados para coordenar
as atividades pedagógicas nas escolas como forma de buscar a
execução das políticas educacionais desejadas pelos Sistemas de
Ensino. Reiterando esta atuação tradicional, Medina (1995, p. 40),
resgata o texto da Lei Federal nº 5692, de 11 de agosto de 1971, em
seu capítulo V, artigo 33, o qual reforça a responsabilidade deste
profissional com relação à prática pedagógica exercida na escola:
institucionaliza a supervisão, ao referir-se à ‘formação de
administradores, planejadores, orientadores, inspetores, supervisores
e demais especialistas em educação’. A supervisão passa a introduzir
modelos e técnicas pedagógicas atualizadas (para a época); o
supervisor, contudo, não perde o vínculo com o poder administrativo
das escolas. Agora o seu papel é o de assegurar o sucesso no exercício
das atividades docentes por parte de seus colegas, professores,
regentes de classe. 20 O Supervisor Escolar possui legalmente um
poder instituído que determina suas ações frente ao corpo docente e à
proposta pedagógica da escola, e a partir de então, sendo reconhecido
como profissional da educação, passando a ter suas atribuições
definidas pelos órgãos superiores. De acordo com Silva Júnior, o
Decreto nº 5.586/75, artigo 7º, do estado de São Paulo, define essas
atribuições, entre as quais destaca-se: (...) II- Zelar pela integração do
sistema, especialmente quanto à organização curricular; (...) IV-
Elaborar os instrumentos adequados para a sistematização das
informações; (...) X- Cumprir e fazer cumprir as disposições legais
relativas à organização didática, administrativa e disciplinar emanadas
das autoridades superiores; (...) XI- Apresentar relatório das atividades
executadas, acompanhado de roteiro de inspeção (1984, p. 34-35).
Rangel (1988, p. 14), transcreve a Portaria nº 06/77 da Secretaria de
Educação do Estado do Rio de Janeiro, sobre as atribuições do
‘orientador pedagógico’, nomenclatura dada ao Supervisor Escolar
naquele Estado:
EvoluÇÃo HistÓrica Da
CoordenaÇÃo E SupervisÃo
PedagÓgica
Oficializada através da primeira Lei de Diretrizes e Bases (1971), a ideia de Supervisão
Educacional teve origem no Período Colonial, época dos Jesuítas, nossos primeiros
educadores, quando foi organizado o primeiro sistema educacional brasileiro. Essa
atividade, ao longo de toda história educacional brasileira, sofreu influências dos aspectos
socioeconômicos e políticos brasileiros.
A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro 1996, Lei de Diretrizes e Bases vigente, em seu Artigo
64 dispõe sobre a função de supervisor: “A formação de profissionais de educação para
administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a
educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-
graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum
nacional”.
No Período Colonial a tarefa educacional baseava-se na catequese e na instrução para os
indígenas diferentemente da educação dispensada aos filhos da elite colonial, portanto não
era tida como um valor social importante para uma sociedade agrário exportadora
dependente, constituindo-se, de fato, em uma arma de controle social.
No ano de 1549 foram organizadas as atividades educativas no Brasil. No Plano de Ensino
elaborado pelo Padre Manuel da Nóbrega a ideia de Supervisão não se manifestava, apesar
da função supervisora se fazer presente. O Plano de Instrução fundamentava-se no método
de ensino intitulado Ratio Studiorum, cujo verdadeiro objetivo era a formação do homem
universal, humanista e cristão católico. A educação contemplava o ensino humanista de
cultura geral, enciclopédico e alheio à realidade da vida de colônia (VEIGA, 2004). Fica
evidente no método Ratio Studiorum a ideia de supervisão educacional na figura do Prefeito
de Estudos, cargo extinto com a expulsão dos Jesuítas e implantação das Reformas
Pombalinas. Até os dias atuais o Sistema Educacional Brasileiro passou pelos seguintes
períodos:
• Colônia – Período Jesuítico (1500 – 1759)
• Colônia – Período Pombalino (1759 – 1822)
• Império (1822 – 1889)
• Primeira República (1889 – 1930)
• Era Vargas (1930 – 1945)
• Nacional Desenvolvimentismo (1946 – 1964)
• Regime Militar (1964 – 1984)
• Transição Democrática (1984 – hoje)
Alguns fatos marcaram a concretização da Supervisão Educacional:
– A admissão de professores leigos para as aulas régias, introduzidas pelas Reformas
Pombalinas;
– A figura do Diretor Geral, atendendo interesses político-administrativos (inspeção e
direção;
– Os aspectos de direção, fiscalização, coordenação e orientação do ensino, responsáveis
pelo surgimento da figura do Diretor de Estudos;
– A instituição das Escolas de Primeiras Letras, baseadas no “Ensino Mútuo”, método que
concentra no professor as funções de docência e supervisão (primeira Lei para a instrução
pública, de 15.10.1827);
– O Inspetor Geral que supervisionava todas as escolas, colégios, casas de educação,
públicos e privados e, ainda, presidia exames dos professores e lhes conferia o diploma,
autorizava a abertura de escolas privadas e revisava livros (Período Imperial;
– A aprovação da Reforma de Benjamim Constant, no início do Período Republicano, que
retirou o ensino religioso das escolas públicas (Estado laico;
– A articulação da Pedagogia Tradicional, através dos pareceres de Rui Barbosa e
Benjamim Constant;
– O surgimento, na década de 1920, dos profissionais de educação, também conhecidos
como “técnicos em escolarização”;
– A criação da Associação Brasileira de Educação por iniciativa de Heitor Lira;
– A criação, através da reforma João Luís Alves, em 1924, do Departamento Nacional de
Ensino e o Conselho Nacional de Ensino, separando, desta forma, a parte administrativa da
parte técnica, que antes estavam unidas num mesmo órgão, o Conselho Superior de Ensino.
Dessa separação surgiu a figura do supervisor, distinta da figura do diretor e inspetor;
– A criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, no início da Era Vargas;
– A decadência do café em 1929, que marcou o Período da Crise Econômica, e a Revolução
de 30;
– O lançamento do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, que preconizava a
reconstrução social da escola na sociedade urbana industrial, que trouxe um caráter mais
técnico para a educação;
– A importação do modelo educacional norte-americano, que dava destaque à figura do
supervisor;
– A instalação do Regime Militar, em 1964, que mudou o modelo da educação, implantando
a Pedagogia Tecnicista;
– A aprovação das Reformas de 1° e 2° graus e Universitária, reformulando o Curso de
Pedagogia, que ganhou novas habilitações: administração, inspeção, supervisão e
orientação, profissionalizando, assim, a função de supervisor educacional.
A educação é uma manifestação de atividade social e não é efetiva dentro de uma realidade
isolada. O modelo capitalista tem por objetivo a formação de profissionais qualificados para
cada área especificamente, visando atender às necessidades do mercado de trabalho. De
acordo com este pensamento a contribuição da educação é enorme, pois se trata de uma
educação técnica, limitada aos aspectos técnicos que deturpa o sentido da verdadeira ação
educativa e global, garantia da reprodução das relações sociais de produção feita através dos
aparelhos ideológicos do Estado: igrejas, família, os sistemas jurídicos, político e sindical,
os meios de informação e a escola – o maior e mais eficaz aparelho ideológico do Estado.
A educação é uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam. É a
“expressão da sociedade” (DICK, 2006). Sua missão principal é transformar sujeitos e
mundos em “alguma coisa melhor” (BRANDÃO, 1995). Por outro lado, a mesma educação
que educa pode deseducar e correr o risco de fazer o contrário do que pensa que faz ou que
inventa que pode fazer. Não existe uma forma única de educação nem a escola é o único
lugar onde ela acontece, tampouco é o melhor lugar e o professor o único praticante.
O ensino formal é o momento em que a educação se sujeita à pedagogia, cria situações
próprias para seu exercício, produz os métodos, estabelece regras e tempos e constitui
executores especializados. É quando surgem escola, aluno, professor, diretor e supervisor.
A Supervisão Educacional caracteriza-se como uma função comprometida com a educação,
porque cumpre as funções explícitas. É capaz de opção, percepção da realidade, como
função política, reflexiva, crítica, consciente, assumida, inovadora, decisória,
transformadora, libertadora, criativa em todas as direções. Situa-se nas
questões e serviços da educação e sua ação extrapola os limites da escola
para alcançar os aspectos estruturais e sistêmicos.
A função do supervisor no contexto histórico brasileiro é
fundamentalmente política e não técnica como se difunde. Antes de
qualquer coisa o supervisor é educador e precisa estar comprometido com a
mudança, não somente ter a habilitação em Pedagogia, mas ser consciente
do processo histórico e do seu lugar dentro da escola e fora dela. Ele
necessita compreender e ultrapassar a percepção da escola brasileira na
sociedade capitalista buscando a transformação, tendo clareza das suas
posições políticas e educativas.
O supervisor é o articulador do Projeto Político Pedagógico da instituição
com os campos administrativos e comunitários. Deve circular entre os
elementos do processo educacional, cabendo-lhe a sistematização e
integração do trabalho no conjunto, caminhando na linha da
interdisciplinaridade. O foco da atenção do supervisor no trabalho de
formação é tanto individual quanto coletivo, para contribuir com o
aperfeiçoamento profissional de cada professor e ao mesmo tempo ajudar a
constituí-los, enquanto grupos. O supervisor é o mediador da relação
professor/aluno no processo de ensino-aprendizagem. A ação supervisora
está fundamentada em três dimensões básicas: atitudinal, procedimental e
conceitual.
O eixo central do trabalho do supervisor é a qualificação do processo de
ensino como forma de possibilitar a efetiva aprendizagem por parte de
todos, permitindo, então, o uso de algumas práticas empíricas que
objetivam renovar a prática educativa. Como estratégias complementares
de trabalho, dentre elas, podemos citar a interação com os docentes, a visão
estratégica e atualizada e a redução do caráter burocrático ao mínimo.
O supervisor constitui-se em um agente de mudanças, no sentido da
dinamização do trabalho de grupo, nas diversas instâncias de sua atenção.
Por isso é necessário que seja um “líder funcional”, capaz de criar um
ambiente de convivência agradável. Seus tratados enfocam aspectos como
o clima de diálogo, a situação de crescimento das pessoas envolvidas, a
importância básica das abordagens pessoais, a qualidade das interações, a
importância de sentir-se pessoa, praticarem relações humanas eficientes,
aprofundarem conhecimentos, evoluírem no conhecimento dos meios e
processos de ação, aperfeiçoar processos técnicos de ensino. Alguns fatos
do cotidiano do trabalho exigem do supervisor
um comportamento comprometido com os resultados da escola com
reflexão, criatividade e soluções, uma atitude de compreensão e respeito à
pessoa humana, descobrindo maneiras de despertar nas pessoas
necessidades de comportamentos diferentes, exigem também a habilidade
de diálogo e a possibilidade de “vender a ideia”, criando oportunidades
para tal. As reuniões de pais e mestres são excelentes ocasiões, elas devem
constituir oportunidade de crescimento pessoal e todas as pessoas
envolvidas devem participar ativamente, serve para o estudo conjunto das
responsabilidades de todos os atores educacionais, pelos resultados obtidos,
precisa ser planejada para atender aos objetivos previstos, ser realizada com
número reduzido de pessoas para que os presentes se manifestem, o que se
torna impraticável se houver uma multidão. Encontros de pais e mestres
bem realizados podem integrar a escola com a comunidade.
O supervisor atuará no processo de formação continuada dos professores e
em certos momentos de toda a equipe escolar. Segundo o Plano Nacional
de Educação a qualificação do pessoal docente se apresenta como um dos
maiores desafios educacionais. A melhoria da qualidade do ensino,
indispensável para assegurar à população brasileira o acesso pleno à
cidadania e a inserção nas atividades produtivas que permita elevação
constante do nível de vida, constitui um compromisso da Nação. Este
compromisso, entretanto, não poderá ser cumprido sem a valorização do
magistério, uma vez que os docentes exercem um papel decisivo no
processo educativo. A valorização do magistério exige, pelo menos, os
seguintes requisitos:
• Uma formação profissional que assegure o desenvolvimento da pessoa do
educador enquanto cidadão e profissional, o domínio dos conhecimentos,
objeto de trabalho com s alunos e dos métodos pedagógicos que promovam
a aprendizagem;
• Um sistema de educação continuada que permita ao professor um
crescimento constante de seu domínio sobre a cultura letrada dentro de uma
visão ou ótica e da perspectiva de um novo humanismo;
A formação continuada assume particular importância, em decorrência do
avanço científico e tecnológico e de exigência de um nível de
conhecimentos sempre mais amplos e profundos na sociedade moderna.
Ela é parte essencial da estratégia de melhoria permanente da qualidade da
educação, tendo como objetivo a abertura de novos horizontes na atuação
profissional. Essa atuação terá como finalidade a reflexão sobre a prática
educacional e a busca de seu aperfeiçoamento técnico, ético e político. A
educação escolar não se reduz a sala de aula e se viabiliza pela ação
articulada entre todos os agentes educativos – docentes, técnicos,
funcionários administrativos e de apoio que atuam na escola.
Supervisão centrada na formação dos professores indica um
redirecionamento do trabalho dos agentes, voltando à atenção para os
problemas ocorridos na sala de aula, com os professores e outras questões
mais amplas inter e extra escolares, tomando consciências das mudanças
sociais e educacionais. Os supervisores precisam ser bem preparados,
atualizados, dinâmicos e preocupados com o destino dos alunos e com as
responsabilidades da escola para com a comunidade. “Encarando-se a
supervisão como um trabalho de assessoramento dos professores e à equipe
escolar, tendo em vista o desenvolvimento de um projeto coletivo que
propõe mudanças não só nas praticas usuais, mas também nas concepções
que as embasa, esse trabalho terá que ser encarado como uma interação
entre iguais, onde não existem diferenças de posições entre os membros do
grupo, mas uma relação de colaboração. Esta parece ser a única forma de
alterar a prática existente, garantindo avanços significativos no
desenvolvimento dos professores.” (ALONSO, 2003)
Para refletir sobre a Supervisão Educacional no Brasil atual, é preciso,
primeiro, compreender os compromissos que sustentaram e traspassaram
suas vias no poder das políticas públicas e da administração da educação
desde que a função supervisora foi profissionalizada; segundo,
compreender qual epistemologia orienta suas práticas e compromissos que
hoje se impõem para os profissionais da educação, para administração e
políticas públicas; em terceiro, expressar os compromissos e esperanças de
construir uma escola de qualidade, democrática e igualitária que ajude a
transformar a sociedade. A supervisão educacional tem o compromisso de
garantir a qualidade de ensino da educação da formação humana, com um
trabalho articulado e orgânico entre a real qualidade do trabalho
pedagógico que subsidiará novas políticas e novas formas de administração
escolar visando promover mudanças.
Etimologicamente, supervisão significa “visão sobre” e está
intrinsecamente ligada à gestão escolar. Como responsável pela qualidade
do processo de humanização do homem através da educação, nesse
contexto atual estabelece outros compromissos que ultrapassam as
especificidades do espaço escolar, sem dele abandonar.
A supervisão educacional pode atuar como partícipe da construção da
sociedade quando reconhece o seu papel como ator social e exercer a sua
função política com consciência e comprometimento
Bibliografia: revista RH http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/evoluo-histrica-da-
coordenao-e-superviso-pedaggica
Prof. Esp. Alexandre Costa
Pedagogo Organizacional, Palestrante,
Personal, Professional e Leader Coach 2 de setembro de 2015
alexandre@plenacommkt.com.br

ALARCÃO, Isabel. Ser professor reflexivo. Formação reflexiva de


professores: estratégias de supervisão. Porto Alegre: Porto, 1996.

FERREIRA, N. S. C. (org.). Supervisão educacional. Para uma Escola de


Qualidade: da Formação a Ação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1999.

MEDEIROS, M. F. Nove olhares sobre a supervisão. Campinas, SP: Papirus,


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RANGEL, M.; ALARCÃO Izabel; LIMA, Elma; FERREIRA, Naura, S.


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