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Atividade experimental de Antropologia Cultural sobre estranhar o

familiar, e como o nome já explicita o objetivo é olhar com olhos estranhos


para atividades tão comuns e consideradas normais à qualquer um.

A antropologia cultural estuda a diversidade dentro da espécie, seja com


um olhar em grupos ou no individual, através de uma visão completa dos
segmentos étnicos, o que envolve a comunicação, a interação, o modo de se
vestir, de comer, e toda resposta do ser aos estímulos culturais.

Diante da premissa antropológica de que devemos nos familiarizar com o


estranho e estranhar o familiar, faço o exercício de estranhar meus dois
ambientes familiares, a casa da minha mãe e a casa da minha avó paterna,
comparando-os, visto que não poderia comparar com um ambiente que nunca
tive contato, como exemplo a casa do vizinho. A observação foi feita no final de
semana, quando é provável que todos estejam em casa durante o dia.

Após muito tempo tentando estranhar meu ambiente paterno, o que foi
difícil, notei que durante as refeições a mesa fica coberta e quando o momento é
encerrado ela sempre é recolhida, algo que não ocorre no ambiente a ser
comparado. Ao questionar tal ato obtive a resposta de que esse é o certo a se
fazer. E como esse hábito surgiu minha avó respondeu: "Fui criada assim, e se
não tivesse toalha de mesa botaria até lençol".

A hora da refeição não tem apenas a toalha de mesa como diferença


entre as duas casas, mas também o modo que a primeira refeição é feita. Ao
sentar a mesa na casa da minha avó, percebi a disposição de xícaras e pires em
cada lugar que seria ocupado, algo comum nesse ambiente. A diferença não é a
disposição da louça, mas justamente a utilização de xícaras e pires, algo que
acredito ser normal ou comum em muitas casas. Menos na casa da minha mãe,
onde as xícaras criam poeira no ármario e os copos de vidro são utilizados no
lugar.

"Não importa onde tomo café, e os copos tão sempre mais perto", minha
mãe afirmou, em contraste com a minha avó, que disse: "Café em copo tem um
gosto diferente, só uso se não tiver xícara mesmo, e copo de plástico é pior
ainda"

As comparações são simples e talvez sejam diferanças insignificates, e


eu limitei a apenas duas, mas é interessante constatar como em duas famílias
de uma mesma sociedade, parte de uma mesma cultura, tenham hábitos
diferentes enraizados e vistos como o certo a se fazer, como o caso da minha
avó. O que leva a pensar, se esse é o certo na sua visão, quem faz diferente é
errado? Para a minha avó sim. Mas hábitos são diferentes e não errados, onde
tal classificação é algo a ser analisado em outro momento, por uma visão mais
moral ou ética talvez, o que não cabe fazer agora.
Com isso, através desse exercício tive a dificuldade em estranhar os
ambientes em que estou inserida devido a naturalização das coisas, diferente de
familiarizar o estranho que já tem suas diferenças evidenciadas, portanto sem a
necessidade de esforço para identificá-las. Além de perceber as individualidades
entre as famílias e indivíduos inseridos em uma mesma sociedade e cultura,
mesmo que sem uma análise profunda dos envolvidos.

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