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Seja Bem Vindo!

Curso

Administração de Finanças

Carga horária: 55hs

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Dicas importantes

• Nunca se esqueça de que o objetivo central é aprender o


conteúdo, e não apenas terminar o curso. Qualquer um termina, só
os determinados aprendem!

• Leia cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se


deixando dominar pela pressa.

• Explore profundamente as ilustrações explicativas disponíveis,


pois saiba que elas têm uma função bem mais importante que
embelezar o texto, são fundamentais para exemplificar e melhorar
o entendimento sobre o conteúdo.

• Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos mais


se diferenciará dos demais alunos dos cursos.

 Todos têm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento


que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem diferencia os
“alunos certificados” dos “alunos capacitados”.

• Busque complementar sua formação fora do ambiente virtual


onde faz o curso, buscando novas informações e leituras extras,
e quando necessário procurando executar atividades práticas que
não são possíveis de serem feitas durante o curso.

• Entenda que a aprendizagem não se faz apenas no momento


em que está realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-
dia. Ficar atento às coisas que estão à sua volta permite encontrar
elementos para reforçar aquilo que foi aprendido.

• Critique o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação


do conteúdo no dia-a-dia. O aprendizado só tem sentido
quando pode efetivamente ser colocado em prática.

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Conteúdo Programático:

Fluxo de Caixa
Administração do Capital de Giro
Fluxo de Caixa Descontado
Taxa de Câmbio
Intermediação Financeira e Mercado Financeiro
Análise de Balanços
Bibliografia/Links Recomendados

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Administração de Finanças

A Administração Financeira e o Papel do Administrador Financeiro

1. Conceitos – Finanças

É a arte e a ciência de se administrar fundos, isto é, aplicar


princípios econômicos, contábeis e conceitos do valor do dinheiro
no tempo às tomadas de decisões em negócios. A palavra “arte”
implica que existem algumas oportunidades para ser criativo na
administração de dinheiro. E a palavra “ciência” implica que
existem alguns fatos comprovados subjacentes às decisões
financeiras.

De uma forma mais ampla, dizemos que ela trata do processo,


instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência
de fundos entre pessoas, empresas e governos. Praticamente
todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam
fundos, gastam ou investem. Em última análise, Finanças é a arte
e a ciência de administrar fundos.

2. Principais Áreas em Finanças

Existe uma tendência cada vez maior de executivos oriundos da


área financeira ocupando os cargos mais altos nas organizações.
Nesse contexto, algumas áreas vêm se destacando e atraindo a
atenção de estudantes e profissionais por serem excelentes
oportunidades de carreira. São elas: Finanças Corporativas (ou
Empresariais), Investimentos, Instituições Financeiras, Finanças
Internacionais e, por último, Consultoria em Finanças Pessoais.

requer do profissional financeiro conhecimento


Finanças Empresariais
para decisões vitais no âmbito empresarial, que podem envolver
a estrutura de ativos, a estrutura financeira ou planejamento e
controle da gestão e obtenção de resultado de empresas e
órgãos governamentais.

A área de Investimentos lida com ativos financeiros, tais como


ações, debêntures, títulos públicos e privados, derivativos e
outras obrigações. Em sua atividade o profissional financeiro

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calcula preços desses ativos, determina os riscos envolvidos e o
retorno possível, analisa o contexto para definição da melhor
composição de carteiras para cada tipo de investidor. Esse
profissional pode atuar como Operador de Bolsa de Valores,
Administrador de Carteiras de Fundos ou ainda como Analista de
títulos.

As Instituições Financeiras são aquelas que lidam primeiramente com


assuntos financeiros, como Bancos, Associações de Poupança e
Empréstimo e Seguradoras. Essas instituições necessitam
profissionais para uma grande variedade de tarefas relacionadas
a finanças. Pode atuar na área de empréstimos, captação de
recursos, seguros, previdência privada e capitalização entre
outras.

podem ser definidas como uma especialização


Finanças Internacionais
que requer conhecimento em todas as áreas citadas, sua atuação
envolve aspectos internacionais como taxa de câmbio e risco
político, empréstimos internacionais, administração de carteira e
análise de títulos de empresas sediadas em vários países.

é uma atividade com certa tradição


Consultoria em Finanças Pessoais
nos Estados Unidos. No Brasil vem se desenvolvendo de forma
crescente. O Consultor de Finanças Pessoais (CFP), conhecido
também como Planejador de Finanças Pessoais, tem um foco de
atuação muito forte no planejamento financeiro. Sua atividade
básica consiste em gerir as finanças pessoais para facilitar o
alcance de objetivos econômico-financeiros pretendidos pelos
clientes.

Administração de Finanças I

Pode auxiliar na administração do orçamento doméstico, na


análise e na busca de alternativas para endividamentos elevados,
orientações sobre aplicação de recursos nas modalidades mais
adequadas para cada perfil de investidor. Orienta ainda, na
escolha de seguros e planos de aposentadoria.

3. O Administrador Financeiro

Em empresas de pequeno porte, a estrutura organizacional,

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muitas vezes, não comporta um setor ou um departamento
financeiro, e o próprio proprietário desempenha a atividade de
administrador financeiro. À medida que a empresa cresce, passa
a ser necessária uma estrutura organizacional e, com isso,
emerge a figura desse administrador, que pode ter diferentes
denominações, como diretor financeiro, vice-presidente de
finanças, gerente financeiro, etc. Um exemplo de seu
posicionamento na estrutura organizacional de uma empresa está
representado no organograma abaixo:

Conforme ilustrado, o diretor financeiro coordena as atividades de


tesouraria e controladoria. A controladoria lida com contabilidade
de custos e financeira, pagamentos de impostos e sistemas de
informações gerenciais. A tesouraria é responsável pela
administração do caixa e dos créditos da empresa, pelo
planejamento financeiro e pelas despesas de capital.

4. Áreas da Administração de Finanças Empresariais

4.1. ORÇAMENTO DE CAPITAL ou ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

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Diz respeito aos investimentos a longo prazo da empresa, mais
planejamento e gerência destes investimentos a longo prazo.
Nesta função, o administrador financeiro procura identificar
oportunidades de investimentos que possuem valor superior a
seu custo de aquisição. Em termos gerais, isso significa que o
valor dos fluxos de caixa gerados pelo ativo excede o custo de tal
ativo. Independentemente do investimento em consideração,
o administrador financeiro precisa preocupar-se com o montante
de fluxo de caixa que espera receber, quando irá recebê-lo e qual
a probabilidade de recebê-lo. A avaliação da magnitude, da
distribuição no tempo e do risco dos fluxos de caixa futuros é a
essência do orçamento de capital.

4.2. ESTRUTURA DE CAPITAL

Refere-se à combinação específica entre capital de terceiros a


longo prazo e capital próprio que a empresa utiliza para financiar
suas operações. O administrador financeiro possui duas
preocupações nessa área. Primeiro, qual o montante que a
empresa deve tomar emprestado? Segundo, qual a fonte mais
barata de fundos para a empresa?

Adicionalmente à combinação de recursos, o administrador


financeiro deve decidir exatamente sobre como e onde levantará
os recursos. Cabe a ele então a tarefa de escolher as fontes e os
tipos de empréstimos.

4.3. ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

Refere-se à administração dos ativos de curto prazo da empresa,


tais como estoques, e aos passivos de curto prazo, tais como
pagamentos devidos a fornecedores. É uma atividade cotidiana
que assegura que os recursos sejam suficientes para continuar a
operação. As questões seguintes devem ser respondidas sobre o
capital de giro:

1. Quais devem ser os volumes disponíveis de caixa e estoque?


2. Devemos vender a crédito para os nossos clientes?
3. Como obteremos os recursos financeiros a curto-prazo que
venham ser necessários?

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As três áreas que acabamos de descrever – orçamento de
capital, estrutura de capital e administração de capital de giro –
são categorias amplas. Cada uma inclui uma variedade de
tópicos.

5. Forma Jurídica de Organização das Empresas

Quanto ao aspecto jurídico, as empresas podem ser classificadas


de duas maneiras: individuais ou societárias.

As empresas individuais são aquelas que possuem um único


dono. Geralmente, essa forma jurídica se aplica às pequenas
empresas, cujos donos respondem sozinhos pela empresa e de
forma ilimitada. A razão social de uma empresa individual é
constituída pelo nome do proprietário, por extenso ou abreviado,
e pode ser complementado com o ramo de atividade ao qual ela
pertence.

Já as empresas societárias são constituídas por duas ou mais


pessoas. No Brasil, os tipos mais comuns dessas empresas são:
•Sociedades por cotas de responsabilidade limitada
Nesse tipo de sociedade, o capital, estabelecido em contrato social, é representado por
cotas. Cada sócio é diretamente responsável pela integralização das suas e,
indiretamente, pela integralização das cotas dos outros sócios. Cada um deles é
denominado cotista, e o nome ou a razão social dessas sociedades é seguido da palavra
limitada, por extenso ou abreviada na forma “LTDA”.

•Sociedade anônima
Nesse tipo de sociedade, o capital, estabelecido em contrato social, é dividido em
parcelas, denominadas ações. Os sócios ou os acionistas têm a responsabilidade limitada
ao valor de suas ações subscritas ou adquiridas. O nome ou a razão social dessas
sociedades é seguido pela expressão sociedade anônima ou da forma abreviada S.A. A
sociedade anônima pode ser classificada de duas maneiras: ABERTA, cujas ações e/ou
debêntures são negociadas na bolsa de valores - e as empresas captam recursos junto ao
público, via subscrição de novas ações ou lançamento de debêntures; FECHADA, cujas
ações não são negociadas na bolsa de valores e a captação de recursos provém dos
próprios acionistas.

6. O Papel do Administrador Financeiro

As funções financeiras podem ser de curto e longo prazo. As de

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curto prazo envolvem a administração de caixa, do crédito, das
contas a receber e a pagar, estoques e financiamentos de curto
prazo.

A administração financeira de curto prazo também é chamada de


administração do capital circulante. O administrador financeiro no
curto prazo também se preocupa com o planejamento financeiro
e tributário.

No longo prazo o administrador financeiro envolve-se com as


decisões financeiras estratégicas, tais como orçamento de
capital, estrutura de capital, custo de capital, relacionamento com
investidores etc.

As decisões financeiras no longo prazo envolvem a obtenção de


recursos para projetos e investimentos e a definição dos critérios
a serem adotados para a escolha entre investimentos
alternativos.

Os objetivos e as funções do Administrador Financeiro:

O objetivo da empresa é maximizar o valor de mercado do capital


dos proprietários existentes. Atendendo a um desejo específico
dos acionistas: a remuneração de seu capital, sob a forma de
distribuição de dividendos.

O administrador financeiro procura conciliar a manutenção da


liquidez e do capital de giro da empresa, para que a empresa
possa honrar com as obrigações assumidas perante terceiros na
data do vencimento, bem como a maximização dos lucros sobre
os investimentos realizados pelos acionistas.

Resumindo as funções do administrador financeiro:

- manter a empresa em permanente situação de liquidez;


- maximizar o retorno sobre o investimento realizado;
- administrar o capital de giro da empresa;
- avaliar os investimentos realizados em itens do ativo
permanente;
- estimar o provável custo dos recursos de terceiros a serem
captados;

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- analisar as aplicações financeiras mais interessantes para a
empresa;
- informar sobre as condições econômico-financeiras atuais e
futuras da empresa;
- interpretar as demonstrações financeiras;
- manter-se atualizado em relação ao mercado e às linhas de
crédito oferecidas palas instituições financeiras.

7. Responsabilidade Social da Empresa

Aumentar a riqueza dos acionistas não quer dizer que a


administração deva relegar para segundo plano as
responsabilidades sociais, apesar de que o conflito entre “maior
riqueza” e “responsabilidade social” seja normalmente uma
constante.

Esta responsabilidade social poder ser resumidas em: proteção


ao consumidor, segurança no trabalho, apoio à educação,
participação ativa na comunidade, processos sustentáveis,
inclusão social, dentre tantos outras.

Fluxo de Caixa
A administração da liquidez e da solvência é uma das atividades
mais importantes do administrador financeiro. Para desempenhar
esta função, o profissional de finanças utiliza um dos principais
instrumentos de análise e controle financeiro: o FLUXO DE
CAIXA.

“O caixa é importante porque representa poder de compra que pode ser transferido
facilmente, em uma economia de troca, a qualquer indivíduo ou organização para
satisfação de suas necessidades específicas por bens e serviços desejados e disponíveis
na economia. Informações sobre fluxo de caixa são relevantes, à medida quepermitem a
investidores e credores projetar a capacidade que a empresa terá de distribuir dividendos,
pagar juros e amortizar dívidas. Além desses pontos, a informação sobre o fluxo de caixa
destaca-se, também, por auxiliar nadeterminação da liquidez e solvência empresarial
(HENDRIKSEN E BREDA, 1999, p.177).”

Para Hendriksen e Breda (1999, p.177) “liquidez é a capacidade


relativa de conversão de ativos em caixa e solvência é a
capacidade de pagamento das obrigações de uma empresa no

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momento de seus vencimentos. O conceito de solvência é mais
amplo que o de liquidez”. A capacidade de solvência da empresa
é importante, pois indica a possibilidade de continuidade.

Inicialmente destaca-se que a compreensão do termo caixa deve


abranger não somente a conta contábil caixa, e sim todos os
recursos disponíveis da empresa dos quais se possa fazer uso
como se dinheiro fosse. Correspondem ao caixa, desta forma, as
disponibilidades imediatas da empresa, ou seja, caixa,
propriamente dito, depósitos bancários à vista, numerários em
transito e aplicações de liquidez imediata.

Denomina-se fluxo de caixa o conjunto de entradas e saídas de


dinheiro ao longo do tempo, podendo ser calculado mediante a
construção de um mapa de fluxos de tesouraria. É um
instrumento de controle que tem por objetivo auxiliar o
empresário a tomar decisões sobre a situação financeira da
empresa.

Pelo fato de proporcionar uma medida da capacidade da


empresa em liberar meios monetários, o cash-flow torna-se um
excelente indicador da capacidade de autofinanciamento da
empresa, isto é, da sua capacidade para efetuar novos
investimentos sem necessidade de recorrer a fontes de
financiamento externas.

1. Fluxo de Caixa

1.1. Conceitos e Convenções Básicas

A representação do fluxo de caixa é feita por meio de tabelas e


quadros, ou esquematicamente, conforme abaixo:

• A escala horizontal representa o tempo, divididos em períodos

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descontínuos. O ponto zero representa a data inicial, o ponto 1
indica o final do 1º período e assim por diante;

• Os intervalos de tempo de todos os períodos são iguais.

• Saídas de caixa correspondem aos pagamentos, tem sinais


negativos e são representadas por setas apontadas para baixo.

• Entradas de caixa correspondem aos recebimentos, tem sinais


positivos e são representados por setas apontadas para cima.
Então para que servem os relatórios de fluxo de caixa?

• Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período


de tempo determinado.

• Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a


falta ou sobra de dinheiro na empresa.

• Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga


financeira no período avaliado.

• Verificar se os recursos financeiros são suficientes para tocar o


negócio em determinado período ou se há necessidade de
obtenção de capital de giro.

• Planejar melhores políticas de prazos de pagamentos e


recebimentos.

• Avaliar a capacidade de pagamentos antes de assumir


compromissos.

• Conhecer previamente (planejamento estratégico) os grandes


números do negócio e sua real importância no período
considerado.

• Avaliar se o recebimento das vendas é suficiente para cobrir os


gastos assumidos e previstos no período considerado.

• Avaliar o melhor momento para efetuar as reposições de


estoque em função dos prazos de pagamento e da
disponibilidade de caixa.

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• Avaliar o momento mais favorável para realizar promoções de
vendas visando melhorar o caixa do negócio.

Fatores que afetam o Fluxo de Caixa:

O fluxo de caixa de uma empresa é impactado por uma série de


fatores, tanto internos como externos. O Administrador financeiro
deve estar preparado através das indicações observadas no fluxo
de caixa para tomar as medidas corretivas em tempo hábil, de
forma a minimizar o impacto nas empresas.

Fatores Internos:

• Expansão descontrolada das vendas, implicando em um volume


maior de compras e custos operacionais;

• Aumento concedido no prazo de vendas como forma de


aumentar o grau de competitividade da empresa e aumentar a
sua participação no mercado;

• Capitalização inadequada com a consequente utilização de


capital de terceiros de forma excessiva, aumentando o seu nível
de endividamento;

• Compra em volume incompatível com as projeções de vendas;

• Diferenças acentuadas entre giro de contas a pagar e a receber


em decorrência dos prazos médios de recebimento e pagamento;

• Ciclo de produção extremamente longo e incompatível com o


prazo médio concedido pelos fornecedores;

• Giro do estoque muito lento, significando o carregamento de


produtos obsoletos ou de difícil venda, imobilizando recursos da
empresa neste item;

• Baixa ocupação do ativo fixo;

• Distribuição de lucros incompatíveis com a capacidade de


geração de caixa;

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• Custos financeiros elevados em decorrência de um nível de
endividamento incompatível com a estrutura de capital da
empresa;

• Política salarial totalmente incompatível com o nível de receitas


e demais despesas operacionais.

Fatores Externos:

• Redução das vendas causadas por uma retração do mercado;

• Aumento da concorrência em decorrência da entrada de novos


concorrentes no mercado;

• Alteração nas alíquotas de impostos, sejam tributos sobre a


venda interna como sobre a importação de produtos
concorrentes;

• Aumento geral do nível de inadimplência causada por fatores


como, por exemplo, o aumento da taxa de juros.

Desequilíbrio Financeiro:

A análise do fluxo de caixa permite determinar com precisão, uma


empresa que se apresente em uma situação de desequilíbrio
financeiro.

Sintomas:

• Insuficiência crônica de caixa;

• Captação sistemática de recursos através de empréstimos.

Causas Básicas:

• Excesso de investimento em estoque;

• Prazo médio de recebimento maior do que o prazo médio de


pagamentos;

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• Excesso de investimento em ativos fixos (imobilização);

• Alto giro de estoque e ciclo de produção elevado.

• Inflação;

• Recessão;

Consequências:

• Maior grau de vulnerabilidade ante as flutuações nas condições


do mercado em que a empresa atua;

• Atrasos nos pagamentos, aumentando as perspectivas de


concordata e falência.

Medidas de Saneamento:

• Aumento do capital próprio através de aporte de novos recursos


dos proprietários atuais ou através de novos sócios, ou emissão
de papeis (SAs);

• Redução ou adequação do nível das atividades aos volumes de


recursos disponíveis para o financiamento das operações;

• Controle rígido de custos e despesas operacionais;

• Desmobilização de ativos ociosos;

• Redução do ritmo das atividades operacionais;

• Adequação do nível de operações ao nível de recursos


disponíveis.

MODELO FLUXO DE CAIXA – PREVISTO E REALIZADO

No relatório a seguir foi adotado como modelo o período


semanal, apenas como demonstração, sendo usual e
recomendado o período diário.

Saldo Inicial: é o valor constante no caixa no início do período

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considerado para a elaboração do Fluxo. É composto pelo
dinheiro na “gaveta” mais os saldos bancários disponíveis para
saque.

Entradas de Caixa:
correspondem às vendas realizadas à vista, bem
como a outros recebimentos, tais como duplicatas, cheques pré-
datados, faturas de cartão de crédito etc., disponíveis como
“dinheiro” na respectiva data.

Saídas de Caixa:
correspondem a pagamentos de fornecedores, pró
labore (retiradas dos sócios), aluguéis, impostos, folha de
pagamento, água, luz, telefone e outros, entre eles alguns
descritos em nosso modelo.

Saldo Operacional:representam
o valor obtido de entradas menos as
saídas de caixa na respectiva data. Possibilita avaliar como se
comportam seus recebimentos e gastos periodicamente, sem a
influência dos saldos de caixa anteriores.

Saldo Final de Caixa:


representa o valor obtido da soma do Saldo
Inicial com o Saldo Operacional. Permite constatar a real sobra
ou falta de dinheiro em seu negócio no período considerado e
passa a ser o Saldo Inicial do próximo período.

Um dos fatores mais importantes para o sucesso na gestão de


uma empresa é o adequado PLANEJAMENTO. Portanto, a
gestão financeira deve ser cuidadosamente planejada,
executada, acompanhada e avaliada.

Isso só é possível se estabelecermos metas (objetivos,


previsões) que nos orientem a fim de evitar “surpresas
inesperadas”.

Se passarmos a projetar recebimentos e pagamentos com base


em nossos conhecimentos anteriores e expectativas futuras
quanto ao que esperamos do mercado, poderemos nos preparar
para enfrentar dificuldades antes que elas ocorram.

Assim, trabalhar com valores previstos e compará-los com o


realizado (acontecido na data), além de mostrar futuras faltas ou
sobras de caixa, permite tomar decisões antecipadas sobre

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aumento de compras, liquidações, racionalizações de custos,
hora certa para fazer investimentos e até mesmo sobre a
possibilidade de retirar mais pró-labore sem “sangrar” a empresa.

MODELO DE RELATÓRIO PARA FLUXO DE CAIXA

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Administração do Capital de Giro
As empresas, para realizarem suas atividades, precisam de
recursos financeiros. Dessa forma, é essencial que toda
empresa, independentemente do seu ramo de negócio, procure
controlar os seus ciclos operacional e financeiro, para que
possam honrar seus compromissos, diminuir sua dependência
financeira e aumentar o seu lucro.

A gestão do capital de giro é extremamente dinâmica exigindo a


atenção diária dos executivos financeiros, pois qualquer falha
nesta área de atuação poderá comprometer a capacidade de
solvência da empresa e prejudicar a sua rentabilidade.

Dolabella (1995, p. 102), oferece a seguinte definição de capital


de giro: “são os recursos financeiros aplicados pela empresa na
execução do ciclo operacional de seus produtos, recursos estes
que serão recuperados financeiramente ao final deste ciclo”.

Os ciclos dividem-se em Ciclo Econômico, Ciclo Financeiro e o


Ciclo Operacional que compõe todo o sistema.

CICLO ECONÔMICO

É o período em que a mercadoria permanece nas dependências


da empresa, ou seja, inicia-se com a compra da mercadoria e
encerra-se com a venda da mesma. Este ciclo é o giro de estoques, ele
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nos diz quanto tempo à empresa está demorando para girar o
seu estoque. Quanto maior for o estoque, mais lento será o giro
do mesmo, ocasionando, inclusive, numa possível insuficiência
crônica de caixa, forçando-a a captação sistemática de recursos
de
terceiros comprometendo a saúde financeira da empresa.

CICLO FINANCEIRO

Tem início com o desembolso de numerários para a aquisição da


mercadoria que será revendida pela empresa e encerra-se com o
recebimento relativo à venda da mesma. Este é o ciclo de caixa. O
reflexo do Ciclo Econômico se dará neste ciclo. Se o giro do
estoque é lento, primeiro a empresa pagará para após receber,
ocasionando em desembolso desnecessário. Cabe salientar que
além de compromissos com fornecedores a empresa também
deve honrar outros compromissos mensais, que são os Custos
Fixos ou Despesas Operacionais. São gastos necessários para
que a empresa possa operar.

CICLO OPERACIONAL

Representa os dois ciclos juntos, iniciando-se quando da compra


da mercadoria e encerrando-se quando da venda ou do
recebimento dos recursos da venda. Segundo Hoji, o Ciclo
Operacional inicia-se junto com o Ciclo Econômico ou Ciclo
Financeiro, o que ocorrer primeiro, e encerra-se junto com o
encerramento do Ciclo Econômico ou Financeiro, o que ocorrer
por último.

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Para se chegar ao ciclo financeiro e operacional é necessário o
cálculo dos prazos médios, representados em dias. Uma boa
administração do capital de giro passa pela correta interpretação
dos prazos médios e na forma de reduzi-los ou aumentá-los de
acordo com as necessidades de gestão dos recursos.

A análise dos recursos investidos no giro das operações de uma


empresa envolve o cálculo dos prazos médios de renovação de
estoques, de cobrança de duplicatas a receber e de pagamento
das compras de mercadorias para revenda. “A análise dos prazos
médios só é útil quando os três prazos são analisados
conjuntamente”. (MATARAZZO,2003, p.318)

A conjugação dos três índices de prazos médios leva a análise


dos ciclos operacional e de caixa, elementos fundamentais para a
determinação de estratégias empresariais, tanto comerciais
quanto financeiras, geralmente vitais para a determinação do
fracasso ou sucesso de uma empresa. (MATARAZZO,2003,
p.311)

PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DOS ESTOQUES (PME)

O Prazo Médio de Renovação de Estoque - PMRE representa, na


empresa comercial, o tempo médio de estocagem de

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mercadorias; na empresa industrial, o tempo de produção e
estocagem. (MATARAZZO, 2003, p.318).

Esse indicador mostra a velocidade com que o estoque se


transforma em produção vendida, ou seja, é um indicador da
produtividade operacional e da eficiência dos valores empatados
em estocagem de materiais e produtos. (PADOVEZE, 1997,
p.149). A fórmula utilizada para cálculo do Prazo Médio de
Renovação de Estoque, conforme Matarazzo (2003, p.317), é a
seguinte:

PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS (PMR)

É o tempo médio que a empresa demora para receber suas


vendas a prazo. (AUGUSTINI, 1999, p.42). O Prazo Médio de
Recebimento de Vendas – PMR expressa o tempo decorrido
entre a venda e o recebimento. (MATARAZZO, 2003, p. 318).

Tem por objetivo dar um parâmetro de quanto tempo em média a


empresa demora para receber suas vendas, Depende da política
de crédito que a empresa consegue ou pode atribuir a seus
clientes. (PADOVEZE, 1997, p.147). Conforme Matarazzo (2003,
p.312), a fórmula final do Prazo Médio de Recebimento de
Vendas fica:

PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS (PMP)

É o tempo médio que a empresa demora para pagar as suas


compras de insumos a prazo. (AUGUSTINI,1999, p.42). Se o
prazo médio de pagamento de compras – PMP for superior ao
prazo médio de renovação de estoques – PMR, então os
fornecedores financiarão uma parte das vendas da empresa.
(MATARAZZO, 2003, p.319). A finalidade desse indicador é
mostrar o prazo médio que a empresa consegue para pagar seus
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fornecedores de materiais e serviços. Neste caso, a empresa é
dependente da política de crédito que os fornecedores
conseguem adotar. (PADOVEZE, 1997, p.148). A fórmula
utilizada para calcular o Prazo Médio de Pagamento de Compras,
conforme Matarazzo (2003, p.317), é a seguinte:

Apesar de ser calculado de modo similar ao cálculo do índice do


período médio de cobrança, neste caso, é necessário estimar o
montante de compras anuais a prazo, o que não é informado nas
demonstrações contábeis. Para isso, consideram-se as compras
a prazo como uma porcentagem do custo dos produtos vendidos
(compras anuais a prazo = custos de produtos vendidos x
percentual estimado de compras a prazo) Alternativamente, esse
valor pode ser obtido pela equação: compras anuais = custos de produtos
vendidos – estoque inicial + estoque final.

O CICLO FINANCEIRO (CF)

Para Ramos (2008), o ciclo financeiro ou conversão de caixa,


começa com o pagamento do produto/matéria prima, que será
revendida ou transformada em produto acabado, e termina com o
recebimento do pagamento desse produto.

Gitman (2004) demonstra que a conversão de caixa está dentro


do ciclo operacional, que começa com a entrada da matéria prima
no estoque e que envolve basicamente duas categorias de ativos,
o estoque e o contas e receber. Porém para a fabricação e venda
do produto são necessários vários gastos como a compra de
matéria prima e a mão de obra, que resulta em passivos que são
as contas a pagar. As administrações desses ativos e passivos
resultaram em uma empresa forte e competitiva, ou em uma
empresa fraca e endividada.

Para Liz (2008), um bom gestor financeiro deverá analisar os


resultados e planejar ações para sua melhoria. Também deverá
negociar junto aos fornecedores os melhores prazos de
pagamentos e os menores juros cobrados, como também

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estabelecer uma boa política de crédito para seus clientes. A
empresa precisa organizar todos os registros e documentos de
forma a preservar um histórico de suas finanças pra consultas
posteriores. Como também deverá controlar o movimento de
caixa, classificar as despesas fixas e variáveis e estabelecer
regras para a retirada de pró-labore dos sócios, nesse caso um
dos principais motivos de fracassos administrativos. O cálculo do
ciclo financeiro:

CF = PME + PMR – PMP

Se o resultado do ciclo financeiro for positivo, significa que a empresa primeiro paga
os fornecedores e depois recebe de seus clientes.Implica em necessidade de recursos
para capital de giro. Se o resultado do ciclo financeiro for negativo, significa que primeiro
recebe de clientes e depois paga seus fornecedores, não necessitando de capital de giro.
ADMINISTRAÇÃO DE DUPLICATAS A RECEBER

As duplicatas a receber surgem das vendas de serviços,


mercadorias e produtos realizadas a crédito. Nessa transação, a
empresa vendedora financia o cliente pelo prazo estipulado para
que ele efetue a quitação. Ao oferecer crédito aos clientes, a
empresa aumenta suas vendas, otimiza o uso dos recursos
produtivos e aumenta seu lucro. Ao mesmo tempo em que a DRE
apresenta lucros maiores a decisão de vender a crédito originará
custos adicionais relacionado ao incremento da estrutura da área
de crédito e cobrança, ao custo de oportunidade do investimento
marginal em duplicatas a receber e a perdas com inadimplências
de clientes maus pagadores.

Política de crédito

Vender a crédito sujeita a empresa a riscos que não existem nas


vendas à vista, associados à possibilidade de não-recebimento.
Desse modo a disposição de uma empresa trabalhar com esse
tipo de venda não significa que todos os potenciais clientes serão
beneficiados. É necessário que a empresa vendedora tenha uma
política de crédito eficiente que, além de fixarprazo para a
quitação das dívidas, estabeleça critérios para a seleção de
clientes, a fim de tentar distinguir os mais confiáveis, que
receberão crédito, daqueles menos confiáveis, o qual o crédito
será negado.

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Modelos de seleção de clientes e concessão de crédito

Como parte da política de crédito e para minimizar seus riscos,


empresas vendedoras empregam como parâmetro alguns
modelos de análise que permitem averiguar a compatibilidade do
crédito com a capacidade do potencial do cliente em honrar seus
compromissos em dia. Entre esses modelos, destacam-se o
cinco Cs do crédito.

Os cinco Cs do crédito

O cinco Cs do crédito é um modelo com alto grau de


subjetividade, uma vez que depende do julgamento do analista
de crédito da empresa sobre o cliente. Por meio desse modelo, o
analista avalia o perfil do potencial cliente e, em seguida pondera,
subjetivamente, e conclui sobre a concessão ou não do crédito. O
cinco Cs são: caráter, condições, capacidade, capital e colateral.

1) Caráter:
Busca-se avaliar a idoneidade do cliente e, com isso,
sua intenção em honrar seus compromissos. Nessa avaliação,
procura-se conhecer o caráter do cliente por meio da avaliação
de seus hábitos de pagamento, dos históricos de liquidação de
obrigações junto a outros ofertantes de crédito, das informações
obtidas em bancos, cartório de títulos e protesto, SPC - Serviço
de Proteção ao Crédito, Serasa etc.

Relaciona-se a fatores externos à empresa que, de


2) Condições:
alguma forma, possam prejudicar seu fluxo de caixa e
consequentemente sua capacidade de honrar os pagamentos.
São fatores relacionados ao ramo de atividade do cliente, como
sazonal idade e hábitos de consumo de seus clientes; fatores
ecológicos, como a reação de grupos de pressão; fatores
econômicos, como a maneira pela qual a taxa de juros ou o
índice de inflação interfere na procura pelo produto; e fatores
relacionados à concorrência, que podem afetar o volume de
venda do cliente.

3) Capacidade:
Diz respeito à habilidade do cliente em relação a
seus conhecimentos em proporcionar renda para seu negócio, o
que cria capacidade de honrar os pagamentos. Análises das

24
demonstrações contábeis, especialmente dos índices de liquidez
e endividamento, permitem identificar o potencial do cliente em
satisfazer suas obrigações.

4) Capital:Refere-se à situação financeira do cliente e sua


capacidade de pagamentos. Por meio de demonstrações
contábeis, avaliam-se sua evolução patrimonial, a maneira como
são efetuados os investimentos em ativos etc.

5) Colateral:
Diz respeito às garantias oferecidas pelo cliente para
se candidatar à obtenção de crédito. Incluem ativos, avais,
fianças etc.

Prazo de crédito

O prazo de crédito corresponde ao período que a empresa


concede aos clientes para quitarem seus compromissos. Em
geral, esse prazo é definido com base em uma combinação de
diferentes fatores, como a prática adotada pela concorrência e o
desempenho da economia. Esse prazo interfere diretamente no
volume de vendas: quanto mais tempo é oferecido, maior é o
volume de vendas e vice-versa. Essas situações afetam o lucro
da empresa.

Política ideal de crédito

A carteira de clientes de uma empresa depende da adoção de


uma política de crédito mais rígida ou mais liberal. Por um lado,
políticas mais liberais atraem um número maior de clientes, mas
incluem aqueles de maior risco: os que podem deixar de pagar.
Além disso, é necessário maiores investimentos em duplicatas a
receber. Por outro lado, políticas mais rígidas tendem a provocar
efeito contrário, isto é, reduzem o número de clientes devido à
seleção mais criteriosa. Essa situação minimiza os problemas
decorrentes de maus pagadores e exige investimentos menores
em duplicatas a receber.

A análise dessas variáveis em conjunto determina a política de


crédito ideal. À medida que a empresa torna a política de crédito
mais liberal, aumentam os custos decorrentes da concessão de
crédito em relação ao investimento em duplicatas a receber e as

25
perdas com maus pagadores. Já a política mais rígida, ao negar
crédito a potenciais clientes, além de provocar efeito contrário,
tem um custo de oportunidade correspondente à margem de
contribuição das vendas não realizadas.

ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES

Os estoques correspondem às quantidades de matérias-primas,


produtos ou mercadorias que são mantidos em situação de
disponibilidade, com certa freqüência de renovação, para serem
empregados de acordo com as necessidades de produção ou de
acordo com os pedidos dos clientes.

Uma vez que estoques representam uma parcela importante da


composição do capital de giro da maioria das empresas
industriais e comerciais, a administração deles deve otimizar o
investimento nesse ativo, mantendo-o em níveis adequados ao
atendimento da produção e dos pedidos dos clientes e
minimizando, desse modo, a necessidade de capital investido, ao
mesmo tempo em que reduz os custos operacionais relacionados
aos estoques.

A gestão dos estoques não fica a cargo do administrador


financeiro, mas cabe a ele, geralmente, estabelecer um montante
de recursos adequado para o investimento nesse ativo.

Tipos de estoque

A terminologia empregada nos estoque varia conforme o tipo de


empresa.

Em empresas comerciais, há o estoque de mercadorias, que


corresponde às mercadorias adquiridas prontas de seus
fornecedores e que ainda não foram vendidas em determinada
data.

Em empresas industriais, há, basicamente, três tipos de


estoques:

1) Estoque de matérias-primas.

26
Os materiais que ainda não foram aplicados no processo de
transformação em produtos em determinada data.

2) Estoque de produtos em elaboração.


Os produtos parcialmente acabados, que se encontram, portanto,
ainda em fase de fabricação em determinada data.

3) Estoque de produtos acabados.


Os produtos que já estão prontos, mas que ainda não foram
vendidos em determinada data.

Necessidade de estoques

Os estoques existem para que o curso das atividades das


empresas seja normal. Por exemplo, em empresas industriais, a
produção é realizada conforme programação feita
antecipadamente. Em diferentes pontos da produção, são
introduzidas matérias-primas até que o produto fique pronto e,
para que isso ocorra, as matérias-primas são adquiridas com
antecipação de diferentes fornecedores. Nesse processo de
aquisição, o departamento de compras seleciona fornecedores,
negociam preços, prazos e outras condições favoráveis à
empresa, e isso determina diferentes momentos e quantidades
de entrega, levando à formação do estoque.

Ainda em empresas industriais, dado o comportamento de


compras de seus clientes, há a necessidade de manter estoques
de produtos acabado, o que, em certas situações, pode se
revelar interessante para a empresa. Por exemplo, a certo
volume de produção, os custos de fabricação dos produtos serão
menores em decorrência da economia de escala que pode ser
obtida. Entende-se que há economia de escala quando o
aumento do volume de produção for maior que o custo desse
aumento de produção. Considere, por exemplo, que a produção
aumente em 20% e o custo total de produção cresça em 10%.
Nessa situação, o custo médio por unidade decresce, o que faz
aumentar o lucro da empresa.

Em empresas comerciais, a existência de estoques representa


um bom argumento de vendas, além de evitar a perda de vendas
por falta de itens em estoque.

27
Custos associados a estoques

A manutenção de estoques implica a ocorrência de certos custos,


ao mesmo tempo em que propicia certo benefício. Os custos
associados aos estoques podem ser classificados em dois
grupos: (1) os custos de reposição; e (2) os custos de
manutenção.

Entre os custos de reposição, encontram-se:

• Custos de preparação e emissão do pedido

• Custos de acompanhamento do pedido


• Custos de recebimento e inspeção dos pedidos

• Custos de processamento das contas a pagar

Já entre os custos de manutenção, estão:

• Custos de armazenagem

• Custos de movimentação do estoque

• Custos de seguros do estoque

• Custos relativos à perda por obsolescência, deterioração, furtos,


quebras, validade limitada etc.

• Custos de oportunidade do capital investido no estoque.

Além desses custos, há outra categoria: a dos custos


relacionados à venda perdidas por não haver estoque disponível.
Para que isso não ocorra, é interessante que a empresa
mantenha estoque de segurança.

Técnicas para administrar estoques

Em uma situação hipotética e ideal, uma empresa não deveria


manter estoques. Isso somente seria possível se a demandas de
matérias-prima, produtos e mercadorias fossem conhecidas com

28
exatidão e se tais itens pudessem ser fornecidos
instantaneamente.

Contudo, isso não acontece na prática.

Assim, as empresas procuram reduzir sensivelmente os estoques


de matéria-prima, mercadoria e produtos, a fim de liberar
recursos que serão destinados a aplicações alternativas mais
rentáveis. Para mantê-los em níveis economicamente
satisfatórios, as empresas podem empregar diferentes técnicas,
entre elas a classificação ABC:

Classificação ABC

O princípio da classificação ABC é atribuído a Vilfredo Paretto,


que, em um estudo de renda e riqueza, na Itália, no final do
século XIX, observou que havia uma grande concentração de
riqueza nas mãos de uma pequena parcela da população, na
proporção de 80% e 20%, respectivamente. Tal princípio tem sido
empregado largamente na administração das empresas.

Especificamente em relação à administração de estoque, pode-se


elaborar uma classificação ABC separando os itens estocados
em classes.

• Classe A
Inclui os itens de maior valor que devem ser gerenciados com
atenção especial. Em geral, 20% desses itens representam 80%
do valor do estoque.

• Classe B
Inclui os itens de valor intermediário. Em geral, 30% desses itens
representam 10% do valor do estoque.

• Classe C
Inclui os itens de valor mais baixo e que, muitas vezes, justificam
menor atenção no gerenciamento. Em geral, 50% desses itens
representam 10% do valor do estoque. É importante salientar que
esses percentuais são apenas orientadores e podem variar de
empresa para empresa. Porém, isso não altera o fato de que uma
pequena percentagem dos itens representa uma grande

29
percentagem dos valores financeiros do estoque.

ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A PAGAR

Contas a pagar podem ser vistas como empréstimos sem juros


dos fornecedores. Na ausência de contas a pagar, a empresa
precisa tomar emprestado ou usar seu próprio capital de giro para
pagar as faturas de seus fornecedores. Portanto, o benefício das
contas a pagar está na economia de despesas de juros que
precisariam ser pagas se não houvesse o crédito dado pelo
fornecedor. Entretanto, a aceitação do crédito e a utilização das
contas a pagar nem sempre são interessantes para a empresa
compradora. Os fornecedores geralmente oferecem
generosos descontos em dinheiro se as faturas forem pagas na
entrega ou poucos dias após o seu recebimento. Nesse caso, a
opção crucial é aproveitar o desconto à vista e pagar
imediatamente, ou comprar a prazo e usar as contas a pagar. Se
o desconto à vista for utilizado, a vantagem é o desconto por si só
e as desvantagens são o custo de tomar emprestado para pagar
à vista e a perda de um empréstimo sem juro. A oferta do
desconto à vista deve ser aceita se o benefício exceder o custo.

CAPITAL DE GIRO

Alguns conceitos de capital de giro:

Para Martins e Assaf


:

“o conceito de capital de giro (ou capital circulante) identifica os


recursos que giram (ou circulam) várias vezes em determinado
período. Ou seja, corresponde a uma parcela de capital aplicada
pela empresa em seu ciclo operacional, caracteristicamente de
curto prazo, a qual assume diferentes formas ao longo de seu
processo produtivo e de venda.”

Para Marin:

“capital de giro são os ativos que normalmente devem circular e


ser transformados em dinheiro (pelo menos em parte) durante o
ciclo operacional da empresa.”

30
Martins e Assaf identificam portanto, capital de giro como capital
circulante, conceituando dessa forma:

“em sentido amplo, o capital de giro representa o valor total dos


recursos demandados pela empresa, para financiar seu ciclo
operacional, o qual engloba, conforme comentado, as
necessidades circulantes identificadas desde a aquisição de
matérias-primas até a venda e o recebimento dos produtos
elaborados.”

Capital de giro, portanto, é o ativo circulante que sustenta as


operações do dia-a-dia da empresa e representa à parcela do
investimento que circula de uma forma a outra, durante a
condução normal dos negócios. Assim,
CAPITAL DE GIRO = ATIVO CIRCULANTE

Uma administração ineficiente do capital de giro poderá afetar de


forma dramática o fluxo de caixa da empresa. O volume de
capital de giro utilizado por uma empresa depende de seu volume
de vendas, de sua política de crédito comercial e do nível de
estoques que ela precisa manter. Duas considerações muito
importantes na administração do capital de giro são os ciclos
econômicos e a sazonalidade específica de determinados
negócios.

O capital de giro necessita de recursos para seu financiamento,


como acontece com o capital permanente. Assim, quanto maior for o
capital de giro, maior será a necessidade de financiamento, seja com recursos próprios,
seja com recursos de terceiros.

Análise de Liquidez

A liquidez de uma empresa é medida pela capacidade que ela


possui para satisfazer suas obrigações de curto prazo, nas datas
dos vencimentos. A liquidez refere-se à solvência da situação
financeira global da empresa – a facilidade com a qual ela pode
pagar suas contas.

Existem três motivos importantes para se ter caixa (liquidez), de

31
acordo com John Keynes citado por (ROSS, et al.,2000):

a) Motivo Especulação
A necessidade de manter caixa para tirar proveito de
oportunidades de investimento, como por exemplo, desconto em
compras, taxas de juros atraentes, flutuações favoráveis de
câmbio.

b) Motivo Transação:
Precisa-se manter caixa para pagamento de despesas e
movimentação financeira da empresa. Como as entradas de
caixa não são perfeitamente sincronizadas, existe um
espaçamento ou descasamento entre receitas e despesas que é
preciso ser coberto pelo caixa.

c) Motivo Precaução:
O saldo de caixa por precaução é uma reserva de liquidez
suficiente para arcar com eventuais desembolsos não-previstos,
trazendo assim, certa margem de segurança das operações da
empresa.

Os principais indicadores para análise de liquidez são:

1) capital de giro líquido (CGL);


2) participação das disponibilidades (PD);
3) participação de contas a receber (PCR);
4) participação dos estoques (PE);
5) índice de financiamento (IF).

A interpretação desses índices pode ser feita comparando-os


com os de outras empresas do mesmo ramo, e/ou analisando
sua evolução ao longo do tempo na própria empresa.

1) CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO (CGL);

Também chamado de capital circulante líquido, corresponde à


diferença aritmética entre o ativo circulante e o passivo circulante
e representa a medida da liquidez da empresa, refletindo sua
capacidade de gerenciar as relações com fornecedores e
clientes. Logo:
CGL = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE

32
O passivo circulante representa os financiamentos (fontes de
recursos) a curto prazo da empresa, pois inclui todas as dívidas
que terão seu vencimento (e deverão ser pagas) em um ano ou
menos.

O objetivo da administração financeira a curto prazo é gerir cada


um dos itens do ativo circulante (caixa, bancos, aplicações
financeiras, contas a receber, estoques etc) e do passivo
circulante (fornecedores, contas a pagar, empréstimos etc.), a fim
de alcançar um equilíbrio entre lucratividade e risco que contribua
positivamente para aumentar o valor da empresa. Um
investimento alto demais em ativos circulantes reduz a
lucratividade, enquanto um investimento baixo demais aumenta o
risco de a empresa não poder honrar suas obrigações nos prazos
pactuados. Ambas as situações conduzem à redução do valor da
empresa.

Quando o valor do ativo circulante supera o do passivo circulante,


significa que a empresa possui CGL positivo. Nessa situação
mais comum, o CGL representa a parcela dos ativos circulantes da
empresa financiada com recursos a longo prazo (soma do
exigível a longo prazo com patrimônio líquido), os quais excedem
as necessidades de financiamento dos ativos permanentes.

33
Quando o valor do ativo circulante é menor que o do passivo
circulante, significa que a empresa possui CGLnegativo. Nessa
situação menos usual, o CGL é a parcela dos ativos permanentes
da empresa que está sendo financiada com passivos circulantes,
ou seja, com capitais de curto prazo, o que denota um quadro de
risco.
De forma geral, a maioria das empresas não consegue conciliar
com precisão as entradas (principalmente) e as saídas de caixa.
Por isso, os ativos circulantes precisam exceder os passivos
circulantes, ou seja, uma parcela dos ativos circulantes é
freqüentemente financiada com fundos de longo prazo.

Geralmente, entende-se que quanto maior for o CGL de uma


empresa, menor será o seu risco, porque sua liquidez reduz a
probabilidade de que ela se torne tecnicamente insolvente. Tal
premissa, entretanto, pode ser equivocada, pois um CGL muito
alto significa que expressivos fundos de longo prazo estão
financiando parte dos ativos circulantes. Como os custos desses
recursos a longo prazo são sempre mais elevados que os de
curto prazo, a
empresa poderá vir a enfrentar problemas financeiros.

2) PARTICIPAÇÃO DAS DISPONIBILIDADES (PD);

Indica a representatividade das disponibilidades financeiras


(caixa, bancos, aplicações financeiras de curto prazo) na
estrutura do capital de giro. Nas empresas que recebem os
valores correspondentes às suas vendas antes do pagamento
das compras, como normalmente acontece no setor varejista,
esse índice tende a ser elevado.

DISPONIBILIDADES ÷ ATIVO CIRCULANTE

3) PARTICIPAÇÃO DE CONTAS A RECEBER (PCR);

Mostra a participação da carteira de duplicatas a receber da


empresa sobre o total do capital de giro. Quando é muito alto,
pode significar que a empresa está adotando uma política
agressiva de concessão de crédito comercial ou, por outro lado,

34
que ela enfrenta problemas de altos índices de inadimplência por
parte dos clientes.

CONTAS A RECEBER ÷ ATIVO CIRCULANTE

4) PARTICIPAÇÃO DOS ESTOQUES (PE);

Representa o peso dos estoques em relação ao capital de giro.


Um índice elevado pode significar excessivo investimento em
estoques, o que nem sempre é sinônimo de boa administração
desse importantíssimo item do capital de giro, ou vendas em
queda.

ESTOQUES ÷ ATIVO CIRCULANTE

5) ÍNDICE DE FINANCIAMENTO (IF)

Esse parâmetro informa qual é o percentual do capital de giro que


está suportado por empréstimos bancários e financiamentos. Um
índice baixo pode indicar que a empresa está utilizando,
principalmente, financiamento dos fornecedores em lugar de
linhas de crédito bancário. Também pode refletir uso normal de
financiamento de fornecedores ao lado de uma boa situação de
caixa que lhe permite dispensar os financiamentos bancários.

IF = (EMPRÉSTIMOS + FINANCIAMENTOS + ENCARGOS FINANCEIROS ) ÷ A.


CIRCULANTE

NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO

Há que recorrer-se aos motivos pelos quais as empresas


necessitam de capital de giro.

Cherry aponta três origens, que justificam as exigências de


capital de giro: “Mutações no Nível de Operações, Mutações de
Política e Mutações na Tecnologia.”, sobre as quais alinharemos
suas justificativas:

a) Mutações no Nível de Operações

Justificam-se quando a empresa é propulsionada a um maior

35
volume de vendas, e conseqüentemente precisará de mais
estoques, e suas disponibilidades estarão na dependência da
reação das próprias vendas.

Essas mutações poderão ocorrer: por vendas sazonais,


esperadas pela normalidade nas operações da empresa, ou até
por excepcionalidade; por mudanças cíclicas decorrentes talvez
do próprio mercado; em decorrência do próprio crescimento da
empresa, ao qual toda organização está sujeita.

Podemos acrescentar uma quarta ocorrência, que seria a


dependência governamental, que através de sua política
econômica poderia levar as empresas à maior produção,
conforme ocorreu em tantas oportunidades no Brasil.

b) Mudanças de Política

Trata-se de alterações internas ocorridas na própria empresa,


que poderá a título de exemplo, ampliar o prazo de pagamento
nas suas vendas a prazo, ou diferenciar sua forma de produção
diminuindo o prazo médio de rotação de seus estoques, em dado
momento.

c) Mutações na Tecnologia

Essa variável coloca as empresas modernas constantemente em


sujeição.

O processo da humanidade principalmente na área de


processamento de dados, tem justificado a presença de
equipamentos alterando o processo produtivo.

Poderão ocorrer, pelas mudanças de implantação, necessidades


de capital de giro de forma ampla: não só no ativo circulante
como no ativo permanente.

O correto dimensionamento da necessidade de capital de giro é


um dos maiores desafios do administrador financeiro. Elevado
volume de capital de giro irá desviar recursos financeiros que
poderiam ser aplicados nos ativos permanentes da empresa.
Todavia, capital de giro muito reduzido restringirá a capacidade

36
de operação e de vendas da empresa. A necessidade de capital
de giro pode ser estimada de dois modos:

• com base no ciclo financeiro ou

• com utilização dos demonstrativos contábeis (balanço


patrimonial)

CÁLCULO COM BASE NO CICLO FINANCEIRO

Esse método é aplicável a uma empresa em fase de implantação,


por ainda não dispor de demonstrações contábeis. A necessidade
de capital de giro corresponde ao caixa operacional, ou seja, ao
montante mínimo de recursos financeiros necessários para
garantir a operacionalidade da empresa. Trata-se de uma forma
simples de se efetuarem os cálculos, pois o método pressupõe
que as despesas projetadas anuais são uniformemente
distribuídas ao longo do ano.

Para determinar a medição da necessidade de capital de giro,


iremos analisar o método do Prof. Matarazzo que estabeleceu um
sistema através dos prazos médios.

O método é baseado na fórmula:

NCG = CF X Vd + A

Onde:

NCG = Necessidade de Capital de Giro, no momento da análise


Ciclo Financeiro, em dias, obtido pela soma do prazo médio de
CF = recebimento das vendas e do prazo médio de renovação dos estoques, diminuído
do prazo médio de pagamento das compras
Vd = Vendas Diárias, no momento da análise.
Ajustes, obtido pela dedução de outros ativos circulantes dos
A =
outros passivos circulantes

37
Partiremos da publicação da empresa Ocrim S.A Produtos
Alimentícios, nos exercícios sociais de 2005 e 2004, para estudá-
las sob a ótica da fórmula apresentada.

A obtenção do ciclo financeiro dar-se-ia da seguinte forma, nos


dois exercícios sociais, supondo-se os seguintes dados faltantes:

2005 2004
Consumo de matérias-primas 70.858 95.945
Compra de matérias-primas 70.949 96.660
Estoques 12.706 12.615
Duplicatas a Receber 11.631 13.379
Fornecedores 1.885 1.056
Vendas Total 172.481 200.910

Prazo Médio de Renovação dos Estoques

Fórmula = 360 d x Estoques___


Custo das Vendas

Em 2004 360 x 12.615 = 47 dias


95.945

Em 2005 360 x 12.706 = 64 dias


70.858

Prazo Médio de Recebimento das Vendas

Fórmula = 360 d x Duplicatas a Receber


Vendas

Em 2004 360 x 13.379 = 23 dias

38
200.910

Em 2005 360 x 11.631 = 27 dias


150.657

Prazo Médio de Pagamento das Compras

Fórmula = 360 d x Fornecedores


Compras

Em 2004 360 x 1.056 = 4 dias


96.660

Em 2005 360 x 1.885 = 9 dias


70.949

Ciclo Financeiro ( sem a equivalência dos prazos médios)

Em 2004 ( 47d + 23d - 4d) = 66d

Em 2005 ( 64d + 27d - 9d) = 82d

As vendas diárias seriam obtidas da seguinte forma, nos dois


exercícios sociais:

Em 2004: Venda Total = 200.910 = $ 558


360 d 360 d

Em 2005 : Venda Total = 172.481 = $ 479


360 d 360 d

Os ajustes são obtidos pela diferença dos outros ativos circulantes de outros
passivos
circulantes, que não os envolvidos nos grupos clientes, estoques, fornecedores já
devidamente
considerados no ciclo financeiro.

Assim, temos:

(Disponível + Outras Contas) - (Salários, Contribuições e Tributos


+ Outras Contas)

39
Em 2004: (34.834 - 4.864) = 29.970

Em 2005 : (36.048 - 6.834) = 29.214

Portanto, a necessidade capital de giro dessa empresa, estaria


assim calculada:

Em 2004 : 66d x $558 + 29.970 = 66.798

Em 2005 : 82d x $ 418 + 29.214 = 65.162

CÁLCULO COM BASE NO BALANÇO PATRIMONIAL


O capital de giro líquido (CGL) é definido como a diferença entre
o ativo circulante e o passivo circulante. Porém, nem todo o valor
do CGL assim calculado representa efetiva necessidade de
investimento. O ativo circulante contém contas transitórias (caixa,
bancos, aplicações financeiras de curto prazo) e no passivo
circulante também são transitórios os empréstimos e
financiamentos de curto prazo, bem como os seus respectivos
encargos financeiros. Essas contas transitórias (ativo e passivo
flutuantes) não estão relacionadas à necessidade de investimento
em capital de giro.

Para se calcular a necessidade de capital de giro de uma


empresa com base em seu balanço patrimonial é necessário que
se reclassifiquem algumas contas tanto do ativo como do passivo
– com a finalidade específica de se proceder a esses cálculos. Passa-se a
considerar o balanço patrimonial da seguinte maneira:

Ativo Permanente (AP) –


formado pelos itens de longo prazo do ativo.
Seu valor é igual à soma dos seguintes itens: realizável a longo
prazo, investimento, imobilizado e diferido.

– representa os recursos utilizados nas


Ativo Operacional (AO)
operações da empresa que dependem das características de seu
ciclo operacional. É composto por: duplicatas a receber, estoques
e outros valores a receber que possuem natureza permanente.

– corresponde aos itens de curtíssimo prazo do


Ativo Flutuante (AF)
ativo circulante que possuem natureza transitória como caixa,

40
bancos e aplicações financeiras de curto prazo.

Passivo Permanente (PP) –


é formado pelas contas de longo prazo do
passivo e representa a fonte permanente de recursos financeiros
da empresa. É igual à soma do exigível a longo prazo com o
patrimônio líquido.

Passivo Operacional (PO) –


representa as contas do passivo vinculadas
ao ciclo operacional da empresa, tais como fornecedores,
salários, encargos, impostos, taxas e outras contas a pagar.

Passivo Flutuante (PF) –


corresponde aos itens de curtíssimo prazo do
passivo circulante que não têm vinculação direta com as
operações da empresa. São eles: empréstimos, financiamentos e
outras obrigações financeiras de curto prazo.

A fórmula de cálculo da necessidade de capital de giro (NCG) é:

NCG = ATIVO OPERACIONAL – PASSIVO OPERACIONAL

O capital de giro líquido (CGL) calculado com base nessa


reclassificação de contas será:

CGL = PASSIVO PERMANENTE – ATIVO PERMANENTE

O resultado será o mesmo se for usada a fórmula:

CGL = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE

MEDIDAS PARA SOLUCIONAR OS PROBLEMAS DE CAPITAL DE GIRO

As dificuldades de capital de giro numa empresa são devidas,


principalmente, à ocorrência dos seguintes fatores:

- Redução de vendas

- Crescimento da inadimplência

- Aumento das despesas financeiras

- Aumento de custos

41
- Alguma combinação dos quatro fatores anteriores

Na situação mais frequente, os problemas de capital de giro


surgem como consequência de uma redução de vendas. Neste
caso, o administrador financeiro se defronta com as seguintes
questões: como manter o capital de giro sob controle diante de
um quadro de redução das vendas? O que pode ser feito para
evitar uma crise maior de capital de giro?

Os tópicos seguintes apresentam algumas alternativas de


solução para essas questões.

1. Formação de reserva financeira

Como acontece no trato de muitos outros problemas, a ação


preventiva tem um papel importante para a solução dos
problemas de capital de giro.

A principal ação consiste na formação de reserva financeira para


enfrentar as mudanças inesperadas no quadro financeiro da
empresa.

A determinação do volume dessa reserva financeira levará em


conta o grau de proteção que se deseja para o capital de giro.

Também uma análise do tipo "o que aconteceria ao capital de


giro se...." poderia ser bastante útil para se formular a estimativa
do volume da reserva financeira.

À primeira vista, poderia soar antieconômico a formação de uma


reserva financeira, já que esta decisão tiraria recursos financeiros
que de outra forma deveriam ser aplicados no investimento em
ativos fixos de modo a permitir a expansão da empresa.

Dada a alta volatilidade da economia brasileira, a formação de


reserva financeira para o capital de giro deveria ser a prioridade
econômica fundamental da empresa. Além disso, os recursos
destinados e essa reserva seriam aplicados no mercado
financeiro, onde as taxas de juros têm sido maiores do que a taxa
de rentabilidade do capital fixo.

42
2. Encurtamento do ciclo econômico

Quando a empresa encurta seu ciclo econômico - este pode ser


definido como o tempo necessário à transformação dos insumos
adquiridos em produtos ou serviços - suas necessidades de
capital de giro se reduzem drasticamente.

Numa indústria, a redução do ciclo econômico significa um menor tempo para produzir e
vender. No comércio, esta redução significa um giro mais rápido dos estoques. Na
atividade de serviços, a redução do ciclo econômico significa basicamente trabalhar com
um cronograma mais curto para a execução dos serviços.

A redução do ciclo econômico não é uma função tipicamente


financeira. Ela requer o apoio de funções como produção,
operação e logística.

3. Controle da inadimplência

A inadimplência dos clientes de uma empresa pode decorrer do


quadro econômico geral do país ou de fatores no âmbito da
própria empresa.

No primeiro caso, a contração geral da atividade econômica e a


consequente diminuição da renda das pessoas, tende a aumentar
a inadimplência. Nesta situação, a empresa tem pouco controle
sobre o problema.

Quando a inadimplência é decorrente de práticas de crédito


inadequadas, estabelecidas pela própria empresa, existe uma
solução viável para o problema. Neste caso, é preciso dar mais
atenção à qualidade das vendas (tanto as vendas a crédito como
as vendas faturadas) do que ao volume dessas vendas. No caso
das vendas a crédito, também será recomendável uma redução
do prazo de pagamento concedido aos clientes.

4. Não se endividar a qualquer custo

Na tentativa de suprir a insuficiência de capital de giro, muitas


empresas utilizam empréstimos de custo elevado. Como regra,
qualquer dinheiro captado a um custo maior do que 1,17% ao

43
mês (ou 15% ao ano) em termos reais, são incompatíveis com a
rentabilidade normal da empresa que gira em torno de 15 % ao
ano, também em termos reais. Assim, uma linha de crédito de
curto prazo que custe mais de 1,17% ao mês em termos reais, é
claramente
antieconômica.

O financiamento de capital de giro a uma taxa real maior do que


1,17% ao mês, pode resolver o problema imediato de caixa da
empresa, mas cria um novo problema - seu pagamento.

Obs: taxas ilustrativas, podendo variar de acordo com o montante


econômico

O administrador tem consciência da inviabilidade do custo


financeiro dos financiamentos de capital de giro. Ele tenta ganhar
tempo, esperando que uma melhora posterior nas condições de
mercado da empresa permitam pagar o capital de terceiros.
Todavia, quando a recuperação das vendas acontece, a empresa
já acumulou um estoque de dívidas cujo pagamento será
impraticável.

5. Alongar o perfil do endividamento

Quando a empresa consegue negociar um prazo maior para o


pagamento de suas dívidas, ela adia as saídas de caixa
correspondentes e, portanto, melhora seu capital de giro. Embora
essa melhora seja provisória, ajudará bastante até que a
empresa se ajuste financeiramente.

Também neste caso, é importante uma atenção especial para o


custo do alongamento de prazo. Ele precisa ser suportado pela
rentabilidade da empresa.

6. Reduzir custos

A implantação de um programa de redução de custos tem um


efeito positivo sobre o capital de giro da empresa desde que não
traga restrições às suas vendas ou à execução de suas
operações.

44
Uma vez que a empresa com problema de capital de giro também
estará com sua capacidade de investimento comprometida, a
redução de custos em atividades como modernização,
automação ou informatização não será possível.

Diante de uma crise de capital de giro, o programa de redução de


custos tem natureza compulsória e seu grande desafio é
identificar aqueles itens de gastos que possam ser cortados sem
grandes prejuízos para as atividades da empresa. Dificilmente
serão encontrados gastos supérfluos ou desperdícios, pois a
crise de capital de giro naturalmente já os deve ter eliminado.

7. Substituição de passivos

A política de substituição de passivos consiste em trocar uma


dívida por outra de menor custo financeiro. Por exemplo, uma
empresa de grande porte poderia adotar esta solução, através do
lançamento de títulos no exterior ou mesmo fazendo um
lançamento de ações. Entretanto, as empresas de pequeno e
médio porte não têm essa opção. Um programa tradicional de
substituição de passivos para essas empresas quase sempre
significaria trocar seis por meia dúzia.

Numa situação extrema, as pequenas e médias empresas


poderiam trocar passivo exigível por passivo não exigível
(capital), através da admissão de novos sócios. Sem dúvida, esta
seria uma solução a ser adotada em último caso.

SOLUÇÃO DEFINITIVA

É evidente que existe um forte entrelaçamento entre a


administração do capital de giro da empresa e sua administração
estratégica.

Por isso, a solução definitiva para o problema do capital de giro


consiste na recuperação da lucratividade da empresa e a
consequente recomposição de seu fluxo de caixa.

Esta solução exige a adoção de medidas estratégicas de grande


alcance que vão desde o lançamento de novos produtos ou
serviços e a eliminação de outros, adoção de novos canais de

45
venda ou até mesmo a reconfiguração do negócio como um todo.

Desse modo, a solução dos problemas de capital de giro de uma


empresa requer muito mais do que medidas financeiras.

Estratégias, operações e práticas gerenciais, entre outras,


precisarão ser repensadas para que o capital de giro volte ao
estado de normalidade.

Fluxo de Caixa Descontado

POR QUE O VALOR DO DINHEIRO MUDA COM O PASSAR DO TEMPO

O velho ditado que diz "mais vale um pássaro na mão do que


dois voando" adquire uma grande importância quando aplicado
às finanças. Em termos monetários, ele significa que o dinheiro
em caixa hoje vale mais do que no futuro. Em outras palavras, o
valor do dinheiro muda ao longo do tempo. Os investidores têm
uma preferência natural por dinheiro agora em vez de depois,
pois assim eles podem aumentar o seu valor. Essa naturalmente
é a principal meta do administrador financeiro. Além dessa razão
básica de o dinheiro valer mais agora do que no futuro, deve-se
estar atento aos fatores que diminuemo valor do dinheiro ao
longo do tempo. As três razões mais importantes pelo que o valor
do dinheiro decresce progressivamente ao longo do tempo são as
seguintes:

1. inflação;

2. risco;

3. preferência pela liquidez.

INFLAÇÃO

Inflação refere-se ao aumento geral de preços na economia.


Quando os preço aumentam o valor do real diminui, e já que se
espera que o preços subam no futuro, o valor do real nos anos
futuros será menor do que o atual. Em outras palavras, o poder
de compra do real hoje é maior do que será amanhã, por causa
do aumento do preço que diminuirá o valor desse real. Por isso, é
46
possível comprar maior quantidade de bens com um real daqui a
um ano do que daqui a dois anos assim por diante.

EXEMPLO: Inflação

Se o nível geral de preços aumenta 5% anualmente, o poder de


compra de um real hoje será 5% menor daqui a um ano. Em
outra palavras, 1,00 hoje depreciaria o valor para 0,95 daqui a um
ano. Se os consumidores compram 100 alfinetes com um real
hoje, ele serão capazes de comprar apenas 95 alfinetes daqui a
um ano. Portanto, quanto maior a taxa de inflação e quanto maior
o período envolvido, menor será o valor de uma quantia de
dinheiro no futuro.

RISCO

Risco, ou incerteza acerca do futuro, também causa um declínio


no valor do dinheiro. Como o futuro é incerto, o risco aumenta
com o passar do tempo. A maioria das pessoas deseja evitar o
risco, assim, valorizam mais o dinheiro agora do que a promessa
de dinheiro no futuro. Elas se dispõem a entregar seu dinheiro
pela promessa de recebê-lo no futuro apenas se forem
adequadamente recompensadas pelo risco a ser assumido.

Ninguém pode prever, com certeza o futuro da economia


brasileira ou as tendências econômicas financeiras em outras
partes do mundo. É impossível prever com precisão se o dinheiro
investido hoje estará disponível amanhã. Não existe nenhuma
garantia de que uma empresa sólida financeiramente
permanecerá assim nos anos vindouros. Os investidores não têm
garantias de que receberão dividendos e de que o preço das
ações que adquiriram será valorizado, nem podem estar
completamente certos de que os juros e o principal dos títulos de
renda fixa serão pagos pelo emissor conforme foi combinado. Os
analistas financeiros ou investidores sofisticados, a despeito do
quão competentes sejam, não podem assegurar que os retornos
que projetam para um dado investimento resultem ser o previstos
originalmente.

Assim como a incerteza aumenta à medida que se olha para um


futuro mais distante, o risco também aumenta - e o valor do

47
dinheiro prometido no futuro diminui proporcionalmente.

PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ

Liquidez é importante tanto para um investidor quanto para uma


empresa. Liquidez refere-se ao grau de facilidade com que os
ativos podem ser convertidos em caixa. Caixa, obrigações do
governo e outros títulos negociáveis (ativos da empresa dados
como garantia aos credores para assegurar o pagamento de um
empréstimo) aumentam a liquidez de uma empresa. De igual
forma, o ativo imobilizados, tais como a fábrica e o equipamento,
não são considerados muito líquidos. Os investidores têm
preferência pela liquidez, isto é, preferem manter dinheiro em
caixa para em emergência inesperadas e exigências financeiras a
comprometer fundo em ativos de rendimento futuro. Se
desistirem da liquidez atual, adquirindo ativo que prometem
retornos futuros, estarão trocando um ativo de caixa seguro por
um ativo futuro arriscado. A troca será feita apenas se as
recompensas prometidas para os futuros ativos forem
suficientemente altas para justificar o risco assumido.

Quando credores ou investidores desistem do caixa por retornos


futuros muito arriscados, eles requerem ágios ou retornos
elevados sobre o seu caixa investido para compensá-los pela
falta de liquidez. Ao contrário, quando eles investem em ativos de
baixo risco, os ágios que esperam pelo retorno são relativamente
baixos.

EXEMPLO:Liquidez versus retornos futuros

Nos Estado Unidos, e uma pessoa deposita dinheiro num banco


assegurado pelo FOIC (Órgão do governo dos Estados Unidos
que garante os depositantes), ela se dispõe a aceitar 5% de
juros, enquanto se adquirir uma obrigação de longo prazo de uma
companhia desconhecida vai exigir, certamente, uma taxa de
juros bem maior, digamos, 15%. Em ambos os casos, a opção
pela perda de liquidez supõe um retorno que compense o risco.

Para emprestadores ou investidores, é logicamente essencial


saber quanto seus investimentos em dinheiro irão crescer, pois
assim poderão determinar se seus investimentos são vantajosos.

48
Quem toma empréstimos também deseja saber quanto deverá
pagar aos credores, em quanto tempo liquidar, e se os retornos
do fundo captados serão maiores que os custos. Tudo isso se
resume ao conceito de valor futuro, como é determinado pela
taxa de juros compostos, e de valor presente dos retornos
futuros, uma vez que eles foram ajustados para o risco.

Além do fato de que o dinheiro investido sabiamente hoje renderá


um retorno no futuro (um fato que cria um desejo natural no
investidor pela liquidez), o dinheiro perde valor com o tempo
devido à inflação, ao risco e à preferência pela liquidez. O
conceito de que $1,00 hoje vale mais que $1,00 amanhã é
fundamental na teoria das finanças.
VALOR PRESENTE E TAXAS DE DESCONTO

Por que o valor presente é de interesse vital para o pessoal da


área financeira?

Porque ele fornece uma base para comparar a lucratividade de


vários projetos ou investimentos diferentes durante um período
de vários anos. O valor presente, então, o valor do dinheiro dos
retornos ou rendas futuros, descontada a taxa de capitalização. A
taxa de desconto ou de capitalização é uma taxa de juros
aplicada a uma série de futuros pagamentos ou recebimentos
ajustados ao risco e à incerteza do fator tempo.

AJUSTANDO AO RISCO

Para calcular o valor presente a taxa de desconto deve ser


determinada considerando quanto risco está associado a cada
projeto ou investimento. Os níveis de risco seguem uma regra
simples:

RISCO ELEVADO SIGNIFICA ALTA TAXA DE DESCONTO,


E RISCO BAIXO SIGNIFICA TAXA DE DESCONTO BAIXA.
Por exemplo: se um investidor decidir que a taxa de desconto a
ser aplicada a uma ação é 5%, outra ação com o dobro do risco
terá uma taxa de desconto de 10%.

Determinado o nível de risco o próximo passo é ajustar o retorno


ou rendas futuros à incerteza do prazo. De modo geral, os

49
seguintes princípios são aplicados para avaliar as taxas de
desconto.

Avaliação das taxas de descontos:

1.entre duas rendas futuras, aquela que tiver a data de resgate


posterior deve ter a maior taxa de desconto;

2. quanto
menor for o risco percebido, menor deverá ser a taxa de
desconto;

3.se a taxas de juros gerais do mercado subirem, a taxa de


desconto deverá subir também.

O risco pode declinar devido a perspectiva mais favorável dos


negócios, à previsão da queda das taxas de inflação e de juros,
ou por condições econômica mais estáveis. Quando o risco se
reduz, o valor presente das rendas futura aumenta, como se nota
na Tabela 1.

O valor presente de qualquer retorno futuro declina quanto mais


distante for o futuro. Obviamente esse procedimento emprega um
ajuste matemático para o valor do dinheiro no tempo. O princípio
envolvido não é difícil de captar - o valor presente dos retornos
futuros é meramente o reverso do valor futuro composto.

Uma ilustração aritmética fornecerá uma melhor compreensão


desse princípio. Suponha que você deseje encontrar o valor
presente de R$ 1.000,00 daqui a três anos, e espera que o nível
de risco do projeto seja de 10% ao ano.

Então:

50
Onde: ou Utilizando HP12C
VF = valor futuro VF = FV CHS
VP = valor presente VP = PV = ?
R = taxa de desconto R=i
N = o número de anos N=n

Você pode observar que, se esses fatores forem colocados no


denominador da última equação, o valor presente de R$ 1.000,00
daqui a três anos será

É evidente que, se você tivesse dois projetos com os mesmos


custos e a mesma vida econômica, porém com fatores de risco
diferentes, seria possível encontrar seus valores presentes e,
então, determinar qual é o mais favorável.

A avaliação do orçamento de capital, que é projetada para


determinar os méritos relativos do projeto ou do investimentos,
emprega o conceito de valor presente como orientação. A idéia,
como um todo, é descontar os retornos futuros pelo nível de risco
acrescido da incerteza decorrente do prazo. O método do valor
presente cumpre esse objetivo.

VALOR PRESENTE DE ANUIDADE

Quando os administradores financeiros deparam com uma série


constante e fixa de futuros pagamentos ou recebimentos e
desejam avaliar o valor presente dessas quantias, devem calcular
o valor presente de cada ano futuro descontando cada
pagamento ou recebimento pelo seu fator de valor presente
apropriado e, depois, somar todos os valores presentes para
encontrar o total.

51
Podemos concluir então, como vimos anteriormente, se o cálculo
de um valor presente é:

Então, o valor presente de uma anuidade é:

Sendo: ou utilizando
HP12C
VPa = valor presente de uma anuidade VPa=
PV = ?
P = valor da parcela (pagamento) P=
PMT CHS
R = taxa de juros R=i
N = número de períodos N=n

Calculando o exemplo:

Um fluxo de pagamentos de três prestações de R$ 1.000,00,


anuais e consecutivas, com uma taxa de juros de 5% a.a.,
calcular o valor presente da anuidade.

52
Taxa de Câmbio
POLÍTICA CAMBIAL

O mercado de câmbio (divisas) é formado pelos diversos agentes


econômicos que compram e vendem moeda estrangeira,
conforme suas necessidades. Empresas que vendem
mercadorias ou ações no exterior estão aumentando a oferta de
moeda estrangeira, em particular o Dólar, pois sua receita ocorre
em moeda estrangeira. Empresas que compram bens ou ações
do exterior estão de mandando moeda estrangeira (Dólar), pois
seus gastos ocorrem em dólares. Neste sentido, o preço da
moeda estrangeira em relaçãoà moeda nacional é determinado
neste
mercado. Este preço é chamado detaxa de câmbio (R$/US$).
Cabe explicar que as relações econômicas, comerciais e
financeiras dos agentes de determinado sistema econômico, com
os agentes de outro sistema econômico (normalmente país), são
registradas na Balança de Pagamentos. Eventuais déficits no
Balanço de Pagamentos são decorrentes do fato de a entrada de
divisas (dólares) ser inferior a saída de divisas. Estefato é
resultado de dois desequilíbrios. O primeiro é que se exportam

53
bens e serviços menos do que se conseguem importar,
resultando em uma saída de divisas maior do que a entrada. O
segundo desequilíbrio é causado pelo lado financeiro, onde não
se conseguem atrair recursos (dólares) em quantidade suficiente
para pagar as contas em dólar.
As empresas brasileiras que participam do comércio internacional
dependem substancialmente da taxa de câmbio. Entender o
funcionamento desse mercado é fundamental.

Caso o câmbio esteja a R$ 2,50, significa que são necessários


R$ 2,50 reais para comprar um dólar. Se este subir para R$ 3,00
por dólar, ocorreu uma desvalorização da moeda local em
relação à moeda estrangeira. O preço da moeda estrangeira
elevou-se.

Se o preço sobe devido a um aumento da demanda por dólares,


dizemos que ocorreu uma desvalorização do Real frente ao
Dólar. Precisa-se de mais reais para comprar a mesma
quantidade de dólares.

Se o preço desce devido a um aumento da oferta de dólares,


dizemos que ocorreu uma valorização do Real frente ao Dólar.
Menos reais serão necessários para comprar a mesma
quantidade de dólares.

As empresas brasileiras que participam do comércio internacional


dependem substancialmente da taxa de câmbio. Entender o
funcionamento desse mercado é fundamental. Ele pode agir de
três maneiras.

A) REGIME DE CÂMBIO FLUTUANTE

Neste caso não há intervenção do Banco Central no mercado. O


preço da moeda estrangeira, ou a taxa de câmbio, é determinado
exclusivamente pela interação entre oferta e demanda. O BACEN
não compra e não vende dólares. Esse procedimento é adotado
nos principais países desenvolvidos.

Após a desvalorização do Real frente ao Dólar em 1999, o País


adotou um regime híbrido de câmbio, que mais se aproxima do
54
cambio flutuante.

B) REGIME DE CÂMBIO FIXO

Este regime representa um caso extremo de controle do


mercado. O Banco Central deve estar constantemente regulando
o mercado. Caso haja um excesso de procura/demanda por
dólares, este deve vender dólares ao mercado para que o câmbio
não se desvalorize.

C) FORMAS HÍBRIDAS DE CÂMBIO

Formas híbridas de câmbio são maneiras de atuar sobre este; é


uma mistura entre o câmbio fixo e o câmbio livre ou flutuante.
Existem inúmeras maneiras intermediárias entre o câmbio fixo e o
câmbio livre de se atuar sobre o câmbio. Este texto se concentra
em duas delas, pelo fato destas terem sido utilizadas na
economia brasileira desde o período de 1994 até 2002. Regime
de Bandas Cambiais e Dirty Float (flutuação suja).

O Regime de Bandas Cambiais, que foi utilizado na economia


brasileira para o período de 1994 a 1999, adota uma flutuação
para a taxa de câmbio dentro de determinados limites, ou seja,
estabelece um teto e um piso. Esta forma de câmbio é
considerada híbrida, porque entre os parâmetros, superiore
inferior, o câmbio flutua livremente, aproximando-se dessa forma
do câmbio livre. Todavia, quando a taxa de câmbio aproxima-se
ou ultrapassa as bandas,as autoridades intervêm no mercado
comprando ou vendendo divisas (dólares) até que a taxa retorne
aos patamares estabelecidos. Sendo assim, podemos considerar
essa taxa fixa dentro de determinados valores.

A amplitude de variação da taxa de câmbio depende dos


interesses das autoridades econômicas, com vista aos objetivos
de política econômica, podendo ter uma flexibilidade maior
(limites mais amplos), ou ter uma maior restrição fazendo com
que o teto e o piso desta flutuação se aproximem, sendo que
neste segundo caso o regime também é chamado de Mini
Bandas Cambiais.

55
A flutuação suja, que passou a ser utilizada no Brasil pós 1999,
distancia-se do Regime de Bandas Cambiais, porque a princípio
o câmbio élivre e pode flutuar livremente. No entanto, quando as
oscilações ocorridas no mercado cambial podem vir a
comprometer determinados objetivos de política econômica, o
governo atua sobre o mercado até que a situação venha a
estabilizar-se. A idéia é que, com a adoção do câmbio flutuante, o
mercado passe a ter uma completa liberdade. Desta maneira, as
intervenções não são desejadas e só ocorrem em situações
específicas.
(O texto Política Cambial é uma reprodução parcial do texto Políticas Econômicas de
Carlos Ilton Cleto e Lucas Dezordi)

TAXAS DE CÂMBIO

1. O que é taxa de câmbio?

Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em


unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. No Brasil, a
moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos,
fazendo com que a cotação comumente utilizada seja a dessa
moeda. Dessa forma, quando dizemos, por exemplo, que a taxa
de câmbio é 2,00, significa que um dólar dos Estados Unidos
custa R$ 2,00. A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma
moeda em relação à outra. As cotações apresentam taxas para a
compra e para a venda da moeda, as quais são referenciadas do
ponto de vista do agente autorizado a operar no mercado de
câmbio pelo Banco Central.

2. Como ter acesso às taxas de câmbio praticadas?

As taxas de câmbio praticadas no mercado de câmbio brasileiro


são livremente negociadas entre os agentes e seus clientes e são
amplamente divulgadas pela imprensa. O Banco Central do Brasil
divulga, em sua página na internet, cotações diárias para as
diferentes moedas.

3. Existe alguma taxa de câmbio fixada pelo Banco Central?

Não. As taxas de câmbio são livremente pactuadas entre as


partes contratantes, ou seja, entre o comprador ou vendedor da
56
moeda estrangeira e o agente autorizado pelo Banco Central a
operar no mercado de câmbio.

O Banco Central coleta e divulga as taxas médias praticadas


no mercado interbancário, isto é, a taxa média do dia apurada com
base nas operações realizadas naquele mercado, conhecida por
"taxa PTAX", a qual serve como referência e não como taxa
obrigatória.

4. Onde posso consultar as taxas divulgadas pelo Banco Central?

As taxas de câmbio divulgadas pelo Banco Central podem ser


consultadas em Câmbio e capitais estrangeiros > Taxas de câmbio > Cotações e
boletins. Também está disponível opção que permite verificar
valores de conversão de moedas, em Câmbio e capitais estrangeiros >
Taxas de câmbio > Conversão de moedas.

Caso seja de seu interesse consultar as séries históricas relativas


às taxas de câmbio, pesquise em: Economia e finanças > Séries
temporais > Setor Externo - Taxas de Câmbio.

5. Fiz compra em moeda estrangeira pelo cartão de crédito e o banco está me


cobrando um valor diferente do publicado na página do Banco Central. Ele pode
fazer isso?

Sim. Conforme esclarecido anteriormente, a taxa de câmbio


divulgada pelo Banco Central serve como uma referência para
um cálculo aproximado dos valores, e não como uma taxa
obrigatória. O pagamento da fatura deve ser realizado pelo
equivalente em reais, devendo ser utilizada, para efeito de
conversão do valor devido em moeda estrangeira para moeda
nacional, a taxa aplicável às operações de câmbio no dia.

6. As taxas podem ser diferentes para moeda em espécie e cheque de viagem?

Sim. As taxas de câmbio são livremente pactuadas entre as


partes, podendo ser diferentes de acordo com a natureza da
operação e/ou a forma de entrega da moeda estrangeira (crédito,
cheque, espécie, etc.).

7. O que significam as taxas de "câmbio comercial", "câmbio turismo" e "paralelo"?

57
Inicialmente destacamos que, desde 2005, quando a Resolução
CMN 3.265 unificou o Mercado de Câmbio de Taxas Livres
(conhecido como "câmbio comercial") e o Mercado de Câmbio de
Taxas Flutuantes (conhecido como "câmbio turismo"), existe um
único mercado de câmbio legal no País.

A terminologia "câmbio comercial" ou "dólar comercial" e "câmbio


turismo" ou "dólar turismo", no entanto, continua a ser utilizada
pelo mercado para indicar as diferentes taxas que pratica de
acordo com a natureza da operação.

Assim, a terminologia "câmbio turismo" ou "dólar turismo" é


utilizada vulgarmente para classificar as operações relativas a
compra e venda de moeda para viagens ao exterior, enquanto a
terminologia "câmbio comercial" ou "dólar comercial" é utilizada
para as demais operações realizadas no mercado de câmbio, tais
como: exportação, importação, transferências financeiras, etc.
Essas expressões são utilizadas mesmo quando as operações
são realizadas em outras moedas estrangeiras, como o euro,
iene, etc.

As operações de câmbio têm diferentes características, de


acordo com a natureza de cada uma, com custos administrativos
e financeiros também diversos. Assim, a taxa de câmbio pode
variar de acordo com a natureza da operação, da forma de
entrega da moeda estrangeira e de outros componentes tais
como valor da operação, cliente, prazo de liquidação, etc. As
taxas de câmbio divulgadas normalmente são médias apuradas
para simples referência.

Quanto ao mercado paralelo, trata-se de um mercado ilegal. O


mercado paralelo, por estar à margem da legislação e
regulamentação vigentes, sujeita seus participantes às sanções
cabíveis.

8. Onde obter informações sobre a taxa SML?

Para informações sobre a taxa SML e sobre o Sistema de


Pagamentos em Moedas Locais, consulte: Câmbio e capitais
estrangeiros >SML - Sistema de Pagamentos em Moedas Locais.

58
Fonte:
http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/taxCam.asp?idpai=port
albcb

Intermediação Financeira e Mercado Financeiro

1. INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA E O MERCADO FINANCEIRO

Em um sistema econômico, as unidades familiares, as empresas,


o governo e o setor externo interagem por meio de fluxos reais
(fatores de produção, produtos e serviços) e dos fluxos
monetários (pagamento pelos produtos e serviços adquiridos,
pagamento de impostos e remuneração dos fatores de
produção).

Nesse sistema, o mercado financeiro desempenha um papel


importante ao promover a intermediação de recursos entre
agentes superavitários e os deficitários de uma sociedade.
Agentes superavitários são aqueles cujos gastos são inferiores às
respectivas rendas. Esses agentes recebem juros pelo capital
aplicado, ou seja, são remunerados por adiar o consumo.

Já os agentes deficitários são aqueles cujos gastos superam as


respectivas rendas. Na condição de deficitários, esses se
dispõem a pagar juros pelo capital obtido sob a forma de
empréstimo – em outras palavras, pagam o preço por usufruírem
antecipadamente de suas receitas.

De um modo geral, as empresas apresentam períodos que se


alteram entre deficitários e superavitários cabendo aos
administradores financeiros conhecer as possibilidades de
aplicação e obtenção de recursos oferecidos por cada segmento
de mercado.

59
O mercado financeiro é o mercado onde os recursos excedentes
da economia (poupança) são direcionados para o financiamento
de empresas e de novos projetos (investimentos). No mercado
financeiro tradicional, o dinheiro depositado em bancos por
poupadores é utilizado pelas instituições financeiras para
financiar alguns setores da economia que precisam de recursos.
Por essa intermediação, os bancos cobram do tomador do
empréstimo (no caso as empresas) uma taxa - spread, a título de
remuneração, para cobrir seus custos operacionais e o risco da
operação. Quanto maior for o risco de o banco não receber de
volta o dinheiro, maior será a spread.

O mercado de capitais faz parte do mercado financeiro. Nele, os


recursos dos poupadores são destinados à promoção do
desenvolvimento econômico de forma direta, isto é, de projetos e
empresas. É no mercado de capitais que empresas que precisam
de recursos conseguem financiamento, por meio da emissão de
títulos, vendidos diretamente aos poupadores/investidores, sem
intermediação bancária. Dessa forma, os investidores
acabam emprestando o dnheiro de sua poupança às empresas,
também sem a intermediação bancária.

O repasse dos recursos de poupadores/investidores às empresas


pode ser feito de duas formas :

1.Dívida:
Os investidores compram títulos (obrigações, ou no inglês,
bonds) emitidos pelas empresas que precisam de dinheiro. Esses
títulos dão aos investidores o direito de receber a quantia
60
emprestada, mais juros previamente determinados. Os títulos são
chamados de títulos de dívida e esse mercado é conhecido como
mercado de renda fixa.

2.Ações:Também aqui os investidores compram títulos emitidos


por empresas. Mas os títulos não garantem remuneração fixa aos
investidores. A remuneração dos títulos são os dividendos - parte
do lucro que uma empresa de capital aberto distribui entre seus
acionistas. Os investidores tornam-se sócios da empresa. Esses
títulos são chamados ações e o mercado é conhecido
como mercado de renda variável.

Entre o mercado de capitais e o mercado financeiro tradicional


existem duas diferenças básicas, que tornam o primeiro mais
eficiente do que o segundo:

• No mercado de capitais a captação de recursos por empresas é


mais barata, pois não há necessidade do pagamento da spread
aos bancos.

• Para o investidor é vantajoso, pois ele pode desfazer-se do


título a qualquer momento, o que não seria possível num
empréstimo tradicional. Ou seja, se o investidor mudar de opinião
quanto ao risco de investir em determinada empresa, pode
vender os títulos no mercado. Essa liquidez (facilidade de compra
e de venda) reduz o seu risco de perda. Assim, o mercado de
capitais faz com que o repasse de recursos dos poupadores às
empresas seja mais interessante para ambas as partes .

O mercado de capitais é fundamental para o crescimento de um


país, pois sem ele muitos projetos não conseguiriam sair do papel
por falta de capital e financiamento. Muitas empresas perderiam
sua competitividade e dificilmente conseguiriam desenvolver-se.
Poucas sobreviveriam num ambiente sem a injeção de capital de
investidores.

O conhecimento dos segmentos do mercado é de fundamental


importância para o administrador financeiro, pois lhe permite
realizar uma gestão eficiente do fluxo de caixa, fazer proteção para diversos ativos
financeiros e, além disso, fornece subsídios para captação de recursos de
longo prazo para a empresa.

61
As empresas brasileiras, em geral, podem utilizar quatros
segmentos do mercado financeiro: o monetário, o de crédito, o de
capital, o de derivativos e o cambial.

1) Mercado monetário.
É nesse segmento que são realizadas as operações de curto e
de curtíssimo prazos. Os papéis mais negociados nesse mercado
são aqueles emitidos pelo Banco Central do Brasil, que servem
para a execução da política monetária do Governo Federal, e
pelo Tesouro Nacional, cujo propósito é o financiamento do déficit
público. Além desses papéis, também são negociados os CDIs
(certificados de depósitos interfinanceiros), exclusivamente entre
instituições financeiras, e os títulos de emissão privada, como o
CDB (certificado de depósito bancário) e as debêntures.

Os papéis negociados no mercado monetário servem como


parâmetro para a formação da taxa de juros básica da economia.

2) Mercado de crédito.
Esse segmento atende às necessidades de crédito de curto e de
prazos dos agentes económicos, principalmente, as solicitações
de financiamento pêlos consumidores e de capital de giro pelas
empresas.

3) Mercado de capitais.
O mercado de capitais atende aos agentes econômicos quanto
às necessidades de crédito de médio e de longo prazos, em
especial aquelas relacionadas a investimentos em ativos
imobilizados. São operações realizadas, principalmente, com
ações e debêntures.

4) Mercado de derivativos:
É onde se realizam operações especulativas ou de proteção dos
agentes econômicos contra oscilações futuras dos preços dos
ativos.

5) Mercado cambial.
O mercado cambial realiza operações de compra e venda de
moedas estrangeiras conversíveis. Atuam nesse mercado,
principalmente, os agentes voltados ao comércio internacional, e

62
as operações são feitas sob a intermediação de instituições
financeiras autorizadas, bancárias e não-bancárias.

RESUMINDO:

Mercado Prazos Objetivos

Controle de liquidez da economia


Monetário Curto e Curtíssimo
Suprimento de capital monetário

Financiamento do consumo
Crédito Curto/médio
Capital de giro das empresas

Curto/médio Financiamento de capital fixo e


Capitais
Indeterminado Financiamentos especiais

Hedge
Derivativos Curto/médio
Especulação

Conversão de moeda
Cambial À vista Curto
Comércio Internacional

O Sistema Financeiro Nacional possui dois subsistemas: o


63
normativo e o de intermediação. O primeiro tem como finalidade
normatizar o sistema financeiro, com suas leis e normas. O
segundo realiza as operações financeiras.

Estrutura do Sistema Financeiro Brasileiro

CMN – Conselho Monetário Nacional:

Responsável pela fixação das diretrizes das políticas monetária,


de crédito e cambial do País. Pelo envolvimento destas políticas
no cenário econômico nacional, o CMN acaba transformando-se
num conselho de política econômica.

BACEN – Banco Central do Brasil:

Entidade criada para atuar como órgão executivo central do


sistema financeiro, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e
fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do
sistema e as normas expedidas pelo CMN. Responsável pela
emissão de moeda, receber os depósitos compulsórios, regular a
execução dos serviços de compensação de cheques e outros
papeis, fiscalizar as instituições financeiras, entre outros.

CVM – Comissão de Valores Mobiliários:

Órgão normativo do sistema financeiro, especificamente voltado


para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado
de valores mobiliários não emitidos pelo sistema financeiro e pelo
Tesouro Nacional. São valores mobiliários: ações, debêntures,
bônus de subscrição, contratos futuros, de opções, de
64
derivativos, dentre outros.

SUSEP – Superintendência de Seguros Privados:

Órgão responsável pelo controle e fiscalização do mercado de


seguros, previdência privada aberta e capitalização.

Secretaria de Previdência Complementar:

Órgão Executivo do Ministério da Previdência e Assistência


Social, responsável pelo controle e fiscalização dos planos e
benefícios e das atividades das entidades de previdência privada
fechada. Considera-se entidade de previdência privada fechada,
sendo complementares ao sistema oficial, sem fins lucrativos.

BB – Banco do Brasil:

Banco múltiplo tradicional, atuando como agente financeiro do


Governo Federal. Principal executor da política oficial de crédito
rural. Ainda administra a Câmara de Compensação de cheques e
outros papéis, efetua os pagamentos e suprimentos necessários
à execução do Orçamento Geral da União, principal executor de
serviços bancários de interesse do Governo Federal.

CEF – Caixa Econômica Federal:

Responsável pela operacionalização das políticas do Governo


Federal para a habitação popular e saneamento básico.
Administra recursos do FGTS, fundos de apoio as
desenvolvimento social, PIS. Administra ainda as lotéricas.

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico:

Instituição responsável pela política de investimento de longo


prazo do Governo Federal. Tem como principais objetivos:
impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País;
fortalecer o setor empresarial nacional; atenuar os desequilíbrios
regionais, criando novos pólos de produção; promover o
desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais e
de serviços.

65
Instituições Bancárias e não Bancárias:

O que diferencia Instituições Bancárias e não Bancárias, são que


as primeiras possuem depósito a vista, portanto, multiplicam a
moeda. As segundas captam através da emissão de títulos para
emprestar e, portanto, intermediam a moeda. São Instituições
Bancárias os bancos comerciais, as caixas econômicas, os
bancos cooperativos. As Instituições não Bancárias, entre outros,
banco de desenvolvimentos, banco de investimentos, sociedades
de crédito, financiamento e investimento – financeiras,
sociedades de crédito imobiliários.

2. TAXA DE JUROS PRÉ E PÓS FIXADA

A diferença básica entre ambas se concentra na forma de compor


a taxa: enquanto a taxa de juros prefixado opera com juros
estáveis, fixos, que considera a inflação, o ganho do tomador ou
investidor, e mais uma margem de garantia para qualquer
eventualidade, o pósfixado conta com taxas de juros menores,
que equivalem apenas aos juros (ou lucro) cobrados por quem
concedeu o crédito. Os outros dois componentes (risco da
economia e inflação) ficam por conta do devedor, que, além do
juro, arca com a correção por um indicador de inflação ou
correlação, como TR ou variação cambial.

Nota-se que, dependendo da situação uma pode ser mais


vantajosa que a outra. Veja o exemplo de um tomador de
recursos. Considerando, por exemplo, que o tomador deva optar
pela taxa de juros de um empréstimo tendo como opção taxa de
juros pré-fixada de 4,5% AM, ou pós fixada de 2,5% acrescidas
da variação da TR (diz-se: 2,5% + TR). Qual a premissa para
optar por uma ou por outra?

Ao optar pela taxa de juros pré fixada, irá pagar 4,5% ao mês,
independentemente da política monetária do governo, subindo ou
descendo a taxa de juros básicas da economia, o tomador irá
pagar 4,5%. Ora, subindo a taxa de juros básica, percebe-se que
o tomador do recurso manteria a taxa de juros pactuadas (4,5%),
não sendo onerado pela alta nas taxa de juros do mercado, e
sendo assim, seria vantajosa a opção pela taxa prefixada. Se
tivesse optado pela taxa de juros pós fixada, subindo a taxa de

66
juro básica, por consequência subiria a TR, tendo o tomador um
aumento no custo do capital emprestado.

Veja que a situação inversa pode ocorrer. Supondo que a taxa de


juros básicas diminuiu, e sendo a opção pela taxa de juros pré
fixada, o tomador pagaria um custo pelo empréstimo mais
elevado do que o praticado no mercado no momento, pela
contratação da taxa pré fixada. Já neste cenário, sendo a opção
pela taxa pós fixada, baixando a taxa de juros básicas, baixaria a
TR, e o custo pago pelo capital emprestado também diminuiria.

O mesmo raciocínio vale para o investidor no mercado financeiro


(poupador). Portanto

RESUMINDO:

1. ÓTICA TOMADOR DE RECURSOS

a. CENÁRIO: EXPECTATIVA DE AUMENTO DE TAXA DE JUROS


BÁSICAS DA ECONOMIA

OPÇÃO: P r é F i x a d a

b. CENÁRIO: EXPECTATIVA DE QUEDA NA TAXA DE JUROS


BÁSICAS DA ECONOMIA

OPÇÃO: P ó s F i x a d a

2. ÓTICA POUPADOR DE RECURSOS

a. CENÁRIO: EXPECTATIVA DE AUMENTO DE TAXA DE JUROS


BÁSICAS DA ECONOMIA

OPÇÃO: P ó s F i x a d a
b. CENÁRIO: EXPECTATIVA DE QUEDA NA TAXA DE JUROS
BÁSICAS DA ECONOMIA

OPÇÃO: P r é F i x a d o

3. MERCADO BANCÁRIO

67
O segmento do mercado bancário possui em sua amplitude três
produtos:

• Produtos de Serviço;

• Produtos de Captação;

• Produtos de Empréstimos.

Veremos os dois últimos:

3.1. PRODUTOS DE CAPTAÇÃO

Em economia, investimento significa a aplicação de capital em meios de produção,


visando o aumento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte,
infraestrutura) ou seja, em bens de capital. O investimento produtivo se realiza quando a
taxa de lucro sobre o capital supera ou é pelo menos igual à taxa de juros.

Já o mercado financeiro entende por investimento as operações


de compra e venda de títulos financeiros como letras de câmbio,
ações, etc. Passaremos a estudar este conceito.

Os títulos de renda variável (Ações) não garantem ao investidor


rendimento definido, não pagam juros sobre o capital, mas,
dependendo do desempenho da empresa, o rendimento pode
ficar muito acima dos títulos de renda fixa. Além disso, tem-se
ainda a vantagem de conseguir dividendos quando uma empresa
tem lucro em determinado período.

Os títulos de renda fixa garantem ao investidor rendimentos


predeterminados, como, por exemplo, a taxa de juros prefixada
ou pós-fixada. Esses títulos são seguros para os investidores,
uma vez que a possibilidade de perda de patrimônio é tendente a
zero, isto é, dificilmente o valor na data de resgate será inferior ao
valor investido. Os títulos são chamados de privados quando
emitidos por instituições privadas e públicos quando emitidos pelo
governo municipal, estadual ou federal.

As instituições financeira tem em suas prateleira uma enorme


variedade de investimentos. Iremos abordar tão somente os
produtos de investimentos considerados principais, sendo que

68
são diversos os secundários.

3.1.1. CADERNETA DE POUPANÇA

Os recursos das cadernetas de poupança devem ser aplicados


de acordo com regras preestabelecidas pelo Banco Central e
que, conforme as variáveis econômicas do momento podem ser
alteradas. Atualmente 65% dos recursos das cadernetas tem a
obrigatoriedade de serem alocados ao SFH (Sistema Financeiro
de Habitação) sob forma de financiamento imobiliário.

A caderneta de poupança é remunerada pela TR da data de


aniversário mais os tradicionais 0,5% a.m. Assim, a caderneta
passou a ter uma correção diferenciada para os vários dias do
mês, funcionando como um CDB pós-fixado.
Os valores de remuneração da caderneta são conhecidos quando
o cálculo da TR é divulgado nos principais jornais do País.
Assim, a poupança é um ativo que rende de acordo com a
quantidade de dias úteis no mês e a variação da TR do período.

Ela recebe depósito de pessoas físicas e jurídicas. A abertura


pode ser feita em qualquer dia do mês, sendo que as contas
abertas nos dias 29, 30 e 31 começam a contar rendimento a
partir do dia primeiro do mês seguinte.

A remuneração é mensal para as pessoas físicas e jurídicas sem


fins lucrativos. Para pessoas jurídicas com fins lucrativos
(empresas), o rendimento é trimestral.

Atualmente, as aplicações em caderneta de poupança de


pessoas físicas e jurídicas não tributadas com base no lucro real
estão totalmente isentas de impostos.

As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real serão


tributadas apenas na declaração de rendimentos. Além disso, as
cadernetas oferecem seguro sobre valores depositados em caso
de morte ou invalidez por acidente do titular.

3.1.2. CERTIFICADOS DE DEPÓSITOS BANCÁRIOS – CDB

O Certificado de Depósito Bancário, o famoso CDB e o Recibo de


69
Depósito Bancário, o RDB, são os mais antigos e utilizados títulos
de captação de recursos pelos bancos comerciais, bancos de
investimento, bancos de desenvolvimento e bancos múltiplos que
tenham uma destas carteiras, sendo oficialmente conhecidos
como depósitos a prazo.

Os recursos captados através desses instrumentos são


repassados aos clientes na forma de empréstimos.

A partir de 02/08/99, os títulos pré ou com taxa flutuante (taxa de


juros pré e pós fixados) deixaram de ter prazo mínimo, mas
ficaram sujeitos a uma tabela regressiva de IOF em função do
prazo de aplicação. A taxa flutuante deve ser regularmente
calculada e de conhecimento público, tendo como base taxas de
mercado prefixadas, podendo inclusive incluir a taxa DI over
calculada pela Cetip.

A liberdade de prazo dos CDB permite que os bancos emitam


CDB com taxa pré ou flutuante, remunerados pela taxa do DI de
qualquer número de dias de acordo com o interesse da instituição
emissora e do cliente, reduzindo, assim, os custos de operações
acessórias.

O CDB é transferível (resgatado, a critério da instituição


financeira, antes do vencimento) por endosso nominativo
(endosso em preto), desde que respeitados os prazos mínimos.
O endossante responde pela existência do crédito, mas não pelo
seu pagamento.

Além disso, não podem ser prorrogados, mas renovados de


comum acordo, por nova contratação.

Os RDB podem ser rescindidos em caráter excepcional, desde


que com o acordo da instituição depositária. Neste caso só pode
ser devolvido o principal.

Mesmo no caso dos CDB existirá, na venda antes do prazo final,


uma perda de rentabilidade, já que o comprador no caso a
instituição financeira, exigirá um spread ou deságio para gerar
liquidez.

70
Para calcular a rentabilidade líquida de um CDB, não levando em
conta a CPMF e o IOF, será necessário calcular o imposto de
renda (IR) incidente sobre o ganho de capital, conforme tabela
abaixo:

3.1.3. FUNDO DE INVESTIMENTOS

Fundos de Investimento são condomínios constituídos com o


objetivo de promover a aplicação coletiva dos recursos de seus
participantes. São regidos por um regulamento e têm na
Assembléia Geral seu principal fórum de decisões.

Os Fundos de Investimento constituem-se num mecanismo


organizado com a finalidade de captar e investir recursos no
mercado financeiro, transformando- se numa forma coletiva de
investimento, com vantagens, sobretudo, para o pequeno
investidor individual.

Tais Fundos de Investimentos, através da emissão de cotas,


reúnem aplicações de vários indivíduos para investimento em
carteiras de ativos disponíveis no mercado financeiro e de
capitais.

Ao Administrador do Fundocompete a realização de uma série de


atividades gerenciais e operacionais relacionadas com os cotistas
e seus investimentos, dentre as quais a gestão da carteira de
títulos e valores mobiliários.

As informações relevantes de um Fundo de Investimento


constam de seuProspectoe de seu Regulamento, que devem,

71
obrigatoriamente, ser entregues ao cotista por ocasião de seu
ingresso no Fundo.

O Regulamento é o documento onde estão estabelecidas as


regras básicas de funcionamento do Fundo. Dentre essas regras,
merecem destaque aquelas que se referem aos ativos que serão
adquiridos e as estratégias de investimento adotadas, uma vez
que estão diretamente relacionadas com o risco do investimento.

O Prospecto é o documento que apresenta as informações


relevantes para o investidor relativas à política de investimento do
Fundo e dos riscos envolvidos, bem como dos principais direitos
e responsabilidades dos cotistas e administradores.

A taxa de administração é um encargo cobrado pelo


Administrador do Fundo como remuneração pela prestação dos
serviços de administração do Fundo e gestão da sua carteira.

Sendo o Fundo um condomínio, cada um de seus participantes


detém um certo número de cotas, determinado pela proporção do
valor aplicado em relação ao patrimônio do Fundo.

O valor total dos recursos do Fundo varia a cada dia,


dependendo da atualização do valor de seus ativos no mercado e
da entrada e/ou saída de cotistas.

Os Fundos de Investimento classificam-se, conforme a


composição de suas carteiras, em:

I – Fundo de Curto Prazo;


II – Fundo Referenciado;
III – Fundo de Renda Fixa;
IV – Fundo de Ações;
V – Fundo Cambial;
VI – Fundo de Dívida Externa; e
VII – Fundo Multimercado.

COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA – SOMENTE PARA CONHECIMENTO

A classificação dos Fundos de Investimento depende da


composição de sua carteira de forma a permitir a fácil

72
identificação dos objetivos definidos na política de investimento e
facilitando a compreensão pelo investidor de suas características
e riscos envolvidos. Assim são definidas a partir do principal fator
de risco associado à sua carteira,
que pode ser o índice de preço, a taxa de juros, o índice de ações
ou o preço do ativo cuja variação produza, potencialmente,
maiores efeitos sobre o valor de mercado da carteira do fundo.

1) Fundos Curto Prazo

Devem aplicar seus recursos exclusivamente em títulos públicos


federais ou privados préfixados ou indexados à taxa SELIC ou a
outra taxa de juros, ou títulos indexados a índices de preços, com
prazo máximo a decorrer de 375 (trezentos e setenta e cinco)
dias, e prazo médio da carteira do Fundo inferior a 60 (sessenta)
dias, sendo permitida a utilização de derivativos somente para
proteção da carteira e a realização de operações
compromissadas lastreadas em títulos públicos federais.

2) Fundos Referenciados

Esses Fundos devem identificar em sua denominação o seu


indicador de desempenho, em função da estrutura dos ativos
financeiros integrantes das respectivas carteiras, desde que
atendidas, cumulativamente, às seguintes condições:

I – tenham 80% (oitenta por cento), no mínimo, de seu patrimônio


líquido representado, isolada ou cumulativamente, por:

a) títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do Banco Central


do Brasil;

b) títulos e valores mobiliários de renda fixa cujo emissor esteja


classificado na categoria baixo risco de crédito ou equivalente,
com certificação por agência de classificação de risco localizada
no País;

II – estipulem que 95% (noventa e cinco por cento), no mínimo,


da carteira seja composta por ativos financeiros de forma a
acompanhar, direta ou indiretamente, a variação do indicador de
desempenho (“benchmark”) escolhido;

73
III – restrinjam a respectiva atuação nos mercados de derivativos
a realização de operações com o objetivo de proteger posições
detidas à vista, até o limite dessas.

3) Fundos Renda Fixa

Devem possuir, no mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira em


ativos relacionados diretamente, ou sintetizados, via derivativos,
aos principais fatores de risco da carteira, que são a variação da
taxa de juros doméstica ou de índice de inflação, ou ambos.

4) Fundos Ações

Devem possuir, no mínimo, 67% (sessenta e sete por cento) da


carteira em ações admitidas à negociação no mercado à vista de
bolsa de valores ou entidade do mercado de balcão organizado
ou em outros ativos autorizados na legislação.

5) Fundos Cambiais

Devem possuir, no mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira em


ativos relacionados diretamente, ou sintetizados, via derivativos,
ao fator de risco do fundo que é a variação de preços de moeda
estrangeira ou a variação do cupom cambial.

6) Fundos Dívida Externa

Devem aplicar no mínimo 80% (oitenta por cento) de seu


patrimônio líquido em títulos representativos da dívida externa de
responsabilidade da União, sendo permitida a aplicação de até
20% (vinte por cento) do patrimônio líquido em outros títulos de
créditos transacionados no mercado internacional.

7) Fundos Multimercado

Estes Fundos possuem políticas de investimento que envolvem


vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em
nenhum fator especial ou em fatores diferentes das demais
classes de fundos. Os fundos classificados como “Referenciado”,
“Renda Fixa”, “Cambial”, “Dívida Externa” e “Multimercado”

74
poderão ser adicionalmente classificados como “Longo Prazo”,
devendo tal expressão constar, também, de sua denominação,
quando estiver previsto, em seu regulamento ou no prospecto,
que têm o compromisso de obter o tratamento fiscal
destinado a fundos de longo prazo previsto na regulamentação
fiscal vigente.

3.1.4. TÍTULOS PÚBLICOS – TESOURO DIRETO

Os títulos públicos são ativos de renda fixa que se constituem em


boa opção de investimento para a sociedade. Os títulos públicos
possuem a finalidade primordial de captar recursos para o
financiamento da dívida pública, bem como para financiar
atividades do Governo Federal, como educação, saúde e infra-
estrutura.

O Tesouro Direto tem como objetivo disponibilizar às pessoas


físicas os mesmos títulos públicos ofertados às instituições
financeiras nos leilões tradicionais do Tesouro Nacional.

Desta forma, são ofertados os seguintes títulos:

LTN -Letras do Tesouro Nacional: títulos com rentabilidade


definida (taxa fixa) no momento da compra.

LFT -Letras Financeiras do Tesouro: títulos com rentabilidade


diária vinculada à taxa de juros básica da economia (taxa média
das operações diárias com títulos públicos registrados no sistema
SELIC, ou, simplesmente, taxa Selic).

NTN-B – Nota do Tesouro Nacional – série B: título com


rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros
definidos no momento da compra.

NTN-B Principal –
Nota do Tesouro Nacional – série B: título com
rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros
definidos no momento da compra. Não há pagamento de cupom
de juros semestral.

NTN-F – Notas do Tesouro Nacional – série F: títulos com


rentabilidade prefixada, acrescida de juros definidos no momento

75
da compra.

O preço de compra dos títulos públicos é calculado com base nas


taxas praticadas pelo mercado, apuradas para a data de
liquidação da compra. O preço de venda pelo investidor ao
Tesouro Direto é calculado pelo Tesouro Nacional com a
aplicação de um spread sobre o preço de compra.

O limite mínimo de compra por investidor é a fração de 0,2 título


(aproximadamente R$ 200,00) e o máximo de R$ 400.000,00 por
mês. Não há limites quanto à manutenção de estoque de títulos
públicos, ou seja, o investidor pode acumular o valor referente à
aquisição do limite máximo de R$ 400.000 todos os meses.

Os títulos públicos são ofertados no Tesouro Direto em frações


de 0,2 título, ou seja, o investidor pode comprar 0,2 título, 0,4
título, 0,6 título, 0,8 título, 1,0 título, 1,2 título e assim por diante.
Não é possível comprar, por exemplo, 0,1 título ou 4,3 títulos.

Ao comprar os títulos públicos o investidor tem a opção de definir


o valor da compra que deseja efetuar ou a quantidade de títulos
que deseja adquirir.

Os títulos adquiridos no Tesouro Direto estarão disponíveis na


conta de custódia do investidor dois dias úteis após o pagamento
(D + 2). Entre a data de compra e a data em que os títulos
tornam-se disponíveis, o investidor poderá consultar o estágio do
processo de liquidação da compra nas consultas de protocolos no
Tesouro Direto.
Os recursos financeiros referentes ao pagamento de resgate,
recompra ou juros são repassados pelo Tesouro Nacional, pelo
valor bruto, ao Agente de Custódia um dia útil após a ocorrência
de um destes eventos. O Agente de Custódia deverá proceder as
deduções de IR e creditar, posteriormente, o valor líquido na
conta investimento do investidor.
As compras de títulos realizadas no Tesouro Direto estão sujeitas
ao pagamento de taxas de serviços. São 3 as taxas cobradas no
Tesouro Direto. No momento da compra do título, é cobrada uma
taxa de negociação de 0,10% sobre o valor da operação. Há
também uma taxa de custódia da BM&F-BOVESPA de 0,30% ao
ano sobre o valor dos títulos.
76
A tributação é de acordo com a tabela apresentada no item 3.1.2.

3.2. PRODUTOS DE EMPRÉSTIMOS

3.2.1. HOT MONEY

São empréstimos de curtíssimos prazos que os bancos fazem às


empresas. Estas recorrem a essa fonte de recursos para ajustar
seus fluxos de caixa.

A taxa de juros do HOT MONEY apresenta-se “linearizada”, pois é


apresentada na forma de taxa mensal ao dia útil ou taxa de
OVER, ou seja, a taxa efetiva de um dia útil multiplicada por 30
dias (convenção de mercado)

Para financiamentos de valores elevados, geralmente a operação


é contratada por um dia e renovada no dia seguinte, caso haja
necessidade. Tal procedimento evita riscos para as partes em
períodos de grandes oscilações nas taxas de juros.

É comum, de forma a simplificar os procedimentos operacionais,


para os clientes tradicionais da mesa neste produto, criar-se um
contrato fixo de hot, estabelecendo as regras deste empréstimo e
permitindo a transferência de recursos ao cliente a partir de um
simples telefonema ou fax, garantidos por uma NP já previamente
assinada, evitando-se assim o fluxo corrido de papéis para cada
operação.

Por ser uma operação de curto prazo, o hot money tem a


vantagem de permitir uma rápida mudança de posição no caso
de uma mudança brusca para baixo nas taxas de juros.

3.2.2. CHEQUE ESPECIAL / CONTA GARANTIDA

Abre-se uma conta de crédito (conta garantida) com um valor-


limite que normalmente é movimentada diretamente pelos
cheques emitidos pelo cliente, desde que não haja saldo
disponível na conta corrente de movimentação. À medida que,
nessa última, existam valores disponíveis, estes são transferidos
de volta, para cobrir o saldo devedor da conta garantida.

77
Para o cliente, o produto garante uma liquidez imediata para suas
emergências. Para o banco, é um instrumento mercadol6gico
forte, mas que, se mal administrado, pode representar uma perda
significativa, tendo em vista seu impacto sobre a administração
de reservas bancárias, já que é necessário deixar recursos de
suas reservas de livre movimentação em stand by para atender à
eventual demanda e, portanto, sem aplicação.

Algumas contas garantidas têm caráter apenas de conta


devedora, funcionam separadas da conta corrente e,
normalmente, exigem do cliente o aviso com antecedência dos
valores a serem sacados, razão pela qual trabalham com taxas
de juros menores.

Os juros sobre esse produto são calculados diariamente sobre o


saldo devedor e cobrados normalmente, no primeiro dia útil do
mês seguinte ao de movimentação.

3.2.3. DESCONTO DE RECEBÍVEIS

Ao contrair uma dívida para pagamento futuro, o devedor


normalmente oferece um título que comprova tal obrigação. De
posse desse título, o credor poderá negociar o seu resgate
antecipado, junto às Instituições Financeiras.

É uma operação de adiantamento de recursos para antecipar o


fluxo de caixa e garantir o capital de giro. Com essa modalidade
de crédito, o cliente recebe à vista o pagamento do serviço
prestado ou do produto vendido e assegura o recebimento
imediato de recursos que só teria disponíveis no futuro.

Títulos de Crédito normalmente negociados em operações de


desconto junto a Instituições Financeiras:

1. Notas Promissórias;
2. Duplicatas;
3. Letras de Câmbio;
4. Cheques pré-datados;
5. Cartão de Crédito;
6. Cobrança;
7. Contratos.

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As operações de desconto bancário, uma das formas mais
tradicionais de financiamento do capital de giro das empresas.
Conforme apresentado, a operação de desconto envolve
basicamente a negociação de um título representativo de um
crédito em algum momento anterior à data de seu vencimento. É
interpretado, em outras palavras, como uma cessão de direitos
existentes sobre um título em troca de alguma compensação
financeira.

As operações de desconto praticadas pelos bancos comerciais


costumam apresentar os seguintes encargos financeiros, os
quais são geralmente cobrados sobre o valor nominal do título
(valor de resgate) e pagos a vista (descontados no momento da
liberação dos recursos).

a. TAXA DE DESCONTO (Nominal) – Basicamente, representa a


relação entre os juros e o valor nominal do título. Esta taxa
costuma ser definida em bases mensais e empregada de forma
linear nas operações de desconto.

b. IOF – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS – Identicamente à


taxa de desconto, este percentual é calculado linearmente sobre
o valor nominal do título e cobrado no ato da liberação dos
recursos.

c. TAXA ADMINISTRATIVA – Cobrada muitas vezes pelas instituições


financeiras visando cobrir certas despesas de abertura,
concessão e controle do crédito. É calculada geralmente de uma
única vez sobre o valor do título e descontada na liberação dos
recursos.

Esses encargos financeiros de desconto bancário são


referenciados, para o cálculo de seus valores monetários, pelo
critério de juros simples.

3.2.4. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS

Empréstimo é um contrato entre o cliente e a instituição financeira


pelo qual ele recebe uma quantia que deverá ser devolvida ao
banco em prazo determinado, acrescida dos juros acertados. Os

79
recursos obtidos no empréstimo não têm destinação específica.

Financiamento é também um contrato entre o cliente e a


instituição financeira, mas com destinação específica, como, por
exemplo, a aquisição de veículo ou de bem imóvel.

No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de


crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o
fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e
adequadamente sobre:

I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;


II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III - acréscimos legalmente previstos;
IV - número e periodicidade das prestações;
V - soma total a pagar, com e sem financiamento.

Normalmente os empréstimos e financiamentos são contratados


em prestações mensais, iguais e sucessivas. Além de juros, é
cobrado IOF – Imposto de operações Financeiras.

3.2.5. LEASING

O leasing não se enquadra na modalidade de financiamento pois


trata-se do aluguel de um bem com a opção de compra no
decorrer do contrato ou então, a sua a devolução.

Além da correção monetária, o leasing sofre a incidência de 0,5%


(podendo variar por regiões) de Imposto sobre Serviços (ISS) e
0,75% para o Programa de Integração Social (PIS).

Seus contratos apresentam o chamado Valor Residual Garantido


(VRG), que corresponde a um percentual variável do valor da
mercadoria que não é amortizado no prazo do contrato.

Numa operação típica de leasing, um resíduo em relação ao valor


do bem aparece ao final do contrato. Cabe ao locatário a escolha
de pagar o resíduo previsto no início do contrato, diluído nas
prestações (ou contraprestações) ou então quitar saldo ao final.

É necessário salientar que nas operações de leasing o produto

80
ficará em nome da financeira (trata-se de aluguel) até o final do
contrato, sendo que o cliente não poderá devolver o bem nem
vendê-lo, sob pena de ser acionado judicialmente por quebra de
contrato.

A legislação que rege os procedimentos das operações de


leasing, não permite a antecipação das prestações ou a
liquidação antecipada do contrato, algo que não ocorre nos
financiamentos. Apesar desta situação existe uma saída: a
empresa de leasing recebe o valor referente às prestações que
serão pagas antecipadamente, quita as parcelas referentes ao
saldo devedor e transforma o contrato de arrendamento mercantil
em uma operação de financiamento tradicional, que como tal
sofre a incidência de IOF.

O cliente do leasing ainda poderá trocar o bem, desde que a


empresa dê prévia anuência. Nessa situação é necessário
negociar a compra do novo produto e a venda do usado. O
arrendatário tem de pagar no ato a diferença. A nova mercadoria
é faturada em nome da empresa de arrendamento.

As empresas optantes pelo lucro real, as despesas do leasing


(parcelas pagas sem o valor residual) são itens totalmente
dedutíveis no lucro tributável para efeito de cálculo do imposto de
renda, ocasionando, conseqüentemente, redução substancial no
custo final da operação. Desta forma, parte do aluguel é
recuperada indiretamente pela empresa sob a forma de economia
do imposto de renda.

3.3. PRODUTOS DE CAPTAÇÃO E EMPRÉSTIMOS

3.3.1 AÇÕES

Ações são a menor parcela do capital de uma empresa. As ações


são títulos que não garantem remuneração predeterminada aos
investidores. Como parte do capital de uma empresa, têm sua
remuneração determinada pela capacidade da empresa em gerar
lucro.

Os detentores de ações são sócios da empresa e, como tal,


correm o risco de sucesso ou fracasso das estratégias adotadas

81
pela mesma. Se o investidor mudar de opinião quanto à
capacidade da empresa em conseguir lucro no mercado, pode
comprar ou vender os papéis. Essa negociação é feita nas bolsas
de valores, um mercado livre e aberto. O funcionamento desse
mercado é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), cujo objetivo é
garantir transparência nos negócios realizados em bolsa e das
informações fornecidas pelas empresas.

TIPOS DE AÇÃO

ORDINÁRIAS (ON) - Conferem a seu detentor, chamado de


acionista, o direito de voto nas assembléias de acionistas da
empresa. Na assembléia são definidas as estratégias de
negócios, são escolhidos os conselheiros e os diretores da
empresa. Os dividendos – parte do lucro que a empresa distribui
entre seus acionistas - podem não ser prioritários para esse tipo
de ação.

PREFERENCIAIS (PN) - O acionista não participa das decisões


estratégicas da empresa, mas por outro lado tem prioridade no
recebimento de dividendos. Também em situações em que a
empresa entra em processo de falência ou de dissolução, esse
acionista tem prioridade no recebimento dos recursos oriundos da
venda dos ativos da companhia. As ações preferenciais são as
mais procuradas por investidores, apresentando maior liquidez
(facilidade
de compra e de venda no mercado). Por isso, é comum as ações
preferenciais terem preço superior ao das ordinárias.

FORMAÇÃO DE PREÇO

O preço das ações está diretamente relacionado à oferta e à


procura. Quando as perspectivas de crescimento dos lucros de
uma empresa aumentam, ampliando suas chances de
valorização no mercado, a procura pelas ações da empresa
também cresce e, conseqüentemente, seu preço.

As perspectivas envolvem fatores como a política econômica,


estratégias da empresa, lançamentos, inovações tecnológicas e
aumento da competitividade dentro de seu setor. Fusões,

82
aquisições ou a possibilidade de fechamento de capital (recompra
de todas as ações em circulação no mercado) também
influenciam no preço das ações.

BOLSA DE VALORES

A bolsa de valores é um local, físico ou eletrônico, onde são


negociados títulos e valores mobiliários emitidos por empresas.
As ações são os títulos mais comprados e vendidos nas bolsas.

BOVESPA

A BOVESPA é a Bolsa de Valores de São Paulo, fundada em


agosto de 1890.

Atualmente, a Bovespa é a instituição com maior destaque no


mercado acionário brasileiro por abrigar o maior centro de
negociação dentre as nove bolsas de valores do País. A Bovespa
é uma instituição formada por associações civis sem fins
lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial.
Toda regulamentação é supervisionada pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).

3.3.2. DEBÊNTURES

Debênture é um título privado. Títulos privados são títulos


emitidos por empresas para a captação de recursos sob a forma
de dívida. Esses títulos garantem a seu detentor remuneração
preestabelecida, que varia em função do prazo da operação e do
risco de crédito de cada empresa. Os principais títulos privados
são:

• Certificados de Depósito Bancário (CDB);


• Letras de Câmbio (LC);
• Letras Hipotecárias (LH);
• Nota Promissória (NP);
• Debêntures: títulos de médio e longo prazo emitidos por
sociedades anônimas para financiar projetos e capital de giro
junto a investidores. As debêntures são negociáveis e garantem a
seu detentor pagamento de juros periódicos. Apesar de serem
classificadas como títulos de renda fixa, as debêntures podem ter

83
características de renda variável, como prêmios, participação no
lucro da empresa ou até mesmo conversibilidade em ações da
companhia. As debêntures são regulamentadas pela Comissão
de Valores Mobiliários. As características das
debêntures são: Nome da Empresa, Número da Emissão, Data
da Emissão, Vencimento, Garantias, Tipo (simples, conversível
em ações ou permutável), Valor, Cronograma de Pagamento de
Juros e Datas de Repactuação de Juros, Banco responsável pela
emissão e o Agente Fiduciário. Possui imposto de renda sobre a
rentabilidade sobre tanto para pessoas físicas como pessoas
jurídicas.

Análise de Balanços
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS – MATÉRIA DE CONTABILIDADE

Balanço Patrimonial Ativo

 Ativo Circulante
Contas que representam bens e direitos. Possuem liquidez imediata, ou que
possam ser convertidas em dinheiro no curto prazo.
 Contas do Ativo
- Caixa: dinheiro disponível para uso imediato.
- Bancos: dinheiro depositado em c.c. para livre movimentação.
- Aplicações financeiras: aplicação dos excedentes momentâneos de
caixa em investimentos de liquidez imediata.
- Duplicatas a receber: valores a receber de clientes resultantes de
vendas a prazo.
- Estoques: valor monetário das matérias prima que serão
consumidos na produção (indústria) e mercadorias (comércio)
- Despesas antecipadas: pagamento antecipado das despesas relativas
ao exercício seguinte (seguro, assinatura de jornais, etc).

 Ativo Realizável a Longo Prazo


Direitos cujos vencimentos ocorrem após o término do próximo exercício fiscal. Com o
passar do tempo essas contas são transferidas para o AC, tais como adiantamentos
ou empréstimos a sociedade coligadas, a diretores, acionistas, etc.

 Ativo Permanente
Aplicação de recursos que tem caráter permanente na empresa, que não pretende vender.
 Contas do AP

84
 Contas do Ativo Permanente

Investimentos:
aplicações que não se destinam à manutenção da
atividade da empresa, como participação permanente em
sociedades coligadas ou controladas, investimento em obras de
arte e imóveis não destinados a uso próprio.

Imobilizado:
bens corpóreos destinados a manutenção das
atividades da empresa, ou exercidos com esta finalidade.

Diferido:
despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação
que contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado de
mais de um exercício social.

Intangível:
os direitos que tenham por objetivos bens incorpóreos
destinados à manutenção da empresa ou exercidos com esta
finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

Balanço Patrimonial Passivo

 Passivo Circulante
São as obrigações a pagar no curto prazo, ou seja, obrigações cujo vencimento ocorrerá
até o termino do próximo exercício social.

 Contas do PC
Duplicatas a pagar: compras efetuadas a prazo de fornecedores (cp)

Impostos a pagar ou a recolher:


obrigações fiscais, como taxas,
contribuições, ICMS, IPI, ISS, IR, etc.

Salários a pagar:salários de meses encerrados que são pagos nos


meses seguintes.
Encargos Sociais: obrigação junto a agentes arrecadadores, como
INSS e o FGTS.

Outras obrigações:
demais obrigações, como dividendos a distribuir,
energia elétrica, telefone, aluguéis, etc.

 Exigível a Longo Prazo


São as obrigações a pagar cujo vencimento ocorrerá após o encerramento do próximo
exercício social. São contas destes grupos: debêntures a resgatar, financiamentos junto a

85
instituições financeiras, etc.

 Resultado dos Exercícios Futuros


Compreendem as receitas relativas a exercícios futuros que já foram recebidas, deduzidas
dos respectivos custos e despesas incorridas ou a incorrer.

 Patrimônio Líquido
Representa os recursos pertencentes aos proprietários da empresa.

 Contas do PL
recursos integralizados pelos sócios ou acionistas da
Capital Social:
empresa somado os aportes posteriores em conjunto com os
valores transferidos das contas de reservas.

Reservas de Capital:
acréscimos patrimoniais que não constituem
receitas para a empresa, como ágio na emissão de ações,
quando vendidas acima do valor patrimonial.

Reservas de lucros:
lucros líquidos retidos, com intuito de manter a
integralidade do capital social, expansão da empresa,
compensação de redução dos lucros futuros, lucros contábeis,
porém, não se realizaram financeiramente.

aumentos ou diminuições a valores


Ajustes de avaliação patrimonial:
atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência do
valor de mercado, enquanto não computados no resultado do
exercício.

Prejuízos acumulados:
prejuízos do último exercício. No futuro ao
apresentar lucro, primeiro deverão ser compensados os prejuízos
acumulados, e o saldo remanescente será destinado a reservas
de lucros.

Ações em tesouraria:
ações adquiridas da própria empresa cujo valor
deve ser deduzido do PL.

Balanço Patrimonial

Demonstrativo do Resultado do Exercício

86
É o relatório contábil que evidencia a formação do resultado
líquido do exercício pelo confronto das receitas com os custos e
as despesas apuradas em obediência ao regime de competência
Contem as seguintes contas:

Receita operacional bruta

Compreende o valor das vendas de mercadorias, produtos ou


serviços, nas condições a vista ou a prazo.

Deduções e abatimentos

Compreende as reduções da receita operacional bruta relativas a


impostos sobre vendas (IPI, ICMS e ISS) e as deduções e
abatimentos (vendas canceladas, descontos concedidos, etc).
Não inclui descontos financeiros concedidos a clientes para
pagamento antecipado, o que é despesa financeira.
Custo operacional

Corresponde aos gastos incorridos pela empresa na obtenção do


item objeto da venda realizada.

Custos de mercadorias vendidas

Em empresas comerciais, que tem por características


revenderem as mercadorias no mesmo estado que as adquiriu
dos fabricantes. Engloba os valores pagos a seus fornecedores,
os fretes e seguros, quando de sua responsabilidade.
Custos de produtos vendidos

Em empresas industriais, que tem por característica transformar


matéria-prima em produto. Os custos dos produtos correspondem
aos gastos relativos à fabricação, composto pelo custo de
matéria-prima, de mão-de-obra e por todos os demais custos do
processo.

Custos de serviços prestados

Em empresas prestadoras de serviço, tendo como custos,


basicamente, compostos de mão-de-obra e de custos

87
relacionados à estrutura de que a empresa dispõe para realizar
os serviços.

Despesas operacionais

Correspondem aos gastos decorrentes do funcionamento normal


da empresa, exceto aquelas classificadas como custos
operacionais.

Despesas administrativas

Gastos com a administração da empresa, incluindo salários dos


funcionários, honorários da diretoria administrativa, aluguéis de
escritório, gastos com auditoria e consultoria contratadas, etc.

Despesas de vendas

Gastos incorridos com a geração de receitas, incluindo aqueles


relativos a promoções, vendas e distribuição de produtos,
mercadorias e serviços, salários e comissões de vendedores,
honorários da diretoria comercial, aluguéis de escritório de
vendas e representações, etc.

Despesas financeiras líquidas

Diferença entre as receitas e as despesas financeiras. As


despesas financeiras englobam os juros pagos a instituições
financeiras relativo a empréstimos, as comissões bancárias, os
impostos sobre operações financeiras, os descontos concedidos
a clientes quando da antecipação dos pagamentos, etc. As
receitas financeiras compreendem os juros obtidos pelas
aplicações de saldo de caixa, os descontos obtidos de
fornecedores, os juros cobrados por atraso de pagamento de
clientes, etc.

Outras despesas operacionais

É a diferença entre as receitas operacionais e as despesas


operacionais que não integram os itens anteriores. Incluem
receitas de aluguéis, de transações eventuais (venda de
sucatas), de participação de sociedades coligadas ou

88
controladas, etc.

Resultados não operacionais

Correspondem os ganhos e as perdas de capital, sendo


resultantes de operações relacionadas à baixa por obsolescência
ou à venda de bens ou direito do ativo permanente.
Provisão para a contribuição social e IR

A contribuição social e o IR tem como base o lucro real, no caso


de empresas que fizeram opção por esse modo de tributação.
Participações e contribuições

Compreendem as parcelas do resultado distribuídas aos


empregados, administradores, debenturistas e outros
interessados que tenham direito de participação no lucro da
empresa. Já as contribuições compreendem as parcelas do
resultado destinadas a instituições, como fundos de assistência
ou previdência dos funcionários.

Lucro ou prejuízo líquido do exercício

O lucro líquido é a parcela do lucro remanescente do exercício


social. Todo ele, ou parte dele, será transferido para a conta
reservas de lucro, e em eventual prejuízo, para prejuízos
acumulados, constante do PL no Balanço de Pagamento. A
parcela não retida pela empresa é distribuída a seus acionistas
ou proprietários.

Notas Explicativas

As demonstrações contábeis serão complementadas por notas


explicativas necessárias aos esclarecimentos da situação
patrimonial e dos resultados do exercício.

Devem indicar:

a) Os principais critérios de avaliação de elementos patrimoniais,


especialmente os estoques, depreciação, amortização e
exaustão, dentre outros.

89
b) Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes.

c) O aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas


avaliações.

d) Os ônus reais constituídos sobre os elementos do ativo, as


garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades
eventuais ou contingentes

e) As taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das


obrigações a longo prazo

f) A quantidade, as espécies e as classes das ações do capital


social

g) As opções de compra de ações outorgadas e exercidas n


exercícios

h) Os ajustes dos exercícios anteriores

i) Os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício


que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a
situação financeira e os resultados futuros da companhia.

ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTO

90
91
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONTAS DO BALANÇO
PATRIMONIAL

Ativo

Ativo Circulante

Contas que representam bens e direitos. Possuem liquidez


imediata, ou que possam ser convertidas em dinheiro no curto
prazo.

Ativo Realizável a Longo Prazo

Direitos cujos vencimentos ocorrem após o término do próximo


exercício fiscal. Com o passar do tempo essas contas são
92
transferidas para o AC, tais como adiantamentos ou empréstimos
a sociedade coligadas, a diretores, acionistas, etc.

Ativo Permanente

Aplicação de recursos que tem caráter permanente na empresa,


que não pretende vender.

Passivo

Passivo Circulante

São as obrigações a pagar no curto prazo, ou seja, obrigações


cujo vencimento ocorrerá até o termino do próximo exercício
social.

Exigível a Longo Prazo

São as obrigações a pagar cujo vencimento ocorrerá após o


encerramento do próximo exercício social. São contas destes
grupos: debêntures a resgatar, financiamentos junto a instituições
financeiras, etc.

Resultado dos Exercícios Futuros

Compreendem as receitas relativas a exercícios futuros que já


foram recebidas, deduzidas dos respectivos custos e despesas
incorridas ou a incorrer.

Patrimônio Líquido

Representa os recursos pertencentes aos proprietários da


empresa.

Balanço Patrimonial

Demonstrativo do Resultado do Exercício

É o relatório contábil que evidencia a formação do resultado


líquido do exercício pelo confronto das receitas com os custos e
as despesas apuradas em obediência ao regime de competência.

93
Notas Explicativas

As demonstrações contábeis serão complementadas por notas


explicativas necessárias aos esclarecimentos da situação
patrimonial e dos resultados do exercício.

PRINCIPAIS PRINCÍPIOS

Princípio do registro pelo valor original:

Estabelece que todos os registros de movimentações e


transações são efetuados pelo seu valor de entrada, ou seja, o
seu valor original.

Princípio da competência:

As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do


resultado do exercício em que ocorrem, independentemente do
seu recebimento ou de seu pagamento.

Convenção da consistência:

Uma vez adotado determinado procedimento (entre todos os


possíveis), ele não deverá ser alterado com freqüência, sob pena
de prejudicar a comparação dos dados contábeis no tempo.

PRINCIPAIS USUÁRIOS

Fornecedores

Interessam-se em conhecer a liquidez da empresa, ou seja, sua


capacidade de quitar as obrigações em dia visando manter o
fornecimento de bens e serviços.

Clientes

Interessam-se em conhecer, por exemplo, a situação de liquidez


no curto prazo do fornecedor. Inclui compradores de bens que
demandem longo prazo de execução ou compradores que têm
forte dependência de um mesmo fornecedor.

94
Instituições Financeiras

Buscam conhecer as condições financeiras da empresa em


relação à sua capacidade de gerar caixa para pagamento de
juros e amortização do principal de dívidas.

Concorrentes

Buscam conhecer a empresa em seus pontos fortes e fracos. As


demonstrações contábeis de um concorrente contribuem para a
auto-avaliação de uma empresa levando-a a aproveitar
oportunidades e se precaver de ameaças.

Acionistas atuais e potenciais

Buscam identificar a capacidade que as empresas nas quais


pretendem aplicar seus recursos têm de remunerá-los
adequadamente. São importantes para eles, por exemplo, os
indicadores relacionados a dividendos, rentabilidade sobre o
capital próprio e lucro por ação.

Os próprios administradores

Buscam monitorar o desempenho da empresa reflexo de sua


gestão.

ALGUNS CONCEITOS DO BALANÇO PATRIMONIAL

95
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU ANÁLISE DE BALANÇOS

A análise de balanços, também chamada das demonstrações

96
contábeis, proporciona um exame a respeito da posição atual e
da evolução da situação econômica e financeira da empresa,
bem como a comparação dela com outras.

A finalidade da análise de balanços é auxiliar os usuários a


otimizarem suas decisões em relação à empresa. Para tanto, eles
combinam um conjunto de indicadores obtido a partir das
demonstrações contábeis de uma empresa e as comparam com
seus períodos anteriores, com indicadores de outras empresas
do mesmo setor, bem como com os indicadores do próprio setor.
Isso lhes permite tirar conclusões a respeito da empresa e,
assim, estar suficientemente informados para tomar decisões.

As técnicas mais simples utilizadas para análise de balanços são


a análise vertical, e a horizontal. Outra medida tradicional de avaliação é
a realizada por meio de índices econômico - financeiros.

Análise Vertical:

A análise vertical consiste em uma comparação da


representatividade, em percentual, da conta com o grupo de
contas a que pertence. Para o Balanço de Pagamento, o cálculo
da participação relativa das contas do ativo é feito por meio da
divisão do valor de cada conta pelo valor total do ativo,
multiplicando por cem, aplicando-se o mesmo procedimento para
as contas do passivo. Obrigatoriamente o total do ativo e o total do passivo terão
um total de 100%. Normalmente não usamos casas depois da vírgula,
arredondando os valores percentuais. Para o DRE o cálculo é
feito por meio da divisão do valor de cada conta pelo valor da
receita operacional líquida, que, nesse caso, tem o percentual
igual a 100.

Análise Horizontal:

A análise horizontal evidencia a evolução das contas das


demonstrações contábeis ao longo dos anos. Para isso, o
número-índice-base é igual a 100 e é estabelecido para os
valores de cada conta das demonstrações mais antigas. Nos
números índices dos mais recentes são calculados de acordo
com a seguinte equação:

97
É preciso ter cuidado com o cálculo e com a análise por meio de
números-índices em situações em que, por exemplo, a empresa
tenha apresentado prejuízo e, nos anos seguintes, tenha
apresentado lucros, ou seja, na demonstração antiga, uma conta
estiver sem valor (neste caso, deve-se analisar a conta em
números absolutos, ema vez que não é possível a divisão por
zero).

Índices Econômicos Financeiros

A análise de índices ajuda a revelar a condição global de uma


empresa. Auxiliam analistas e investidores a determinar se a
empresa está sujeita ao risco d insolvência e se está indo bem
em relação ao seu setor de atividade ou aos seus concorrentes.
Os investidores consultam os índices para avaliar melhor o
desempenho e o crescimento da empresa. Conseqüentemente,
índices financeiros medíocres geralmente levam a custos mais
elevados de financiamento, enquanto bons índices muitas vezes
significam que os investidores estarão
dispostos a colocar recursos à disposição da companhia com
custos mais razoáveis. Os bancos usam os índices para
determinar se concedem crédito e, em caso positivo, qual o seu
valor.

Os credores preocupam-se quando uma empresa não gera lucros


suficientes para fazer os pagamentos periódicos de juros sobre
as dívidas existentes. Também ficam apreensivos em relação às
empresas que têm os mais altos índices de endividamento, já que
uma tendência ao dec1ínio nos negócios pode levar a empresa à
insolvência. Os analistas de títulos constantemente monitoram os
diferentes índices financeiros das companhias por meio de
planilhas eletrônicas computadorizadas. Por meio dessa análise,
podem detectar os pomos fortes e fracos de diferentes empresas.
Os dirigentes utilizam os índices financeiros para monitorar as
operações, a segurandose de que suas empresas estão usando

98
os recursos disponíveis de forma eficaz, e para evitar a
insolvência. A idéia édescobrir se a posição financeira e
operacional da empresa está melhorando com o passar do tempo
e se seus índices globais estão melhores ou piores que os
índices dos concorrentes.

Quando esses índices ficam abaixo de certos padrões, é


responsabilidade do dirigente retomar o controle antes que
surjam problemas sérios.

A análise do índice permite-nos um melhor entendimento das


relações entre o balanço patrimonial e o demonstrativo de
resultado. Por exemplo, para calcular o retorno do investimento
da empresa, precisamos do valor do ativo total do balanço
patrimonial e do lucro líquido do demonstrativo de resultado.
Além disso, alguns indicadores podem indicar o grau de eficácia
com que os ativos estão sendo usados e se a estrutura de
financiamento é das melhores. Sem dúvida, o uso dos índices
financeiros é um instrumento importante no planejamento
financeiro moderno.

Os índices econômico-financeiros são obtidos por meio da


relação entre as contas ou grupos de contas das demonstrações
contábeis e podem ser agrupadas de diferentes maneiras. As
mais comuns são:

1) Índices de Liquidez;

Ograu de liquidez de um ativo depende da rapidez com que ele é


transformado em caixa sem incorrer em perda substancial. A
administração da liquidez consiste em equiparar os prazos das
dívidas com os prazos dos ativos e outros fluxos de caixa a fim
de evitar a insolvência técnica. A mensuração da liquidez é
importante. A questão central, entretanto, é a da capacidade de a
empresa gerar caixa suficiente para pagar seu: fornecedores e
credores.

Em essência, os índices de liquidez testam o grau de solvência


da empresa. Medem a capacidade de pagamento das dívidas de
empresa. Assim, servem para evidenciar a capacidade da
empresa em pagar suas obrigações de acordo com seus bens e

99
direitos. Mede a existência ou não de solidez financeira para
pagar os compromissos com terceiros. Mede em unidades
monetárias a quantidade de recursos que a empresa possui para
pagar suas dívidas.

2) Índices de atividades;

Os índices de atividade determinam a rapidez com que uma


empresa pode gerar caixa se houver necessidade.
Evidentemente, quanto mais rápido uma empresa puder
converter os estoques e contas a receber em caixa, melhor para
ela. Os seguintes índices e cálculos consideram o ano tendo 360
dias.

Mede a velocidade dos elementos patrimoniais, o tempo que uma


empresa demora, em média, para receber duplicatas de clientes,
pagar fornecedores e renovar estoque, além de medir os giros
destas contas.

3) Índices de Endividamento;

Uma Empresa pode tomar dinheiro emprestado a curto prazo,


principalmente para financiar se capital de giro, ou a longo prazo,
sobretudo para comprar instalações ou equipamentos. Quando a
empresa se endivida a longo prazo, compromete-se a efetuar
pagamentos periódicos de juros – e liquidar o principal na data do
vencimento. Para fazer isso, deve gerar lucro suficiente para
cobrir os pagamentos das dívidas. Uma forma para descobrir o
grau de endividamento de uma empresa é analisar vários índices
de endividamento.

4) Índices de Lucratividade.

Os investidores, acionistas e administradores financeiros prestam


bastante atenção à rentabilidade das empresas. A análise da
lucratividade começa pelo exame da maneira pela qual os ativos
foram empregados. Os bons dirigentes usam com eficiência seus
ativos. Por meio do aumento da produtividade, eles são capazes
de reduzir ou controlar as despesas. As taxas de retorno
alcançadas por qualquer empresa são importantes se seus
dirigentes pretendem atrair capitais e contratar financiamentos

100
bem sucedidos para o crescimento da empresa.

Se as taxas de retorno para uma dada empresa ficarem abaixo


do nível aceitável, o seu índice P/L (índice de mercado) e o valor
de sua ação despencarão – eis por que a mensuração do
desempenho do lucro é crucial para qualquer empresa.

Vejamos os índices:

1) ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Evidencia quanto à empresa tem de bens e direitos de curto


prazo para cada unidade monetária de obrigações de curto prazo.
Nem sempre mede a verdadeira liquidez de uma empresa.
Obviamente, uma empresa com grandes reservas de caixa e de
títulos negociáveis é mais líquida que outra que possua grandes
estoques e tenha títulos a
receber com prazos muitos variáveis.

Evidencia quanto à empresa tem de bens e direitos mais


rapidamente conversíveis em dinheiro para cada unidade
monetária de obrigações de curto prazo. Eliminando a categoria
de circulantes menos líquidos, os estoques, e concentrando-se
em ativos mais facilmente conversíveis em caixa, o índice de
liquidez seca determina se uma empresa pode cumprir suas
obrigações com credores, se as vendas caíres drasticamente.

2) ÍNDICES DE ATIVIDADE

Evidencia, em média, quanto tempo a empresa leva para receber


o montante de vendas,em dias. Encontrando o PMC de uma

101
empresa ficamos sabendo quantos dias ela deverá esperar antes
que suas contas a receber se transformem em caixa. Assim como
outros índices, o período médio de cobrança deve ser examinado
em conjunto com outras informações. Se a política da empresa é
conceder crédito aos clientes por 38 dias, então um período
(PMC) de 45,8 dias, por exemplo, implica que a empresa tem
problemas para cobrar no prazo e deve rever sua política de
crédito. Ao contrário, se a política atual da empresa é conceder
55 dias de prazo aos seus clientes, então, os 45,8 dias de média
indicam que a política de cobrança da empresa é eficiente.

Indica quanto tempo, em média, a empresa demora a pagar os


fornecedores. Apesar de ser calculado de modo similar ao cálculo
do índice do período médio de cobrança, neste caso, é
necessário estimar o montante de compras anuais a prazo, o que
não é informado nas demonstrações contábeis. Para isso,
consideram-se as compras a prazo como uma porcentagem do
custo dos produtos vendidos (compras anuais a prazo = custos
de produtos vendidos x percentual estimado de compras a prazo)
Alternativamente, esse valor pode ser obtido pela equação:
compras anuais = custos de produtos vendidos – estoque inicial +
estoque final. Índice é indicado em dias.

Indica o número de dias, em média, que os estoques levam para


serem renovados. Informam quantos dias a empresa, em média,
leva para converter seus estoques em caixa. O giro do estoque é
importante para uma empresa porque os estoques são os ativos
circulantes menos líquidos. Como a empresa tem fundos (CG)
imobilizados nos estoques, é vantajoso para ela vender o mais
rápido possível para liberar o caixa para
outros usos. Geralmente um alto giro de estoque é considerado
um uso eficaz desses ativos. Estes índices devem ser
comparados com a média do setor antes de qualquer
interpretação a ser feita, porque os índices podem variar bastante
102
de setor para setor. Companhias que vendem bens perecíveis,
geralmente têm um baixo índice de conversão (do estoque em
caixa) enquanto que um fabricante de escavadeiras o seu
período de conversão é bem maior.

3) ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO

Indica a relação percentual entre o capital de terceiros de curto e


longo prazos e o Ativo Total. Demonstra em outras palavras,
quanto do Ativo Total é financiado por recursos de terceiros.
Quanto maior este índice, maior a dependência de capital de
terceiros.

Indica quanto do Ativo Permanente é financiado pelo Patrimônio


Líquido, evidenciando maior ou menor dependência de capital de
terceiros. Maior ou menor imobilização do Patrimônio Líquido.

4) ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE

Indica a relação entre o lucro bruto e a receita operacional


líquida. As margens de lucro bruto mostram o grau de eficiência
da administração de uma empresa para usar materiais e mão de
obra no processo de produção. Quando os custos de materiais e
de mão de obra sobrem rapidamente, é possível que a margem
de lucro bruto se reduza, a
menos que a empresa possa transferir esses custos aos clientes
aumentando o preço.

103
Indica a relação entre o lucro operacional e receita operacional
líquida. Mostra o grau de sucesso da administração da empresa
nos negócios, gerando seu lucro operacional.

Indica a relação entre o lucro operacional e receita operacional


líquida. A margem de lucro líquida é aquela oriunda de todas as
fases de um negócio. Em outras palavras, esse índice compara o
lucro líquido com as vendas. Algumas empresas têm margens
líquidas acima de 20%, e outras, margens líquidas baixas, em
torno de 3% a 5%. O nível dessas margens varia de setor para
setor. Em geral, as companhias mais bem administradas
registram maiores margens relativas de lucro porque seus
recursos são administrados com mais eficiência. Do ponto de
vista do investidor, é vantajoso para uma empresa manter as
margens de lucro acima da média do setor e, se possível,
demonstrar uma tendência de melhora. Quanto mais uma
empresa mantiver baixas as suas despesas – qualquer que seja
seu nível de vendas -, maior será seu índice da margem de lucro
líquido.

O índice de retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) mede a


taxa de retorno dos acionistas. Os analistas de mercado de
capiatais, tanto quanto os acionistas, se interessam muito por
este índice. Em geral quanto maior o retorno, mais atraente é a
ação. Esse índice é uma forma de avaliar a rentabilidade e a taxa
de retorno da empresa, que podem também ser comparadas às
outras ações.

Bibliografia/Links Recomendados

104
PADOVEZE, Clovis Luis Introdução à Administração Financeira. São
Paulo: Thomson Pioneira, 2005.
HOJI, M. Administração Financeira: uma abordagem prática.2ed. São
Paulo: Atlas, 2006.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de
Administração Financeira. 2ed. São Paulo: Atlas, 2002.

BRIGHAM, E. F; GAPENSKI, L. C.; EHRHARDT,


M.C. Administração Financeira: teoria e prática. São Paulo: Atlas,
2005.
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10 ed. São
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HERRMANN JR, F. Analise De Balanços Para A Administração Financeira.
3ed. São Paulo: Atlas, 2003.
NIKBAKHT, E; GROPPELLI, A.A. Administração Financeira – Série
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MEGLIORINI, E.; VALLIM, M.A., Administração Financeira – Uma
abordagem Brasileira. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.
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