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C A P Í T U LO 4

Desenvolvimento da oclusão dentária


Bernardo Quiroga Souki
Cybelle Luisa Pereira
Izabella Lucas Abreu Lima
Daniel Santos Fonseca Figueiredo

As mudanças vividas pela odontologia nas últimas décadas, gios: pré-dental, erupção dos dentes decíduos e dentadura
decorrentes da redução drástica na prevalência da doença decídua madura.1
cárie, determinaram um novo papel para os cirurgiões-
-dentistas que se prontificam ao atendimento de crianças
e adolescentes. O monitoramento do desenvolvimento da
Pré-dental
oclusão dentária, dentro de um programa permanente de Também conhecido como período dos roletes gengivais,
saúde bucal, faz parte do espectro de responsabilidades caracteriza-se pelos abaulamentos gengivais espessos e
confiadas a esses profissionais. Tal acompanhamento deve segmentados que indicam o local de desenvolvimento dos
contribuir para o desenvolvimento de uma dentadura per- germes dentários. A arcada superior apresenta formato de
manente saudável nos aspectos funcionais e estéticos.1 ferradura e se encontra posicionada anteriormente à arca-
Neste capítulo optou-se por utilizar a classificação da da inferior, mais estreita e em forma de U. Não existe uma
biogênese da oclusão dentária em três momentos distin- padronização ou relação fixa entre maxila e mandíbula, mas
tos: as dentaduras decídua, mista e permanente. Tal no- geralmente se observam contatos entre os roletes gengi-
menclatura é de uso simples pelos clínicos, permitindo uma vais posteriores e o espaçamento entre os arcos anteriores
boa comunicação entre os profissionais e o núcleo familiar (Figura 4-1).2 A relação entre mandíbula e maxila observa-
no dia a dia. Para as fases de dentaduras decídua e mista da neste período não é preditiva de alterações ósseas ou
adotaram-se, ainda, algumas subdivisões, para facilitar o oclusais futuras.2 Entretanto, deve-se enfatizar que a ama-
entendimento. mentação desenvolve importante papel no crescimento e
Antes de iniciar a descrição das características de nor- desenvolvimento dessas estruturas.3
malidade no desenvolvimento da oclusão dentária, faz-se Ao nascimento, os dentes decíduos se encontram api-
necessária a diferenciação dos termos dentição e denta- nhados em suas bases ósseas. Porém, no primeiro semes-
dura, usados muitas vezes de maneira incorreta. Os seres tre de vida, ocorre um extenso crescimento da mandíbula
humanos são difiodontes, ou seja, têm duas dentições: uma
decídua e outra permanente. Entretanto, durante o proces-
so de maturação, passamos por diversos estágios de de-
senvolvimento da oclusão, que vão determinando diferentes
dentaduras: decídua, mista e permanente. Assim, o termo
dentição deve ser empregado para designar os dois tipos
de dentes, enquanto o termo dentadura indica o conjunto
de dentes dentro de suas bases ósseas.1

DENTADURA DECÍDUA
Para um melhor entendimento do desenvolvimento da den- FIGURA 4-1 Visão lateral dos roletes gengivais. Observa-se con-
tadura decídua, que acontece desde o nascimento até o tato dos roletes posteriores e espaçamento entre os arcos ante-
período imediatamente anterior à erupção do primeiro dente riores. Observa-se, ainda, o posicionamento anterior da maxila
permanente, este assunto será apresentado em três está- em relação à mandíbula. Fonte: Toledo.4

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e da maxila, tanto no sentido transversal (sutura palatina permanentes, exceto nas situações onde fatores etiológicos
mediana e sínfise mandibular) quanto no sagital. Esse cres- extremos possam estar presentes.
cimento, na maioria dos casos, é suficiente para que a erup- Em 1950, Baume10 descreveu dois tipos de arcos den-
ção dos dentes decíduos ocorra sem apinhamento.2,5 tários decíduos. No arco do tipo I existem diastemas gene-
Ocasionalmente, observa-se a presença de dentes na- ralizados e no arco do tipo II, nenhum espaçamento inter-
tais (presentes ao nascimento) ou neonatais (irrompem até dentário, apenas o espaço primata pode ser identificado.
30 dias após o nascimento). Nesses casos, cabe ao odon- Os dois tipos de relação dentoalveolar descritos por Bau-
topediatra e/ou ao pediatra definirem a melhor conduta a me são considerados normais. Porém, incisivos alinhados
ser tomada.6,7 e sem diastemas têm 75% de chance de se apresentarem
apinhados no futuro.11 É importante salientar que é possí-
vel haver, em uma mesma criança, um arco tipo I em uma
Erupção dos dentes decíduos arcada dentária, enquanto a outra é do tipo II (Figura 4-2).
A erupção dos dentes decíduos inicia-se, geralmente, seis O espaço primata independe do tipo de arco (I ou II
meses após o nascimento da criança. Quase sempre os pri- de Baume) e está localizado mesialmente aos caninos decí-
meiros dentes decíduos a irromper são os incisivos centrais duos no arco superior e distalmente aos caninos decíduos
inferiores e, antes dos 3 anos de idade, todos os dentes de- no arco inferior (Figura 4-2). Seu tamanho pode variar em
cíduos já se encontram irrompidos.2 A cronologia da erupção um mesmo indivíduo e entre diferentes indivíduos. Em um
é muito variável e parece haver uma tendência à precocidade estudo conduzido com 350 crianças brasileiras, os espaços
na transição entre dentadura decídua e mista em crianças primatas foram mais prevalentes na maxila (97%) do que na
com padrões eruptivos precoces dos dentes decíduos.8 mandíbula (78%).12
A sequência de erupção também é bastante variável, e Os dentes decíduos encontram-se verticalizados em
essa variabilidade costuma não causar nenhuma alteração suas bases ósseas e a angulação interincisivos está próxima
no desenvolvimento da oclusão. Apesar de serem muito ra-
ras nessa etapa do desenvolvimento, deve-se ficar atento à
erupção ectópica e à impacção dental. A sequência erupti- Arco tipo I de Baume
va mais observada é: I, II, IV, III e V.1
O desenvolvimento da dentadura decídua pode ser di-
vidido em quatro fases distintas, com características bem
peculiares: erupção dos incisivos, erupção e intercuspida-
ção dos primeiros molares, erupção dos caninos, erupção
dos segundos molares.

Fase I – Erupção dos incisivos


Caracteriza-se por uma sobremordida acentuada, causada
pela ausência dos dentes posteriores. Além disso, a fossa ar-
ticular praticamente inexistente e o côndilo mandibular pouco
desenvolvido permitem amplas excursões mandibulares.1,9
Arco tipo II de Baume
Fase II – Erupção e intercuspidação dos primeiros molares
Nesse momento ocorre o primeiro ganho de dimensão ver-
tical de oclusão (DVO) e, consequentemente, observa-se
uma redução da sobremordida. Essa fase se caracteriza
pela estabilidade dos arcos dentários nos sentidos trans-
versal e sagital.5

Fase III – Erupção dos caninos


Observa-se o estabelecimento e a manutenção dos espa-
ços primatas entre os caninos e os incisivos laterais supe-
riores e entre os caninos e os primeiros molares inferiores.

Fase IV – Erupção dos segundos molares


FIGURA 4-2 Arcos de Baume. Tipo I – apresenta diastemas ge-
Caracteriza-se pela consolidação do primeiro ganho de neralizados entre os incisivos (•), além dos espaços primatas (*).
DVO e pela aquisição de maturidade oclusal. Essa condi- Tipo II – não apresenta espaçamento dentário, apenas os espa-
ção se manterá estável até a erupção dos primeiros dentes ços primatas podem estar presentes.

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dos 180°. Na região posterior não se observa curva de Wilson tradas são os diastemas interincisivos e a variabilidade nos
nem de Spee (Figura 4-3).5 trespasses vertical e horizontal.14
No plano sagital, o engrenamento dentário ideal ocorre
quando o longo eixo dos caninos decíduos superiores oclui
Dentadura decídua madura
na ameia interproximal dos primeiros molares e dos caninos
decíduos inferiores (Figura 4-3). Essa relação é classificada Dos 2,5 aos 5 anos de idade, durante a maturidade da den-
como normo-oclusão e pode ser encontrada em 60% das tadura decídua, ocorrem poucas alterações dimensionais
crianças brasileiras.13 Na região anterior, um trespasse hori- nos arcos dentários.5 Entretanto, algumas mudanças po-
zontal de 0-3 mm é considerado normal. dem acontecer nesse estágio. Destacam-se:
Transversalmente, as cúspides palatinas dos molares
• Pequena migração mesial fisiológica dos segundos mo-
decíduos superiores ocluem nas fossas centrais dos seus lares decíduos (principalmente os inferiores), causada
antagonistas, enquanto as superfícies palatinas dos cani- pela movimentação pré-eruptiva dos primeiros molares
nos decíduos superiores estão em contato com a superfície permanentes. Tal fato favorece a diminuição dos dias-
vestibular dos caninos e dos primeiros molares decíduos temas entre os molares decíduos. Consequentemente,
inferiores (Figura 4-3). pode ser observada uma diminuição do perímetro e do
No aspecto vertical, um trespasse vertical de até 2/3 de comprimento da arcada.
cobertura incisal pode ser considerado normal (Figura 4-3).
• Desgaste oclusal por abrasão mecânica e crescimento
É importante destacar que há uma baixa incidência mandibular podem levar a uma relação dentária anterior
de todas essas características ideais identificáveis em uma de topo e a uma alteração do engrenamento sagital.
mesma criança. As características mais comumente encon-
• Desgaste interproximal ou perda prematura dos dentes
decíduos (lesões cariosas, restaurações insatisfatórias,
extrações precoces) também podem causar uma alte-
ração da relação sagital e vertical interarcos.
• Alteração positiva ou negativa das distâncias interca-
ninos e intermolares. As alterações variam de acordo
com o gênero e o tipo de arco dentário.15
Sagital • Fatores ambientais (p. ex., sucção digital, interposição
lingual) podem causar mordidas cruzadas posteriores
e/ou mordida aberta anterior. Os hábitos deletérios
que persistem após os 4 anos de idade têm maior
chance de causar danos oclusais irreversíveis espon-
taneamente.16

DENTADURA MISTA
Transversal
A fase de dentadura mista é caracterizada pela presença
tanto de dentes decíduos quanto de dentes permanentes
na cavidade oral.2,5,17 A substituição dos dentes decíduos
pelos permanentes acontece ao longo dos anos, em pe-
ríodos distintos. Existem diversas formas de se classificar
e estudar a evolução da dentadura mista. Neste capítulo
está sendo adotada a classificação proposta por van der
Linden,5 na qual três períodos são identificados.No primeiro
Vertical período transitório os incisivos são trocados. No segundo
período transitório os caninos e os molares decíduos são
substituídos pelos seus sucessores. Entre eles está o pe-
ríodo intertransitório.

FIGURA 4-3 Oclusão ideal da dentadura decídua nas visões sa- Primeiro período transitório (erupção dos
gital, transversal e vertical. Observe: chave de caninos decíduos primeiros molares e dos incisivos permanentes)
(sagital); dentes decíduos verticalizados em suas bases ósseas,
ausência das curvas de Spee e Wilson (transversal) e trespasse Os dentes permanentes iniciam a fase pré-eruptiva após a
vertical dos incisivos de 1/3 a 1/2 de coroa. formação completa da coroa, tendo entre 2 e 5 anos para

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alcançar a crista alveolar e mais 1-2 para chegar à oclusão.2 mesial tardio do primeiro molar permanente inferior duran-
Nessa fase pré-eruptiva os germes dos dentes permanen- te o segundo período transitório, após a esfoliação do se-
tes movimentam-se dentro do osso, para fora, para cima e gundo molar decíduo inferior, no “Espaço E” (Figura 4-4).
para baixo, à medida que os maxilares crescem em altura, Ocasionalmente, pode ocorrer um degrau mesial na distal
18
largura e comprimento. Um dente permanente começa dos segundos molares decíduos; nesse caso, os primeiros
seu movimento de erupção após 1/4 do comprimento to- molares permanentes terão uma tendência de erupção em
5
tal de sua raiz ter sido alcançado. Variações na sequência uma relação de Classe III (Figura 4-4). Uma situação con-
de erupção dos dentes permanentes são comuns, mas, em trária seria a presença de um degrau distal posterior aos
geral, a erupção dos dentes permanentes inferiores antece- segundos molares decíduos, levando os primeiros molares
de a dos dentes superiores.5 permanentes a uma erupção em relação de Classe II (Fi-
A transição da dentadura decídua para a permanente gura 4-4). Entretanto, deve ser ressaltado que todas essas
começa por volta dos 6 anos de idade, geralmente com a características da dentadura decídua, que influenciam o
erupção dos primeiros molares permanentes, seguidos pe- estabelecimento da oclusão posterior, podem ser significa-
2,5,17
los incisivos permanentes. No entanto, não é incomum tivamente influenciadas pelo crescimento maxilar e mandi-
2,17
a erupção dos incisivos inferiores permanentes antes dos bular que ocorre durante esse período. Além do diâmetro
primeiros molares permanentes. mesiodistal dos molares decíduos, a relação sagital dos pri-
Esses dentes normalmente erupcionam ao mesmo meiros molares permanentes também pode ser influenciada
tempo, podendo ocorrer uma variação normal na sequência por molares decíduos perdidos precocemente ou por di-
de aparecimento na cavidade bucal, sendo que normalmen- mensões mesiodistais de suas coroas reduzidas por lesões
te o molar inferior precede o molar superior.17 de cárie.
5

O processo de remodelação óssea na região poste- A transição dos incisivos é um processo complexo.
rior dos arcos dentários, responsável por um crescimento A perda de um dente decíduo ocorre pela reabsorção
prévio, proporciona espaço para a erupção dos primeiros de sua raiz e, em menor extensão, pela redução do osso
molares permanentes. Os primeiros molares permanentes, que circunda cervicalmente tal raiz. Ambos os processos
tanto superiores quanto inferiores, têm uma orientação de começam bastante cedo. Durante a erupção dos dentes
erupção perpendicular ao plano oclusal, tanto no sentido permanentes, após a esfoliação dos antecessores, o pro-
mesiodistal quanto no vestibulolingual.5 Entretanto, a traje- cesso alveolar que envolverá suas raízes é gradualmente
tória de erupção intraóssea desses dentes é distinta. En- reposto.5
quanto os molares superiores têm inicialmente a sua coroa Os incisivos centrais superiores irrompem geralmente
voltada para distal, e durante os movimentos eruptivos ela um ano depois dos incisivos centrais inferiores. Todavia, tal
gira em torno do próprio eixo, buscando o seu posiciona- erupção acontece pouco tempo após o aparecimento dos
17
mento na cavidade oral, os molares inferiores têm a sua co- incisivos laterais inferiores na cavidade bucal. Por volta
19
roa inclinada para mesial. dos 8 anos de idade, ocorre a erupção dos incisivos laterais
A relação anteroposterior entre os primeiros molares superiores permanentes. A localização dos incisivos e dos
permanentes antagonistas, após a erupção completa, de- caninos permanentes em formação no interior dos arcos é
pende de suas posições previamente ocupadas no interior determinada pelo tamanho da região que esses dentes ocu-
5
dos arcos, das relações sagitais entre as bases ósseas (ma- pam e pelas dimensões de suas coroas.
xila e mandíbula) e das proporções coronárias mesiodistais O diâmetro mesiodistal dos incisivos permanentes é
5
dos molares decíduos superiores e inferiores. Assim, a maior do que o diâmetro mesiodistal dos dentes decíduos
relação oclusal inicial dos primeiros molares permanentes antecessores em ~5 mm no arco inferior e 7 mm no arco
também está diretamente relacionada ao posicionamento e superior. O espaço para o posicionamento adequado dos
ao tamanho dos segundos molares decíduos.2 Estando as incisivos no arco é conseguido por alguns mecanismos: 1)
bases ósseas (maxila e mandíbula) bem posicionadas, se consumo do espaço presente entre os incisivos decíduos;
as dimensões mesiodistais dos segundos molares decíduos 2) posicionamento mais labial durante a erupção dos inci-
inferiores e superiores forem normais, esses dentes terão as sivos permanentes (especialmente na maxila), ocupando
superfícies distais alinhadas em plano terminal reto, e assim um perímetro maior no arco; 3) distalização dos caninos
os primeiros molares permanentes irão assumir uma posi- decíduos durante a erupção dos incisivos permanentes; 4)
ção de topo ao entrar em erupção.20 Nesse caso, a fim de aumento da dimensão transversal dos arcos na região dos
2
estabelecer uma adequada chave de molares (relação de caninos (distância intercaninos).
Classe I), faz-se necessário um movimento mesial do pri- A erupção completa dos quatro incisivos superiores e
meiro molar permanente inferior. Tal ajuste pode ser con- inferiores, bem como dos primeiros molares permanentes,
seguido por meio de dois mecanismos: 1) deslocamento marca o final do primeiro período transitório. Geralmente,
mesial precoce dos dentes inferiores posteriores determi- nos 18-24 meses subsequentes, haverá uma pausa no
nando o fechamento do espaço primata; 2) deslocamento aparecimento de dentes permanentes na cavidade bucal.

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Ajuste precoce

6 6
E E D
C
Degrau
E D C
mesial E
6 6

Classe III
Espaço primata

Classe I
6 6
Plano E E D C
terminal C
E E D
reto
6 6

Ajuste tardio
Plano terminal reto

6 5 3
4
6 3
E 5 4
Degrau
distal 6
E
6

Classe II “Espaço E’’


(maior na mandíbula)

Classe I
FIGURA 4-4 Ajuste mais provável da relação dos primeiros molares permanentes de acordo com a relação dos segundos molares de-
cíduos. O degrau mesial tende a evoluir para uma relação molar de Classe III. O degrau distal tende a evoluir para uma relação molar de
Classe II. O plano terminal reto evolui para uma relação de primeiros molares permanentes de topo em um primeiro momento (Classe
II); entretanto, dois mecanismos de ajuste podem fazer com que esses dentes se engrenem em Classe I. Pode haver um deslocamento
mesial precoce dos dentes inferiores posteriores por meio da ocupação do diastema primata, bem como um deslocamento mesial
tardio por ocupação do “Espaço E”.

Todavia, o processo de rizogênese dos dentes permanentes te permanente.17 Os incisivos superiores estão inclinados
(tanto daqueles que já irromperam, como dos ainda intraós- labialmente e diastemas entre eles se fazem presentes. No
seos) e de rizólise dos dentes decíduos continua ativo. arco inferior os incisivos estão menos inclinados e raramen-
5
te existe diastema entre eles. Diante da discrepância nega-
tiva de espaço entre os diâmetros mesiodistais dos incisivos
Período intertransitório decíduos e permanentes, é normal que haja um desalinha-
Durante este período, que normalmente acontece entre os mento dentário na região anteroinferior mesmo existindo os
9-10 anos de idade, não ocorre a erupção de qualquer den- mecanismos compensatórios descritos anteriormente. A

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acomodação dos incisivos inferiores sobre o rebordo, mes- A diferença entre a largura mesiodistal das cúspides dos
mo com alguma giroversão, é aspecto de normalidade. molares decíduos e a de seus sucessores permanentes é
Os dentes decíduos na região posterior, ainda presen- chamada de Leeway space. Segundo Nance,22,23 essa dife-
tes, podem estar desgastados pela atrição das superfícies rença é de 1,7 mm, em média, na mandíbula e 0,9 mm na
adjacentes durante a função, bem como pela ação de bru- maxila, em cada quadrante. No entanto, essa medida varia
xismo, que muitas vezes está presente durante esse estágio consideravelmente e deve ser analisada para cada criança.
de vida das crianças.21 A maior discrepância positiva de diâmetros mesiodistais en-
Nesse período é marcante o posicionamento anties- tre dentes decíduos e permanentes acontece na região dos
tético, porém fisiológico, dos incisivos superiores perma- segundos molares decíduos/segundos pré-molares,17 sendo
nentes (período do “patinho feio”). Tal aspecto fisiológico esta “sobra” deixada quando da esfoliação do segundo pré-
se dá pela pressão dos germes dos caninos permanentes -molar, batizada por Gianelly24 como “Espaço E” (Figura 4-6).
superiores nas raízes dos incisivos laterais permanentes O alinhamento adequado dos dentes posteriores per-
adjacentes, causando uma convergência de suas raízes e manentes em cada quadrante depende de variados fatores,
uma divergência e vestibularização das coroas dos incisivos como: a) quantidade de “Espaço E”; b) invasão dos incisi-
permanentes (Figura 4-5).2,5,17 Com a erupção dos caninos, vos permanentes no espaço destinado aos caninos perma-
a pressão é transferida da região apical dos incisivos para nentes; e c) movimentação fisiológica mesial dos molares
a região das coroas, melhorando sua inclinação e fechando permanentes.2
o diastema.2,17 A parte final desta fase do desenvolvimento ocorre com
a erupção dos segundos molares permanentes, geralmen-
te por volta dos 12 anos de idade. Na maioria dos casos,
Segundo período transitório (erupção dos os segundos molares permanentes erupcionam depois que
pré-molares, caninos e segundos molares todos os dentes decíduos tenham se esfoliado e sido subs-
permanentes) tituídos. Contudo, em alguns casos, os segundos molares
permanentes erupcionam enquanto os segundos molares
A segunda parte do desenvolvimento da oclusão é caracte-
decíduos ainda estão presentes na cavidade bucal.5
rizada pela erupção dos pré-molares, dos caninos e dos se-
A erupção dos segundos molares permanentes está
gundos molares permanentes,2,17 iniciando-se normalmente
frequentemente associada a uma redução do comprimen-
entre 10 e 12 anos de idade. A sequência de erupção mais
to do arco, favorecendo um agravamento do apinhamento
frequente dos dentes permanentes, na região posterior da
na região dos incisivos inferiores.25 Caso esses dentes na
mandíbula, é: canino, primeiro pré-molar, segundo pré-mo-
mandíbula erupcionem precocemente (antes da erupção
lar e segundos molares. Na maxila, a sequência geralmente
dos caninos e dos pré-molares), isso pode resultar em uma
é: primeiro pré-molar, segundo pré-molar e caninos simulta-
redução considerável do perímetro do arco e levar a um api-
neamente aos segundos molares. Como consequência, os
nhamento na região dos pré-molares. Ocasionalmente pode
segundos pré-molares inferiores e os caninos permanentes
ocorrer uma falta de espaço na região posterior dos arcos,
superiores são os dentes mais suscetíveis à impacção e à
levando à impacção dos segundos molares permanentes.2
falta de espaço para os mesmos.

~ 0,9 mm

~ 1,7 mm

FIGURA 4-6 “Espaço E” decorrente da diferença de diâmetro


FIGURA 4-5 Fase do “patinho feio”, caracterizada pela angula- mesiodistal dos segundos molares decíduos e segundos pré-mo-
ção distal das coroas dos incisivos em função do posicionamen- lares. No arco superior esta “sobra” é de ~0,9 mm, enquanto no
to das coroas dos caninos superiores. arco inferior estima-se que seja de ~1,7 mm por quadrante.

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DENTADURA PERMANENTE
Com a esfoliação do último dente decíduo, inicia-se a fase
de dentadura permanente. Considera-se a dentadura per-
manente completa somente após a intercuspidação dos 28
dentes permanentes (exceção aos terceiros molares), por
volta dos 12-13 anos de idade. O formato dos arcos, bem
como o alinhamento das coroas dentárias, é afetado pelo
equilíbrio muscular do sistema estomatognático. A pressão
dos lábios, das bochechas e da língua tem grande influência
na posição final dos dentes.5 Apesar de as forças musculares a b c
muitas vezes serem de baixa intensidade, a frequência e a
FIGURA 4-7 (a) Primeiros molares permanentes em relação de
duração são suficientes para a modelagem óssea, especial- Classe I de Angle, porém com posicionamento inadequado do
mente diante de fatores morfogenéticos predisponentes.5,17 segundo pré-molar em função da inadequação da inclinação da
As raízes dentárias são distribuídas pelo espaço disponível coroa do molar superior de acordo com a primeira “chave de
no interior dos ossos maxilar e mandibular, sendo que a posi- oclusão” de Andrews. (b) Melhora na inclinação do primeiro molar
ção final dos ápices é determinada principalmente pela mor- superior. (c) Relação molar adequada permitindo o ajuste sagital
fologia dos maxilares e pelo espaço neles existente.5 do segundo pré-molar. Fonte: Adaptada de Andrews.27

Oclusão normal versus oclusão ideal relação molar é diferente da tradicional, proposta por
Edward H. Angle. De acordo com Andrews,27 é possível
A palavra “normal” implica variações em torno de um va- a cúspide mesiovestibular do molar permanente supe-
lor médio, enquanto “ideal” denota um objetivo que reúne rior ocluir no sulco mesiovestibular do molar permanen-
todas as perfeições concebíveis. Uma oclusão pode ser te inferior (como descrito por Angle)26 e, ainda assim,
considerada como normal quando todos os dentes estão haver uma relação inadequada dos molares (Figura 4-7).
presentes ocluem de maneira estável, saudável e agradável, 2. Angulação dentária: refere-se à angulação da coroa no
mas com variações nas posições dentro dos limites acei- sentido mesiodistal. A região cervical do longo eixo de-
táveis.20 A oclusão ideal seria a oclusão perfeita. Talvez ela veria estar distal à região incisal do dente (Figura 4-8).
não exista na prática, mas o dentista deve ter um padrão
ideal em mente, mesmo que nunca seja atingido.20
Angulação de coroa
Os ortodontistas tiveram por mais de um século uma
referência para a avaliação da “normalidade” da oclusão na 5o
fase de dentadura permanente. De acordo com Edward H.
Angle,26 uma oclusão é normal quando a cúspide mesioves-
tibular do primeiro molar superior permanente oclui no sulco
mesiovestibular do primeiro molar inferior permanente, e os
demais dentes do arco estão alinhados. Entretanto, por se
basear essencialmente na relação anteroposterior dos pri-
meiros molares permanentes, a classificação de Angle tem
recebido críticas ao longo dos anos. Ainda assim, a essência
da ideologia dessa classificação prevalece na ortodontia.
Décadas mais tarde, em busca do aprimoramento das
características de normalidade da oclusão, Andrews estu-
dou as características comuns de indivíduos com padrão
oclusal considerado normal, sendo então identificados seis
parâmetros (“chaves”, em sua definição).27 Assim, foram
90o
descritas as características fundamentais de uma oclusão
dentária sob o ponto de vista morfológico, servindo também
Mesial Distal
como guia para a finalização adequada dos tratamentos or-
todônticos. As seis “chaves” são:
1. Relação molar: a vertente distal da cúspide distovesti- Incisivo central superior esquerdo
bular do primeiro molar permanente superior deve ocluir FIGURA 4-8 Angulação da coroa. Longo eixo da coroa medi-
com a superfície mesial da cúspide mesiovestibular do do a partir de uma linha perpendicular ao plano oclusal. Fonte:
segundo molar inferior permanente. Essa descrição da Adaptada de Andrews.27

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+7o Torque de coroa –7o

FIGURA 4-9 A inclinação da coroa é deter-


90o 90o
minada pelo ângulo resultante entre uma linha
perpendicular ao plano oclusal e uma linha Plano oclusal
tangente à vestibular da coroa clínica. Em (a),
mostrando inclinação de +7o. Em (b), inclinação a Visão distal b
de –7o. Fonte: Adaptada de Andrews.27 Incisivo central superior esquerdo

A oclusão normal é dependente da angulação dentária,


especialmente dos dentes anteriores superiores, uma
vez que eles têm as coroas mais longas. Basta lembrar –10o
que um retângulo ocupa mais espaço quando inclinado
do que quando em posição vertical. A quantidade de
angulação mesiodistal ajuda a definir a quantidade de
espaço que esses dentes vão requerer, influenciando
tanto na oclusão posterior como na estética anterior.
3. Inclinação dentária: refere-se à inclinação vestibulolin-
gual do longo eixo da coroa. Essas inclinações apre-
sentam diferenças peculiares em relação à região na
arcada. Nos dentes anteriores, a inclinação dos inci-
sivos superiores e inferiores deve ser suficiente para
evitar sua sobre-erupção dentária. Além disso, deve
ser também suficiente para permitir um adequado con-
tato oclusal entre os dentes posteriores (Figuras 4-9 e
4-10). Nos dentes posteriores superiores (caninos até
molares), a inclinação é lingual de coroa, sendo simi-
lar de caninos até segundos pré-molares, e levemente
+7o
mais aumentada nos molares. Nos dentes posteriores –10o
inferiores (caninos até molares), a inclinação lingual da
coroa aumenta progressivamente dos caninos até os
segundos molares.
4. Ausência de rotações dentais: as rotações podem
modificar a harmonia do arco. Um molar girado, por
exemplo, geralmente ocupa um espaço maior do que o
normal (Figura 4-11), causando uma falta de engrena-
mento correto entre os dentes superiores e inferiores.

FIGURA 4-10 (a) Inclinação inadequada dos incisivos ocasio-


nando falta de engrenamento na região posterior. (b) Quando
os dentes anteriores estão adequadamente inclinados, os pontos
de contato se deslocam distalmente, permitindo uma oclusão
normal. Fonte: Adaptada de Andrews.27

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grande variabilidade na época de erupção (entre 17 e 21


anos de idade), na cronologia de mineralização e na mor-
fologia coronorradicular, assim como grande incidência de
agenesia.20
A erupção do terceiro molar tem sido associada ao
desenvolvimento tardio de apinhamento nos incisivos in-
feriores, por supostamente pressioná-los mesialmente. Tal
crença, entretanto, vem sendo cientificamente questiona-
da.17,20,30 Sabe-se que mudanças fisiológicas acontecem
na mesma época em que o terceiro molar se encontra em
processo de erupção, o que causa certa confusão na de-
terminação do exato agente etiológico do apinhamento.17,20
Pode-se citar: 1) uma redução do perímetro do arco dentá-
rio inferior (mesmo em pacientes com agenesia de terceiros
molares), em função da força mesial que incide naturalmen-
te sobre a dentição;17,20,28 2) o crescimento diferenciado tar-
dio da mandíbula em relação à maxila;17,20,31 e 3) a redução
da abrasão dentária na região dos incisivos inferiores, que
compensaria a migração mesial descrita no item 1. Assim,
acredita-se que o apinhamento tardio dos incisivos esteja
mais relacionado com o crescimento mandibular do que
FIGURA 4-11 Primeiro molar permanente com rotação. Obser- com a erupção dos terceiros molares e, portanto, a remo-
ve que a rotação determina uma ocupação de espaço maior do ção profilática desse dente provavelmente não resolveria o
que se o dentes estivesse bem posicionado. Fonte: Adaptada de problema.30 Além disso, nota-se mais apinhamento nos ho-
Andrews.27
mens do que nas mulheres, provavelmente devido ao fato
de que o desenvolvimento mandibular no sexo masculino é
5. Pontos de contato justos: não deve haver espaçamen- maior nessa época.31
to interdental.
6. Curva de Spee: deve ser suave ou inexistente.
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