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Musical, notação

Musical, notação
Nenhum sistema conhecido de notação pode registrar com exatidão todos os
elementos constitutivos do som: altura (localização exata de uma nota em uma
escala), duração, timbre e intensidade. A notação em pentagrama universalizou-se
no século XX, como resultado indireto de processos históricos: colonização,
atividade missionária e pesquisa etnomusicológica.
Notação musical é a representação visual da música. Como um auxílio à memória,
permite formular composições em um nível de complexidade que não seria possível
numa tradição exclusivamente oral e, como meio de comunicação, preserva a
música para posterior execução e análise.
Classificação. Os diversos sistemas de notação podem ser divididos em dois
grandes tipos: o de símbolos fonéticos, que utiliza principalmente palavras, sílabas,
abreviaturas, letras e números, e o de símbolos gráficos, que emprega curvas,
linhas, pontos e outras figuras abstratas. Entre as notações de tipo fonético,
destacam-se as alfabéticas, que estão entre as mais antigas de que se tem notícia.
São fonéticos o antigo sistema grego e os atuais indiano, chinês e arábico.
Notações de símbolos gráficos são a neumática, surgida pela primeira vez em
Bizâncio, a japonesa clássica, a mensuralista medieval e a atual, em pentagrama.
Outra distinção importante deve ser feita entre sistemas representativos, que
indicam o som e deixam a critério do instrumentista a maneira de produzi-lo; e
tablaturas, em que são representadas as partes dos instrumentos, sua digitação e
outras referências à técnica de execução.
Notação em pentagrama. Sobre o pentagrama (conjunto de cinco linhas) são
desenhadas figuras cuja forma designa a duração proporcional (ou valor) dos sons
e pausas musicais. Para estabelecer sua duração absoluta, são utilizados símbolos
escritos acima da pauta, que indicam quantos segundos deve soar determinada
figura, ou palavras como allegro, moderato ou largo, que indicam aproximadamente
a velocidade de execução.
A posição no sentido vertical da pauta representa a altura exata em hertz quando
interpretada juntamente com outros sinais, como a clave (sinal colocado à esquerda
de cada linha), a armadura de clave (conjunto de bemóis ou sustenidos que
acompanha a clave, a cada um dos quais correspondem duas tonalidades, uma
maior e outra menor, ditas relativas) e os acidentes (sustenidos, bemóis e
bequadros que, escritos antes de uma nota, alteram em um semitom sua altura
original). Sinais auxiliares podem sugerir ao executante procedimentos
interpretativos, relacionados a dinâmica, modificações de andamento e acentuação,
modos de ataque, timbre e ornamentos; ou servir de suporte à análise musical e à
técnica instrumental. Existem ainda sinais que indicam a forma geral da
composição, como ritornellos, sigmas e codas, que enviam o intérprete a outro
ponto da partitura; barras de compasso etc.
História. A primeira escrita que pode indubitavelmente ser reconhecida como
musical foi a dos neumas, do século IX na Europa. A notação neumática
empregava sinais ideográficos derivados dos acentos agudo, grave e circunflexo,
que indicavam apenas aproximadamente a direção ascendente ou descendente dos

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sons, sem fixar alturas definidas. Funcionava como guia para que o executante se
lembrasse de melodia já conhecida.
Os nomes ainda hoje usados para designar as notas musicais no Ocidente foram
estabelecidos por Guido d'Arezzo que, no final do século~X, extraiu-os das sílabas
iniciais dos versos de um hino a são João Batista: "Ut queant laxis / Resonare fibris
/ Mira gestorum / Famuli tuorum / Solve polluti / Labii reatum / Sancte Ioannes."
("Para que os servos / Possam fazer ressoar / Nas frouxas entranhas / Teus feitos
maravilhosos, / Perdoa as faltas / Dos lábios profanados, / São João.") O si, nota
raramente usada na música medieval, foi acrescentado muito depois, já no início do
século XVII e, por volta do século XVIII, o nome ut foi substituído por dó,
considerado mais eufônico.
Os teóricos dos séculos X e XI fizeram modificações na notação neumática, sendo
a mais importante a utilização da linha horizontal no século IX. A Guido d'Arezzo
atribuem-se também os fundamentos da notação moderna: introduziu o tetragrama
(conjunto de quatro linhas, precursor do atual pentagrama), com as letras F e C --
respectivamente fá e dó -- colocadas no início da primeira e terceira linhas, o que
deu origem às claves de fá e dó.
No tetragrama escreviam-se os neumas, o que resultou na notação quadrada do
século XII, em que as notas assumiam a forma de pequenos grupos de
quadriláteros chamados ligaduras. Essa é a notação das canções dos trovadores e
também do cantochão a partir do século XII. As ligaduras representavam também
um padrão rítmico, cujo perfil variava, no entanto, de acordo com o contexto em que
estivessem inseridas.
A polifonia vocal gerou a necessidade de medir com exatidão os valores das notas,
para a sincronização das várias melodias. O mensuralismo, que pouco a pouco se
transformou até chegar à notação atual, foi esboçado no século XIII por Franco de
Colônia. O pentagrama já era usado na música vocal do século XV. A partir do
século XVI as notas passaram a ser redondas e surgiu a barra de compasso, que
se consagrou apenas no século seguinte. Nos séculos XVIII, XIX e início do XX, a
notação em pentagrama passou por inúmeros aperfeiçoamentos e terminou por ser
adotada mundialmente.
Música contemporânea. Já Debussy, em Prélude à l'après-midi d'un faune (1894;
Prelúdio à tarde de um fauno), desprendeu-se da norma do compasso e dos
tempos fortes e fracos usualmente empregados. A notação tradicional tornou-se
ineficaz para grafar o pensamento musical, cuja evolução se operou a partir de
1950 em velocidade vertiginosa. No serialismo integral, formulado segundo um
sistema matemático, cada nota pode ter marcas individuais de dinâmica e tipo de
ataque, o que inclui extenso uso de técnicas não convencionais de execução. A
notação em pentagrama, nesse caso, mostra-se confusa e imprecisa. A música
aleatória, em que vários graus de interpretação da forma final da composição são
intencionalmente propostos, precisa deixar em aberto algumas informações e
oferecer escolhas ao executante. Produz partituras que, em lugar de procurar
garantir a eternização de uma obra musical, tornam-se um estímulo à criatividade.
Para isso, podem ser usadas descrições verbais, símbolos especialmente
desenvolvidos para determinada obra, ou mesmo figuras abstratas que pretendem

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inspirar o intérprete, numa técnica de escrita conhecida como grafismo. Somou-se a


isso a utilização dos novos instrumentos eletrônicos, cuja produção sonora precisa
às vezes ser registrada em forma de gráficos, símbolos matemáticos e diagramas.
As experimentações tomaram muitas vezes como ponto de partida o pentagrama,
mediante o acréscimo e a supressão de sinais e, em outros casos, procuraram
conceber sistemas inteiramente inéditos no campo musical. A rapidez com que se
operaram as mudanças foi responsável, no entanto, por um estado caótico, gerado
pela enorme diversidade de soluções pessoais adotadas. Só alguns elementos se
tornaram pouco a pouco codificados.
A partir de 1955, a adoção do chamado tempo probabilístico permitiu o surgimento
da notação proporcional contemporânea, na qual são abolidos os compassos e
barras divisórias, substituídos por uma escala de referência em que cada centímetro
de partitura representa um segundo. Ao invés das tradicionais figuras de duração,
generalizou-se o uso de uma linha horizontal depois da nota. Em outubro de 1972,
realizou-se em Roma um simpósio internacional sobre os problemas da atual grafia
musical. Concluiu-se ali que seria impossível uma unificação imediata da notação,
já que se está novamente em plena fase de pesquisa acerca da representação
gráfica de um fenômeno abstrato como a música.
Cifragem. Usados para notação de acordes e geralmente alfanuméricos, os
sistemas de cifragem abreviam a informação, para rápida apreensão visual. Por
serem menos detalhados que o pentagrama, dão maior liberdade ao intérprete, que
pode tocar uma mesma seqüência de várias maneiras diferentes.
O primeiro sistema de cifragem utilizado no Ocidente de forma sistemática,
principalmente por instrumentos de teclado, foi o baixo contínuo ou baixo cifrado,
surgido no século XVI. Atualmente em desuso, consistia na colocação de numerais
arábicos sob a linha melódica mais grave, escrita da maneira convencional em
pentagrama. Embora tenha conferido grande importância ao intérprete, a grafia de
boa parte do repertório de câmara dos séculos XVII e XVIII segundo sistema tão
impreciso impediu sua adequada preservação.
Permanecem em uso dois tipos principais de cifragem: o analítico e o prático. A
cifragem utilizada em análise harmônica -- estudo teórico das regras de
encadeamento dos acordes em determinada peça -- emprega numerais romanos de
I a VII para representar os acordes, além de sinais, letras e numerais arábicos (por
7
exemplo, IIIm ). A cifragem prática, característica da música popular, segue
exatamente a mesma estrutura, mas substitui os numerais romanos por letras que
7
indicam o nome da nota fundamental, como em Cm . Difundida internacionalmente
mas definida segundo os critérios pessoais de quem escreve, a cifragem prática
não está uniformizada e permite grafias diferentes para o mesmo acorde.
Música, teoria da; Ritmo musical

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