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RESENHA CRÍTICA DO LIVRO

COMO TORNAR SUA EMPRESA ECOLOGICAMENTE RESPONSÁVEL

Carmem Lucia Castro da Cruz

Introdução

Nick Dallas, no livro Como tornar sua empresa ecologicamente responsável,


discorre de forma simples, mas competente, acerca das questões ambientais e do
impacto das demandas dos consumidores, do acesso dos recursos naturais e dos
altos custos de matéria-prima e da influência desses nos negócios.
A partir das noções de mudança climática, sustentabilidade, administração de
riscos, oportunidades de investimento, energias renováveis, competição global,
novos modelos de negócios e tendências de mercado, o autor contribui para uma
melhor compreensão das questões relativas ao meio ambiente e da amplitude dos
desafios do aquecimento global.

As lições de Nick Dallas para superar os desafios do aquecimento global

No primeiro tópico Nick Dallas aborda as noções de mudança climática e o


termo ”aquecimento global”, esclarecendo que esses podem ocorrer, seja por causa
de processos naturais, seja pela ação do homem (atividade humana). No entanto,
não há ainda uma teoria comprovada capaz de concluir o que realmente está
provocando esses fenômenos. Segundo o autor, “O consenso científico diz que
ambos levam às mesmas terríveis conseqüências”. Além disso, apesar do termo
mudança climática ter um conceito mais amplo, esse tem sido muitas vezes utilizado
para explicar o aquecimento global que é um dos fenômenos das mudanças
climáticas atuais.
A seguir, o autor aborda o que é aquecimento global, deixando claro se tratar
de um fenômeno cujas causas são provocadas pelo homem. Mesmo assim, o tema
ainda é objeto de muitos debates entre os cientistas, apesar da maioria da
comunidade acreditar que esse é um fenômeno com causas antropogênicas
(provocadas pelo homem).
Ao abordar a importância dos gases causadores do efeito estufa, Nick Dallas
esclarece que apesar do foco ter sido o dióxido de carbono, existe outros gases que,
com sua emissão exagerada, também contribuem para o fenômeno, como o metano,
o óxido nitroso, o ozônio e os clorofluorcarbonetos (CFCs).
Apesar das mudanças climáticas ocorrem em grandes espaços de tempo e de
haver muitos fatores que determinam e interferem no clima, o autor traz a questão
da polêmica que existe em saber se o homem é ou não o responsável pelo
aquecimento global. O consenso é de que é difícil avaliar separadamente e com
precisão quais são as contribuições de cada um nessa tarefa, porém, é fato que
mesmo sendo um processo natural, a atividade humana decorrente da busca pelo
desenvolvimento econômico, vem acelerando, é muito, esse processo. Ao mesmo
tempo, ainda é difícil avaliar o poder de adaptação da natureza, de forma a suportar
todas essas alterações e, ao mesmo tempo, manter um equilíbrio que permita aos
seres humanos e outros seres vivos, a manutenção de sua estada na Terra. Com
isso, o homem pode estar determinando o tempo de sua existência.
Nick Dallas, também traz informações sobre os organismos internacionais e
documentos importantes para o debate das mudanças climáticas, como por
exemplo, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), cuja
atividade principal é “publicar relatórios especiais sobre questões relevantes para a
implementação da Convenção-Quadro nas Nações Unidas sobre Mudança do
Clima”, sendo o Protocolo de Kyoto fruto desse processo.
O Protocolo de Kyoto foi o primeiro passo importante na busca do combate ao
aquecimento global. Porém, ao sugerir cortes significativos nas emissões de gases
do efeito estufa levantou discussões acerca da participação dos países
desenvolvidos e de que os países subdesenvolvidos não poderiam ter de sacrificar o
seu recente processo de desenvolvido, a custa das heranças dos países do primeiro
mundo. Com isso, segundo o autor, os menos responsáveis pela mudança
climática, são os mais suscetíveis ao seu impacto, estando o mundo em
desenvolvimento desprorcionalmente em desvantagem.
Já o Relatório Stern, estudo encomendado pelo Governo Britânico, traz como
principal contribuição o fato de “desqualificar o argumento de que as ações contra
mudanças climáticas seriam prejudiciais à economia”. Com isso, Nicholas Stern
provou que os benefícios de investimentos em larga escala e de forma imediata no
enfrentamento das causas das mudanças climáticas, ultrapassam de longe, os
custos de não fazer nada.
Outro ponto importante do livro é quando o autor aborda a questão de que a
poluição significa um “fracasso mercadológico”, já que mesmo as empresas sendo
punidas pelas suas atividades poluidoras, é a sociedade a que mais sai perdendo.
Nick Dallas também aborda a importante questão das incertezas fabricadas, o
que segundo Ulrich Beck diz respeito à chamada Sociedade do Risco. Nesse ponto,
o autor peca um pouco pela falta de informações acerca da dimensão dessas
incertezas e do colapso das idéias de “certeza” e “racionalidade”. Segundo Ulrich
“Não são as mudanças climáticas, os desastres ecológicos, ameaças de terrorismo
internacional, o mal da vaca louca etc. que criam a originalidade da sociedade do
risco, mas a crescente percepção de que vivemos num mundo interconectado que
está se descontrolando”. Ou seja, “os riscos com os quais nos confrontamos não
podem ser delimitados espacialmente, temporalmente, ou socialmente”. Com isso,
apresentam novas formas de desafios às instituições designadas para seu controle.
Assim, segundo Ulrich, “a inabilidade de gerenciar incertezas fabricadas
nacionalmente e globalmente pode se tornar uma das principais forças contrárias ao
neoliberalismo”.1 Nesse sentido, Nick Dallas aponta que “não há tempo para errar na
análise dos riscos”.
Ao abordar as possíveis soluções para o problema da mudança climática Nick
Dallas esclarece de que não há soluções mágicas, porém, aponta as mais
importantes que são: a redução do consumo, que implica no desaquecimento da
atividade econômica, tornando-se, segundo o autor, uma “estratégia difícil de
vender, uma vez que o sistema econômico global é baseado no consumo e no
crescimento econômico progressivo”; a modificação do consumo que seria uma
estratégia mais aceitável já que não levaria a diminuição da atividade econômica e
sim dos processos que demandam menos energia; a eficiência energética maior,
que se apresenta como uma estratégia muito atraente para todos, já que, segundo o
autor “o ganho é triplo, para consumidores, produtores e o meio ambiente”, além de
ser viável. Em conseqüência dessa última estratégia, há a otimização das diferentes
formas de produção de energia, com o desenvolvimento de opções renováveis que
emitam menos carbono. Nesse aspecto, porém, o autor levanta a questão de que as
soluções seguem caminhos diferentes entre os países, já que depende dos seus
recursos naturais, preocupação com a segurança, bem como, suas possibilidades de
vantagens competitivas. Nesse item, Nick Dallas deixa a desejar em abordar de
forma superficial a questão de uma matriz energética sustentável e das divergências
sobre como isso deve ser feito, já que o futuro do desenvolvimento das energias
renováveis dependerá fortemente as escolhas políticas feitas hoje por governos
nacionais e pela comunidade internacional, e de que essas variam também de
acordo com seus interesses.
Ao tratar sobre os desafios dos transportes e do biocombustível o autor
apresenta a dimensão do desafio, que envolve não somente a natureza dos
automóveis e combustíveis, mas sim, a dimensão sócio-econômica e política que
essa questão envolve, exigindo ações que abarquem a interdependência e a idéia
de que toda a cadeia produtiva torna-se responsável. Na seqüência, o autor aborda
os fatores críticos de algumas possibilidades de energia global sustentável, como o
fato da energia nuclear ser problemática pelo seu custo e pela segurança e o fato do
carvão, juntamente com o petróleo, ser a opção que mais contribui para a emissão
de dióxido de carbono, porém, é ainda a fonte de energia barata e por isso
predominante. Nesse sentido, é preciso criar alternativas para torná-lo mais limpo.
É consenso de que uma matriz energética sustentável é a esperança que o
nosso planeta necessita. Na verdade ainda não existe uma energia renovável que
não agrida o meio ambiente, porém, é necessário optar por aquela que cause o
menor dano possível ou pela diversificação.
Um dos pontos importante do livro é a questão do verde estar na moda.
Nesse tópico, o autor aborda a questão de que muitas pessoas e empresas tem se
aproveitado das discussões, que envolvem as mudanças climáticas, para chamar a
atenção de clientes e consumidores. A questão ambiental é o filão do momento, e
não é só para empresas, para os políticos também. Para Nick Dallas, “o desafio para
o público, nesse caso, é discernir entre os genuínos e os aproveitadores, mal
intencionados ou simplesmente enganadores”. Nesse sentido, segundo Savitz, no
âmbito empresarial “padrões técnicos rígidos assegurarão aos consumidores
informações para melhores escolhas”2, o que demandará das empresas, um melhor
preparo para competir nesse novo cenário.
Outro ponto importante é a questão de que a mudança deve ser vista como
oportunidade. Apesar de implicar em custos econômicos e mudanças pessoais,
somente as empresas que visualizarem esse processo de adaptação como
oportunidade e não ônus é que terão sucesso. Para Nick Dallas “Uma empresa deve
ver a mudança climática como uma chance de fazer diferente, criar um ambiente de
trabalho mais saudável, rever seus processos e promover inovações. A mudança
climática pode favorecer a entrada de uma companhia em determinado setor ou
propiciar vantagens sobre seus concorrentes”. Além disso, essa não deve ser
somente uma escolha dos governos ou empresas, mas também das pessoas,
possibilitando reflexões nos estilos de vida. Com isso, o autor afirma que essa é sim
a melhor estratégia, uma vez que “aqueles que inovarem, tiverem idéias e estiverem
preparados para abrir caminho através dessa complexidade serão recompensados”.
Toda a problemática que envolve as mudanças climáticas chama a atenção
para o importante papel que os governos precisarão desempenhar, diminuindo cada
vez mais o vácuo que existe entre as inovações científicas e as respostas à
sociedade.
Por fim, o autor ressalta que o assunto da mudança climática é “tão
multifacetado e politicamente controverso que qualquer decisão tomada que
requeira ação imediata vai sempre contrariar algum setor ou interesse”. Com isso,
propõe uma série de reflexões que resultaram em desafios, não só para governos e
empresas, mas para todos os cidadãos do planeta, exigindo a criação de um novo
paradigma para a sociedade contemporânea.

Considerações Finais

O autor Nick Dallas, ao trazer a discussão acerca das mudanças climáticas e


do papel de cada um nós na sociedade, aponta também para a responsabilidade de
todos com o nosso Planeta. Ele não traz fórmulas como o título do livro talvez possa
induzir, mas nos mostra quais são os problemas, que tipo de discussões e soluções
tem sido propostas, e com isso, contribui para escolhas mais conscientes não só
para o mundo empresarial, mas para cada membro da sociedade.
De forma subentendida o autor aponta para a necessidade de compreensão
do termo interdependência, onde a sustentabilidade não pode ser simplesmente
uma questão de boa cidadania empresarial. Segundo Savitz3 “pensar e agir de forma
sustentável transcende ao ato de ‘obter recursos’. Mais do que isso: é obter,
transformar, potencializar, aproveitar, economizar, gerenciar e pensar no futuro”.
Com isso, é possível dizer que a maior contribuição de Nick Dallas é a de concluir
que atender as necessidades da sociedade e ainda crescer, desenvolver, sem
comprometer o nosso planeta deve ser nosso principal desafio para garantir não só
nossa sobrevivência, mas nosso crescimento e evolução enquanto sociedade. É
preciso urgente aprender com os erros do passado para garantir um futuro!

1
BECK, Ulrich. Incertezas Fabricadas. In: Sociedade do Risco: o medo da contemporaneidade. IHU
Online. 22 maio. 2006. p. 5-12. Disponível em: <http://www.ihuonline.unisinos.br/uploads/
edicoes/1158345309.26pdf.pdf>.
2
SAVITZ, Andrew W.; WEBER, Karl. A empresa sustentável. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
3
Idem.

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