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Roteiro de aula 03
Nas exceções à sua aplicação previstas em lei especial, o CPP vale subsidiariamente.
Princípio da aplicação imediata da lei processual está previsto no artigo 2o, CPP, ou
seja, a lei processual penal será aplicada imediatamente. Com isso os atos anteriores são
plenamente eficazes, já que a lei nova processual tem eficácia ex nunc.
2. LEIS PROCESSUAIS MISTAS: são as leis que têm uma parte penal e outra
processual penal. EXEMPLO: artigo 366, CPP = suspende o processo é lei
processual, suspende a prescrição = é lei penal. STF: o artigo é irretroativo,
porque a parte penal é maléfica, assim, não pode retroagir. EUGÊNIO PACELLI
(posição majoritária inclusive no STF e no STJ): as leis de conteúdo misto
não podem ser separadas para fins de aplicação, do que resultaria, na
verdade, como que uma TERCEIRA legislação. LFG (posição minoritária):
discorda disso afirmando que pode haver a separação.
A questão da eficácia temporal pode ser analisada, ainda, sob o enfoque do estágio em
que se encontram os processos:
1. PROCESSO FINDO: encerrado sob a vigência da lei antiga, não sofrerá influência
da lei nova.
2. PROCESSO A SER INICIADO: será regido pela lei nova, mas, surgem algumas
questões quanto à ação e quanto à prova. Quanto à ação (pública, privada,
etc.), a tutela do direito far-se-á pela ação concedida pela lei do tempo em que a
ação for proposta. Quanto à prova, é preciso distinguir aquilo que é regulado
pelas leis substanciais daquilo que é regulado pelas leis processuais; as normas
processuais disciplinam a prova dos fatos em juízo, regulam a admissibilidade
das provas; as leis substanciais, ao estabelecer as condições de existência e
validade dos atos jurídicos, dão-lhe a forma de sua manifestação; as leis
processuais regerão os atos sob a sua vigência.
3. PROCESSO PENDENTE: válidos e eficazes são os atos realizados na vigência e
conformidade da lei antiga, aplicando-se imediatamente a lei nova aos atos
subseqüentes. Esta regra ampara até mesmo as leis de organização judiciária e
reguladoras de competência, as quais se aplicam de imediato aos processos
pendentes.
Obs.: MLA´S – Mutual Legal Assistance: podem ser trazidos por tratados
bilaterais, multilaterais ou apenas por compromisso de reciprocidade, não
havendo necessidade de exequatur.
Principais Tratados:
Afora esse rápido panorama acima sobre os atos de cooperação, fiz uma
pesquisa e detectei que a doutrina, sobre o presente tópico, se resume a mencionar
alguns pontos do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, do Pacto de San
José da Costa e do Estatuto de Roma. Como os dispositivos desses tratados e
convenções tratam de temas já conhecidos, principalmente princípios de direito
processual, achei por bem cuidar de apenas transcrevê-los, na maior parte do tempo,
porque eles são auto-explicativos. Além disso, ao examiná-los, percebe-se que eles são
muito repetitivos, afora o Estatuto de Roma, que trata de tema mais específico, qual seja,
do Tribunal Penal Internacional.
ESTATUTO DE ROMA
Foi assinado pelo Brasil em 07/02/2000 e foi aprovado pelo Decreto Legislativo
112, de 06/06/2002. Foi ratificado em 20.06/2002. Foi promulgado pelo Decreto 4.388, de
25/09/2002. O que é mais importante saber é que este estatuto criou o Tribunal Penal
Internacional com jurisdição permanente, dotado de personalidade jurídica própria, com
sede em Haia. É a primeira instituição permanente de justiça penal internacional.
Segundo Valério Mazzouli (in Revista de Informação Legislativa n. 164 out./dez. 2004),
dentre outras coisas sua importância avulta, porque significa o fim dos Tribunais ad hoc, a
exemplo do que foi o Tribunal de Nuremberg.
Artigo 102 - Termos Usados - Para os fins do presente Estatuto: a) Por "entrega",
entende-se a entrega de uma pessoa por um Estado ao Tribunal nos termos do presente
Estatuto. b) Por "extradição", entende-se a entrega de uma pessoa por um Estado a outro
Estado conforme previsto em um tratado, em uma convenção ou no direito interno.
O art. 77, § 1º, b, do Estatuto, prevê que o Tribunal pode impor à pessoa
condenada por um dos crimes de sua competência a pena de prisão perpétua se o
elevado grau de ilicitude do fato e as condições pessoais do condenado a justificarem. O
problema é um possível choque com o art. 5º, inc. XLVII, a, da CF, que proíbe as penas
de caráter perpétuo. A saída dada por Mazzuoli é a seguinte: “...a interpretação mais
correta a ser dada para o caso em comento é a de que a Constituição, quando prevê a
vedação de pena de caráter perpétuo, está direcionando o seu comando tão-somente
para o legislador interno brasileiro, não alcançando os legisladores internacionais ...”,
assim, ainda que o Brasil vede a pena de prisão perpétua internamente, isso não constitui
restrição para efeitos de extradição e de entrega.
1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de
um prazo razoável, por um juiz ou Tribunal competente, independente e imparcial,
estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal
formulada contra ela, ou na determinação de seus direitos e obrigações de caráter civil,
trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência,
enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa
tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por um tradutor ou intérprete, caso
não compreenda ou não fale a língua do juízo ou tribunal;
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada;
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios necessários à preparação de sua defesa;
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um
defensor de sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu
defensor;
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo
Estado, remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o acusado não se defender
ele próprio, nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela lei;
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no Tribunal e de obter o
comparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar luz
sobre os fatos;
g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se
culpada; e
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior.
3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma natureza.
4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser submetido a
novo processo pelos mesmos fatos.
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os
interesses da justiça.
Artigo 9º
§1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. Ninguém poderá ser
preso ou encarcerado arbitrariamente. Ninguém poderá ser privado de sua liberdade,
salvo pelos motivos previstos em lei e em conformidade com os procedimentos nela
estabelecidos.
§2. Qualquer pessoa, ao ser presa, deverá ser informada das razões da prisão e
notificada, sem demora, das acusações formuladas contra ela.
§3. Qualquer pessoa presa ou encarcerada em virtude de infração penal deverá ser
conduzida, sem demora, à presença do juiz ou de outra autoridade habilitada por lei a
exercer funções judiciais e terá o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta
em liberdade. A prisão preventiva de pessoas que aguardam julgamento não deverá
constituir a regra geral, mas a soltura poderá estar condicionada a garantias que
assegurem o comparecimento da pessoa em questão à audiência e a todos os atos do
processo, se necessário for, para a execução da sentença.
§4. Qualquer pessoa que seja privada de sua liberdade, por prisão ou encarceramento,
terá o direito de recorrer a um tribunal para que este decida sobre a legalidade de seu
encarceramento e ordene a soltura, caso a prisão tenha sido ilegal.
§5. Qualquer pessoa vítima de prisão ou encarceramento ilegal terá direito à reparação.
Artigo 10
§1. Toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser tratada com humanidade e respeito
à dignidade inerente à pessoa humana.
a) As pessoas processadas deverão ser separadas, salvo em circunstâncias
excepcionais, das pessoas condenadas e receber tratamento distinto, condizente com sua
condição de pessoas não condenadas.
b) As pessoas jovens processadas deverão ser separadas das adultas e julgadas o mais
rápido possível.
§2. O regime penitenciário consistirá em um tratamento cujo objetivo principal seja a
reforma e reabilitação moral dos prisioneiros. Os delinqüentes juvenis deverão ser
separados dos adultos e receber tratamento condizente com sua idade e condição
jurídica.
Artigo 14
§1. Todas as pessoas são iguais perante os Tribunais e as Cortes de Justiça. Toda pessoa
terá o direito de ser ouvida publicamente e com as devidas garantias por um Tribunal
competente, independente e imparcial, estabelecido por lei, na apuração de qualquer
acusação de caráter penal formulada contra ela ou na determinação de seus direitos e
obrigações de caráter civil. A imprensa e o público poderão ser excluídos de parte ou da
totalidade de um julgamento, quer por motivo de moral pública, ordem pública ou de
segurança nacional em uma sociedade democrática, quer quando o interesse da vida
privada das partes o exija, quer na medida em que isto seja estritamente necessário na
opinião da justiça, em circunstâncias específicas, nas quais a publicidade venha a
prejudicar os interesses da justiça; entretanto, qualquer sentença proferida em matéria
penal ou civil deverá tornar-se pública, a menos que o interesse de menores exija
procedimento oposto, ou o processo diga respeito a controvérsias matrimoniais ou à tutela
de menores.
§2. Toda pessoa acusada de um delito terá direito a que se presuma sua inocência
enquanto não for legalmente comprovada sua culpa.
§3. Toda pessoa acusada de um delito terá direito, em plena igualdade, às seguintes
garantias mínimas:
a ser informada, sem demora, em uma língua que compreenda e de forma minuciosa, da
natureza e dos motivos da acusação contra ela formulada;
a dispor do tempo e dos meios necessários à preparação de sua defesa e a comunicar-se
com defensor de sua escolha;
a ser julgada sem dilações indevidas;
a estar presente no julgamento e a defender-se pessoalmente ou por intermédio de
defensor de sua escolha; a ser informada, caso não tenha defensor, do direito que lhe
assiste de tê-lo, e sempre que o interesse da justiça assim exija, a Ter um defensor
designado ex officio gratuitamente, se não tiver meios para remunerá-lo;
a interrogar ou fazer interrogar as testemunhas de acusação e a obter comparecimento e
o interrogatório das testemunhas de defesa nas mesmas condições de que dispõem as de
acusação;
a ser assistida gratuitamente por um intérprete, caso não compreenda ou não fale a
língua empregada durante o julgamento;
a não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada.
§4. O processo aplicável aos jovens que não sejam maiores nos termos da legislação
penal levará em conta a idade dos mesmos e a importância de promover sua reintegração
social.
§5. Toda pessoa declarada culpada por um delito terá o direito de recorrer da sentença
condenatória e da pena a uma instância superior, em conformidade com a lei.
§6. Se uma sentença condenatória passada em julgado for posteriormente anulada ou
quando um indulto for concedido, pela ocorrência ou descoberta de fatos novos que
provem cabalmente a existência de erro judicial, a pessoa que sofreu a pena decorrente
dessa condenação deverá ser indenizada, de acordo com a lei, a menos que fique
provado que se lhe pode imputar, total ou parcialmente, e não-revelação do fato
desconhecido em tempo útil.
§7. Ninguém poderá ser processado ou punido por um delito pelo qual já foi absolvido ou
condenado por sentença passada em julgado, em conformidade com a lei e com os
procedimentos penais de cada país.
Nas cartas rogatórias, assim como nas sentenças estrangeiras, o sistema adotado é o da
contenciosidade limitada, vale dizer, a defesa só poderá versar sobre a) a autenticidade
dos documentos; b) a inteligência da decisão; c) a inobservância dos requisitos da
resolução n. 09; d) e afronta à soberania nacional e à ordem pública.
Não obstante a questão não ser pacífica, inegável é o fato de que com a mudança da
competência para processar e julgar, originariamente, a concessão de exequatur às
cartas rogatórias, houve uma grande transformação no entendimento perfilhado. A
Resolução n° 9, que dispõe sobre os requisitos e os procedimentos para tramitação das
rogatórias, permitiu expressamente a concessão do “cumpra-se” em medidas de caráter
executório, estatuindo, em seu artigo 7°, que: “As cartas rogatórias podem ter por objeto
atos decisórios ou não decisórios”. Ressalte-se, que com tal disposição, os pedidos de
quebra de sigilo bancário e telefônico passaram a ser deferidos, sem prejuízo à análise da
ordem pública e aos demais requisitos.
Carta Rogatória nº 438: A soberania nacional ou a ordem pública não restaram
afetadas, porquanto a novel ordem de cooperação jurídica internacional,
encartada na Convenção de Palermo (Convenção das Nações Unidas contra o
Crime Organizado Transnacional), prevê a possibilidade da concessão de
exequatur em medidas de caráter executório, em seus arts 12, partes 6 e 7; e 13,
parte 2.
Entendemos que o poder judiciário brasileiro deve evoluir conforme evoluem os meios
para se praticar o ilícito, de forma a equiparar forças com o ilegal. Tendo em vista o
crescimento do crime organizado internacional, mister que se afaste antigos preconceitos
infundados, e que se aplique da melhor forma todas as ferramentas necessárias, pois a
busca pela justiça nunca atentará contra a ordem pública. Pelo contrário, a justiça é um
direito constitucional dos cidadãos brasileiros.
Fundamento para a cooperação – qual seria a fonte normativa para sua existência: alguns
entendem que a fonte seria um dever genérico do estado de cooperar para um bem
comum; outros entendem que o princípio geral de proibição de abuso de direito levaria a
esse dever de cooperação.
Espécies de cooperação:
Cooperação Ativa: posição do Estado Requerente – o país requerente é o Brasil.
Cooperação Passiva: posição do Estado Requerido - cooperação judiciária
internacional dirigida ao nosso País, que atua como Estado requerido.
Meios de Cooperação Judiciária Internacional:
Homologação de sentenças estrangeiras: forma de cooperação pela qual se
reconhece efetividade à decisão proferida pelo judiciário de outro estado.
Cartas rogatórias: comporta vários atos, inclusive atos de natureza cautelar.
Pedidos de Cooperação “Stricto Sensu” (também denominado de auxílio direto):
feito pela via diplomática - ministério das relações exteriores.
Extradição: entrega de um pretenso criminoso.
Transferência de Presos.
Autoridade Central x Juízo de Valor? MPF entende que à autoridade central não
cabe a realização de juízo de valor.
3. Via Contato Direto: nesse caso se reconhece eficácia das ordens da autoridade de
um país no território de um outro. Ex.: juiz dá uma ordem para a polícia de outro
país, como se um país só fosse.
Cartas Rogatórias:
Pedido formal de auxílio para a correta condução e instrução de um processo existente ou
futuro, feito pela autoridade judiciária de um Estado a outra. Admitida mesmo na fase de
investigação.
Ato de colaboração entre Poderes Judiciários dos Estados, em que um Poder Judiciário
solicita diligências ao outro, estrangeiro.
Procedimento:
Pedido recebido no STJ:
Vias existentes: Via diplomática;
Via autoridade central;
Diretamente pela parte.
Objeto: atos decisórios ou não decisórios (art. 7º, caput, resolução n. 9 – STJ).
Segundo o posicionamento adotado pelo STJ, não haveria uma cláusula geral
vedando a possibilidade de carta rogatória executiva, caberia à autoridade
judiciária competente apreciar, no caso concreto, quanto à concessão do
exequatur.
STJ, CR 998:
Para ser exeqüível no Brasil, a quebra de sigilo bancário deve resultar de decisão judicial
emanada de órgão jurisdicional brasileiro ou de sentença estrangeira homologada pelo
Brasil.
AGRAVO REGIMENTAL. CARTA ROGATÓRIA. COOPERAÇÃO JURÍDICA. BRASIL.
ITÁLIA. DILIGÊNCIAS. VÍCIOS FORMAIS. INEXISTENTES. QUEBRA SIGILO
BANCÁRIO. SOBERANIA. ORDEM PÚBLICA. PARCIAL PROVIMENTO.
- No Direito italiano a Magistratura e o Ministério Público convivem em uma só estrutura
administrativa.
- A Procuradoria da República junto ao Tribunal de Parma tem legitimidade para solicitar
cooperação brasileira em investigações.
- O Ministério Público Italiano não tem competência para determinar a quebra de sigilo
bancário ou seqüestro de valores, tanto na Itália, como no Brasil: tal atribuição é privativa
de juiz.
- O seqüestro de valores depositados em contas correntes no Brasil depende de
sentença, previamente homologada pela Justiça brasileira, que o decrete.
Assistência Jurídica:
São os atos necessários à persecução penal do delito que não sejam a extradição, nem a
homologação de sentença estrangeira, nem a transferência de preso.
Conteúdo - art. 18.3 da Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade organizada
e transnacional:
Tomada de depoimento de testemunhas;
Declarações de acusados;
Envio de peças processuais;
Medidas preventivas de constrições judiciais: busca e apreensões, congelamentos
de contas bancárias;
Entrega de documentos;
Localização ou apreensão de bens;
Instrumentos do delito.
Qualquer outro tipo de assistência permitida pelo direito interno do país requerido -
cláusula de encerramento. Ex.: confisco de bens, perícias, medidas preventivas
probatórias de última geração (entregas vigiadas, teleconferência para colher
depoimentos, interceptação de telecomunicações).
Carta rogatória no Brasil: o ‘cumpra-se’ nas cartas rogatórias surge em 1894, por
meio da Lei 221. Quem dava o ‘cumpra-se’ era o poder executivo. A partir da CF
1934, o STF passou a ter competência para dar execução à carta rogatória. A partir
da EC 45/04, a competência passa a ser do STJ. O CPC trata a partir do art. 201.
O STJ editou a resolução nº 9 de 2005.
Quais diligências podem ser realizadas via carta rogatória? Fases de inquérito, de
instrução processual ou no decorrer do julgamento.
Carta rogatória ativa – é a expedida por autoridade judiciária da República
Federativa do Brasil. Não se faz necessário o exaquatur do STJ / Carta rogatória
passiva – é a requerida por uma autoridade judiciária estrangeira e recebida pelo
poder judiciário nacional. Ela necessita do exequatur do STJ (art. 105, I, ‘i’, CF).
Resolução nº 9, STJ:
Art. 7º As cartas rogatórias podem ter por objeto atos decisórios ou não decisórios.
Parágrafo único. Os pedidos de cooperação jurídica internacional que tiverem por
objeto atos que não ensejem juízo de delibação pelo Superior Tribunal de Justiça,
ainda que denominados como carta rogatória, serão encaminhados ou devolvidos
ao Ministério da Justiça para as providências necessárias ao cumprimento por
auxílio direto.
A lei 9.613/98 (lei de lavagem de dinheiro), art. 14 – esta lei cria o COAF (conselho
de operações de atividades financeiras) que fazem parte representante de várias
autoridades centrais, ligado ao Ministério da Fazenda. COAF é uma unidade de
inteligência financeira, ele circula as informações a respeito da lavagem de
dinheiro. Não é autoridade central.
A resolução 45, ONU recomenda que a cooperação jurídica fuja da carta rogatória
e seja feita via autoridade central.
MLAT (Brasil e EUA) – tratado legal de assistência mútua – aqui está presente a
autoridade central.
3. Via contato direto entre autoridades legitimadas. Assistência jurídica por meio de
contato direto. A autoridade pública de um Estado pede diretamente à autoridade
estrangeira competente a diligência ou informação necessária à instrução pré-
processual ou processual penal. Corre-se o risco de perder a prova porque ela não
passou pela autoridade central.