Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
PALMAS-TO
2018
EQUIPE TÉCNICA
Contato: www.idtcentronorte.com.br
Sumário
3
1. O que são APLs
5
2. Identificando APLs
1
Como no caso das pequenas indústrias de confecção da região de Nova Friburgo-RJ, situação analisada
por Borin (2006).
6
Quadro 1. Classificação dos Arranjos Produtivos Locais
Relacionamento Tipo de Instituições
Classificação
entre empresas cooperação locais
Arranjo Geográfico
Ocasional Rara Fraca atuação
(casual) de Empresas
Direcionada para
Redes de Empreendimento uma empresa ou Eventual Diversificada
organização líder
Fonte: Borin (2006). Elaborado pelos autores.
7
3. Objetivos e justificativas do trabalho
8
Ademais, ressalta-se a importância de realizar o mapeamento de APLs no
Tocantins em vista do aumento na quantidade de empresas com menos de quatro
trabalhadores no estado, observe:
20000
15000
10000
5000
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Fonte: RAIS. Elaborado pelos autores.
4. Procedimentos metodológicos
9
Locacional. A vantagem desse indicador consiste na simplicidade do seu cálculo,
observe:
Em que:
Se o resultado apresentar valor entre 0,3 e 0,5, afirma-se que o município tem
poucas condições em desenvolver uma APL. Acima de 0,5 e abaixo de 0,8 demonstra que
esse local possui média vocação, e se o QL for além de 0,8, indica a existência de um
potencial Arranjo Produtivo Local.
A classificação parte do princípio de que se as pequenas e médias empresas
produzem grandes quantidade de bens, torna-se uma necessidade a contratação de mais
trabalhadores. Nesse sentido, valida-se a utilização do Quociente Locacional como forma
de mensurar os níveis de especializações dos municípios tocantinenses (NESSE, 2014).
A principal fonte de dados é a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS),
vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, que disponibiliza dados sobre o mercado
de trabalho por ramo de atividade em todos os municípios do Brasil. Além disso,
emprega-se o freeware QGis, desenvolvido pela Open Source Geospatial Foundation,
para criar mapas coropléticos que demonstrem a localização geográfica dos prováveis
APLs. No primeiro momento, realiza-se uma análise comparativa entre o Tocantins e o
Brasil com o objetivo de detectar quais as atividades competitivas que esse estado possui
sobre o restante do País. Posteriormente, mapeia-se os Arranjos Produtivos Locais no
espaço tocantinense.
5. Resultados e discussões
10
análise. A partir de 2012, os serviços tocantinenses aumentaram a sua competitividade no
cenário nacional. De igual modo, o transporte e armazenagem demonstram uma tendência
de crescimento, observe:
Por outro lado, o Gráfico 2 expõe que o Tocantins tem baixa vantagem
comparativa nas atividades industriais. Essa situação demonstra que a economia estadual
possui limitada capacidade de agregar valor, isto é, de utilizar a sua produção agrícola na
fabricação de novos bens. Desse modo, restringe-se a possibilidade de ter Arranjos
Produtivos Locais consolidados em alguns dos seus municípios.
Aprofunda-se o conhecimento sobre as cadeias produtivas no estado analisando o
seu setor secundário, observe:
11
Gráfico 3. Vantagens comparativas do setor industrial tocantinense – 2002/2013 (1 =
média nacional).
12
dinâmicos, inexiste qualquer evidência que indique elevação de suas vantagens
comparativas no Tocantins.
Neste contexto, concentra-se a análise nas atividades agropecuárias e do
extrativismo mineral não-metálico presentes nos municípios tocantinenses. São
produções com potencial de formar Arranjos Produtivos Locais, observe:
13
extração de pedras ornamentais e cimento aumentou o seu nível de competitividade. Entre
essas atividades, somente o mel tem baixo potencial.
Diante dos resultados apresentados, mapeia-se os possíveis APLs presentes no
Tocantins. O Quociente Locacional demonstrou que os municípios de Araguaína, Guaraí,
norte do estado, e Paraíso, região central, possuem alta vocação na construção de Arranjos
Produtivos Locais na produção de artefatos provenientes do cimento, observe:
A Figura 2 ainda mostra que Palmas, Gurupi e Porto Nacional têm a possibilidade
de desenvolver uma APL de produtos feitos com cimento, assim como Araguaína e
Guaraí. Como essas localidades são as maiores em termos populacionais no estado, esse
Arranjo Produtivo Local se firma em aglomerados urbanos, uma vez que a sua produção
geralmente se direciona para a construção civil. Diferente do que se constata na cerâmica
tradicional, cujas empresas localizam-se próxima da matéria-prima. Nesse sentido, tais
prováveis APLs difunde-se no espaço tocantinense, observe:
14
Figura 3. Possíveis APLs identificados no Tocantins – cerâmica tradicional
15
Figura 4. Possíveis APLs identificados no Tocantins – abacaxi
Jalapão
Dianópolis
Fonte: IBGE (2018). Elaborado pelos autores
16
O Gráfico 5 demonstra que a criação de galináceos no Tocantins encontra-se
espacialmente concentrada no norte do estado. Nesse contexto, e o município de
Babaçulândia, vizinho de Araguaína, possui uma maior aptidão de estabelecer uma APL
de frango. Nas proximidades, Tocantinópolis e Aguiarnópolis têm baixa vocação nesse
ramo produtivo. A Figura 5 demonstra as suas localizações geográficas, observe:
17
Figura 6. Possíveis APLs identificados no Tocantins – lácteos
Gráfico 6. Percentual de área (hec.) com silvicultura no Tocantins por microrregião - 2014
2% 1%
Bico do Papagaio 5%
Gurupi 5%
27%
Araguaína
14%
Jalapão
Rio Formoso
Dianópolis
19%
Miracema 27%
Porto Nacional
Fonte: IBGE (2018). Elaborado pelos autores
18
Denota-se no Gráfico 5 que Araguaína e Bico do Papagaio respondem por quase
a metade da área plantada com eucaliptos no Tocantins. Além dessas microrregiões, a de
Gurupi possui bastante representatividade nessa produção (27%). Desse modo, Dueré, e
Cariri-TO, localizados perto do município de Gurupi, têm a capacidade de firmar APLs
desse segmento, observe a Figura 7:
Constata-se, no norte do estado, que Pau D´arco tem alta vocação em consolidar
APLs de madeiras e fabricação de móveis, enquanto que Araguaína e Ananás apresentam
média aptidão. A única representante do sudeste tocantinense, Dianópolis, possui
tendência relativa. No que se refere à área central, precisamente nos municípios de
Paraíso, Porto Nacional e Palmas, existe uma baixa possibilidade de fixar Arranjos
Produtivos Locais baseados em tais atividades.
Persistindo na região centro e sul do Tocantins, a alta produção de arroz em
Lagoa da Confusão, responsável por 1/5 de todo o estado no ano de 2014 (IBGE, 2018),
torna-o um local bastante promissor no que diz respeito à instalação de APLs centrados
na rizicultura. De igual modo, Paraíso possui condições parecidas, ao passo que a vizinha
Porto Nacional tem média possibilidade. Nessa mesma situação, detecta-se Alvorada,
19
Peixe e Araguatins (Bico do Papagaio). A Figura 8 mapeia esses resultados levantados
pelos QL:
Observa-se que no sul do estado há municípios com baixa vocação que são
Formoso do Araguaia, Alvorada e Gurupi. Integra-se a esse grupo, Palmas e Barrolândia,
faixa central, Guaraí e Araguaína, no norte tocantinense. Em geral, percebe-se que a
cadeia do arroz se encontra difusa no Tocantins, devendo-se em parte ao projeto de
irrigação Rio Formoso, que possibilitou o incremento da rizicultura especialmente na
região sudoeste.
Diferente do APL do bicombustível, que apresenta um cenário de concentração
espacial. Segundo o Quociente Locacional, apenas Porto Nacional e Paraíso exibem
condições para ter aglomerados de empresas vinculadas a esse ramo produtivo. Apesar
disso, o Tocantins dispõe de unidades recém-instaladas como a Bunge em Pedro Afonso,
que aumentaria a capacidade de fabricação de fontes energéticas renováveis. Contudo,
esse potencial ainda está sem previsão de entrar em processo de efetivação. Assim,
somente foram identificados os prováveis Arranjos Produtivos Locais na parte central do
estado, observe a Figura 9:
20
Figura 9. Possíveis APLs identificados no Tocantins – biocombustível
Uma das razões para que existam restritos APLs de bicombustível no estado deve-
se aos elevados custos de produção. Além do mais, essa atividade traz pressão sobre a
fauna e a flora nativa e às pequenas comunidades, especialmente quando a produção
atende às usinas de etanol. De modo similar, a extração de minerais não-metálicos
impacta diretamente no meio ambiente. Por isso, a fabricação de pedras ornamentais,
necessária para a construção civil e na decoração de casas, jardins e monumentos, enfrenta
intensas discussões no que diz respeito a sua capacidade de promover o desenvolvimento
regional.
No entanto, detectam-se APLs de baixa vocação em Palmas, Araguaína e Gurupi,
os 3 maiores municípios populacionais do Tocantins, e de alta aptidão em Formoso do
Araguaia, sudoeste do estado. Nessa localidade, há uma forte presença de empresas
mineradoras, embora a maioria das minas de garimpo encontram-se abandonadas
(TOCANTINS, 2016).
Em compensação, a atividade tem condições de se expandir no estado,
principalmente nas microrregiões de Araguaína, Rio Formoso, Dianópolis e Gurupi. No
momento, inexiste um cluster de municípios associados à extração de pedras ornamentais,
observe:
21
Figura 10. Possíveis APLs identificados no Tocantins – pedras ornamentais
7% 12%
Tambacu Tambaqui 7%
16%
Pintado Pacu
11% 47%
Piau Outros
22
O Gráfico 6 expõe que o pacu e o tambacu representam juntas 28% do total criado
ou pescado no Tocantins. Todavia, em Almas, o único município que apresentou alta
vocação de APL nesse segmento, o tambaqui é o “carro-chefe”, cuja produção alcançou
os 3,8 milhões de unidades (IBGE, 2018). Entorno dele, Dianópolis e Taipas possuem
restrita aptidão, observe:
2
Dianópolis e Jalapão são as únicas que estão na margem dessa atividade.
23
Figura 12. Possíveis APLs identificados no Tocantins – mel
A Figura 12 evidencia que Nazaré, Nova Olinda, faixa norte, Barrolândia, área
central, Crixás-TO e Jaú-TO, região sul, adquiriram alta capacidade de consolidar APLs
relacionadas à produção de mel. Figueirópolis e Santa Maria-TO possuem média
vocação, enquanto que outros 16 municípios, entres esses destacam-se Palmas,
Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e Formoso do Araguaia, têm potencial limitado.
Uma importante atividade extrativista no Tocantins, a retirada do coco babaçu nas
matas nativas, concentra-se na microrregião do Bico do Papagaio. No ano de 2014,
apanharam-se 214 toneladas dessa amêndoa (IBGE, 2014), sendo a única parte do estado
onde se tem associações de mulheres que desenvolvem essa atividade. A produção tem
como destino a TOBASA S.A., sediada em Tocantinópolis, extremo norte, utilizando-o
para a fabricação de carvão ativado. Dessa maneira, esse município apossui lata vocação
em consolidar Arranjos Produtivos Locais nesse segmento, observe:
24
Figura 13. Possíveis APLs identificados no Tocantins – babaçu
25
Figura 14. Possíveis APLs identificados no Tocantins – capim dourado
26
Em vista dos resultados apresentados, mapeia-se os possíveis APLs existentes nos
municípios tocantinenses, observe:
27
6. Conclusão e recomendações
7. Bibliografias consultadas
BNDES. Análise do mapeamento e das políticas para APLs no Brasil. Disponível em:
<https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/conhecimento/pesquisaedados/estudos
/bndes-fep/pesquisa_cientifica/analise-do-mapeamento-e-das-politicas-para-apls-n>.
Extraído em: 05/03/2018.
28
CASSIOLATO, J. E: SZAPIRO, M. Aglomerações Geográficas e Sistemas Produtivos e
de Inovação: em busca de uma caracterização voltada ao caso brasileiro. Texto para
Discussão. Rio de Janeiro: IE/UFRJ. 2002
NESSE, K. Expanding the economic base model to include nonwage income. The
Journal of Regional Analysis&Policy, Jacksonville, FL, Estados Unidos, v.44, n.2, p.
93-108, 2014.
29