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O que é número?
Introdução
por outro lado, a escolha de uma base muito grande, leva à necessidade de se estender o
conjunto de símbolos para a representação dos números e a determinação do valor
posicional tornar-se-ia complicado.
Os Hindus, que inventaram os símbolos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 0, contavam
quantidades agrupando os elementos de dez em dez. Por esse motivo, o sistema de
numeração dos hindus é um sistema de numeração decimal, ou seja, a passagem para a
posição imediatamente superior só será feita mediante agrupamentos de 10, ou seja, 10
elementos de uma ordem qualquer equivalem a um elemento da ordem que lhe é
imediatamente superior.
Outra idéia de contagem está relacionada com o valor que cada algarismo
assume, dependendo da posição que ele ocupa, o que faz o sistema ser posicional, como
revela esta frase de um desconhecido escriba egípcio, escrita muito tempo antes de os
hindus inventarem os famosos símbolos: “De lugar em lugar cada um vale dez o
precedente”, isto é, cada posição confere ao algarismo um valor dez vezes maior que a
posição a sua direita ou, em um número, todo algarismo escrito à esquerda de outro vale
dez vezes mais que se estivesse no lugar desse outro. Não se podem escrever dois
algarismos em uma mesma posição no mesmo número.
Assim, um número é dado pela soma dos valores posicionais, ou seja, todo número
pode ser escrito como a soma dos produtos dos algarismos por diferentes potências de
dez (sucessivas multiplicações por dez), isso encerra as outras duas características do
sistema, ou seja, ele é aditivo e multiplicativo.
Metodologia
representar 40, 400, 4000, etc., dependendo da posição que ele ocupa num
número. Para isso é necessário que ela compreenda que o símbolo 4 tanto
pode se referir a 4 objetos de um mesmo conjunto, como também 4
conjuntos de 10 objetos ou 4 conjuntos de 100 objetos, e assim
sucessivamente; é esse o significado de 4 unidades, 4 dezenas, 4 centenas,
etc.” (Miguel, 1986; p. 17)
Materiais Utilizados
Material: 90 ou mais palitos de picolé, elástico, Q.V.L construído pelos próprios alunos
em uma folha de papel oficio (que pode ser rascunho) e um dado para cada grupo.
Procedimentos
O grupo espalha os palitos numa mesa e sorteia quem vai começar. Na sua vez,
joga o dado e pega o número de palitos que o dado apontar. Quando tiver dez palitos,
passa um elástico, formando um pacotinho. O jogo termina quando acabarem os palitos.
Ganha quem tiver mais palitos.
Observações
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A atividade pode ser feita de modo que os alunos sejam levados a registrar os
resultados obtidos e compreender o valor posicional ou não, no caso de ser realizado
o registro, é aconselhável usar o referencial (ábaco de papel)
Quando a troca é feita amarrando 10 palitos e colocando na casa das dezenas
estaremos trabalhando o material concreto, mas quando troca-se 10 palitos na casa
das unidades por um palito na casa das dezenas nesse caso estamos trabalhando o
material semi-concreto.
Só conhecer os números não basta, é preciso saber operar com eles e, mais
ainda, saber quando efetuar com essa ou aquela operação, na resolução de uma dada
situação problema.
Teremos com esse trabalho a oportunidade de refletir sobre o significado das
operações com números naturais, sobre o modo como elas se relacionam e o que deve
ser levado em conta ao desenvolver um bom trabalho em sala de aula.
No inicio da escolaridade, o trabalho com as operações fundamentais pode ter
como contexto a resolução de problemas e como suporte a intuição dos alunos, suas
experiências em situações reais e concretas com pequenas quantidades, com a contagem
ou ainda com a sobrecontagem, o que dará suporte a essas ações do aluno é o trabalho
de identificação das idéias matemática que as veiculam as operações.
Adição
A adição é a operação mais natural na vida das pessoas, porque está presente nas
experiências desde muito cedo. Além disso, envolve apenas um tipo de situação, a de
juntar (ou acrescentar), que é efetivamente prazerosa; quem não gosta de juntar, ganhar
ou colecionar coisas?
Juntar: Duas irmãs vão a feira só com notas de 10 reais e de 1 real. Jovelina leva 43
reais e Selma, 35 reais. Para comprar um tapete para sua casa elas gastam todo o
dinheiro. Quanto pagaram pelo tapete?
Na idéia de juntar da adição temos as duas quantidades que se juntam para
formar uma outra.
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Acrescentar: Num caixote havia 35 laranjas seu Severino colocou no mesmo caixote
27 laranjas. Com quantas laranjas fiou o caixote?
Na idéia de acrescentar temos apenas uma quantidade e uma segunda aparece
para modificar a primeira.
Subtração
Tirar: Em uma cidade moravam 38 pessoas de uma mesma família. Com o passar do
tempo mudaram-se 19 para outras cidades. Quantas pessoas permaneceram morando na
cidade de origem?
Comparar: Alice tem uma coleção com 72 selos e sua irmã tem 94. Quem tem mais
selos? Quanto a mais?
Completar: Quero comprar uma mochila que custa 56 reais, mas só tenho 48 reais.
Quantos reais me faltam para comprar a mochila?
subtrativa, na procura de um total, de quantos falta, do que resta, do quanto tem a mais.
No desenvolvimento das atividades é preciso dar oportunidade aos alunos de inventar
ou experimentar estratégias pessoais, de elaborar novos processos para “calcular”, num
contexto numérico que lhe seja familiar e, também de validar os resultados.
A seguir você encontra algumas situações que onde poderá analisá-las e
descobrir que idéias da adição e da subtração estão sendo trabalhadas em cada situação.
ESTRATÉGIA
IDÉIA DA
Nº SITUAÇÃO-PROBLEMA ESQUEMA DE
SITUAÇÃO
RESOLUÇÃO
01 Joana tinha alguns lápis e deu 5
subtrativa Aditiva
deles a seu irmão, ficando com 3.
3+5=8
Quantos lápis Joana tinha?
Lucas levou 8 bolachas para a
escola. Quando voltou para casa Subtrativa
02 subtrativa
ainda tinha 3 bolachas. Quantas 8–3=5
bolachas Lucas comeu na escola?
Luis ganhou R$ 15,00 e comprou
subtrativa
03 uma bola por R$ 3,00. Com subtrativa
15 – 3 = 12
quantos reais Luis ficou?
Júlio tinha R$ 4,00 e ganhou R$
aditiva
04 5,00 de seu pai. Com quantos aditiva
4+5=9
reais Júlio ficou?
Numa caixa foram colocadas 5
laranjas, ficando a caixa com 11 subtrativa
05 aditiva
laranjas.Quantas laranjas havia na 11 – 5 = 6
caixa?
Carla tem R$ 8,00 e quer comprar
06 um caderno por R$ 12,00. De Subtrativa
aditiva
quantos reais lhe falta para 12 – 8 = 4
comprar o caderno
Multiplicação
Disposição Retangular: Seu Januário está construindo uma parede em sua casa. Ele
está colocando 6 tijolos em cada fileira. Já fez 5 fileiras. Quantos tijolos ele já gastou?
Esta idéia poderá ser mais bem trabalhada a partir de receitas diversas. O aluno
irá perceber que o resultado poderá ser encontrado através da multiplicação
René Taton define o cálculo mental como a arte de efetuar de cabeça operaçes
aritméticas sem escrever os números que nele intervém, nem utilizar nenhum meio
material suscetível de ajudar a memória.
Uma criança a quem se manda resolver um problema há de ter, no mínimo,
retido na memória a velha tabuada. Antigamente, decorava-se a tabuada à custa da
palmatória, mas hoje, felizmente, quando nãois se emprega esse desagradável método,
as crianças resolvem os problemas efetuando os cálculos operacionais com o auxílio dos
dedos. Como injustificadamente a consulta às maquinazinhas é proibida, a
multiplicação, por exemplo, calculada sem um método lógico, demanda tempo, o que
prejudica a rapidez na resolução das operações, que deverão ser efetuadas, numa prova
de matemática, com tempo prefixo.
Enquanto a tabuada de multiplicação não se torna maquinal devido a numerosas
repetições, bem que os professores poderiam ensinar o curioso artifício empregado, já
no Século XVII, pelo matemático sírio Beha-Eddin, em seu livro Khelasat al-Hissab
(Essência do Cálculo).
A tabuada dos números maiores do que 5 e menores do que 10 é, como até os
adultos sabem, a mais difícil de memorizar. Vamos, então, verificar em que consiste o
artifício matemático empregado por aquele sábio sírio, para esses algarismos.
Inicialmente, devemos esclarecer que a mão fechada, vale 5. Se levantamos um
dedo, temos 6, se erguemos dois, temos 7, etc. Na multiplicação de 8x9, por exemplo,
levantamos na mão direita, três dedos e, na mão esquerda, quatro. A soma dos dedos em
pé, é o algarismo das dezenas (3+4=7) e o produto dos dedos que ficam abaixados é o
algarismo das unidades (2x1=2), o que dá 72. No produto de (6x8=48), levantamos, na
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mão direita um dedo e na esquerda, três. A soma dos dedos em pé é o algarismo das
dezenas (1+3=4) e o produto dos dedos das duas mãos, que ficam abaixados, o
algarismo das unidades (2x4=8), o que resulta (6x8=48).
Um pouco mais complicado, mas sem fugir à regra, é o produto de (6x6 e de
6x7). Por exemplo, o produto de (6x7=42). Como o produto dos dedos abaixados é 12,
uma dezena e duas unidades; o algarismo das unidades é 2; a soma dos dedos
levantados é3 (dezenas) com mais uma dezena, temos 4, que é o algarismo das dezenas,
o que resulta (6x7=42). O mesmo procedimento deverá ser adotado para (6x6).
Divisão
Situação 1: Dona Jurema fez 3 bolos iguais, gastando ao todo 15 ovos. Quantos ovos
são necessários para cada bolo?
Situação 2: Dona Jurema tem 15 ovos e vai fazer bolos que gastam 5 ovos.Quantos
bolos dona Jurema poderá fazer?
Relação entre o resto e o divisor: o resto deve ser sempre menor que o divisor.
Uma questão que está relacionada com o resto de uma divisão e, que geralmente
não é percebida, pela falta de discussão aprofundada e pela necessidade de capacidade
interpretativa, é a seguinte: o resultado da divisão é influenciado pelo resto e
depende do contexto da situação problema. Vejamos os exemplos a seguir:
a) Repartir igualmente 27 livros com 4 pessoas. Quantos livros cada uma recebera?
b) Uma classe de 27 alunos vai a uma excursão, mas a escola não tem ônibus. Cada
professor poderá levar 4 alunos em seu carro. Quantos professores deverão ser
convocados para a excursão?
c) Repartir igualmente 27 tortas com 4 creches. Se o total das tortas deve ser distribuído,
que porção caberá a cada creche?
Por esses exemplos, podemos verificar que a mesma divisão foi efetuada em
diferentes problemas e conduziu a resultados diferentes (6, 7, 6 ¾ respectivamente),
influenciados pelo resto da divisão e pelo contexto.
Referências Bibliográficas