Vous êtes sur la page 1sur 113

* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 1

Guia de Boas
Práticas Portuárias
Programa de Conformidade do Gerenciamento de Resíduos Sólidos
e Efluentes Líquidos nos Portos Marítimos Brasileiros

Por
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 2

1 00
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 3

Guia de Boas
Práticas Portuárias
Programa de Conformidade do Gerenciamento de Resíduos Sólidos
e Efluentes Líquidos nos Portos Marítimos Brasileiros
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 4

1 00
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 5

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO


Presidente Reitor
DILMA ROUSSEFF CARLOS ANTÔNIO LEVI DA CONCEIÇÃO
Vice Presidente
MICHEL TEMER
COPPE/UFRJ
Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação
SECRETARIA DE PORTOS e Pesquisa de Engenharia
Ministro Diretor
ANTONIO HENRIQUE PINHEIRO SILVEIRA LUIZ PINGUELLI ROSA

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO PORTUÁRIO IVIG
Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais
Secretário Av. Pedro Calmon s/no, Prédio Anexo ao Centro de Tecnologia-
ROGÉRIO DE ABREU MENESCAL Ilha do Fundão, Cidade Universitária - Rio de Janeiro-RJ -
1 CEP: 21941-596 00
DEPARTAMENTO DE REVITALIZAÇÃO E
MODERNIZAÇÃO PORTUÁRIA Coordenação Geral do Programa
PROF. MARCOS AURÉLIO VASCONCELOS DE FREITAS
Diretor
ANTÔNIO MAURÍCIO FERREIRA NETTO Coordenação de Articulação Institucional
PROF. MAURICIO CARDOSO AROUCA
COORDENAÇÃO-GERAL DE REVITALIZAÇÃO E
MODERNIZAÇÃO PORTUÁRIA Coordenação Técnica-Executiva
PROF. AURÉLIO LAMARE SOARES MURTA
Coordenador Geral
ALBER FURTADO DE VASCONCELOS NETO
Coordenação Técnica-Executiva
SECRETARIA DE PORTOS MÁRIO DO NASCIMENTO MORAES

DEPARTAMENTO DE REVITALIZAÇÃO E
MODERNIZAÇÃO PORTUÁRIA
SCN Quadra 04, Bloco "B", Edifício Varig, Pétala "C", 13º andar, ©SEP e UFRJ 2013. O material contido nesta publicação não pode ser reproduzido,
guardado pelo sistema “retrieval” ou transmitido de qualquer modo ou por qualquer outro meio,
conjunto 1302 - Brasília/DF - CEP 70714-900 seja eletrônico, mecânico, de fotocópia, de gravação ou outros, sem informar a fonte.
Telefone: (61) 3411-3750 FAX: (61) 3326-3025 © Os direitos autorais das fotografias contidas nesta publicação são de propriedade de seus fotógrafos.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 6

Agradecimentos
Agradecemos a espontânea colaboração, comprometimento e tempo dispensado, fundamentais para
facilitação e execução dos levantamentos de dados e informações que subsidiaram a confecção deste Guia.

Companhia Docas do Pará - CDP


Empresa de Administração Portuária do Porto do Itaqui – EMAP
Companhia Docas do Ceará - CDC
Companhia Docas do Rio Grande do Norte - CODERN
Companhia Docas da Paraíba - Docas – PB
Porto do Recife S.A
Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros
Companhia Docas do Estado da Bahia - CODEBA
Companhia Docas do Espírito Santo - CODESA
Companhia Docas do Rio de Janeiro - CDRJ
Autoridade Portuária do Porto de São Sebastião
Companhia Docas de São Paulo - CODESP
Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA
Autoridade Portuária do Porto de Itajaí
Administração do Porto de São Francisco do Sul
Companhia Docas de Imbituba - CDI
Superintendência do Porto de Rio Grande – SUPRG
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 7

Zied Abdala Warrak (Diretor Técnico e Comercial)


FOCCO - Desenvolvimento Ambiental
Rubens Delliveneri (Gerente de Segurança, Saúde, Qualidade e Meio Ambiente)
COMTROL - Comércio e Transporte de Óleos
Ronaldo Silva
Terra Mar Serviços Marítimos Ltda

Márcio Krause (Gerente Comercial)


ESSENCIS - Soluções Ambientais

Bruno Nunes Lettieri e Marianne Van Lachmann


SINDARIO – Sindicato dos Operadores Portuários do Rio de Janeiro

Dr. Walter Van Mulders (Diretor de Desenvolvimento de Negócios)


Porto de Antuérpia

Peter Van Den Dries (Gerente Técnico em Meio Ambiente)


Porto de Antuérpia

Stefanie D’Herde (Coordenador de Marketing e Comunicação)


Porto de Antuérpia

Guido Momerency (Gerente de Segurança, Saúde, Qualidade e Meio Ambiente)


B.O.S – Belgian Oil Services – Porto de Antuérpia

Eunice Goedhart de Lima


Ministério de Infraestrutura e Água - Porto de Roterdã

Eric Nelisse
Ministério de Infraestrutura e Água - Porto de Roterdã

Ron Van Gelder


Porto de Roterdã

Henny Engelchor (Gerente comercial)


Bek & Verburg.CO - Porto de Roterdã
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 8

Apresentação

A busca por melhores padrões de produção e consumo, basea-


dos no conceito de desenvolvimento sustentável cresceu notoriamente
nas últimas décadas no mundo e, mais recentemente, no Brasil. Neste
contexto, os portos brasileiros emergem como potenciais espaços de
transformação de práticas impactantes ao meio ambiente para adoção
de medidas baseadas no conceito de sustentabilidade, com foco na re-
Prof. DSc. Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas
dução e mitigação dos impactos ambientais.
Programa de Planejamento Energético
Foi nesse contexto que O “Programa de Conformidade do
Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais
Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos nos Portos
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Marítimos Brasileiros”, surgiu. Desenvolvido no âmbito do PAC II (Pro-
PPE/IVIG/COPPE/UFRJ
grama de Aceleração do Crescimento – Fase II) e idealizado pela Secre-
taria de Portos - SEP/PR, o programa teve início em agosto de 2011,
por meio de uma parceria entre a Secretaria de Portos e a Universidade Dr. Antônio Maurício Ferreira Neto
Federal do Rio de Janeiro, pelo Programa de Planejamento Energético Departamento de Revitalização e Modernização Portuária
e o Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais Secretaria de Portos
(IVIG/PPE/COPPE/UFRJ). Este Programa está entre as maiores inicia-
tivas para a melhoria ambiental no setor portuário nacional e visa dar
suporte aos gestores no setor portuário, público e privado, no desen-
volvimento e adoção de instrumentos modernos de gestão de sua in-
fraestrutura, assim como apontar soluções aos desafios relacionados
à geração e gestão de resíduos sólidos e efluentes líquidos e ao manejo
da fauna sinantrópica nociva.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 9
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 10

Sumário
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................12

2 VISÃO GLOBAL............................................................................................................................16
2.1 Relevância Ambiental...........................................................................................................16
2.2 A Relação Porto-Cidade .......................................................................................................18
2.3 Certificações e Adesão às Iniciativas e Indicadores Internacionais ...............................19
2.4 Modelos Internacionais de Gestão Portuária.....................................................................22
2.5 Cenário da Gestão Ambiental dos Portos Marítimos Brasileiros .................................26

3 GESTÃO ATUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS, EFLUENTES LÍQUIDOS E FAUNA SINANTRÓPICA


NOCIVA NOS PORTOS MARÍTIMOS BRASILEIROS.................................................................28
3.1 Resíduos Sólidos....................................................................................................................28
3.2 Efluentes Líquidos.................................................................................................................33
3.3 Fauna Sinantrópica Nociva .................................................................................................37
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 11

4 DIRETRIZES PARA O PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS


SÓLIDOS, EFLUENTES LÍQUIDOS E FAUNA SINANTRÓPICA NOCIVA................................42
4.1 Diretrizes Integradas.............................................................................................................42
4.2 Diretrizes Técnico-Operacionais..........................................................................................47

5 BOAS PRÁTICAS RECOMENDADAS .........................................................................................68

6 PERSPECTIVAS FUTURAS ..........................................................................................................98

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................100


* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 12

1. Introdução

O grande objetivo deste Guia de Boas Práticas Portuárias é o


estabelecimento de um novo paradigma para as relações entre a área
OBJETIVO
de infraestrutura e o meio ambiente, que vise alcançar um elevado
nível de proteção dos trabalhadores portuários, da comunidade e do Este guia visa dar subsídio técnico aos gestores portuários
meio ambiente por meio da disseminação de informações e da adoção para o gerenciamento integrado de resíduos sólidos, efluentes líquidos
de planos de ação. e o manejo da fauna sinantrópica nociva, a partir do levantamento
O Guia fornece instrumentos aos portos brasileiros para pro- sistemático e análise de dados em cada um dos temas, considerando
moção da gestão mais adequada dos resíduos sólidos e efluentes líqui- suas correlações com as questões econômicas e tecnológicas que en-
12 volvem a gestão ambiental portuária. Para atingir tal objetivo foi
dos e controle da fauna sinantrópica nociva, contribuindo para a
melhoria da eficiência ambiental das atividades portuárias. necessária a realização de um diagnóstico do cenário dos portos no
que concerne ao tratamento dos três temas supracitados. O trabalho
foi desenvolvido com base no inventário da geração, tratamento,
transporte e destinação de resíduos sólidos e efluentes líquidos, bem
MOTIVAÇÃO como das condições facilitadoras da própria presença de espécies da
fauna sinantrópica nas instalações dos portos marítimos.
O fator motivador é a necessidade de implantação de um sis- Tal como acontece com outras questões ambientais significativas,
tema eficaz de controle ambiental nos portos brasileiros, por onde o número e a variedade de atores com interesse ou preocupação com a
passam a maior parte das mercadorias que circulam no país. A con- gestão ambiental é ampla e diversificada. Dentro da área do porto, as au-
cepção também foi motivada pelo desafio de adequar os portos orga- toridades públicas portuárias possuem suas obrigações e responsabili-
nizados1 brasileiros às premissas internacionais de sustentabilidade dades, em termos de execução e implementação de ações, que também
ambiental e, no âmbito nacional, às determinações legais voltadas ao envolvem os operadores portuários e as empresas arrendatárias.
gerenciamento de resíduos sólidos e efluentes líquidos, nas esferas A abordagem utilizada na produção deste Guia de Boas Práticas
federal, estadual e municipal. Portuárias é essencialmente pragmática, na medida em que, embora seja
baseado em pesquisa e desenvolvimento científico, ele reflete a realidade
1
Porto Organizado é um conceito jurídico, definido na Lei nº 12.815/ 2013, como aquele “cons- de lidar com a questão dos resíduos sólidos, efluentes líquidos e fauna
truído e aparelhado para atender às necessidades da navegação, da movimentação de pas-
sageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, concedido ou explorado pela sinantrópica nociva na complexa dinâmica que é a zona portuária
União, cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição de autoridade portuária”. moderna.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 13

ABRANGÊNCIA
Este Guia foi baseado no resultado da
pesquisa que abrangeu 22 portos: Vila do
Conde/PA, Belém/PA, Itaqui/MA, Fortaleza/CE,
Natal/RN, Cabedelo/PB, Recife/PE, Suape/PE,
Maceió/AL, Salvador/BA, Aratu-Candeias/BA,
13
Ilhéus/BA, Vitória/ES, Rio de Janeiro/RJ,
Itaguaí/RJ, São Sebastião/SP, Santos/SP,
Paranaguá/PR, São Francisco do Sul/SC, Itajaí/SC,
Imbituba/SC e Rio Grande/RS. A delimitação
do objeto de estudo foi dada pelos conceitos de
área do porto organizado e instalações por-
tuárias, definidos pela Lei nº12.815/2013.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 14

Localização dos Portos Públicos Marítimos Brasileiros

14
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 15

UFF
Banco de Dados e
Modelo Estatístico
REDE DE COMPETÊNCIAS Instituições que compõem
UFRRJ
Fauna
a Rede de Competências
A pesquisa que resultou neste Guia foi de- Sinantrópica

senvolvida por uma Rede de Competências cons-


tituída por 16 Instituições, entre Universidades
Federais e Estaduais, Institutos ou Centros de
UFPA Vila do Conde Belém NORTE
Pesquisa, localizados em 14 estados.
Formada por mais de 240 pesquisadores, UFMA Itaqui
NORDESTE

Rede Institucional
entre professores, doutores, mestres, graduados e
estagiários, sob a coordenação geral e orientação UFC Fortaleza
técnica do IVIG/PPE/COPPE/UFRJ, a Rede possi-
bilitou o desenvolvimento de trabalhos e linhas IFRN Natal
de pesquisa em temas de relevância e interesse
estratégicos, como: legislação e regulação ambi- IFPB Cabedelo
ental, gestão de resíduos, gestão ambiental, logís- 15
tica, energia, tecnologias verdes e gestão UFPE Recife Suape
ambiental portuária.
UFAL Maceió

UFBA Aratu Ilhéus Salvador

UFES Vitória
SUDESTE
UFRJ Rio de Janeiro Itaguaí

SEP / PR PPE / UFRJ UNIFESP Santos São Sebastião

UNESPAR Paranaguá
SUL
UFSC Itajaí São Francisco Imbituba
do Sul
FURG Rio Grande
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 16

2. Visão Global
Um porto é um sistema altamente com- 2.1 RELEVÂNCIA AMBIENTAL
plexo, que está inserido em sistemas ambien-
tais, sociais e econômicos ainda mais Na busca da compreensão dos cenários internacionais da Gestão Ambiental Portuária,
complexos. Para atingir a sustentabilidade do é de grande relevância compreender o que será definido como “a grande mudança” nos con-
negócio portuário é preciso abordagens geren- ceitos de regulamentação ambiental. Segundo Kitzmann & Asmus (2006), a introdução de
referenciais ambientais é considerada um fator que afeta a competitividade das empresas e
ciais em diferentes escalas, capazes de
dos países (visão tradicional), assim como pode ser um fator que a impulsiona (abordagem
abranger todos os sistemas envolvidos, que revisionista).
16 estão profundamente integrados. É preciso ir De acordo com a visão tradicional, que ainda prevalece em muitos setores, as medidas
da microescala (a gestão ambiental do porto), de controle ambiental são barreiras ao desenvolvimento, pois demandam custos elevados de
adaptação, que se refletem nos preços dos produtos e serviços, reduzindo a competitividade
até a macroescala (a gestão da zona costeira).
das empresas. Já a abordagem revisionista, também denominada “hipótese de Porter”, con-
Isso significa que a gestão portuária, além de sidera que a imposição de padrões ambientais estimula a busca de inovações tecnológicas
preocupar-se com problemas rotineiros (como para melhor utilização (e reutilização) dos insumos (matérias-primas, energia e trabalho).
resíduos sólidos e líquidos, emissões atmos- Desta forma, reduziria os custos e compensaria os investimentos na adequação ambiental,
melhorando a competitividade das empresas, num círculo virtuoso de “melhoria contínua”
féricas, cargas perigosas e tantos outros), deve
que, segundo Hart (2006), deve ser sucedido pela “destruição criativa”, conceito que indica
planejar o desenvolvimento portuário no âm- o padrão dinâmico pelo qual empresas inovadoras desbancam as estabelecidas. Neste caso,
bito costeiro, integrando os seus interesses de seria a superação de um modelo cuja baixa eficiência desencadeia impactos ambientais ne-
expansão aos contextos socioambientais re- gativos, por um modelo no qual o aumento da eficiência, reduziria não apenas custos fi-
nanceiros, mas também custos ambientais.
gionais e às políticas públicas que os norteiam
Atualmente, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe - CEPAL,
(Kitzmann & Asmus, 2006). uma das cinco comissões econômicas regionais da Organização das Nações Unidas - ONU, o
conceito de eficiência no ambiente portuário reside na exploração dos limites produtivos da
planta e de seus equipamentos, ou seja, se um equipamento foi desenhado para movimentar
30 contêineres por hora, deve-se operar no limite de sua capacidade, demonstrando que a ope-
ração foi realizada com o máximo da eficiência possível. A variável com maior crescimento
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 17

00
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 18

nos novos conceitos de eficiência é a de Sustentabilidade Ambiental, resíduos sólidos, três exemplos podem ser citados com destaque.
que pode colaborar para inserção de novos paradigmas na gestão dos Primeiro as medidas de redução na geração de resíduos, que estão
portos, contribuindo inclusive para a redução dos custos operacionais. relacionadas à redução da demanda por insumos e materiais, apre-
A partir dos conceitos de Porter (1995) e do relatório da CEPAL sentam reflexos diretos e notórios no balanço financeiro de empresas
(1998), os referenciais de competitividade e eficiência apontam para e instituições públicas ou privadas de todo porte. Segundo, a possi-
a inevitável ampliação dos espaços dedicados aos temas ambientais bilidade de estabelecer taxas ou tarifas relacionadas aos serviços am-
nas tomadas de decisão das autoridades portuárias. Neste contexto a bientais, como armazenamento, coleta e destinação de resíduos,
variável ambiental passa a ganhar maior importância no planeja- sobretudo, aqueles oriundos de embarcações. E terceiro, a possibili-
mento estratégico e financeiro de entidades comerciais (como os por- dade de geração de receita através da venda de recicláveis.
tos marítimos) e empresas.
A relação entre eficiência ambiental e desempenho financeiro
pode se estabelecer em distintas situações. Um das possibilidades é
pelo aumento da competitividade relativa decorrente da boa imagem 2.2 A RELAÇÃO PORTO-CIDADE
de uma instituição, neste caso, de um porto, relacionada às boas práti-
cas ambientais. Em regra, o “marketing verde” positivo se consolida A história portuária brasileira se inicia com as instalações
pelo enquadramento ou certificação do porto em alguma organização rudimentares, implantadas logo após o descobrimento até os grandes
internacionalmente reconhecida. A aquisição de um status positivo complexos portuários e terminais especializados hoje existentes ao
em relação aos aspectos ambientais pode conferir vantagem compe- longo de toda sua costa. Essa evolução teve pontos de inflexão im-
18
titiva no cenário regional ou mesmo internacional. Esta é uma reali- portantes em 1808, com a denominada “abertura dos portos às nações
dade mais consolidada no ambiente industrial, que já sofre pressão de amigas”, empreendida por D. João VI; com as principais concessões
mercados que exigem produtos ambientalmente certificados, mas tam- para exploração dos “portos organizados” e das ferrovias que os aces-
bém tem sido incorporada ao ambiente portuário, que representa um sam, no final do Século XIX; e mais tarde com a implantação de ter-
importante elo da cadeia produtiva e comercial. minais especializados, necessários e compatíveis com a
A conservação, redução de perda e melhor aproveitamento de industrialização do pós-guerra, como instrumento da prioridade ex-
recursos hídricos também são exemplos emblemáticos dos efeitos po- portadora dos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PNDs), nos
sitivos do aumento da eficiência ambiental com reflexos econômicos governos da ditadura militar, destacando-se aí a atuação da Portobrás,
diretos. Esta relação pode se estabelecer pelo viés da minimização até sua extinção nos anos 1990.
dos impactos, como combate à poluição hídrica, seja com investi- Surge então uma nova legislação que desencadeou um
mento em medidas estruturais para tratamento de efluentes, ou pela processo de reformas, inicialmente balizadas apenas por algumas al-
adoção de procedimentos adequados que impeça a contaminação dos terações pontuais, destinadas a romper antigas tradições consideradas
efluentes. A relação também pode ser estabelecida pelo viés da re- limitantes ao modelo de desenvolvimento, mas, estas demandas hoje
dução do consumo e reuso de efluentes tratados. estão contidas numa nova ordem dos espaços produtivos e o surgi-
A relação entre o aumento da eficiência ambiental e os as- mento de dinâmicas comerciais específicas criou a necessidade de re-
pectos financeiros, também pode se estabelecer pela geração de re- organização dos portos, o que inclui a adoção de novos métodos de
ceita decorrente de práticas e serviços ambientais. No caso dos movimentação de cargas, equipamentos com sofisticação tecnológica,
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 19

mão-de-obra especializada e agilidade, além dos avanços da enge- 2.3 CERTIFICAÇÕES E ADESÃO
nharia naval.
Com o processo de globalização econômica, novas demandas A INICIATIVAS E INDICADORES
foram colocadas sobre os portos, destacando-se o seu papel de agente
em projeto que envolve forças públicas e privadas na construção de INTERNACIONAIS
comunidades portuárias, a exemplo do que já ocorre no norte da Eu-
ropa (Antuérpia e Le Havre). A adoção do Sistema de Gestão Ambiental – SGA em portos
A ampliação da complexidade da cadeia produtiva impõe às marítimos visa o enfrentamento dos complexos desafios ligados ao
cidades portuárias enfrentamentos que vão desde questões estruturais, meio ambiente e às relações com seu entorno e seus stakeholders, sob
até questões socioeconômicas e ambientais, que antes eram tratadas o prisma da sustentabilidade. Esse sistema visa a auxiliar as autori-
isoladamente e desconsideradas da cadeia produtiva, além da neces- dades portuárias na definição de áreas, práticas, procedimentos, re-
sidade de definição de políticas e instrumentos aplicados à gestão do gras, métodos de avaliação que tornem a gestão mais eficiente e que
porto e da cidade. Nesse caso, parece oportuno discutir e recuperar possam gerar um padrão comum para todos os portos brasileiros.
aspectos da cultura e das cidades portuárias. Gestão Ambiental vem substituir o controle da poluição no final
Não se trata, porém, de uma operação simples, pois os inte- do processo da organização para assegurar o controle e monitoramento,
resses que envolvem estas iniciativas são muito fortes, implicando prevenção e avaliação, visando o processo de melhoria contínua.
em desafios físicos, financeiros e administrativos. Os diversos grupos Para atender à crescente exigência de transparência e para
sociais têm concepções diferentes sobre o destino a ser dado a estas participar da construção de indicadores globalmente aceitos, os portos 19
áreas. Esse debate se faz urgente, principalmente nos centros que a- podem decidir voluntariamente aderir a iniciativas de credibilidade
presentam a tendência da exploração turística como opção que atestem suas boas práticas. Há várias formas de se obter uma
econômica, dentro dos conceitos de desenvolvimento sustentável em validação externa para os procedimentos e práticas adotadas pelos
contraposição aos argumentos relacionados à ausência de competi- portos na gestão ambiental. Elencamos abaixo algumas delas, aquelas
tividade dos portos brasileiros: de maior credibilidade internacional.

• Inadequação da infraestrutura; PRINCIPAIS CERTIFICAÇÕES


• Exaustão do modelo público de exploração portuária;
ADOTADAS EM PORTOS

• Esgotamento da capacidade de investimentos pelo Estado; A International Organization for Standardization - ISO é uma as-
sociação internacional que agrega representantes de 160 países. A ISO
• Excesso de centralização das decisões, especialmente, pressões ex- atua no desenvolvimento de padrões voltados para produtos, serviços e
ternas derivadas da inserção do país na economia mundial. sistemas, além de credenciar as entidades aptas a realizar a certificação
das empresas interessadas em obter o selo ISO. Embora a adesão às nor-
mas ISO seja voluntária, observa-se uma grande difusão desta iniciativa.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 20
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 21

Isto se dá pelos benefícios esperados, tais como ganhos em eficiência, desenvolvimento um conjunto de indicadores voltados para empresas
redução de custos, acesso a novos mercados, dentre outros. de logística e transporte, disponível em versão piloto (GRI D). Os por-
As normas se dividem em séries temáticas, sendo a ISO 14.000 tos de Antuérpia (Bélgica) e de Roterdã (Holanda) são exemplos de
a que trata de aspectos ambientais. Nesta, há normas voltadas para as- portos que demonstraram seu desempenho pelos padrões GRI.
suntos específicos, tais como Sistemas de Gestão Ambiental, Avaliação
de Ciclo de Vida e Gases de Efeito Estufa. Em alguns países, a série ISO SDM e PERS
14.000 é utilizada como base técnica para governos e instituições es-
tabelecerem regulações na área ambiental. Ao menos 28 portos eu- A Organização Europeia de Portos Marítimos - ESPO, associ-
ropeus obtiveram o certificado ISO 14.001, referente ao Sistema de ada com a rede EcoPorts Network, oferece um conjunto de ferramen-
Gestão Ambiental destas instituições. Isto ratifica a viabilidade de uti- tas para gestão ambiental dos portos membros (ECOPORTS B), dentre
lização da ISO como ferramenta de gestão ambiental portuária. as quais destacam-se o Self Diagnosis Method - SDM e Port
Environmental Review System - PERS.
GRI O SDM consiste em um checklist para ser aplicado pelos gestores
dos portos. São tratados temas como política ambiental, treinamento,
A Global Reporting Initiative - GRI é uma organização sem plano de emergência, dentre outros aspectos. A submissão dos resultados
fins lucrativos que desenvolveu um conjunto de indicadores adequa- no portal Ecoports é feita de forma anônima, e gera como resposta a pro-
dos para aferir e comunicar o desempenho de uma empresa sob a jeção do porto em relação às boas práticas dos portos europeus; a dife-
ótica da sustentabilidade. São considerados indicadores sociais, am- rença entre a organização atual e a necessária para obtenção de 21
bientais, econômicos e de governança para a composição dos chama- certificados como PERS e ISO 14.000; uma análise SWOT (Strengths,
dos relatórios de sustentabilidade (Sustainability Reporting). As Weaknesses, Opportunities, Threats); e recomendações de especialistas.
empresas que elaboram seus relatórios nos moldes GRI fazem-no por Já o PERS é o único sistema voltado exclusivamente para a
adesão voluntária e almejam demonstrar compromisso com a sus- gestão ambiental portuária, sendo delineado como suporte para os
tentabilidade, incrementar o valor de seus ativos intangíveis, como portos atingirem suas metas relacionadas ao desenvolvimento sus-
reputação, bem como instaurar ou melhorar a comunicação com tentável. Consiste, inicialmente, na aplicação do SDM por parte da
stakeholders e partes interessadas. Buscam, ainda, avaliar-se segundo equipe de gestão ambiental do porto, e pode, ao final do processo,
indicadores internacionais, comparando o seu desempenho com re- ser submetido à verificação externa, o que lhe confere certificação.
lação a eles, dentre outros benefícios. Para o GRI essa comparação O certificado PERS dá credibilidade aos portos europeus no que se
em escala global permite o aprimoramento permanente das melhores refere ao seu compromisso com as questões ambientais. São somente
práticas de sustentabilidade e, sobretudo, acelera sua proliferação. seis passos a serem dados para obter a certificação, sendo todos as-
A publicação do relatório é feita pela própria empresa, sistidos pela ESPO. Os três primeiros passos dizem respeito ao cumpri-
havendo cursos certificados para capacitação de seus profissionais, mento do SDM checklist e dão ao porto o status de “EcoPorts port”.
inclusive no Brasil. É possível publicar o relatório em três níveis de Ao submeter à análise da ESPO seu checklist com todas as infor-
detalhamento, A, B e C, de acordo com a realidade e os objetivos de mações, o porto passa ao quarto passo. Feito isso, ele recebe as nor-
cada organização. No ano de 2010, foram publicados oficialmente mas PERS e as implementa para, no passo seguinte solicitar a
mais de 160 relatórios nos moldes GRI no país. certificação PERS, que é analisada por entidade independente. Atu-
Visando aprimorar o modelo de relatório, desde 2006 está em almente, 18 portos europeus possuem o selo PERS.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 22

2.4 MODELOS INTERNACIONAIS e sua relação com o entorno e com as exigências legais e ambientais.
É neste grupo que se concentra a grande maioria dos projetos de sus-
DE GESTÃO PORTUÁRIA tentabilidade dos portos, como cogeração de energia, relações com as
comunidades e outros projetos que mesmo distantes do foco declarado
das atividades portuárias, passam a ser importantes para sua
A discussão de novos paradigmas em setores já desenvolvidos
manutenção.
sempre preconizou a interlocução com organizações que concentrem Mesmo que não sejam preconizados Modelos Regionais de De-
os principais agentes destes setores. senvolvimento Portuário, podemos agrupar as iniciativas e as formas
Os desafios da implementação da Gestão Ambiental nos portos de se tratar questões ambientais em dois principais Modelos, o Europeu
internacionais podem ser diferenciados de acordo com seu estágio de é aquele representado pela ESPO, e o Panamericano é representado
desenvolvimento. Metodologicamente distinguiram-se três níveis: pela Associação Americana de Autoridades Portuárias - AAPA.
As diretrizes técnicas e ambientais de organizações supranacionais,
- Básicas: soluções de problemas operacionais e infraestruturas de como AAPA e ESPO, alcançaram um nível de maturidade tal que foram
base, herdados dos anos de ausência de investimentos e de moderni- adotadas como referencial de desenvolvimento portuário em diversos por-
zação em portos públicos, e também na adoção e adaptação aos mo- tos, principalmente aqueles com grandes movimentações de cargas.
delos de gestão de portos públicos por concessões e arrendamentos,
cuja grande maioria dos problemas é procedimental e de pequenas MODELO EUROPEU – ESPO
adaptações estruturais;
22
Nos modelos europeus, as questões atualmente na linha de atu-
- Intermediárias: soluções que necessitam de um volume maior de ação estratégica, a partir da constatação da existência de infraestrutura
investimentos, que se diferenciam do agrupamento básico por não mais próxima da ideal, são aquelas que se baseiam com forte concen-
mais se focar nos procedimentos operacionais, e sim na implemen- tração nas questões que conciliam a sustentabilidade ambiental com a
tação de soluções tecnológicas, sejam por meio da tecnologia da in- eficiência global do porto. São questões com intensa preocupação com
formação, ou por meio da adoção de modernas tecnologias para o desenvolvimento portuário no ambiente costeiro, valorizando os con-
controle ambiental no tratamento de suas interações com o meio am- textos socioambientais regionais e suas políticas públicas.
biente (efluentes, resíduos sólidos, vetores epidemiológicos, ruídos, Nos portos da Europa a atuação da ESPO, criada em 1993, mas
odores e emissões atmosféricas). Nestas áreas certamente estarão con- com raízes em 1974 no Grupo de Trabalho de Portos da Comissão Eu-
centrados os investimentos para que os portos sejam prestadores de ropeia, tornou-se referência na gestão de portos. Em 1994, a ESPO
serviços ambientais, em oposição à situação atual de geradores de publicou o seu primeiro Código de Boas Práticas Ambientais. Este
impactos negativos; código foi revisado em 2003 e, em outubro de 2012, foi substituído
pela publicação do Green Guide. Durante as últimas décadas, grande
- Avançadas: soluções que, mesmo que ocorram paralelamente às parte dos avanços portuários nas questões ambientais mundiais foi
soluções básicas ou intermediárias, preconizam que se tenha um am- baseada no Código de Boas Práticas Ambientais da ESPO. O Green
biente minimamente organizado e com seus problemas, pelo menos, Guide além de reproduzir a essência do antigo Código, agora reafirma
em vias de serem solucionados, para que se tenham os resultados es- a posição da instituição como uma das principais referências das
perados. Isso porque as soluções deste grupo são de caráter gerencial, questões ambientais.
buscando conciliar questões operacionais com a eficiência ambiental
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 23

Outra importante ação europeia foi a realização do Ecoports, • menores taxas portuárias para as embarcações que utilizem com-
um projeto de pesquisa da União Europeia com os objetivos de harmo- bustível com baixo teor de enxofre;
nizar a gestão ambiental entre os seus portos, trocar experiências e im-
plementar as melhores práticas ambientais portuárias (Kitzmann & • “Green Award” que recompensa as baixas emissões atmosféricas
Asmus, 2006). O Ecoports envolveu pelo menos 150 portos e terminais (35 portos, com incentivos ao desempenho ambiental);
europeus em uma rede ambiental, e seus principais produtos foram:
• “Green Shipping Bonus” (Porto de Hamburgo, 2001, desconto sobre
• Metodologia de Autodiagnóstico (Self-Diagnosis Method — SDM), fer-
taxas portuárias) além da “diferenciação do imposto de tonelagem de
ramenta de autoavaliação ambiental, com identificação de prioridades
acordo com critérios ambientais”, da Noruega.
e do nível de resposta gerencial na área portuária e na cadeia logística;

• Sistema de Revisão Ambiental Portuária (Port Environmental Review Quando se avaliam os portos membros da ESPO, observa-se
System — PERS), que ajudará os portos a executarem os primeiros que, em geral, os avanços ambientais estão diretamente relacionados
passos de um Sistema de Gestão Ambiental (Environmental Manage- ao papel das autoridades portuárias e na sua relação com os ope-
ment System — EMS) e certificações, como a ISO 14.000; radores privados. Nos portos europeus, muitos problemas comuns a
portos brasileiros e sul-americanos sequer aparecem como itens de
• base de dados sobre boas práticas e estudos de caso exemplares; manutenção ou preocupação, pois já foram resolvidos há décadas, ou
fazem parte de rotinas operacionais consagradas, como é o caso da
• Programa de Treinamento, com cursos adaptados às perspectivas locais
e nacionais quanto à legislação e condições operacionais, cujos instru- destinação de resíduos sólidos portuários, que não é citada como 00
23
tores são profissionais portuários e especialistas acadêmicos certificados; problema pela autoridade portuária.
Em linhas gerais, o modelo europeu de Gestão Ambiental tem
• workshops, organizados para a troca de experiências e melhores uma ampla visão voltada a questões que extrapolam a gestão portuária
práticas ambientais; stricto sensu, inserindo uma maior interação com as áreas de influên-
cia dos portos, que incluem desde indústrias a densas áreas povoadas,
• em pesquisa, a formação de uma rede de universidades e consultores passando por áreas de proteção e alta sensibilidade ambiental.
para prestar serviços multidisciplinares de pesquisa e desenvolvimento As prioridades dos desafios e intervenções nos portos europeus
de soluções ambientais. alternaram-se e, em alguns casos, foram substituídas por outras, nas
Outro ponto que merece atenção é a motivação econômica para últimas três décadas. O Green Guide desenvolvido pela ESPO ran-
promoção de mudanças de hábitos, que sempre foi a alternativa mais queou as 10 principais prioridades no campo da gestão ambiental
segura para implementar inovações, com diminuição de custos como portuária. Nota-se claramente que houve uma evolução na resolução
estímulo para atendimento da norma ambiental e melhorias voluntárias. de alguns desafios, que na década de 1990 apresentavam-se como
A utilização de instrumentos econômicos de incentivo à diminuição de prioritários e nas décadas seguintes foram suplantados ou tiveram
emissões pelos navios vem sendo utilizada em alguns portos europeus sua importância reduzida em detrimento de novas demandas.
e vem demonstrando ser bastante eficiente. Pode-se citar: No cenário apontado pelo Green Guide, o problema no gerenci-
amento dos resíduos portuários surge em meados da década de 2000 e
• menores taxas portuárias para as embarcações que disponham de se mantém nos anos seguintes entre os três principais desafios a serem
tecnologias de redução de óxidos de nitrogênio (NOx); superados em 122 portos europeus analisados na pesquisa da ESPO.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 24

Prioridades ambientais nos portos europeus ao longo dos anos

Prioridade 1996 2004 2009 2013


1 Desenvolvimento do Porto (Água) Resíduos Portuários Ruído Qualidade do Ar
2 Qualidade da Água Dragagens: Operações Qualidade do Ar Resíduos Portuários
3 Disposição de Dragagens Disposição de Dragagens Resíduos Portuários Consumo de Energia
4 Dragagens: Operações Poeira Dragagens: Operações Ruído
5 Poeira Ruído Disposição de Dragagens Resíduos de Embarcação
6 Desenvolvimento do Porto (Solo) Qualidade do Ar Relações com a Comunidade Local Relações com a Comunidade Local
7 Contaminação do Solo Cargas Perigosas Consumo de Energia Dragagens: Operações
8 Perda de Habitats e Degradação Abastecimento Poeira Poeira
9 Volume de Tráfico Desenvolvimento do Porto (Solo) Desenvolvimento do Porto (Água) Desenvolvimento do Porto (Solo)
10 Efluentes Industriais Descarga de Navios Desenvolvimento do Porto (Solo) Qualidade da Água

24
O Green Port é um conjunto de iniciativas voluntárias imple- A exemplo do Porto de Long Beach, Califórnia, cujo Conselho
mentadas para enfrentar os desafios ambientais de forma equilibrada de Administração adotou a política do Green Port, sendo aprovada
com as demandas econômicas da indústria portuária. As iniciativas em janeiro de 2005, serve como um guia para a tomada de decisão e
são divulgadas em um portal de abrangência global. Neste portal são estabelece um quadro de operações portuárias ambientalmente
apresentadas as melhores práticas ambientais, os avanços das políti- amigáveis. A política possui cinco princípios orientadores:
cas públicas, da legislação, as novidades em tecnologia e energia, as
adesões dos portos ao redor do mundo e as responsabilidades corpo- • Proteger a comunidade de impactos ambientais prejudiciais oriun-
rativas, centradas em torno de portos e terminais marítimos, in- dos das operações portuárias;
cluindo o transporte e logística. Está disponível em três formas, como
revista mensal, por newsletter semanal e online no site greenport.com. • Distinguir o porto como líder em gestão e conformidade ambiental;
Neste contexto, os portos têm o compromisso de formação e
comunicação, para garantir que essas práticas se estendam desde as • Promover a sustentabilidade ambiental;
atividades das comunidades com quem interagem diretamente até
sua operação. Seja nas simples compras de materiais de escritório até • Empregar a melhor tecnologia disponível para evitar ou reduzir os
o projeto de um terminal marítimo de milhões de dólares, o porto impactos ambientais;
considera as alternativas que têm o menor impacto negativo na so-
ciedade e no meio ambiente. • Envolver e conscientizar as comunidades do entorno.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 25

São seis os elementos básicos do Green Port, cada um com um da AAPA podem ser analisadas como básicas e procedimentais, mas
objetivo geral, expostos abaixo. colaboram fortemente para a adequação dos portos membros.
A partir da criação, em 1973, do Environmental Improvement
• Vida Animal: proteger, manter ou restaurar os ecossistemas aquáti- Awards, pelo qual a AAPA reconhece e estimula as atividades que
cos e habitats marinhos. beneficiam o ambiente em seus portos, nas categorias de melhoria
ambiental, mitigação, envolvimento comunitário e gerenciamento
• Ar: reduzir as emissões nocivas de atividades portuárias. ambiental, foram produzidos vários estudos e pesquisas, assim como
foram realizados diversos eventos para discutir as formas de imple-
• Água: Melhorar a qualidade do complexo portuário mentação e adaptação das práticas de gestão ambiental no ambiente
portuário.
• Solos e sedimentos: remover, tratar, ou tornar apropriado para re- A evidente diferença entre os modelos de gestão pública de
utilização todos os tipos de solos e sedimentos contaminados no dis- portos, suas políticas de concessão, a relação das autoridades por-
trito portuário. tuárias com os problemas de infraestrutura e em relação ao enfrenta-
mento das limitações estruturais dos portos congregados na AAPA,
• Envolvimento da Comunidade: interagir e conscientizar a comu- orientaram a instituição na publicação do Environmental Manage-
nidade sobre as operações portuárias e seus programas ambientais. ment Handbook (AAPA, 1998). Este se consolidou como um guia com
ferramentas e práticas de gerenciamento das atividades portuárias
• Sustentabilidade: implementar práticas sustentáveis de projetos, voltadas à prevenção e remediação dos impactos ambientais do setor. 00
25
construção, operações e práticas administrativas em todo o porto. Neste guia é possível identificar claramente a base utilizada para sua
implementação, extraída da ISO 14.001 e do SGA, que se destacam
MODELO PANAMERICANO – AAPA em outros setores produtivos.
Não obstante a existência de outras instituições internacionais
A exemplo do que ocorre na Europa, no continente americano, que referenciem outras regiões no mundo, é justificada a opção pela
uma entidade associativa congrega a maioria das autoridades portuárias análise e utilização de diretrizes da ESPO e AAPA dada a farta litera-
da região. A Associação Americana de Autoridades Portuárias - AAPA, tura disponível e o grau de engajamento de seus membros, sejam eles
fundanda em 1912, é uma associação que representa mais de 160 au- portos, autoridades portuárias ou países.
toridades portuárias públicas e privadas nos Estados Unidos, Canadá, Como todo cenário organizativo, após um período de matu-
Caribe e América Latina. A AAPA foi criada para apoiar os portos públi- ração, a organização dos portos proporcionou a segmentação de di-
cos na melhoria da gestão portuária, com especial atenção às questões versos serviços e produtos voltados àqueles portos que inseriram as
ambientais. O modelo da AAPA apresenta algumas semelhanças com o questões ambientais em sua Gestão e enxergavam a inovação ambi-
modelo europeu, entretanto, por ter entre seus membros portos de ental tecnológica como diferenciais para concorrência no mercado
países pequenos e portos de diversos tamanhos e complexidade, internacional. Como previamente mencionado, uma importante
dedica-se mais atentamente à resolução de problemas, considerados de demonstração da capacidade de organização do setor é o Green Ports.
base. Em geral, os problemas são originados pela ausência de estruturas,
sejam equipamentos públicos, infraestrutura de acesso, suprimento
energético ou de saneamento. As orientações contidas nas produções
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 26

2.5 CENÁRIO DA GESTÃO 8.630/1993), que constituiu, à época, o chamado “novo modelo por-
tuário brasileiro”, não contemplou de forma decisiva a questão am-
AMBIENTAL DOS PORTOS biental. A despeito das regulamentações e pressões internacionais, os
aspectos ambientais não foram considerados um elemento estratégico
MARÍTIMOS BRASILEIROS nas reformas pretendidas e a dimensão ambiental entrou no sistema,
sobretudo, pela via judicial, geralmente resultante de demandas do
Os portos brasileiros representam um elo fundamental da Ministério Público (Kitzmann & Asmus, 2006).
cadeia de transportes e econômica do País, pois nas instalações por- Entretanto, mediante as preocupações com os impactos que
tuárias se desenvolvem interligações modais entre transporte terrestre os portos provocam, em especial na linha de costa, foi criada a
e marítimo (Souza Junior, 2008) e se materializam as relações comer- Agenda Ambiental Portuária em 1998, no âmbito do Programa Na-
ciais que inserem o Brasil no mercado globalizado. Neste cenário, as cional de Gerenciamento Costeiro. A Agenda representou um marco
condições e práticas em cada porto podem comprometer as relações da área ambiental para o setor, ao buscar a promoção de um sistema
comerciais pelo não cumprimento às determinações legais da área de gestão ambiental portuário, de uma maneira mais ampla, para
ambiental ou de segurança. acompanhar o programa de modernização dos portos desenvolvido
O ambiente portuário possui características ambientais e ope- pelo Ministério dos Transportes.
racionais que representam risco potencial na geração de impactos Em 2009, a Secretaria de Portos da Presidência da República
ambientais negativos. Tal condição demanda a implantação de sis- – SEP/PR, por meio da Portaria nº 104/2009, remeteu aos portos e
temas de gestão ambiental, medidas de controle e mitigação, além de terminais marítimos a obrigação de possuir um Setor de Gestão Am-
26
uma fiscalização contínua dos aspectos operacionais e legais rela- biental e de Segurança e Saúde no Trabalho e implantar um Sistema
cionados aos potenciais impactos negativos. Integrado de Gestão Ambiental que inclua ações relativas à Proteção
Implantar sistemas de gestão ambiental no ambiente opera- do Meio Ambiente, à Segurança e Saúde Ocupacional (ANTAQ, 2009).
cional portuário apresenta-se como um desafio. Kitzmann & Asmus Em 2011, a Portaria Interministerial MMA/SEP/PR nº
(2013) afirmam que mesmo adquirindo relevante importância e sendo 425/2011, expedida pelo Ministério do Meio Ambiente em conjunto
um diferencial competitivo em vários setores da economia, a gestão com a Secretaria de Portos da Presidência da República, instituiu o
ambiental ainda é pouco aplicada no setor portuário, pois sua im- Programa Federal de Apoio à Regularização e Gestão Ambiental Por-
plantação é associada a custos elevados e processos de licenciamento tuária - PRGAP de portos e terminais portuários marítimos, inclusive
ambiental morosos. os vinculados às Companhias Docas.
No setor portuário as vantagens competitivas ainda estão Em paralelo às ações de regularização ambiental do setor, a
fortemente ligadas aos aspectos da eficiência operacional, que in- Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ realizou uma
cluem, sobretudo, aumento da segurança, redução do tempo, das per- avaliação do panorama da conformidade ambiental dos portos orga-
das e dos custos. Contudo, há uma tendência de valorização das nizados, onde foram analisadas as ações das autoridades portuárias e
certificações e adoção de boas práticas ambientais como critério dife- terminais privativos dos 30 principais portos nacionais (ANTAQ, 2004).
rencial na competição entre portos e países que praticam o comércio Equalizar o aumento das eficiências operacionais e ambientais
marítimo. demanda um ajuste interinstitucional que abrange o setor público,
No Brasil, na década de 1990, a repaginação do setor por- em seu papel de regulador do sistema portuário (o que inclui a regu-
tuário, deflagrada pela Lei de Modernização dos Portos (Lei nº lação ambiental). Neste contexto, com o intuito de restaurar a capaci-
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 27

dade de planejamento do setor e redefinir competências, a Lei emprego de indicadores, que despontam como importantes medidas
nº12.815/2013 prevê a regulação da exploração, direta ou indireta- estratégicas.
mente, dos portos e instalações portuárias, e das atividades desem- Os portos públicos brasileiros, em especial as áreas não arren-
penhadas pelos opera- dadas, ainda não obtiveram certificados ambientais. Uma vez que
dores portuários. Esta lei atribui à Secretaria de Portos, a responsabili- consigam cumprir a legislação ambiental vigente, em sua plenitude,
dade de coordenar a atuação integrada dos órgãos e entidades públi- estarão em condições de se planejar para buscar as certificações in-
cos nos portos organizados e instalações portuárias e define a Agência ternacionais, cabendo ainda ajustes e aprimoramentos específicos
Nacional de Transportes Terrestres - ANTT e a ANTAQ, como enti- para cada certificação almejada.
dades integrantes da administração federal indireta, submetidas ao Nesse contexto, este Guia foi concebido para a construção de
regime autárquico especial e vinculadas, respectivamente, ao Minis- um panorama atual das condições infraestruturais e procedimentais
tério dos Transportes e à Secretaria de Portos. no tocante à geração, tratamento, destinação de manejo de resíduos
Apesar de citar somente o monitoramento ambiental relativo sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva nos portos
aos aspectos de dragagem, essa lei dá atribuições à SEP que incluem marítimos brasileiros. A partir da identificação das potencialidades e
assessorar a formulação de políticas e diretrizes para o setor portuário, principais desafios encontrados, orienta a adoção de boas práticas,
promovendo a execução e a avaliação de medidas, programas e pro- pelas autoridades portuárias, empresas arrendatárias e prestadoras de
jetos de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura e da superestru- serviços atuantes, visando à melhoria das condições ambientais no
tura dos portos e instalações portuárias. Pode-se incluir nessas cenário portuário nacional.
atribuições o fomento a políticas e programas ambientais de abor-
27
dagem mais ampla, ou com enfoque específico, como o gerenciamento
de resíduos sólidos, efluentes líquidos e manejo da fauna sinantrópica
nociva.
Ao conhecer a realidade dos portos marítimos brasileiros, ob-
serva-se que alguns processos ainda precisam e podem ser aperfeiçoa-
dos, em busca de maior eficiência e menor desperdício de recursos.
Deste modo, parte das medidas iniciais de Gestão Ambiental pode
trazer benesses aos portos. No entanto, possivelmente a maior moti-
vação para a busca de certificados ou a publicação de indicadores
ambientais é o marketing ambiental da instituição, enriquecendo de
forma favorável a relação com os com clientes e investidores. Um
cliente que aceita pagar mais por um produto de uma empresa com-
prometida por questões ambientais é um exemplo dos benefícios que
a certificação ambiental traz a ela. Em todo caso, é de se esperar uma
crescente preocupação ambiental, concomitante a regulações mais res-
tritas por parte dos governos, incluindo a busca por certificados e o
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 28

3. Gestão Atual dos Resíduos Sólidos,


Efluentes Líquidos e Fauna Sinantrópica
Nociva nos Portos Marítimos Brasileiros

Desde os anos 1990, existe um movimento internacional de mo- CENÁRIO ATUAL


dernização dos portos a fim de compatibilizá-los com a nova ordem
econômica e com as diretrizes da política internacional. Os portos pú-
blicos marítimos brasileiros, estimulados pelo acelerado incremento do Para apresentar um panorama geral dos resíduos nos portos pú-
comércio internacional e pela demanda por ganhos contínuos e expo- blicos marítimos brasileiros, foi elaborada uma tabela com as grandes
nenciais na eficiência produtiva também aderiram a esse movimento. categorias de resíduos. Esses dados são relativos ao ano de 2012.
Nesse cenário de adequações e melhorias, torna-se necessário,
28
primeiramente, estabelecer o ponto de partida para compreensão do Tabela com o quantitativo geral relativo ao ano de 2012
panorama atual desses portos no tocante ao gerenciamento dos resí- por categoria de resíduo
duos sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva.
Categoria de Resíduo Mensurado em quilograma Mensurado em m³
Perigoso 18.121.407 3.622.865,74
3.1 RESÍDUOS SÓLIDOS Reciclável 1.672.444 3.494,29
Lixo Comum 2.793.084 157.237,06
Um dos grandes problemas a ser enfrentado atualmente por
Orgânico 863.640 937,8
qualquer organização ou empresa é o gerenciamento de resíduos só-
lidos. As garantias da limpeza e da saúde pública, além da preservação Construção Civil 35.040.910 -
do meio ambiente resultam de um sistema de gerenciamento de resí-
duos que necessita de espaços adequados, equipamentos específicos Os dados da tabela demonstram que o quantitativo de resíduos,
e que envolvam pessoas em diversas atividades. Além dos aspectos principalmente os recicláveis, podem ser agregados aos negócios gera-
ligados à saúde pública e à preservação ambiental, o gerenciamento dos a partir dos portos. Entretanto, o levantamento e tratamento de
dos resíduos, quando bem estruturado, pode se tornar uma janela de dados apontou que existem temas relevantes para futuras proposições
oportunidade do ponto de vista financeiro. no tocante ao gerenciamento de resíduos sólidos, de modo a tornar
Essa nova realidade deve também fazer parte do cotidiano do esses negócios viáveis. São eles: os instrumentos de controle (vincula-
setor portuário brasileiro. Para tanto, é necessário conhecer a situação dos à fiscalização e à obtenção de informações) e a coleta seletiva atre-
atual para determinar as diretrizes básicas e desencadear esse processo lada à caracterização dos resíduos (segregação, armazenagem e
nos portos públicos marítimos brasileiros. pesagem).
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 29
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 30

INSTRUMENTOS DE CONTROLE

Neste tópico foram identificadas situações que necessitam de


reformulações para o bom desempenho no gerenciamento de resíduos
sólidos, tanto de terra como de embarcação. São elas:

• Existência de instrumentos e regulamentações que dão as diretrizes


COLETA SELETIVA E ARMAZENAMENTO
para o gerenciamento dos resíduos sólidos em áreas portuárias que
não são executadas na sua totalidade;
A implantação de coleta seletiva hoje é um dos pontos chaves
para o cumprimento da Lei nº 12.305/2010 (PNRS). No caso dos portos,
• Sobreposição de diretrizes de diferentes órgãos fiscalizadores no to-
a efetiva implantação dessa prática pode agregar valor à imagem do
cante à condução do gerenciamento de resíduos;
porto e, em alguns casos, se transformar em possibilidade de negócio,
como já foi dito anteriormente, e demonstrado na tabela a seguir, onde
• Os inventários de retiradas e os manifestos de transporte de resíduos
foram considerados apenas três tipos de recicláveis (aqueles que foram
sólidos não possuem informações precisas. Entretanto, 59% dos por-
corretamente identificados e quantificados nos manifestos emitidos
tos geram algum documento de controle;
em 2012). A partir dessa informação, foi estimado o valor desse ma-
terial no mercado no primeiro trimestre de 2013, estabelecendo-se uma
30
• Não há uma padronização nos procedimentos de fiscalização por
média a partir da variação de preço, chegando-se a um valor estimado
parte dos órgãos ambientais (federal, estadual e municipal), instância
em R$ 15.272.686,77 (quinze milhões, duzentos e setenta e dois mil,
primeira de controle das atividades de gerenciamento dos resíduos.
seiscentos e oitenta e seis reais e setenta e sete centavos). Essa variação
Essa situação é refletida em 55% dos portos que não encaminham os
ocorre por três fatores principais: o estado de conservação do material,
documentos de controle para os órgãos competentes;
a região geográfica e a bolsa de valores.
Vale ressaltar que nesse universo não estão computados os re-
• 64% dos portos estabelecem algum tipo de classificação. Entretanto,
cicláveis em sua totalidade, por falta de segregação ou pela forma
não existe orientação específica sobre qual normativa seguir para a
como o mesmo é destinado. O universo excluído dessa projeção pode
classificação dos resíduos nas áreas portuárias. A classificação ade-
aumentar esse valor em até 40%.
quada é responsável pela destinação ambientalmente adequada, por-
tanto, um ponto chave no processo de gestão dos resíduos sólidos;

• Apesar de 68% dos portos realizarem algum tipo de programa de redu-


ção da geração de resíduos, estes ainda são incipientes por necessitarem
de parâmetros mais precisos de implantação, execução e monitoramento;

• A legislação pertinente à esterilização de resíduos orgânicos em área


primária necessita de revisão e adequação à realidade atual, pois os de-
cretos datam de 1934 (Decreto nº 24.114/1934 e Decreto nº 24.548/1934).
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 31

Tabela de Projeção Econômica de Material Reciclável

Variação de preço
no mercado ton/R$ Valor médio Receita para
Tipos Recicláveis Quantidade (ton)
(1º trimeste 2013) de mercado reciclagem

Metal 50.865,24 150 - 400 R$ 275,00 R$ 13.987.939,95


Papel limpo 2.807,12 140 - 530 R$ 335,00 R$ 940.383,84
Plástico 450,15 450 - 1080 R$ 765,00 R$ 344.362,98
TOTAL ANO R$ 15.272.686,77

Para aumentar esse potencial econômico será importante superar • Inserção das cooperativas de catadores na cadeia do gerenciamento do
os desafios atuais, tais como: resíduo, fazendo com que o porto desempenhe um papel de agente fo- 00
31
mentador de política pública social e motivador de inclusão social.
• A segregação dos resíduos na origem ainda é incipiente. Apenas 9%
dos portos tem esse tipo de atividade para todos os resíduos; Para o último tópico é importante considerar que para além de
simplesmente doar os materiais recicláveis para as cooperativas a fim de
• Os programas de coleta seletiva necessitam de ajustes estruturais de cumprir o Decreto 5940/2006, uma forma mais eficiente de estabelecer
modo a serem implantados efetivamente, porque 91% dos portos não tem um programa de política pública de inclusão social através da coleta se-
esse tipo de programa; letiva nos portos é o estabelecimento de parcerias de contratação de serviço
nas áreas de transbordo temporário para manipulação do material reci-
• As áreas de armazenamentos temporários e as centrais de resíduos já clável. É uma mão de obra capacitada para tal atividade e, assim deve ser
existentes necessitam ser adequadas e 50% dos portos não possuem cen- reconhecida, e, da mesma forma, remunerada. Esse tipo de parceria tem
trais de resíduos; crescido entre prefeituras e cooperativas e é um modelo mais justo de re-
muneração e de reconhecimento do trabalho, além do que é muito mais
• 63% dos portos não fazem nenhum tipo de pesagem dos resíduos antes eficaz do que a mera doação dos materiais.
da saída;

• Existem equipamentos que estão subutilizados como, por exemplo, ba-


lanças e autoclaves.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 32
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 33

3.2 EFLUENTES LÍQUIDOS


No contexto internacional da gestão de efluentes líquidos em por-
tos, há maior controle e fiscalização, além de reuso mais efetivo da água e
dos subprodutos oleosos. Nos portos europeus, o órgão ambiental local é
responsável pela fiscalização do controle dos efluentes líquidos, provenien-
tes de processos industriais e de refrigeração, da drenagem dos tanques de
armazenamento e de edificações. O tratamento dos mesmos pode ser feito
individualmente por cada arrendatária ou por meio de cooperação entre
duas ou mais empresas, terceirizando e dividindo os custos do serviço entre
as próprias empresas.
O objetivo principal da gestão de efluentes líquidos nos terminais
portuários é evitar a contaminação de corpos hídricos por descargas de
águas residuárias originárias dos portos. Dessa forma, as boas práticas
para gerenciamento dos efluentes líquidos se fundamentam nas infraes-
truturas terrestres e de atracação, que abrangem pátios, armazéns, edifi-
cações, instalações de apoio, vias de circulação interna, áreas para 33
expansão, píeres e cais, que fazem parte do porto organizado e são admi-
nistradas pela Autoridade Portuária (CPEA, 2011).

LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA
A Resolução n° 430/2011 do Conselho Nacional de Meio Ambiente
– CONAMA define para todo território nacional os padrões para lança-
mento de efluentes em cursos d’água. Adicionalmente, alguns estados pos-
suem legislações próprias e específicas para controle da poluição por
efluentes. Esse controle é baseado em limites permissíveis de diferentes
parâmetros de qualidade de água e eficiência de remoção de poluentes que
a unidade de tratamento deve minimamente apresentar. Cabe ressaltar que
o não cumprimento ao disposto na Resolução n° 430/2011 e/ou o lança-
mento de efluentes em desacordo com os padrões estabelecidos sujeitam
os infratores às sanções previstas na Lei nº 9.605/1998.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 34

Padrões de lançamento de efluentes líquidos nos estados da federação dos portos marítimos e no Brasil

LEGISLAÇÃO VALORES MÁXIMOS PERMISSÍVEIS EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO (%)


ESTADO
PADRÕES DE LANÇAMENTO DQO(mg/L) DBO (mg/L) SST (mg/L) DBO SST
Efluentes de qualquer
Federal fonte poluidora - - - 60 -
CONAMA nº 430/2011
Esgotos Sanitários - 120 - 60 -
CE Portaria nº 154/2002 - - 100 - -
PB NT 301/1988 - 60 - 80 -
C ≤ 2kqDBO/d 360 180 40
CPRH nº 2002 2 < C ≤ 6 kgDBO/d 160 80 70
PE (Efluentes não industriais) 6 < C ≤ 50 kgDB)/d 120 60 80
C > 50 kgDBO/d 60 30 90
CPRH nº 2001 C < 100 kgDBO/d 60 30 70
34 (Efluentes Industriais) C ≥ 100 kgDBO/d 60 30 90
AL Decreto Est. nº 6.200/1985 150 60 - -
ES CERH 031/2012 - 60 -
DZ-215.R-4 C ≤ 25 kg/DBO/d 100 65 65
(Efluentes Sanitários) 25 < C ≤ 80 kg/DBO/d - 60 - 80 80
C > 80 kg/DBO/d 40 85 85
RJ DZ-205.R.-6 2 < C ≤ 10 kg/DBO/d 40 -
(Efluentes Industriais)2 10 < C ≤ 100 kg/DBO/d 100 a 5003 - - 70 -
C > 100 kg/DBO/d 90 -
SP Decreto nº 8.468/1976 - 60 - 80 -
PR4 Resolução 001/2007 SEMA 225 90 - - -
- 60 - 80 -
SC Decreto Estadual
Q < 20 m3/d 450 200 200
nº 14.250/1981
20 < Q < 200 m3/d 450 150 150
200 ≤ Q < 1000 m3/d 360 120 120
RS5 Portaria nº 05/1989 - SSMA 1000 ≤ Q < 2000 m3/d 240 80 80
Q ≥ 20003/d 200 60 70
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 35

1• Existe uma diferença em função da presença de cozinha no estabelecimento. CENÁRIO ATUAL


Na norma, somente a fossa séptica não foi considerada como condição válida.
2• Considerando vazão > 3,5 m3/dia.
3• Faixa de limite máximo permissível de acordo com tipologia de indústria. Nos portos marítimos brasileiros há geração de diversos tipos
4• Referente aos efluentes de Estações de Tratamentos. de efluentes líquidos, com variados fluxos, estruturas de tratamento e
5• Referentes às fontes poluidoras existentes. vulnerabilidades associadas à sua gestão. De uma maneira geral, o ce-
nário atual apresenta falhas nos sistemas de gestão de efluentes líqui-
dos nos ambientes portuários. Alguns terminais, em especial os
As atividades em terminais portuários geram uma grande arrendados, possuem sistemas de tratamento de efluentes sanitários e
quantidade de efluentes líquidos por meio de fontes pontuais (ex. oleosos/industriais com razoáveis condições estruturais. Porém, grande
efluente sanitário dos banheiros, restaurantes e cantinas; efluente parte dos terminais públicos não arrendados carece de sistemas de tra-
oleoso de abastecimento de combustíveis, lavagem de veículos e ofi- tamento, havendo possibilidade de seus efluentes serem lançados di-
cina mecânica etc.) ou difusas (ex. drenagem de água pluvial poten- retamente nos corpos hídricos ou nas redes de drenagem pluvial; ou
cialmente contaminada em pátios ou vias de circulação), além de quando existem sistemas, estes não são satisfatórios, pois tratam ape-
efluente de atividades industriais. A definição destes efluentes líquidos nas em nível primário.
encontra-se no Anexo II deste Guia “Conceitos e Termos Técnicos”. Há, então, uma falta de controle no gerenciamento de efluentes lí-
Consideram-se ainda outros efluentes, como: efluentes do tipo quidos, com potencial poluição dos corpos hídricos receptores. Tal poluição
IMO (Organização Marítima Internacional), provenientes da drenagem pode ser devida ao lançamento de efluente sanitário in natura, pela poluição
das áreas destinadas à armazenagem de cargas IMO (cargas de pro- difusa decorrente da movimentação de granéis sólidos, além de impactos 35
dutos especiais); efluentes originados na lavagem de contêineres, prin- decorrentes de efluentes oleosos. Estes fatores modificam a qualidade dos
cipalmente com carga alimentícia; além dos efluentes gerados em corpos hídricos e podem, inclusive, comprometer sua classe de uso.
vazamento de contêineres. Os efluentes oleosos gerados nas embarcações e recebidos nos
Os diversos componentes presentes nos efluentes líquidos que portos são classificados como resíduos sólidos, de acordo com a NBR
alteram a sua qualidade podem ser retratados em termos de suas ca- 10.004/2004, e, portanto, eles estão contemplados no universo de re-
racterísticas físicas, químicas e biológicas, que podem ser traduzidas síduos perigosos tratados em resíduos sólidos. Com relação aos efluen-
em parâmetros de qualidade da água, ou indicadores de poluição hí- tes sanitários oriundos de embarcações, não há evidências de
drica. As principais características são: DBO (Demanda Bioquímica de estruturas para recepção destes nos portos públicos marítimos.
Oxigênio), DQO (Demanda Química de Oxigênio), pH (Potencial Hi-
drogeniônico) e Óleos e Graxas. A definição destes encontra-se no CONSUMO DE ÁGUA
Anexo II “Conceitos e Termos Técnicos”.
De uma forma geral, os portos apresentam uma inadequada ges-
tão no controle do consumo de água. Em diversos casos, as medições são
realizadas em hidrômetros coletivos, que atendem a mais de um usuário
e para diferentes fins. Isso dificulta o controle e a distribuição de custo.
A maior incoerência identificada foi em relação ao grande volume de
água consumido por hidrômetros sob a responsabilidade da
autoridade/administradora portuária, estando associados a mais de um
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 36

terminal ou áreas de operação. Neste caso, é a autoridade portuária A água consumida na preparação dos alimentos e na limpeza
que define o valor que o arrendatário ou o operador deverá pagar, não de equipamentos e utensílios nas cozinhas de restaurantes e cantinas
avaliando o quantitativo de consumo e inviabilizando o usuário ter apresenta óleos e gorduras emulsificadas e sólidos suspensos em
ciência do seu próprio consumo. Somente em alguns locais, princi- grande quantidade, provocando entupimentos nas tubulações, caso
palmente em alguns terminais arrendados, são adotados hidrômetros não sejam retidos por estruturas específicas. As caixas de gordura que
próprios para cada usuário. foram encontradas, em geral, apresentam condições estruturais e de
limpeza inadequadas, excedendo o próprio volume útil de retenção da
EFLUENTES SANITÁRIOS unidade e dificultando o tratamento posterior, ou impactando o am-
biente com o lançamento direto.
A geração de efluente sanitário está principalmente associada
às áreas administrativas onde, de forma geral, concentram-se os tra- DRENAGEM PLUVIAL
balhadores. O tratamento efetivo e destinação final do efluente sani-
tário acontecem de forma muito incipiente. Nas áreas não arrendadas, A avaliação dos atuais sistemas de drenagem pluvial indicou
apenas 4% dos portos apresentam estação de tratamento de efluentes necessidade de medidas estruturais de base em maior ou menor escala
sanitários e 14% do universo apresenta ligação parcial/total à rede em 86% dos portos estudados. Como exemplos podem ser citados:
pública de esgotamento sanitário. Assim sendo, em 82% dos portos, mudança do tipo de revestimento do piso, interligações entre siste-
o efluente sanitário é direcionado diretamente para o corpo hídrico mas, construção de redes de drenagem mais eficazes, entre outros.
receptor ou para fossas sépticas, que não proporcionam o grau de tra- Os granéis sólidos respondem pela maior parte das cargas mo-
36
tamento requerido em consonância com normativas legais. vimentadas no Brasil e devido à natureza desses, há grande dispersão
Na maioria das edificações existentes nos portos foi identifi- de material particulado, seja pelo transporte por caminhões, correias
cada a utilização de fossas sépticas como tratamento para os efluentes transportadoras, ou pelo próprio armazenamento. Apesar do paliativo
sanitários. Porém, por suas estruturas serem antigas, não existirem ca- procedimento de varrição para o controle de dispersos sobre o solo,
dastros e suas localizações estarem sob pavimentos (estruturas sub- este não é totalmente eficaz. Além disso, existem deficiências no
terrâneas), a avaliação do dimensionamento e manutenção das fossas transporte, como lonagem ineficiente dos equipamentos e armazena-
sépticas existentes torna-se inviável. Além disso, considerando os es-
mento distante do local de carregamento e descarregamento dos na-
paços em que as estruturas se encontram e os indícios existentes sobre
vios. As frestas das carrocerias configuram o principal meio para
a frequência de limpeza das unidades, pode-se inferir que existe uma
derrame de granéis ao longo do percurso dos veículos dentro do
grande defasagem no dimensionamento em relação à demanda atual.
porto. Em eventos de chuva, todo esse material que remanesce depo-
Algumas cidades possuem redes de esgotamento sanitário (muitas
sitado no solo pode ser carreado, gerando efluentes contaminados
vezes sem tratamento), mas não implementaram o tronco coletor perto das
com capacidade de atingir áreas sensíveis em seu entorno, além de
zonas portuárias. Em outros casos há rede pública e tronco coletor próximos
poder ocasionar impacto sobre a saúde dos trabalhadores e moradores
ao porto, mas a autoridade portuária ou a arrendatária não fez a interligação
de comunidades vizinhas.
com o coletor predial. Todavia, nestes casos, são cobradas taxas de efluentes
Há terminais localizados nas proximidades de áreas urbanas,
sanitários, embora o serviço não esteja sendo utilizado pela ausência de
onde suas estruturas de drenagem pluvial se sobrepõem às estruturas
conexão. Ressalta-se ainda que pela Política Federal de Saneamento Básico,
instituída pela Lei nº 11.445/2007, é obrigatória a ligação de toda edificação públicas. Dessa forma, há geração de uma carga adicional relevante
nas redes públicas de esgotamento sanitário disponíveis. ocasionada, principalmente, por conexões clandestinas às redes e pela
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 37

lavagem das ruas durante os eventos de chuva. Segundo Jordão 3.3 FAUNA SINANTRÓPICA NOCIVA
(2011), essa carga contribui de forma não pontual para a poluição das
águas e pode apresentar impacto significativo sobre o meio ambiente,
contribuindo ainda para o assoreamento do corpo hídrico e para a O termo “Fauna Sinantrópica Nociva” - FSN, segundo a Ins-
consequente necessidade de dragagem de manutenção necessária para trução Normativa 141/2006 do IBAMA, refere-se a animais que inte-
o efetivo funcionamento econômico dos portos. ragem de forma negativa com a população humana, causando-lhe
transtornos significativos de ordem econômica ou ambiental, ou que
representam riscos à saúde pública. O enquadramento de determinada
EFLUENTE OLEOSO/INDUSTRIAL
fauna como sinantrópica nociva, porém, é subjetivo, pois dependerá
do entendimento do pesquisador, uma vez que muitas espécies con-
Em áreas com oficinas descobertas, manutenção de máquinas,
sideradas domésticas podem se comportar como vetores de doenças
abastecimento, lavagem de equipamentos/veículos, entre outras, há
caso não recebam cuidados. O exemplo disto são portos onde cães e
potencial derramamento de produtos oleosos e de limpeza, e assim,
gatos são considerados FSN.
as águas superficiais, oriundas de chuva ou lavagem de pátios, podem
De modo geral, o ambiente portuário apresenta vários fatores
ser contaminadas e lançadas no corpo hídrico receptor. Esta proble-
que facilitam a incidência de algum tipo de FSN: instalações antigas
mática deve-se à inexistência de áreas destinadas a estas atividades
e mal conservadas; passivos como equipamentos obsoletos e cargas
com drenagem segregada e tratamento efetivo deste efluente.
em perdimento; piso inadequado e sem drenagem apropriada gerando
Na maioria dos terminais não arrendados onde há manuseio e
acúmulo de água e resíduos; excesso de resíduos dispersos pelo chão,
armazenamento de efluentes oleosos, foi identificada gestão inade- 37
principalmente orgânicos.
quada destes, sem drenagem oleosa segregada ou caixa separadora
Neste Guia foram contemplados seis tipos de fauna: pombos,
água e óleo para tratamento. Nos terminais arrendados a situação é,
roedores, baratas, mosquitos, moscas e escorpiões. Além disso, cães,
de uma forma geral, melhor, com considerável parte das oficinas,
gatos e cupins também foram levados em conta, uma vez que estão
áreas de lavagem e abastecimento possuindo drenagem segregada e
presentes em muitos portos. Dentre estes, insetos, roedores e pombos
direcionamento para tratamento ou armazenamento, ainda que te-
merecem maior destaque. Estes grupos estão diretamente relacionados
nham sido constatadas irregularidades.
a eventos recorrentes nos terminais que praticam a movimentação e
Em poucos locais foi observada a geração de efluentes industriais,
a armazenagem de grãos perecíveis.
porém foi constatada uma maior preocupação com o adequado tratamento
O número de pombos, assim como o de algumas espécies de
desses efluentes, e ainda com as ações de reuso no próprio processo.
moscas (Famílias Tephritidae, Cecidomyiidae e Muscidae), apresenta-
se na escala de milhares e estas são as espécies que mais se destacam
em ambientes portuários. No caso dos roedores, o pequeno número
de indivíduos coletados, não indica necessariamente baixos níveis de
infestação, já que alguns portos, principalmente aqueles que movi-
mentam grãos perecíveis, apresentam grandes populações.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 38

POMBOS - AVIFAUNA ROEDORES - MASTOFAUNA

Menos da metade dos portos públicos marítimos realiza o controle da A grande maioria dos portos públicos marítimos do Brasil rea-
avifauna. Os portos que apresentam os maiores problemas com altas liza a desratização. Porém, os roedores estão presentes em pratica-
populações de pombos são os que têm, entre seus terminais e arren- mente todos os portos, sendo representados pelas três espécies que
datários, atividades de movimentação e armazenamento de grãos, ocorrem em áreas urbanas do território brasileiro (Rattus rattus, Rat-
principalmente quando praticadas de forma inadequada. Mesmo nos tus norvegicus, Mus musculus). A predominância de uma espécie ou
portos onde há ou já houve algum programa específico para o controle outra depende da região onde está localizado o porto. Assim como
de pombos, as dificuldades para a redução de sua população são per- ocorre com pombos, sua ocorrência tem íntima ligação com atividades
sistentes. Diante deste fato, todo porto que apresentar populações de de movimentação e armazenamento de grãos onde há ausência de
pombos deve implementar um programa de controle integrado voltado boas práticas.
aos pombos, onde são aplicadas medidas corretivas e preventivas,
assim como buscar uma atualização tecnológica em seus equipamentos Roedor (Rattus norvegicus) observado
e instalações para manuseio, transporte e armazenamento de grãos
(ex.: silos, transportadores fechados, portalinos, entre outros).

Pombos (Columba livia) observados


38

Fonte: Equipe IVIG-PPE/COPPE/UFRJ

Fonte: Equipe IVIG-PPE/COPPE/UFRJ


* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 39

A espécie Rattus rattus, também conhecida como rato de te-


lhado, é a mais presente, principalmente nos grandes exportadores
de grãos. A ratazana (Rattus norvegicus) e o camundongo (Mus mus-
culus) vêm em seguida, em números populacionais semelhantes no
total, variando de porto a porto.

CÃES E GATOS - MASTOFAUNA

Muitos portos apresentam problemas com cães e gatos, que,


apesar de serem considerados domésticos, podem veicular uma série
de doenças ao trabalhador (raiva, sarna, micoses, leptospirose,
leishmaniose, bicho geográfico, etc.), carrear parasitas como pulgas e
carrapatos, além de causar possíveis danos físicos como mordidas e
arranhaduras. Cabe ressaltar que é imprescindível para Autoridade Fonte: Equipe IVIG-PPE/COPPE/UFRJ
Portuária ter um documento com normas que regulamente o assunto
observando sempre as leis que protegem os animais domésticos de
MOSCAS - ENTOMOFAUNA
maus tratos, os preceitos da bioética e bem-estar animal e as resolu-
39
ções sanitárias no trato da prevenção de zoonoses.
A maior ocorrência das moscas localiza-se nas áreas de com-
O método proposto baseia-se no controle populacional pela
postagem de resíduos orgânicos dos terminais públicos e dos arren-
castração sistemática seguida de soltura no mesmo local onde o ani-
datários e também nos setores onde refeitórios e restaurantes situados
mal foi capturado e não pela captura e eutanásia, já demonstrado
no interior dos portos depositam os restos das refeições servidas. Em
como ineficiente e dispendioso para controle da população.
ambos os locais, quando há o mau-acondicionamento destes resíduos,
as moscas se mostram em maior número.
As moscas que apresentam sinantropia nociva estão represen-
tadas por quatro famílias, sendo a Família Tephritidae a mais abun-
dante. Este tipo de quadro gera preocupação, já que as moscas desta
família (moscas-das-frutas) ocasionam perdas econômicas tanto por
danos diretos aos frutos, quanto indiretos, agindo como um fator ne-
gativo no processo de exportação, principalmente para países livres
destas pragas. Em seguida, aparece a Família Muscidae, principal-
mente o gênero Musca.
Em contrapartida, ressalta-se o baixo percentual de ocorrência
de exemplares da Família Calliphoridae (moscas varejeiras) e da Família
Sarcophagidae. Cabe ressaltar que seus espécimes são vetores de muitos
Fonte: Equipe IVIG-PPE/COPPE/UFRJ agentes patogênicos, tanto em animais quanto em humanos.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 40

MOSQUITOS - ENTOMOFAUNA
A maioria dos espaços internos dos portos apresentam falhas
de drenagem de águas pluviais, como é o caso daqueles que têm ter-
minais de contêineres e também daqueles que tem pisos irregulares
de paralelepípedos. Estas falhas favorecem a formação de grandes
poças, disponibilizando criadouros para a reprodução de mosquitos.
Em 86% dos portos, é realizada a desinsetização de suas res-
pectivas áreas públicas. Este controle implica no uso de defensivos BARATAS - ENTOMOFAUNA
químicos em locais estratégicos, porém não específicos para mosqui-
tos e sim para outros insetos tais como baratas e cupins. Metade dos
A espécie Periplaneta americana é a mais abundante nos por-
portos possui um programa voltado para o combate específico ao
tos. Em metade dos portos, ocorre o monitoramento de baratas, en-
mosquito da dengue, feito geralmente em parceria com o órgão mu-
tretanto, os programas de controle voltados para estes insetos não
nicipal local.
são os mais adequados, necessitando a tomada de medidas mais rígi-
Mosquitos dos gêneros Aedes e Culex ocorrem nos portos pú-
das para tal.
blicos marítimos do Brasil. As fêmeas das espécies Aedes aegypti,
Aedes albopictus e Culex quinquefasciatus, hematófagas, são vetores
40 de doenças. A prevalência de mosquitos dos portos públicos maríti- ARACNOFAUNA - ESCORPIÕES
mos é do gênero Culex, sendo o somatório de machos e fêmeas 95,2%
do total. O gênero Aedes, apesar de estar em número bem mais baixo Dentre os portos brasileiros, 9% registram a existência de es-
quando comparado ao gênero Culex, tem uma quantidade de fêmeas corpiões. Estes animais estão presentes em portos situados em áreas
equivalente ao dobro do número de machos. Tal fato merece atenção, rodeadas por vegetação, onde há acúmulo de entulho e pilhas de ma-
pois a fêmea do Aedes aegypti é a transmissora do vírus da dengue. deira, e com ocorrência de baratas (sua alimentação preferencial).
Apesar da maioria dos portos desenvolverem programas de
CUPINS - ENTOMOFAUNA manejo e controle de Fauna Sinantrópica Nociva, estes programas
não são plenamente efetivos, necessitando de ajustes e complemen-
tações, principalmente no que diz respeito ao monitoramento.
Assim como a desinsetização, muitos portos realizam a des-
Medidas adequadas de controle e manejo da FSN devem ser
cupinização em suas áreas públicas, porém com menor frequência. É
aplicadas em todos os portos para reduzir as populações destas espé-
recorrente a presença destes animais nas edificações portuárias, ge-
cies a níveis aceitáveis, de forma a não causar problemas ao ecossis-
ralmente antigas e construídas com emprego de muita madeira.
tema e às pessoas. O objetivo é garantir um ambiente de qualidade a
todos os arrendatários e entes portuários e assegurar a preservação
das cargas armazenadas, das edificações e do bem-estar daqueles que
ali laboram. Tais medidas devem ser obrigatoriamente integradas às
boas práticas de gerenciamento tanto de resíduos sólidos, especifica-
mente cargas perecíveis, quanto dos efluentes líquidos.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 41

36
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 42

4. Diretrizes para o Plano de Gerenciamento


Integrado de Resíduos Sólidos, Efluentes
Líquidos e Fauna Sinantrópica Nociva

A gestão e o gerenciamento integrado de resíduos no setor replicar e potencializar as sinergias decorrentes de uma sociedade em
portuário devem ser duas ferramentas para alcançar a melhoria ou a rede, de forma a intensificar o ritmo e o alcance da troca de experi-
manutenção do bem estar físico, social e mental das pessoas que, di- ências e conhecimento.
reta ou indiretamente, atuam nas áreas dos portos. Os termos gestão O desafio da governança portuária supõe também uma
e gerenciamento têm conotações distintas, pois, gestão é utilizada definição mais clara e inovadora das atribuições da autoridade por-
para definir decisões, ações e procedimentos adotados em nível es- tuária a respeito de algumas questões fundamentais. Em primeiro lugar,
42 tratégico, enquanto o gerenciamento visa à operação do sistema pro- a gestão fundiária nas áreas portuárias parece decisiva na hora em que
priamente dito. Nesse sentido, o Guia traz diretrizes integradas que se multiplicam os conflitos em torno do destino e uso dos armazéns
apresentam pontos relevantes para a gestão dos resíduos sólidos, eflu- ociosos, por exemplo. O problema da reconversão desses espaços não
entes líquidos e fauna sinantrópica nociva. Já as diretrizes técnico- pode se limitar à apresentação do porto como um espaço ocioso e in-
operacionais apresentam medidas específicas para o gerenciamento desejável, que convém ser eliminado pela promoção de novos usos ex-
de cada um dos temas tratados. clusivamente destinados ao lazer ou à especulação imobiliária.
Outro questionamento é relativo à capacidade do porto de am-
pliar o espaço de atuação a partir das instalações portuárias para in-
vestir no campo dos dispositivos logísticos terrestres, desenvolvendo,
4.1 DIRETRIZES INTEGRADAS assim, papel mais ativo na composição de redes de transportes em es-
calas regional ou continental.
A transformação da autoridade portuária em agente do plane-
A RELAÇÃO PORTO-CIDADE jamento e da gestão ambiental deveria também constituir uma priori-
dade. O desenvolvimento de ações conjuntas é a postura indicada
Para atender as novas demandas internacionais e nacionais, a para harmonizar a convivência entre os interesses dos
promoção de uma cooperação entre as administrações portuárias, lo- cidadãos/cidades e das atividades portuárias. O processo de aproxi-
cais, regionais e estatais e melhorar a integração dos portos com o mação entre os portos e as cidades será beneficiado quando os portos
seu enquadramento territorial, econômico, social, cultural e ambien- adotarem modelos de administração em conformidade com as
tal, se faz necessária na lógica de uma organização que pretende questões municipais e, em alguns casos, regionais.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 43

00
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 44

Uma das funções da Associação Brasileira dos Municípios Por- SAÚDE E SEGURANÇA DE TRABALHADORES
tuários - ABMP é desenvolver políticas de convivência entre cidades
e portos, nas quais o envolvimento dos municípios, da população e
PORTUÁRIOS RELACIONADOS À
da administração portuária seja observado e planejado. As condições RESÍDUOS, EFLUENTES E FAUNA
atuais e o futuro dos municípios estão diretamente relacionados ao
desenvolvimento de boas práticas portuárias. Portanto, estabelecer Considera-se saúde no trabalho um conjunto de medidas que
preceitos básicos sobre os melhores procedimentos para incentivar e são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças
potencializar o relacionamento das cidades com seus portos é um ob- ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de tra-
jetivo a ser programado e perseguido. balho do trabalhador. Nesse universo também existe a dimensão do
Ações integradoras e criação de redes de PPP (parcerias público
gerenciamento de resíduos, porque a produção e a destinação do lixo,
privado) aquecem o mercado e facilitam o preenchimento de novas bem como o tratamento de efluentes líquidos inadequados podem
vagas com profissionais qualificados. Na verdade, trata-se de um conduzir a problemas como, por exemplo, contaminação do solo e
processo ainda em construção, que poderá resultar em um novo mode- dos corpos hídricos; aumento da população de ratos, baratas e moscas;
lo de gestão conciliador, capaz de congregar os interesses privados aumento dos custos de produtos e serviços; entupimento das redes de
aos do ambiente portuário e aos programas de desenvolvimento locais drenagem das águas de chuva; assoreamento dos córregos e dos cur-
e regionais. sos d’água e doenças respiratórias, alergias.
A adoção do paradigma da cooperação, caracterizado pelo A gestão de resíduos sólidos, efluentes líquidos e monitora-
diálogo e pela interação entre os agentes sociais envolvidos no mento da fauna sinantrópica nociva pode evitar tais impactos, propi-
44
processo, é o fundamento para a construção de uma nova cultura por- ciando níveis crescentes de qualidade de vida, saúde pública e bem
tuária. Para tanto se recomenda: estar social, além de gerar uma redução das despesas de recuperação
das áreas degradadas, da água e do ar, possibilitando a aplicação
• Projetos de reconversão em áreas ociosas para potencializar o rela- desses mesmos recursos (econômicos) em outras áreas de interesse dos
cionamento das cidades com seus portos; portos. Além de ser uma das maneiras mais diretas para minimizar os
impactos ao meio ambiente. Por isso, recomenda-se:
• Programas integrados de Educação Ambiental que estabeleçam a
relação do gerenciamento integrado dos resíduos sólidos, efluentes • Estabelecimento de procedimentos detalhados sobre saúde;
líquidos e fauna sinantrópica nociva com as comunidades da área de
entorno dos portos estabelecendo uma correlação com os temas: • Palestras mensais sobre saúde para os trabalhadores portuários com
temas relevantes à realidade portuária;
− Água, ar e energia;
• Padronização de ambulatórios com duas salas: uma para atendi-
− Não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento mento e outra para procedimentos;
e disposição final dos resíduos sólidos;
• Campanha de Saúde;
− Fauna.
• Campanha de Vacinação.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 45

CAPACITAÇÃO TÉCNICA DE • Gestão integrada de resíduos sólidos, efluentes líquidos e fauna


sinantrópica nociva;
TRABALHADORES PORTUÁRIOS
• Passo-a-passo: revisão e/ou elaboração do PGRS do porto.
Os Planos de Gerenciamento Integrado devem contemplar me-
A capacitação dos trabalhadores e colaboradores em gerenci-
didas de formação e capacitação dos trabalhadores portuários e co-
amento de efluentes líquidos precede o treinamento para operação e
laboradores da atividade portuária, elevando o desempenho
manutenção das estações e estruturas de tratamento de efluentes,
profissional em todos os níveis e consequentemente melhorando a
como caixas de gordura, caixas separadores de água e óleo, dentre
eficiência e produtividade das operações.
outras estruturas. O treinamento deve considerar os manuais de ope-
Os trabalhadores e colaboradores (OGMO, empresas arren-
ração e instruções do fabricante de equipamentos e estruturas, serem
datárias, funcionários da administração portuária) devem receber ca-
realizados no formato presencial, abordando os temas:
pacitação continuada com ênfase em segurança e meio ambiente, com
enfoque diferenciado de acordo com as atividades desenvolvidas. • A Importância da conservação da água;
Deve haver equipes capacitadas e atuantes segundo áreas es-
• Impactos ambientais associados aos corpos hídricos;
pecíficas, porém todas sob a coordenação direta ou indireta da gerên-
cia ou setor responsável pelo meio ambiente e segurança. • Abordagem de tratamento de efluentes;
Os temas abordados devem partir dos conhecimentos mais • Parâmetros analíticos de qualidade dos efluentes para monitoramento;
gerais relativos aos procedimentos e normas de referência aplicada à
segurança do trabalho, redução de riscos, melhor conduta operacional • Padrões de lançamento de efluentes em corpos hídricos e legislação
ambiental (CONAMA); 45
e ambiental, com desdobramentos em temas específicos, de acordo
com a área de atuação do profissional ou grupo em processo de ca- • Características químicas, físicas e biológicas das águas e efluentes;
pacitação. Os temas específicos devem abordar procedimentos rela-
tivos à gestão de resíduos sólidos, prevenção à poluição de águas • Medição de vazão; concentração/carga;
pluviais e servidas, e minimização do consumo de água e energia, • Características básicas das unidades de tratamento e equipamentos;
além do manejo e controle da fauna sinantrópica nociva.
• Parâmetros de controle de águas e efluentes;
Para os trabalhadores envolvidos no manejo dos resíduos, de-
verão ser realizados cursos tanto presenciais, como à distância uti- • Procedimentos e controle operacionais;
lizando a tecnologia da sala de discussão já disponibilizada nos • Técnicas de amostragem (sólidos sedimentáveis, pH, temperatura, O2);
portos, de modo que as pessoas conheçam e apliquem a metodologia
de gerenciamento de resíduos sólidos, distribuída nos temas: • Registro e processamento de dados.
Os trabalhadores devem receber capacitação em relação à res-
• Histórico do PGRS; posta a emergências, que incluem os procedimentos para contenção
• Descrição das ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos; de vazamentos de produtos perigosos, que devem ser realizadas de
acordo com os planos de emergência individual e plano de contingên-
• Classificação dos Resíduos;
cia. Além de treinamento constante sobre os riscos da contaminação
• Saúde do trabalhador vinculada aos resíduos sólidos; própria, dos produtos e do ambiente, na ocasião de eventuais procedi-
• Políticas de resíduos sólidos; mentos incorretos.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 46

Para o manejo e controle da FSN, as equipes envolvidas devem os efluentes sejam escoados em condições adequadas para que os
ser capacitadas a fazer a identificação básica das espécies, conhecendo efeitos de sua destinação não sejam percebidos pela comunidade do
minimamente suas características comportamentais, potenciais riscos entorno, e não caracterizem qualquer forma de poluição;
associados a cada uma espécie, as áreas de ocorrência recorrentes,
• Os arrendatários devem, por contrato, ter a responsabilidade de im-
bem como, dominar as técnicas de instalação de artefatos de captura
plementar um Programa de Controle de Efluentes, que deverá con-
e controle, quando necessário. templar o monitoramento de efluentes, baseado em estudo prévio com
a situação dos efluentes sanitários, oleosos, industriais, além das
águas pluviais incidentes sobre a área portuária, com uma avaliação
INSTRUMENTOS - CONTRATOS DE de impacto do entorno, para subsidiar as medidas de controle a serem
ARRENDAMENTO implementadas, sob anuência do órgão ambiental licenciador;
• A equipe técnica de execução do Programa de Controle de Efluentes
O contrato de arrendamento legalmente concebido é um docu- deverá ser composta, no mínimo, pelos seguintes profissionais: Co-
mento apropriado para assegurar a autoridade portuária que as exi- ordenador geral (profissional sênior com experiência em análises de
gências e as responsabilidades das empresas arrendatárias sejam dados ambientais e monitoramento de efluentes); especialistas (profis-
cumpridas e não gerem ou minimizem possíveis impactos ambientais. sionais plenos com experiência na área); técnicos de campo (nível
O contrato de locação deve fornecer uma delimitação clara dos direi- médio ou superior com experiência em coletas em campo);
tos e responsabilidades entre a autoridade portuária e os arrendatários
e esclarecer a responsabilidade de cada um. Na gestão dos resíduos • Os resultados obtidos nas campanhas de monitoramento de eflu-
46
entes e nas ações relacionadas ao controle da poluição por efluentes
sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva, recomenda-
deverão ser compilados e interpretados com auxílio de gráficos e
se incorporar disposições relativas a:
tabelas, comparando-os com os padrões de qualidade aplicáveis, fun-
damentando conclusões sobre a significância das alterações ao en-
• Adequação do Programa de Gerenciamento de Resíduos ao Plano
de Gestão do Porto; torno e a necessidade de ações de controle ou modificação nas ações
de monitoramento, em forma de relatório com cronograma de ações.
• Compartilhamento da responsabilidade sobre a geração dos resíduos, A frequência de emissão do documento deve ser semestral, sob a res-
sob a supervisão da autoridade portuária; ponsabilidade de profissional competente e habilitado (formação ade-
quada e devido registro em conselho de classe).
• Obrigação do preenchimento adequado dos formulários com as in-
formações de caracterização dos resíduos, de responsabilidade da au- • Revisão da Portaria SEP 104/2009, determinando, de acordo com o
toridade portuária; perfil do porto uma equipe mínima para a área específica de meio
• Obrigatoriedade da coleta seletiva, devidamente explicitada em contrato; ambiente com formação apropriada.

• Os arrendatários devem, por força de contrato, implementar um pro- • Revisão da Portaria SEP 111/2013, estabelecendo entre os critérios
grama integrado de controle/manejo de fauna sinantrópica nociva. e procedimentos para a pré-qualificação dos operadores portuários,
As espécies serão identificadas por um profissional qualificado da parâmetros de limpeza dos resíduos dispersos gerados nas operações.
área, tendo como premissa a expertise do terminal; Além dos principais pontos estarem explícitos no corpo do decreto é
• O contrato deve explicitar a responsabilidade do arrendatário recomendável a inclusão de um anexo estabelecendo o procedimento
quanto à geração de efluentes líquidos no terminal, para garantir que de limpeza da área portuária após a operação.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 47

4.2 DIRETRIZES TÉCNICO- Secretaria de Portos da Presidência da República

OPERACIONAIS • Normatização das informações para resíduos de terra e de embar-


cação, com a tipologia de resíduos, unidades de pesos e medidas e
RESÍDUOS SÓLIDOS classificação (Anexo IV);

• Criação de um banco de dados com as informações disponibilizadas


Como já exposto anteriormente, o debate para o estabeleci-
pelas autoridades portuárias.
mento das diretrizes que conciliam sustentabilidade ambiental e efi-
ciência global nos portos europeus datam dos anos 1970. Esse
Autoridade Portuária
processo de amadurecimento permitiu a esses portos criarem um mode-
lo de gestão ambiental que, atualmente, é referência. Entretanto, esse
• Ser responsável pela elaboração, implantação e coordenação das
debate nos portos públicos marítimos brasileiros ainda está no início
ações relativas ao gerenciamento dos resíduos, tanto de terra como
e, neste momento, se faz necessário, que medidas mais pontuais sejam
de embarcações, dentro do modelo proposto de centralização dos resí-
adotadas no sentido de que os mesmos melhorem seus processos in- duos seguindo o fluxograma (anexo V);
ternos de forma competitiva, garantindo o atendimento de padrões
internacionais reconhecidos com responsabilidade. • Seguir os critérios de informação normatizados pela SEP para ali-
Assim como todas as normas de gestão são construídas sob o mentar o banco de dados; 47
princípio comum do aperfeiçoamento contínuo, o programa de geren-
ciamento dos resíduos também deve se ater a esse princípio, tendo • Os portos deverão ter um programa de coleta seletiva para todos os
como meta atingir o modelo europeu de gestão, contudo, sem ignorar tipos de resíduos a partir da segregação dos materiais na origem da
as peculiaridades da realidade local. Um ponto de distanciamento do geração;
modelo europeu para a realidade brasileira está no fato de que, atu-
almente, a gestão dos resíduos pode ser convertida em janela de opor- • Os portos devem estabelecer um plano que contemple a caracteriza-
tunidade de negócios tanto pelo aspecto de melhoria da imagem ção, armazenamento, pesagem, transporte e destinação dos resíduos;
através de ações socioambientais, bem como de estratégias econômi-
cas efetivas através da valoração dos resíduos sólidos. As diretrizes • A caracterização deverá seguir os critérios normativos estabelecidos
apresentadas neste Guia pretende atender essa dupla finalidade. pela SEP;

RESÍDUOS DE TERRA • O armazenamento temporário dos resíduos deverá ser de responsa-


bilidade da autoridade portuária, podendo ser executado de forma di-
Será considerado resíduo de terra, todo aquele gerado a partir reta ou através da terceirização do serviço;
das atividades de operação, manutenção e administrativa nos portos.
Para tanto, recomenda-se, aos atores portuários: • A pesagem dos resíduos deve ser realizada ainda na área do porto,
adequando às condições de cada um, seja em uma balança digital na
área de armazenamento ou em uma balança rodoviária;
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 48

• Cabe à autoridade portuária estabelecer os critérios para o creden- Para tanto, recomenda-se aos atores portuários:
ciamento das empresas transportadoras. Entretanto, é necessário que
as mesmas sejam licenciadas para essa atividade; Autoridade Portuária
• A autoridade portuária deverá exigir o certificado de destinação • Controlar o gerenciamento dos resíduos de embarcação através das
final por tipo de resíduo para considerar um processo de retirada de áreas de armazenamento Temporário. Esse controle pode ser execu-
resíduo encerrado. tado de forma direta ou através da terceirização da atividade.

Empresas Arrendatárias • Os resíduos orgânicos que não passaram por nenhum processo
físico-químico anterior ao desembarque deverão passar por um
• Seguir as diretivas estabelecidas pela autoridade portuária, de modo processo de esterilização;
a estabelecer a responsabilidade compartilhada pelos resíduos sólidos.
• Adequar à realidade portuária atual as exigências sobre esterilização
Empresa Terceirizada da Autoridade Portuária em área primária para todos os resíduos orgânicos constantes no De-
creto nº 24.114/1934, que regulamenta o Serviço de Defesa Sanitária
• Limpeza das instalações, coleta e transporte dos resíduos das insta- Vegetal e no Decreto nº 24.548/1934, que regulamenta o Serviço de
lações portuárias até à área de armazenamento temporário; Defesa Sanitária Animal, de modo que se limite ao processo de este-
48
rilização apenas os resíduos que não passaram por tratamento anterior;
• Organização e gerenciamento da Área de Transbordo Temporário.
• As estações de tratamento não precisam ficar localizadas necessari-
Para questões específicas de boas práticas para resíduos sólidos amente na área primária dos portos;
recomenda-se a leitura das fichas 06, 07 e 08 (ítem 5 - Boas Práticas
Recomendadas). Vale ressaltar que para se estabelecer um programa • Quando as estações de tratamento estiverem distantes, os resíduos
de boas práticas faz-se necessário aplicar o conjunto das dez fichas. que passarão por processo de esterilização devem ser acondicionados
e transportados de modo ambientalmente adequados até o local da
RESÍDUOS DE EMBARCAÇÃO esterilização;

Estão contemplados nessa categoria todos os resíduos gerados • Recomenda-se que além da esterilização, os resíduos orgânicos
nas embarcações. passem também por um processo de descaracterização, garantindo
A recepção de resíduos de embarcações diz respeito aos portos que os mesmos não sejam reutilizados, reusados ou reciclados.
públicos marítimos brasileiros e a implementação do plano de re-
cepção e gestão de resíduos dá cumprimento ao estabelecido na Reso- Empresas Terceirizadas pelas Agências Marítimas
lução ANTAQ nº 2.190/2011, de modo a disciplinar a prestação de
serviços de retirada de resíduos de embarcações em áreas sob a juris- • Coleta e transporte dos resíduos sólidos das embarcações a partir
dição de instalações portuárias brasileiras. da Área de transbordo temporário do porto.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 49

EFLUENTES LÍQUIDOS
A expressiva atividade nos píeres, cais e nas embarcações, as amplas interfaces com o corpo hídrico e a forma de desenvolvimento e
construção das estruturas tornam o controle dos aspectos relacionados aos efluentes líquidos nos terminais portuários bastante complexa.
Atendendo as particularidades dos efluentes líquidos, a responsabilidade será sempre conjunta, excetuando nos casos em que a autoridade
portuária prestará um serviço para as empresas arrendatárias. Em todas as situações, a autoridade portuária deverá ser responsável pela elabo-
ração, implantação e coordenação de um plano de gerenciamento de efluentes líquidos, conforme explicitado no item ‘instrumentos - contratos
de arrendamento’, e caberá às empresas arrendatárias seguirem as diretrizes estabelecidas por esse plano.
As estruturas das unidades, sistemas ou estações de tratamento devem estar em perfeito estado de conservação, sem nenhum vaza-
mento, rachadura ou ferrugem. Além disso, deve haver um controle de vazão do efluente em questão, com a utilização de dispositivos, como
vertedores ou calhas, por exemplo.
Os tratamentos dados aos efluentes podem ser classificados como preliminar (separação por gravidade), primário (separação física ou
química), secundário (biológico), ou terciário (remoção de nutrientes) conforme esquema apresentado abaixo.

Processos de Tratamento de Efluentes

Pré Tratamento Tratamento Primário Tratamento Secundário Tratamento Terciário

Gradeamento Físico Químico Biológico Físico Biológico Químico Químico/ 00


49
• Decantação • Coagulação • Filtros • Decantação • Nitrificação Físico-
• Esterilização Químico
Biológicos
• Remoção • Floculação • Denitrificação • Precipitação • Troca Iônica
Processos/Métodos

de O & G • Lodo
Desarenação • Neutralização Ativado • Remoção • Ozonização • Adsorção em
• Flotação • Lagoas de Fósforo
• Precipitação Carvão Ativo
• Filtração Aeradas
• Biorreator • Membranas
• Lagoas de de Membranas
Estabilização
• Digestão
Anaeróbia
Subprodutos

Lodo Primário Lodo Secundário


* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 50

As recomendações de boas práticas para prevenção da sanitário gerado nas edificações dos portos. Esta opção apresenta
poluição estão dispostas a seguir, sendo aconselhado a consulta às custo compatível com eventuais reformas de sistemas independentes,
fichas da seção de Boas Práticas Recomendadas, que apresentam re- como fossas sépticas e filtros de porte significativo ou estações de
comendações específicas em relação a drenagem pluvial nas fichas tratamento de efluentes sanitários compactas. Deve ser verificada,
01, 02 e 03; e efluentes oleosos na ficha 04. junto às concessionárias de serviços públicos a existência de sistema
de tratamento de efluentes sanitários na ponta da rede, para viabilizar
CONSUMO DE ÁGUA esta solução.
No caso do município não possuir rede pública com coleta e
Para a regularização dos consumos de água, adequação da dis- tratamento, prioritariamente, recomenda-se que sejam instaladas
tribuição de custos, utilização de outras fontes de captação para com- redes internas direcionando os efluentes sanitários das edificações
plementar os volumes de água utilizados, entre outras dificuldades, para uma estação compacta de tratamento de efluentes sanitários
são recomendados: dentro da área portuária ou retro portuária, com nível secundário de
tratamento.
• Captação de água subterrânea, por meio da construção de poços Em relação à demanda de sistemas portáteis tais como banheiros
(NBR nº 12.244/1992), onde houver viabilidade técnica para isso (NBR para atender às necessidades de saúde de trabalhadores portuários, estas
nº 12.212/1992); instalações sanitárias devem ser constituídas de lavatório e gabinete sani-
tário, e estarem localizadas à distância máximas de 200 m (duzentos me-
• Estabelecer um plano de hidrometração, contemplando a implan- tros) dos locais das operações portuárias, atendendo às condições
50 tação de medidores de vazão, possibilitando o gerenciamento e sanitárias e de conforto nos locais de trabalho determinadas na Norma
racionalização do consumo de água em geral, por meio da instalação Regulamentadora 29 (NR-29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
de hidrômetros individuais para os operadores e arrendatários, pontos do Ministério do Trabalho). Em casos extremos, por exemplo, durante a
de consumo, na rede de abastecimento dos terminais e na rede de ali- construção do conjunto de infraestruturas ou equipamentos do porto, ou
mentação nos ramais principais de distribuição nos diversos níveis da quando uma embarcação não puder prover o atendimento de instalações
edificação, facilitando, assim, as distribuições dos custos e redução sanitárias aos trabalhadores em operação de bordo, devem ser utilizadas
das perdas (Ilha et al, 2010); unidades móveis de banheiro químico com condições similares.
Segundo o Decreto nº 4.136/2002, os portos que, em insta-
• Instalação de equipamentos mais econômicos quanto ao consumo lações portuárias e dutos não associados à plataforma, realizarem a
de água nos banheiros, copas e áreas de operação, tais como: pias e descarga de efluente sanitário e águas servidas em desacordo com os
torneiras com arejadores, bacias sanitárias com designer que facilite procedimentos aprovados pelo órgão ambiental competente estarão
o escoamento dos resíduos, entre outros (Gonçalves, 2006). sujeitos a uma multa de até R$ 20 milhões. Além disso, cabe ao órgão
ambiental competente autuar e multar os infratores.
EFLUENTE SANITÁRIO Recomendam-se, de forma geral, as seguintes diretrizes para
as instalações destinadas aos efluentes sanitários:
Nos portos localizados em municípios onde exista rede pública
para coleta e tratamento de efluentes sanitários, a conexão com a rede • Considerar a extensão interna das áreas portuárias garantindo o
é a melhor solução técnica para tratamento e disposição do efluente atendimento de todos os pontos geradores da demanda por projeto
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 51

para a instalação de uma rede interna de tubulações para o esgota- Onde não houver possibilidade de ligação com a rede pública
mento sanitário, com estrutura adequada para suporte do tráfego de de esgotamento sanitário, recomenda-se, prioritariamente, a instalação
veículos pesados, realizando os estudos necessários para sua concepção de estações de tratamento de efluentes sanitários, vislumbrando as
(NBR nº 9.648/1986) e as normas para sua instalação (NBR nº 9.649/1986); soluções comerciais mais adequadas oferecidas no mercado e con-
siderando que o tratamento deverá ter, necessariamente, nível se-
• Realizar o esgotamento sanitário das edificações e áreas primárias cundário, com etapa aeróbia para garantir o grau de remoção da carga
através de subcoletores e coletores, utilizando estações elevatórias quando orgânica requerido, além de buscar estações compactas frente à
necessário, de acordo com o relevo do terreno (NBR nº 12.208/1992); disponibilidade de espaço físico no porto.
Somente nos casos onde haja geração de efluentes sanitários
• Construir sistemas de tratamento de efluentes sanitários (NBR nº em pontos isolados e com baixa produção de carga orgânica por dia,
12.209/1992), no caso em que o escoamento para sistema público de indica-se a instalação de fossas sépticas seguidas de filtros anaeróbios.
tratamento não for possível, ligando então as tubulações de esgota- A eficiência de remoção de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO),
mento sanitário do porto a esse sistema; neste caso, é aproximadamente 70% (Jordão, 2011). As fossas sépticas
devem respeitar a normatização para instalação de fossas sépticas, que
• Construir/adequar os sistemas prediais de esgotamento sanitário em apresentam critérios de dimensionamento conhecidos, segundo a NBR
consonância com a NBR nº 8.160/1999, de forma que os sanitários, nº 7.229/1993, que dispõe sobre construção de fossas de câmara única.
as caixas de gordura e as pias tenham o correto dimensionamento e Caso a necessidade seja para grandes vazões, adotar a versão da NBR
direcionamento para o sistema de esgotamento sanitário. de 1982, que têm critérios para fossa de câmara sobreposta.
51
O tratamento de efluentes sanitários gera um material de alto
A instalação de caixas de gordura visa evitar obstrução dos teor de umidade, o lodo, que precisa ser tratado e destinado adequada-
coletores e a aderência de óleo nas peças das redes de efluentes sani- mente. Tendo em vista principalmente o transporte do lodo para o
tários, além de minimizar aspectos desagradáveis nos corpos recep- local de destino final, é recomendável que seja realizada uma
tores. A caixa de gordura é um dispositivo para remoção de gordura desidratação, visando a redução nos custos de transporte e destinação
que recebe os efluentes sanitários de cozinhas, e fica situado na final do lodo, pois reduziria o volume para transporte e disposição em
própria instalação predial de efluente sanitário (Jordão, 2011), tendo aterro sanitário. A técnica mais simples que remove a água livre, re-
os seguintes pressupostos e características: alizada por ação da gravidade ou por flotação, o adensamento, pode
resultar na redução do volume de lodo da ordem de 60% com relação
• Apresentar condições operacionais de escoamento lentas o sufi- ao volume original (Andreoli, 2006). Porém, apesar do adensamento
ciente para permitir a flutuação do material; diminuir o teor de água, o lodo ainda permanece suficientemente flu-
ido para ser bombeado para outra estrutura (Jordão, 2011).
• Apresentar distância adequada entre entrada e saída para reter a
gordura e evitar o arraste desse material com o efluente;

• Ter condições de vedação suficiente para evitar o contato com roe-


dores, baratas e outras espécies da fauna sinantrópica nociva.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 52

DRENAGEM PLUVIAL • Instalar Caixa Separadora Água e Óleo (CSAO) nos locais em que
os equipamentos associados à movimentação de carga demandam
Armazenamento de Granel Líquido lavagem, com potencial geração de efluentes oleosos.

• Impermeabilizar áreas de tanques de estocagem; Armazenamento de Contêiner e Carga Geral

• Instalar caixas de separação e canais no perímetro para segregar • Destinar uma área com drenagem segregada para: contêiner em
derrames das canaletas em pátios/áreas de armazenamento; vazamento, contêineres da área IMO e lavagem de contêineres;

• Disponibilizar contenção secundária para casos de vazamentos; • Direcionar a drenagem para um tanque de contenção para posterior
recolhimento por empresa terceirizada licenciada ou tratamento físico
• Possuir sistemas de retenção e recolha de granéis líquidos. ou químico no terminal;

Movimentação e Armazenamento de Granel Sólido • Instalar pisos impermeáveis nas áreas de armazenagem;

• Instalar estruturas para contenção da dispersão de granel sólido • Realizar a lavagem com água em contêiner, após a varrição a seco
(carvão, fertilizante, trigo, malte, etc.); dos resíduos contidos internamente;
52
• Escolher áreas adequadas para a formação de pilhas de carvão ou • Instalar CSAO nas áreas de movimentação de cargas supply boat,
outros minerais; que atenda a toda área do terminal, além de áreas adjacentes de teste
de tubos, fabricação, limpeza de máquinas e lavagem de tubos.
• Impermeabilizar áreas de armazenamento de carga;
Armazenamento de Produtos Químicos e Perigosos
• Pavimentar as vias;
• Segregar os produtos químicos e perigosos nas áreas destinadas
• Recuperar material que cai durante a movimentação; para o armazenamento; realizar impermeabilização do local e instalar
um sistema de drenagem com pontos para coleta de amostras, per-
• Instalar canaletas de drenagem segregadas nos pátios de armazena- mitindo a verificação da qualidade da água;
mento, direcionadas para tanques de decantação e/ou tratamentos
complementares antes do lançamento no corpo receptor; • Direcionar a drenagem para um tanque de contenção para posterior
recolhimento por empresa terceirizada licenciada ou tratamento físico
• Instalar sistema de filtragem da água da drenagem dos pátios de ar- ou químico.
mazenamento antes do lançamento no corpo hídrico;

• Realizar o reuso de água para umectação, com captação de água de


chuva no sistema;
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 53

EFLUENTE OLEOSO Operações de Abastecimento de Combustíveis

O efluente oleoso é proveniente de atividades como manutenção • O local de abastecimento deve ser o mais afastado possível de
mecânica, lavagem de peças, equipamentos e veículos, e movimentação bueiros e estruturas de drenagem pluvial, para evitar o acesso de líqui-
de abastecimento de combustíveis. A constituição do efluente é também dos às galerias durante o procedimento, sobretudo, durante eventos
variável, pois incorporará partículas de poeira e solo que constituem a de chuva;
sujeira a ser removida, mas também podem sofrer alteração por contato
com partes lubrificadas e engraxadas, ou até mesmo em função de pe- • Manter materiais de contenção de vazamentos e absorção de pro-
quenos vazamentos/gotejamentos, e pela mistura com agentes de duto eventualmente liberado, e em caso de vazamentos, utilizar ma-
limpeza. Assim, as substâncias com maior probabilidade de entrar em terial absorvente para conter o produto, em seguida, realizar a limpeza
contato com os efluentes, elevando seu potencial poluidor são: óleo da área e remoção do material contaminado.
diesel; óleo lubrificante; óleo hidráulico e outros óleos; óleo usado; pro-
dutos de limpeza/detergentes e sabões; poeira e partículas. Lavagem de Veículo e Equipamento
De forma geral, para as áreas de geração de efluentes oleosos, • Realizar avaliação para adoção de um tratamento físico químico com
recomenda-se: adição de agentes coagulantes e floculantes, para se evitar o lançamento
de efluentes nos quais tenham sido utilizados agentes de limpeza e de-
• Destinar uma área específica para este tipo de atividade, com piso tergentes. Estas substâncias geram uma emulsão oleosa solúvel em 53
impermeável (NBR nº 8.083/1983) e com inclinação direcionada a água, impactando negativamente a eficiência de separação do óleo;
canaletas que conduzam o material ao sistema de tratamento adotado;
• Minimizar o consumo de água através do reuso de efluentes, pela
• Direcionar o efluente gerado para tratamento em uma CSAO por adoção de estações compactas que o viabilize, com etapas adicionais
meio de drenagem segregada (NBR nº 14.605/2000). como coagulação, floculação, filtração, e desinfecção, lembrando sem-
pre que a seleção de tecnologia depende de avaliação tecni-
Atividades de Manutenção coeconômica;

• Conter os pequenos vazamentos de produtos líquidos ou pastosos • Instalar cobertura nestas áreas, evitando a incorporação de água da
com material absorvente, que devem ser limpos exclusivamente chuva ao sistema, que pode implicar em perda de eficiência e carrea-
através de varrição, considerando que a lubrificação de peças é reali- mento de poluentes para além da instalação de tratamento, com risco
zada com graxa; de exceder as vazões de dimensionamento.

• Manter uma estrutura adequada que permita a coleta de amostras GERAÇÃO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS
para monitoramento periódico nos casos onde houver lançamento do
efluente tratado por uma unidade de tratamento, exemplo, CSAO no Os efluentes industriais são gerados pela utilização de água para
corpo receptor. fins industriais, e apresenta características específicas em função das
matérias primas processadas. Recomenda-se, para este tipo de efluente:
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 54

• Segregar este efluente de todos os demais para ter um tratamento • Testes de viabilidade técnica e avaliação em escala piloto;
diferenciado, uma vez que as características dos efluentes industriais
são bem específicas, variando de acordo com o processamento de • Capacitação (processo, projeto, operação);
matérias primas e uso de água;
• Monitoramento contínuo para garantir o resultado final;
• Realizar análises e testes de tratabilidade destes efluentes para se-
leção dos processos de tratamento, além de analisar a aplicabilidade • Otimização dos investimentos.
do processo proposto, e que, ainda, permita o reuso deste efluente no
processo, ou seja, lançado no corpo hídrico receptor em conformidade A minimização da geração de efluentes deve ser considerada
com os padrões de lançamento de efluentes. a opção prioritária dentro de um porto. Para que a implementação
desta opção seja possível, algumas ações devem ser tomadas de forma
CONTROLE DOS EFLUENTES estruturada e sistemática: conscientização dos trabalhadores em nível
operacional, na adoção das boas práticas; projetos para reuso de águas
O controle dos efluentes líquidos deve ser realizado através de: nas atividades portuárias; concepção para mudança de processos; e
reuso efluente da ETE.
• Uso eficiente da água;
REUSO DE EFLUENTES
• Aplicação de técnicas para minimização da geração e melhoria da
54 qualidade de efluentes gerados; A aplicação do reuso de efluentes nos terminais pode ser
definida como a utilização de efluentes gerados, após tratamento ade-
• Reutilização de efluente, sempre que possível; quado para a obtenção da qualidade mínima da água necessária para
determinados usos pré-estabelecidos.
• Implementação de sistemas de tratamento de efluente sanitário, O reuso local de efluentes deve ser planejado de modo a per-
efluentes oleosos/industriais e água pluvial contaminada; mitir seu uso seguro e racional para minimizar o custo de implantação
e de operação. Para tanto, devem ser definidos: os usos previstos para
• Controle da eficiência dos sistemas de tratamento de efluentes existentes;
efluente tratado, o volume de efluente a ser reutilizado, o grau de
tratamento necessário, o sistema de acúmulo e de distribuição, e o
• Limpeza periódica dos sistemas de tratamento de efluentes.
manual de operação e treinamento dos responsáveis.
O efetivo tratamento dos efluentes líquidos gerados pelos A NBR nº 13.696/1997, aborda o reuso de efluentes como uma
processos e operações deve seguir as seguintes medidas básicas para opção à destinação de efluentes sanitários ou com características simi-
o controle da poluição: lares. Foram definidos na norma quatro classes de água de reuso e
seus respectivos padrões de qualidade. As classes de interesse para
• Diagnóstico hídrico: identificar a vazão de consumo de água do atividades/operações portuárias são apresentadas na próxima tabela.
usuário; e identificar, quantificar e qualificar o efluente gerado;

• Avaliação dos processos de tratamento; identificação e seleção de


tecnologias;
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 55

• Implementar sistemas de reuso de água de telhado e, dependendo


Classes de água de reuso para destinação de efluentes do tratamento mais ou menos complexo, usar essa água para diferen-
com características similares ao de origem sanitária tes fins não potáveis (NBR nº 15.527/2007);

Água de Reuso Aplicações Padrões de qualidade • Realizar a concepção do projeto do sistema de coleta de água de
Turbidez < 5 uT chuva, segundo a NBR nº 10.844/1989;

Coliformes Termotolerantes • Utilizar estas águas, após as etapas de tratamento, na lavagem de


< 200 NMP/100 mL
pisos, de equipamentos e de veículos, minimizando a demanda do
Lavagem de veículos Sólidos dissolvidos Totais consumo de água potável da concessionária de serviço público.
Classe 1 usos com contato < 200 mg/L
direto com usuário pH entre 6 e 8
Cloro residual entre EFLUENTES LÍQUIDOS DE EMBARCAÇÕES
0,5 mg/L a 1,5 mg/L

Lavagem de pisos, Efluentes oleosos


Turbidez < 5 uT
calçadas e irrigação
Classe 2 de jardins, manutenção Coliformes Termotolerantes Segundo a MARPOL (ANTAQ, 2004), uma grande gama de mis-
de canais paisagísticos < 500 NMP/100 mL turas de óleos pode ser esperada nas instalações para recepção portuária 55
e, além disso, o óleo em geral está emulsificado, por conta dos agentes de
Cloro residual entre 0,5 mg/L limpeza presentes, dificultando seu tratamento/reaproveitamento. É re-
comendada a instalação de unidades de armazenamento temporário e/ou
Descarga em Turbidez < 10 uT de tratamento quando há recebimento de grande quantidade de efluentes
Classe 3
vasos sanitários
Coliformes Termotolerantes oleosos. Deve ser utilizado o Manual Detalhado desenvolvido pela IMO, e
< 500 NMP/100 mL traduzido pela ANTAQ (2004).

Efluentes sanitários

Segundo o Anexo IV da Convenção MARPOL 1973/1978, os


APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA efluentes sanitários gerados em embarcações não podem ser direta-
mente lançados no mar, exceto quando houver uma estação de trata-
As águas pluviais são fontes alternativas importantes, devido mento em operação aprovada (com aprovação da IMO e Certificado de
às grandes áreas de telhados e pátios disponíveis nas áreas portuárias, Prevenção da Poluição por Efluentes Sanitários válido), dentro do navio
e apresentam qualidade superior aos efluentes considerados para ou quando ele descarregar apenas efluente sanitário triturado e desin-
reuso. O aproveitamento de águas pluviais demanda estudos para cada fetado, a uma distância maior que três milhas náuticas da terra mais
situação, as recomendações básicas são: próxima (aproximadamente 5,5 km), sendo que o efluente sanitário não
triturado ou desinfetado, somente poderá ser descarregado a uma dis-
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 56

tancia maior que 12 milhas náuticas da terra (aproximadamente 22 km). Organograma representando um Programa de Controle e
Esse anexo ainda contém regulamentos para equipamentos e facili- Manejo Integrado de Fauna Sinantrópica Nociva
dades para recepção de efluentes sanitários nos portos e terminais.
A Lei nº 9.966/2000 determina que os portos organizados e in-
stalações portuárias devam, obrigatoriamente, dispor de instalações ou
meio adequados para recebimento e tratamento dos diversos tipos de
resíduos e para o combate da poluição. Considerando o aumento na
movimentação de passageiros na costa brasileira, e que um navio de
cruzeiro médio com 3.000 passageiros, potencialmente gera cerca de
1.100 toneladas de efluentes sanitários diariamente (Fernandes, 2011).
Recomenda-se que os portos sejam providos de meios adequados para
receber e tratar os efluentes sanitários das embarcações turísticas.
Além disso, segundo o Decreto nº 4.136/2002, os navios que
realizarem a descarga de efluentes sanitários e águas servidas, nas
situações não previstas na MARPOL 1973/1978 ou em desacordo com
procedimentos aprovados pelo órgão ambiental, estão sujeitos à pe-
nalidade de multa de até R$ 10 milhões, cabendo à autoridade marí-
tima autuar e multar nesses casos.
56
O Programa de Controle Integrado de Pragas Sinantrópicas
deve estar inserido no programa de biosseguridade das áreas por-
FAUNA SINANTRÓPICA NOCIVA tuárias. Por isso toda a área portuária e os locais para armazenamen-
tos, principalmente de alimentos, devem ser mantidos livres de pragas
Biosseguridade é um fator imprescindível nas atividades por- sinantrópicas, pois estas constituem uma das mais importantes fontes
tuárias, que prima pela proteção dos seus produtos contra a presença de transmissão de enfermidades.
de pragas sinantrópicas com potencial capacidade para a transmissão O Controle Integrado é um conjunto de ações de caráter pre-
de agentes biológicos infecciosos ou não, tais como, bactérias, vírus, ventivo e corretivo que - adotado em paralelo com medidas de elimi-
fungos, parasitas, protozoários e qualquer outro agente capaz de in- nação física das pragas já infestantes - é capaz de reduzir os níveis
duzir doenças em seres humanos. de infestação de uma determinada praga, baixando-os a valores tole-
Com relação à prática da biosseguridade, deve-se destacar à ráveis ou aceitáveis. O conceito de Controle Integrado é tão
importância da identificação da origem ou reservatórios, e os possíveis abrangente que pode ser inteiramente adaptado (com muito sucesso)
vetores dos agentes infecciosos para que, a partir disso, se possa pre- ao controle de qualquer tipo de praga, nas áreas portuárias.
venir ou restringir o acesso destes agentes às áreas portuárias e/ou Este programa tem que congregar ações preventivas e corre-
embarcações. Para solucionar ou reduzir as dificuldades decorrentes tivas, em conjunto com ações de controle químico, almejando evitar
da presença de FSN nos portos, deve ser implementado um Programa a entrada, o alojamento e a propagação destes animais, impedindo
de Controle e Manejo Integrado da Fauna Sinantrópica Nociva con- que haja danos significativos à economia portuária, à saúde dos traba-
forme o organograma apresentado a seguir. lhadores e ao ambiente como um todo.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 57

Adaptado do modelo de Controle Integrado de Pragas Urbanas • Remover equipamentos em desuso ou sucateados (ex.: guindastes
(Giordano, 2004), o Controle Integrado de Fauna Sinantrópica Nociva e vagões abandonados), entulhos e outros materiais acumulados, re-
tem os seguintes requisitos para a sua implementação nos portos: duzindo a oferta de abrigos à FSN;

• Corrigir falhas físicas e estruturais nas edificações administrativas (ex.:


I. Conhecimento prévio das instalações portuárias; paredes, telhados e vidros quebrados), nos armazéns, silos e galpões, res-
II. Informação sobre as espécies de FSN; tringindo as possibilidades de instalação, construção de ninhos e possível
reprodução das espécies nocivas;
III. Avaliação do ecossistema;
• Retificar falhas de vedação e/ou drenagem nas tubulações, evitar
IV. Mapeamento das instalações por pontos críticos; ralos sem proteção;
V. Avaliação do equilíbrio de riscos e benefícios do controle;
• Isolar as linhas de esgoto e efluentes, afastando a oportunidade da
VI. Concepção de grupo para coordenação do programa; presença de roedores e insetos;

VII. Determinação de equipe apta para o controle operacional; • Evitar que terminais, em especial de movimentação e armazena-
VIII. Sistema adequado de monitoramento; mento de grãos perecíveis, tenham em suas imediações aterros sani-
tários, matadouros, pântanos, águas paradas, criadouros de porcos,
57
lagoas de decantação com material orgânico decomposto, pois são
habitat de diversas espécies de FSN;
Todos os terminais, arrendatários ou não, inclusive a autori-
dade portuária, devem constituir equipes multidisciplinares,
• Projetar novas construções seguindo planejamento com normas visando
abrangendo profissionais da Qualidade, Produção, Segurança, Saúde,
o impedimento da infestação de pragas e não somente questões estéticas;
Meio Ambiente e Recursos Humanos. Junto a esta equipe, é impor-
tante que haja o apoio da alta gerência, tanto para a introdução
• Substituir o piso de paralelepípedo por pavimentação de concreto
quanto para a continuidade do programa.
nos setores onde há depósitos de contêineres, reduzindo irregulari-
Como medidas de controle comuns para toda a Fauna
dades (depressões) onde ocorre o acúmulo de águas pluviais;
Sinantrópica Nociva, apresentam-se:
• Substituir o piso de paralelepípedo por pavimentação de concreto
nos setores onde há atividade de movimentação e armazenamento de
MEDIDAS DE CONTROLE GERAIS grãos, reduzindo irregularidades (frestas e vãos) onde ocorre acúmulo
de resíduos dispersos;
Medidas Preventivas
• Implementar boas práticas de movimentação, acondicionamento e
• Realizar campanhas de educação e conscientização dos trabalha- armazenagem de cargas de granéis perecíveis (ex.: trigo, milho, soja,
dores e demais entes portuários sobre a importância da colaboração pellets para ração, açúcar);
de todos com as regras do programa integrado de controle de FSN;
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 58

• Inspecionar veículos e embalagens recebidos para evitar a chegada Controle Químico


de quaisquer formas de FSN invasora;
• Introduzir serviços de controle químico apenas com produtos
• Implementar programas de limpeza e higiene junto aos funcionários (princípios ativos) e equipamentos selecionados seguindo critérios rigo-
e comunidade de entorno dos portos; rosos e de acordo com a legislação;

• Construir lixeiras adequadas para vedar o acesso da FSN; • Providenciar acompanhamento médico, treinamento constante e es-
pecífico e conscientizar sobre os riscos da contaminação própria, dos
• Acondicionar o lixo doméstico em recipientes adequados e tampa- produtos e do ambiente, na ocasião de eventuais procedimentos in-
dos, impedindo acesso por pragas. No caso do uso de sacos plásticos, corretos aos responsáveis pela aplicação dos produtos químicos.
dispô-los sobre anteparos apropriados, longe do solo, em altura que
permita recolhimento manual; Além de todas as medidas gerais apresentadas acima, que farão
parte do Controle Integrado da FSN, existem ainda diversas medidas
• Retirar o lixo com frequência, manipulando-o com cautela; de controle, específicas para cada tipo de fauna.
• Fazer monitoramento de higiene nos armazéns;
MEDIDAS DE CONTROLE ESPECÍFICAS
• Providenciar para que todas as áreas sejam bem iluminadas. Nas
58 áreas externas próximas às portas, optar por lâmpadas de sódio, se
possível com filtro UV (ultravioleta), ao invés das fluorescentes de mer- Roedores - Mastofauna
cúrio, pois as de sódio atraem menos insetos (Barghini, 2008). Lâm-
padas com luz de mercúrio poderão ser aproveitadas externamente, O programa de controle de roedores deve ter como base o
longe de portas, atuando como atrativas de insetos alados noturnos. diagnóstico das espécies existentes, o grau de incidência de doenças
por eles transmitidas, assim como as condições socioeconômicas e
Medidas Corretivas sanitárias do porto em questão.
O objetivo primordial é a redução no número de agravos à
saúde, bem como, nos prejuízos econômicos que causam: contami-
• Instalar barreiras físicas, impedindo o acesso e o abrigo das espécies nos
nação de alimentos, danos às estruturas e materiais em virtude do
prédios, armazéns e silos (ex.: telas, cortinas plásticas, cortinas de ar);
hábito de roer, assim como, altos custos médicos no tratamento de
doentes, quando da ocorrência de doenças transmitidas pelos roedores.
• Instalar armadilhas com o intuito de capturar e possibilitar identi-
ficação das espécies infestantes, direcionando a definição das estraté-
a. Equipamentos
gias de combate e controle/manejo da FSN;
• Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) específicos para o
• Selecionar criteriosamente as armadilhas a serem utilizadas e instalá-
controle de roedores: máscara semifacial de pressão negativa com filtro
las nos locais mais apropriados para que logrem êxito nas capturas.
contra partícula P3 (utilizada durante a colocação e retirada de armadil-
has e de rodenticidas nos ambientes fechados), luvas de borracha ou
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 59

52
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 60

PVC cano médio, além de todo o EPI obrigatório para áreas portuárias Exemplo de edificação à prova de roedores
e terminais específicos.

b. Controle Químico

• Avaliar tecnicamente qual o produto mais indicado para a área a


ser tratada. Alguns desses produtos são anticoagulantes de dose única
ou múltipla, pó de contato e iscas peletizadas ou granuladas;

• Deve haver um depósito específico para os raticidas, com estantes


ou estrados, exaustor e livre de umidade (no caso de grandes esto-
ques); ou armários com chave (para pequenas quantidades).

c. Manejo de roedores

O manejo pressupõe uma série de fases, entre elas: inspeção,


identificação, medidas corretivas e preventivas, desratização. Fonte: Manual de Controle de Roedores, Ministério da Saúde, 2002
60
• Inspeção para buscar os focos (concentração, dispersão) no conjunto
de ambientes, infestados ou não;
• Medidas corretivas do meio ambiente, visando à retirada de
• Identificação da(s) espécie(s) infestante(s) para apurar o planeja- condições que favoreçam a infestação dos roedores:
mento das ações de combate e avaliação prévia da intensidade da in-
festação; - Acondicionar o lixo doméstico em contêineres com tampa;
• Medidas preventivas (antirratização) para impedir e/ou dificultar a – Remover entulhos e materiais que sirvam de abrigo aos roe-
implantação e expansão de novas colônias de roedores: dores;
- Canalizar córregos a céu aberto, dificultando a instalação
- Examinar o ambiente e identificar a espécie, encontrando
de ratazanas nas suas margens.
condições de apontar as razões da ocorrência da infestação: origem,
raio de ação, fontes de alimentação, ninheira;
• Desratização: método de combate que visa à diminuição rápida
- Evitar a penetração ou a presença de roedores na área, dos níveis de infestação encontrados numa área que enfrenta sérias
através da aplicação de barreiras nas estruturas de sustentação (pilotis, dificuldades de controle:
vigamento do telhado, etc.) e nas fiações aéreas que chegam à edifi-
cação, e da criação de obstáculos físicos nas galerias subterrâneas de - Eliminar os roedores infestantes através de processos mecânicos ou
água, efluentes, águas pluviais ou de cabeamento. físicos, como o emprego de ratoeiras, armadilhas e outros dispositivos
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 61

de captura. Atinge melhores resultados especialmente quando a in- a. Controle


festação é inicial ou de grau leve a moderado;
Para que um plano de manejo/controle de pombos seja eficaz,
- Aplicar processos químicos, empregando substâncias roden- deve ter medidas preventivas e corretivas, tais como:
ticidas. O grupo químico mais utilizado são os anticoagulantes, muito
eficazes a baixo custo, além de possuírem razoáveis margens de se- • Diminuir áreas de abrigo através de correções físicas e estruturais
gurança no uso e, acima de tudo, a existência de antídoto confiável. nas edificações administrativas, armazéns e galpões, de forma a evitar
o pouso e a nidificação;
Cães e gatos - Mastofauna
• Reduzir a disponibilidade de alimento, principalmente grãos;
As práticas adotadas aqui são referentes à ações já realizadas
com sucesso no Porto de Santos. O método proposto baseia-se no con- • Reduzir os nichos de atuação das aves na área portuária, almejando
trole populacional pela castração sistemática seguida de soltura no maior pressão ambiental sobre os pombos, aumento na competitivi-
mesmo local onde o animal foi capturado e não pela captura e eu- dade e estresse, induzindo sua população ao desequilíbrio ecológico,
tanásia, já demonstrado como ineficiente e dispendioso para controle diminuindo condições de sobrevivência e obrigando-as a buscar ali-
da população. mento, abrigo e água em outros locais;

• Limpar as fezes dos pombos (elementos de alta propagação de micro-


Pombos - Avifauna organismos patogênicos), umidificando-as com água, água sanitária 61

Sua presença e propagação são sustentadas por diversas condições ou outro desinfetante, procedendo, então, a limpeza e descontami-
encontradas nos portos. Em sua maioria, as áreas infestadas apresentam nação do local;
algum tipo de suporte para a manutenção da vida destes animais.
As áreas e equipamentos inativos oferecem abrigo para des- • Usar máscara de pressão negativa P3 protegendo as vias respi-
canso e nidificação. São observados pombos em vigas, cumeeiras, ratórias (boca e nariz), pois a inalação de partículas de fezes ressecadas
tubulações, aparelhos de ar condicionado, lajes, beirais, estruturas pode induzir a ocorrência de doenças respiratórias.
metálicas de galpões, equipamentos obsoletos, cordas das amarras de
navios, calhas e dentro de edificações abandonadas. b. Controle Físico
As áreas onde há equívocos nas práticas de movimentação
(vazamentos nas esteiras utilizadas para o transporte e/ou tipo de grab • Desestabilizadores de Pouso
empregado) e no armazenamento (galpões com falhas na vedação,
portões permanentemente abertos) constituem oferta de alimento. - Instalar acessórios (espículas, molas ou fios de náilon) nas su-
A ausência de predadores diretos colabora com a multiplicação perfícies de pouso para causar instabilidade aos pombos, provocando
dos pombos em ambientes urbanos, já que a predação por parte de seu afastamento. Pequenas áreas como parapeitos de janelas podem
aves de rapina às populações de pombos em ambientes urbanos é in- ter as espículas substituídas pela planta conhecida como “Coroa de
significante, sem surtir qualquer efeito relevante no tamanho das po- Cristo" (Euphorbia milii), afastando os pombos de modo similar. A fixa-
pulações de pombos. ção artesanal de pregos com as pontas voltadas para cima e próximos
uns aos outros podem surtir o mesmo resultado em áreas limitadas.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 62

Exemplos de desestabilizadores de pouso - Recobrir aparelhos de ar condicionado com redes de poliure-


tano/polietileno em sua parte externa, para evitar a nidificação de
pombos nos vãos, ou recorrer à construção de estruturas chamadas
“escorregadores de pombo”;

Redes de proteção e escorregador de pombo


(60° de inclinação)

• Vedação de Espaços
Fonte: http://www.google.com.br/images
62 - Vedar vãos de acesso em forros de telhado, saídas de tubu-
lações de serviço e outros espaços com estruturas de tela, tapumes ou
argamassa conforme a característica do local; • Elementos de Repelência Física

São indicados como medida de impacto, complementando uma


Exemplo de vedação de telhas de amianto estratégia de controle mais abrangente.

- Instalar réplicas de predadores (imitações de corujas, falcões


e outros predadores naturais dos pombos) para desencorajar sua
aproximação, funcionando como espantalhos;

- Instalar estruturas refletoras de luz solar, para provocar in-


cômodo visual nos pombos, afastando-os dos locais;

- Empregar sons para afugentar os pombos (explosão de fogos de


artifício, choque de estruturas metálicas ou sons miméticos de
predadores), como uma medida de efeito transitório.

Fonte: http://www.blogspot.com.br/2011_10_archive.html
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 63

c. Controle Químico e. Controle Mecânico


• Retirar ninhos e quebrar ovos postos nas estruturas onde ocorre a
• Desestabilização de Pouso por Substâncias Repelentes
nidificação, tanto no cais quanto nos pombais instalados especifica-
mente para esta finalidade, numa ação contínua e ininterrupta.
- Empregar substâncias atóxicas, sem praguicidas ou repelentes
Em geral, não são indicadas como primeiras medidas para o
químicos, que causam repelência por irritação de contato, inibindo o
controle de pombos na área portuária:
pouso dos pombos;
- Captura e soltura em local muito distante, pois estas aves
- Utilizar em parapeitos, vãos de acesso, locais de pouso em possuem grande capacidade de voo e senso de direção que a fazem
fachadas de prédios, grades de aparelho de ar condicionado, estruturas voltar ao local dos ninhais;
arquitetônicas de alto relevo de prédios de construção antiga, entre
outros, de forma a aumentar a área tratada e melhor impedir o pouso - Captura e abate através de quaisquer metodologias
dos pombos. disponíveis (ex.: câmera de gás, choque elétrico), pois não é bem visto
pela sociedade e envolve implicações técnicas, sociais e jurídicas.
• Tinta Repelente à base de Óleo de Canela Devem ser respeitadas questões de bioética, evitadas intervenções e
críticas da sociedade civil.
- Aplicar nos locais de permanência e pouso dos pombos até a • Segundo interpretação da Instrução Normativa nº 141/2006 do
completa eliminação da infestação; IBAMA, o abate dos pombos só pode ser executado quando todas as 63
técnicas de controle/manejo previstas forem esgotadas e mesmo assim
- Não interfere visualmente na superfície aplicada, podendo persistir a infestação.
ser utilizada no controle e na desinfestação de galpões, jardins, praças,
armazéns, silos, hospitais e indústrias. Pode ser uma solução rápida e Entomofauna
praticamente única para estruturas planas e extensas como lajes, telha-
dos e marquises. As medidas de controle baseiam-se na biologia do inseto, nos
seus hábitos, nas suas características, na ecologia local, na conscien-
d. Controle Biológico tização e cooperação das populações frente aos problemas causados
para a saúde humana e animais domésticos.
Introduzir de forma estratégica, no ambiente portuário, aves
de rapina (falcões) treinadas e advindas de criatórios certificados, para
Moscas - Entomofauna
a predação de pombos e ninhos.
Pode ser uma solução viável e funcional em curto prazo, em-
Considerações sobre as condições ambientais e estruturais,
bora necessite de profissional extremamente experiente, estrutura para
bem como o reconhecimento preciso das fontes geradoras das moscas
monitoramento, alimentação e transporte, e pode ser bastante onerosa.
e dos fatores responsáveis pela introdução de novas formas deste in-
seto são fundamentais para a determinação da metodologia mais ad-
equada a ser implantada. Quanto maior for o número de medidas de
combate adotadas, maior será a probabilidade de obter-se o nível de
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 64

controle adequado. A seguir principais medidas que devem ser ado- c. Controle Mecânico
tadas para o controle das moscas:
• Combater as moscas adultas, como medida complementar, através
• Instalar equipamentos para a ventilação (forçada se necessário) e de técnicas de captura:
circulação de ar adequada para a secagem das áreas úmidas;
- fitas pegajosas usadas para moscas, particularmente em in-
• Estabelecer procedimentos de manutenção e prevenção permanente
teriores de edificações;
de vazamentos de água;
• Recolher e destinar os resíduos adequadamente; - alçapões que constam de uma “gaiola” feita com tela fina,
utilizando iscas, para que as moscas sejam atraídas ao seu interior;
• Fornecer um sistema permanente de drenagem;
• Manter as lixeiras tampadas; - armadilhas com lâmpadas fluorescentes de “luz negra”.

• Envolver e conscientizar os servidores para refletir na melhoria das Cupins - Entomofauna


condições de limpeza e controle das moscas.
Existem dois principais grupos de cupins de importância
a. Controle Químico econômica no Brasil: os cupins de madeira seca (Exemplo - Cryptoter-
• Combater as infestações já existentes, através de adulticidas fulminantes mes brevis) e os cupins subterrâneos. (Exemplo - Coptotermes gestroi
64
nas instalações e de larvicidas seletivos em resíduos acumulados; e Heterotermes tenuis) Os cupins de madeira seca também são insetos
sociais e a diferença básica entre as espécies é que as de cupins sub-
• Evitar o uso de inseticidas comuns (adulticidas ou larvicidas) no terrâneos nidificam no solo e as de cupins de madeira seca o ninho e
acúmulo de resíduos, porque isto extinguirá a fauna de inimigos na- toda a colônia se alojam na madeira.
turais das larvas; Os métodos de controle de cupins de madeira seca consistem
basicamente de:
• Aplicar a formulação granulada, disposta nas superfícies horizontais
(parapeitos e pisos próximos às janelas), em refeitórios, vestiários e • Remoção da madeira atacada;
salas de administração, pois é a mais indicada para o controle de
moscas nestes locais. • Fumigação;

b. Controle Físico • Tratamento da madeira.

• Impedir o acesso aos setores de gêneros alimentícios e locais de tra- Quatro estratégias básicas devem ser consideradas para se controlar
balho, instalando as seguintes barreiras físicas, como telas em portas cupins subterrâneos:
e janelas nas áreas infestadas, portas duplas na entrada, e proteção
direta dos alimentos. • Alterações Mecânicas

• Tratamento do solo
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 65

- uso de uma barreira química ao redor da estrutura e; fechada durante a entrada e saída de pessoas do ambiente, dificul-
tando a passagem de mosquitos.
- uso de iscas colocadas no solo.
c. Controle Biológico
• Tratamento da madeira (apenas de carácter paliativo)
• Combater as larvas utilizando ovitrampas (recipientes contendo
• Uso de iscas água, para atrair a postura das fêmeas), em seguida, durante moni-
toramento em campo, colocar larvicidas;
Mosquitos - Entomofauna
• Controle de adultos utilizando os equipamentos dos seguintes
a. Controle modelos:

• Intervir nos fatores de riscos ambientais, para impedir ou minimizar a - Armadilhas luminosas de preferência com lâmpadas UV (mais
propagação do vetor, evitando ou destruindo os criadouros potenciais; atrativas aos mosquitos);

• Limpar os ambientes, aplicar boas práticas na gestão de resíduos sólidos, - Armadilhas do tipo ovitrampa, contendo cartela adesiva e
em especial com os materiais inservíveis, manter depósitos de água devi- isca de trativo sintético no seu interior. Esta metodologia é mais
voltada à captura de mosquitos adultos do gênero Aedes.
damente cobertos. Estas são ações devem ser desenvolvidas por todos. 65

Baratas - Entomofauna
b. Controle Físico
Para um bom controle integrado das baratas, devem ser eli-
• Drenagem ou enxugamento do solo
minados os fatores que favorecem seu desenvolvimento.
- Estabelecer sistemas de drenagem e/ou remoção de coleções
a. Medidas Preventivas
de água, para impossibilitar o desenvolvimento dos mosquitos, inter-
ferindo no seu ciclo biológico. É um dos principais métodos para o
• Adotar medidas de saneamento e aplicar inseticidas nas áreas de
controle do mosquito.
abrigo das baratas;
• Barreira física
• Aplicar medidas eficientes e preventivas para o controle, como:
- Instalar telas com fios e malhas de forma quadrada em aber-
- Manter o ambiente sempre limpo e a vegetação, se existente,
turas de instalações (janelas, por exemplo) evitando a entrada dos
sempre capinada;
mosquitos;
- Checar os locais com acúmulo de resíduos, recolhendo-o ou
- Instalar portas duplas (uma externa telada abrindo para fora,
fechando os recipientes hermeticamente;
e outra interna abrindo para dentro) para sempre haver uma porta
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 66

- Remover diariamente os resíduos, em sacos plásticos, princi- b. Controle Químico


palmente restos alimentares;
Mesmo sabendo que o controle químico é prejudicado pela
- Limpar recorrentemente as lixeiras, mantendo-as secas e bem rápi-da aquisição de resistência nas baratas, recomenda-se a pulver-
fechadas; ização e/ou aplicação de inseticidas nas áreas externas, ralos, locais
onde tenha foco de infestação.
- Lavar periodicamente (quinzenal) as caixas de gordura, con-
servando-as sempre bem fechadas; Como boas práticas em geral, recomenda-se:

- Extinguir abrigos, rebocando ou vedando com silicone as • Maior higienização da área do porto, principalmente nos locais
fendas existentes; próximos a lanchonetes e banheiros químicos, indo além da varrição
e recolhimento dos resíduos orgânicos que porventura estejam
- Assear diariamente bancadas de pias, fogões e debaixo de acondicionados fora de seus coletores específicos;
geladeiras.
• Utilizar periodicamente produtos que esterilizem o ambiente.
• Revisar as mercadorias e o descarte de todas as embalagens de pa-
pelão ou de madeira usadas para o transporte de alimentos (adultos
ou ovos se disseminam desta maneira); Escorpiões - Aracnofauna
66
• Verificar/eliminar os locais de acesso, como: conduítes elétricos, Como erradicar escorpiões não é possível, torna-se necessário
canalizações de águas pluviais, interruptores de luz, saídas de tele- controlar suas populações, pois representam risco à saúde humana.
fones etc; Para evitar sua proliferação, medidas devem ser adotadas com ações
de controle, captura e manejo ambiental.
• Manter bem justas as tampas, trocando os espelhos de tomadas ou
interruptores quebrados; a. Atividades de controle

• Limpar recorrentemente os ralos da cozinha, área de serviço e ba- • Saber a distribuição espacial das ocorrências, para planejar as in-
nheiros. Estes devem ser do tipo abre e fecha, impedindo a passagem tervenções, racionalizar custos, recursos humanos e tempo, e garantir
de insetos quando em desuso; maior eficácia nas ações de controle;

• Vedar com borracha todas as portas que dão acesso ao exterior das • Intervir nas áreas de risco definidas por notificações de acidente e
edificações; pela demanda espontânea dos trabalhadores portuários, e realizar
ações de controle nas áreas portuárias;
• Construir edificações apropriadas, sem frestas e facilidades de abrigos.
• Identificar áreas prioritárias, por meio de levantamento, monitora-
mento e avaliação, mapeando áreas de maior concentração de ocor-
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 67

rência ou acidentes; • O controle químico é contraindicado, pois escorpiões têm o hábito


de se abrigar em frestas de paredes, sob caixas, papelões, pilhas de
• Fazer o controle através do método por busca ativa em toda e qual- tijolos, telhas, madeiras, em fendas e rachaduras do solo, e per-
quer localidade dentro do porto, visando à captura de exemplares, o manecem meses sem se movimentar, impedindo o contato direto com
conhecimento e manejo dos ambientes propícios à ocorrência e pro- o veneno, tornando o tratamento químico ineficaz;
liferação desses animais;
• Não é indicada a aplicação de produtos químicos de higienização
• Utilizar os equipamentos de segurança (EPI) apropriados durante a doméstica e de produtos utilizados como inseticidas, raticidas, mata-
busca, tais como bota ou sapato fechados, calça, camisa de manga baratas ou repelentes do grupo dos piretroides e organofosforados,
longa com punho justo; pois desalojam os escorpiões para locais não expostos à ação desses
produtos, aumentando o risco de acidentes. Além disso, cria a falsa
• Verificar nos potenciais locais nas áreas internas, como assoalhos sensação de proteção por parte dos habitantes e trabalhadores que
soltos, ralos e batentes de portas e de janelas, além de caixas de gor- acreditam que o problema foi resolvido, passando a negligenciar o
dura, canalizações de água, caixas de efluente sanitário e de energia; trato com o ambiente.

• Realizar a modificação das condições do ambiente a fim de torná-lo


desfavorável à ocorrência, permanência e proliferação destes animais:
82
67
- Acondicionar lixo em recipientes apropriados e fechados;

- Limpar terrenos baldios situados a cerca de dois metros das


redondezas;

- Eliminar fontes de alimento para os escorpiões (baratas, ara-


nhas, grilos e outros pequenos invertebrados);

- Remover periodicamente materiais de construção e lenha ar-


mazenados, evitando o acúmulo exagerado;

- Preservar os predadores naturais dos escorpiões, especial-


mente aves de hábitos noturnos (corujas, joão-bobo, etc.), pequenos
macacos, quati, lagartos, sapos e gansos (galinhas não são eficazes
agentes controladores de escorpiões);

- Manter fossas sépticas bem vedadas para evitar a passagem


de baratas e escorpiões.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 68

5. Boas Práticas Recomendadas

As proposições operacionais listadas neste guia, tomaram por mente as práticas, procedimentos e processos necessários para integrar
base o modelo americano American Association of Port Authorities as preocupações ambientais em suas operações diárias. A implantação
- AAPA e estão apresentadas de forma que sua aplicação possa con- de um Sistema de Gestão Ambiental é de fundamental importância
tribuir na redução da geração de resíduos sólidos, na geração e melhor na vida administrativa de um porto.
destinação dos efluentes líquidos e no controle da fauna sinantrópica O modelo de fichas foi desenvolvido para auxiliar o porto na
nociva. Essas proposições estão denominadas como melhores práticas compreensão e execução da informação. Tais fichas estão montadas
de gestão, muitas vezes exigem apenas bom senso, sendo raramente com informações precisas e objetivas. Cada uma das informações tem
68 necessárias abordagens mais extremas nas atividades. efeito direto ou indireto sobre a geração dos resíduos sólidos, sobre a
Esse conjunto de ações, tanto no âmbito dos controles opera- geração e tratamento dos efluentes líquidos e também sobre o controle
cionais, como da adequação da infraestrutura, é o ponto de partida e monitoramento da fauna sinantrópica nociva.
para os portos se tornarem eficientes no tocante aos impactos ambi- Os assuntos foram divididos em cinco subtemas para facilitar
entais reais ou potenciais de uma operação portuária. A maior parte a manipulação das fichas de acordo com as necessidades específicas
dos termos apresentados são aqueles usados na norma ISO 14.001 - de cada porto: Descrição - Potenciais Impactos Ambientais – Melhores
Sistema de Gestão Ambiental (SGA). O SGA é um conjunto de fer- Práticas de Gestão – Normas Internacionais de Referência – Fontes
ramentas de gerenciamento que pode ser usado por uma organização de Informações de Boas Práticas Ambientais.
para alocar recursos, atribuir responsabilidades e avaliar continua-
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 69
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 70

1 OPERAÇÃO, MANUSEIO E ARMAZENAMENTO DE GRANEL SÓLIDO

1.1 DESCRIÇÃO

Uma pilha de armazenamento é qualquer armazenamento externo (ar livre) ou


interno (armazéns) de um produto cru, intermediário, final ou subproduto de um mate-
rial. O local de armazenamento pode estar sujeito às legislações federal ou estadual de
lançamento de efluentes em corpos hídricos. Partículas dispersas (particulados) podem
ser geradas durante a manipulação ou pelo vento, fazendo com que a operação também
seja objeto de normas de qualidade do ar.

1.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

• Lixiviação e escoamento de contaminantes em águas pluviais;


Alaor Filho
• O escoamento e a percolação de escoamento podem causar impactos ambientais
70
adversos na superfície da área de armazenamento, terras adjacentes, águas su-
perficiais e subterrâneas e contaminar sedimentos, causando problemas para uma
futura dragagem;

• Geração de particulados pelo manuseio de materiais a granel sólido;

• Geração de resíduos dispersos durante operação (transporte);

• Atração de Fauna Sinantrópica Nociva, em virtude da disponibilidade de alimento no


caso de grãos agrícolas (soja, milho, trigo, açúcar, etc.).

1.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS


pontoaporto.blogspot.com.br
Armazenamento

− O tamanho e a forma da pilha de armazenamento irão ditar a quantidade de escoa-


mento de água pluvial e a concentração resultante de poluentes. O tamanho e a forma
da pilha devem ser ditados pelos controles de águas pluviais nos locais, tais como:
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 71

• Desvio de águas pluviais em torno da pilha com canais ou canaletas imperme-


áveis de perímetro ou com barreiras de contenções acima do terreno circundante;
• Construção de superfícies impermeáveis para armazenamento. Argila com- REQUISITOS NORMATIVOS:
pactada é preferida sobre concreto ou asfalto, pois é menos provável de apresentar fis-
• Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 - Dispõe sobre a
suras, que permitem a infiltração em águas subterrâneas; pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e
rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comerciali-
• Dimensionar a bacia de contenção de escoamento com um tempo de retenção zação, a propaganda comercial, a utilização, a importação,
suficiente para permitir a sedimentação de poluentes, assim a concentração da descarga a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens,
o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fis-
será abaixo da carga máxima de lançamento de efluentes; calização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá
outras providências.
• Instalar telas nos canais de drenagem para filtrar sólidos em suspensão e os
potenciais metais pesados adsorvidos a estes. Limpar periodicamente as telas e descartar • Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12
adequadamente os sedimentos; de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

• Localizar pilhas de armazenamento a uma distância da linha da costa para evi- • Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 - Regu-
tar a potencial contaminação pelo escoamento superficial. Onde a localização é atendida lamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que ins-
titui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê
por correia transportadora ou outro equipamento de descarga, controlar com enclausura- Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos
mento, canaletas impermeáveis, práticas de limpeza/varrição e definir que os locais de e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas
armazenamento sejam inclinados na direção contrária ao corpo hídrico; de Logística Reversa, e dá outras providências. 71

• Manter a frente de trabalho da pilha no lado voltado para a costa para assim • Resolução CONAMA nº 396, de 03 de abril de 2008 –
Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para
aumentar continuamente a distância que o escoamento de água pluvial deve migrar para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras
alcançar o corpo hídrico; providências.

• Inspeção de áreas de armazenamento após chuvas para observar a migração de • Resolução CONAMA nº 430 de 13 de maio de 2011 -
Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de
escoamento ou de águas pluviais e programar medidas preventivas, quando necessário. efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de
17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Am-
− Cobrir a pilha com uma lona impermeável logo que possível após a descarga e regular a biente-CONAMA.
cobertura na medida em que o material é removido da pilha a fim de evitar o acesso da fauna
• Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009
sinantrópica e de água pluvial e a fim de reduzir a geração de resíduos dispersos no pátio; - Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental cau-
sada por pneus inservíveis e sua destinação ambiental-
− Os armazéns que mantém os granéis sólidos alimentícios devem ter sua estrutura física preser- mente adequada, e dá outras providências.
vada e bem vedada para evitar acesso da fauna sinantrópica nociva e de águas pluviais;
• ABNT NBR 12.980/1993 - Coleta, varrição e acondi-
− Os armazéns devem passar por um processo de limpeza periódica a fim de eliminar cionamento de resíduos sólidos urbanos – Terminologia.

restos de granéis e diminuição da incidência de fauna sinantrópica nociva; • ABNT NBR 13.221/2010 - Transporte terrestre de resíduos.

− Atualização estrutural das instalações de armazenamento de grãos (silos, armazéns,


galpões, entre outros).
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 72

Movimentação

A movimentação de granéis sólidos pode acarretar na geração de resíduos e dis-


persão de particulados. Além disso, a movimentação de granéis sólidos alimentícios
torna-se atrativo para fauna sinantrópica nociva na região portuária. Medidas que visam NORMAS INTERNACIONAIS
diminuir tais impactos envolvem: DE REFERÊNCIA:

− Atualização tecnológica dos equipamentos para manuseio e transporte de grãos (trans- • 15 CFR Part 923, Coastal Zone Management Program
(www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html).
portadores fechados, portalinos, entre outros);
• 40 CFR 122.6 EPA, National Pollutant Discharge
− Encurtar o braço dos carregadores para reduzir o derramamento e geração de particulados; Elimination System [NPDES], Program Requirements
for Storm Water Discharges
(www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html).
− Minimizar a distância entre as faces de trabalho das pilhas e os caminhões/trens sendo
carregados para reduzir a área que deve ser limpa; • Ontario Water Resources Act, R.S.O. 1990, Chapter 0.40
(www.elaws.gov.on.ca/html/statutes/english/elaws_
statutes_90o40_e.htm).
− Suspender a descarga e manipulação de operações durante condições meteorológicas
desfavoráveis (precipitação, vento) que poderiam aumentar a dispersão de particulados; • Fugitive Dust Emissions are generally regulated by
state authorities (326 IAC 6-4 - State of Indiana).
72
− Promover a pulverização da pilha com água para o controle de poeira durante as
operações de manipulação (é necessário cautela para evitar que ocorra escoamento);
FONTES DE INFORMAÇÕES
− Usar, para supressão de particulados em silos de armazenamento, transportadores tipo
DE BOAS PRÁTICAS:
parafuso e equipamentos de coleta a vácuo, a fim de tornar prático o manuseio de ma-
terial fino, granulado ou pó; • Storage Pile Best Management Practices, Wisconsin
Department of Natural Resources, Bureau of Watershed
− Realizar varrição periódica nas áreas de armazenamento e movimentação dos granéis. Management, Publication # WT-468-96, 1996.
[Nota: para resíduos de granel sólido mineral, os materiais varridos podem ser devolvidos • California Stormwater BMP Handbook, California
à pilha de armazenamento; em caso de granel sólido alimentício não contaminado, os Stormwater Quality Association (January, 2003)
resíduos de varreduras podem ser reaproveitados como subproduto para ração animal, (www.cabmphandbooks.com/Municipal.asp).
enquanto que os resíduos contaminados (grãos que entraram em contato com água e • Salt Institute Voluntary Salt Storage Guidelines for
outros grãos) devem ser removidos]; Distribution Stockpiles: “Salt Stockpile Area Best
Practice Evaluation” (January 3, 2003).
− Lavar ou pulverizar a parte inferior e pneus de caminhões de transporte de material
do tipo granel sólido sobre a via pública para reduzir a poeira e a formação de trilha. A
lavagem dos pneus deve ser realizada numa área restrita e com sistema de reaproveita-
mento de água.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:23 Page 73

2 ARMAZENAMENTO E MOVIMENTAÇÃO DE GRANEL LÍQUIDO

2.1 DESCRIÇÃO

Em muitos portos nacionais granéis líquidos são transferidos de/para navios, tan-
ques fixos (estacionários), caminhões e vagões-tanque sobre trilhos. A transferência e ar-
mazenamento destes produtos são normatizados por regulações federais.

2.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

• Vazamento ou derramamento de granel líquido diretamente para um corpo hídrico ou


para rede de drenagem de águas pluviais que escoam para o corpo hídrico produzirá
poluição direta, contaminando o sedimento e podendo afetar a vida marinha e também
a água potável para fins de abastecimento público;
Equipe IVIG - PPE/COPPE/UFRJ

• Vazamentos ou derramamentos em terra causarão contaminação no solo e vegetação e 73

poderão resultar em contaminação de águas subterrâneas;

• Compostos orgânicos voláteis (COV) e outros poluentes do ar podem ser liberados das
emissões resultantes da transferência de granel líquido entre modais de transporte (navio
para trilho, navio para caminhão, trilho para caminhão), ou na transferência para os tan-
ques fixos de armazenamento;

• A estrutura física de armazenamento dos granéis líquidos devem ser vedadas e bem
preservadas.

2.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS


www.camarapuertos.com.ar/detalle de puertos.htm
Armazenamento

− Inspecionar regularmente tanques fixos e móveis, equipamentos de transferência e tubu-


lações para identificação de vazamento, descoloração do tanque, poças de vazamento
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 74

líquido, poças de água com um brilho (indicando produto petrolífero), corrosão, vege-
tação morta localizada e manchas no chão, vazamentos/infiltrações das válvulas e selos,
deformidades (por exemplo: protuberâncias, rachaduras, curvas) em tubulações e tanques;

− Inspecionar regularmente as estruturas de contenção secundária para identificação de


rachaduras, manchas, corrosão, erosão (paredes internas e perímetro exterior), vazamen-
tos, argamassa solta, selador, reboco usado para construir paredes, material derramado
e/ou detritos dentro da área de confinamento e o estado operacional de válvulas de
drenagem;

− Realizar periodicamente testes de integridade de tanques de armazenamento localiza-


dos acima do nível do solo e teste de vazamento de válvulas e tubulações;

− Certificar-se de que a contenção secundária mantém o volume do maior recipiente de


armazenamento mais a borda livre suficiente para o volume de precipitação;
Equipe IVIG - PPE/COPPE/UFRJ
74
− Inspecionar e registrar o escoamento de águas pluviais de qualquer sistema de drenagem
na área de armazenamento do tanque de granel diretamente em corpo hídrico;

− Inspecionar as válvulas que permitem o fluxo para fora do tanque ou drenos das bacias
de contenção para garantir que eles permanecerão fechados quando não estiverem em
funcionamento;

− Armazenar materiais de limpeza e equipamentos em locais conhecidos e adequados;

− Após o uso de materiais de limpeza e equipamentos, armazenar adequadamente os


resíduos contaminados com óleo e/ou produtos químicos na central de resíduos perigosos
para posterior destinação adequada; www.adonaiquimica.com.br

− Estruturas e edificações devem ser construídas de modo a evitar o acesso e abrigo de


fauna, notadamente pombo, pois suas fezes são ácido-corrosivas e poderão danificar as
estruturas e tubulações.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 75

Movimentação (Transferência) REQUISITOS NORMATIVOS:


• Lei nº 9.966 de 28 de abril de 2000 Dispõe sobre a pre-
− Inspecionar controles de acionador de partida para as bombas dentro de contenção venção, o controle e a fiscalização da poluição causada por
lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou
secundária para garantir que eles permanecerão bloqueados quando desligados e não perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras
operando; providências.
• Decreto nº 4.136 de 20 de fevereiro de 2002 - Dispõe
sobre a especificação das sanções aplicáveis às infrações
− Inspecionar se existem conexões de carregamento/descarregamento de gasodutos para às regras de prevenção, controle e fiscalização da
garantir que eles sejam bem tampados ou flangeados quando fora de serviço; poluição causada por lançamento de óleo e outras subs-
tâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição na-
cional, prevista na lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000,
− Inspecionar as válvulas e a operação de válvulas, tubulações, juntas de flange, juntas e dá outras providências.

de expansão, suportes de tubulação e superfícies metálicas; • Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005 -
Dispõe sobre a classificação dos corpos de agua e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece
− Certificar-se que a área de carga/descarga contemple uma bacia de captação ou outra as condições e padrões de lançamento de efluentes, e
da outras providências.
estrutura similar de contenção; a capacidade da estrutura de contenção deve ser equi-
• Resolução CONAMA nº 398, de 11 de junho de 2008 –
valente ao maior compartimento de um carro tanque ou caminhão carregado/descar- Dispõe sobre o conteúdo mínimo do Plano de Emergência
regado; Individual para incidentes de poluição por óleo em águas
sob jurisdição nacional, portos organizados, instalações
portuárias, terminais, dutos, sondas terrestres, platafor- 75
− Usar barreiras físicas, sinais de atenção, calços de rodas ou sistemas de bloqueio de mas e suas instalações de apoio, refinarias, estaleiros,
marinas, clubes náuticos e instalações similares e orienta
freio do veículo para impedir a partida de carros/caminhões de tanque antes da completa sua elaboração.
desconexão de linhas de transferência; • Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011 - Dis-
põe sobre as condições e padrões de lançamento de eflu-
entes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de
− Inspecionar drenos e tomadas no tanque carros/caminhões antes do enchimento e março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente.
partida e apertar, ajustar ou substituir, se necessário; • ABNT NBR 9.897/1987 - Planejamento de amostragem
de efluentes líquidos e corpos receptores – Procedimento.
− Usar recipientes para evitar pingos/derrames quando instalar ou quebrar conexões • ABNT NBR 12.614/1992 Águas - Determinação da de-
com mangueiras, bicos e outros equipamentos de transferência; manda bioquímica de oxigênio (DBO) - Método de in-
cubação (20°C, cinco dias) - Método de ensaio.
• ABNT NBR 13.402/1995 - Caracterização de cargas
− Certificar-se que tubulações enterradas tenham revestimento ou invólucro protetor poluidoras em efluentes líquidos industriais e domésticos –
além de proteção catódica ou caso contrário atenda aos requisitos de proteção contra Procedimento.

corrosão; • ABNT NBR 13.969/1997 - Tanques sépticos - Unidades


de tratamento complementar e disposição final dos eflu-
entes líquidos - Projeto, construção e operação.
− Certificar-se de que transferências sejam supervisionadas por funcionários de insta- • ABNT NBR 17.505 - 2/2013 - Armazenamento de
lação que estão completamente familiarizados com os procedimentos de operações nor- líquidos inflamáveis e combustíveis.
Parte 2: Armazenamento em tanques, em vasos e em re-
mais e de emergência. cipientes portáteis com capacidade superior a 3.000 L.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 76

3 MANUSEIO E ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS QUÍMICOS


E PERIGOSOS

3.1 DESCRIÇÃO

Tambores, sacos (big-bags) e vários recipientes de produtos químicos podem ser


carregados/descarregados e armazenados na propriedade portuária. As legislações fede-
ral, estadual e municipal controlam estes procedimentos, contribuindo para um melhor
manuseio dos recipientes que poderiam resultar em lançamentos ou derramamentos.

3.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

• Um vazamento ou derramamento do produto diretamente para um corpo hídrico pro-


duzirá poluição direta e contaminará o sedimento;
www.casa2ponto0.com.br
• Derramamentos/lançamentos contidos nas áreas de confinamento podem se misturar
76 com escoamento de águas pluviais e direcionar para corpos hídricos;

• Solos e águas subterrâneas estão sujeitos à contaminação ocasionada por derrama-


mentos/lançamentos se não imediatamente recuperados.

3.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS

Gerais

− As áreas de armazenamento devem ser localizadas sobre superfícies impermeáveis


sem qualquer ralo ou bueiro e dentro de bacias de contenção capazes de conter derra-
mamentos/lançamentos;

− Zonas de armazenamento ao ar livre podem ser construídas com uma superfície GEATA/UNIASSELVI
ligeiramente inclinada para uma caixa seca com objetivo de coletar as águas pluviais.
As bombas de transferência devem ser operadas manualmente. Algumas precauções
devem ser observadas:
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 77

REQUISITOS NORMATIVOS:
• Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 - Institui a Política
Nacional de recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de
• A água pluvial coletada deve ser atentamente examinada e testada, se Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso
necessário, para garantir que não há nenhuma contaminação do conteúdo dos tambores XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei
nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº
armazenados; 7.990, de 28 de dezembro de 1989.
• Lei nº 9.966 de 28 de abril de 2000 Dispõe sobre a pre-
• Se não for observada ou analisada qualquer contaminação, a água coletada venção, o controle e a fiscalização da poluição causada por
lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas
poderá ser bombeada para o sistema de coleta de águas pluviais; em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências.
• Resolução CONAMA nº 001-A, de 23 de janeiro de 1986 -
Transporte de produtos perigosos.
• Se fica evidenciada a contaminação, a água coletada deverá ser bombeada para
• Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001 - Código
um tambor ou outro recipiente e gerenciada como resíduo perigoso [Nota: o efluente co- de cores a ser adotado na identificação de coletores e trans-
portadores.
letado pode ser encaminhado para o local de tratamento de efluentes, se existir instalação
• Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005 - Dis-
portuária capacitada para tarefa]. põe sobre a classificação dos corpos de agua e diretrizes am-
bientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes, e da
− Em áreas de armazenamento a céu aberto para os recipientes de produtos de petróleo, outras providências.
a água pluvial deve passar por um separador de água e óleo para possibilitar que a • Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011 - Dispõe
sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, com-
água possa ser descarregada na rede de drenagem pluvial [Nota: separadores de óleo e plementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005,
77
água não irão remover poluentes químicos de água; do Conselho Nacional do Meio Ambiente.
• Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 72, de 29
de dezembro de 2009 - Dispõe sobre o Regulamento
− Erguer barreiras no perímetro das áreas de armazenamento para evitar colisões de Técnico que visa à promoção da saúde nos portos de
controle sanitário instalados em território nacional, e
veículos, mas que possibilitem/permitam o acesso de equipamentos de carga/descarga; embarcações que por eles transitem.
• Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n° 10, de 9 de
− Inspecionar frequentemente os equipamentos usados para descarregar/carregar re- fevereiro de 2012 - Altera a RDC nº 72 de 29 de dezembro de
2009, sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção da
cipientes de navios, trens e caminhões; saúde nos portos de controle sanitário instalados em território
nacional, e embarcações que por eles transitem.

− Empregados que manuseiem recipientes com produtos químicos devem se certificar • ABNT NBR 12.235/1992 - Armazenamento de resíduos
sólidos perigosos – Procedimento.
de que os rótulos, cartazes ou outras identificações fixadas nos recipientes não sejam • ABNT NBR 14.064/2003 - Atendimento a emergência no
removidos ou apagados; transporte de produtos perigosos.
• ABNT NBR 11.564/2002 - Embalagem de produtos perigosos
- Classes 1, 3, 4, 5, 6, 8 e 9 - Requisitos e métodos de ensaio.
− Segregar os produtos químicos por compatibilidade; armazenar materiais inflamáveis
• ABNT NBR 10.004/2004 - Resíduos sólidos – Classificação.
em uma área separada e, geralmente, por códigos específicos, a uma distância maior
• ABNT NBR 15.054/2004 - Contentores para produtos
da linha de divisa da propriedade; perigosos.
• ABNT NBR 13.221/2010 - Transporte terrestre de resíduos.
− Não retirar o produto de recipientes na área de armazenamento. • ABNT NBR 7.501/2011 - Transporte terrestre de produtos
perigosos — Terminologia.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 78

NORMAS INTERNACIONAIS
DE REFERÊNCIA:
Tambores
• 40 CFR Part 279, “Standards for the Management of
Used Oil” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html).
− Armazenar tambores na posição vertical e não horizontalmente, em cima de estruturas
• 40 CFR Parts 122-124, “NPDES Regulations for Storm
tipo pallets, para evitar vazamentos e possível tombamento sobre a superfície da área Water Discharges”
de armazenamento; (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve/html).

• 40 CFR Parts 262, et seq., “Standards Applicable to


− Empilhadeiras equipadas com pegadores de tambor devem ser usadas para mover tam- Generators of Hazardous Waste”
bores individualmente; pallets de tambores devem ser movidos somente quando os tam- (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve/html).
bores estiverem firmemente unidos; • Ontario Environmental Protection Act (1990), Regu-
l a t i o n 3 4 7 “ G e n e r a l - Wa s t e M a n a g e m e n t ”
(www.elaws.gov/on/ca/html/regs/english/elaws_regs_9
− O armazenamento de sacos (big-bags) contaminados deve ser realizado de acordo com 00347_e.htm).
a NBR nº 12.235/1992 e o transporte de acordo com a NBR nº 13.221/2001.
• 49 CFR Parts 171-173, “Hazardous Materials
Regulations” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html).
Sacos (Big-bags)
78
− Restringir o duplo empilhamento para embalagens plásticas com peso de 1 tonelada FONTES DE INFORMAÇÕES
ou inferior; DE BOAS PRÁTICAS:

• American Association of Port Authorities (AAPA),


− Operadores de empilhadeira necessitam de cuidado na elevação e movimentação de “Environmental Management Handbook” (September
big-bags e estar particularmente atentos à localização e configuração da boca de enchi- 1998) (www.aapa-ports.org).
mento e (em alguns bags) de uma possível válvula de descarga na parte inferior;
• U.S. EPA Office of Compliance Sector Notebook
Project, “Profile of the Water Transportation Industry”
− Inspecionar frequentemente as áreas de armazenamento de big-bags que possuam (September 1997).
válvulas com vazamento (quando equipados com estas); • California Stormwater Quality Association,
“California Stormwater BMP Handbook” (January
2003) (www.cabmphandbooks.com).
− O armazenamento de sacos (big-bags) contaminados deve ser realizado de acordo com
a NBR nº 12.235/1992 e o transporte de acordo com a NBR nº 13.221/2003. • Center for Watershed Protection, “Municipal Pollution
Prevention/Good Housekeeping Practices, Manual 9”
(September 2008) (www.cwp.org).

•U.S. EPA, “Pollution Prevention/Good Housekeeping


for Municipal Operations”.
(http://cfpub.epa.gov/npdes/stormwater/menuofbmps/
index.cfm?action=min_measure&min_measure_id=6).
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 79

4 ABASTECIMENTO DE VEÍCULO E EQUIPAMENTO REQUISITOS NORMATIVOS:


• Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 - Institui a
Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema
4.1 DESCRIÇÃO Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regu-
lamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e
altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990,
As melhores práticas de gestão aqui citadas referem-se às operações de abaste- que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.
cimento de veículos e equipamentos na área portuária. • Lei nº 9.966 de 28 de abril de 2000 - Dispõe sobre a
Para abastecimento de navios devem ser seguidos procedimentos bastante de- prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada
por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou
talhados pelos operadores. Os arrendatários e locatários envolvidos nas operações de perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras
abastecimento de navios devem estar conscientes de tais requisitos. providências.
• Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12
4.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
• Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 - Regula-
• Derramamentos/lançamentos de combustíveis derivados de petróleo poluem as águas menta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui
a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê In-
e contaminam os sedimentos; terministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o
Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de
Logística Reversa, e dá outras providências.
• Derramamentos em solo podem constituir uma ameaça para as águas subterrâneas;
• Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008 - Vigência Dis-
põe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio
• Compostos orgânicos voláteis emitidos a partir de operações de abastecimento sem 79
ambiente, estabelece o processo administrativo federal
para apuração destas infrações, e dá outras providências.
sistemas de recuperação de vapor ou de grandes derramamentos terão impacto sobre a
qualidade do ar. • Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005 -
Dispõe sobre a classificação dos corpos de agua e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabe-
4.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS lece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e
da outras providencias.
• Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011- Dis-
− Instalar dispositivos de proteção de transbordamento em sistemas de tanque para que põe sobre as condições e padrões de lançamento de eflu-
avise ao operador para desligar as bombas de transferência ou desligue automaticamente; entes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de
março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente
- CONAMA.
− Restringir o abastecimento de veículos às áreas contidas, com o máximo de centrali- • Resolução - RDC nº 72, de 29 de dezembro de 2009 -
zação possível, sem bueiros, superfícies impermeáveis e, de preferência, cobertas e lo- Dispõe sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção
da saúde nos portos de controle sanitário instalados em
calizadas distantes de corpos hídricos; território nacional, e embarcações que por eles transitem.
• Resolução - RDC n° 10, de 9 de fevereiro de 2012 - Al-
− Instalar dispositivos de fechamento automáticos no fornecimento de inflamáveis tera a RDC nº 72 de 29 de dezembro de 2009, sobre o
Regu-lamento Técnico que visa à promoção da saúde nos
através de mangueiras para evitar o vazamento de combustível; portos de controle sanitário instalados em território na-
cional, e embarcações que por eles transitem.
− Apresentar instruções claras e escritas para os operadores de veículos sobre os pro- •ABNT NBR 13.969/1997 - Tanques sépticos - Unidades
cedimentos corretos de descarregamento de combustível; de tratamento complementar e disposição final dos eflu-
entes líquidos - Projeto, construção e operação.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 80

− Instalar tanques de armazenamento subterrâneo e tubulações projetadas com dispo-


sitivos adequados para proteção de derramamento e de transbordamento;

− Instalar sistemas de proteção de corrosão e de lançamento, com monitoramento fre- NORMAS INTERNACIONAIS
quente destes sistemas devidamente registrados; DE REFERÊNCIA:
• 40CFR Part 280 “Technical Standards and Corrective
− Localizar materiais de limpeza (almofadas absorventes e secagem do material, vas- Action Requirements for Owners and Operators of
souras, sacos de plástico, etc.) para gotejamentos e derramamentos pequenos perto das Underground Storage Tanks”
bombas de combustível; (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html).

• “Storage Tank Systems for Petroleum Products and


− Os operadores de veículos devem saber como proceder diante de pequenos derramamentos; Allied Petroleum Products Regulations (SOR/2008-
197), pursuant to Section 209 of the Canadian
Environmental Protection Act (1999).
− Instalar barreiras de aço, concreto ou outro material em torno das estações de abaste- (http://laws.justice.gc.ca/en/ShowFullDoc/cr/SOR-
cimento para evitar danos ao veículo ou ao equipamento móvel; 2008-197///en).

− Localizar bandejas coletoras de gotejamento e vasos maiores de contenção para acesso


imediato, a serem colocados sob os tanques de combustível do veículo, para evitar der- FONTES DE INFORMAÇÕES
80
ramamentos; DE BOAS PRÁTICAS:

• U.S. EPA, “Preventing Underground Storage Tank


− Inspecionar diariamente bombas, mangueiras distribuidoras, acessórios e todos os Systems from Leaking”
equipamentos relacionados com a movimentação de combustíveis e situações que podem (www.epa.gov/OUST/prevleak.htm).
resultar em vazamentos;
• Canadian Council of Ministers of the Environment,
“Environmental Code of Practice for Aboveground and
− Após o uso de materiais e equipamentos de limpeza, armazenar adequadamente os Underground Storage Tank Systems Containing
Petroleum and Allied Petroleum Products” (PN 1326)
resíduos contaminados com óleo na Central de Resíduos Perigosos para posterior desti- (2003) (www.ccme.ca/assets/pdf/pn_1326_eng.pdf).
nação adequada;
• “Industry Codes and Standards for UST Systems,” U.S.
EPA (www.epa.gov/swerust1/cmplastc/standard.htm).
− Restringir as operações de abastecimento com veículos móveis e sempre que possível
exigir que veículos/equipamentos sejam abastecidos na estação fixa, que deve possuir • California Storm water Quality Association, “Municipal
piso impermeável e com drenagem segregada; onde não for possível (por exemplo, ali- Handbook: SC-20: Vehicle and Equipment Fueling”
(www.cabmphandbooks.com/Municipal.asp).
mentação da grua fixa ou controlada), as operações de abastecimento móveis devem
empregar todas as práticas de proteção ambiental/segurança, como descrito acima;

− Proibir qualquer operação de manutenção do veículo na área de abastecimento.


* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 81

5 SUPERVISÃO PELA AUTORIDADE PORTUÁRIA DE ATIVIDADES DE


CONTRATOS DE LOCAÇÃO/ARRENDAMENTO

5.1 DESCRIÇÃO

O contrato de arrendamento legalmente concebido é um documento apropriado


para assegurar a autoridade portuária que as exigências e as responsabilidades das
empresas arrendatárias sejam cumpridas e não gerem ou minimizem possíveis impactos
ambientais. O contrato de locação deve fornecer uma delimitação clara dos direitos e
responsabilidades entre a autoridade portuária e os arrendatários e esclarecer a res-
ponsabilidade de cada um.

5.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

• O não cumprimento das exigências constantes no contrato de arrendamento podem 81


gerar impactos ambientais na área circundante ao porto e nos corpos hídricos adjacentes.

5.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS www.portoitajai.com.br

− Incorporar disposições relativas à proteção ambiental no contrato de arrendamento


ou em contrato específico;

− Os contratos de arrendamento devem fazer referência às atividades permitidas aos


arrendatários, citando todos os estatutos municipais/estaduais/federais pertinentes,
bem como todas as outras atividades que o arrendatário poderia possivelmente realizar
no âmbito do seu contrato (também, citando estatutos relevantes) e impor proibições
rigorosas em outras atividades;
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 82

− Os contratos de arrendamento devem declarar se sublocações, contratos de aluguel


de terras, disposição de espaço temporário (por exemplo, para os contratantes) e outros
usos do espaço locado são permitidos. Em caso afirmativo, as disposições legais per-
tinentes e restrições devem estar explícitas;

− A autoridade portuária deve ter o direito de entrar na área arrendada, mediante


aviso prévio, para efeitos de realização de auditorias e inspeções ambientais; Alaor Filho

− Citar as legislações federais e/ou regionais que contenham a definição adequada


dos termos utilizados no contrato de arrendamento, de acordo com a operação reali-
zada pelo arrendatário;

− No contrato deve estar descrito o modo de disposição de substâncias químicas do


82 arrendatário, incluindo o modo de produção, operação e armazenamento que podem
afetar negativamente o ambiente, como por meio de derramamentos, vazamentos,
descargas, emissões, eliminação, etc.;

− Exigir dos arrendatários o encaminhamento de cópias de todas as notificações de


violação e outras comunicações de entidades reguladoras referentes a questões de
conformidade/cumprimento às normas ambientais;
www.portosdoparana.pr.gov.br
− A autoridade portuária deve ser comunicada e participar, caso considere conveniente,
de qualquer acordo que envolva os arrendatários e outras partes no que diz respeito
FONTES DE INFORMAÇÕES
aos impactos ambientais prováveis ou reais sobre a área arrendada, decorrentes de
DE BOAS PRÁTICAS:
seu funcionamento;
• American Association of Port Authorities (AAPA),
“Environmental Management Handbook” (September,
1998), pp. 4-3 – 4-5. (www.apa-ports.org).

• Os contratos de locação fornecidos por autoridades


portuárias visitadas durante este projeto foram uma
fonte inestimável de informações.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 83

REQUISITOS NORMATIVOS:

• Lei nº 12.815, de 05 de junho de 2013. Dispõe sobre a


exploração direta e indireta pela União de portos e ins-
talações portuárias e sobre as atividades desempenhadas
pelos operadores portuários.
− As empresas arrendatárias devem informar e especificar à autoridade portuária as
• Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011 - Conversão da
alterações nas áreas arrendadas, edifícios e equipamentos que não são permitidas Medida Provisória nº 527, de 2011 - Institui o Regime
sem a primeira realização de uma avaliação ambiental; Diferenciado de Contratações Públicas - RDC; altera a
Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre
a organização da Presidência da República e dos Minis-
− Certificar-se de que o arrendatário assuma a responsabilidade financeira pelos térios, a legislação da Agência Nacional de Aviação Civil
problemas ambientais descobertos após a expiração do contrato de locação que pode (ANAC) e a legislação da Empresa Brasileira de In-
fraestrutura Aeroportuária (INFRAERO); cria a Secretaria
ser atribuída à operação do arrendatário durante o período de locação; exigir garantia de Aviação Civil, cargos de Ministro de Estado, cargos
financeira por um período definido para cobrir os custos de remediação ambiental, em comissão e cargos de Controlador de Tráfego Aéreo;
autoriza a contratação de controladores de tráfego aéreo
se necessária; temporários; altera as Leis nº 11.182, de 27 de setembro
de 2005, 5.862, de 12 de dezembro de 1972, 8.399, de
− O contrato deve especificar o limite de responsabilidade civil e seguro de danos de 7 de janeiro de 1992, 11.526, de 4 de outubro de 2007,
11.458, de 19 de março de 2007, e 12.350, de 20 de 83
propriedade, incluindo o seguro ambiental; dezembro de 2010, e a Medida Provisória nº 2.185-35,
de 24 de agosto de 2001; e revoga dispositivos da Lei nº
9.649, de 27 de maio de 1998.
− A autoridade portuária pode alterar ou revisar um contrato em andamento quando
achar necessário a adoção de estratégias e/ou tecnologias para melhor proteção do • Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001 - Regulamento
ambiente (por exemplo, reduzir emissões de queima de óleo diesel, controlar o es- Dispõe sobre a reestruturação dos transportes aquaviário
e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de
coamento de águas pluviais, etc.). Políticas de Transporte, a Agência Nacional de Trans-
portes Terrestres, a Agência Nacional de Transportes
Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestru-
tura de Transportes, e dá outras providências.

• Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 - Dispõe sobre


o regime de concessão e permissão da prestação de
serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição
Federal, e dá outras providências.

• Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 - Regulamenta


o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui
normas para licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 84

6 GESTÃO DE RESÍDUOS PERIGOSOS E NÃO PERIGOSOS GERADOS REQUISITOS NORMATIVOS:


PELA AUTORIDADE PORTUÁRIA • Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12
de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
6.1 DESCRIÇÃO
• Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 - Regula-
menta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui
A maioria das atividades de manutenção e operações das autoridades portuárias a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê In-
e dos arrendatários, bem como algumas atividades de tratamento/armazenamento de terministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o
Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de
carga, geram resíduos que precisam ser gerenciados em conformidade com as regula- Logística Reversa, e dá outras providências.
mentações federais e estaduais.
• Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008 - Vigência Dis-
Será considerada a classificação de resíduos de acordo com a NBR nº põe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio
ambiente, estabelece o processo administrativo federal para
10.004/2004. A título de exemplo, seguem algumas atividades que podem gerar resíduos apuração destas infrações, e dá outras providências.
perigosos na área portuária: manutenção de edificações/equipamento/veículos, troca de
• Resolução CONAMA nº 401, de 4 de novembro de 2008
lâmpadas, atividades ambulatoriais e a mistura de resíduos classe I e II nos mesmos re- - Revoga a Resolução CONAMA nº 257/1999 - Estabelece
cipientes. os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para
pilhas e baterias comercializadas no território nacional e
Para resíduos não perigosos, pode-se mencionar atividades como: preparação de os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambien-
alimentos em cantinas e refeitórios, atividades de carregamento e descarregamento de talmente adequado, e dá outras providências.
84
cargas e atividades administrativas. • Resolução CONAMA nº 362, de 23 de junho de 2005 -
Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de
óleo lubrificante usado ou contaminado.
6.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS
• Resolução CONAMA nº 313, de 29 de outubro de 2002 -
Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos In-
• Derramamentos, lançamentos e emissões de substâncias químicas perigosas ou não, dustriais.
que podem causar poluição do ar, água, águas subterrâneas e solo;
• Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009
- Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental cau-
• Centrais de resíduos mal gerenciadas podem ocasionar riscos para a segurança e saúde sada por pneus inservíveis e sua destinação ambiental-
de funcionários e visitantes; mente adequada, e dá outras providências.

• Resolução CONAMA nº 8, de 19 de setembro de 1991 -


• Centrais de resíduos inadequadas podem criar riscos de contaminação do solo e dos Dispõe sobre a vedação da entrada no país de materiais
residuais destinados à disposição final e incineração no
corpos hídricos; Brasil.

• Resolução CONAMA nº 6, de 19 de setembro de 1991 -


• Potencializa a presença de fauna sinantrópica nociva através do fornecimento de água, Dispõe sobre o tratamento de resíduos sólidos provenientes
alimento e abrigo; de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos.

• Resolução ANTAQ nº 2.190, de 28 de julho de 2011 -


• Localização inadequada das centrais de resíduos ampliam as chances de ocorrência Aprova a norma para disciplinar a prestação de serviços
de impactos ambientais através da dispersão de resíduos ao longo da área portuária. de retirada de resíduos de embarcações.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 85

• Resolução ANTAQ nº 1.812, de 2 de setembro de 2010


6.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS - Aprova a proposta de norma para disciplinar a
prestação de serviços de retirada de resíduos de embar-
cações, a fim de submetê-la à audiência pública.
Resíduos Perigosos • Resolução ANTAQ nº 1.766, de 23 de julho de 2010 -
Aprova a Norma que estabelece as atividades executadas
nos Portos e Terminais Aquaviários por Empresas
(Nota: A autoridade portuária deve examinar a legislação federal e estadual, Brasileiras de Navegação autorizadas a operar na Nave-
para determinar como óleo, baterias/pilhas, lâmpadas fluorescentes/reatores, ter- gação de Apoio Portuário.

mostatos e interruptores contendo mercúrio, cartuchos/tonner devem ser dispostos). • Resolução - RDC nº 17, de 12 de janeiro de 2001.

• Resolução - RDC nº 217, de 21 de novembro de 2001.


As áreas das centrais de resíduos destinadas aos resíduos perigosos devem
• Resolução - RDC nº 342, de 13 de dezembro de 2002.
seguir as seguintes orientações (NBR nº 12.235/1992):
• Resolução - RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004 -
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerencia-
- Áreas cobertas e bem ventiladas; mento de resíduos de serviços de saúde.

• Resolução - RDC nº 56, de 6 de agosto de 2008 - Dispõe


- Piso com base de concreto ou outro material que impeça a lixiviação e percolação sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas Sanitárias
no Gerenciamento de Resíduos Sólidos nas áreas de Por-
de substâncias para o solo e águas subterrâneas; tos, Aeroportos, Passagens de Fronteiras e Recintos Al-
fandegados.

- Sistemas de drenagem e captação de líquidos contaminados; • Resolução - RDC nº 72, de 29 de dezembro de 2009 - 85
Dispõe sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção
da saúde nos portos de controle sanitário instalados em
- Caixa de contenção para tratamento posterior; território nacional, e embarcações que por eles transitem.
E Resolução - RDC n° 10, de 9 de fevereiro de 2012.

• ABNT NBR 11.174/1990 – Armazenamento de resíduos


- Identificação dos resíduos através de placas indicativas e/ou rótulos; de classes II – não inertes e III – inertes.

• ABNT NBR 15.112/2004 - Resíduos da construção civil


- Os resíduos devem ser segregados de forma a prevenir reações violentas por vaza- e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem -
mento/corrosão de recipientes íntegros; Diretrizes para projeto, implantação e operação.

• ABNT NBR 15.113/2004 - Resíduos sólidos da cons-


trução civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para
- Em caso de armazenamentos em tanques, não enterrar os resíduos a fim de facilitar projeto, implantação e operação.
a visualização em caso de vazamento e de prevenir a contaminação dos corpos hí-
• ABNT NBR 15.114/2004 - Resíduos sólidos da cons-
dricos, principalmente subterrâneos; trução civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para pro-
jeto, implantação e operação.
- Em caso de armazenamento de resíduos perigosos a granel, os mesmos deverão • ABNT NBR 15.115/2004 - Agregados reciclados de resí-
estar cobertos adequadamente para evitar a dispersão pelo vento; duos sólidos da construção civil - Execução de camadas
de pavimentação – Procedimentos.

• ABNT NBR 15.116/2004 - Agregados reciclados de resí-


- Somente pessoas autorizadas devem circular na área de armazenamento de resíduos duos sólidos da construção civil - Utilização em pavimen-
perigosos. tação e preparo de concreto sem função estrutural –
Requisitos.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 86

NORMAS INTERNACIONAIS
DE REFERÊNCIA:
Resíduos não perigosos • 40 CFR Part 279, “Standards for the Management of
Used Oil”
(www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html).
As áreas das centrais de resíduos destinadas aos resíduos não perigosos devem • 40 CFR Parts 262, et seq., “Standards Applicable to
Generators of Hazardous Waste”
conter as seguintes características (NBR nº 11.174/1990): (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html).

• Ontario Environmental Protection Act (1990),


− Os resíduos não perigosos devem ser armazenados em separado dos perigosos em face Regulation 347, “General-Waste Management”
(www.elaws.gov.on.ca/html/regs/english/
da possibilidade de contaminação; elaws_regs_900347_e.html).

• 40 CFR Part 372, “Toxic Chemical Release Reporting:


− Áreas cobertas e bem ventiladas; Community Right-to- Know”
(www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html).

− O acesso é restrito a pessoas autorizadas; • 49 CFR Parts 171-173, “Hazardous Materials


Regulations”
(www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html).
− Piso com base de concreto ou outro material que impeça a lixiviação e percolação de • 40 CFR Part 264-265, Subpart CC, “Tanks and
Containers”.
86 substâncias para o solo e águas subterrâneas; (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html)

• Center for Watershed Protection, “Municipal


− Sistemas de drenagem e captação de líquidos contaminados; Pollution Prevention/Good Housekeeping Practices,
Manual 9” (September 2008) (www.cwp.org).

− Caixa de contenção para tratamento posterior; • U.S. EPA, “Guidance specifying Management
Measures for Sources of Non-point Pollution in Coastal
Wa t e r s ” ( w w w. e p a . g o v / o w o w / n p s / M M G I )
− Identificação dos resíduos através de placas indicativas e/ou rótulos; • U.S. EPA, “Pollution Prevention/Good Housekeeping
for Municipal Operations”
(http://cfpub.epa.gov/npdes/stormwater/menuofbmps/
− O acesso às Centrais de resíduos deve ser projetado de maneira a permitir a sua uti- index.cfm?action=min_measure&min_measure_id=6).
lização sob quaisquer condições climáticas; • U.S. EPA, “Protocol for Conducting Environmental
compliance Audits of Hazardous Waste Generators
Under the Resource Conservation and Recovery Act”
− As centrais de resíduos devem ser construídas de forma a minimizar a possibilidade (1998)
(http://nepis.epa.gov/Exe/ZyPURL.cgi?Dockey=50000
de incêndios e também serem equipadas para o combate dos mesmos. B9I.txt).

• U.S. EPA, “Understanding the Small Quantity


Generator Hazardous Waste Rules: A Handbook for
Small Business” (1987)
(http://nepis.epa.gov/Exe/ZyPURL.cgi?Dockey=100018
QN.txt).
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 87

7 OPERAÇÕES GERAIS QUE PODEM GERAR IMPACTOS NAS ÁREAS


VIZINHAS: PARTICULADOS, ODORES, ILUMINAÇÃO, RESÍDUOS E
TRÁFEGO.
7.1 DESCRIÇÃO

A localização de áreas residenciais e empresariais próximas a áreas portuárias


exige que as autoridades portuárias e os arrendatários programem medidas para iden-
tificar e reduzir os impactos negativos das operações.

7.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

• Emissão de particulados provenientes de pilhas de armazenamento de granel sólido,


operações de carregamento/descarregamento e manutenção/utilização das estradas de
terra/cascalho nas propriedades da autoridade portuária e dos arrendatários;

• Emissão de odor pela combustão dos motores diesel realizada por equipamentos terrestres
e navios e pelos vapores provenientes da transferência dos produtos de granéis líquidos; 87

• Ruído de equipamentos terrestres e navios;


Alaor Filho
• Luz de equipamentos, operação de navios e pátios de estacionamentos, áreas de tra-
balho, edifícios e cais;

• Resíduos de atividades depositados por visitantes fora da propriedade do porto/arren-


datário, prestadores de serviços, funcionários e outros;

• Congestionamento de tráfego por enfileiramento de caminhões, verificações de segu-


rança, serviço de entregas, etc.

7.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS

Gerais

− Distribuir e anunciar informações de contato (números de telefone/fax, correio


eletrônico, endereço postal e páginas WEB) da autoridade portuária para incentivar
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 88

consultas e geração de relatórios de reclamações; atribuir a um funcionário da autoridade


portuária como a pessoa de contato para receber/encaminhar inquéritos e reclamações;

− Participar ativamente em organizações de bairro, de comunidades e de negócios para


promover melhores relações comunitárias;

− Desenvolver o relacionamento com a equipe de execução do código municipal para


aprender sobre os códigos e o nível de conformidade esperada.

Particulados
(Consulte as práticas indicadas na ficha 01)

− Implementar um programa de supressão de particulados para estradas não pavimen-


tadas nas propriedades, incluindo a pulverização de água em intervalos frequentes du-
rante o uso e manutenção das estradas (horas e tipos de veículos/equipamentos
permitidos);

88 − Solicitar resultados de monitoramentos periódicos da qualidade do ar pelas agências


locais ou estaduais para avaliar a eficácia do programa de supressão de particulados.

Odores
(Consulte as práticas indicadas nas fichas 02 e 10)

− Adotar política que requer que os funcionários dos portos e arrendatários sejam capaci-
tados para identificar odores e realizar a comunicação à gerência responsável no porto;

− Investigar a aplicabilidade/eficácia de equipamentos de controle da poluição (ao exem-


plo de purificadores) para fontes fixas de emissões de odores.

Ruído

− Reduzir decibéis através da realização de estudos para medir o ruído de fontes fixas
e móveis no perímetro do porto/arrendatários;
maps.google.com
− Políticas específicas para que a ativação de sirenes, buzinas, apitos de alerta de veícu-
los e outras fontes de ruído sejam condicionadas a necessidade e exigibilidade;
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 89

− Avaliar a possibilidade de erguer barreiras acústicas para atenuação dos ruídos em


áreas críticas;

− Alterar os horários das operações portuárias para evitar a poluição sonora durante
as noites e fins de semana [Observar que esta ação em conjunto com ações para redução REQUISITOS NORMATIVOS:
de tráfego e poluição atmosférica pode ter efeito compartilhado].
• Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº
Iluminação 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências.
− Realizar estudo de distribuição de luz, incluindo locais fora do perímetro do porto/
• Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 - Regu-
arrendatário; lamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o
− Incorporar no estudo, avaliação de eficiência energética para reduzir/eliminar a ilu- Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos
Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos
minação desnecessária e mudar luminárias para menor custo e maior eficiência; Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências.

− Implementar política específica para restringir os navios, trens e caminhões de per- • Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006 - Institui
a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos
manecerem plenamente iluminados fora do perímetro do porto ou arrendatário quando órgãos e entidades da administração pública federal di-
eles não estiverem em movimento; reta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às
associações e cooperativas dos catadores de materiais
89
recicláveis, e dá outras providências.
− Alterar horários de operações para evitar a poluição por luz durante a noite. Isso
pode ser complementar às ações implementadas para reduzir poluição e congestiona- • Resolução CONAMA nº 316, de 29 de outubro de
mento do tráfego de caminhão e trens. 2002 - Dispõe sobre procedimentos e critérios para o
funcionamento de sistemas de tratamento térmico de
resíduos.
Resíduos
• Resolução nº 2190 - ANTAQ, de 28 de julho de 2011
− Implantar PGRS - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. - Aprova a norma para disciplinar a prestação de
serviços de retirada de resíduos de embarcações.

Tráfego

− Programar os horários de acesso às portarias dos portos;

− Cooperar com as autoridades locais na preparação de planos para aliviar o conges-


tionamento na área do porto;

− Certificar-se de que sinalização e controles de tráfego, pavimento e marcações em


ruas / estradas perto do porto e em suas entradas estão em conformidade com os requi-
sitos municipais, estaduais e federais.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 90

8 ADEQUAÇÃO E MANUTENÇÃO DA INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA


8.1 DESCRIÇÃO

O desempenho das atividades rotineiras de manutenção/reparação nas edifi-


cações e nos terrenos da área portuária podem produzir impactos não intencionais no
meio ambiente. Os funcionários devem seguir as práticas de trabalho e observar con-
troles operacionais para garantir que os impactos sejam minimizados.

8.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

• A aplicação de pesticidas, fertilizantes e herbicidas pode contaminar diretamente o


solo, as águas superficiais e as subterrâneas através do escoamento e percolação de
águas pluviais;

• Remoção de pintura e o uso de solventes para limpeza de superfícies e equipamentos


de aplicação de pintura podem se tornar fontes de poluição do ar e de águas pluviais;
90
• Atividades que envolvam a perturbação/remoção de solo (por exemplo, paisagismo,
construção de estradas) podem causar erosão e sedimentação dos cursos d’água;

• Exposição de materiais de construção (madeira, chapas metálicas, concreto, cobertura Equipe IVIG - PPE/COPPE/UFRJ
de asfalto) à precipitação pode causar lixiviação de poluentes pelas águas pluviais;

• Manutenção predial inadequada cria fluxos de resíduos perigosos que podem po-
tencialmente poluir corpos hídricos.

8.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS

Remoção de Tintas e Pinturas

− Substituir a pintura feita com produtos químicos perigosos (por exemplo, contendo
cloreto de metileno) de descascamento para produtos à base de água;

− Repintar superfícies com revestimentos livres de mercúrio e chumbo e usar tintas à


base de água;
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 91

− A gestão de tintas à base de chumbo em superfícies a serem raspadas ou pintadas e


estruturas a serem demolidas devem ser conduzidas por um profissional certificado
de redução de chumbo;

− Pó, lascas de tinta e outros resíduos precisam ser controlados usando lonas e neces-
sitam ser aspirados;

− Os resíduos devem ser coletados, armazenados em recipientes devidamente rotulados


e gerenciados como resíduos perigosos.

Movimentação ou Remoção de Solo

− Revisar o plano de prevenção de poluição de águas pluviais, se existir, relativo à


erosão e controle de sedimentos e projetar as práticas estruturais e não estruturais
Equipe IVIG - PPE/COPPE/UFRJ
aplicáveis;
91
− Cobrir o solo alterado com cobertura natural, palha, pedra do rio ou material sin-
tético que não exigirá gerenciamento com produto químico/mecânico;

− Projetar a construção e paisagismo em conformidade com as condições locais tais como


declividade do terreno, tipo e cobertura do solo, profundidade do lençol freático, distância
em relação aos corpos hídricos, área e cursos de drenagem de águas pluviais, etc.;

− Implantar controles simples de erosão durante a construção, tais como palha, bar-
reiras vivas, taludes e cercas;

− Fornecer armazenamento adequado para pilhas de rejeitos (de preferência cobertos


e cercados);
Equipe IVIG - PPE/COPPE/UFRJ
− O solo contaminado deve ser tratado antes de reusar ou ser corretamente armazenado
e descartado de acordo com as regulamentações municipais, estaduais ou federais.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 92

Resíduos de Construção e Demolição - RDC REQUISITOS NORMATIVOS:


• Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a
− Deve-se estipular uma comunicação entre os ocupantes do entorno e os responsáveis Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº
9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
pelo local a ser demolido, informando sobre as ações que serão realizadas no local; providências.

• Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 - Estabelece


− Tais Resíduos devem ser classificados como: diretrizes nacionais para o Saneamento Básico.

• Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 -


• reutilizáveis ou recicláveis como agregados; Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010,
• recicláveis para outras destinações; que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de
• sem destinação tecnológica ou economicamente viável; Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implan-
• perigosos oriundos do processo de construção. tação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras
providências.

− Esses resíduos não poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, • Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 -
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a
áreas de “bota-fora”, encostas, corpos hídricos, latifúndios e áreas protegidas por lei; gestão dos resíduos da construção civil.

− Definir o Plano de Gerenciamento de Resíduos da construção civil. Observar leis e • Resolução CONAMA nº 348, de 16 de agosto de 2004 -
Altera a Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de
normas de acordo com a fase que a obra se encontra e definir alternativas de desti- 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos.
92
nação de resíduos com base em melhores alternativas econômicas e ambientais (muitos
• Resolução RDC nº 72, de 29 de dezembro de 2009 -
resíduos podem ser reutilizados dentro da obra, como, por exemplo, a reutilização de Dispõe sobre o Regulamento Técnico que visa à pro-
agregado reciclado como base e sub-base de pavimentação ou comercializados); moção da saúde nos portos de controle sanitário ins-
talados em território nacional, e embarcações que por
eles transitem.
− Cadastrar as empresas qualificadas para transporte e destinação final dos resíduos.
• Resolução RDC n° 10, de 9 de fevereiro de 2012 -
Contratar empresas qualificadas exigindo licenças ambientais dos transportadores e Altera a RDC nº 72 de 29 de dezembro de 2009, sobre
dos locais de destino. Monitorar documentos, licenças e autorizações necessárias, elabo- o Regulamento Técnico que visa à promoção da saúde
nos portos de controle sanitário instalados em ter-
rando fichas de controle de movimentação de resíduos, de preferência contendo a as- ritório nacional, e embarcações que por eles transitem.
sinatura do transportador do destino final;
• Resolução RDC nº 217/2001, alterada RDC nº
341/2002 - Aprova o Regulamento Técnico da vigilân-
− Armazenar materiais que podem ser reciclados/reutilizados em local abrigado e pro- cia sanitária nos Portos de Controle Sanitário, embar-
cações que operem transportes de cargas e/ou
tegido com superfície impermeável; viajantes nesses locais, e da vigilância epidemiológica
e do controle de vetores dessas áreas e dos meios de
transporte que nelas circulam.
− Verificar se a prefeitura da cidade do empreendimento possui sistema de recolhi-
mento de RDC ou solicitar informações junto a este órgão, que é o mais adequado • Resolução RDC nº 56, de 6 de agosto de 2008 - Dis-
põe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas
para informar sobre o melhor procedimento em relação ao manuseio e destino desses Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos nas
tipos de resíduos na sua região; áreas de Portos, Aeroportos, Passagens de Fronteiras e
Recintos Alfandegados.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 93

• ABNT NBR 15.112/2004 - Resíduos da construção civil


− Material contendo ou empacotado com amianto deve ser removido/gerenciado apenas e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem
por pessoal treinado e certificado; - Diretrizes para projeto, implantação e operação.

• ABNT NBR 15.113/2004 - Resíduos sólidos da cons-


− Armazenar o amianto em recipientes devidamente rotulados e gerenciar como resí- trução civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para
duos perigosos; projeto, implantação e operação.

• ABNT NBR 15.114/2004 - Resíduos sólidos da cons-


− Resíduos contendo chumbo (p. ex., a areia utilizada no jateamento de cais/equipamentos/ trução civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para pro-
jeto, implantação e operação.
edifícios) devem ser separados de outros resíduos e gerenciados como resíduos perigosos.
• ABNT NBR 15.115/2004 - Agregados reciclados de
resíduos sólidos da construção civil - Execução de ca-
Adequação de Edificações e Pavimentação madas de pavimentação – Procedimentos.

- Corrigir falhas físicas e estruturais nas edificações administrativas, armazéns, silos e • ABNT NBR 15.116:2004 - Agregados reciclados de
resíduos sólidos da construção civil - Utilização.
galpões restringindo as possibilidades de acesso e instalação e reprodução de espécies
da fauna sinantrópica nociva; NORMAS INTERNACIONAIS
DE REFERÊNCIA:
- Retificar falhas de vedação e ou drenagem nas tubulações para impedir acesso da
• 40 CFR Part 279, “Standards for the Management
fauna sinantrópica nociva; of Used Oil” 93
(www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html).
- Novas construções devem ser projetadas com normas que visem impedir a infestação • 40 CFR Parts 262, et seq., “Standards Applicable to
e pragas e não somente as questões estéticas; Generators of Hazardous Waste”.
(www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html).

- Linhas de esgoto e efluentes devem ser totalmente isoladas, afastando as chances da • Ontario Environmental Protection Act (1990),
presença de roedores e insetos; Regulation 347, “General-Waste Management”.
(www.elaws.gov.on.ca/html/regs/english/elaws_regs_9
00347_e.html).
- A pavimentação do pátio deve ser feita com material impermeável e sem irregulari-
• 49 CFR Parts 171-173, “Hazardous Materials
dades, de forma a impedir o acúmulo de resíduos dispersos e a formação de poças d’água Regulations” (www.gpoaccess.gov/cfr/retrieve.html).
evitando por consequência a atração da fauna sinantrópica nociva.
• 40 CFR Part 152-180, “Pesticide Programs”
( w w w. g p o a c c e s s . g o v / c f r / r e t r i e v e . h t m l ) .
Remoção de Equipamentos Obsoletos
• 40 CFR Part 125, “Criteria and Standards for the Na-
tional Pollutant Discharge Elimination System”.
− Equipamentos em desuso ou sucateados devem ser removidos da área portuária a fim ( w w w. g p o a c c e s s . g o v / c c f r / r e t r i e v e . h t m l ) .
de evitar a formação de poças d’água favorecendo a reprodução de mosquitos e a
• Ontario Waste Diversion Act (2002): Regulation 84/03
dessedentação de outras espécies de pragas, além de servirem como abrigo para pombos, (Used Tires) and 85/03 (Used Oil Material)
roedores e escorpiões. (www.csr.org/archives/iwdo.html).
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 94

9 ARMAZENAMENTO E MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS REFRIGERADOS REQUISITOS NORMATIVOS:


• Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a Política
9.1 DESCRIÇÃO Nacional de Resíduos Sólidos; altera a lei no 9.605, de 12
de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

Armazenamento e manipulação de produtos orgânicos que são transportados em • Decreto nº 32, de 16 de junho de 1992 - Aprova o texto
das Emendas ao Protocolo de Montreal sobre Substâncias
contêineres refrigerados. que destroem a Camada de Ozônio, adotadas em Londres,
a 29 de junho de 1990.
9.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS • Decreto nº 2.679, de 17 de julho de 1998 - Promulga
as Emendas ao Protocolo de Montreal sobre Substâncias
que Destroem a Camada de Ozônio, assinadas em Copen-
• Geração de resíduos orgânicos; hague, em 25 de novembro de 1992.
• Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 - Regu-
• Os resíduos orgânicos em contato com corpo hídrico aumentam a demanda bioquímica lamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que in-
de oxigênio do mesmo; stitui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o
Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos
Sólidos e o Comitê Orientador para a implantação dos sis-
• Na refrigeração pode haver liberação de CFC, impactando a camada de ozônio; temas de logística reversa, e dá outras providências.
• Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011 -
• Liberação de maus odores através da putrefação; Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de
efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de
17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Am-
• Atração de pragas como aves, ratos e moscas. biente - CONAMA.

9.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS • Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 217/2001, al-
94 terada RDC nº 341/2002 - Aprova o Regulamento Técnico
da vigi-lância sanitária nos Portos de Controle Sanitário,
− Manter os produtos orgânicos sempre em ambientes refrigerados e vedados para im- embarcações que operem transportes de cargas e/ou via-
jantes nesses locais, e da vigilância epidemiológica e do
pedir a deterioração e a atração de espécies animais; controle de vetores dessas áreas e dos meios de transporte
que nelas circulam.
− O ambiente no qual o produto será armazenado deve seguir normas sanitárias segundo • Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 275/2002 -
a ANVISA; Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos
Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimen-
tos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista
− Assegurar o armazenamento e a destinação ambientalmente adequada dos resíduos de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Esta-
belecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos.
orgânicos gerados;
• Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 72/2009 - Dis-
− Criar estruturas de contenção para que os líquidos lixiviados dos resíduos orgânicos põe sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção da
saúde nos portos de controle sanitário instalados em ter-
não atinjam os corpos hídricos; ritório nacional, e embarcações que por eles transitem.
• Resolução da Diretoria Colegiada RDC n° 10/2012 - Al-
− Agilidade na coleta de resíduos orgânicos quando a refrigeração não for possível, tera a RDC nº 72/2009, sobre o Regulamento Técnico que
particularmente nos meses mais quentes; visa à promoção da saúde nos portos de controle sanitário
instalados em território nacional, e embarcações que por
eles transitem.
− Reparar os equipamentos defeituosos de refrigeração;
• ABNT NBR 12.614/1992 - Águas - Determinação da de-
− Minimizar a exalação de odores para evitar a atração de pragas; manda bioquímica de oxigênio (DBO) - Método de in-
cubação (20°C, cinco dias) - Método de ensaio.
− Realizar inspeção regular e frequente de pragas; • ABNT NBR 15.773-1/2009 - Transporte refrigerado -
Dispositivos de refrigeração por armazenamento térmico
− Praticar controle adequado do efluente oriundo das áreas de processamento de pescado. Parte 1: Classificação e identificação.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 95

10 EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS PORTUÁRIAS


E VEÍCULOS COM MOTORES DIESEL

10.1 DESCRIÇÃO

As melhores práticas de gestão aqui citadas são restritas às operações terrestres,


incluindo a movimentação portuária em área pública ou arrendada, por equipamentos
fixos e por locomotivas e caminhões pesados, operando dentro da área do porto.
www.portoitajai.com.br
10.2 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS
REQUISITOS NORMATIVOS:
• Emissões provenientes da queima do óleo diesel contêm material particulado, óxidos
• Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009 - Institui
de nitrogênio (NOx), óxidos de enxofre (SOx) e hidrocarbonetos que aumentam os a Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC
níveis de ozônio, formam a chuva ácida e são potencialmente cancerígenos para os e dá outras providências.
seres humanos, além de contribuírem para o efeito estufa;
• Lei nº 8.723, de 28 de outubro de 1993 - Dispõe
sobre a redução de emissão de poluentes por veículos
• Smog e fumaça criada por emissões de diesel, muitas vezes impactam áreas vizinhas automotores e dá outras providências.
95
e podem ser uma fonte de risco para pessoas com asma e outros problemas respi- • Resolução CONAMA nº 432, de 13 de julho de 2011
ratórios; - Complementa a Resolução nº 297, de 2002 - Estabe-
lece novas fases de controle de emissões de gases
poluentes por ciclomotores, motociclos e veículos simi-
• Emissões de diesel contribuem para o não atendimento aos padrões de qualidade do lares novos, e dá outras providências.
ar atmosférico para partículas finas (fuligem).
• Resolução CONAMA nº 373, de 9 de maio de 2006
- Define critérios de seleção de áreas para recebimento
10.3 MELHORES PRÁTICAS AMBIENTAIS RECOMENDADAS do Óleo Diesel com o Menor Teor de Enxofre - DMTE,
e dá outras providências.
Práticas Tecnológicas • Resolução CONAMA nº 342, de 25 de setembro de
2003 - Complementa a Resolução no 297/02, estab-
- Sempre que possível substituir equipamentos movidos a diesel por equipamentos elecendo limites para emissões de gases poluentes pelo
escapamento para motociclos e veículos similares
elétricos; novos. Estabelece novos limites para emissões de
gases poluentes por ciclomotores, motociclos e veícu-
los similares novos, em observância à Resolução nº
- Para veículos, recomenda-se a mudança para combustível limpo, tais como diesel de 297, de 26 de fevereiro de 2002, e dá outras
baixo teor de enxofre (B5), diesel emulsionado, biodiesel, gás natural comprimido, gás providências.
natural, gás liquefeito de petróleo (propano, que exige um mecanismo dedicado) ou
• ABNT NBR ISO 22.241-1/2011 - Motores diesel —
álcool (etanol); Agente redutor líquido de NOx automotivo — ARLA
32 Parte 1: Requisitos de qualidade.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 96

- Instalar dispositivos de pós-tratamento em equipamentos existentes, tais como filtros NORMAS INTERNACIONAIS
de partículas diesel, catalisadores de oxidação, ventilação fechada do cárter, redução DE REFERÊNCIA:
catalítica seletiva, catalisador de NOx, recirculação dos gases de escape, dispositivos de
• 40 CFR Parts 60, 85, 89, 94, 1039, 1065 and 1068:
redução de tempo parado; EPA Standards of Performance for Stationary
Compression Ignition Internal Combustion Engines
- Retificar e manter corretamente os motores; [stationary diesel engines]. Federal Register: July 11,
2006 (Vol. 71, nº 132)
(www.epa.gov/fedrgstr/EPA-AIR/2006/July/Day-
- Substituir motores por modelos mais modernos e eficientes, especialmente aqueles que usem 11/a5968.htm).
combustíveis alternativos e/ou tenham sido fabricados para padrões mais rígidos de emissão; • 40 CFR Parts 9, 69, 80, 86, 89, 94, 1039, 1048, 1051,
1065 and 1068: EPA Control of Emissions of Air Pol-
- Substituir veículos ou equipamentos por modelos fabricados com padrões de emissões lution from No road Diesel Engines and Fuel.
Federal Register: June 29, 2004 (Vol. 69, nº 124)
mais rigorosas. (www.epa.gov/fedrgstr/EPAAIR/ 2004/June/Day-
29/a11293a.htm)
Práticas Operacionais
• Canadian Environmental Protection Act, 1999
regulations, including - Off-Road Compression-
- Realizar um inventário de emissões para quantificar impactos da qualidade do ar nas Ignition Engine Emission Regulations (SOR/2005-32);
- On-Road Vehicle and Engine Emission
96 operações atuais e avaliar os potenciais impactos da expansão do porto e/ou crescimento Regulations (SOR/2003-2);- Ozone-Depleting Sub-
das atividades portuárias; stances Regulations, 1998 (SOR/99-7);- Sulfur in
Diesel Fuel Regulations (SOR/2002-254)
(http://laws.justice.gc.ca/en/showtdm/cs/C15.31///en)
- Implementar uma política de redução de “marcha lenta” e disseminar informações para
os arrendatários e provedores de transporte sobre tecnologias de redução de emissões; FONTES DE INFORMAÇÕES
DE BOAS PRÁTICAS
- Implementar um programa educacional para os trabalhadores para informá-los sobre
estratégias e opções de redução de emissões de diesel; (www.epa.gov/cleandiesel/ports/portauthorities.htm)

• Clean Ports USA (www.epa.gov/diesel/ports): this is


- Incluir incentivos para redução das emissões em locações e contratos com arren- the main website for numerous links to other sites (in-
datários, empreiteiros e prestadores de serviços de transporte; cluding the two websites above) that are sources of in-
formation about reducing diesel emissions;

- Expandir o horário de funcionamento para reduzir o congestionamento de caminhões • E PA S e c t o r S t r a t e g i e s P r o g r a m – P o r t s


(www.epa.gov/ispd/ports): includes a description of
em marcha lenta e tráfego pesado; the six themes of the strategy, including Clean Air and
Affordable Energy. The website also includes cross-ref-
- Incentivar a navegação de cabotagem e aumentar o transporte ferroviário e barcaças erenced links with those at the Clean Ports USA web-
site (above) on the subjects of preparing port emissions
de carga que normalmente iriam ser transportadas por caminhões, para reduzir as emis- inventories and emissions reduction incentives.
sões e congestionamento de tráfego.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 97

00
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 98

6. Perspectivas Futuras
O cenário da gestão ambiental em ambiente portuário no ambiental do porto, o que lhe confere um status desejável no cenário
Brasil ainda apresenta grandes desafios, apesar dos avanços recentes regional e internacional, que pode indiretamente influenciar na es-
e da mobilização do Governo Federal no sentido de ampliar a quali- colha entre este ou aquele porto, uma vez que ambos apresentam o
dade e a competitividade nos serviços e operações portuárias. Com a mesmo grau de eficiência operacional e logística e vantagens loca-
adoção de uma política de modernização do setor, que inclui grandes cionais equivalentes.
investimentos públicos nos próximos quatro anos, espera-se impul- Além disso, o enquadramento no cenário de boas práticas am-
sionar a retomada da capacidade de planejamento no setor portuário, bientais acaba contribuindo para a troca de experiências e o fomento
uma reorganização institucional do setor, a integração logística entre para adoção de práticas e soluções considerando também como
modais e melhorias concretas na qualidade ambiental nos espaços e parâmetro a eficiência ambiental e não apenas o econômico direto. O
98 serviços dos portos marítimos nacionais. esforço para alcançar um dado status quo é quase sempre acompa-
Neste cenário que trará impactos positivos aos setores de im- nhado pelo esforço de manutenção deste status, o que no caso da
portação e exportação, ambos fundamentais à manutenção do cresci- melhoria da qualidade ambiental, cria um ciclo virtuoso que envolve
mento econômico do país, o novo papel da Secretaria de Portos na a manutenção das boas práticas, resultados positivos e ganhos diretos
coordenação dos entes públicos intervenientes no setor, incluindo as e indiretos.
autoridades portuárias locais e regionais é fundamental para garantir Vislumbrando um cenário de mudanças progressivas e con-
um efetivo aumento da eficiência operacional e ambiental no setor. tínuas, a primeira etapa seria a superação dos desafios de base, que
Este aumento de eficiência aproximará os portos marítimos incluem infraestrutura ambiental básica, adequação de procedimentos
brasileiros dos padrões internacionais de qualidade, o que deve ha- e pleno atendimento à legislação ambiental vigente. O Programa de
bilitá-los a buscar o enquadramento nas classificações internacionais Conformidade do Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes
de qualidade ambiental, amplamente reconhecidas para o setor por- Líquidos nos Portos Marítimos Brasileiros foi concebido justamente
tuário. Entre os enquadramentos possíveis destacam-se os propostos para contribuir com as diretrizes e condições necessárias para atingir
por entidades como a AAPA, ESPO e a Green Port. Tais certificações esta primeira etapa.
não representam em si uma garantia direta de ganho de competivi- Na sequência, uma vez que as condições primárias de quali-
dade no setor. Porém, o enquadramento em uma ou mais dessas or- dade ambiental se tornem uma realidade no setor portuário marítimo
ganizações e classificações representa um indicador da qualidade brasileiro e não apenas em um ou outro terminal ou porto específico,
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 99

é possível vislumbrar o avanço para uma


nova etapa. Na referida etapa, seria possível
e indicado o enquadramento em organizações
como a AAPA, por exemplo, que congrega
autoridades portuárias no continente ameri-
cano.
Uma última etapa, para os portos em
condições para enquadramento, ou já en-
quadrados, em organizações como a AAPA,
seria a busca pela obtenção de selos e certifi-
cações como as das séries ISO 14.000 e simi-
lares. Deste modo, os portos brasileiros
estarão em condições equi-valentes aos portos
internacionais que mais se destacam na
gestão ambiental, proporcionando ganhos em
gestão e em competitividade para o setor por-
tuário nacional.
Portanto, conclui-se que a migração
do estado atual para o pretendido deve ser
feita de forma gradual, dada a amplitude de
modificações que se mostram necessárias.
Deste modo, pode-se entender o Programa de
Conformidade do Gerenciamento de Resíduos
Sólidos e Efluentes Líquidos nos Portos Marí-
timos Brasileiros como um dos primeiros pas-
sos rumo à conjuntura desejada.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 100

7. Referências Bibliográficas
AAPA – American Association of Port Authorities – Environmental ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.527 – Água
Management Handbook, USA, 1998. de chuva – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins
não potáveis – Requisitos, Rio de Janeiro, 2007.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 10.004 – Resí-
duos sólidos – Classificação, Rio de Janeiro, 2004. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7.229 – Projeto, Cons-
trução E Operação De Sistemas De Tanques Sépticos, Rio de Janeiro, 1993.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR – 12.295 -
Armazenamento de resíduos sólidos perigosos, Rio de Janeiro, 1992. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8.083 – Materiais
e sistemas utilizados em impermeabilização, Rio de Janeiro, 1983.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.844 – Ins-
talações prediais de águas pluviais, Rio de Janeiro, 1989. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8.160 – Sistemas
prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução, Rio de Janeiro, 1999.
100 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 11.174 - Armazena-
mento de resíduos classes II -não inertes e III – inertes, Rio de Janeiro, 1990. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.648 - Estudo
de concepção de sistemas de esgoto sanitário, Rio de Janeiro, 1986.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.208 – Pro-
jeto de estações elevatórias de esgoto sanitário, Rio de Janeiro, 1992. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.649 – Pro-
jeto de redes coletoras de esgoto sanitário, Rio de Janeiro, 1986.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.209 – Projeto
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.896 –
de estações de tratamento de esgoto sanitário, Rio de Janeiro, 1992.
Glossário de Poluição das Águas, Rio de Janeiro, 1993.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.212 – Pro-
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.897 – Planejamento
jeto de poço para captação de água subterrânea, Rio de Janeiro, 1992. de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores, Rio de Janeiro, 1987.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.244 – Cons- ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.898 –
trução de poço para captação de água subterrânea, Rio de Janeiro, 1992. Preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13.969 – Tanques receptores, Rio de Janeiro,1987.
sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR ISO 14.001. Sis-
efluentes líquidos – Projeto, construção e operação, Rio de Janeiro, 1997. temas da gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. 2 ed. de
31 de dezembro de 2004. Válida a partir de 31 de janeiro de 2005. 27 p.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14.605 –
Posto de serviço – Sistema de drenagem oleosa, Rio de Janeiro, 2000. ABRANTES, J. Como o Programa dos Oito Sensos (8S) Pode Ajudar na
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 101

Educação e Qualificação Profissional, Reduzindo Custos, Aumentando APA – Agência Portuguesa do Ambiente Sistema de gestão de Resíduos
a Produtividade e Combatendo o Desemprego, 1998. Urbanos – Dados gerais, valorização e destino final, Portugal, 2009.
ABRATEC - Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso APHA – American Public Health Association, AWWA – American
Público. Manual de Gerenciamento de Riscos Ambientais em Terminais Water Works Association e WEF – Water Environment Federation,
de Contêineres, Rio de Janeiro, 2010. Standard Methods for the Examination of Water and wastewater. 19th
edition. Public Health Association Inc., New York, 1999.
ABTP – Associação Brasileira de terminais Portuários – Relatório Anual, 2011.
ATM - Afvalstoffen Terminal Moerdijk B.V. Moerdijk. The Netherlands.
AFREDINI. P & ARASAKI. M. Obras e gestão de portos e costas: a téc-
nica aliada ao enfoque logístico e ambiental. Editora Edgar Blucher, BARGHINI, A. Influência da Iluminação Artificial Sobre a Vida Silvestre:
2ºed. São Paulo. 2009. técnicas para minimizar os impactos, com especial enfoque sobre os in-
setos. Tese de doutorado, Instituto de Biociências/USP, São Paulo, 2008.
ALMEIDA, N. C. V. Sistemas de gestão ambiental: um estudo dos ter-
minais do porto de santos. (dissertação). Fundação Getúlio Vargas - BARRAGAN MUÑOZ; J. M. Puerto, Ciudad y Espacio Litoral en la Bahia
Escola de Administração de Empresas de São Paulo. São Paulo. 2010. de Cádiz – Las Infraestructuras Portuarias en la Ordenación del Espacio
Litoral de la bahia de Cádiz, Autoridad Portuaria de la Bahia de Cádiz,
ANDREOLI, C. V. (coordenador). Alternativas de Uso de Resíduos do Salamanca,1995.
Saneamento. ABES - Projeto Prosab, Rio de Janeiro, 2006.
BITAR, O.Y. & ORTEGA, R.D. Gestão Ambiental. In: OLIVEIRA, A.M.S. &
ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Superin- BRITO, S.N.A. (Eds.). Geologia de Engenharia. São Paulo: Associação 101
tendência de Portos - Gerência de Estudos e Desempenho Portuário, Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE), cap. 32, p.499-508, 1998.
Boletim Informativo Portuário, 1º Trimestre/2012.
BRASIL. Controle de Vetores - Procedimento de Segurança, elaborado por
ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários O Porto Verde: Eng. Paulo Cesar da Silva, Eng. Farnésio Luís Guimarães e Assistente So-
Modelo Ambiental Portuário, 2009. cial Raimunda Nonata Carlos Ferreira, 1ª edição – Brasília: Ministério da
Saúde: Fundação Nacional de Saúde, 208 p. 2001.
ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Panorama
geral da situação ambiental dos portos. Seminário EcoBrasil 2004. Re- BRASIL. Decreto nº 4.136, Dispõe sobre a especificação das sanções
vista Portos & Navios, Rio de Janeiro, ago. 2004. aplicáveis às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização
ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Manual De- da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias no-
talhado de Instalações Portuárias para Recepção de Resíduos - IMO, civas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei
2º ed., 143 p. 1999. nº 9.966, de 28 de abril de 2000, e dá outras providências.

ANTWERP PORT AUTHORITY, General Terms and Conditions for Con- BRASIL. Decreto nº 6.200, de 01 de março de 1985, estabelece medidas
cessions in the Antwerp Port Area, July, 2011. Disponível em: de proteção ambiental na área de implantação do Pólo Cloroquímico
http://www.portofantwerp.com/sites/portofantwerp/files/General%20C de Alagoas e dá outras providências, do Estado de Alagoas.
onditions%20Concessions.pdf. Acesso em: 01/04/2013.
BRASIL. Decreto nº 8.468, de 8 de setembro de 1976, que dispõe sobre a pre-
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia Sanitário venção e o controle da poluição do meio ambiente, do Estado de São Paulo.
para Navios de Cruzeiro, Brasil, 2011.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 102

BRASIL. Decreto nº 14.250, de 5 de junho de 1981, que regulamenta dis- BRASIL. Lei nº 12.815, de 05 de junho de 2013. Dispõe sobre a explo-
positivos da Lei nº 5.793, de 15 de outubro de 1980, referentes à Proteção ração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias e
e a Melhoria da Qualidade Ambiental, do Estado de Santa Catarina. sobre as atividades desempenhadas pelos operadores portuários; altera
as Leis nº 5.025, de 10 de junho de 1966, 10.233, de 5 de junho de
BRASIL. Decreto nº 24.114 de 12 de abril de 1934. Prova o regula- 2001, 10.683, de 28 de maio de 2003, 9.719, de 27 de novembro de
mento de defesa sanitária vegetal. 1998, e 8.213, de 24 de julho de 1991; revoga as Leis nº 8.630, de 25
de fevereiro de 1993, e 11.610, de 12 de dezembro de 2007, e disposi-
BRASIL. Decreto nº 24.548 de 03 de julho de 1934. Aprova o Regula-
tivos das Leis nº 11.314, de 3 de julho de 2006, e 11.518, de 5 de setem-
mento do Serviço de Defesa Sanitária Animal.
bro de 2007; e dá outras providências.
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de controle de roedores.
BRASIL. Manual de controle de escorpiões / Ministério da Saúde,
- Brasília: Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde, 2002. 132p.
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epi-
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. 3. ed. demiológica. – Brasília: Ministério da Saúde, 72 p. 2009.
rev. - Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2006. 408 p.
BRASIL. Manual de controle de roedores - Brasília: Ministério da
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. De- Saúde, Fundação Nacional de Saúde, 132 p. 2002.
partamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de controle de es-
BRASIL. Portaria n° 104, Secretaria Especial dos Portos, de 29 de abril
corpiões. - Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 72p. : il. – (Série B.
de 2009. Dispõe sobre a criação do setor de Gestão Ambiental e de Se-
Textos Básicos de Saúde).
gurança e Saúde no Trabalho nos portos e terminais marítimos, bem
102
BRASIL. Instrução Normativa IBAMA nº 141, de 19 de dezembro de como naqueles outorgados às Companhias Docas. Diário Oficial da
2006 (D.O.U. de 20/12/06). Regulamenta o controle e o manejo ambi- União, Brasília, DF, 5 de mai de 2009.
ental da fauna sinantrópica nociva.
BRASIL. Resolução nº 2190 - ANTAQ, de 28 de julho de 2011, que
BRASIL. Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993. Lei dos Portos. Revo- aprovou a norma para disciplinar a prestação de serviços de retirada
gada pela Lei 12.815/2013. de resíduos de embarcações.

BRASIL. Lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000. Dispõe sobre a pre- CEMAFAUNA Caatinga. Monitoramento de Fauna. Pernambuco.
venção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lança- Disponívelem:http://www.cemafauna.univasf.edu.br/pagina_simples.ph
mento de óleo e outras substancias nocivas ou perigosas em águas p?pagina=monitora&titulo=Monitoramento%20de%20Fauna>. Acesso
sob jurisdição nacional e dá outras providências. em: 25 jan. 2012.
BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes CEMBRA - Centro de Excelência Para o Mar Brasileiro, 2012. Disponível
nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nº 6.766, de 19 de em: http://www.cembra.org.br/. Data de acesso: 10/01/2013
dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de
junho de 1993 e 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº CEPAL - COMISIÓN ECONÓMICA PARA AMÉRICA LATINA Y EL
6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. CARIBE. Modernización portuaria: una pirámide de desafíos entrelaza-
dos. Unidad de Transporte, División de Comercio Internacional, Trans-
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Na- porte y Financiamiento, Espanha, 1998.
cional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998; e dá outras providências. CESAR, A. Gestão de Resíduos em Atividades Portuárias: um Estudo
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 103

das Oportunidades de Melhorias, Dissertação MSc. Centro Universitário duos Provenientes de Navios pelos Portos. Seminário de Gestão Am-
– SENAC, São Paulo, 2005. biental Portuária, Brasil, 2011.
CIRM - COMISSÃO INTERMINISTERIAL PARA OS RECURSOS DO FERREIRA, J. J. Classificação de portos organizados: um estudo de
MAR -Agenda ambiental portuária. Brasília, DF: Cirm, Gi-gerco e Sub- caso no Brasil, 2012.
grupo Agenda Ambiental Portuária, 1998.
FERREIRA, V. M. & CASTRO, A. Cidades de Água – a lenta “des-
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente n° 357, de 18 de março coberta” da frente marítima de Lisboa. In Ferreira, V. M. e Indovina, F.
de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes am- (orgs.) A cidade da EXPO’ 98 – Uma reconversão da frente ribeirinha
bientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e de Lisboa?, Lisboa, 1999.
padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
GIORDANO, J. C. Controle Integrado de Pragas, Brasil, 2004.
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente nº 430. Dispõe sobre Disponível: http://www.ciencialivre.pro.br/media/8aab98309035f72ffff
as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e 8235ffffd523.pdf. Acessado em 20/02/2013.
altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Na-
cional do Meio Ambiente - CONAMA. GLADWIN, T. N.; KENNELY, J. J. & KRAUSE, T. Shifting paradigms for
sustainable development: implications for management theory and re-
CORSON, L. A. & FISHER, S. A. Manual of best management practices search. The Academy of Management Review, New York, 1995.
for port operations and model environmental management. USA, 2008.
GONÇALVES, R. F. Uso racional da água em edificações – Rede 5. Programa
CPEA – Consultoria Planejamento e Estudos Ambientais. RIMA - Re- de Pesquisa em Saneamento Básico – PROSAB 4, capítulo 6, 2006. 103
latório de Impacto Ambiental: Plano integrado Porto-Cidade – PIPC,
São Sebastião/SP, 2011. HART, S. L. O capitalismo na encruzilhada. As inúmeras oportunidades
de negócios na solução dos problemas mais difíceis do mundo, Book-
CUNHA, I. A. Fronteiras da Gestão: os conflitos ambientais das ativi- man, Porto Alegre, 2006.
dades portuárias. Revista de Administração Pública – Porto e Meio
Ambiente, Rio de Janeiro, v. 40, 2006. HOPWOOD, B., MELLOR, M. & O’BRIEN, G. Sustainable Development:
mapping different approaches. Sustainable Development, 13(1), 38-
DARBRA, R. M.; PITTAM, N.; ROYSTON, K. A.; DARBRA J. P. & 52, 2005.
JOURNEE, H. ESPO Environmental Survey. Review of European per-
formance in port environmental management. 2005. ILHA, M. S. O.; OLIVEIRA, L. H. & GONÇALVES, O. M. Sistemas de medição
individualizada de água: como determinar as vazões de projeto para a es-
DZ-215.R-4, Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em pecificação dos hidrômetros? Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 15 (2),
Efluentes Líquidos de Origem Sanitária. Estado do Rio de Janeiro, 2007. 177 – 186 p, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/esa/v1
5n2/a10v15n2.pdf>. Acesso em: 20/02/2013.
DZ-205.R-6. Diretriz de Controle de Carga Orgânica em Efluentes Líqui-
dos de Origem Industrial. Estado do Rio de Janeiro, 2007. IMO. Marpol 1973/1978 Consolidated Edition. Londres: IMO Publica-
tions, 1997.
EGRI, C. P. & PINFIELD, L. T., Ecologia e meio ambiente In: Clegg, S.T., Nord,
W.R., Hardy, C. Handbook de estudos organizacionais. São Paulo, 2001. JORDÃO, E. P. & PESSÔA, C.A. Tratamento de Esgoto Doméstico.
Editora: SEGRAC, Rio de Janeiro, 2011.
FERNANDES, P. R. S., A., Importância da Recepção e Gestão de Resí-
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 104

KITZMANN.D & ASMUS.M. Gestão ambiental portuária: desafios e Norma Técnica NT 301, de 24 de fevereiro de 1988, da Superintendência
possibilidades. RAP. Rio de Janeiro; 40 (6):1041 – 60, Nov/Dez. 2006. de Administração do Meio Ambiente– SUDEMA, que dispões de critérios
e padrões de lançamento de efluentes líquidos, do Estado da Paraíba.
KITZMANN. D & ASMUS. M, Portos e Gestão Ambiental. Intersindical
da Orla Portuária. Disponível em: http://www.intersindicalportuaria- NORMA REGULAMENTADORA 29, Manual Técnico Segurança e Saúde
es.org.br/portal/noticias/artigo.php?cod=51. Acessado em: 07/04/2013. no Trabalho Portuário, Fundacentro. 1ª Edição, Vitória, 2003.
MAIA, M. Sistema Integrado de Gestão Ambiental Portuário. COOPERA- OECD – Organization for Economic Co-operation and Development.
PORTOS ANTAQ (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES Sustainable development: critical issues, Paris, 2001.
A Q U AV I Á R I O S ) . B R A S Í L I A 2 0 0 4 . D i s p o n í v e l e m :
<http://www.antaq.gov.br/portal/pdf/palestras/MarcosMaiaPortoGes- OLIVEIRA, C. T., Modernização dos Portos, Lex Editora, São Paulo, 2006.
taoAmbientalCOOPERAPORTOS04.pdf> Acessado em 08/04/2013.
PERSU II – Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos 2007-
MCDOUGALL, F.; WHITE, P.R.; FRANK, M. & HINDLE, P. Integrated Solid 2016. Recuperado em: fevereiro de 2013.
Waste Management: A Lifecycle Inventory. Blackwell Science, 2001.
PINZON, P. W.; FISCHER, P. & NOSKOSKI, L. Análise de Perigos e Pon-
META AMBIENTE. Levantamento de Fauna. São Paulo. Disponível em: tos Críticos de Controle (APPCC) – Revisão Bibliográfica. XVI Semi-
<http://www.metaambiente.com.br/index.php?option=com_content&v nário Institucional de Ensino Pesquisa e Extensão, 2011.
iew=article&id=61:levantamento-de-fauna&catid=34:servicos-flo-
PORTER, M. E. & LINDE, C. V. D. Verde e competitivo: acabar com o
restais&Itemid=50>. Acesso em: 25 set. 2012.
104
impasse, Harvard Business Review 73,5, 120-134, 1995.
MEYER, H. City and Port – Transformation of Port Cities: London,
PORTARIA nº 05 da SECRETARIA DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE
Barcelona, New York, Rotterdam. Utrecht: International Books, 1999.
– SSMA, de 16 de março de 1989, que dispõe sobre critérios e padrões
MMA - Ministério do Meio Ambiente Agenda Ambiental Portuária – AAP. de efluentes líquidos a serem observados por todas as fontes poluido-
Disponível em <http://www.mma.gov.br/gestao-territorial/gerenciamento- ras que lancem seus efluentes nos corpos d’água interiores do Estado
costeiro/agenda-ambiental-portu%C3%A1ria>. Acessado em: 07/04/2013. do Rio Grande do Sul.
NELISSE, E. Waste Water Port of Rotterdam, Rijkswaterstaat Minis- PORTARIA nº154, de 22 de Julho de 2002, Dispõe sobre padrões e
terie van Infrastructuur en Milieu, november, 2012. condições para lançamento de efluentes líquidos gerados por fontes
poluidora, do Estado do Ceará.
NETO, A. B. S. & VENTILARI, P.S.X. O Trabalho Portuário e a Moder-
nização dos Portos, Juruá Editora, Curitiba, 2001. PORTO, M. M.; TEIXEIRA, S. G. Portos e meio ambiente, São Paulo, 2002.

Norma Técnica nº 2.002, da Agência Estadual De Meio Ambiente – Programa de Gerenciamento de Efluentes Líquidos, Companhia Municipal
CPRH, que dispõe sobre critérios e padrões de lançamento para o con- de Administração Portuária Porto do Forno Arraial do Cabo – RJ, 2010.
trole de carga orgânica não industrial, do Estado de Pernambuco.
PURSER, R. E.; PARK, C.; MONTUORI, A. Limits to anthropocentrism:
Norma Técnica nº 2.001, da Agência Estadual de Meio Ambiente –
toward an ecocentric organization paradigm? The Academy of Man-
CPRH, que dispõe sobre critérios e padrões de lançamento para o con-
agement Review, 20(4), 1053-1089, 1995.
trole de carga orgânica em efluentes líquidos industriais, do Estado de
Pernambuco. Atualizada em 03/11/03.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 105

RAMOS, N. P.; JUNIOR, A. L. Monitoramento Ambiental. Disponível SCHUMPETER, J. A. Capitalismo, Socialismo y Democracia. Buenos
em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/ar- Aires: Editorial Claridad, 1946. 431 p., 1942.
vore/CONTAG01_73_711200516719.html. Acesso em: 25 set. 2012. SHRIVASTAVA, P. Ecocentric management for a risk society. The Acad-
emy of Management Review, 20(4), 118-137, 1995.
RESOLUÇÃO nº 001 da Secretaria do Estado do Meio Ambiente –
SEMA, de 11 de janeiro de 2007, que dispõe sobre licenciamento am- SILVEIRA, L. F.; BEISIEGEL, B. M.; CURCIO, F. F.; VALDUJO, P. H.; DIXO,
biental, estabelece condições e padrões ambientais e dá outras M.; VERDADE, V. K.; MATTOX, G. M. T; CUNNINGHAM, P. T. M. What
providências, para empreendimentos de saneamento, do Estado do Use Do Fauna Inventories Serve?. Estudos Avançados, São Paulo, v. 24,
Paraná. n. 68, p. 173-207, 2010.
RESOLUÇÃO nº 031, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – SOUZA JUNIOR, S. N. Regulação portuária: a regulação jurídica dos serviços
CERH, de 29 de fevereiro de 2012, Estabelece critérios gerais comple- públicos de infraestrutura portuária no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2008.
mentares referentes à Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos
SOUZA, N. A. Estudo de levantamento de fauna e respectivos métodos.
para lançamento de efluentes provenientes dos sistemas de tratamento
de esgoto sanitário, do Estado do Espirito Santo. Goiás: Universidade Estadual de Goiás, 2010. Disponível em: <
http://br.monografias.com/trabalhos3/estudo-levantamento-fauna-respec-
RGSA - REVISTA DE GESTÃO SOCIAL E AMBIENTAL -, v. 6(1), p. 60- tivos-metodos/estudo-levantamento-fauna-respectivos-metodos.shtml>.
78, São Paulo, 2012. Acesso em: 25 set. 2012.
SÁ, M. E. M. Análise comparativa entre os portos do Recife e de Suape: SYSTEMMEBRATU, D., Sustainability and sustainable development:
desafios para a gestão ambiental. Dissertação (Mestrado em Gestão e historical and conceptual review. Environ Impact Asses Rev. nº18, 493– 105
Políticas Ambientais) – Programa de Pós Graduação em Desenvolvi- 520, 1998.
mento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Pernambuco –
UFPE, Recife. 2008. TUCCI, C. E. M., Gestão de Águas Pluviais Urbanas, Ministério das
Cidades, 2005.
SÁ, M. E. M.; LEAL NETO, A. de C. & FLORENCIO, L. Síntese da Análise
Comparativa entre os portos do Recife e de Suape: Desafios para a Gestão VON SPERLING, M. Introdução Á qualidade das águas e ao tratamento
Ambiental, PE, 2011. Disponível em: http://www.ufpe.br/tropicaloceanog- de esgotos - volume 1 - 2ª edição. Belo Horizonte, Departamento de
raphy/completos/39_2011_2_1_sa.pdf. Data de acesso: 10/01/2013. Engenharia Sanitária e Ambiental. 1996.

SACHS, I. Estratégias de transição para o século XXI – desenvolvi- VON SPERLING, M. Princípios básicos do tratamento de esgotos -
mento e meio-ambiente, Studio Nobel/FUNDAP, São Paulo, 1993. volume 2. Belo Horizonte, Departamento de Engenharia Sanitária e
Ambiental. 1996.
SANTOS-SP. Diagnóstico e plano de controle sobre a infestação e pro-
liferação de pombos no Porto de Santos. Relatório final - Rev. 2. 2010. WCED – World Commission on Environment and Development. Our
LSI – Assessoria e Consultoria common future. Oxford: Oxford University Press, 1987.

SANTOS, F. Implementação de Taxa de Resíduos Individual em Por- WORLD PORT SOURCE. Porto de Shekou, China. Disponível em:
tugal - Caso de Óbidos,Território e Ambiente Urbano, Ed.: 43, 2010. <http://www.worldportsource.com/ports/CHN_Port_of_Shekou_412.ph
p>. Data de acesso: 25/02/2013.
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 106

Corpo Técnico
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro Equipe Administrativa
Bianca Boechat da Silva
Prof. Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas
Bianca de Lima da Silva
Coordenação Geral do Programa
Mônica Rodrigues Soares
Prof. Mauricio Cardoso Arouca Marta Fabeliciano Cabreira
Coordenação de Articulação Institucional Jane de Oliveira Constantino
Valeria Damiana Sousa Santanta
Prof. Aurélio Lamare Soares Murta
Coordenação Técnica-Executiva Equipe de Resíduos Sólidos
106
Vânia Maria Lourenço Sanches (Gerência Técnica)
Mário do Nascimento Moraes
Clarice Neffa Gobbi
CoordenaçãoTécnica-Executiva
Gabriel Philippi Pereira Goulart
Graciela Diniz dos Santos Gisele Cardoso de Almeida Machado
Coordenação Técnica Julia Vicente M. Ribeiro
Flavio da Silva Oliveira
Fábio Giusti Azevedo de Britto Marcelo de Souza da Silva
Coordenação Técnica Pedro Henrique Casimiro
Ana Paula Pereira Gomes
Renata Gomes da Silva Raquel Gomes de Sousa
Coordenação Administrativa e Financeira Marcos de Moraes
Ricardo Mariella
João Carlos Alves dos Santos Thales do Carmo
Coordenação Administrativa e Financeira Danielle Adalucia de Souza Lima

José Luiz Cardoso Moreira


Gerência de Infraestrutura
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 107

Equipe de Efluentes Líquidos Equipe de Geoprocessamento


Betina Maciel Versiani (Gerência Técnica) Alan Jeferson de Oliveira da Silva
Agatha Nogueira dos Santos Amanda Figueira Gatto
Ana Costa Marques Machado Antônio Carlos da S. Oscar Jr.
Bruna Guerreiro Tavares Bárbara Cardoso Leite
Gustavo Anhel Lessa Cynara Alets Sthvasth de Melo França
João Miguel Faim Martins Kátia Regina Góes Souza
Vitor Guimarães da Silva
Victor Cabral de Carvalho Núcleo de Apoio Técnico de Brasília
Gustavo de Oliveira Lopes
Equipe de Fauna Sinantrópica Nociva
Guilherme Amatuzzi Teixeira
Conrado Maciel Versiani (Gerência Técnica) Brunna Simões Ungarelli
Fernando Cruz Frickmann Mariana Abdalla Moraes
Thamires Henrique Teles da Silva
Rachel Turba de Paula Equipe de Design Gráfico 107
Camila Rivas Vargas Barroso
Luciane Ribeiro
Shênia Patrício Novo
Beatriz de Matos Alves Pinto
Alexandre Braz Martins Ferreira Junior
Gabriel dos Santos Soares
Assessorias Técnicas
Equipe de Tecnologia da Informação
Comunicação
Thiago Duarte Mota
Claudia Moreira
Eduardo Espírito Santo Costa
Janice Caetano
Renato César Cordeiro Pinho Filho
Andrea Dunningham Baptista
Pedro Rougemont
Efluentes Líquidos e Saneamento
Equipe de Treinamento
Jorge Henrique Alves Prodanoff
Fernanda Vieira Santos (Gerência)
Gabriel Camargo Kvassay
Gestão Portuária
Inácio da Silva Araújo
Juliana Stavale dos Santos Gilberto Olympio Mota Fialho
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 108

Boas Práticas e Tecnologias UFF - Universidade Federal Fluminense


Alan Emanuel Duailibe Ribeiro Prof. Aurélio Lamare Soares Murta
Júlio César Bispo Prof. Jony Arrais Pinto Junior
Marcelo Pompermayer Prof. Edgard Coelho de Andrade
Camilo Pinto de Souza
Renata da Costa Barreto UFPA - Universidade Federal do Pará
Prof. Neyson Martins Mendonça
Regulação e Normas
Prof. André Luiz da S. Salgado Coelho
Alessandra Magrini Prof. Luiza Carla Girard Teixeira
Cristiane Jaccoud do Carmo Azevedo Prof. Marcos Pérsio Dantas Santos
Lilian Bechara Elabras Veiga Profª. Simone Pereira
Cristina Kurtz Motta Amanda Queiroz Mitoso
Ana Claudia Queiroz Lima dos Santos
Instrumentos Econômicos Ana Paula Franco B. Araújo
Anne Sanches de Castro
Alexandre Louis de A. Davignon
Bruna Drielle de Sousa Silva
Marcio Giannini Pereira
Daniel Pinheiro Nogueira
108
Davis Castro dos Santos
Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Erica Karine Lourenço Mares
Zilton José Sá da Fonseca Geiso Rafael Fonseca Oliveira
Laila Rebeca da Silva Nunes
UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Luma Daniele Maciel Rodrigues
Rafaella Galvão Miranda
Prof. Laerte Grisi
Weligton Aood da Silva
Prof. Argemiro Sanavria
Yuri Bahia de Vasconcelos
Prof. Ildemar Ferreira
Dalson Willian Chain
UFMA - Universidade Federal do Maranhão
Katherina Coumendouros
José Carlos Pereira de Souza Prof. Marco Valério Jansen Cutrim
Fernando Carvalho Prof. Antônio Augusto Ferreira Rodrigues
Patrícia Giuponni Cardoso Oscar Adelino Costa Neto
Hellon Cunha Viana
Lidiane Nogueira
Gabriel Silva dos Santos
Érica Electo Ricardo Pereira da Silva Neto
Hermes Ribeiro Aricelma Cristina Oliveira Bezerra
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 109

Lucyellen Rodrigues de Sousa Davison José Bezerra de Oliveira Silva


Lanna Patrícia Torres Fonseca Fabiana Pinheiro Lopes
Simone Karla Lima e Silva Jessica Melo Galvão
Rennan de Faria Nonato João Henrique dos Santos
Mariana Miranda D`Assunção
UFC - Universidade Federal do Ceará Paulo Correia da Silva Neto
Prof. Luis Parente Maia Raimundo Ageu Albuquerque Barros
Profª. Maria Ozilea Bezerra de Menezes Rayssa de Barros Alves
Prof. Ivan de Oliveira Roberta Costa Rodrigues
Anna Caroline Dantas Linos de Jesus Samuel de Moura Canuto
Enzo Pinheiro Tiago de Souza Santana
Nadine Botelho de Andrade Furtado Francisco José Ferreira de Almeida
Gabriele dos Santos Silva
Melissa Maciel Fernandes IFRN – Instituto Federal de Educação, Ciência e
Pedro Henrique Lima Silva Morais
Tecnologia do Rio Grande do Norte
Erika Maria Targino Mota
Prof. Renato Samuel Barbosa Araújo
IFPB – Instituto Federal de Educação, Ciência Profª. Régia Lúcia Lopes
e Tecnologia da Paraíba Prof. José Beldson Elias Ramos 109
Profª. Maria Margareth Rolim Martins Rocha Bruna Lucena de Medeiros
Profª. Ariana Silva Guimarães Luzimar Pereira da Costa
Profª. Cristine Helena Limeira Pimentel Nathália Regina Sobral Paiva
Prof. Ricardo Luis Mendes de Oliveira Maria Wagna Dantas de Araújo
Prof. Cláudio Dybas da Natividade Edgar Gouveia Neto
Leonardo Pierrot
Ademário José da Silva Júnior UFBA - Universidade Federal da Bahia
Flávia Raquel Xavier de Lucena
Gustavo Felipe de Freitas Brito Profª. Viviana Maria Zanta
Maria Regilane dos Santos Profª. Rejâne Maria Lira da Silva
Wenderson de Figueiredo Gouveia Prof. Luciano Matos Queiroz
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco Elisangela Jeanderry Andrade Figueiredo
Prof. Gilson Lima Silva Ana Rosa Pinto Guedes
Profª. Maria Alice Gomes de Andrade André Henrique Pereira de Freitas Leal
Profª. Maria Cristina Moreira Alves Beatriz Lima Vieira
Prof. Severino Mendes de Azevedo Júnior Gabriel Oliveira Garcia Passos
Profª. Simone Machado Santos Kátia Nubia Chaves Santana
Cecília Augusta Figueiredo da Rocha Manoel Joaquim Burgos de Paula Rodrigues de Miranda
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 110

Milena Santos Soeiro Natasha Rodrigues dos Santos


Renata de Miranda Meirelles Costa e Silva Nathalia Pereira Ferraz
Renata Requião Holanda Priscila dos Santos Sepúlveda
Diego Palma Rocha Rael Jonas Santos de Moraes
Samantha Fernandes Alberto
UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo Sérgio de Moraes
Valéria Garcia Lopes Araújo
Prof. Rodrigo Brasil Choueri
Vinicius H. G. Reis
Prof. Augusto Cesar
Prof. Camilo Dias Seabra Pereira
UNESPAR - Universidade Estadual do Paraná
Prof. Igor Dias Medeiros
Prof. Ronaldo Adriano Christofoletti Profª. Danyelle Stringari
Adriano Rangel Liziero de Barros Prof. Rafael Metri
Alex Azevedo dos Santos Prof. Luiz Fernando Roveda
Álvaro H. de Oliveira Alexandre de Paula Gimenes Gil
André Luiz Neumann Prado Daniel Neves Matheus
Andressa Damasceno Bittar Ellen Joana Nunes Santos Cunha
Breno Willian Nascimento Endrigo Giovanni Albini Comandulli
110 Bruna dos Santos Azevedo Fernanda Enko dos Santos
Bruno Alves Fernando José Closs
Bruno Velasco Chain Kamyla de Souza de Castro
Christine Camargo Mendes Kassiely Zamarchi
Davi Goulart de Andrade Kelly Cristine Fernandes Dias Lisboa
Diego Igawa Martinez Luiz Fernando Constantino Gabriel
Fabio Henrique Fernandes Girardi Leite Maira Zacharias
Fernando Sanzi Cortez Milena Ariel Suba
Gloria dos Santos Minniti Nayla Karoliny Arantes da Conceição
Jaqueline Cristiane Siquitelli Rafaela Pereira Longares
Jhonatas Sirino Monteiro Sheila Karine Welter
Larissa Ruy de Souza Barbosa Thiago Vinícius Trento Occhi
Leila Hatai
Manoel Rocha UFAL - Universidade Federal de Alagoas
Marcos Vinícius Beltran de Campos
Prof. Roberto Augusto Caffaro Filho
Mariana Alice da Ferraz
Prof. Eduardo Lucena Cavalcanti de Amorim
Marina Cunha Passarelli
Prof. Renato Gaban de Lima
Marina Provetti Miranda
Inaê Alves
Max Miller da Silva
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 111

Juliana Silva Martins João Ricardo Prochmann


Lucas Serafim da Silva Lins Laura Meloby Torres Bernaschina
Pedro Herlleyson Gonçalves Cardoso Matheus Willinghoefer
Renata Campos Tauber Renato Campos Viera
Tainara Ramos Renata da Rosa Maurício

UFES – Universidade Federal do Espírito Santo FURG - Universidade Federal do Rio Grande
Prof. Renato Ribeiro Siman Prof. Paulo Roberto Armanini Tagliani
Prof. Francisco Candido Cardoso Barreto Prof. Leandro Bugoni
Mariana Lacerda de Kopp Profª. Lúcia Anello
Aline Goulart Starling Andréia Vigolo Lourenço
Graciele Zavarize Belisário Adriano Borowski de Miranda
Gustavo Henrique Loureiro Ferreira Francieli Alves Correa
João Depoli Barrozo de Souza Marina Bastos Capua
Maisa Favoreto Henrique Priscilla Pinheiro Duarte
Marcus Camilo Dalvi Garcia Eduarda Bastos da Costa
Priscilla da Cruz Cosmo Ruan Paollo Rosa
Thayná Vervloet Gomes Rose Mary Madruga Machado da Silva 111

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina


Prof. Ariovaldo Bolzan
Manoel Inocencio Martins Neto
André Luiz Vieira Correia
Renata Ap. de Oliviera Barros Direção de arte e projeto gráfico
Elpídio Manoel Correia LUCIANE RIBEIRO
Cecilia Elena Sánches Dalotto
Claudiane Gouveia Fotos
Julia de Araujo Pascal GETTY IMAGES (capa); SAMANTHA FERNANDES (pág. 17 e 41);
Augusto Francisco Medeiros ALAOR FILHO (pág. 20, 43, 70-1, 82-1 e 87-1); JOSÉ RAMOS (pág. 59)
Cláudia de Souza Aguiar THIAGO OCCHI (pág. 69) e Equipe IVIG - PPE/COPPE/UFRJ (demais fotos).
Eduarda Piaia
Daiane de Andrade Edição
Daniel Lopes Gonçalvez LUNETA COMUNICAÇÃO E EDITORA
Fernanda Cecília Abesen da Silveira Rua da Lapa, 120 sl. 601 – Centro
Jaqueline Carneiro Kerber CEP: 20021-180
Tel./fax: 55 (21) 2242-5291
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 112

1 00
* Guia 7_Layout 1 26/11/13 14:24 Page 113

1 00

Vous aimerez peut-être aussi