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DIREITO AMBIENTAL

PODER DE POLÍCIA E LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Por Fernanda Evlaine


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SUMÁRIO

1. PRINCIPAIS PONTOS SOBRE LICENCIAMENTO AMBIENTAL ......................................................................... 3


2. DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO ...........................................................................................13
3. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA .........................................................................................................................14
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ATUALIZADO EM 30/10/20171

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

1. PRINCIPAIS PONTOS SOBRE LICENCIAMENTO AMBIENTAL:

O licenciamento ambiental é o processo administrativo complexo que tramita perante a


instância administrativa responsável pela gestão ambiental, seja no âmbito federal, estadual ou
municipal, e que tem como objetivo assegurar a qualidade de vida da população por meio de um
controle prévio e de um continuado acompanhamento das atividades humanas capazes de gerar
impactos sobre o meio ambiente. O conceito legal de licenciamento ambiental está cunhado pelo
inciso I do art. 2° da Lei Complementar n. 140/2011, que o define como o:

O procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos


utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer
forma, de causar degradação ambiental.

O Art. 10, da Lei 6.938/81 prevê ainda que:

Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e


atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob
qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental.

1.1. DISTINÇÃO ENTRE LICENCIAMENTO E LICENÇA AMBIENTAL:


A licença ambiental é uma espécie de outorga com prazo de validade concedida pela
Administração Pública para a realização das atividades humanas que possam gerar impactos sobre o
meio ambiente, desde que sejam obedecidas determinadas regras, condições, restrições e medidas de
controle ambiental. O conceito legal de licença ambiental está cunhado pelo inciso II do art. 1º da
Resolução n. 237/97 do CONAMA2, que a define como:
Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições,
restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa

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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
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A regulamentação genérica do licenciamento no Brasil é dada pela Resolução 237/97 do CONAMA. Ela é a mais
importante que tem, inclusive para fins de provas de concursos.
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física ou jurídica, para localizar, insta lar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras
dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

Dessa forma, o licenciamento ambiental deve ser compreendido como o processo


administrativo no decorrer ou ao final do qual a licença ambiental poderá ou não ser concedida. Cada
etapa deve terminar com a concessão da licença correspondente, de maneira que as licenças
ambientais servem para formalizar que até aquela etapa o proponente da atividade cumpriu o que foi
determinado pela legislação ambiental e pela Administração Pública.
Ao falar em licença ambiental, referimo-nos ao ato final de cada etapa do licenciamento
ambiental, que é o ato de concessão do pedido feito ao Poder Público. Não se deve confundir o
licenciamento com a licença, já que aquele é o processo administrativo por meio do qual se verificam
as condições de concessão desta, e esta é o ato administrativo que concede o direito de exercer a
atividade.
OBS: Com a vigência da Lei Complementar 140/11 passou-se a utilizar um conceito mais
simples do que é licenciamento ambiental. Os dois conceitos são válidos. A diferença é que o conceito
da lei complementar é mais simplificado.

1.1.1. Peculiaridades da Licença Ambiental:


Em regra, não existe apenas uma licença ambiental, mas três, de acordo com o art. 8º da
Resolução CONAMA 237/97. Constituindo assim um sistema trifásico.

Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes


licenças:

I – Licença Prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento


ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e
estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua
implementação;

II – Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de


acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as
medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;

III – Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a


verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle
ambiental e condicionantes determinados para a operação.
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Parágrafo único – As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente,
de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.

A primeira delas é a licença prévia (LP) que aprova um projeto reconhecendo sua viabilidade
ambiental e sua localização.

É a primeira licença que será concedida pelo órgão ambiental ao empreendedor que, a partir
daí, deverá cumprir exigências para poder conseguir a próxima licença (condicionantes). A segunda
modalidade é a licença de instalação (LI). O seu conteúdo é liberar a implantação do empreendimento.
Ele pode ser construído, sem que possa entrar em funcionamento. Encerrada a construção e
cumpridas todas as condicionantes, o empreendedor pedirá a licença de operação (LO).

A licença ambiental necessariamente possuirá prazo de validade, que irá variar conforme a
modalidade de licença, podendo ser prorrogada de acordo com fundamentação adequada.

A licença prévia tem prazo de validade de até cinco anos (#DESPENCAEMPROVA), não
podendo ter lapso de tempo inferior ao necessário para a elaboração dos programas técnicos, ao
passo que a licença de instalação não poderá ter validade superior a seis anos. Já os prazos da licença
de operação variarão entre quatro e dez anos, a critério do órgão ambiental, sendo que a sua
renovação deverá ser requerida com a antecedência mínima de 120 dias de seu vencimento, ficando
automaticamente renovada até a manifestação do ente licenciante.3

Outra característica dessas licenças ambientais é que tais concessões pressupõem a realização
de um estudo de impacto ambiental.

Por fim, enquanto a licença administrativa se incorpora ao patrimônio jurídico do outorgado,


no Direito Ambiental não é assim, pois mesmo no prazo de validade a licença ambiental pode ser
SUSPENSA, ALTERADA ou, nos casos mais graves e em que não haja alternativa, ela pode ser
CANCELADA, na hipótese de graves e supervenientes riscos ao meio ambiente e à saúde pública. Nesse
sentido, dispõe o art. 19, inciso III, da Resolução 237 do CONAMA:

Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os


condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida,
quando ocorrer:
I – Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais.
II – Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da
licença.
III – Superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.

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#DESPENCAEMPROVA
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Deve-se relembrar, mais uma vez, a inexistência do direito adquirido a poluir, razão pela qual
a licença é considerada rebus sic stantibus. Vejamos as principais hipóteses de revisibilidade da licença
ambiental:
Estabelece uma espécie de sustação ou de sobrestamento de atividade até
que ocorra a adequação à legislação ambiental ou às condicionantes
Suspensão ambientais impostas pelo órgão ambiental.
A Suspensão é hipótese de retirada temporária.
A Anulação, Cassação e Revogação são hipóteses de retirada definitiva.
Ocorre nos casos de omissão ou falsa descrição de informações relevantes
Anulação que servirem para fundamentar a expedição da licença. Assim, pode-se
dizer que se trata de irregularidade na concessão da licença, que
desconsiderou os preceitos legais.
Cassação Trata-se de irregularidade posterior à concessão da licença ambiental, em
razão do pelo descumprimento das condicionantes ou da legislação
ambiental
Revogação Superveniência de graves riscos para o meio ambiente e para a saúde
pública.

* #ENTENDIMENTODOTCU: Constituem irregularidades graves a contratação de obras com base em


projeto básico elaborado sem a licença prévia, o início de obras sem a devida licença de instalação e o
início das operações do empreendimento sem a licença de operação (art. 7º, § 2º, inciso I, e art. 12 da
Lei 8.666/1993 c/c art. 8º, incisos I, II e III, da Resolução Conama 237/1997). TCU - Acórdão 727/2016-
Plenário. Relator: ANDRÉ DE CARVALHO.

#APROFUNDAMENTO
Licença simplificada
Como vimos, a regra no licenciamento ambiental é que cada licença ambiental seja expedida
ao final de cada etapa do processo administrativo, visto que cada tipo de licença se propõe a
finalidades específicas, ou seja, primeiro é concedida a licença prévia, depois a licença de instalação e
por fim a licença de operação.
Com relação às atividades de menor porte ou de menor potencial ofensivo, o órgão
ambiental poderá estabelecer um procedimento simplificado para essas atividades
independentemente da fase em que se encontrarem, tendo em vista o §2° do art. 12 da Resolução n.
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237/97 do CONAMA prever que “Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as
atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental, que deverão ser
aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente”.

#RESUMO #COLANATESTA
É concedida na fase preliminar do projeto, estabelecendo a sua
Licença Prévia – LP viabilidade ambiental e os requisitos a serem atendidos nas
próximas fases.
Possui prazo de validade de até 05 (cinco) anos.
Licença de Instalação – LI Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade.
Possui prazo de validade de até 06 (seis) anos.
Autoriza que o empreendimento ou atividade seja finalmente
Licença de Operação – LO colocado em prática.
Possui prazo de validade que varia entre 04 (quatro) e 10 (dez)
anos.
Licença Simplificada Autoriza o funcionamento de atividades e empreendimentos de
pequeno potencial de impacto ambiental em uma única etapa.

#LINKSMENTAIS
Podemos resumir as principais características da licença ambiental em:
a) Diferentes modalidades;
b) Prazos de validade diferenciados;
c) Pressupõem prévio Estudo de Impacto Ambiental;
d) Não incorporam o patrimônio jurídico do outorgado.

1.2. OBJETIVO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL:


O licenciamento ambiental tem como objetivo efetuar o controle das atividades efetiva e
potencialmente poluidoras, através de um conjunto de procedimentos a serem determinados pelo
órgão ambiental competente, com o intuito de defender o equilíbrio do meio ambiente equilibrado e a
qualidade de vida da coletividade.
Essa busca pelo controle ambiental se manifesta através de uma série de exigências e de
procedimentos administrativos que o Poder Público impõe, visto que existem normas e padrões de
qualidade ambiental que devem ser obedecidos.
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1.3. LICENCIAMENTO AMBIENTAL MÚLTIPLO:


Ele é vedado no Brasil. O licenciamento ambiental múltiplo é aquele licenciamento realizado
por mais de uma esfera de governo. Ocorre que o licenciamento deve ser federal, estadual ou
municipal, não sendo possível que dois entes se unam para fazê-lo. Esta proibição não existe de hoje,
sendo prevista inicialmente no art. 7º da Resolução CONAMA 237/87, declarada inconstitucional por
ter extrapolado o seu poder regulamentar. Atualmente, tal proibição permanece, pois agora consta do
art. 13 da Lei Complementar 140/11:
Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente,
por um único ente federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta
Lei Complementar.
§ 1º Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável
pela licença ou autorização, de maneira não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do
licenciamento ambiental.
§2º A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada pelo
ente federativo licenciador.
§3º Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins devem
guardar relação de proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço prestado pelo ente
federativo.

1.4. ART. 14 DA LC 140/11:


Atenção às disposições do art. 14, e cuidado para não confundir o disposto no §3º, com a
renovação tácita do licenciamento (§4º), que será estudada no próximo tópico.

Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos para tramitação dos
processos de licenciamento.

§ 1o As exigências de complementação oriundas da análise do empreendimento ou atividade


devem ser comunicadas pela autoridade licenciadora de uma única vez ao empreendedor, ressalvadas
aquelas decorrentes de fatos novos.

§ 2o As exigências de complementação de informações, documentos ou estudos feitas pela


autoridade licenciadora suspendem o prazo de aprovação, que continua a fluir após o seu atendimento
integral pelo empreendedor.

§ 3o O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não implica
emissão tácita nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, mas instaura a
competência supletiva referida no art. 15.

1.5. RENOVAÇÃO DO LICENCIAMENTO:


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A Lei Complementar 140/11 dispõe sobre a renovação do licenciamento em seu art. 14,
determinando que ele deve ser solicitado até cento e vinte dias ANTES do vencimento. Sendo
solicitado, se o órgão responsável não se manifestar, operar-se-á a renovação tácita da licença até
manifestação em contrário. Assim, a renovação tácita ocorre quando o órgão ambiental não se
manifesta no prazo sobre o requerimento de renovação de licença.

Art. 14, § 4o A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência
mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença,
ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental
competente.

1.6. AÇÃO SUPLETIVA DOS ENTES FEDERATIVOS:


Supletiva aqui, diz respeito à substituição. Esta atuação, na prática do licenciamento, ocorre
nos casos em que, por exemplo, determinado empreendimento deve ser licenciado pelo órgão
municipal que por sua vez não conta com estrutura ou, havendo órgão, não detém capacidade técnica
para realizá-lo. Em tal caso, o empreendimento não poderá ficar sem licenciamento. Por conta disso, o
órgão estadual atuará supletivamente, substituindo-o. Caso o próprio órgão estadual também não
possa realizar a tarefa, o IBAMA assumirá supletivamente. Isso consta do art. 15 da Lei Complementar
140/11:

Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de
licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:

I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no


Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou distritais até a sua
criação;

II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o


Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e

III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no


Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um daqueles
entes federativos.

Determinado ente político, como apontado acima, só pode licenciar se tiver um órgão
capacitado e um conselho do meio ambiente. Apesar de afirmar-se que ambos são necessários, a lei,
em todos os incisos menciona a presença de um ou outro.

1.7. AÇÃO SUBSIDIÁRIA DOS ENTES FEDERATIVOS:


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Atuação administrativa supletiva não deve ser confundida com a ação administrativa
subsidiária. Em muitos casos os termos supletivo e subsidiário podem ser utilizados como sinônimos,
mas não nessa situação. A FCC e a VUNESP já exploraram isso diversas vezes em suas provas.
A Ação Administrativa Subsidiária vem de subsídios, quando uma entidade política colabora
com a outra, com informações, apoio logístico ou com recursos. A ação administrativa subsidiária tem
que ser solicitada e está prevista no art. 16 da LC 140/2011:

Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio
técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação.

Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da
atribuição nos termos desta Lei Complementar.

#RESUMO

A ação supletiva é automática, não precisa ser solicitada.


Ocorre quando o ente detentor da competência de
licenciamento não conta com os requisitos estabelecidos
Atuação Supletiva em Lei.
Ação supletiva pode ser entendida como sinônimo de
SUBSTITUIÇÃO.
Necessita ser solicitada pelo ente originariamente
detentor da atribuição do licenciamento.
Ação Administrativa Subsidiária Não possui requisitos como ausência de órgão capacitado,
como na atuação supletiva.
A palavra chave aqui é APOIO e COOPERAÇÃO.

1.8. REGRAS DE COMPETÊNCIA PARA PROMOVER O LICENCIAMENTO AMBIENTAL:

No inciso XIV do art. 7º da LC 140/2011 foram listadas as competências federais, que são
desenvolvidas através do IBAMA. No art. 9º, também em seu inciso XIV, foram listadas as
competências para o licenciamento municipal. Quanto aos estados, temos uma competência residual.
O que não for de competência federal ou municipal será licenciado pelos estados. O Distrito Federal,
como lhe é comum, acumula as competências estaduais e municipais. Feita esta introdução, passemos
à análise específica dos casos de competências. É interessante sempre buscar a lógica para os casos
definidores de competência, já que o rol de critérios e de atividades é muito extenso e de difícil
memorização.
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#PROCURADORIAS #DEOLHONALEI #JÁCAIUEMPROVA – Art. 5º, LC 140: O ente federativo
poderá delegar, mediante convênio, a execução das ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei
Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a
executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente.4

1.8.1. Competências do IBAMA – Federal:


Dispõe o art. 7º, inciso XIV:

XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:

a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;

Em outras palavras, empreendimentos realizados na zona de fronteira. Este é um critério de


segurança nacional, ligado à soberania do Estado brasileiro. Se há um empreendimento nesta área,
v.g., nos limites entre Brasil e Paraguai, o licenciamento ambiental deverá ser fornecido pelo IBAMA,
por ser uma questão internacional.

b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona


econômica exclusiva;

São os casos de petróleo. Questões relacionadas ao mar envolvem a soberania, colocando em


jogo o interesse e a própria segurança nacional. Sabemos que os recursos da plataforma continental
são de propriedade da União (Sabemos? Não esquece!), fator a mais para se concluir que as
competências neste caso realmente são dela. Portanto, nesse caso insere-se não somente o critério da
segurança nacional, como também o da propriedade federal.

c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;

Aqui foi adotado o critério da dominialidade dos bens públicos federais já que as terras
indígenas são bens públicos afetados ao usufruto vitalício dos índios. Até mesmo eles precisarão de
licenciamento ambiental quando forem realizar atividades que possam causar impactos ambientais.

d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto


em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);

As unidades de conservação constituem modalidade de espaço ambiental especialmente


protegido. No total, a Lei 9.985/00 prevê doze espécies de unidade de conservação. Em onze delas, a
regra de competência para o licenciamento ambiental acompanha o critério do ente instituidor, isto é,
se a União criar uma unidade de conservação, ela instituirá os licenciamentos de atividades que ali
forem estabelecidas e assim sucessivamente.

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Ressalta-se mais uma vez a importância da leitura do texto da Lei.
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Porém, em um caso apenas o legislador não adotou este critério, sendo este justamente o da
área de proteção ambiental (APA), não se adotando para ela o critério do ente político instituidor. Se a
União criar uma dessas, não necessariamente será o IBAMA o órgão responsável pela concessão de
licenciamento de atividade realizada naquele local. O critério é outro, fixado em outro artigo, analisado
infra. Ela foge à regra geral, pois ela é a unidade de conservação mais frequente no Brasil.

e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;

Aqui se adota o critério da extensão do impacto ambiental. Um empreendimento localizado


em dois ou mais estados da federação será de competência federal, já que se trata de impacto de
ordem regional. É o que ocorreu com o licenciamento das obras que vêm sendo realizadas no Rio São
Francisco, envolvendo os estados da BA e do CE.
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder
Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei
Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999;

Empreendimentos dessa natureza poderão ter seus licenciamentos dispensados conforme


parte final do dispositivo, mas, sendo este necessário, será feito pelo IBAMA.

g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor


material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas
e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou

O critério aqui, assim como no da alínea anterior, é o da segurança nacional. A competência


material para lidar com material nuclear é da União.

h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade
ou empreendimento;

Este dispositivo traz uma hipótese aberta, de forma que, no futuro, poderemos ter outras
competências federais além dessas elencadas no inciso h. A comissão tripartite nacional pode propor à
Presidência da República que, através de um decreto, preveja outros casos de competência federal
considerando o porte, o potencial poluidor e a natureza da atividade ou do empreendimento.

1.8.2. Competências do Município:

Não custa lembrar que, somente aqueles municípios dotados de órgãos devidamente
estruturados e capacitados para o licenciamento, e que contem com um conselho municipal do meio
ambiente (a lei fala em “ou”) poderão realizar a atividade de licenciamento. Vamos as suas hipóteses:
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XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte,
potencial poluidor e natureza da atividade; ou
Esta primeira hipótese de competência municipal leva em consideração o critério do impacto
ambiental. São aqueles empreendimentos cujos impactos ambientais não ultrapassem as fronteiras do
município de forma que, possuindo este órgão ambiental capacitado, bem como conselho municipal
do meio ambiente, ele será competente para realizar o licenciamento, desde que haja a avaliação do
conselho municipal. Novidade trazida por esta lei foi a avaliação que deve ser feita por estes
conselhos, de acordo com o critério de porte, potencial poluidor e natureza da atividade, para declarar
se o órgão é capacitado ou não para determinado licenciamento.

b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de


Proteção Ambiental (APAs);

Aqui, deve ser feita a mesma observação que foi apontada acima para a União.
1.8.3. Competências dos Estados:

Art. 8º São ações administrativas dos Estados:


XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar
degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º e 9º;

1.8.4. Competências do DF:

Como sendo uma entidade federativa híbrida, contará com competências estaduais e
municipais. Vide art. 10:

Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos arts. 8º e 9º.

1.8.5. Regras de licenciamento para Áreas de Preservação Ambiental – APAS:

Essas são as unidades de conservação mais comuns espalhadas pelo território brasileiro, não
se adotando para elas o critério da entidade instituidora. Os critérios adotados para elas são alguns
daqueles que já foram vistos como se verifica no art. 12 da Lei Complementar 140/11:

Art. 12. Para fins de licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores


de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental, e para autorização de supressão e manejo de vegetação, o critério do
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ente federativo instituidor da unidade de conservação não será aplicado às Áreas de Proteção
Ambiental (APAs).
Por exemplo, estando a APA na zona de fronteira, a competência para o seu licenciamento
será do IBAMA (art. 7º, XIV, a); já estando ela inserida no mar territorial, a competência também será
do IBAMA (art. 7º, XIV, b); sendo ainda um APA em que o grau de poluição gere apenas impacto local,
neste caso, a competência para o licenciamento será do órgão municipal, quando habilitado pelo
conselho municipal (art. 9º, XIV); etc.

Pode-se perceber que essa competência é problemática, pois, imagine um empreendimento


em APA que causará impacto local e que seja localizado em mar territorial, teremos, em um só caso,
misturados dois critérios, não informando a lei qual deles prevalece, sendo este um caso passível de
discussão na prática.

1.9. INTERVENÇÃO DO JUDICIÁRIO NO LICENCIAMENTO:

O Poder Judiciário pode controlar o mérito de uma licença ambiental?

De acordo com o Supremo, não poderá, o Poder Judiciário, entrar na questão da viabilidade
da licença ambiental, no seu MÉRITO. Esse caso chegou ao STF quando da discussão das obras de
transposição do Rio São Francisco:

Se não é possível considerar o projeto como inviável do ponto de vista ambiental, ausente
nesta fase processual qualquer violação de norma constitucional ou legal, potente para o deferimento
da cautela pretendida, a opção por esse projeto escapa inteiramente do âmbito desta Suprema Corte.
Dizer sim ou não à transposição não compete ao Juiz, que se limita a examinar os aspectos
normativos, no caso, para proteger o meio ambiente. 6. Agravos regimentais desprovidos. (ACO-MC-
AgR 876).

2. DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO

DIPLOMA DISPOSITIVO
Constituição Federal Artigo nº 225
Lei nº 6.938 Artigo nº 10
Resolução 237 – CONAMA Leitura Integral
LC 140/2011 Art. 1 ao 17

3. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
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Esse material é uma fusão das seguintes fontes:

1. Direito Ambiental, coleção Sinopses – Talden Faria e outros – Editora Juspodivm.

2. Resumo de Direito Ambiental Esquematizado – Frederico Amado – Editora Juspodivm.

3. Coleção resumos para concursos, Direito Ambiental – Frederico Amado.

4. Informativos esquematizados do Dizer o Direito – Márcio André Cavalcante Lopes.

5. Anotações pessoais de aulas.

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