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ESTUDO DA DEGRADAÇÃO DE EMBALAGENS PLÁSTICAS

OXIDEGRADÁVEIS EXPOSTAS AO INTEMPERISMO


NATURAL

Luciana P. Mazur1, Fernando de Amaral1, Roseany V. V. Lopes3, Andréa L. S. Schneider1, Ana P. T. Pezzin2*

1
Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, Departamento de Engenharia Ambiental, Joinville – SC, Brasil
2*
Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, Mestrado de Engenharia de Processos, Joinville – SC, Brasil –
anapezzin@yahoo.com.br
3
Universidade de Brasília - UnB, Instituto de Química, Brasília – DF, Brasil

Os plásticos são amplamente utilizados devido à resistência à degradação e baixo custo. Contudo, as embalagens
plásticas quando descartados em aterros sanitários causam impacto ambiental, dificultando a degradação da matéria
orgânica. Como solução surgiram as sacolas oxidegradáveis, produzidas a base de poliolefinas e aditivos que favorecem
a oxidação e fragmentação do material. Porém, acredita-se que os oxidegradáveis não desapareçam na natureza e que os
aditivos utilizados sejam tóxicos. O presente trabalho avaliou o comportamento de sacolas oxidegradáveis em ambiente
de intemperismo natural por análise visual, TG/DTG e FTIR. As amostras perdem a coloração após 120 dias. Após 210
dias, surgem rachaduras que se intensificam aos 240 dias. Entretanto, nesse período, as sacolas ainda não haviam se
fragmentado em pequenos pedaços. Os dados de FTIR mostram o aparecimento do grupo de carbonila em 1716 cm-1 a
partir de 120 dias, que se intensifica com o tempo de exposição. As curvas de TG/DTG não mostraram variações
significativas indicando que esta análise não é sensível para o acompanhamento degradação do material.

Palavras-chave: intemperismo natural, embalagens oxidegradáveis, degradação, polietileno de alta densidade, aditivo
pró-degradante.

Degradation study of oxodegradable plastic packing exposed to natural weathering.

Plastics are widely used because they are resistant to degradation and low cost. However, when the plastic packagings
are discarded in landfills, causing environmental impact, making difficult the degradation of organic matter. As a
solution emerged the oxodegradable packagings produced from polyolefins and additives, which enhance the oxidation
and fragmentation of the material. However, it is believed that the oxodegradable plastics not disappear in the
environment and that the additives used are toxic. In this work the behavior of oxodegradable packagings exposed to
natural weathering was evaluated by visual analysis, TG/DTG and FTIR. The samples lose their color after 120 days. At
210 days, it was observed the appearance of cracks, which are intensified at 240 days. However, in this period, the
packagings had not been fragmented into small pieces yet. After 120 days, the FTIR data show the appearance of the
carbonyl group at 1716 cm-1, which intensifies with time of exposure. The curves of TG/DTG showed no significant
changes indicating that this analysis was not sensitive for the monitoring the material degradation.

Keywords: natural weathering, oxo-degradable packings, degradation, high density polyethylene, pro-degradant
additive.

Introdução

O desenvolvimento ocorrido na segunda metade do século XX foi marcado profundamente


pelo surgimento dos materiais poliméricos e plásticos, os quais compõem atualmente boa parte dos
materiais utilizados pelo homem[1].
Os materiais plásticos possuem papel fundamental na sociedade moderna[1]. Sua ampla
utilização na vida moderna está diretamente associada as suas características entre elas a baixa
densidade, a resiliência, a facilidade de fabricação e o baixo custo[2].
Entretanto, o fato de algumas aplicações destes materiais serem de descartabilidade muito
rápida, associado à grande dificuldade de degradação no ambiente, podendo demorar séculos para se
degradar e ocupando grande volume na área dos aterros, têm despertado fortes preocupações nos
dias atuais[1].
Dentro do mercado das embalagens, desde que o plástico conquistou forte presença
comercial, sua fração nos resíduos sólidos urbanos tornou-se significativa. Como essa disposição
final dos resíduos de lenta degradação cresce exponencialmente, visto a sua baixa degradabilidade e
baixo custo, iniciaram-se estudos visando à minimização de tal problema[3].
Quando descartados de modo inapropriado estes materiais promovem, entre outros efeitos a
forte poluição visual[2], além de que o acúmulo de sacolas na natureza ou em aterros sanitários e
lixões, formam uma barreira entre o ambiente e o resíduo que contém, dificultando a circulação de
líquidos e gases, retardando a estabilização de matéria orgânica[4].
Na busca da diminuição do tempo de decomposição desse tipo de material, cresce o interesse
pelo uso de aditivos pró-degradantes na formulação de sacolas plásticas de PE, os quais podem
apresentar na sua composição um composto de metal de transição. Em geral, patentes relacionadas
ao desenvolvimento de tais tipos de concentrado fazem referência a uma mistura que torna a
[2]
poliolefina degradável, contendo, por exemplo, cobalto, manganês, ferro, cobre ou cério . Sendo
que os pró-degradantes mais ativos são aqueles baseados em combinações de metal capazes de
originarem dois íons metálicos de estabilidade semelhante e com diferentes números de oxidação,
como por exemplo, Mn2+/Mn3+. Com isso a degradação do material ocorre por uma reação de
radical livre em cadeia envolvendo o oxigênio atmosférico[5].
Contudo, acredita-se que tais aditivos pró-oxidantes são tóxicos em vários níveis, situação
agravada quando há a fragmentação do polímero, já que este não pode mais ser visto a olho nu,
dando uma falsa sensação de biodegradação. Há ainda a agravante de os produtos da degradação
continuarem presentes na natureza, juntamente com componentes tóxicos de seus aditivos pró-
degradantes[4].
A RES Brasil, empresa brasileira autorizada a representar e licenciar produtos com o aditivo
d2w® da Symphony assegura que os plásticos aditivados com os pró-degradantes possuem inúmeras
vantagens. Estas vantagens são observadas desde o processo de fabricação, nas aplicações dos
produtos, até a destinação final. A empresa afirma que os oxi-degradáveis são seguros, pois foram
testados e certificados como biodegradáveis e liberados para contato com alimentos. Ainda diz que
não necessitam de liberação em usinas de compostagem, e quando descartados não produzem
metano em sua biodegradação[6].

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Em contrapartida, a Plastivida (Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos), afirma que os
plásticos oxidegradáveis não desaparecem na natureza, pois não são biodegradáveis, mas sim
degradáveis. Assegura que o que ocorre de fato é a fragmentação em pequenas partículas do
material aditivado, que acabam se dispersando no ambiente, tornando sua coleta e reciclagem
inviáveis, gerando uma poluição invisível. Diz que este material causará sérios problemas ao
ambiente, a médio e longo prazo, concluindo que o uso dos plásticos oxidegradáveis, não se
constitui em uma alternativa ambientalmente confiável[7].

Experimental

Sacolas plásticas comerciais de polietileno de alta densidade (PEAD) com aditivos pró-
degradantes, foram expostas à radiação natural, em Joinville, SC (26º15” latitude S, 48º51” longitude
O), por um período de 6 meses. As sacolas testadas possuíam espessura de 10 m. As amostras
foram colocadas sobre uma placa, com inclinação de 30º com a horizontal, a fim de permitir
exposição uniforme da radiação solar sobre a superfície dos filmes.
As amostras foram retiradas mensalmente para análise do nível de degradação, em seguida
foram lavadas em água destilada, secas em estufa a vácuo a 30ºC e acondicionadas ao abrigo da luz e
umidade excessiva.

Caracterização das amostras

As amostras foram fotografadas a fim de verificar-se mudanças no aspecto superficial do


polímero, bem como variações em sua cor e posteriormente, foram analisadas
termogravimetria/termogravimetria derivada (TG/DTG) e espectroscopia no infravermelho com
transformada de Fourier (FTIR).
As curvas TG foram obtidas em uma termobalança TGA-50/Shimadzu. Amostras com cerca
de 6,0 mg foram inseridas em um porta-amostra de platina sob atmosfera de He e aquecidas de 25
até 600ºC a 10ºC min-1.
Os filmes foram submetidos à análise em um espectrômetro FTIR Michelson Bomem
Hartmann & Braun na região de 400 a 4000 cm-1, série MB-100, com resolução de 4 cm-1.

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Resultados e Discussão

A figura 1 apresenta o efeito da exposição ao intemperismo natural sobre as amostras de


sacolas oxidegradáveis. O primeiro indício observado foi a descoloração das amostras após 120 dias.
Somente com 210 dias de exposição, observou-se o aparecimento de rachaduras que se
intensificaram aos 240 dias. Entretanto, nesse período, as sacolas ainda não haviam se fragmentado
em pequenos pedaços. Estas alterações não provam a presença de um processo de degradação, mas o
parâmetro de alterações visuais pode ser utilizado como uma primeira indicação de qualquer
processo de degradação[8].
Dalmolin et al. (2006) também avaliaram o efeito da exposição ao intemperismo natural
sobre as sacolas oxidegradáveis de PEAD/PEBD (70/30), observando um estágio de degradação bem
mais avançado em apenas 136 dias, apresentando fragmentação e perda de propriedades mecânicas
das sacolas em níveis satisfatórios. Estes resultados podem ser explicados pela possível diferença na
porcentagem e concentração de aditivo pró-degradante.

Figura 1: Análise visual das sacolas oxidegradáveis em função do tempo de exposição ao intemperismo natural.

A Figura 2 ilustra as curvas de TG e DTG das amostras em função do tempo de exposição ao


intemperismo natural e a Tabela 1 relaciona os dados determinados a partir destas curvas. Para a
amostra sem degradação, observa-se apenas um estágio de perda de massa com temperatura de

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início extrapolado de degradação (Tonset) igual a 452°C. Para as amostras expostas ocorreram
pequenas flutuações não significativas na Tonset e Tmáx, indicando que a técnica de TG/DTG não é
sensível para acompanhar a degradação do material, pois os espectros de FTIR detectaram a
presença do pico da carbonila, já a partir de 150 dias.

Figura 2. Curvas a) TG e b) DTG antes e após exposição ao intemperismo natural.

Tabela 1. Dados obtidos a partir das curvas TG e DTG das embalagens em função do tempo de exposição ao intemperismo natural.

Amostra Tonset (ºC) Tmáx (ºC) % perda de massa


sem degradação 452 482 85
60 dias 453 478 83
90 dias 454 480 87
120 dias 452 476 87
150 dias 455 482 89
180 dias 459 482 90
210 dias 455 484 88
240 dias 458 482 65

A figura 3 mostra os espectros de FTIR em função do tempo de exposição ao intemperismo


natural, onde a oxidação do material foi claramente demonstrada, com o aparecimento do pico de
carbonila em 1716 cm-1 a partir de 120 dias de exposição. Os grupos carbonila são encontrados na
maioria dos produtos de degradação do polietileno, podendo ser utilizados para monitorar o avanço
da degradação do material[9].

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Figura 3. Espectros de FTIR das sacolas oxidegradáveis antes e após exposição ao intemperismo natural.

Conclusões

Neste trabalho, o efeito da exposição ao intemperismo natural sobre as amostras de sacolas


oxidegradáveis foi acompanhado por análise visual, TG/DTG e FTIR. O primeiro indício observado
foi a descoloração das amostras após 120 dias. Somente com 210 dias de exposição, observou-se o
aparecimento de rachaduras que se intensificaram aos 240 dias. Entretanto, nesse período, as sacolas
ainda não haviam se fragmentado em pequenos pedaços.
Pelos espectros de FTIR, observou-se o aparecimento do grupo de carbonila em 1716 cm-1 a
partir de 120 dias, que se intensificou com o tempo de exposição.
Porém, as análises de TG/DTG não mostraram variações significativas para as amostras
expostas ao intemperismo natural, indicando que esta análise não foi sensível para o
acompanhamento degradação do material.

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Agradecimentos

Os autores agradecem a FAP/UNIVILLE e CNPq pelo apoio financeiro.

Referências Bibliográficas

1. G. M. Vinhas; Y. M. B. Almeida; M. A. G. A. Andrade; L. A. Santos Química Nova, 2007, 30,


1588.
2. E. Dalmolin; T. F. M. Ojeda; F. A. O. Camargo; M. M. C. Forte in 17º Congresso Brasileiro de
Ciência dos Materiais, Foz do Iguaçu, 2006, 8430.
3. A. S. F. Santos; J. A. M. Agnelli; S. Manrich Polímeros: Ciência e Tecnologia, 1999, 4, 194.
4. L. P. Mazur; E. C. Muniz; M. C. F. Garcia; A. L. S. Schneider; A. P. T. Pezzin in 18º
Congresso Brasileiro de Ciência dos Materiais, Porto de Galinhas, 2008, 9957.
5. I. Jakubowicz Evaluation Polymer Degradation and Stability, 2003, 80, 43.
6. RES Brasil.. Plásticos Oxi-biodegradáveis. Agosto, 2007. 29 diapositivos: color. Disponível em:
<www.cetesb.sp.gov.br/noticentro/2007/08/eduardo_van_roost.pdf >.
7. Instituto Plastivida. Mitos e fatos sobre os plásticos oxi-biodegradáveis. Agosto, 2007.
Disponível em: <http://www.plastivida.org.br/biodegradabilidade/Plasticos_oxi-
biodegradaveis_mitos_e_fatos.pdf>.
8. A. Shah, A.; F. Hasan, F.; A. Hameed, A.; S. Ahmed, S. Biotechnology Advances, 2008, 26,
265.
9. G.J.M. Fechine; D. S. Rosa; M. L. Rezende; N. Demarquette Polymer Engineering and Science,
2009, 49, 123.

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