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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 

Departamento de Matemática 
 
 

APOSTILA DE 
LABORATÓRIO DE 
ESTUDOS 
MATEMÁTICOS I 
 
 
 
 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
1ª Edição – Setembro de 2007 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 
2007
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO 1: OBJETIVO DA APOSTILA   ........................................................................................ 3 
Texto Complementar: Um Pouco Mais Sobre a Matemática   ....................................  3 
CAPÍTULO 2: MÉTODOS E TÉCNICAS DE ESTUDO   .........................................................................  5 
Compreensão e Retenção de Conteúdo   ..................................................................... 5 
Memorização   .............................................................................................................. 8 
Dicas Para Estudo    ....................................................................................................... 11 
Texto Complementar: A História do π   .......................................................................  12 
CAPÍTULO 3: OBTENÇÃO DE CONTEÚDO DE APOIO .......................................................................  17 
Biblioteca Central   .......................................................................................................  17 
Biblioteca Setorial   ....................................................................................................... 17 
Bibliotecas Virtuais    ....................................................................................................  18 
Sites de Pesquisa Acadêmica   .....................................................................................  19 
Outros Sites Importantes    ..........................................................................................  19 
Texto Complementar: A Evolução do Conceito de Função   .......................................  20 
CAPÍTULO 4: CONSTRUÇÃO DE CONCEITO MATEMÁTICOS   ............................................................. 25 
Terminologia Matemática  ...........................................................................................  25 
      Teoremas Notáveis  ......................................................................................................  26 
Texto Complementar: Número de Ouro e A Seqüência de Fibonacci   .......................  28 
CAPÍTULO 5: MAPAS CONCEITUAIS E MENTAIS  ...........................................................................  33 
Mapas Conceituais  ......................................................................................................  33 
Mapas Mentais    .......................................................................................................... 38 
Texto Complementar: Spira Mirabilis: A Espiral Logarítmica  .....................................  40 
CAPÍTULO 6: RESUMOS  ..........................................................................................................  47 
O que é um Resumo?  ..................................................................................................  47 
Apresentação de Resumo    .......................................................................................... 48 
Exemplos de Resumos de Trabalhos    .........................................................................  49 
Texto Complementar: Aplicações do Número de Ouro e Espiral Logarítmica ............  51 
CAPÍTULO 7: RESENHAS OU RESUMOS CRÍTICOS   .......................................................................... 57 
O que é um Resenha?  .................................................................................................. 57 
Estrutura da Resenha ...................................................................................................  57 
Texto Complementar: O Problema da Quadratura do Círculo   ..................................   60 
CAPÍTULO 8: FICHAMENTOS   ....................................................................................................  65 
O que é um Fichamento?  ............................................................................................  65 
Principais Tipos de Fichamentos    ...............................................................................  66 
Texto Complementar: Fractais    .................................................................................  68 
CAPÍTULO 9: REFERÊNCIAS E CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS  ................................................................  73 
Referências Bibliográficas  ...........................................................................................  73 
Citações    .....................................................................................................................  78 
Texto Complementar: Os Números Primos   ...............................................................  81 
CAPÍTULO 10: ARTIGOS E CONGRESSOS CIENTÍFICOS  ....................................................................  85 
Artigos Científicos  .......................................................................................................  85 
Eventos Científicos  ......................................................................................................  92 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  1 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos 
Matemáticos I 
Texto Complementar: O Que é Etnomatemática?  .....................................................   97 
CAPÍTULO 11: APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS  ....................................................................   103
Preparação da Apresentação Científica  ......................................................................  103
Estrutura de Apresentação Científica  .........................................................................  105
Recursos Visuais   .........................................................................................................  107
Sugestões Para Apresentação   ....................................................................................  110
Texto Complementar: George Cantor e os Transfinitos  ...................................... ......  111
CAPÍTULO 12: PROJETO DE PESQUISA  ........................................................................................   117
O que é um Projeto de Pesquisa?  ...............................................................................  117
Onde Usar um Projeto de Pesquisa?  ...........................................................................  117
Estrutura de um Projeto de Pesquisa  ..........................................................................  117
Classificação da Pesquisas   ..........................................................................................  123
Etapas antecessoras à Redação do Projeto  .................................................................  124
Texto Complementar: Biografia de Matemáticos Famosos – Parte I  .........................   125
CAPÍTULO 13: INICIAÇÃO CIENTÍFICA  .........................................................................................   131
O que é Iniciação Científica?  .......................................................................................  131
Quais são os Possíveis Ganhos?  ..................................................................................  131
Quem Pode Fazer?  ......................................................................................................  132
Como Obter Bolsas?   ...................................................................................................  133
Como Publicar os Resultados Obtidos?  .......................................................................  135
Texto Complementar: Biografia de Matemáticos Famosos – Parte II  ........................   138
CAPÍTULO 14: RELATÓRIO TÉCNICO‐CIENTÍFICO  ...........................................................................   143
Conceito de Relatório, Objetivos e Tipos    ..................................................................  143
Fases de um Relatório  .................................................................................................  144
Estrutura de um Relatório  ...........................................................................................  144
Apresentação Gráfica   .................................................................................................  147
Texto Complementar: Biografia de Matemáticos Famosos – Parte III  .......................   148
CAPÍTULO 15: MONOGRAFIA, DISSERTAÇÃO E TESE  .....................................................................   153
Monografia ...................................................................................................................  153
Dissertação e Tese   ......................................................................................................  153
Organização de Monografias, Dissertações ou Teses   ................................................  153
Quanto se Demora para Escrever uma Monografia? ...................................................  157
Dicas   ...........................................................................................................................  158
Estrutura Geral    ..........................................................................................................  159
Aspectos Gráficos   .......................................................................................................  159
Texto Complementar: Biografia de Matemáticos Famosos – Parte IV  .......................   160
 
 
 
 
 
 
 
 
 

                                                                                  Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
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1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

CAPÍTULO 1
OBJETIVO DA APOSTILA
O principal objetivo do curso de Laboratório de Estudos Matemáticos I (LEMA 
I) é introduzir o aluno na leitura e redação de textos científicos nas áreas acadêmicas 
de Matemática Pura, Matemática Aplicada e Computacional e Educação matemática. 
Apresentar técnicas de estudo e meios para busca de conteúdo que contribuam para 
o  desenvolvimento  do  aluno  dentro  do  curso  de  graduação,  também  é  um  dos 
objetivos  desta  disciplina,  bem  como  proporcionar  ao  aluno  uma  visão  global  das 
experiências  extencionistas  presentes  em  um  ambiente  universitário.  Em  cada  aula 
do curso de LEMA I, pretende‐se abordar um capítulo desta apostila.  
 
TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
SAIBA MAIS UM POUCO SOBRE A MATEMÁTICA 
 
A Matemática (do grego máthēma (μάθημα): ciência, conhecimento, aprendiza‐
gem; mathēmatikós (μαθηματικός): apreciador do conhecimento) é o estudo de pa‐
drões de quantidade, estrutura, mudanças e espaço. 
Na visão moderna,  é a investigação de estruturas abstratas definidas axiomati‐
camente, usando a lógica formal como estrutura comum. As estruturas específicas ge‐
ralmente  têm  sua  origem  nas  ciências  naturais,  mais  comumente  na  Física,  mas  os 
matemáticos  também  definem  e  investigam  estruturas  por  razões  puramente 
internas à matemática, por exemplo, ao perceberem que as estruturas fornecem uma 
genera‐lização unificante de vários sub‐campos.  
Muitos matemáticos estudam as áreas que escolheram por razões estéticas, sim‐
plesmente porque eles acham que as estruturas investigadas são belas em si mesmas. 
Historicamente,  as  principais  disciplinas  dentro  da  matemática  surgiram  da  neces‐
sidade de se efetuarem cálculos no comércio, medir terras e predizer eventos astronô‐
micos.  Estas  três  necessidades  podem  relacionadas  com  as  grandes  subdivisões  da 
matemática: o estudo das estruturas, o estudo dos espaços e o estudo das alterações. 
O estudo de estruturas começa com os números naturais e números inteiros. As 
re‐gras  que  governam  as  operações  aritméticas  são  as  da  Álgebra  Elementar  e  as 
proprie‐dades  mais  profundas  dos  números  inteiros  são  estudadas  na  Teoria  dos 
Números.  A  investigação  de  métodos  para  resolver  equações  leva  ao  campo  da 
Álgebra  Abstrata,  que,  entre  outras  coisas,  estuda  anéis  e  corpos,  estruturas  que 
generalizam  as  propriedades  possuídas  pelos  números.  O  conceito  de  vetor, 
importante  para  a  física,  é  generalizado  no  espaço  vetorial  e  estudado  na  Álgebra 
Linear. 
O estudo do espaço se originou com a Geometria, primeiro com a Geometria Eu‐
clidiana  e  a  Trigonometria;  mais  tarde  foram  generalizadas  nas  Geometrias  não‐

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

Euclidi‐anas,  as  quais  cumprem  importante  papel  na  formulação  da  Teoria  da 
Relatividade.  A  Teoria  de  Galois  permitiu  resolverem‐se  várias  questões  sobre 
construções  geométricas  com  régua  e  compasso.  A  Geometria  Diferencial  e  a 
Geometria  Algébrica  generalizam  a  geometria  em  diferentes  direções:  a  geometria 
diferencial  enfatiza  o  conceito  de  sis‐temas  de  coordenadas,  equilíbrio  e  direção, 
enquanto  na  geometria  algébrica  os  obje‐tos  geométricos  são  descritos  como 
conjuntos  de  solução  de  equações  polinomiais.  A  Teoria  dos  Grupos  investiga  o 
conceito  de  simetria  de  forma  abstrata  e  fornece  uma  ligação  entre  os  estudos  do 
espaço  e  da  estrutura.  A  Topologia  conecta  o  estudo  do  espaço  e  o  estudo  das 
transformações, generalizando es espaços, focando‐se no com‐ceito de continuidade.  
Entender  e  descrever  as  alterações  em  quantidades  mensuráveis  é  o  tema  co‐
mum das ciências naturais e o Cálculo foi desenvolvido como a ferramenta mais útil 
para fazer isto. A descrição da variação de valor de uma grandeza é obtida por meio 
do  conceito  de  função.  O  campo  das  Equações  Diferenciais  fornece  métodos  para 
resol‐ver problemas que envolvem relações entre uma grandeza e suas variações. Os 
nú‐meros reais são usados para representar as quantidades contínuas e o estudo deta‐
lhado das suas propriedades e das propriedades de suas funções consiste na Análise 
Real,  a  qual  foi  generalizada  para  Análise  Complexa,  abrangendo  os  números  com‐
plexos.  
Para  esclarecer  e  investigar  os  fundamentos  da  matemática,  foram  desenvolvi‐
dos os campos da Teoria dos Conjuntos, Lógica Matemática e Teoria dos Modelos. 
Uma teoria importante desenvolvida pelo ganhador do Prêmio Nobel de Econo‐
mia,  John  Nash,  é  a  Teoria  dos  jogos,  que  possui  atualmente  aplicações  nos  mais 
diver‐sos campos, como no estudo de disputas comerciais. 
Um  importante  campo  na  matemática  aplicada  é  a  Estatística,  que  permite  a 
des‐crição, análise e previsão de fenômenos aleatórios e é usada em todas as ciências. 
A  Análise  Numérica  investiga  os  métodos  para  resolver  numericamente  e  de  forma 
efici‐ente  vários  problemas  usando  computadores  e  levando  em  conta  os  erros  de 
arre‐dondamento.  A  Matemática  Discreta  é  o  nome  comum  para  estes  campos  da 
mate‐mática  úteis  na  ciência  computacional.  A  Otimização  é  um  ramo  que  estuda 
proble‐mas de otimização em conjuntos. O problema pode ser de minimização ou de 
maxi‐mização desta função.  

▪ 
Faz‐se  ciência  com  os  fatos,  como  se  faz  uma  casa  com  pedras;  mas  uma  acu‐
mulação de fatos não é ciência, assim como um monte de pedras não é uma casa.ʺ 
 
Henri Poincaré 
 
ʺBase oito é exatamente igual a base dez, se você não tiver dois dedos.ʺ 
 
Tom Lehrer 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  5 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

CAPÍTULO 2 
MÉTODOS E TÉCNICAS DE ESTUDO
Obter  bons  resultados  acadêmicos  é  o  objetivo  da  maioria  dos  estudantes  em 
um ambiente universitário. Porém, estes bons resultados apenas se conseguem com 
estratégias  eficazes;  desta  forma  é  importante  saber  como  e  quando  estudar.  São 
apresentadas neste capítulo algumas sugestões para que você possa otimizar o tempo 
dedicado aos estudos.  
A idéia de que chega assistir às aulas para se saber a matéria não é verdade. É 
necessário  estudar  em  casa,  copiar  os  apontamentos  das  aulas,  saber  consultar  os 
cadernos ou outros livros auxiliares. 
Não se deve estudar apenas para as disciplinas de que mais se gosta, muito me‐
nos estudar só nas vésperas das avaliações, mas se não houver outra alternativa, exis‐
tem  algumas  regras  que  poderão  tornar  uma  noite  de  estudos  relativamente  bem 
sucedida. 
Deve evitar‐se estudar muitas horas seguidas antes dos testes, porque, devido à 
falta de tempo e conseqüentes ansiedade e insegurança, começa‐se a ter dificuldades 
de concentração e de memorização para organizar toda a informação estudada. 
 
2.1 COMPREENSÃO E RETENÇÃO DE CONTEÚDOS1 
Existem três formas de leitura: 

1. Leitura na diagonal: É um tipo de leitura rápida, em que o objetivo é procu‐
rar uma informação específica ou identificar as idéias principais de um texto, 
permitindo organizar melhor seu estudo. Outra utilidade desta forma de lei‐
tura  é  descobrir  rapidamente  se  o  texto  em  seu  poder  atende  ou  não  suas 
necessidades. 
2. Leitura crítica: É um tipo de leitura mais pormenorizado, em que se procura 
distinguir e relacionar idéias e conceitos. 
3. Leitura estética: Faz‐se por entretenimento ou simplesmente para apreciar o 
estilo e talento de um autor. Um bom exemplo seriam os romances. 

As estratégias mais importantes que nos ajudam a compreender e a reter o que 
estudamos são: 
 
9 Leitura eficaz;  
9 Notas na margem do texto;  
9 Clarificar;  

  Responsáveis  pelo  texto:  Innovagency  Contraste  e  ©  EDUCARE  ‐  Soluções  Educacionais  SA,  2000. 
1

Pedidos de informação para info@edunau.net. Mantido por webmaster@edunau.net

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

9 Sublinhar;  
9 Parafrasear;  
9 Resumir. 
 
LEITURA EFICAZ 
Faça uma leitura na diagonal, isto é, dê olhada pela matéria buscando uma idéia 
geral da informação que ela contém. Em seguida, leia atentamente os conteúdos refe‐
rentes  à  informação  que  interessa,  sublinhando  e  tomando  notas  nas  margens  do 
livro ou numa folha de caderno. 
Escreva as definições dos conceitos que considerar essenciais para compreender 
a  matéria.  Escreva  as  perguntas  e  respostas  que  julgar  importante,  para  facilitar  a 
aquisição dos conhecimentos. 
Não passe de uma parte para a outra de um texto sem que a primeira esteja bem 
compreendida. Normalmente existe um fio condutor em um texto. 
 
NOTAS À MARGEM DO TEXTO 
Para  evidenciar  a  estrutura  de  um  texto,  você  poderá  tomar  notas  em  sua  mar‐
gem. Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, etc. A 
colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja 
mais fácil identificar as partes que está estudando. 
Pode‐se ainda colocar setas, sinais gráficos, mapas conceituais ou mentais2, para 
relacionar  idéias  que  se  encontram  dispersas  nos  textos.  Pode‐se  também  utilizar  a 
margem para colocar comentários pessoais relacionados com o que está lendo. 
Na  margem,  sobre  as  frases  ou  palavras  que  não  compreendeu,  coloque  um 
ponto de interrogação, para não se esquecer de esclarecer a dúvida posteriormente e 
para uma mais fácil identificação da mesma. 
 
CLARIFICAR 
Não se deve tentar decorar as palavras exatas de um texto, quando não as com‐
preende. Deve sempre tentar compreender o que estás lendo, clarificando as palavras 
ou os conceitos que não conhece. 
Depois de identificar as palavras que não compreende, deve tentar inferir o seu 
significado  através  do  contexto  ou  usar  outros  elementos  do  texto,  como  gráficos, 
figuras, mapas ou imagens. Se mesmo assim não conseguir, recorra a outras ajudas, 
consultando um dicionário ou perguntando a outra pessoa. 
 
SUBLINHAR 
A maioria das pessoas conhece a estratégia de sublinhar os aspectos importan‐
tes  com  cores,  mas  poucas  sabem  como  e  quando  a  devem  utilizar.  São  várias  as 
vantagens de sublinhar: 
• Ajuda  a  estar  mais  atento,  facilitando  a  elaboração  de  resumos  e  esque‐

2  Para mais informações sobre Mapas Conceituais e Mapas Mentais veja o Capítulo 5. 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  7 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

mas para estudo. 
• Permite fazer revisões em menos tempo. 
• Ajuda  a  desenvolver  a  capacidade  de  análise,  facilitando  o  processo  de 
aprendizagem. 
• Serve  para  chamar  a  atenção  e  reforçar  os  tópicos  principais  dos  textos, 
salientando visualmente os aspectos importantes, facilitando a sua com‐
preensão. 
• O melhor momento para sublinhar é imediatamente após a compreensão 
do texto e não depois de uma primeira leitura. 
• Você não deve sublinhar a maioria das frases do texto, mas sim selecio‐
nar um número reduzido de informação do mesmo. 
• Sublinhar palavras‐chave, fórmulas, datas e frases que resumem as idéias 
principais. 
• Use cores diferentes, mas não em grande variedade. 
 
PARAFRASEAR 
O parafrasear consiste em repetir com palavras suas o texto que acabaste de ler, 
tendo como suas principais vantagens: ajuda a reter melhor a informação lida; ajuda 
a  compreender  melhor  os  textos;  facilita  na  elaboração  dos  resumos  e  promove  a 
focalização da atenção e concentração no conteúdo programático a estudar. 
 
RESUMIR 
O resumo consiste em escrever por palavras tuas, de uma forma sintética e com 
sentido, as partes essenciais de uma determinada matéria3. 
São várias as vantagens de fazeres eficazmente um resumo: 
• Facilita aprendizagem; 
• Melhora as suas capacidades de expressão oral e escrita; 
• Ajuda na organização da matéria; 
• Permite uma melhor memorização e assimilação da matéria; 
• É uma forma de selecionar informação importante; 
• Aumenta a tua capacidade de concentração.  
• Permite revisão mais fácil da matéria; 
 
NOTA:  Cuidado  para  não  distorcer  uma  idéia  chave  pelo  não  entendimento  do  seu 
conteúdo. Leia o exemplo abaixo. 
 
Em uma certa ocasião, uma família britânica foi passar as férias na Alemanha. 
No  decorrer  de  um  passeio,  os  membros  da  referida  família  encontraram  uma  pe‐
quena casa no campo, que lhes pareceu ótima para passarem as férias de verão. 

3 Existem várias formas e técnicas para se redigir um resumo. O capítulo 6 trata de forma mais deta‐
lhada dos critérios que se deve levar em consideração no momento de usar esta importante ferramen‐
ta de estudo. 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

Conversaram  com  o  proprietário,  um  pastor  protestante,  e  pediram  que  lhes 


mostrasse  a  casa.  A  residência  agradou  aos  visitantes  ingleses,  que  combinaram  de 
ficar com ela no próximo verão. 
Regressando à Inglaterra, discutiram muito sobre a planta da casa, quando,  de 
repente,  a  senhora  lembrou‐se  de  não  ter  visto  o  banheiro,  conhecido  no  país  com 
“WC”.  Escreveram  então  ao  pastor  para  obter  tal  pormenor.  A  carta  ficou  assim 
redigida:  “Gentil  pastor,  sou  membro  da  família  que  a  pouco  o  visitou,  com  a 
finalidade  de  alugar  sua  casa  no  próximo  verão,  mas  esquecemos  um  detalhe  muito 
importante e agradeceríamos se nos informasse onde fica o WC”. 
O pastor alemão, não compreendendo o sentido da abreviatura “WC” e julgan‐
do tratar‐se da capela da seita inglesa White Chapel, assim responde “Gentil senhora, 
recebi sua carta e tenho o prazer de comunicar‐lhe que o local a que se refere fica a 12 
km da  casa. Isto é  muito  cômodo,  sobretudo  se  tem  o hábito de ir lá freqüentemente. 
Neste caso é preferível levar comida para ficar lá o dia todo. Há lugar para 400 pessoas 
sentadas e 100 em pé. Existe um ar condicionado para evitar os incidentes comuns das 
aglomerações. Os assentos são  de veludos; mas  recomendo  chegar cedo  para  garantir 
lugar sentado. 
As crianças permanecem ao lado dos adultos e todos cantam em coro. Na entrada, 
é fornecida uma folha de papel para cada pessoa, mas se chegar depois da distribuição, 
pode  usar  a  folha  do  vizinho  ao  lado.  Tal  folha  deve  ser  restituída  ao  final  para  ser 
reaproveitada durante o mês. Existem amplificadores de sons. Tudo que recolhe é para 
as crianças pobres da região. Fotógrafos especiais tiram flagrantes para os jornais da 
cidade, de modo que todos possam ver seus semelhantes no cumprimento de um dever 
tão honrado”. 
 
                                                               (Transcrito da Revista São Paulo Magazine). 
 
2.2 MEMORIZAÇÃO4 

2.2.1. VANTAGENS E DESVANTAGENS 
As  técnicas  de  memorização  são,  talvez,  as  mais  fáceis  de  aprender  e  explicar, 
pois a compreensão depende não tanto de técnicas, mas sim de ginástica mental, em 
que só uma prática da matéria específica fornece os instrumentos necessários para a 
apreensão dos conhecimentos.  
Assim, concentrando na memorização, é necessário ter em consideração, em pri‐
meiro lugar que tem vantagens e desvantagens.  
 
Vantagens: 
• Permite abarcar um vasto leque de conhecimentos; 

4 Texto extraído do canal Educação do Sapo. Produzido por Saber e Lazer, S.A. © 1998/1999/2000 Todos 
os  direitos  reservados.  Para  mais  informações  utilize  o  endereço  http://canais.sapo.pt/educacao/ 
estudante/ 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  9 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

• Permite a aquisição de mecanismo mentais que facilitam o desenvolvimento 
intelectual; 
• Cada pessoa segue o seu ritmo de aprendizagem, uma vez que existem mui‐
tos métodos que se ajustam com seu ritmo específico; 
• É uma das formas mais eficientes de lembrar dados que se pretende ou ne‐
cessita de utilizar freqüentemente.  
 
Desvantagens: 
• Exige um grande nível de treino e esforço, pois a facilidade de memorização 
é algo que se obtém ao fim de algum trabalho; 
• Requer geralmente bastante tempo  até  se conseguir decorar todos os  dados 
de que se necessita; 
• Muitas vezes os conhecimentos não ficam durante muito tempo na mente de 
quem os decora, sem compreender; 
• É uma técnica de aprendizagem muito intensa, que causa bastante desgaste 
mental.  
 
2.2.2. FATORES INFLUENCIADORES 
No entanto, podemos identificar alguns que nos fornecem pistas para os meto‐
dos de memorização a explorar posteriormente: 
 
1. Ligações afetivas: Naturalmente, é fácil lembrar‐nos daquilo que gostamos, do 
aniversário dos nossos familiares ou amigos, das matérias ou dos assuntos que 
nos  agradaram  quando  os  estudamos.  Desta  forma  podemos  pensar  que  não 
vale  a  pena  estar  a  tentar  forçar  a  memorização  de  algo  que  nos  desagrada 
profundamente porque mesmo que se consiga com um grande esforço decorar 
durante  algum  tempo,  o  esquecimento  é  extremamente  rápido.  Antes  é  mais 
útil  encontrar  algo  de  que  gostamos  realmente  de  estudar,  pois  essas  são  as 
matérias  que  manteremos  mais  facilmente  e  durante  mais  tempo  na  nossa 
memória.  
2. Utilidade: Quando pensamos que um conjunto de informações não tem utili‐
dade nenhuma, a motivação para o memorizar é baixa. Desta forma, é neces‐
sário que os dados possuam uma aplicação prática visível para que se consiga 
novamente reter as informações por um período mais ou menos longo. Deste 
modo,  é  necessário  apelar  bastante  ao  raciocínio  e  ao  sentido  prático  para 
encontrar alguma forma de aplicação dos conhecimentos, pois isso por si só já 
nos dá algumas idéias de como conseguir memorizá‐los.  
3. Compreensão: Assim como se devem encontrar afinidades e aplicações para os 
conhecimentos,  também  a  sua  correta  compreensão  permite  uma  mais  fácil 
memorização. Assim,  é  sempre  útil tentar enquadrar  os  dados numa seqüên‐
cia lógica e não tentar memorizá‐los imediatamente sem se estabelecer previa‐
mente relações de causalidade.  

10
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

4. Esquematização e Visualização: A memória funciona muitas vezes como uma 
impressão que se tem de algo estudado anteriormente. Assim, como numa fo‐
tografia, é mais fácil lembrarmo‐nos da localização de um determinado tópico 
na página em que o inserimos do que das explicações que se inseriam dentro 
desse  tópico.  Quando  lemos  um  jornal,  aquilo  que  fixamos  mais  facilmente 
são as fotografias e os títulos que nos chamam mais a atenção. Por esse moti‐
vo,  quando  se  elaboram  apontamentos  se  deve  ter  o  cuidado  de  fazer  uma 
apresentação muito apelativa e organizada, e se possível gráfica, para que seja 
mais fácil a memorização dos conceitos.  
5. Necessidade e  urgência: Quando um exame se aproxima,  é mais  urgente  me‐
morizar  a  matéria  que  nele  se  insere,  mas  também  a  maior  pressão  faz  com 
que esse estudo tenha menor eficácia e dure menos. Por isso, a memorização e 
compreensão com antecedência são mais benéficas para aplicações futuras dos 
conceitos estudados.  
 
2.2.3. TÉCNICAS DE MEMORIZAÇÃO 
1. Repetição:  A  forma  mais  simples  de  decorar  uma  determinada  informação  é 
exatamente  repeti‐la  um  determinado  número  de  vezes  até  que  esteja  total‐
mente  apreendida.  Esta  técnica  é  muito  utilizada,  mas  pode  ser  demasiado 
fatigante  ou  mesmo pouco  útil,  uma  vez que  implica  um  esforço  mental  que 
resulta no posterior esquecimento de tudo o que foi decorado.  
2. Construção  de  Imagens  mentais:  Esta  técnica  baseia‐se  na  idéia  da  memória 
fotográfica. Para as pessoas que tenham maior facilidade em decorar imagens, 
aconselha‐se  o  recurso  a  páginas  de  informação  estruturada  e  extremamente 
visual que provoque uma impressão forte na memória e obrigue a uma recor‐
dação exata.  
3. Técnica dos espaços: Nesta técnica pretende‐se utilizar a familiaridade da pes‐
soa  com  determinado  espaço  para  recordar  determinada  informação.  Assim, 
por exemplo, pode‐se associar a cada rua de uma pequena cidade uma idéia e 
o indivíduo, enquanto imagina passear‐se por esses espaços vai‐se recordando 
das  informações  que  associou  a  cada  um  deles.  Esta  técnica  tem  a  desvanta‐
gem de implicar um bom conhecimento dos espaços, o que não acontece com 
todos nós, mas também, que a matéria a estudar se associe com eles.  
4. Palavras‐chave: O  objetivo desta técnica  é  associar um  tópico  a  cada  palavra‐
chave, de modo que ao nos lembrarmos desse termo nos recordamos de todo 
um  raciocínio  ou  de  toda  uma  matéria.  Embora  este  método  tenha  nítidos 
benefícios  do  ponto  de  vista  da  compreensão  da  matéria,  também  é  pouco 
confiável, pois a escolha de uma palavra‐chave é muito importante, e também 
aqui  o  esquecimento  de  uma  dessas  palavras  pode  ser  fundamental  para  a 
perda de todo o raciocínio.  

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  11 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

5. Elaboração progressiva: Por vezes pode ser útil encadear as informações de tal 
maneira  que  elas  sigam  uma  ordem  lógica  que  nos  permita  recordar  as 
informações que elas encerram. Esta técnica mostra‐se bastante útil para des‐
crever  processos,  mas  para  enumerar  listas  de  características  ou  outras  infor‐
mações  que  pretendemos  decorar,  não  é  muito  útil,  devido  à  dificuldade  de 
encadear os diferentes dados.  
6. Técnica  dos  números:  Algumas  pessoas  têm  uma  maior  facilidade  em  recor‐
dar números do que palavras, o que pode ser comprovado, por exemplo, com 
os  números de  telefone.  Para essas pessoas, a  codificação de  um conjunto  de 
informações em números pode ser a forma mais fácil de adquirir todos esses 
dados.  No  entanto,  esta  técnica  encerra  também  outros  problemas  como  o 
excesso  de  codificação  que  pode  tornar  as  mensagens  um  conjunto  de  infor‐
mações sem sentido e de memorização ainda mais difícil.  
 
2.3 DICAS PARA O ESTUDO 
1. É importante ter um local destinado exclusivamente ao estudo, que seja com‐
fortável e com boa iluminação.  
2. Ter todo o material necessário no local de estudo antes de começar a estudar é 
muito  importante,  para  não  ter  constantemente  que  levantar  e  interromper  a 
tua concentração. Assim, tenha sempre perto de você os livros, os cadernos, as 
canetas,  os  dicionários  e  qualquer  coisa  para  ir comendo  ou  mascando  se for 
daqueles que estão sempre interrompendo o estudo para comer.  
3. Deve manter distância de tudo aquilo que já sabe que te distrai, como o rádio, 
a televisão, os livros de romance, os jogos de computador, entre outros.  
4. Para  evitar  ser  interrompido  por  outras  pessoas  pode  colocar  um  aviso  na 
porta para não ser incomodado, ou avisá‐las previamente.  
5. Na  sala  de  aula  deve‐se  evitar  fazer  barulho,  falar  com  colegas  ou  ʺsonhar 
acordadoʺ. Por outro lado, procure manter o interesse pela matéria participan‐
do na aula. Um pergunta inteligente é sempre bem vinda! 
 
2.3.1 DICAS ESPECIAIS PARA MATEMÁTICA 
1. Nem sempre é na aula onde o estudo começa. O aluno que tem o costume dar 
uma  folheada  no  conteúdo  antes  da  aula  sempre  a  aproveita  melhor  e  sana 
muito  mais  facilmente  suas  dúvidas.  Além  de  estar  sempre  confiante  e  mais 
receptivo ao conteúdo. 
2. Não esqueça de registrar tudo o que for pedido a você e mais alguns aponta‐
mentos que considere útil.  
3. Participe  ativamente,  pois  assim  se  mantém  atento,  concentrado  e  aprende  a 
raciocinar.  

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

4. Esclareça suas dúvidas. Nunca saia da sala com elas. Apresentar dúvidas revê‐
la interesse e empenho no aprendizado, ultrapassando as dificuldades. Obser‐
vação: atente ao fato de não confundir dúvidas com a empolgação de aparecer 
constantemente.  Chega  uma  hora  em  que  as  dúvidas  acabam  e  as  perguntas 
passam a ser tolas e banais: isto atrapalha a aula, passando uma imagem pés‐
sima ao professor e aos colegas de curso. Não faça perguntas que você já sabe 
a  resposta  para  demonstrar  seus  conhecimentos,  é  fácil  notar  esta  intenção! 
Você interpretará um papel sofrível! 
5. Observe  que  tal  regra  também  vale  para  correção  de  erros  provenientes  da 
aula.  Uma  variável  com  letra  trocada  ou  um  erro  numérico  provindo  de  um 
exemplo resolvido em sala deve ser corrigido prontamente, com simplicidade. 
Por  outro  lado,  erros  de  ortografia,  concordância  e  pontuação  não  compro‐
metem o conteúdo e podem ficar guardados com você. 
6. Pouco  tempo  depois  das  aulas,  reveja  a  matéria  trabalhada,  passe  os  aponta‐
mentos a limpo se for caso.  
7. O mais importante, para se estudar matemática é preciso praticar: 
7.1. Repetir  exercícios  antigos  e  verificar  se  há  dúvidas  usando  um  caderno 
diário como referência.  
7.2. Fazer  exercícios  novos  (como  exemplo,  aqueles  que  o  professor  não  faz 
do livro – mas não se desespere, as propostas são tantas que seria impos‐
sível fazer tudo!) e verificar depois as soluções.  
7.3. Uma sugestão: tenha sempre dois cadernos, um para a aula e o outro para 
estudar  (neste  caso  uma  boa  quantidade  de  folhas  de  rascunho  já  é  o 
suficiente), repita exercícios, resolva problemas, faça construções geomé‐
tricas, demonstre teoremas...  Enfim, gaste seus neurônios... 
 
NOTA: Se você for capaz de estabelecer horários de estudo adequados e organizar os 
teus  momento,  obterá  melhores  resultados  escolares,  porque  terá  tempo  para  orga‐
nizar e rever as matérias estudadas. Desta forma, você vai se sentir mais confiante e 
seguro dos teus conhecimentos quando tiver avaliações. 
 
TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
A HISTÓRIA DO π 
 
O QUE É O NÚMERO PI (π)? 
O número pi (representado pela letra grega π) é o irracional mais famoso da his‐
tória, com o qual se representa a razão constante entre o perímetro de qualquer cir‐
cunferência e o seu diâmetro .  
Se pensarmos que ao dar a volta à Lua seguindo um dos seus círculos máximos, 
percorremos aproximadamente 10920 Km e se dividirmos este valor pelo diâmetro da 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  13 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Lua  que  é  3476  Km  iremos  verificar  que  esta  razão  é  de  3,14154200…,  este  número 
nos é familiar, aproximadamente 3,14. 
Na  realidade,  como  número  irracional,  pi  é  expresso  por  uma  dízima  infinita 
não periódica, que nos dias de hoje com a ajuda dos computadores já é possível de‐
terminar com centenas de milhões de casa decimais. 
Aqui aparecem as primeiras cinqüenta : 
 
π = 3,14159 26535 89793 23846 26433 83279 50288 41971 69399 3751 ... 
 
A HISTÓRIA DO  π  
A existência de uma relação constante entre a circunferência de um círculo e o 
seu diâmetro era conhecido por muitas das civilizações antigas. Tanto os Babilônios 
como  os  Egípcios  sabiam  que  esta  razão  era  maior  que  3.  Nas  placas  de  argila  dos 
Babilônios verifica‐se que estes adotavam uma aproximação grosseira para o valor de 
π, pois consideravam que a razão do círculo era dada por 3 ou 
 
10 1
3 ≤ π ≤ 3 . 
71 7
 
Por  seu  lado  os  Egípcios  deram  um  valor  diferente,  mais  exato,  obtido  através 
da  comparação  da  área  de  um  disco  circular  com  o  quadrado  do  seu  diâmetro.  Nos 
papiros  Egípcios  escritos  antes  de  1700  a.  C.,  a  área  de  um  círculo  é  igual  à  de  um 
quadrado com 8/9 de diâmetro. Mas por exemplo o papiro de Ahmes, (cerca de 1600 
a. C.) dá à relação existente entre a circunferência e o seu diâmetro, o valor 3,16, na 
nossa notação; o papiro contém uma fórmula para se calcular a área da esfera, em que 
é  atribuído  a  π  o  valor  de  3,14.  Isto  evidência  que  a  medição  Egípcia  da  circun‐
ferência tinha erro menor do que um por cento. 
Se tomarmos o diâmetro como 2, a área é p e a regra Egípcia é dada por: 
 
2
16 2 256
π = ⎛⎜ 2 ⋅ ⎞⎟ = 2 =
8
≈ 3 ,16 . 
⎝ 9⎠ 9 81
 
O  velho  testamento  descreve  uma  bacia  circular  ou  a  ʺfusão  do  marʺ  feita  por 
Hiram de Tiro. A bacia é descrita como sendo um ʺlago de dez cúbitos, de margem a 
margem, circular, cinco cúbitos de fundo, e trinta em redorʺ o que fazia π igual a 3. 
Contudo,  neste  ponto  da  história  já  se  sabia  que  o  π  era  maior  do  que  3,  e  não  há 
razão para acreditar que o texto bíblico tinha a intenção de ser algo mais do que uma 
descrição casual.   
Tanto Hebreus como Babilônios se satisfizeram ao atribuir a π o valor de 3. Na 
época  em  que,  em  Tennesse,  se  realizava  o  célebre  julgamento  da  idéia 
evolucionista,  um  dos  estados  agrícolas  da  União  Americana  introduziu  na 
legislação  uma  lei  espe‐cial,  destinada  a  restaurar  o  valor  bíblico  de  π.  Lei  que 

14
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

acabou  por  não  ser  aceita,  pois  teria  ʺcomo  conseqüência  lógica,  a  extinção  dos 
tratores e dos automóveis Ford.ʺ 
Embora muitas civilizações antigas tenham observado através de medições que 
a razão do circulo é a mesma para círculos de diferentes tamanhos, os Gregos foram 
os  primeiros que  explicaram porquê. É uma simples propriedade das figuras seme‐
lhantes. Os antigos Gregos foram provavelmente os primeiros a compreender que π 
e  2 , são números muito diferente dos números inteiros ou dos números racionais 
(razão de inteiros) que eles usavam nas suas matemáticas. Contudo, embora os Grgos 
tenham  conseguido  provar  que  2   é  irracional,  o  mesmo  não  aconteceu  com  o  π. 
Arquimedes conseguiu melhorar um pouco a aproximação dada ao número π. Neste 
caso,  3,14085  <  π  <  3,142857,  obtendo  uma  aproximação  com  duas  casas  decimais 
corretas. 
No ano 400 d.C. o livro indiano ʺPaulisha Siddhântaʺ usa o valor 3177/1250 para 
π,  anos  mais  tarde,  Tsu  Chung‐Chi  (430/501  d.C.)  descobre  que  o  valor  de  π  se  en‐
contra entre 3,1415926 e 3,1415927. 
Por  volta  de  499  d.C.,  aparece,  num  tratado  indiano  sobre  matemática  e  astro‐
nomia intitulado ʺãryabhataʺ, dados para a obtenção de π: ʺAdicione‐se 4 a 100, mul‐
tiplique‐se o resultado por 8 e adicione‐se 62.000. O resultado é aproximadamente o 
comprimento da circunferência de diâmetro 20.000ʺ. De onde sai o valor aproximado 
3,1416 para π, que é uma boa aproximação com 3 casas decimais corretas. 
Mais tarde os investigadores obtiveram melhores aproximações para π usando 
polígonos  com  mais  lados  do  que  aqueles  que  foram  usados  por  Arquimedes.  Um 
impressionante cálculo Chinês com um polígono com mais de 3.000 lados deu cinco 
décimas  ao  π.  Os  Chineses  também  encontraram uma  fração  simples  355/113  o  que 
difere do π por menos de 0.0000003. A aproximação racional 355/113 foi redescober‐ta 
no  século  XVI  pelo  engenheiro  alemão  Adriaan  Anthoniszoon.  No  mesmo  século, 
outro  alemão,  Adriaen  van  Rooman,  usou  o  método  de  Arquimedes  com  230  lados 
para  obter  15  casas  decimais  para  π.  Alguns  anos  mais  tarde  Ludolph  Van  Ceulen, 
professor  de  matemática  e  ciências  militares  na  Universidade  de  Leyden,  obteve  o 
valor de π com 20 casas decimais, depois com 32 e mais tarde, em 1615, estendeu es‐te 
resultado a 35 casas decimais. Os Alemães ficaram tão estupefatos com este cálculo 
que  durante  anos  chamaram  ao  π  o  número  Ludolfino.  Consta  que  essa  sua  apro‐
ximação  de  π  teria  sido  gravada  na  pedra  tumular  do  autor,  pedra  essa  que  se  per‐
deu. Mais interessante ainda é o fato de, ainda hoje na Alemanha, π ser freqüente‐
mente designado como número ludolfino. 
Viéte em 1593, obteve, pelo Método de Arquimedes, através do limite da suces‐
são  de  polígonos  inscritos  no  círculo,  o  valor  3,1415926535.  De  sua  autoria,  temos  a 
seguinte forma a partir da qual π pode ser definido como:  
 
π ⎛ 1 1 ⎞ ⎛⎜ 1 1 ⎞⎟ ⎛⎜ 1 1 1 ⎞⎟
= ⎜⎜ ⋅ ⎟⎟ ⋅ + ⋅⎜ + + ⋅ ...  
2 ⎝ 2 2 ⎠ ⎜⎝ 2 2 ⎟⎠ ⎜ 2 2 2 ⎟⎟
⎝ ⎠
 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  15 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Embora seja conhecido que π não é um número racional (isto é π não é a razão 
de inteiros), há muitas fórmulas surpreendentes que o relaciona com os inteiros. 
Em  1656,  John  Wallis  (1616/1703),  professor  de  Geometria  da  Universidade  de 
Oxford, provou que π /2 é igual ao produto infinito de números racionais. O nume‐
rador destas frações contém inteiros pares cada um repetindo‐se duas vezes, e o de‐
nominador contém inteiros ímpares, cada um repetindo‐se duas vezes (com exceção 
do 1). O resultado obtido por Wallis pode escrever‐se da seguinte forma: 
 
π 2 2 4 4 6 6 8
= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ...  
2 1 3 3 5 5 7 7
 
Wallis provou que o valor do limite dos produtos tende para π /2. Esta é a pri‐
meira fórmula para expressar p como o limite de seqüência de números racionais. 
Uma fórmula mais simples, descoberta por James Gregory (1646/1716) em 1671, 
expressa π /4 como uma série infinita. Ele provou que o limite desta série é π /4 : 
 
π ∞
( −1) n
=∑ . 
4 n = 0 2n + 1
 
O mesmo resultado foi descoberto independentemente, por Leibniz em 1674, e a 
série  é  normalmente  chamada  de  série  Gregory‐Leibniz.  Ele  propõe  o  cálculo  de  π 
pelos limites de séries. 
Isaac Newton, por volta do ano 1666, através da série: 
 

+ 24 ⋅ ⎛⎜ − − ... ⎞⎟  
3 3 1 1 1 1
π= − −
⎝ 12 5 ⋅ 2 28 ⋅ 2 72 ⋅ 2 ⎠
5 7 9
4
 
obtém o valor de π com 16 casas decimais. 
Embora as pessoas se tenham interessado durante séculos pela razão do círculo, 
o uso da letra grega π como um símbolo que designa esta razão é relativamente re‐
cente. O inglês William Jones (1675/1749) é geralmente reconhecido como o primeiro 
a usar o símbolo π para esta razão. O símbolo apareceu no seu livro Synopsis Palma‐
riarum Malheseos, publicado em 1706, o qual incluía 100 casas decimais para π calcu‐
lado por John Machin (1680/1752). A fórmula da autoria de Machin é dada por: 
 
1 1
π = 16 ⋅ cot g − 4 ⋅ cot g . 
5 239
 
A  letra  c  (para  circunferência)  e  p  (para  perímetro)  foram  muitas  vezes  usadas 
para a razão do círculo, mas a letra grega π tornou‐se bastante aceite depois de Leo‐
nhard  Euler  usá‐la  no  seu  famoso  livro  Introductio  in  Analysin  Infinitorum, 
publicado em 1748. Acredita‐se que a letra π foi escolhida por ser a primeira letra das 
palavras gregas para perímetro e periferia. 

16
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

Em 1736 Leonhard Euler mostrou que o somatório da série : 
 
π2 ∞
1 1 1 1 1
= ∑ 2 = 2 + 2 + 2 + 2 + ...  
6 n =1 n 1 2 3 4
 
Ele também mostrou que esta série pode ser expressa como um produto infinito 
envolvendo todos os números primos, 2, 3, 5, 7, 11...  
Especialmente ele mostrou que: 
 
π2 22 32 52 72 112
= 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + ...  
6 2 − 1 3 − 1 5 − 1 7 − 1 11 − 1
 
As  pessoas  calculavam  mais  e  mais  casas  decimais  para  π,  procurando  encon‐
trar  padrões  que  se  repetissem,  mas  nenhum  foi  encontrado.  Em  1761  um  matemá‐
tico  Alemão,  Johann  Lambert  usou  uma  fração  contínua  para  a  tangente  trignomé‐
trica  de  um  ângulo  que  mostra  conclusivamente  que  π  é  irracional,  isto  é,  π  não  é 
razão de dois inteiros. Gauss (1777‐1855) é autor de três formulas a partir das quais π 
pode ser definido: 
 
π ⎛1
+ ... ⎞⎟ + ⎛⎜ − + ... ⎞⎟  
1 1 1 1 1 1 1
=⎜ − + − + −
4 ⎝2 3⋅2 3
5⋅2 5
7⋅2 7
⎠ ⎝3 3⋅3
3
5⋅3 5
7⋅3 7

1 1 1
π = 48 ⋅ arctg + 32 ⋅ arctg ± 20 ⋅ arctg  
7 57 239

π = ∫ e − x dx  
2

 
Em Outubro de 1996, o francês Fabrice Bellard de 25 anos, calcula o valor de π,  
mas  em  numeração  binária,  atingindo  sucessivamente  as  quantias  de  400  bilhões, 
mas em Setembro de 1997 ele consegue atingir 1.000 bilhão de casas decimais, ao fim 
de 25 dias de cálculo intensivo em computadores ligados em rede através da Internet, 
tendo sido usada uma fórmula desenvolvida em 1995 por matemáticos da Universi‐
dade Simon Fraser, mas aperfeiçoada por Bellard. 

▪ 
 
 
“O  estudo  da  Matemática  é  o  mais  indicado  para  desenvolver  as  faculdades, 
fortalecer o raciocínio e iluminar o espírito”. 
                                                                                                                                     Sócrates 
 
“A escada da Sabedoria tem os degraus feitos de números”. 
                                                                                                                                  Blavatsky 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  17 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Curiosidade: 
Quando Albert Einstein era pesquisador e professor em Princeton, um grupo de 
estudantes perguntou‐lhe onde se localizava seu laboratório. Ele então tirou do bolso 
uma caneta e respondeu: “Aqui”. 

18
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

CAPÍTULO 3

OBTENÇÃO DE CONTEÚDO DE APOIO


 
Um aluno de sucesso não necessita apenas saber organizar de maneira eficiente 
seu  tempo  de  estudo,  mas  também  onde  encontrar,  rapidamente,  um  material  de 
apoio  confiável  no  qual  possa  complementar  seus  conhecimentos  e  sanar  suas  dú‐
vidas.  Em  um  ambiente  acadêmico  existem  diversas  opções,  que  valem  a  pena  se 
conhecer, atendendo esta demanda. 
 
3.1 BIBLIOTECA CENTRAL 
A  Biblioteca Central da UFRRJ conta  com o maior  acervo de  textos  científicos, 
livros,  periódicos  e  materiais  multimídia,  entre  outros,  encontrado  no  campus  da 
Universidade  Rural.  É  possível se  consultar  materiais  impressos  e  digitais,  resolver 
exercícios, elaborar trabalhos e realizar empréstimos dos mesmos. Para usufruir tais 
regalias,  basta  ser  aluno  devidamente  vinculado  à  Universidade.  Tais  serviços  são 
inteiramente grátis. 
As  regras  de  utilização  e  funcionamento  da  biblioteca,  horários  de  funciona‐
mento,  regras  para  utilização  e  empréstimo  do  acervo,  penalidades  decorrentes  de 
atraso na devolução de materiais, e requisitos para inscrição são encontradas no Re‐
gulamento  da  Biblioteca  Central.  Um  folder  contendo  este  regulamento  será  distri‐
buído durante esta aula. Não se esqueça de anexá‐lo a este texto. 
 
NOTA: Ao final da graduação, para conseguir dar entrada na confecção do diploma, 
todos os alunos, tendo utilizado os serviços da biblioteca ou não, tem que retirar na 
Biblioteca  Central  um  “nada  consta”  comprovando  não  possuir  pendências  com  a 
mesma. Não existem exceções a esta regra. Por isto, não deixe de cumprir os prazos 
estabelecidos para a entrega dos materiais emprestados. 
 
3.2 BIBLIOTECA SETORIAL 
A  Biblioteca  Setorial  do  Departamento  de  Matemática  (DEMAT)  é  equipada 
com  um  acervo  direcionado  exclusivamente  para  o  público  alvo  da  graduação  em 
Matemática.  
Nela  podem  ser  encontrados  livros  de  matemática  fundamental,  de  ensino 
médio  e  superior;  livros  de  computação,  estatística,  física  e  educação  matemática; 
monografias, periódicos, revistas de olimpíadas matemáticas e anais de encontros e 
congressos.  Sua  localização  fica  no  Pavilhão  Central,  sala  88,  ao  lado  da  sala  dos 
professores do DEMAT. 
Algumas informações relevantes: 
 
→ Horário de atendimento: de segunda a sexta‐feira; entre 9:00 hs e 11:30 hs, e 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  19 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

13:30 hs e 16:30 hs. 
→ Documentação para o cadastro: 
              Carteira de Identidade; 
              Comprovante de Residência; 
              Planilha Atualizada, e 
              1 (uma) Foto 3×4. 
→  Carteira:  com  os  documentos  acima  em  mãos  é  feita  na  hora,  sem  nenhum 
custo. A carteira é válida por toda a duração do curso de graduação. 
→ N° máximo de livros e/ou monografias emprestados por vez: 2 
→ Tempo de devolução: 2 dias 
 
3.3 BIBLIOTECAS VIRTUAIS 
9 Biblioteca  Virtual  do  Estudante  Brasileiro  (www.bibvirt.futuro.usp.br/)  –  Pro‐
jeto da Universidade de São Paulo que permite o acesso gratuito de um acervo 
de  recursos  em  texto    (literatura  e  material  didático)  em  língua  portuguesa, 
imagens, sons e atividades relacionadas ao ensino de primeiro e segundo graus 
e cursos técnicos do Brasil. 
9 Biblioteca  Virtual  de  Estudos  Culturais  (www.prossiga.br/estudosculturais/ 
pacc) ‐ O site tem um caráter interdisciplinar e estuda questões da contempora‐
neidade.  Possui  links  para  museus,  centros  culturais  e  referências 
bibliográficas. 
9 Departamento  de  Bibliotecas  Públicas  (www.prodam.sp.gov.br/bib/)  –  Infor‐
mações  sobre  o  acervo  e  horários  da  Biblioteca  Municipal  Mário  de  Andrade 
(S.Paulo‐SP), além de links para outras bibliotecas municipais.  
9 Internet  Public  Library  (www.ipl.org)  ‐  Exposições  virtuais,  links  de  revistas, 
jornais e textos, segundo a área de interesse. 
9 Bibliothèque  Nationale  de  France  (www.bnf.fr)  ‐  Exposições  virtuais,  consulta 
ao  catálogo  de obras  e permite fazer  o download de diversos arquivos.  Versão 
disponível também em inglês. 
9 Bibliothèque  Municipale  de  Lyon  (www.bm‐lyon.fr)  ‐  Acesso  ao  catálogo  de 
quadros  e  obras.  É  possível  fazer  o  download  de  alguns  textos.  Versão  dispo‐
nível também em inglês. 
9 Biblioteca  Virtual  de  Educação  a  Distância  (www.cglobal.pucrs.br/~greptv/ 
bibead/) ‐ Site da PUC‐RS voltado para  o estudo dos meios de educação a dis‐
tância. Possui links para outras bibliotecas virtuais. 
9 Biblioteca Virtual  do Instituto de Física ‐ USP  (www.sbi.if.usp.br/) ‐ Permite a 
consulta do  catálogo de livros do Instituto.  
9 Project Gutenberg (http://promo.net/pg/) ‐ Site trazendo um repositório de  tex‐

20
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

tos eletrônicos, divididos em três categorias: literatura infantil, literatura adulta 
e obras de referência (dicionários, enciclopédias, almanaques). Todos os textos 
estão em inglês. 
3.4 SITES DE PESQUISA ACADÊMICA 
9 Portal  Periódicos  (CAPES)  (www.periodicos.capes.gov.br/)  ‐  Oferece  acesso  à 
textos completos de artigos de mais de 2400 revistas nacionais e estrangeiras, e a 
treze  bases  de  dados  com  referências  e  resumos  de  documentos  em  todas  as 
áreas  do  conhecimento.  Inclui  também  indicações  de  importantes  fontes  de 
informação com acesso gratuito na Internet. 
9 Instituto  Brasileiro  de Informação em Ciência  e Tecnologia (www.ibict.br)  ‐ O 
IBICT,  tem  por  finalidade  contribuir  para  o  avanço  da  ciência,  da  tecnologia  e 
da inovação tecnológica do País, por intermédio do desenvolvimento da comu‐
nicação e informação nessas áreas. 
9 Scientific  Electronic  Library  Online  ‐  SciELO  (www.scielo.br)  ‐  Biblioteca  ele‐
trônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasilei‐
ros. O Projeto tem por objetivo o desenvolvimento de uma metodologia comum 
para  a  preparação,  armazenamento,  disseminação  e  avaliação  da  produção 
científica em formato eletrônico. 
9 Portal  da  Pesquisa  (www.portaldapesquisa.com.br/databases/sites)  –    Produ‐
zido pela DotLib e permite acesso a milhares de bases de dados, livros e perió‐
dicos de diversas áreas do conhecimento. 
9 Páginas  Brasileiras  (www.prossiga.br/paginasbrasileiras)  ‐  É  o  portal  de  infor‐
mações brasileiras em Ciência, Tecnologia e Educação (CTE), que se integra ao 
conjunto  de  serviços  de  informação,  comunicação  e  educação  à  distância  do 
Programa Prossiga.  
9 Web of Science (www.isiwebofknowledge.com/)‐disponível via plataforma ISI 
Web  of  Knowledge,  oferece  acesso  à  web  para  os  ISI  Citation  Indexes  que 
contêm  informações  de  pesquisas  multidisciplinares  e  de  alta  qualidade  das 
principais  revistas  especializadas  em  ciências,  ciências  sociais,  artes  e  huma‐
nística. Site em inglês. 
 
3.5 OUTROS SITES DE IMPORTANTES 
9 Sociedade Brasileira de Educação Matemática (www.sbem.com.br) 
9 The American Mathematical Society (www.ams.org) 
9 Sociedade Brasileira de Matemática (www.sbm.org.br) 
9 Sociedade Brasileira de Mat Aplicada e Computacional (www.sbmac.org.br) 
9 Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional (www.sobrapo.org.br) 
9 Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (www.impa.br) 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  21 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

9 Olimpíada Brasileira de Matemática (www.obm.org.br) 
9 International Mathematics Olympiad (www.win.tue.nl/ioi/imo) 

9 Centro de Divulgação Científica e Cultural CDCC (www.cdcc.sc.usp.br/)  
9 Academia Brasileira de Ciências (www.abc.org.br/)  
9 Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) 
(www.cnpq.br/) 
9 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) 
(www.capes.gov.br/)  
9 Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ)  
(www.faperj.br/) 
9 Governo Federal (www.brasil.gov.br/)  
9 Rede Nacional de Pesquisa (RNP) (www.rnp.br/)  
9 Biblioteca Ufscar (www.bco.ufscar.br/)  
9 Biblioteca Usp ‐ São Carlos (www.icmc.sc.usp.br/~biblio) 
 
TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE FUNÇÃO5 
  
Por FRANCIELE CRISTINE MIELKE 
 
A noção de dependência funcional surgiu da idéia de relacionar dois conjuntos 
com alguma regra. A origem é incerta, mas desde tempos remotos, tabelas de corres‐
pondências  obtidas  da  observação  de  fenômenos  físicos,  foram  importantes  na 
evolu‐ção do que hoje conhecemos por função. 
As  operações  com  funções  já  tinham  atingido  um  alto  grau  de  perfeição  na 
época das primeiras tentativas de formalizar o conceito de função. O método analí‐
tico  de  se  tratar  funções  revolucionou  a  matemática  e  assegurou  para  o  conceito  de 
função um lugar de destaque nas ciências exatas. 
Esse é o conceito de função que desde o século passado é aceito por todos: ʺUma 
função  y  da  variável  x,  y  =  f(x),  é  uma  relação  entre  pares  de  elementos  de  dois 
conjuntos X e Y, tal que a cada elemento x do conjunto X, um e apenas um elemento 
y do conjunto Y é associado de acordo com alguma regra pré‐estabelecidaʺ. 
 
ANTIGUIDADE 
Duas  civilizações  aparecem  como  precursoras  na  utilização  da  idéia  de  depen‐

5  Resumo obtido a partir do texto de Geraldo Márcio de Azevedo Botelho. 

22
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

dência funcional: os babilônios e os gregos. Contudo, se consideravam apenas casos 
particulares  de  dependências  entre  duas  quantidades,  sem  tentativas  de  generali‐
zação. A idéia de função matemática esteve sempre ligada historicamente com a evo‐
lução do conhecimento de correspondências físicas, e neste aspecto o progresso feito 
pelos babilônios na tabulação e interpolação de dados astronômicos é notável.  
As conquistas gregas no incremento do número de dependências funcionais por 
eles  usadas  e  no  descobrimento  de  novos  métodos  de  estudá‐las,  foram  realmente 
substanciais  e  desempenharam  um  papel  importante  no  desenvolvimento  da  mate‐
mática. Na geometria grega, podemos encontrar vários problemas fundamentalmen‐
te  relacionados  com  a  definição  e  existência  de  relações  funcionais.  E  mesmo  bem 
cedo, entre os pitagóricos, problemas dessa natureza são encontrados. 
Como quase todo o pensamento científico, com o declínio da civilização grega, 
o conceito de função teve que esperar em torno de treze séculos para receber novas e 
decisivas contribuições. 
 
IDADE MÉDIA 
O  momento  em  que  o  conceito  de  função  começou  a  ser  visto  como  algo  mais 
geral foi no século 14. É nessa época que ocorre o ressurgimento da matemática como 
objeto de preocupação dos cientistas. A associação da matemática com os fenômenos 
naturais facilitou imensamente aos matemáticos o trabalho de generalizar o conceito 
de  função,  tanto  que  já  no  século  14  os  estudiosos  possuíam  uma  clara  noção  de 
função no seu sentido geral, entretanto não conseguiram formalizar adequadamente 
tal conceito. 
Embora  seja  a  cinemática  um  ramo  da  mecânica  mais  claramente  ligado  à 
geometria,  seu  desenvolvimento  não  pode  ser  desconectado  da  discussão  sobre  as 
relações  funcionais  no  mundo  físico. Grande  parte  dessa  discussão  na  idade  média 
se  baseia  puramente  na  especulação  e  não  era  sustentada  por  nenhum  tipo  de 
investi‐gação empírica.  
Oresme, por volta de 1361 fez um esboço daquilo que hoje chamamos de repre‐
sentação  gráfica  de  funções,  ao  traçar  um  gráfico  velocidade‐tempo  para  um  corpo 
que se move com velocidade constante. Pela primeira vez um sistema de coordena‐
das é utilizado para a representação de uma quantidade variável. 
Já  se  percebe  que  o  desenrolar  dos  acontecimentos  sinaliza  uma  clara  preocu‐
pação no sentido de se abstrair das funções estudadas isoladamente, e que as investi‐
gações e questionamentos serviram de preparação pra a grande revolução científica 
que não tardaria a acontecer. 
 
SÉCULOS 16 E 17 
No início da Idade Moderna, as expressões analíticas das funções começaram a 
prevalecer, e as funções analíticas, geralmente expressas por séries de potências infi‐
nitas, logo se tornaram as mais usadas. 
Alguns fatores que tiveram lugar no século 16 foram responsáveis pelo desen‐
volvimento verificado no século 17. Alguns deles: 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  23 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

 
• O desenvolvimento dos primeiros métodos computacionais, que muito faci‐
litaram os cálculos feitos posteriormente; 
• O grande avanço que este século representou na trigonometria; 
• Os  trabalhos  de  Viéte,  que  desempenhou  um  papel  importantíssimo  nesta 
época, ao criar, em 1591, a álgebra simbólica, que deu origem a toda simbo‐
logia matemática usada até hoje. 
• A descoberta dos logaritmos, cuja primeira tábua foi publicada em 1614 por 
Napier, onde os cálculos são feitos sem o conceito de função, e são baseados 
apenas na clara observação de uma relação funcional específica. 

Fermat  e  Descartes,  na  primeira  metade  do  século  17,  inauguraram  uma  nova 
era  na  matemática,  ao  apresentarem  o  método  analítico  para  se  introduzir  função, 
que  consistia  no  uso  de  equações  para  representar  e  analisar  as  relações  entre  as 
variáveis conectadas com uma curva. 
A  análise  cartesiana  era  centrada  basicamente  nas  curvas,  e  estas  eram  vistas 
apenas como uma materialização da relação entre x e y e não como o gráfico de uma 
função y = f(x). 
Descartes  restringiu  o  tratamento  analítico  às  funções  algébricas,  deixando  de 
fora inclusive as curvas mecânicas. Essa restrição para a teoria de Descartes, uma vez 
que  uma  maneira  única  para  se  representar  todas  as  funções  era  um  objetivo  a  ser 
atingido. Uma solução temporária para este problema foi conseguida com o trabalho 
de  vários  matemáticos  que,  independentemente  uns  dos  outros,  descobriram  como 
desenvolver  funções  em  séries  de  potências  infinitas,  o  que  possibilitou  a 
representação analítica de todas as relações funcionais conhecidas na época. 
A  teoria  de  desenvolvimento  de  funções  em  séries  de  potências  foi  a  mais 
notável  componente  da  nova  matemática  proposta  por  Newton  e  Leibniz.  Um  dos 
principais trabalhos de Newton chama‐se ʺO Método dos Fluxos e Séries Infinitasʺ. 
Importante  também  foi  ʺDuas  Novas  Ciênciasʺ,  de  Galileu.  Neste  livro,  as  relações 
funcionais eram expressas por palavras e na linguagem das proporções, mas Galileu 
deixava claro o trato com variáveis e funções, tanto que bastou apenas a evolução do 
simbolismo algébrico para que estas relações fossem escritas na forma simbólica. 
Na  época  de  Newton,  as  várias  variáveis  de  uma  curva  não  eram  vistas  como 
dependentes de uma única variável independente, tendo sido Newton a única exce‐
ção,  pois  para  ele  o  tempo  era  a  variável  independente  da  qual  todas  as  outras 
dependiam. Em termos físicos esta tese mostrou‐se bastante frágil, uma vez que foi 
totalmente  destruída  pela  teoria  da  inseparabilidade  entre  o  espaço  e  tempo  de 
Einstein (só que mais de 200 anos depois). Contudo, ela teve uma importância crucial 
no  desenvolvimento  do  pensamento  funcional,  pois  materializava  as  noções  de 
variáveis independentes e dependentes. 
Leibniz, contemporâneo de Newton, trabalhou paralelamente, mas independen‐
temente de Newton, chegou às noções básicas do Cálculo desenvolvendo‐as a partir 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

da  geometria  das  curvas.  É  claro  que  o  conceito  de  função  se  encontra  entre  estas 
noções básicas, e foi com Leibniz que a palavra função aparece impressa pela primei‐
ra vez, em 1676, particularmente no manuscrito ʹThe Methodus Tangentum Inversa, 
Seu de ‘functionibusʹ. Leibniz se refere às funções como partes de linhas retas, isto é: 
segmentos  obtidos  pela  construção  de  linhas  retas  infinitas  correspondentes  a  um 
ponto fixo e a pontos de uma curva dada. 
Jakob Bernoulli usa esse sentido no se ʹActa Eruditorumʹ. Leibniz quanto Jakob 
gostariam de usar o termo função para representar expressões analíticas, tanto que o 
próximo passo foi à compreensão de função como expressões analíticas arbitrárias. O 
primeiro a fazer isso foi Johann Bernoulli que se reporta a função como uma expres‐
são analítica arbitrária em seu artigo sobre a solução do problema isoperimétrico. 
Bernoulli introduz em 1697 a notação X para uma função da variável x, que teve 
vida curta, graças a seu próprio criador. 
 
SÉCULOS 18 E 19 
Johann Bernoulli, em um artigo de 1718 revê sua posição e sugere a letra grega 
ϕ  para caracterizar funções. Porém o argumento ainda era escrito sem os atuais pa‐
rênteses:  ϕ x. Neste mesmo artigo de 1718, Johann apresenta a definição explícita de 
função  mais  remota  de  que  se  tem  notícia:  ʺDefinição:  chama‐se  função  de  uma 
grandeza  variável  uma  quantidade  composta  de  qualquer  modo  da  variável  e  de 
constantes  quaisquerʺ.  Já  estava  bem  claro  que  tal  conceito  era  necessário.  É  neste 
momento que entra em cena o matemático que pode ser considerado como o perso‐
nagem principal: Leonhard Euler. 
De acordo  com  o  seu  método  de trabalho,  Euler diagnosticou  esta necessidade 
de uma formalização do conceito de função, e elaborou definições bem detalhadas: 
 
• Constante: quantidade definida que assume sempre um e apenas um valor; 

• Variável:  quantidade  indeterminada,  ou  universal,  que  comporta  em  si 


mesma todos os valores determinados; 
• Função: uma função de uma quantidade variável é uma  expressão  analítica 
composta, de qualquer maneira, por esta quantidade variável e números ou 
quantidades constantes. 
 
Paralelamente ao trabalho de tentar definir corretamente o conceito de função, 
Euler também contribuiu decisivamente para que esta busca se tornasse um objetivo 
premente.  A  necessidade  de  generalização  ficou  mais  flagrante  ainda  quando  o 
próprio  Euler  introduziu  as  funções  de  uma  variável  complexa.  Estas,  ao  contrário 
das funções reais de uma variável real, não tinham o apelo geométrico imediato de 
curvas ou gráficos, e sem o apoio da visualização aumenta a necessidade de defini‐
ções mais precisas e cuidadosas, uma vez que um grau muito mais alto de abstração é 
exigido.  Com  isso,  o  tratamento  isolado  de  funções  torna‐se  um  procedimento 
totalmente obsoleto. 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  25 .
 

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Apesar de tratar apenas com funções analíticas no vol. 1 do seu “Introducio in 
Analisis Infinitorum”, no vol. 2 Euler admite a existência de outros tipos de funções. 
Neste trabalho ele cita o que seria a idéia de continuidade. Para Euler, continuidade 
significava invariabilidade, imutabilidade da equação que determina a relação fun‐
cional  sobre  todo  o  domínio  de  valores  da  variável  independente,  enquanto  que 
descontinuidade  significava  uma  alteração  na  lei  analítica,  a  existência  de  pelo 
menos duas leis diferentes em dois intervalos de seu domínio. 
Esse  conceito  de  continuidade  gerou  uma  grande  polêmica  e  discussão  envol‐
vendo  vários  matemáticos.  Em  1817,  Bolzano  define  continuidade:  ʹa  função  f(x)  é 
contínua  em  um  intervalo  se,  em  qualquer  x  do  intervalo,  a  diferença  f(x+w)  ‐  f(x) 
pode se tornar tão pequena quanto se desejeʹ. Definição parecida foi anunciada por 
Cauchy  em  1821.  O  grande  passo  dado  por  Bolzano  e  Cauchy  foi  ter  dado  à  conti‐
nuidade o seu caráter local, ao contrário do caráter global a ela atribuído por Euler. 
Em  1734‐35,  Euler  introduz  a  notação  f(x)  para  a  representação  da  função  f  da 
variável  x.  E  em  1755  se  vê  obrigado  a  rever  seu  conceito  de  função,  e  propõe:  ʹSe 
algumas quantidades dependem de outras quantidades de modo que uma alteração 
nas  segundas  implique  uma alteração  nas primeiras,  então as  primeiras são  chama‐
das de funções das segundasʹ.  
Em  1780,  o  conceito  de  funções  mistas  de  Euler  é  questionado  por  J.  Charles, 
que diz que algumas funções que pela definição de Euler seriam mistas podem ser 
representadas por uma equação apenas.  
Uma  das  principais  conquistas  matemáticas  do  século  19  foi  a  formalização 
daquela  área  da  matemática  que  trata  dos  processos  infinitos  (e  infinitesimais),  ou 
seja,  a  separação  da  análise  da  geometria.  Este  processo  teve  em  Weierstrass  seu 
maior  expoente,  e  no  conceito  de  função  seu  maior  protagonista.  Deve‐se  ressaltar 
também  que  o  passo  inicial  da  aritmetização  da  análise  foi  dado  por  Euler,  que  no 
ʹIntroducioʹ identifica as funções como o objeto central de estudo, em detrimento das 
curvas. 

▪ 
 
“Não há ramo da matemática, por abstrato que seja, que não possa um dia vir a 
ser aplicado aos fenômenos do mundo real.” 
                                                                                                                     Lobachevsky 
 
“A  matemática  apresenta  invenções  tão  sutis  que  poderão  servir  não  só  para 
satisfazer os curiosos como também, para auxiliar as artes e poupar trabalho aos ho‐
mens.” 
                                                                                                                         Descartes 
 
“Ouvi  dizer  que  o  governo  iria  cobrar  impostos  mais  caros  dos  ignorantes  em 
Matemática. Engraçado! Eu pensei que a loteria já era justamente isso!“ 
                                                                                                                         Gallagher 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

CAPÍTULO 4

CONSTRUÇÕES DE CONCEITOS MATEMÁTICOS


 

4.1 TERMINOLOGIA MATEMÁTICA6 
Teorema: foi um termo introduzido por Euclides que significa uma ʺafirmação que 
pode  ser  provadaʺ.  Em  grego,  originalmente  significava  ʺespetáculoʺ  ou  ʺfestaʺ.  A‐
tualmente, é mais comum deixar o termo teorema para apenas certas afirmações que 
podem  ser  provadas  e  de  grande  importância  matemática,  o  que  torna  a  definição 
um  tanto  quanto  subjetiva.  Provar  teoremas  é  o  principal  ramo  de  atividade  dos 
matemáticos. Perceba que ʺteoremaʺ é diferente de ʺteoriaʺ.  
Para  que  um  teorema  seja  válido  é  preciso  antes  demonstrá‐lo  (i.e.,  prová‐lo), 
por mais que a demonstração em si não faça parte do teorema (um teorema consiste 
em  apenas  uma  implicação  que  pode  ser  provada,  ou  seja,  um  teorema  em  si  é 
apenas  seu  enunciado).  Obviamente,  um  teorema  pode  ter  mais  de  uma  única  de‐
monstração. 
 
Modelo  Axiomático:  É  extremamente  comum  agrupar  várias  hipóteses  tidas  como 
verdadeiras  numa  teoria,  sendo  qualquer  outra  verdade,  dentro  da  teoria,  uma  im‐
plicação destas, assim seguindo o chamado Modelo Axiomático.  
Neste caso, as hipóteses que definirem alguma entidade nova são chamadas de 
definições  e  as  que  tratarem  das  relações  entre  as  entidades  definidas  e  qualquer 
outra definida como existente são denominadas axiomas ou postulados da teoria. É 
dado  o  nome  de  Formalismo  à  corrente  filosófica  de  se  usar  apenas  modelos 
axiomáticos.  

Proposição: é uma sentença não associada a algum outro teorema, de simples prova e 
de importância matemática menor. 

Lema: é um ʺpré‐teoremaʺ, um teorema que serve para ajudar na prova de outro teo‐
rema  maior.  A  distinção  entre  teoremas  e  lemas  é  um  tanto  quanto  arbitrária,  uma 
vez em que grandes resultados são usados para provar outros.  

Corolário: é uma conseqüência direta de outro teorema ou de uma definição, muitas 
vezes tendo suas demonstrações omitidas, por serem simples.  

Alguns outros termos também são usados, por mais que raros e com definição 
menos rigorosa, basicamente quando não se quer usar a palavra ʺteoremaʺ: 
 

6  Origem:  Wikipédia,  a  enciclopédia  livre.  Em  http://pt.wikipedia.org/wiki/Teorema.  Acesso  em  35/ 


07/2007. 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  27 .
 

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9 Regra; Regra em metodologia pode ser um conjunto de coordenadas de fun‐
cionamento  de  um  determinado  sistema  para  fins  de  organização,  ou  seja 
para manter a ordem do mesmo. 
9 Lei;  que  também  pode  se  referir  a  axiomas,  regras  de  dedução  e  a  distri‐
buições de Probabilidade.  
9 Algoritmo; muito raro e diferente do conceito com o mesmo nome que é um 
dos estudos centrais da Ciência da Computação. 
9 Paradoxos; Alguns teoremas também são classificados como paradoxos, por 
irem  de  encontro  a  que  intuitivamente  se  esperaria.  Entretanto,  tal  termo 
também pode ser usado para afirmações falsas que aparentem ser verdadei‐
ras em um primeiro momento. 
9 Conjecturas;  Existem  também  certas  afirmações  que  se  acredita  serem  ver‐
dadeiras, mas nunca ninguém conseguiu prová‐las nem negá‐las.  
 
4.2 TEOREMAS NOTÁVEIS 
 
1) TEOREMA DE PITÁGORAS: 
O  “Teorema  de  Pitágoras”  é  provavelmente  o  mais  célebre  dos  teoremas  da 
Matemática.  Enunciado  pela  primeira  vez  pelo  filósofo  grego  Pitágoras,  estabelece 
uma relação simples entre o comprimento dos lados de um triângulo retângulo.  
Ele  afirma  que  o  quadrado  da  hipotenusa  é  igual  à  soma  dos  quadrados  dos 
catetos. Matematicamente, se c designar a hipotenusa e a e b os catetos, vem que: c² = 
a² + b² 

  
 
Existem  centenas  de  demonstrações  para  o  Teorema  de  Pitágoras.  Na  verdade 
ele é o que possui mais demonstrações de todos os teoremas da matemática! 
 
2) TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO: 
O “Teorema Fundamental do Cálculo” é a base das duas operações centrais do 
cálculo,  diferenciação  e  integração,  que  são  considerados  como  inversos  um  do 
outro. Isto significa que se uma função contínua é primeiramente integrada e depois 
diferenciada,  volta‐se  na  função  original.  Este  teorema  é  de  importância  central  no 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

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cálculo. 
3) TEOREMA FUNDAMENTAL DA ÁLGEBRA: 
Em  Matemática,  o  “Teorema  Fundamental  da  Álgebra”  afirma  que  qualquer 
polinômio p(z) com coeficientes complexos de uma variável e de grau n ≥ 1, possui 
alguma raiz complexa. 
 
4) TEOREMA DE TALES: 
O “Teorema de Tales”, devido a Tales de Mileto, afirma que quando retas para‐
lelas são cortadas por retas transversais, as medidas dos segmentos corresponden‐tes 
determinados nas transversais são proporcionais.  
 
 
 
 
 
 
 
     
 
 
No teorema de Tales: as razões AD/AB, AE/AC e DE/BC são iguais. 
 
5) O ÚLTIMO TEOREMA DE FERMAT 
Esse, sem nenhuma dúvida, foi o problema mais famoso da Matemática, desde 
que foi enunciado no século 17. 
Pierre de Fermat, acreditem, foi mais um advogado que ficou famoso como ma‐
temático  amador.  E  tanto  fez  que  é  considerado  como  um  dos  maiores  craques  da 
teoria dos números. Para culminar, em toda sua vida só publicou um artigo, além do 
mais  anonimamente,  como  apêndice  do  livro  de  um  colega.  Seu  nome  só  não  foi 
esquecido porque seu filho Samuel publicou, postumamente, sua enorme produção 
matemática contida na forma de cartas a amigos, anotações, artigos inéditos e notas 
rascunhadas em margens de livros. 
Pois  foi  justamente  em  uma  dessas  notas,  rabiscada na  margem  de  uma  cópia 
do livro Aritmetica, de Diofantos, que Fermat deu partida ao mais intrigante proble‐
ma matemático dos últimos três séculos. A nota dizia: 
 
ʺUma  equação  do  tipo  xn  +  yn  =  zn,  onde  x,  y,  z  e  n  são  inteiros,  não  tem 
solução para valores de n maior que 2.ʺ 
 
Para dar mais mistério ao caso, Fermat acrescentou: 
 
ʺAchei uma prova verdadeiramente notável desse teorema mas essa margem 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  29 .
 

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é muito pequena para contê‐laʺ. 
Os  matemáticos, hoje em dia,  acham que  Fermat  se  enganou  e logo  descobriu 
que  sua  prova  estava  errada.  Pois,  se  estivesse  correta,  ele  a  teria  enviado  em  suas 
cartas aos colegas, como costumava fazer. Aliás, é curioso notar que, em todo seu ex‐
tenso  trabalho  matemático,  Fermat  apenas  enunciava  os  teoremas,  todos  muito  im‐
portantes, sem demonstrá‐los. 
Voltando  ao  teorema  acima:  praticamente  todo  matemático,  ilustre  ou  não, 
desde 1630 até hoje, gastou algum tempo tentando achar uma forma de demonstrá‐
lo. Gauss conseguiu prová‐lo apenas para o caso de n = 4. Euler, um gênio sem limi‐
tes,  produziu  uma  prova  que  depois  reconheceu  como  errônea.  Vultosos  prêmios 
foram oferecidos por várias instituições a quem conseguisse a proeza, o que motivou 
uma enxurrada de provas erradas. 
Finalmente,  em  1993,  o  matemático  inglês  Andrew  Wiles  apresentou  uma  de‐
monstração que, aparentemente, resolvia o problema. Como previsto, essa demons‐
tração  era  bastante  complicada  e  não  foi  logo  entendida  pelos  colegas.  O  próprio 
Wiles,  logo  após  sua  apresentação,  descobriu  falhas  na  demonstração  e  achou  me‐
lhor  retirá‐la.  Depois  de  trabalhar  arduamente  por  mais  um  ano,  em  setembro  de 
1994, Wiles apresentou uma nova prova, mais simples que a primeira, que é consi‐
derada pela comunidade de matemáticos como correta.  
 
TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
NÚMERO DE OURO E A SEQÜÊNCIA DE FIBONACCI 
 
O número de ouro não é mais do que um valor numérico cujo valor aproxima‐
do é 1,618. Este número irracional é considerado por muitos o símbolo da harmonia. 
A  escola  grega  de  Pitágoras  estudou  e  observou  muitas  relações  e  modelos  numé‐
ricos  que  apareciam  na  natureza,  beleza,  estética,  harmonia  musical  e  outros,  mas 
provavelmente a mais importante é a razão áurea, razão divina ou proporção divina. 
Se  quiséssemos  dividir  um  segmento  AB  em  duas  partes,  teríamos  uma  infinidade 
de maneiras de o fazer. Existe uma, no entanto, que parece ser mais agradável à vista, 
como se traduzisse uma operação harmoniosa para os nossos sentidos. Relativamen‐
te a esta divisão, o matemático alemão Zeizing formulou, em 1855, o seguinte prin‐
cípio: 
“Para  que  um  todo  dividido  em  duas  partes  desiguais  pareça  belo  do 
ponto de vista da forma, deve apresentar a parte menor e a maior a mesma 
relação que entre esta e o todo.ʺ 
 
A HISTÓRIA DO NÚMERO DE OURO 
A história deste enigmático número perde‐se na antiguidade. No Egito as pirâ‐
mides de Gizé foram construídas tendo em conta a razão áurea: a razão entre a altura 
de  uma  face  e  a  metade  do  lado  da  base  da  grande  pirâmide  é  igual  ao  número  de 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

ouro. 
Outro  exemplo  da  proporção  áurea  na  antiguidade  é  o  Papiro  de  Rhind  (Egíp‐
cio)  ou  Ahmes  que  mede  5,5  metros  de  comprimento  por  0,32  metros  de  largura, 
datado  aproximadamente  no  ano  1650  a.C.  onde  encontramos  um  texto  matemático 
na forma de manual prático que contém 85 problemas copiados em escrita hierática 
pelo  escriba  Ahmes  de  um  trabalho  mais  antigo.  Refere‐se  a  uma  «razão  sagrada» 
que  se  crê  ser  o  número  de  ouro.  Esta  razão  ou  seção  áurea  também  aparece  em 
muitas estátuas da antiguidade. 
 

 
Figura 1 ‐ Partenon Grego. 
 
Os Pitagóricos usaram também a seção de ouro na construção da estrela Penta‐
gonal. Os pitagóricos não conseguiram exprimir como quociente entre dois números 
inteiros, a razão existente entre o lado do pentágono estrelado e o lado do pentágono 
regular  inscritos  numa  circunferência.  Quando  chegaram  a  esta  conclusão  ficaram 
muito espantados, pois tudo isto era muito contrário a toda a lógica que conheciam e 
defendiam que lhe chamaram irracional. Foi o primeiro número irracional de que se 
teve consciência que o era. Este número era a seção de ouro apesar deste nome só lhe 
ser atribuído 2000 anos depois. 
Posteriormente,  os  gregos  consideraram  que  o  retângulo  cujos  lados  possuía 
esta  relação  apresentava  uma  especial  harmonia  estética  e  lhe  chamaram  retângulo 
áureo  ou  retângulo  de  ouro,  considerando  esta  harmonia  como  uma  virtude  excep‐
cional.  Endoxus  foi  um  matemático  grego  que  se  tornou  conhecido  devido  à  sua 
teoria das proporções e ao método da exaustão, criou uma série de teoremas gerais de 
geometria  e  aplicou  o  método  de  análise  para  estudar  a  seção  que  se  acredita  ser  a 
seção de ouro. 
 
A RAZÃO ÁUREA E O NÚMERO DE OURO 
De uma forma mais simplificada podemos chegar ao número de ouro e para isso 
vamos  utilizar  o  seguinte  processo:  Considere  o  segmento  de  reta,  cujas  duas 
extremidades se denominarão de A e C, e colocando um ponto B entre A e C (neste 
caso o ponto B estará mais perto de A) , de maneira que a razão do segmento de reta 
mais pequeno (AB) para o maior (BC) seja igual à razão do maior segmento (BC) para 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  31 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

o segmento todo (AC): 

 
 
A razão entre os comprimentos destes segmentos designa‐se habitualmente por 
seção áurea. Então, tem‐se que: 
 
(AB)/(BC) = (BC)/(AC) 
 
Pode‐se então definir o número de ouro se fizer: AB = y, BC = x e AC = x + y. 
O número de ouro vai ser a razão entre x e y (ou seja, será x/y): 
 
y/x = x/( x + y ) 
 
Resolvendo tal igualdade chegamos a equação do segundo grau: 
 
(x/y)² ‐ (x/y) ‐ 1 = 0 
 
Resolvendo esta equação quadrática onde r = x/y, obtém‐se as soluções: 
 
r1 = ( 1 +  5 ) / 2       e       r2 = ( 1 ‐  5 ) / 2 
 
Não se irá considerar o segundo valor (r2), tendo em conta que o comprimento 
de um polígono, nunca poderá ser negativo. Chega‐se então, ao que se pretende, isto 
é, encontrou‐se o tão esperado número de ouro Ф (Phi): 
 
Ф = ( 1 +  5 ) / 2 = 1.618033988749895... 
 
Phi,  tem  este  nome  em  homenagem  ao  arquiteto  grego  Phidias,  construtor  do 
Parthenon e que utilizou o número de ouro em muitas de suas obras. Outras formas 
de se representar o número Ф é através das seguintes séries infinitas: 
 
1
Φ =1+       e     Φ = 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + ...  
1
1+
1
1+
1
1+
1 + ...
 
SEQÜÊNCIA DE FIBONACCI 
O Matemático Italiano Leonardo de Pisa nasceu na Itália por volta de 1175 e fi‐
cou  conhecido  como  Fibonacci  (filho  de  Bonaccio).  A  partir  da  publicação  do  livro 
Líber Abacci , (livro do Ábaco) em 1202, Fibonacci tornou‐se famoso, principalmente 
devido  aos  inúmeros  temas  desenvolvidos  nesse  trabalho.  Nele  aparecem  estudos 

32
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

sobre o clássico problema envolvendo populações de coelhos, o qual foi a base para 
o estabelecimento da célebre seqüência (números) de Fibonacci. 
Quantos pares de coelhos podem ser gerados de um par de coelhos em um ano? 
Um homem tem um par de coelhos em um ambiente inteiramente fechado. Deseja‐
mos saber quantos pares de coelhos podem ser gerados deste par em um ano, se de 
um  modo  natural  a  cada  mês  ocorre  a  produção  de  um  par  e  um  par  começa  a 
produzir  coelhos  quando  completa  dois  meses  de  vida.  Como  o  par  adulto  produz 
um par novo a cada 30 dias, no início do segundo mês existirão dois pares de coelhos, 
sendo  um  par  de  adultos  e  outro  de  coelhos  jovens,  assim  no  início  do  mês  1 
existirão 2 pares: 1 par adulto + 1 par recém nascido. 
Esse problema aparece esquematizado na Figura 2. 
 

 
Figura 2 – Esquema do problema dos coelhos. 
 
Tal processo continua através dos diversos meses até completar um ano. Obser‐
va‐se  esta  formação  no  gráfico  com  círculos,  mas  também  se  pode  perceber  que  a 
seqüência numérica, conhecida como a seqüência de Fibonacci, indica o número de 
pares ao final de cada mês: 
{1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, ...} 

Pode‐se tomar a definição desta seqüência para todo n natural, como: 

u(1)=1,  u(2)=1  e u(n+1) = u(n‐1) + u(n). 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  33 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Esta  seqüência  não  é  limitada  superiormente,  mas  existe  um  fato  interessante: 
Tomando as razões (divisões) de cada termo pelo seu antecessor, obtemos uma outra 
seqüência numérica cujo termo geral é dado por: 

F(n) = u(n+1) / u(n). 

que é uma seqüência limitada. Se considerarmos a seqüência de Fibonacci como um 
conjunto da forma {1,1,2,3,5,8,13,...} e a divisão de cada número pelo seu antecessor, 
obteremos outra seqüência: 

1/1 = 1, 2/1 = 2, 3/2 = 1.5, 5/3 = 1.666..., 8/5 = 1.6, ... 

É fácil perceber o que ocorre quando colocamos estas razões sucessivas (alturas) 
em um gráfico em que o eixo horizontal indica os elementos da seqüência de Fibona‐
cci: 

As razões vão se aproximando de um valor particular, conhecido como Número 
de Ouro (Número Áureo). Ou seja, quando n tende a infinito, o limite é exatamente o 
número de ouro. 

Ф = Lim  u(n+1)  = 1.618033988749895... 
                                                                    n → ∞
   u(n) 
▪ 
 
“A  Matemática  é  como  um  moinho  de  café  que  mói  admiravelmente  o  que  se 
lhe dá para moer, mas não devolve outra coisa senão o que se lhe deu”. 
Faraday 
 
“É das hipóteses simples que mais devemos desconfiar, porque são aquelas que 
têm mais possibilidades de passar desapercebidas”. 
Poincaré 
 
“De  que  me  irei  ocupar  no  céu,  durante  toda  a  Eternidade,  se  não  me  derem 
uma infinidade de problemas de Matemática para resolver?” 
Augustin Louis Cauchy 

34
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

CAPÍTULO 5

MAPAS CONCEITUAIS E MENTAIS


 
5.1 MAPAS CONCEITUAIS7 
A teoria dos Mapas Conceituais foi desenvolvida na decáda de 70 pelo pesqui‐
sador Joseph Novak. Ele define mapa conceitual como uma ferramenta para organi‐
zar e representar o conhecimento. 
O  mapa  conceitual,  foi  originalmente  baseado  na  teoria  da  aprendizagem 
significativa de David Ausubel. A aprendizagem pode ser dita significativa quando 
uma nova informação adquire significado para o aprendiz através de uma espécie de 
“ancoragem”  em  aspectos  relevantes  da  estrutura  cognitiva  preexistente  do  indiví‐
duo. Na aprendizagem significativa há uma interação entre o novo conhecimento e o 
já  existente,  na  qual  ambos  se  modificam.  À  medida  que  o  conhecimento  prévio 
serve  de  base  para  a  atribuição  de  significados  à  nova  informação,  ele  também  se 
modifica. 
A estrutura cognitiva está constantemente se reestruturando durante a aprendi‐
zagem  significativa.  O  processo  é  dinâmico;  o  conhecimento  vai  sendo  construído. 
Podemos dizer que mapa conceitual é uma representação gráfica em duas dimensões 
de  um  conjunto  de  conceitos  construídos  de  tal  forma  que  as  relações  entre  eles 
sejam evidentes.  
 
5.1.1 O QUE É UM MAPA CONCEITUAL? 
Os mapas de conceito são dependentes do contexto, ou seja, um mesmo grupo 
de conceitos pode ser organizado de várias maneiras, dependendo do foco do mapa. 
Eles  podem  ser  usados  para  organizar  o  conhecimento  de  modo  a  auxiliar  o  apren‐
dizado.  Essa  organização  procura  ajudar  alunos  e  professores  a  ver  significado  no 
material de aprendizagem, contrapondo‐se, assim, à simples memorização. Os mapas 
de  conceito  tornam  claras  as  idéias  chaves  que  devem  ser  focadas  em  qualquer 
atividade de ensino e de aprendizado e fornecem um roteiro das etapas que devemos 
seguir para conectar conceitos significativos em proposições. 
Novak e Gowin (1984) destacam as seguintes qualidades dos mapas conceituais: 
 
9 Ajudam o estudante a tornar evidentes os conceitos chaves ou proposições a 
serem aprendidos, além de mostrar ligações entre novos conhecimentos e o 
que o estudante já conhece; 
9 Permitem  ao  professor  determinar  as  etapas  para  a  organização  de  signi‐
ficados e identificar conceitos não válidos; 
9 Permitem  separar  a  informação  significativa  da  trivial,  durante  o  planeja‐

 José Mariano Amabis. Centro de Estudos do Genoma Humano CEPID ‐ FAPESP/USP. Grupo de Pes‐
7

quisa no Ensino de Biologia Molecular. Depto de Biologia ‐ Instituto de Biociências USP. 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  35 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

mento e organização de currículos; 
 
5.1.2 ESTRUTURAS DE MAPAS 
Os mapas conceituais podem assumir, por exemplo, dois tipos de estrutura: 
 
9 Hierárquica: 
o Configura o detalhamento de um conceito geral. Os conceitos fun‐
damentais  colocados  no  topo  e  os  conceitos  subordinados,  pro‐
gressivamente, em direção à base. 
 
9 Em rede: 
o Nós  relacionados  de  forma  livre,  mas  com  possibilidade  de  assu‐
mir estruturas hierárquicas. 
 

 
Figura 1: Exemplo de Mapa Conceitual hierárquico sobre funções. 
 
5.1.3 TÉCNICA DE CONSTRUÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS 
Uma  possível  técnica  de  construção  de  um  mapa  conceitual  pode  seguir  as 
seguintes etapas: 
 

36
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

1. Ter,  antes,  uma  boa  pergunta  inicial  cuja  resposta  estará  expressa  no  mapa 
conceitual construído; 
2. Escolher  um  conjunto  de  conceitos  (palavras‐chave)  dispondo‐os  aleatória‐
mente no espaço onde o mapa será elaborado;  
3. Escolher  um  par  de  conceitos  para  estabelecimento  da(s)  relação(ões)  entre 
eles; 
4. Decidir qual a melhor e escrever uma frase de ligação para esse par de côn‐
ceitos escolhido; 
5. A  repetição  das  etapas  c)  e  d)  tantas  vezes  quanto  se  fizer  necessário  (em 
geral  até  que  todos  os  conceitos  escolhidos  tenham,  ao  menos,  uma  ligação 
com outro conceito). 
 
Resumidamente, os conceitos se relacionam da seguinte forma: 
 
ʺconceitoʺ ‐ ligação ‐ ʺconceitoʺ 
 
Podendo um mesmo conceito estar relacionado a diversos outros.  
White  e  Gunstone,  1997,  propõem  uma  seqüência  de  etapas  em  forma  de 
atividade que auxiliam a construção de um mapa conceitual: 
 
1. Escreva  os  termos  ou  conceitos  principais  que  você  conhece  sobre  o  tópico 
selecionado. Escreva cada conceito ou termo em um cartão.  
2. Revise  os  cartões,  separando  aqueles  conceitos  que  você  NÃO  entendeu. 
Também coloque de lado aqueles que NÃO ESTÃO relacionados com qual‐
quer  outro  termo.  Os  cartões  restantes  são  aqueles  que  serão  usados  na 
construção do mapa conceitual. 
3. Organize os cartões de forma que os termos relacionados fiquem perto uns 
dos outros.  
4. Cole os cartões em um pedaço de papel tão logo você esteja satisfeito com o 
arranjo. Deixe um pequeno espaço para as linhas que você irá traçar.  
5. Desenhe linhas entre os termos que você considera que estão relacionados.  
6. Escreva sobre cada linha a natureza da relação entre os termos.  
7. Se você deixou cartões separados na etapa 3, volte e verifique se alguns deles 
ajustam‐se ao mapa conceitual que você construiu. Se isto acontecer, assegu‐
re‐se de adicionar as linhas e relações entre estes novos itens.  
 
5.1.4 AVALIAÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS 
A idéia principal do uso de mapas na avaliação dos processos de aprendizagem 
é  a  de  avaliar  o  aprendiz  em  relação  ao  que  ele  já  sabe,  a  partir  das  construções 
conceituais que ele conseguir criar, isto é, como ele estrutura, hierarquiza, diferencia, 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  37 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

relaciona, discrimina e integra os conceitos de um dado mini‐mundo em observação, 
por exemplo. 
Isso  significa  que  não  existe  mapa  conceitual  “correto”.  Um  professor  nunca 
deve apresentar aos alunos o mapa conceitual de um certo conteúdo e sim um mapa 
conceitual para esse conteúdo segundo os significados que ele atribui aos conceitos e 
às relações significativas entre eles. Da mesma maneira, nunca se deve esperar que o 
aluno apresente na avaliação o mapa conceitual “correto” de um certo conteúdo. Isso 
não existe. O que o aluno apresenta é o seu mapa e o importante não é se esse mapa 
está  certo  ou  não,  mas  sim  se  ele  dá  evidências  de  que  o  aluno  está  aprendendo 
significativamente o conteúdo. 
A  análise  de  mapas  conceituais  é  essencialmente  qualitativa.  O  professor,  ao 
invés  de  preocupar‐se  em  atribuir  um  escore  ao  mapa  traçado  pelo  aluno,  deve 
procurar interpretar a informação dada pelo aluno no mapa a fim de obter evidências 
de aprendizagem significativa.  
Explicações do aluno, orais ou escritas, em relação a seu mapa facilitam muito a 
tarefa do professor nesse sentido. 
 

  
 
Figura 2: Exemplo de um Mapa Conceitual construído sobre Mapas Conceituais.  

38
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

5.1.5 CONSTRUÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS VIA SOFTWARE 
Existe um programa grátis, que pode ser baixado da internet, e ensina o aluno a 
pensar e serve como uma moderna ferramenta de avaliação. 
Imagine um papel de página de revista feito com fibras de celulose extraídas de 
pinheiros  canadenses.  É  uma  folha  importada,  que  até  chegar  às  suas  mãos  gerou 
empregos e movimentou a economia. Agora, ela está servindo de suporte para infor‐
mações, assim como as escrituras do antigo Egito. Com uma diferença: os povos que 
habitavam as margens do rio Nilo usavam o papiro.  
Se  pararmos  para  pensar,  podemos  ver  que  o  papel  se  insere  em  diferentes 
épocas  e  se  relaciona  com  assuntos  como  celulose,  pinheiro,  emprego,  economia, 
Canadá, informação, comunicação, Egito, Nilo e papiro. Pois bem: esse tipo de rela‐
ção entre conceitos é trabalhado a todo instante. 
Mas como compreender os conceitos de modo correto? As formas convencionais 
de  avaliação  podem  ajudar,  mas  ainda  não  permitem  analisar,  com  clareza,  o 
processo  de  raciocínio.  Uma  alternativa  para  esse  fim  é  o  programa  de  informática 
Cmaptool.  Financiado  originalmente  pela  Marinha  Americana,  ele  também  foi 
desen‐volvido  com  objetivos  educacionais  pela  Universidade  de  West  Florida,  nos 
Estados Unidos. 
O software trabalha com a montagem do mapa conceitual (veja Figura 3), espé‐
cie  de  organograma  de  idéias  com  um  conjunto  de  substantivos  interrelacionados. 
Os  grandes  conceitos  aparecem  dentro  de  caixas  —  que  podem  ser  linkadas  com 
imagens  ou  outros  mapas  —  enquanto  as  relações  entre  eles  são  feitas  por  frases  e 
verbos de ligação. 
ʺAo construir o mapa, o aluno analisa as relações possíveis entre as idéias que 
tem  sobre  um  temaʺ,  explica  Ítalo  Dutra,  professor  do  Colégio  de  Aplicação  e 
Pesquisador do Laboratório de Estudos Cognitivos da Universidade Federal do  Rio 
Grande  do  Sul  (UFRGS).  Ele  é  um  dos  responsáveis  pelo  estudo  do  programa  no 
Brasil pela ótica da Espistemologia Genética de Jean Piaget. 
 

   
 
Figura 3: Exemplo de mapa conceitual utilizando o software Cmaptool. 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  39 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Hoje,  já  existe  uma  versão  do  programa  em  português,  que  pode  ser  baixada 
para  o  computador,  sem  custos,  no  endereço  http://ead.cap.ufrgs.br.  Lá  é  possível 
encontrar  também  as  instruções  de  uso.  Os  comandos  são  bem  simples,  mas,  para 
rodar o Cmaptool é necessária uma memória de 128 Mb. 
 
5.2 MAPAS MENTAIS8 
Mapa  mental,  ou  mapa  da  mente  é  o  nome  dado  para  um  tipo  de  diagrama, 
sistematizado pelo inglês Tony Buzan, voltado para a gestão de informações, de co‐
nhecimento e de capital intelectual; para a compreensão e solução de problemas; na 
memorização  e  aprendizado;  na  criação  de  manuais,  livros  e  palestras;  como  ferra‐
menta de brainstorming; e no auxílio da gestão estratégica de uma empresa ou nego‐
cio. 
 
5.2.1 O MÉTODO 
Os desenhos feitos em um mapa mental partem de um único centro, a partir do 
qual  são  irradiadas  as  informações  relacionadas.  Eles  podem  ser  feitos  com  um 
software  adequado  ou  com  canetas  coloridas  e  um  bloco  de  papel,  e  podem  ser 
usados  por  todos  os  profissionais  para  gerenciar  qualquer  tipo  de  informação.  Este 
método de registro é cada vez mais usado por uma série de profissionais de todas as 
áreas de conhecimento humano. 
O  sistema  de  diagrama  dos  mapas  mentais  funciona  como  uma  representação 
gráfica de como as idéias se organizam em torno de um determinado foco. Os Mapas 
Mentais funcionam exatamente como o cérebro, segundo Buzzan. Quando um Mapa 
Mental  é  elaborado,  cada  parte  do  mapa  é  associada  com  o  restante,  criando  cone‐
xões entre cada conceito. 
 
5.2.2. COMO USAR MAPAS MENTAIS?9 
Uma  vez  que  você  disponha  de  um  mapa  mental,  a  maneira  de  usá‐lo  varia 
conforme a finalidade. Uma primeira diretriz para quando você for olhar um mapa 
mental pela primeira vez é: Não olhe para todo o mapa de uma só vez! Olhe para o 
tópico  central,  certifique‐se  de  que  entende  o  contexto  do  mapa.  Depois  olhe  os 
tópicos de primeiro nível, dando‐se um tempo para criar uma visão geral desse nível. 
Só  depois  passe  aos  níveis  mais  detalhados.  Alguns  mapas  mentais  com  conteúdo 
novo  para  você  podem  requerer,  para  que  sejam  bem  compreendidos,  que  você 
obtenha informações da fonte original, como um livro ou artigo. 
Veja a seguir alguns usos e respectivas sugestões de estratégias. 
 
9 Para  planejamento:  No  caso  de  eventos,  como  festas,  quando  for  escolher  o 
que vai ter ou acontecer, simplesmente olhe o mapa mental e faça suas esco‐

8  Origem:  Wikipédia,  a  enciclopédia  livre.  http://pt.wikipedia.org/wiki/Mapa_mental.  Acesso  em  29/ 


04/2007. 
9 Material encontrado em artigos disponibilizados em http://www.mapasmentais.com.br/artigos/. Di‐

versos autores. Acesso em 10/07/2007.

40
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

lhas.  Outra  maneira  é  fazer  o  seu  planejamento  normalmente  e  usar  o  mapa 


mental depois, como uma lista de verificação, para completar ou enriquecer o 
que já fez. 
9 Para memorização e lembrança: Se seu propósito é memorizar, para que você 
se  lembre  o  mapa  mental  deve  estar  acessível  e  estável  em  sua  mente,  como 
por exemplo no caso em que você vai ministrar uma aula ou palestra ou ainda 
fazer  uma  prova.  Pela  praticidade  de  um  mapa  mental,  você  pode  aproveitar 
até momentos potencialmente improdutivos para fazer isto, como ônibus, filas 
e  outras  esperas.  Se  você  não  quer  exatamente  memorizar  um  mapa  mental, 
mas sim se lembrar de algo quando achar apropriado pode imprimir o mapa e 
carregá‐lo na bolsa, pasta ou carteira. Isto se aplica, por exemplo, para piadas: 
na ocasião, ʺsaqueʺ o mapa e disfarçadamente consulte a próxima. 
9 Para aprendizagem: Talvez você se lembre de algum assunto que conhece bem 
porque leu sobre ele, respondeu perguntas, discutiu com alguém, ques‐tionou, 
enriqueceu,  validou...  Creio  que  essa  é  a  melhor  maneira  de  aprender  algo: 
aplicar  esse  algo  para  algum  propósito  e  conviver,  ter  experiências  com  o 
conteúdo.  Quando  sabemos  algo  bem,  tipicamente  temos  modelos  mentais 
ricos sobre esse algo, resultado de experiências variadas. Assim, elaborar um 
mapa  mental  de  um  conteúdo  já  é  um  passo  na  direção  de  aprender  esse 
conteúdo.  Revisá‐lo,  criticamente  ou  não,  mais  um.  Usar  o  mapa  para  algum 
propósito prático é outro grande passo. Apresentar o mapa para alguém, mais 
outro.  

 
 
Figura 4: Exemplo de mapa mental para sinalização de trânsito. 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  41 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
SPIRA MIRABILIS: A ESPIRAL LOGARÍTMICA 
 
Entre  as  muitas  curvas  que  já  intrigaram  os  matemáticos,  desde  que  Descartes 
apresentou a geometria analítica em 1697, houve uma que obteve um destaque espe‐
cial: a espiral logarítmica. Ela era a favorita de Jakob Bernoulli e já veremos porquê, 
mas  antes  de  falarmos  sobre  ela  devemos  dizer  algumas  palavras  sobre  a represen‐
tação através de coordenadas polares.  
Foi idéia de Descartes localizar um ponto P no plano dando suas distâncias em 
relação as duas linhas, os eixos dos x (abscissas) e dos y (ordenadas). Mas podemos 
também representar um ponto P dando sua distancia r de um ponto fixo O, chamado 
de pólo (geralmente escolhido como a origem do sistema de coordenadas), e o ângu‐
lo  θ  formado entre a linha OP e a linha de referência fixa, digamos o eixo dos x. Veja 
na figura 1 esta representação.  
Os dois números (r, θ ) são as coordenadas polares de P, assim como (x, y) são as 
coordenadas retangulares. A princípio este sistema de representação pode parecer es‐
tranho,  mas  na  realidade  ele  é  muito  comum,  pense  em  como  um  controlador  de 
tráfego aéreo determina a posição de um avião na tela de um radar. 
 

         
Figura 1: Representação por coordenadas polares. 
 
Exatamente como a equação y = f(x) pode ser interpretada geometricamente co‐
mo  a  curva  descrita  por  um  ponto  móvel,  com  coordenadas  retangulares  (x,  y),  a 
equação  r  =  g( θ )  pode  ser  considerada  como  uma  curva  descrita  por  um  ponto  mó‐
vel,  com  coordenadas  polares  (r, θ ).  Devemos  notar  que  a  mesma  equação  descreve 
curvas bem diferentes quando interpretadas em coordenadas retangulares e polares; 
por exemplo, a equação y = 1 descreve uma reta horizontal, enquanto a equação r = 1 
descreve um círculo de raio 1 centrado na origem. 

42
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

De modo inverso, o mesmo gráfico tem equações distintas quando expresso em 
coordenadas  polares  ou  retangulares:  o  círculo  que  acabamos  de  mencionar  tem  e‐
quação  polar  r  =  1,  enquanto  que  o  mesmo  círculo  em  coordenadas  retangulares  é 
expresso  pela  equação  x2  +  y2  =1.  Logo  o  sistema  de  representação  que  usamos  é 
meramente  fruto  da  conveniência.  A  figura  2  mostra  uma  curva  conhecida  como 
lemniscata de Bernoulli, cuja equação polar é r2 = a2 cos (2 θ ) é muito mais simples do 
que a equação retangular (x2  + y2 )2 = a2 (x2  ‐ y2 )2. 
  

          
Figura 2: A lemniscata de Bernoulli. 
 
A transformação em coordenadas polares permitiu a Bernoulli investigar nume‐
rosas  curvas  novas,  o  que  ele  fez  com  grande  entusiasmo.  Sua  curva  favorita  era  a 
espiral  logarítmica.  Sua  equação  é  ln  r  =  a θ ,  onde  a  é  uma  constante  e  ln  é  o 
logaritmo  natural  ou  “hiperbólico”,  como  era  então  chamado.  Hoje  em  dia  esta 
equação  é  escrita  da  forma  inversa  r  =  e aθ ,  porém  na  época  de  Bernoulli  a  função 
exponencial não era considerada uma função independente (o número e ainda nem 
tinha  um  sím‐bolo  especial).  Como  é  prática  no  cálculo,  medimos  o  ângulo  θ   em 
radianos, não em graus, que é uma medida circular. 
Se  plotarmos  a  equação  r  =  e aθ ,  em  coordenadas  polares,  obteremos  a  curva 
mostrada na figura 3, a espiral logarítmica. A constante a determina a taxa de cresci‐
mento  da  espiral.  Se  a  for  positivo,  a  distância  r  em  relação  a  origem  aumenta  em‐
quanto giramos no sentido contrário aos ponteiros do relógio, resultado em uma es‐
piral voltada para a esquerda. Se a for negativo, a distância r diminui e o resultado é 
uma espiral voltada para a direita. As curvas r =  e aθ  e r =  e − aθ , são imagens espelha‐
das uma da outra. 
Talvez  a  característica  individual  mais  importante  da  espiral  logarítmica  seja 
que,  se  aumentarmos  o  ângulo  θ   em  incrementos  iguais,  a  distância  r  da  origem 
aumenta  também  em  proporções  iguais,  isto  é,  em  uma  progressão  geométrica.  Isto 
deriva  da  identidade  e a(ϕ +θ ) =  e aθ ⋅ e aϕ .  Em  especial,  se  levarmos  a  espiral  através  de 
uma série de voltas completas (ou seja, aumentando  θ  por intermédio de múltiplos 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  43 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

de 2π, poderemos medir distâncias ao longo de qualquer raio emanando de O e ob‐
servar seu crescimento geométrico. 
 

 
Figura 3: Espirais no sentido esquerdo e direito. 
 
Se seguirmos a espiral para den‐
tro, a partir de qualquer ponto fixo P 
sobre  ela,  teremos  que  descrever  um 
número  infinito  de  rotações  antes  de 
chegarmos  a  origem  O,  mas, 
surpreendentemente, a distância total 
coberta  será  finita.  Este  fato  notável 
foi  descoberto  por  Evangelista 
Torricelli  em  1645,  um  discípulo  de 
Galileu bastante conhecido na época. 
Ele  mostrou  que  o  comprimento  do 
arco  de  P  ao  pólo  O  é  igual  ao 
comprimento  da  linha  tangente  à 
espiral  em  P,  isto  é,  a  medida  em 
linha  reta  de  P  ao  eixo  dos  y.  Veja  a 
figura 4. 
Torricelli tratou da espiral como 
uma sucessão de raios, aumentando‐a 
em  progressão  geométrica  enquanto 
θ   aumentava  de  forma  aritmética 
(com  o  cálculo  integral  o  resultado 
torna‐se  muito  mais  fácil).  O 
resultado  foi  a  primeira  retificação 
conhecida  de  uma  curva  não 
algébrica. 
    

44
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

Figura 4: Retificação da espiral logarítmica: a distância PT é igual a PO. 
Algumas propriedades mais notáveis  da  espiral logarítmica dependem  do  fato 
que a função  e x  é igual a sua derivada. Por exemplo, cada linha reta cortando a ori‐
gem O atravessa todas as camadas da espiral com o mesmo ângulo. Veja a figura 5. 
Além  disso,  a  espiral  logarítmica  é  a  única  curva  que  possui  esta  característica;  por 
isto ela também é conhecida como espiral eqüiangular. Isto faz da espiral um parente 
próximo  do  círculo,  para  o  qual  o  ângulo  de  inserção  é  de  90o.  De  fato,  o  círculo  é 
uma espiral logarítmica cuja taxa de crescimento é 0: colocando a = 0  na equação r = 
e aθ , teremos r =  e 0 = 1, a equação do círculo unitário. 
 

   
Figura 5: Propriedade Eqüiangular. 
 
O  que  mais  empolgava  Jakob  Bernoulli  em  relação  a  espiral  logarítmica  era  o 
fato dela parecer imutável, invariável, na maioria dasa transformações da geometria. 
Considere os seguintes casos: 
 
1. Inversa da espiral logarítmica: a transformação da inversão em coordena‐das 
polares consiste em levar um ponto (r, θ ) em (1/r, θ ). Geralmente a forma de 
uma  curva  muda  muito  em  uma  inversão:  por  exemplo,  a  inversa  da  hi‐
pérbole é a lemniscata. Isto não chega a surpreender já que mudar de r para 
1/r  significa  levar  pontos  muito  próximos  a  origem  para  longe  e  vice‐versa. 
Mas isto não acontece com a espiral logarítmica, pois a mudança de equação 
r =  e aθ para r = 1/ e aθ =  e − aθ , é a própria espiral invertida. 
2. Evoluta da espiral logarítmica: a evoluta de uma função envolve o conceito 
de centro de curvatura da curva original. A curvatura de cada ponto é a me‐
dida  da  taxa  com  que  a  curva  muda  de  direção  naquele  ponto,  sendo  por‐
tanto função de uma variável independente. A evoluta de uma espiral loga‐
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  45 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

rítmica é a própria espiral. 
3. A  curva  pedal  de  uma  espiral  logarítmica:  é  o  encontro  das  projeções  per‐
pendiculares da origem às linhas tangentes de uma dada curva. No caso da 
espiral logarítmica ela é novamente a mesma espiral. 
4. A cáustica de uma espiral logarítmica: é o invólucro formado pelos raios de 
luz emanados pelo centro e refletidos pela curva, como se ela fosse espelha‐
da por dentro. Jakob descobriu que ela continua sendo a mesma espiral. 
 
Jakob ficou tão impressionado com suas descobertas que desenvolveu uma re‐
verência mística em relação a sua amada curva. Ele a batizou de Spira Mirabilis (a es‐
piral  maravilhosa)  e  expressou  seu  desejo  de  que  uma  espiral  logarítmica  fosse 
escul‐pida  em  sua  lápide  com  a  inscrição:  Eadem  mutata  resurgo  (Embora  mudado, 
devo  me  erguer  o  mesmo).  O  desejo  de  Jakob  foi  quase  atendido.  Fosse  por 
ignorância ou para tornar sua tarefa mais fácil, o pedreiro de fato talhou uma espiral 
na  tumba,  mas  é  uma  espiral  de  Arquimedes  e  não  uma  espiral  logarítmica  (Na 
espiral  de  Arquimedes,  cada  volta  sucessiva  aumenta  sua  distância  em  relação  à 
origem  de  forma  constante  ou  linear).  Os  visitantes  do  claustro,  na  catedral  de 
Münster, ainda podem ver o resultado (veja a figura 6), que, sem dúvida, teria feito 
Jakob rolar em sua tumba. 
 

                 
Figura 6: A lápide de Jakob Bernoulli em Basiléia. 
 
ESPIRAL LOGARÍTMICA E O NÚMERO DE OURO 
Se conectarmos determinadas seqüências de vértices de um pentágono regular, 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

obtemos algumas figuras conhecidas como triângulos áureos, como pode ser visto na 
figura 7. Note que ambos os triângulos são isósceles e a razão entre o maior lado e o 
menor lado é o número de ouro. O primeiro triângulo possui os lados em proporção 
áurea com a base, e o segundo, a a base em proporção áurea com ambos os lados. 
 

Figura 7: Triângulos áureos formados das diagonais de um pentágono regular. 
 
Se tomarmos um triângulo isósceles cujos lados possuem a relação áurea e bis‐
seccionarmos um dos ângulos de 72o da base veremos que obteremos outro triângulo 
com as mesmas características do original. Se continuarmos o processo com este novo 
triângulo,  e  assim  consecutivamente,  obtemos  uma  seqüência  de  triângulos  seme‐
lhantes. 
Usando como base os vértices desta seqüência de triângulos, podemos construir 
uma espiral logarítmica que converge para o ponto em que a seqüência de triângulos 
também converge. 
  

Figura 8: Espiral logarítmica construída a partir de triângulos áureos. 
 
Perante um número tão fascinante, a seqüência de Fibonacci não poderia deixar 
de nos surpreender novamente. A seqüência de Fibonacci está ligada ao número de 
ouro, como vimos no texto complementar do capítulo 4.  
Porém, com os termos da seqüência de Fibonacci se pode construir uma seqüên‐
cia  de  quadrados  encaixados,  em  que  os  números  dentro  de  cada  quadrado  corres‐
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  47 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

pondem  ao  comprimento  do  lado  do  respectivo  quadrado,  sendo  simultaneamente 
termos da sucessão de Fibonacci. Veja na figura 9. 
Também a partir deste retângulo pode‐se construir uma espiral eqüiangular, de 
centro O (ponto de intersecção das diagonais desenhadas na figura) : 

                   
Figura 9: Espiral construída através de quadrados de Fibonacci. 
 
Note entretanto que esta espiral não é uma espiral logarítmica e sim a espiral de 
Fibonacci, porém possui um comportamento muito semelhante. Para termos suficien‐
temente grandes, quando a espiral está tendendo ao infinito, tal semelhança tende a 
se  acentuar.  Por  outro  lado,  a  espiral  logarítmica  também  pode  ser  construída  por 
este mesmo critério, em que são usados retângulos de ouro ao invés de quadrados de 
Fibonacci. Um retângulo é dito ser áureo ou de ouro se a relação entre a sua base e 
sua altura é a proporção áurea. 

▪ 
 
 
 
 
 
“Mas  há  uma  outra  razão  que  explica  a  elevada  reputação  das  Matemáticas,  é 
que  elas  levam  as  ciências  naturais  exatas  uma  certa  proporção  de  segurança  que, 
sem elas, essas ciências não poderiam obter”. 
Albert Einstein 
 
“Uma verdade matemática não é simples nem complicada por si mesma. É uma 
verdade”. 
Emile Lemoine 
 
“Deus  é  o  Geômetra  Onipotente  para  quem  o  mundo  é  um  imenso  problema 
matemático”. 
Leibniz 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

CAPÍTULO 6 

RESUMOS
 

6.1 O QUE É UM RESUMO?10 
Resumo é uma condensação fiel das idéias ou dos fatos contidos no texto. Resu‐
mir um texto significa reduzi‐lo ao seu esqueleto essencial sem perder de vista três 
elementos: 

a. Cada uma das partes essenciais do texto; 
b. A progressão em que elas se sucedem; 
c. A correlação que o texto estabelece entre cada uma dessas partes. 
 
Muitas  pessoas  julgam  que  resumir  é  reproduzir  frases  ou  partes  de  frases  do 
texto original, construindo uma espécie de ʺcolagemʺ. Essa ʺcolagemʺ de fragmentos 
do texto original NÃO É UM RESUMO! Resumir é apresentar, com as próprias pala‐
vras,  os  pontos  relevantes  de  um  texto.  A  reprodução  de  frases  do  texto,  em  geral, 
atesta que ele não foi compreendido. 
Para  elaborar  um  bom  resumo,  é  necessário  compreender  antes  o  conteúdo 
global do texto. Não é possível ir resumindo à medida que se vai fazendo a primeira 
leitura.  É  evidente  que  o  grau  de  dificuldade  para  resumir  um  texto  depende 
basicamente de dois fatores: 
 
a.    Da  complexidade  do  próprio  texto  (seu  vocabulário,  sua  estruturação  sinta‐
tico‐semântica, suas relações lógicas, o tipo de assunto tratado etc.); 
 b. Da competência do leitor (seu grau de amadurecimento intelectual, o reper‐
tório de informações que possui, a familiaridade com os temas explorados). 
 
Alguns procedimentos para diminuir as dificuldades de elaboração do resumo: 
 
1. Ler uma vez o texto, ininterruptamente, do começo até o fim: sem a noção do 
conjunto,  é  mais  difícil  entender  o  significado  preciso  de  cada  uma  das 
partes. Essa primeira leitura deve ser feita com a preocupação de responder à 
seguinte pergunta: do que trata o texto? 
2. Uma segunda leitura é sempre necessária. Mas esta, com interrupções, com o 
lápis na mão, para compreender melhor o significado de palavras difíceis (se 
preciso,  recorra  ao  dicionário)  e  para  captar  o  sentido  de  frases  mais 
complexas  (longas,  com  inversões,  com  elementos  ocultos),  bem  como  as 
conexões entre elas; 

10  SAVIOLI, F.P. & FIORIN, J.L. Para entender o texto. 7ª ed. São Paulo. Ática. 1993 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  49 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

3. Num terceiro momento, tentar fazer uma segmentação do texto em blocos de 
idéias  que  tenham  alguma  unidade  de  significação.  Em  um  texto  pequeno, 
normalmente  pode‐se  adotar  como  critério  de  segmentação  a  divisão  em 
parágrafos. Quando se trata de um texto maior (o capítulo de um livro, por 
exemplo). É conveniente adotar um critério de segmentação mais funcional, 
o que vai depender de cada texto.  
4. Dar a redação final com suas palavras, procurando não só condensar os seg‐
mentos,  mas  encadeá‐los  na  progressão  em  que  se  sucedem  no  texto  e 
estabelecer as relações entre eles. 
 
6.2 APRESENTAÇÃO DE RESUMO11 
Resumo  significa,  em  geral,  condensar  um  texto  mantendo  suas  idéias  prin‐
cipais. Um resumo bem elaborado deve obedecer aos seguintes itens: 
 
1. Apresentar, de maneira sucinta, o assunto da obra; 
2. Não apresentar juízos críticos ou comentários pessoais; 
3. Respeitar a ordem das idéias e fatos apresentados; 
4. Empregar linguagem clara e objetiva; 
5. Evitar a transcrição de frases do original; 
6. Apontar as conclusões do autor; 
7. Possibilitar a compreensão do assunto sem consulta ao original. 
 
Há vários tipos de resumo, cada um pra uma especificidade: 
 
RESUMO INDICATIVO OU DESCRITIVO:  
Este  tipo  de  resumo  faz  apenas  referências  às  partes  principais  do  texto.  São 
utilizadas frases curtas que correspondem a cada elemento fundamental do texto. Em 
relação à extensão, não deve ultrapassar 15 ou 20 linhas. O resumo indicativo precisa 
da leitura completa do texto ou obra, pois visa apresentar objetivamente a natureza 
da obra e seus objetivos. 
 
RESUMO INFORMATIVO OU ANALÍTICO:  
O  resumo  informativo  reduz  o  texto  a  aproximadamente  1/3  de  sua  extensão 
original,  abolindo  gráficos,  citações,  exemplificações  abundantes,  mantendo‐se  po‐
rém, a estrutura e os pontos essenciais. 
A ordem das idéias e a seqüência dos fatos não devem ser modificadas. 
As opiniões e os pontos de vista do autor devem ser respeitados, sem acréscimo 

 Texto de autiria da Prof. Ms. Dalmi Alves Alcântara. E‐mail: dalmialcantara@yahoo.com.br. Site: 
11

www.uni.educacional.com.br/anh/dalmia. 

50
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

de  qualquer comentário ou julgamento  pessoal de  uem elabora  o  resumo.  Exige‐se, 


portanto, fidelidade ao texto, mas para mantê‐la não é necessário transcrever frases o 
texto  do  original;  devem‐se  empregar  frases  pessoais,  com  palavras  e  vocabulários  
adequados. 
Nos  textos  bem  estruturados,  cada  parágrafo  contém  uma  idéia  principal. 
Alguns  autores  são  repetitivos,  usam  palavras  diferentes  para  expressar  a  mesma 
idéia,  em  mais  de  um  parágrafo.  Nesse  caso  os  parágrafos  repetitivos  devem  ser 
reduzidos a um apenas. Ou, usar a técnica de reestruturar o plano que o autor usou 
para escrever a obra, valendo‐se, para isto, do índice ou sumário. 
 
RESUMO CRÍTICO (RESENHA): 
O resumo crítico é entendido por muitos autores como uma resenha sem os de‐
talhes da resenha técnica. 
É um resumo que apresenta uma versão sintetizada do texto, existem julgamen‐
tos de valor e opiniões de quem elabora. Não deve utilizar citações do original. 
 
SINOPSE: 
Consiste  em  resumo  de  um  artigo  ou  obra,  feito  pelo  próprio  autor  ou  pelo 
editor do texto. Em geral é feito pelo autor ou editor. 
 
6.3 EXEMPLOS DE RESUMOS DE TRABALHOS 
 
1)       A PERCEPÇÃO DO EMPRESARIADO INDUSTRIAL SOBRE O AMBIENTE  
URBANO: UM INSTRUMENTO DE TRABALHO 
  
Por ANDRÉ VENZON  
(Faculdade de Arquitetura, UFRGS) 
 
O tema da “análise empresarial” será desenvolvido com os empresários em uma par‐
cela  humana  do  bairro  dos  Navegantes,  com  o  objetivo  de  investigar  e  elaborar 
instrumentos  capazes  de  revelar  os  valores  ambientais  na  percepção  dos  empresá‐
rios, em particular do setor industrial. Estes valores estão endereçados no sentido do 
que  é  oferecido  pela  estrutura  urbana  do  bairro.  Procurarei  pesquisar  instrumentos 
que são empregados na área de percepção ambiental, como : questionários abertos ou 
fechados,  testes  associativos,  cenários  estruturados,  que  me  auxiliem  na  busca  dos 
indicativos de uma estrutura capaz de superar as expectativas ou suportar as exigên‐
cias  que  fazem  os  diversos  ramos  empresariais  instalados  naquele  ambiente.  Uma 
vez  conhecidos  os  instrumentos  de  trabalho,  selecionarei  um  ou  mais  que  serão 
testa‐dos no sentido de obter a concepção do objetivo dessa pesquisa. Isto é, elaborar 
instrumentos que indiquem a validade do bairro quanto à implantação de diferentes 
investimentos  empresariais.  Posteriormente,  as  informações  fornecidas  através  da 
análise empresarial do bairro Navegantes servirão de “subsídios” para projetos urba‐

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  51 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

nísticos que contextualizarão a percepção dos  empresários sobre  as potencialidades 


econômicas daquele ambiente. (PROPESP). 
 
2)        ANÁLISE DA QUANTIDADE MÍNIMA DE CAL NECESSÁRIA AO 
DESENVOLVIMENTO DE REAÇÕES POZOLÂNICAS EM MISTURAS SOLO‐
CINZA‐CAL 
 
Por FERREIRA F. C., CARRARO J. A. H., CONSOLI N. C. 
(Departamento de Engenharia Civil, UFRGS) 
 
Este  trabalho  tem  como  objetivo  geral  estudar  a  viabilidade  do  uso  de  resíduos 
industriais,  geradores  de  problemas  ambientais,  na  estabilização  química  de  solos. 
Os materiais utilizados nesta pesquisa serão: o solo residual de Arenito Botucatu, a 
cinza  volante  resultante  da  queima  de  carvão  na  termelétrica  Presidente  Médici 
(Candiota‐  RS)  e  o  rejeito  de  hidróxido  de  cálcio  (cal  residual)  proveniente  da 
empresa  White  Martins  Gases  Industriais  S.A  (Sapucaia  do  Sul  –RS).  Neste  estudo 
será  determinado  o  Lime  Fixastion  Point  (método  baseado  no  ensaio  de  Limite  de 
Plasticidade)  que  visa  a  determinação  de  um  teor  mínimo  de  cal  que  assegure  o 
desenvolvimento  de  reações  pozolânicas  em  uma  mistura.  Esta  determinação  será 
feita  para  o  solo  natural  e  para  uma  mistura  solo‐cinza.  Desta  forma,  pretende‐se 
analisar a influência exer‐cida pela adição de cinza volante na quantidade mínima de 
cal  demandada.  O  valor  obtido  através  deste  método  será  verificado 
experimentalmente mediante a compara‐ção com resultados de ensaio de resistência 
à compressão simples realizados com os mesmos materiais. 
 
3)                A CONCEPÇÃO DE HISTÓRIA EM “O TEMPO E O VENTO” 
 
Por RONALDO MACHADO, A. D.  
(Departamento de História, UFRGS) 
 
A distinção entre os textos ficcional e historiográfico são tênues e o que se tem estu‐
dado nessa relação , até o presente momento, é o conteúdo narrativo da historiogra‐
fia, e não o núcleo cognitivo e didático da obra ficcional. A pesquisa pretende verifi‐
car qual a concepção de história presente na trilogia de “O tempo e op Vento”, tendo 
por  pressuposto  o  entendimento  de  que  a  Literatura  produz,  tal  qual  a  História, 
formas peculiares de saber histórico. A obra de Érico Veríssimo recebeu importantes 
e  profundas  análises  críticas,  contudo  poucas  abordaram‐na  sob  a  perspectiva  que 
adotamos. O estudo envolveu seu objeto a partir da problemática da fundamentação 
da  Ciência  histórica,  especificamente  sob  o  viés  da  Didática  da  História,  ou  seja,  a 
preocupação em entender como se processam orientações históricas por meios extra‐
acadêmicos.  O  texto  da  trilogia  é  abordado  visando  destacar  a  construção  do  relato 
histórico, sob três elementos identificadores: o espaço, o tempo e o indivíduo.  
 

52
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
APLICAÇÕES DO NÚMERO DE OURO E DA ESPIRAL LOGARITMICA 
 
NA NATUREZA 
O número de ouro e a espiral logarítmica, aparecem na natureza, no comporta‐
mento  da  refração  da  luz,  dos  átomos,  do  crescimento  das  plantas,  nas  espirais  das 
galáxias, dos marfins de elefantes e chifes de bodes montanheses, nas ondas no ocea‐
no, furacões, etc. 

                 (a)                                          (b)                                          (c) 

                
Figura 1 – (a) Foto da Via Láctea, (b) Foto superior tirada via satélite do furação 
Mirch em 1998 e (c) Bode Montanhês. 
 
Vegetais 
9 Semente de Girassol – A proporção em que aumenta o diâmetro das espirais 
sementes de um girassol é a razão áurea (Forma espirais logarítimicas). 
9 Achillea ptarmica – A razão do crescimento de seus galhos segue a sequencia 
de Fibonacci, que possui uma ligação tênue com o número de ouro. 
9 Folhas das Árvores – A proporção em que se diminuem as folhas de uma ár‐
vore à medida que subimos de altura. 

                      (a)                                                                           (b) 
 
 
 
 
 
 
 
                                                   
 
Figura 2 – (a) Sementes de Girassol, (b) Razão do crescimento da Achillea ptarmica. 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  53 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Animais 
9 População de Abelhas – A proporção entre abelhas fêmeas e machos em qual‐
quer colméia. 
9 Concha do Caramujo Nautilus – A proporção em que cresce o raio do interior 
da  concha  desta  espécie  de  caramujo.  Este  molusco  bombeia  gás  para  dentro 
de  sua  concha  repleta  de  câmaras  pra  poder  regular  a  profundidade  de  sua 
flutuação. 
9 Outros – phi estão também nas escamas de peixes, presas de elefantes, listras 
de trigres, chifres de bode, etc... 

 
Figura 3 – Moluscos náuticos vistos em seção.
 
Corpo Humano 
A excelência dos desenhos de Leonardo da Vinci revela os seus conhecimentos 
matemáticos bem como a utilização da razão áurea como garante de uma perfeição, 
beleza  e  harmonia  únicas.  É  lembrado  como  matemático  apesar  da  sua  mente  irre‐
quieta não se concentrar na aritmética, álgebra ou geometria o tempo suficiente para 
fazer  uma  contribuição  significativa.  Representa  bem  o  homem  tipo  da  renascença 
que fazia de tudo um pouco sem se fixar em nada. Leonardo era um gênio de pensa‐
mento  original  que  usou  exaustivamente  os  seus  conhecimentos  de  matemática, 
nomeadamente o número de ouro, nas suas obras de arte.  
Um  exemplo  é  a  tradicional  representação  do  homem  em  forma  de  estrela  de 
cinco pontas de Leonardo, a qual foi inspirada no pentágono regular e estrelado ins‐
crito na circunferência, conforme pode ser observado na Figura 4. 

                             


           Figura 4 – Representação do Homem por          Figura 5 – Proporção áurea 
                    Leonardo Da Vinci.                                          em uma mão. 

54
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

Essas proporções anatômicas foram bem representadas pelo ʺHomem Vitruvia‐
noʺ, obra de Leonardo Da Vinci. 
 
9 A altura do corpo humano e a medida do umbigo até o chão. 
9 A altura do crânio e a medida da mandíbula até o alto da cabeça. 
9 A medida da cintura até a cabeça e o tamanho do tórax. 
9 A medida do ombro à ponta do dedo e a medida do cotovelo à ponta do dedo. 
9 O tamanho dos dedos e a medida da dobra central até a ponta. 
9 A  medida  da  dobra  central  até  a  ponta  dividido  e  da  segunda  dobra  até  a 
ponta. 
9 A medida do seu quadril ao chão e a medida do seu joelho até o chão. 
 
NAS FIGURAS GEOMÉTRICAS 
Um  decágono  regular,  inscrito  numa  circunferência,  tem  os  lados  em  relação 
dourada com o raio da circunferência. O pentagrama é obtido traçando‐se as diago‐
nais  de  um  pentágono  regular.  O  pentágono  menor,  formado  pelas  interseções  das 
diagonais, está em proporção com o pentágono maior, de onde se originou o penta‐
grama. A razão entre as medidas dos lados dos dois pentágonos é igual ao quadrado 
da razão áurea. 

  
Figura 6 – Pentagrama regular. 
 
Quando  Pitágoras  descobriu  que  as  proporções  no  pentagrama  eram  a  propor‐
ção áurea, tornou este símbolo estrelado como a representação da Irmandade Pitagó‐
rica. Este era um dos motivos que levava Pitágoras a dizer que ʺtudo é númeroʺ, ou 
seja, que a natureza segue padrões matemáticos. 
 
NA ARTE 
A  proporção  áurea  foi  muito  usada  na  arte,  em  obras  como  O  Nascimento  de 
Vênus, quadro de Botticelli, em que Afrodite está na proporção áurea. Esta proporção 
estaria  ali  aplicada  pelo  motivo  do  autor  representar  a  perfeição  da  beleza.  Em  O 
Sacramento da Última Ceia de Salvador Dalí, as dimensões do quadro (aproximada‐
mente 270 cm × 167 cm) estão numa Razão Áurea entre si. Na história da arte renas‐
centista a perfeição da beleza em quadros foi bem explorada com base nesta constan‐
te. Vários pintores e escultores lançaram mão das possibilidades que a proporção os 
dava de retratar a realidade com mais perfeição. 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  55 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

                            (a)                                                      (b) 

        
Figura 7 – Quadros (a) A Monalisa e (b) O Nascimento de Vênus. 
 
A Monalisa de Leonardo da Vinci utiliza o número áureo nas relações entre seu 
tronco e cabeça, e também entre os elementos do rosto. Na pintura do renas‐cimento 
destaca‐se  um  dos  quadros  mais  célebres  de  Leonardo  da  Vinci,  a  Monalisa,  que 
apresenta o retângulo de Ouro em múltiplos locais:  
(a) desenhando um retângulo à volta da face o retângulo resultante é um retân‐
gulo de Ouro;  
(b) dividindo este retângulo por uma linha que passe nos olhos, o novo retân‐
gulo obtido também é de Ouro. 
(c)  as  dimensões  do  quadro  também  representam  a  razão  de  Ouro.  Isto  tudo 
pode ser verificado na Figura 7. 
 
NA LITERATURA 
Na literatura o número de ouro encontra sua aplicação mais notável no poema 
épico  grego  Ilíada,  de  Homero,  que  narra  os  acontecimentos  dos  últimos  dias  da 
Guerra  de  Tróia.  Quem  o  ler  notará  que  a  proporção  entre  as  estrofes  maiores  e  as 
menores dá um número próximo ao 1,618, o número de ouro. 
Luís  de  Camões  na  sua  obra  Os  Lusíadas,  colocou  a  chegada  à  Índia  no  ponto 
que divide a obra na razão de ouro. 
 
NA ARQUITETURA 
Pode‐se  encontrar  retângulos  de  ouro  associados  a  numerosas  obras  de  arqui‐
tetura tal como o Parthenon, em Atenas, as pirâmides do Egito e nas obras do arqui‐
teto Lê Corbusier.  
Entre 1942 e 1948, Le Corbusier desenvolveu um sistema de medição que ficou 
conhecido por “Modulor”. O Modulor está baseado na razão de ouro e nos números 
de Fibonacci e usa também as dimensões médias humanas (dentro das quais 183 cm 
é a altura standard). O Modulor é uma seqüência de medidas que Le Corbusier usou 
para encontrar harmonia nas suas composições arquiteturais.  

56
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

         
Figura 8 – O Modulor de Lê Corbusier. 
 
Le Corbusier esforçou‐se por usar a espiral de ouro inscrita no retângulo áureo 
em  alguns  dos  seus  trabalhos  arquitetônicos  mas  não  obteve  um  resultado  muito 
brilhante,  pelo  menos  quando  comparados  com  os  de  outros  arquitetos,  como  é  o 
caso de Tatlin o que pode ser visto nas Figuras 9 e 10, respectivamente. 

 
              Figura 9 – Um exemplo de um edifício         Figura 10 – Torre de Tatlin  
                          espiral, por Lê Corbusier. 
 
NA MÚSICA 
O número de ouro está presente nas famosas sinfonias como a 5ª e 9ª de Beetho‐
ven e em outras diversas obras. Outro fato interessante registrado na Revista Batera, 
em um artigo sobre o grande baterista de Jazz Max Roach é que em seus solos curtos 
aparece  tal  número,  se  considerarmos  as  relações  que  aparecem  entre  tempos  de 
bumbo e caixa. 
Pitágoras de Samos (582 a.C. ‐ 497 a.C.) é considerado o fundador da geometria 
teórica. Em seus pensamentos sobre a estrutura do universo, razões e proporções, ele 
elaborou uma teoria que vinculava a música, o espaço e os números. 
A proporção harmônica pode ser considerada uma subversão da proporção arit‐
mética, trabalhando o som de uma oitava em uma quarta e uma quinta. Na música, 
existem artigos que relacionam as composições de Mozart, Bethoveen (Quinta Sinfo‐
nia), Schubert e outros com a razão áurea. Pode‐se verificar que até mesmo a constru‐

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  57 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

ção de instrumentos, como exemplo o violino, está relacionado com a proporção áu‐
rea. Os amantes da música podem ficar a saber que mesmo Stradivarius utilizava o 
número de Ouro na construção dos seus famosos violinos. 
 

 
Figura 11: Violino Stradivarius de Cremonese 

▪ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Os números são o princípio, a fonte e a raiz de todas as coisas”. 
Pitágoras 
 
“O céu deve ser necessariamente esférico, pois a esfera, sendo gerada pela rota‐
ção do círculo, é, de todos os corpos, o mais perfeito”. 
Aristóteles 
 
“Os números governam o mundo”. 
Platão 
 
“A noção de infinito, de que é preciso se fazer um certo mistério em Matemáti‐
ca, resume‐se no seguinte princípio: depois de cada número inteiro existe sempre um 
outro”. 
J. Tannery 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

CAPÍTULO 7 

RESENHAS OU RESUMOS CRÍTICOS


 
7.1 O QUE É UMA RESENHA? 
A resenha é um estilo literário em que se propõe a construção de relações entre 
as propriedades de um objeto analisado, descrevendo‐o e enumerando aspectos com‐
siderados relevantes sobre  ele. No jornalismo,  é utilizado  como  forma  de prestação 
de  serviço.  É  texto  de  origem  opinativa  e,  portanto,  reúne  comentários  de  origem 
pessoal e julgamentos do resenhador sobre o valor do que é analisado. 
O objeto resenhado pode ser de qualquer natureza: um romance, um filme, um 
álbum,  uma  peça  de  teatro  ou  mesmo  um  jogo  de  futebol.  Uma  resenha  pode  ser 
ʺdescritivaʺ ou ʺcríticaʺ. 
Resenha  Crítica  é  a  apresentação  do  conteúdo  de  uma  obra,  acompanhada  de 
uma avaliação crítica. Expõe‐se claramente e com certos detalhes o conteúdo da obra, 
o  propósito  da  obra  e  o  método  que  segue  para  posteriormente  desenvolver  uma 
apreciação crítica do conteúdo, da disposição das partes, do método, de sua forma ou 
estilo e, se for o caso, da apresentação tipográfica, formulando um conceito do livro. 
Consiste  na  leitura,  resumo  e  comentário  crítico  de  um  livro  ou  texto.  Para  a 
elaboração  do  comentário  crítico,  utilizam‐se  opiniões  de  diversos  autores  da 
comunidade científica em relação às defendidas pelo autor e se estabelece todo tipo 
de comparação com os enfoques, métodos de investigação e formas de exposição de 
outros autores e até mesmo de seus produtos e serviços. 
 
7.2 ESTRUTURA DA RESENHA CRÍTICA 
1. Introdução 
2. Descrição do Assunto 
3. Apreciação Crítica 
4. Considerações Finais 
5. Referências Bibliográficas (Caso haja citações de outros autores) 
6. Anexos (Quando necessário, o produto que originou a resenha ou trabalhos) 
que foram bastante citados durante a resenha) 
 
Alguns pré‐requisitos para a escrita de uma resenha: 
 
9 O  conhecimento  completo  da  obra,  não  deve  se  limitar  à  leitura  do  índice, 
prefácio e de um ou outro capítulo. 
9 Competência  na  matéria  exposta  no  livro,  bem  como  a  respeito  do  método 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  59 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

empregado pelo autor. 
9 Capacidade  de  juízo  crítico  para  distinguir  claramente  o  essencial  do 
supérfluo. 
9 Independência de juízo; o que importa não é saber se as conclusões do autor 
coincidem com as nossas opiniões, mas se foram deduzidas corretamente. 
9 Correção  e  urbanidade;  respeitando  sempre  a  pessoa  do  autor  e  suas  in‐
tenções. 
9 Fidelidade  ao  pensamento  do  autor,  não  falsificando  suas  opiniões,  mas 
assimilando com exatidão suas idéias, para examinar cuidadosamente e com 
acerto sua posição. 
 
Evidentemente, uma resenha crítica bem feita pode converter‐se num pequeno 
artigo científico e até mesmo num trabalho monográfico, podendo ser publicada em 
revistas especializadas. 
A  resenha  crítica  compreende  uma  abordagem  objetiva  (onde  se  descreve  o 
assunto  ou  algo  que  foi  observado,  sem  emitir  juízo  de  valor)  e  uma  abordagem 
subjetiva  (apreciação  crítica  onde  se  evidenciam  os  juízos  de  valor  de  quem  está 
elaborando  a  resenha  crítica).  O  cientista  formado  tem  uma  capacidade  de  juízo 
crítico  mais  desenvolvida,  devido  ao  acumulo  de  informações  e  experiência  adqui‐
rida. O estudante esforça‐se para o exercício de compreensão e crítica inicial. 
Na  introdução  o  acadêmico  deve  apresentar  o  assunto  de  forma  genérica  até 
chegar  ao  foco  de  interesse,  ou  ao  ponto  de  vista  o  qual  será  focalizado.  Uma  vez 
apresentado  o  foco  de  interesse,  o  acadêmico  procura  mostrar  a  importância  do 
mesmo, a fim de despertar o interesse do leitor. Por último, deixa‐se claro, o caminho 
/método que orienta o trabalho. 
A  descrição  do  assunto  do  livro,  texto,  artigo  ou  ensaio  compreende  a 
apresentação das idéias principais e das secundárias que sustentam o pensamento do 
autor.  Para  facilitar  a  descrição  do  assunto  sugere‐se  a  construção  dos  argumentos 
por  progressão,  que  consiste  no  relacionamento  dos  diferentes  elementos,  mas 
encadeados  em  seqüência  lógica,  de  modo  a  haver  sempre  uma  relação  evidente 
entre um elemento e o seu antecedente. 
A apreciação crítica deve ser feita em termos de concordância ou discordância, 
levando  em  consideração  a  validade  ou  a  aplicabilidade  do  que  foi  exposto  pelo 
autor.  Para  fundamentar  a  apreciação  crítica,  deve‐se  levar  em  conta  a  opinião  de 
autores  da  comunidade  científica,  experiência  profissional,  a  visão  de  mundo  e  a 
noção histórica do país. 
Nas  considerações  finais,  devem‐se  apresentar  as  principais  reflexões  e 
constatações  decorrentes  do  desenvolvimento  do  trabalho.  As  referências 
bibliográficas seguem a NBR‐6023 de 2000 da ABNT sobre referências bibliográficas. 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

 
Ministério da Educação 
Departamento da Educação 
 
Básica   ABRANTES,  Paulo;  SERRAZINA,  Lurdes  e  OLIVEIRA, 
 
  Isolina.  A  Matemática  na  Educação  Básica.  Lisboa: 
    MEC/Departamento  da  Educação  Básica,  1999.  130p.  Coleção 
 
A MATEMÁTICA  Reflexão Participada. ISBN 972‐742‐123‐7 
   na  Exemplo de uma resenha elaborada 
 Educação Básica 
  por Marcelo Almeida Bairral 
 
 
A  partir  de  uma  solicitação  do  Departamento  de  Educação  Básica  do  Minis‐
tério de Educação de Portugal, neste livro os autores, renomados professores‐pesqui‐
sadores,  propõem  reflexões  para  mudanças  curriculares  para  a  Matemática  no 
referido  nível  educativo.  Na  perspectiva  de  que  todas  as  pessoas  devem  tornar‐se 
matematicamente  competentes  e  ao  assumirem  a  Matemática  e  sua  problemática 
como  um  “assunto  de  todos”  os  autores  acreditam,  muito  pertinentemente,  que  a 
leitura  do  livro  também  seja  útil  a  qualquer  professor  ou  formador,  aos  pais,  aos 
pesquisadores e demais interessados no processo ensino‐aprendizagem.    
Vista  como  o  elo  entre  a  teoria  e  a  prática,  a  pesquisa  é  muito  percebida  e 
evidenciada  na  obra,  na  medida  em  que  os  autores  além  de  considerarem  as 
tendências curriculares atuais e os resultados – nacionais e internacionais ‐ recentes 
da  investigação  em  Educação  Matemática,  demonstram  constante  preocupação  em 
proporcionar aos professores mais um instrumento para o seu fazer pedagógico.   
A obra, de linguagem acessível e leitura muito agradável, está estruturada em 
quatro  capítulos,  além  da  bibliografia.  No  primeiro,  os  autores  fazem  uma 
apresentação  e  justificativa  para  o  livro  e,  no  segundo,  reacionam  sobre  o  que 
significa  aprender  matemática  atualmente,  apresentam  onze  idéias  fundamentais 
para  a  aprendizagem  e  que  são  consideradas  por  eles  relevantes  no  processo  de 
desenvolvimento  das  competências  matemática  e,  ao  final  do  capítulo,  inserem  o 
professor  e  a  sua  responsabilidade  para  a  transformação  da  sala  de  aula  em  um 
ambiente  de  aprendizagem  que  favoreça  o  progresso  e  o  desenvolvimento  das 
competências  matemáticas  em  todos  os  alunos.  Ao  afirmarem  (p.31)  que  “o 
conhecimento  de  termos  e  regras  não  pode  ser  identificado  com  a  competência 
matemática,  mesmo  a  um  nível  elementar,  e  que  esse  conhecimento,  embora  seja 
parte  integrante  e  um  produto  inevitável  de  uma  aprendizagem  significativa  da 
Matemática ao longo de vários anos, apenas se torna relevante quando está integrado 
a um conjunto mais amplo de capacidades e atitudes”, no terceiro capítulo os autores 
apresentam  capacidades  e  atitudes,  bem  como  discutem  o  seu  significado  para  a 
Educação  Básica.  No  capítulo  4  são  apresentados  os  grandes  e  importantes  temas 
matemáticos  ‐  números  e  cálculo;  geometria;  estatística  e  probabilidades;  álgebra  e 
funções  –  seguidos  de  discussões  e  orientações  didáticas  que  exemplificam  e 
justificam os pressupostos teórico‐filosóficos dos autores para um currículo atento ao 
desenvolvimento das competências matemáticas. 
Concluindo  gostaria  de  ressaltar  que  apesar  de  nossas  diferentes  realidades 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  61 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

educacionais,  as  idéias  e  contribuições  desta  obra,  também  para  o  contexto  educa‐
cional  brasileiro,  sem  dúvida  muito  contribuirão,  como  os  próprios  autores  enfati‐
zam,  para  que  a  Educação  Matemática  favoreça,  “de  um  modo  significativo  e 
insubstituível, a ajudar aos alunos a tornarem‐se indivíduos competentes, críticos e 
confiantes nos aspectos essenciais em que a sua vida se relaciona com a matemática”. 
Nesta busca e desafio, destacam Abrantes, Serrazina e Oliveira, compete também “às 
escolas e aos professores a responsabilidade de tomarem as decisões mais adequadas 
na gestão do currículo”. 
Na  página  seguinte  o  leitor  interessado  poderá  acessar  ao  livro,  bem  como  a 
outras  publicações  disponibilizadas  pelo  Departamento  de  Educação  Básica  do 
Ministério de Educação de Portugal:  
http://www.deb.min‐edu.pt/NewForum/publicacoes.htm 
 
TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
O PROBLEMA DA QUADRATURA DO CÍRCULO12 
 
Por CARLOS SÁ 
 
O  problema  da  quadratura  do  círculo  consiste  em,  dado  um  círculo,  construir 
um quadrado que tenha a mesma área. 
Julga‐se  que  o  problema  é  muito  antigo:  o  Papiro  Rhind  (também  conhecido 
como  Papiro  de  Ahmes),  dos  começos  do  milênio  II  a.C.,  tem  um  enunciado  que 
muitos  historiadores  interpretam  como  uma  proposta  de  solução  do  problema  da 
quadratura  do  círculo:  dado  um  círculo,  considera‐se  o  seu  diâmetro;  divide‐se  o 
diâmetro  em  9  partes  iguais;  tomam‐se  8  delas;  e,  finalmente,  constrói‐se  um  qua‐
drado  cujo  lado  são  essas  oito  nonas  partes  do  diâmetro.  Esta  não  é  uma  solução 
exata do problema; é uma solução aproximada, que pode servir muito bem para uma 
questão  de  natureza  agrícola  (por  exemplo,  para  construir  uma  área  quadrada  que 
leve  tanto  cereal  como  uma  dada  área  circular),  mas  que  dificilmente  satisfará  um 
ourives  (que  queira  fazer,  por  exemplo,  duas  bandejas  de  ouro  equivalentes,  uma 
quadrada e uma circular...). 
Interpretando  este  documento  à  luz  dos  conhecimentos  de  hoje,  pode  dizer‐se 
que os antigos egípcios usavam 256/81 como valor de ʺpiʺ, ou seja, um valor ligeira‐
mente  superior  a  3,16.  Mas  nada  permite  supor  que  já  naquela  época  se  pensasse 
ʺnum valor de piʺ, isto é, num fator pelo qual se devesse multiplicar o quadrado do 
raio para obter automaticamente o valor da área. 
Continuando  a  cometer  este  ʺabusoʺ  histórico  de  considerar  os  ʺvalores  de  piʺ 
de  várias  civilizações  antigas,  é  de  realçar  que  os  hebreus  e  os  mesopotâmicos 
pensavam  aparentemente  mais  no  perímetro  da  circunferência  do  que  na  área  do 

 Fichário da Associação Portuguesa de Matemática, obtido em http://www.apm.pt, acesso em 07/05/ 
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2007. 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

círculo;  aproximando  a  circunferência  por  um  hexágono  regular  nela  inscrito  (cujo 
lado é igual ao raio), tem‐se que o sêxtuplo do raio (ou o triplo do diâmetro) é uma 
aproximação  do  perímetro,  claramente  por  defeito,  mas  suficiente  para  muitas 
aplicações práticas. 
Há  duas  passagens  da  Bíblia  em  que  se  faz  referência  a  um  grande  recipiente 
para água, feito de metal fundido, que existia no Templo de Salomão, em Jerusalém, 
tendo  10  côvados  de  diâmetro  e  30  côvados  de  perímetro;  por  esta  razão  (e  por  se 
pressupor que o recipiente tinha base circular) se diz que 3 é o ʺvalor bíblico de piʺ. 
Quando se decifrou a escrita da Mesopotâmia, no século XX, encontraram‐se placas 
de barro com indicações semelhantes e concluiu‐se, um tanto apressadamente, que os 
mesopotâmios  usavam  também  o  ʺvalor  bíblico  de  piʺ;  mais  tarde,  porém,  encon‐
traram‐se outras placas babilônicas contendo melhores aproximações para o perime‐
tro da circunferência e para a área do círculo. 
Alguns séculos mais tarde, a questão interessou os geômetras da Grécia antiga. 
Os gregos distinguiam entre  soluções exatas e  soluções aproximadas de  problemas. 
Independentemente da forma que os agricultores, os ourives, ou outros profissionais 
tivessem  para  resolver  os  problemas  práticos  com  que  se  deparavam,  os  geômetras 
queriam  saber  como  passar  dum  círculo  a  um  quadrado  exatamente  com  a  mesma 
área. 
Esta palavra ʺáreaʺ presta‐se a equívocos que podem falsear a questão histórica. 
Dadas  uma  certa  unidade  de  área  (que  é  arbitrária  ‐  por  exemplo:  um  metro 
quadrado, ou um hectare, ou ...) e uma certa figura plana, nós estamos habituados a 
associar  à  figura  um  número  real  não  negativo,  que  mede  a  sua  área;  por  exemplo, 
dado um círculo com 5 polegadas de raio, dizemos que a sua área vale ʺpiʺ vezes 25 
(polegadas quadradas). 
Ora, os geômetras gregos não pensavam desta forma; viam no círculo uma certa 
grandeza  (que  é  uma  entidade  geométrica,  e  não  medida  por  um  número)  e  tenta‐
vam construir um quadrado equivalente. (Tentavam construí‐lo geometricamente, e 
não numericamente). 
Embora  nunca  definissem  explicitamente  o  que  entendiam  por  ʺgrandezaʺ  (ou 
por grandezas ʺequivalentesʺ), formularam alguns axiomas que indicam que apenas 
esperavam que essa noção se regesse por leis muito sensatas (por exemplo, espera‐se 
que  duas  figuras  que  coincidam  tenham  a mesma  grandeza,  assim  como,  se  juntar‐
mos  a  mesma  grandeza  a  duas  grandezas  iguais,  se  espera  que  obtenhamos  gran‐
dezas iguais). 
Uma vez aceite este conceito de grandeza, o procedimento grego relativamente à 
quadratura do círculo pode formular‐se assim: dado um círculo, os geômetras gregos 
queriam  dar‐lhe  uma  nova  forma  (queriam  transformar  uma  figura  redonda  numa 
quadrada), mantendo‐lhe a grandeza. 
Uma  observação  de  passagem:  este  ʺprograma  de  trabalhoʺ  é  exatamente  o 
oposto do que levava esses geômetras a estudar figuras semelhantes (que são as que 
têm a mesma forma, mas não necessariamente a mesma grandeza; por exemplo, dois 
triângulos semelhantes mas não congruentes têm a mesma forma mas têm grandezas 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  63 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

diferentes). 
O primeiro nome dum grego associado à questão da quadratura do círculo é o 
de Hipócrates de Quios, no século V a.C. (não confundir com o médico Hipócrates de 
Cós, no século seguinte, que deu o nome ao ʺjuramento de Hipócratesʺ). 
O  trabalho  de  Hipócrates  de  Quios  é  historicamente  interessante,  porque  é  o 
primeiro que se conhece que se insere numa tradição que procura soluções exatas e 
com  uma  restrição  adicional  importantíssima:  para  além  do  material  de  escrita  ‐ 
geralmente um papiro ou uma pele de animal curtida para o efeito (o pergaminho) e 
uma pena com tinta, ou então uma porção (mais ou menos plana) de chão arenoso e 
uma vara – só é permitido usar régua (não graduada) e compasso! Outra restrição não 
menos  importante  era:  só  é  permitido  usar  régua  e  compasso  um  número  finito  de 
vezes! 
Hipócrates não foi bem sucedido. Mas, na procura de uma maneira de resolver o 
problema,  fez  algumas  descobertas  interessantes.  Por  exemplo,  conseguiu  quadrar 
das figuras a que se chama ʺlúnulasʺ (uma lúnula é uma porção de plano delimitada 
por  dois  arcos  de  circunferência  com  a  concavidade  para  o  mesmo  lado;  a  forma 
duma lúnula depende das amplitudes dos dois arcos de circunferência que a delimi‐
tam; Hipócrates quadrou algumas delas e mostrou que quadrar outras é equivalente 
a quadrar o círculo). 
Aliás, com restrições assim tão drásticas, ninguém conseguiu resolver o proble‐
ma da quadratura do círculo, nem Hipócrates nem nenhum dos outros matemáticos 
(e foram imensos...) que tentaram durante séculos. As tentativas sérias só terminaram 
no  século  XIX,  quando  os  algebristas  conseguiram  demonstrar  que  é 
impossívelresolver  o  problema  da  quadratura  do  círculo  usando  régua  e  compasso 
um número finito de vezes. 
Mas nem todos os geômetras gregos quiseram submeter‐se a tais regras. E foram 
sendo  concebidos  outros  ʺinstrumentosʺ  (em  particular  foram  sendo  inventadas 
certas  curvas,  que  podem  considerar‐se  instrumentos  matemáticos,  embora  apenas 
ʺideaisʺ por só existirem na mente humana) adequados à resolução do problema. No 
século  IV  a.C.,  Dinóstrato  de  Atenas  conseguiu  quadrar  o  círculo  com  o  auxílio  de 
três instrumentos: régua, compasso e uma certa curva (que, por essa razão, ganhou o 
nome de  quadratriz). No século  III a.C., Arquimedes de Siracusa fez algo  de seme‐
lhante:  demonstrou  que  com  régua,  compasso  e  uma  outra  curva  (chamada  espiral) 
também é possível quadrar o círculo. 
A quadratriz de Dinóstrato por vezes também é chamada curva de Hípias (este 
foi um matemático anterior a Dinóstrato, que usou a curva para trissectar o ângulo; 
por esta razão, a curva também tem o nome de trissectriz). Pode ser vista no site 

http://turnbull.dcs.st‐and.ac.uk/~history/Curves/Quadratrix.html 

A espiral de Arquimedes pode ser vista no site 

http://turnbull.dcs.st‐and.ac.uk/~history/Curves/Spiral.html 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

É  também  a  Arquimedes  que  se  deve  um  teorema  muito  importante  ligado  à 
questão  da  quadratura  do  círculo:  todo  o  círculo  equivale  (em  grandeza)  a  um 
triângulo cuja base é igual ao perímetro da circunferência do círculo e cuja altura é 
igual ao raio do círculo. 
Este  teorema  permite  passar  dum  círculo  a  um  triângulo  com  a  mesma  área; 
passar  dum  triângulo  a  um  quadrado  com  a  mesma  área  não  é  difícil  (os  gregos 
sabiam fazer isso); logo, pode passar‐se do círculo ao quadrado. 
É  claro  que,  de  certa  forma,  este  teorema  não  é  grande  ajuda:  como  é  que  se 
constrói  a  base  do  tal  triângulo?  Ou  seja,  dada  uma  circunferência,  como  é  que  se 
constrói  um  segmento  de  reta  igual  ao  seu  perímetro?  Este  problema  chama‐se 
retificação da circunferência. O que o Teorema de Arquimedes significa é que quem 
souber  resolver  um  destes  dois  problemas  (quadratura  do  círculo  ou  retificação  da 
circunferência) também saberá resolver o outro. 
Há  outro  aspecto  do  teorema  de  Arquimedes  que  é  de  grande  importância 
teórica;  para  o  explicar  será  melhor  adotar  um  ponto  de  vista  mais  moderno.  Pode 
talvez achar relativamente evidente que as áreas dos círculos sejam proporcionais às 
áreas dos quadrados cujos lados são os raios (como diz a fórmula conhecida: área do 
círculo = pi vezes quadrado do raio) e também que os perímetros das circunferências 
sejam  proporcionais  aos  comprimentos  dos  diâmetros  (como  diz  a  fórmula: 
perímetro  da  circunferência  =  2  vezes  pi  vezes  raio).  Mas  quem  nos  garante  que  as 
constantes de proporcionalidade são a mesma? 
Ora,  o  teorema  de  Arquimedes  garante  isso:  se  chamarmos  ʺpiʺ  à  constante  de 
proporcionalidade relativa aos perímetros, então o perímetro duma circunferência de 
raio R será ʺ2 vezes pi vezes Rʺ e, por este teorema, a área do círculo será a área do 
triângulo da base ʺ2 vezes pi vezes Rʺ e altura R, que vale ʺpi vezes o quadrado de 
Rʺ. A constante de proporcionalidade relativa às áreas é pois ʺo mesmo piʺ. 
Convém  ainda  referir  que  não  foi  só  na  Antiguidade  e  no  século  XIX  que  se 
descobriram resultados interessantes relativos à quadratura do círculo. 
Também  no  Renascimento,  por  exemplo,  se  investigou  a  questão.  No  número 
66, de Janeiro /Fevereiro de 2002, da revista Educação Matemática, da Associação de 
Professores de Matemática, pode ler‐se um artigo da autoria de Luís Reis sobre este 
assunto, intitulado ʺO Segredo de Leonardoʺ. Aí se explica como a obra ʺO Homem 
de Vitrúvioʺ de Leonardo da Vinci (um dos maiores artistas de sempre) poderá com‐
ter a idéia que permite obter uma solução aproximada da quadratura do círculo por 
meio  duma  seqüência  infinita  de  construções  que  usam  apenas  uma  régua  e  um 
compasso. 
Uma  última  questão  pode  ainda  ser  pertinente:  porquê  esta  idéia  de  mudar  a 
forma  das  figuras  mantendo‐lhes  as  grandezas?  Em  particular,  porquê  transformar 
figuras em quadrados? A resposta poderá ser mais uma tarefa para antropólogos do 
que para matemáticos ou para historiadores. 
Mas  há  aspectos  da  questão  que  a  matemática  pode  ajudar  a  compreender. 
Imaginemos duas figuras bem irregulares,  de tal  modo que não se perceba imedia‐
tamente se são ou não iguais e, no caso de serem diferentes, qual delas é maior. Se as 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  65 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

transformarmos em quadrados, a comparação das figuras torna‐se muito mais fácil: é 
maior a que corresponde ao quadrado com maior lado. A figura quadrada parece ser, 
de algum modo, privilegiada pelo gênero humano... 
Nesta  hipótese, o teorema de Pitágoras (que, à  primeira  vista, parece  tão estra‐
nho...  porque  é  que  alguém  havia  de  se  lembrar  de  somar  dois  quadrados  e  obter 
outro quadrado?!) ganha uma razão de ser inteiramente nova: permite‐nos adicionar 
ou subtrair as duas figuras e, ainda por cima, a soma e a diferença vêm já no formato 
ʺnormalizadoʺ, isto é, no formato quadrado! 

▪ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Os  poderes  miraculosos  dos  cálculos  modernos  se  devem  a  três  invenções:  a 
notação arábica, as frações decimais e os logartimos”. 
Florian Cajori 
 
“Os  sinais  +  e  ‐  modificam  a  quantidade  diante  da  qual  são  colocados  como  o 
adjetivo modifica o substantivo”. 
Cauchy 
   
“Os números são as regras dos seres e a Matemática é o Regulamento do Mun‐
do”. 
F. Gomes Teixeira 
   
“Zero, esse nada que é tudo”. 
Laisant 

66
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

CAPÍTULO 8 

FICHAMENTOS
 
8.1 O QUE É FICHAMENTO? 
Fichamento é um recurso de memória imprescindível, sobretudo na elaboração 
de projetos de monografias. É usado também em seminários e aulas expositivas. Para 
monografia,  usa‐se  o  fichamento  após  a  leitura  reflexiva  e  crítica  de  um  texto, 
respon‐dendo  os  itens  abaixo  e  anotando,  em  cada  informação,  a  página  do 
documento lido e o nome do autor.  
Em  outras  palavras,  fichamento  consiste  em  armazenar  em  fichas  informações 
relevantes para a pesquisa. Ao conjunto de fichas denominamos arquivo. 
Este trabalho pressupõe a anotação. Anotação é um procedimento de seleção de  
dados  para  futura  utilização.  Uma  das  características  marcantes  de  uma  anotação 
adequada é permitirem a redação. Deste modo, elas não podem ser sintéticas demais, 
a ponto de serem incompreensíveis. Muitas vezes queremos reduzir a informação e 
usamos códigos que não são lembrados posteriormente, inviabilizando a escritura a 
partir deles. 
As fichas compreendem: cabeçalho, corpo da ficha e referência bibliográfica. O 
cabeçalho  engloba  título  genérico  ou  específico  e  letra  indicativa  da  seqüência  das 
fichas  se  for  utilizada  mais  de  uma.  O  corpo  da  ficha  engloba  as  informações 
própria‐mente  ditas.  A  referência  equivale  à  indicação  da  fonte  bibliográfica  do 
material.  Outro  elemento  de  informação  é  a  fonte,  ou  seja,  a  indicação  da 
procedência do material. 
Para  tornar  o  uso  da  biblioteca  mais  produtivo,  apresenta‐se  um  método  para 
tomar notas: 
 
1. Antes de  começar a tomar nota, folhear a  fonte de  referência.  É básica uma 
visão  do  conjunto  antes  de  se  poder  decidir  o  material  a  ser  recolhido  e 
usado. 
2. Manter  em  cada  ficha  um  tema  ou  título  determinado.  Colocar  o  tema  na 
parte  superior  da  ficha  e,  na  parte  inferior  fazer  a  citação  bibliográfica 
completa. 
3. Incluir  somente  um  tema  em  cada  ficha  e,  se  as  notas  são  extensas,  usar 
várias fichas numeradas consecutivamente. 
4. Antes  de  guardá‐las,  ter  a  certeza  de  que  as  fichas  estão  completas  e  são 
compreendidas com facilidade. 
5. Fazer  distinção  entre  resumo,  citação  direta  do  autor,  referência  à  fonte  do 
autor e a expressão avaliadora pessoal de quem faz a ficha. 
6. Copiar cuidadosamente as notas da primeira vez, sem fazer projeto de passar 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  67 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

a  limpo  e  nem  de  tornar  a  copiar,  pois  isto  é  perda  de  tempo  e  dá  a 
possibilidade a erros e confusões. 
7. Procurar guardar as fichas sempre em ordem. 
 
Segue abaixo um exemplo de modelo para registrar as impressões do leitor em 
uma primeira e rápida visão de um livro: 
 
Modelo de Ficha Literária 

01 – Título da obra: 

02 – Autor: 

03 – Tradutor: 

04 – Editor: 

05 ‐ Edição / N° de páginas: 

06 – Referência Bibliográfica: 

07 – Dados extraídos da orelha e/ou apresentação: 

08 – Apresentação, quadros e exercícios: 

09 – Primeiras impressões do livro ou Resenha sobre o mesmo: 

10 – Data: 

 
As clássicas fichas de cartolina têm perdido espaço para programas de compu‐
tador que garantem economia de trabalho e tempo. A vantagem de se fichar o com‐
teúdo em computador é a facilidade de transposição delas para o texto. Basta digitar 
o dado a ser anotado para um arquivo de documento e copiá‐lo e colá‐lo ao texto do 
pesquisador  quando  for  conveniente.  Além  disto,  qualquer  arquivo  de  documento 
pode ser impresso e catalogado como se fosse uma ficha comum. 
 
8.2 PRINCIPAIS TIPOS DE FICHAMENTOS ACADÊMICOS13 
Você pode recorrer a dois tipos de fichamento para organizar o seu material. 
 
FICHA BIBLIOGRÁFICA: 
O primeiro tipo de fichamento é o mais simples, denominado de fichamento bi‐
bliográfico,  e  serve  apenas  como  um  guia  de  busca:  você  seleciona  o  material  e  faz 

13 ANDRADE,  Maria  Margarida  de.  Introdução  à  metodologia  do  trabalho  científico:  elaboração  de 
traba‐lhos na graduação. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2001.

68
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

um registro numa ficha, incluindo dados bibliográficos completos do texto, número 
de registro na biblioteca (se for o caso) e um resumo do seu conteúdo, feito apenas a 
partir do sumário. Quando se trata de revistas especializadas, os artigos, no geral, são 
antecedidos de um resumo, que também deve ser anotado. 
Veja o seguinte exemplo: 
 
Modelo de Ficha Bibliográfica 

Título da obra: 

Autor(a): 

Referência Bibliográfica: 

Indicado Para: 

Referências Importantes: 

Anotações e Anexos: 

 
Podemos  dizer  que  essa  é  uma  fase  de  reconhecimento,  uma  ʺpré‐leituraʺ  que 
permite uma primeira aproximação do assunto a ser investigado. Nessa fase, o pés‐
quisador examina prefácios, introdução, conclusão, sumários etc.  
Esse tipo de fichamento é, na verdade, um guia bibliográfico para o aluno e tem 
como objetivos: 
 
a. evitar  pesquisas  com  a  mesma  abordagem  (a  não  ser  os  casos  de  verifica‐
ção ou confirmação);  
b. pesquisar se existem outras abordagens do problema levantado e verificar 
como foram pesquisadas,  
c. quais  os  instrumentos  utilizados  e  se  há  possibilidade  de  se  aperfeiçoar 
técnicas já existentes; 
d. estabelecer  uma  visão  global  e  critica  a  respeito  do  problema  e  das 
hipóteses levantadas para sua solução;  
e. iniciar (pré‐seleção) o guia bibliográfico, indicando a possível bibliografia 
básica e a bibliografia complementar para o estudo da temática proposta. 
 
FICHA DE LEITURA: 
O segundo tipo de fichamento é mais elaborado é aquele que recorre à ficha de 
leitura. Recomendamos que a ficha de leitura seja organizada em três partes: 
 
1. O resumo das idéias do autor: apresentação por escrito da compreensão do 
texto, por tópicos com vocabulário próprio; 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  69 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

2. Destaque de citações do autor: apresentação de algumas passagens do texto 
consideradas mais relevantes e que representem cada tópico anteriormente 
destacado (não esquecendo de registrar sempre o número da página); 
3. Interpretação do texto: reconstrução mais livre do tema abordado no texto, 
expressando um diálogo com o autor. 
Você pode organizar esse tipo de fichamento da seguinte forma: 
 
Modelo de Ficha de Leitura 

Título da obra: 

Autor(a): 

Referência Bibliográfica: 

Indicado Para: 

Resumo: 

Citações Importantes: 

Comentários: 

 
TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
FRACTAIS 
 
Fractais (do latim fractus, fração, quebrado) são figuras da geometria não‐Eucli‐
diana. A geometria fractal é o ramo da matemática que estuda as propriedades e com‐
portamento  dos  fractais.  Descreve  muitas  situações  que  não  podem  ser  explicadas 
facilmente  pela  geometria  clássica,  e  foram  aplicadas  em  ciência,  tecnologia  e  arte 
gerada por computador. As raízes conceituais dos fractais remontam a tentativas de 
medir o tamanho de objetos para os quais as definições tradicionais baseadas na geo‐
metria euclidiana falham. 
Um fractal (anteriormente conhecido como curva monstro) é um objeto geomé‐
trico  que  pode  ser  dividido  em  partes,  cada  uma  das  quais  semelhante  ao  objeto 
original. Diz‐se que os fractais têm infinitos detalhes, são geralmente auto‐similares 
e independem de escala. Em muitos casos um fractal pode ser gerado por um padrão 
repetido, tipicamente um processo recorrente ou iterativo. 
O termo foi cunhado em 1975 por Benoît Mandelbrot, matemático francês nasci‐
do  na  Polônia,  que  descobriu  a  geometria  fractal  na  década  de  70  do  século  XX,  a 
partir do adjetivo latino fractus, do verbo frangere, que significa quebrar. 
HISTÓRIA 

70
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

Durante séculos, os objetos e os conceitos da filosofia e da geometria euclidiana 
foram  considerados  como  os  que  melhor  descreviam  o  mundo  em  que  vivemos.  A 
descoberta de geometrias não‐euclidianas introduziu novos objetos que representam 
certos fenômenos do Universo, tal como se passou com os fractais. Assim, considera‐
se hoje que tais objetos retratam formas e fenômenos da Natureza. 
Em 1872, Karl Weierstrass encontrou o exemplo de uma função com a proprie‐
dade de ser contínua em todo seu domínio, mas em nenhuma parte diferenciável. O 
gráfico desta função é chamado atualmente de fractal.  
Em 1904, Helge von Koch, não satisfeito com a definição muito abstrata e analí‐
tica de Weierstrass, deu uma definição mais geométrica de uma função similar, atual‐
mente conhecida como Koch snowflake (ou floco de neve de Koch), que é o resultado 
de infinitas adições de triângulos ao perímetro de um triângulo inicial. Cada vez que 
novos  triângulos  são  adicionados,  o  perímetro  cresce,  e  fatalmente  se  aproxima  do 
infinito.  Dessa  maneira,  o  fractal  abrange  uma  área  finita  dentro  de  um  perímetro 
infinito. 
 

  
Figura 1: Floco de neve de Koch 
 
Também  houve  muitos  outros  trabalhos  relacionados  a  estas  figuras,  mas  esta 
ciência só conseguiu se desenvolver plenamente a partir da década de 60, com o au‐
xílio da computação. Um dos pioneiros a usar esta técnica foi Benoît Mandelbrot, um 
matemático  que  já  vinha  estudando  tais  figuras.  Mandelbrot  foi  responsável  por 
criar  o  termo  fractal,  e  responsável  pela  descoberta  de  um  dos  fractais  mais 
conhecidos, o conjunto de Mandelbrot. 
 
CATEGORIAS DE FRACTAIS 
Os fractais podem ser agrupados em três categorias principais. Estas categorias 
são determinadas pelo modo como o fractal é formado ou gerado: 
 
9 Sistema de funções iteradas — Estas possuem uma regras fixa de substituição 
geométrica. Conjunto de Cantor, tapete de Sierpinski, Sierpinski gasket, curva 
de  Peano,  floco  de  neve  de  Koch,  curva  do  dragão  de  Harter‐Heighway,  T‐
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  71 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Square, esponja de Menger, são alguns exemplos deste tipo de fractal.  
9 Fractais definidos por uma relação de recorrência em cada ponto do espaço (tal 
como o plano complexo). Exemplos deste tipo são o conjunto de Mandel‐brot e 
o  fractal  de  Lyapunov.  Estes  também  são  chamados  de  fractais  de  fuga  do 
tempo.  
9 Fractais  aleatórios,  gerados  por  processos  estocásticos  ao  invés  de  determi‐
nísticos, por exemplo, terrenos fractais e o vôo de Lévy.  
 
              (a)                                                (b)                                                  (c) 

                     


Figura 2: (a) fractal tapete de Sierpinski, (b) fractal dragão de Harter‐Heighway e (c) 
fractal esponja de Menger. 
 
Ainda,  também  podem  ser  classificados  de  acordo  com  sua  auto‐similaridade. 
Existem três tipos de auto‐similaridade encontrados em fractais: 
 
9 Auto‐similaridade  exata:  é  a  forma  em  que  a  auto‐similaridade  é  mais  mar‐
cante, evidente. O fractal é idêntico em diferentes escalas. Fractais gerados por 
sistemas  de  funções  iterativas  geralmente apresentam  uma  auto‐similaridade 
exata.  
9 Quase‐auto‐similaridade:  é  uma  forma  mais  solta  de  auto‐similaridade.  O 
fractal aparenta ser aproximadamente (mas não exatamente) idêntico em esca‐
las diferentes.  
9 Auto‐similaridade estatística: é a forma menos evidente de auto‐similaridade. 
O fractal possui medidas númericas ou estatísticas que são preservadas em di‐
ferentes  escalas.  As  definições  de  fractais  geralmente  implicam  em  alguma 
forma de auto‐similaridade estatística (mesmo a dimensão fractal é uma medi‐
da numérica preservada em diferentes escalas).  
 
Entretanto, nem todos os objetos auto‐similares são considerados fractais. Uma 
linha real (uma linha reta Euclidiana), por exemplo, é exatamente auto‐similar, mas o 
argumento de que objetos Euclidianos são fractais é defendido por poucos. Mandel‐
brot  argumentava  que  a  definição  de  fractal  deveria  incluir  não  apenas  fractais 
ʺverdadeirosʺ  mas  também  objetos  Euclidianos  tradicionais,  pois  números 
irracionais em uma linha real representam propriedades complexas e não repetitivas. 

72
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

Pelo fato do fractal possuir uma granulometria infinita, nenhum objeto natural 
pode  sê‐lo.  Os  objetos  naturais  podem  exibir  uma  estrutura  semelhante  ao  fractal, 
porém com uma estrutura de tamanho limitado. 
 
DEFINIÇÕES E EXEMPLOS 
Os fractais podem ser definidos segundo algumas características intuitivas, pois 
se torna difícil a conversão da definição matemática para a linguagem ordinária devi‐
da falta de termos adequados à sua tradução. 
Mandelbrot definiu fractal como ʺum sistema organizado para o qual a dimen‐
são  de  Hausdorff‐Besicovitch  excede  a  estritamente  a  dimensão  topológica,  onde 
fractais cujas estruturas sejam ego‐semelhantes, ou a dimensão de Hausdorff é igual 
a dimensão de Minkowski‐Bouligand.” 
Árvores  e  samambaias  (ou  fetos)  são  fractais  naturais  que  podem  ser  modela‐
dos  em  computadores  que  usam  algoritmos  recursivos.  Esta  propriedade  de  repiti‐
vidade está clara nestes exemplos, pois num ramo de uma árvore ou na folhagem de 
uma  samambaia  pode  ser  observada  uma  réplica  em  miniatura  do  todo.  Não  idên‐
tico, porém semelhante na estrutura. 
 

  
Figura 3: Feto fractal. 
 
Os Fractais são geralmente corrugados na sua forma (tanto em cálculos quanto 
nas imagens resultantes destes), Portanto, não são objetos definíveis pela geometria 
tradicional.  Isso  quer  dizer  que  os  fractais  tendem  a  ter  detalhes  significantes, 
visíveis  sob  qualquer  ponto  de  vista  (ou  seja,  suas  variações  visuais  são 
perfeitamente mensu‐ráveis); quando houver uma ego‐semelhança, isto pode ocorrer 
porque  ao  se  obser‐var  sob  “zoom”  figuras  semelhantes  observaremos  a 
recursividade, ou repitividade destas. 
Os Fractais podem ser determinísticos ou estocásticos. 
Aproximações de fractais (Fractais naturais) são encontrados freqüentemente na 
natureza.  Estes  objetos  exibem  uma  estrutura  complexa  próxima  aos  objetos  mate‐
máticos,  porém  finitas  se  as  observarmos  em  maiores  escalas.  Os  fractais  naturais 
estão  à  nossa  volta,  basta  observarmos  as  nuvens,  as  montanhas,  os  rios  e  seus 
afluentes, os sistemas de vasos sanguíneos, os feixes nervosos, etc. Com maiores ou 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  73 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

menores graus, estas figuras estão classificadas em diversas magnitudes. 
Os  Fractais  são  normalmente  gerados  através  de  computadores  com  softwares 
específicos. Através de seu estudo podemos descrever muitos objetos extremamente 
irregulares do mundo real. Como exemplo de softwares temos o Xaos: 
 
http://xaos.sourceforge.net/index.php 
 
Os  meteorologistas  utilizam  o  cálculo  fractal  para  verificar  as  turbulências  da 
atmosfera incluindo dados como nuvens, montanhas, a própria turbulência, os lito‐
rais, e árvores. As técnicas fractais também estão sendo empregadas para a compac‐
tação  de  imagens  através  da  compressão  fractal,  além  das  mais  diversas  disciplinas 
científicas que utilizam o processo. 
 
 

                  
Figura 4: Exemplos de Arte fractal gerado por computador. 
 
Palavras‐chave  para  busca  de  mais  conteúdos  sobre  fractais  na  internet:  Efeito 
borboleta, Teoria do Caos, Teoria constructal, Arte fractal, Paisagem fractal, Metafí‐
sica fractal, Graftal, Dimensão Hausdorff, Dimensão Fractal e Benoît Mandelbrot. 

▪ 
“Um matemático é uma máquina para transformar café em teoremas.” 
 
Paul Erdős 
 
“Nunca será um verdadeiro matemático aquele que não for um pouco poeta”.  
 
Karl Weierstrass 
 
“Matemática,  de  modo  algum,  são  fórmulas,  assim  como  a  música  não  são 
notas”.  
Y. Jurquim 
 
“A música é um exercício inconsciente de cálculos”.  
                                                                                                                                          Leibniz 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

CAPÍTULO 9

REFERÊNCIAS E CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS


 
9.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Referência é o “[ . . . ] conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados 
de um documento, que permite sua identificação individual” (ABNT, 2002, p. 2) no 
todo ou em parte, impressos ou registrados em diversos tipos de suporte.  
Inclua  na  lista  de  referências,  apenas  as  fontes  que  efetivamente  foram  utili‐
zadas  para  a  elaboração  do  trabalho.  Pode‐se  separar  os  documentos  bibliográficos 
de  outros  tipos  de  fonte  (discos,  filmes,  fitas,  etc.),  recebendo  o  título  de  FONTES 
CONSULTADAS.  Pode‐se  incluir,  também,  uma  BIBLIOGRAFIA  RECOMEDADA 
onde são indicadas outras referências para aprofundamento do assunto. As referên‐
cias  devem  ser  listadas  em  ordem  alfabética  única  de  autor(es)  e/ou título(s).  Em 
casos  específicos,  podem  ser  numeradas  e  arranjadas  por  assunto,  autor  ou  corres‐
pondendo ao sistema numérico adotados nas citações. 
Pode‐se  substituir  o  nome  do  autor  de  várias  obras  referenciadas  sucessiva‐
mente por um traço equivalente a 6 (seis) toques e ponto (______.), nas referências se‐
guintes  à  primeira.  As  referências  devem  aparecer,  sempre,  alinhadas  somente  à 
margem  esquerda e  de  forma  a se identificar individualmente  cada documento, em 
espaço  simples  e  separadas  entre  si  por  espaço  duplo.  Os  elementos  da  referência 
devem ser obtidos na folha de rosto, no próprio capítulo ou artigo e, se possível, em 
outras fontes equivalentes. 
Para mais informações, consultar a norma da ABNT específica para elaboração 
de referências: NBR 6023/2002. Abaixo, seguem algumas normas para referenciação: 
 
1 – LIVRO NO TODO 
AUTOR.  Título  do  livro  (em  negrito):  subtítulo.  Edição.  Local  (cidade)  de  pu‐
blicação: Editora, data. n.º de páginas ou volumes. (nome e n.º da série). 
 
Exemplos: 
DAMIÃO,  Regina  Toledo;  HENRIQUES,  Antonio.  Curso  de  direito  jurídico.  
São Paulo: Atlas, 1995. 
(o prenome e outros sobrenomes podem aparecer por extenso) 
 
PASSOS, L. M. M.; FONSECA, A.; CHAVES, M. Alegria de saber: matemática, 
segunda  série,  2,  primeiro  grau:  livro  do  professor.  São  Paulo:  Scipione,  1995.  
136 p. 
(o prenome e outros sobrenomes podem aparecer abreviados) 
 
BASTOS,  F.  et  al.  Constituição  de  uma  matriz  de  contabilidade  social  para  o 
Brasil. Brasília, DF: IPEA, 1994. 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  75 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

  (quando existirem mais de três autores, indica‐se apenas o primeiro, acrescen‐ 
  tando‐se a expressão et. al.) 
 
MARCONDES,  R.  (Org.).    Dietas  em  pediatria  clínica.  4.  ed.  Rio  de  Janeiro: 
Saraiva, 1998. 
(refere‐se a uma coletânea de vários autores onde se referencia somente o nome 
do organizador (Org.), coordenador (Coord.) ou do editor (Ed.) da coletânea) 
 
SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Diretrizes para a política 
ambiental do Estado de São Paulo. São Paulo, 1993. 35 p. 
(o título fica com o nome da entidade) 
 
FRANCO, I. Discursos: outubro de 1982 a 1997. Brasília, DF: [s.n.], 1998. 107 p. 
(em  casos  em  que  a editora  não  é  identificada,  utiliza‐se  a  expressão  s.n.  entre 
colchetes) 
 
GONÇALVES, F. B. A história de Mirador. [S.I.:s.n.], 1998. 
(em casos em que o local [S.I.] e o editor [s.n.] não puderem ser identificados na 
publicação) 
 
FLORENZIANO, E.  Dicionário de idéias semelhantes. Rio de Janeiro: Ediouro, 
[1993]. 383 p. 
(a  data  é  um  elemento  obrigatório  na  referenciação,  se  a  mesma  não  aparecer 
utiliza‐se  uma  das  seguintes  opções:  [1971  ou  1972]  um  ano  ou  outro;  [1969?] 
data  provável;  [1973]  data  certa,  não  indicada  no  item;  [ca.  1960]  data  aproxi‐
mada) 
 
2 – CAPÍTULO DE LIVRO 
AUTOR DO CAPÍTULO. Título do capítulo. In: AUTOR DO LIVRO. Título do 
livro (em negrito): subtítulo do livro. n.º de edição. Local de publicação (Cidade 
): Editora, data. Indicação de volume, capítulo ou páginas inicial‐final da parte. 
 
Exemplos: 
SANTOS, J. R. dos. A colonização da terra do Tucujus.  In: ________. História do 
Amapá, 1º grau. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. cap. 3, p. 15‐24. 
(neste caso o autor do capítulo é o mesmo do livro; somente o nome do livro é 
destacado em negrito) 
 
ROMANO, G. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SMITH, J. 
(Org.).  História  dos  jovens  2:  a  época  contemporânea.  São  Paulo,  Companhia 
das Letras, 1996. p. 7‐16. 
(neste caso o autor do capítulo não é o mesmo do livro; somente o nome do livro 
é destacado em negrito) 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

3 – MONOGRAFIA, DISSERTAÇÃO E TESE 
AUTOR.  Título  (em  negrito):  subtítulo.  Ano  de  apresentação.  n.º  de  folhas  ou 
volumes. Categoria (grau e área de concentração) ‐ Instituição, local. 
 
Exemplos: 
MORGADO,  M.  Implante  dentário.  1990.  51  f.  Monografia  (Especialização)  ‐ 
Faculdade  de  Odontologia,  Universidade  Camilo  Castelo  Branco,  São  Paulo, 
1990. 
 
ARAUJO,  J.  A.  Máscaras  inteiriças  Tukúna:  possibilidades  de  estudo  de 
artefatos  de  museu  para  o  conhecimento  do  universo  indígena.  1986.  108  p. 
Dissertação  (Mestrado  em  Ciências  Sociais)  ‐  Fundação  Escola  de  Sociologia  e 
Política de São Paulo, São Paulo. 1986. 
 
BARBOSA,  C.  G.  Alterações  clínicas,  hematológicas,  bioquímico‐séricas  e 
imunológicas  determinadas  por  larvas  de  Dermatobia  hominis  (L.  Jr.,  1781) 
(Diptera:    Cuterebridae)  em  infestação  experimental  de  bovinos.  1997.  121  p.  
Tese (Doutorado em Medicina Veterinária ‐ Parasitologia Veterinária) – Univer‐
sidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 1997. 
 
4 – GUIA 
TÍTULO:  subtítulo.  Local  (cidade)  de  publicação:  editora,  data,  n.º  de  páginas. 
Anexos. 
 
Exemplo: 
BRASIL:  roteiros  turísticos.  São  Paulo:  Folha  da  Manhã,  1995.  319  p.,  il. 
(Roteiros turísticos Fiat). Inclui Mapa rodoviário. 
 
5 – MANUAL 
Autor. Título (em negrito): subtítulo. Local de publicação, data. n.º de páginas. 
(Nome e/ou n.º da série). 
 
Exemplo: 
São  Paulo  (Estado).  Secretaria  do  Meio  Ambiente.  Coordenadoria  de  Planeja‐
mento  Ambiental.  Estudo  de  impacto  ambiental  ‐  EIA,  Relatório  de  impacto 
ambiental  ‐  RIMA:  manual  de  orientação.  São  Paulo,  1989.  48  p.  (Série  Ma‐
nuais). 
 
6 – PARTES DE UMA PUBLICAÇÃO PERIÓDICA 
6.1 – FASCÍCULO DE REVISTA 
TÍTULO  DO  PERIÓDICO:  subtitulo.  Local  de  publicação  (cidade):  Editora, 
volume, n.º do fascículo, data de publicação. n.º  de páginas. 
 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  77 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Exemplo: 
DINHEIRO:  revista  semanal  de  negócios.  São  Paulo:  Ed.  Três,  n.  148,  28  jun. 
2000. 98 p.  
(citação de toda a revista sem menção de parte desta) 
 
6.2 – ARTIGO DE REVISTA 
AUTOR. Título do artigo. Título do periódico (em negrito), Local de publicação 
(cidade), n.º do volume, n.º do fascículo, páginas inicial‐final, mês (abreviado), 
ano. 
 
Exemplo: 
GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança pública. Política e Administração, 
Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 15‐21, set. 1997. 
 
6.3 ‐ ARTIGO E/OU MATÉRIA DE JORNAL 
AUTOR.  Título  do  artigo.  Título  do  Jornal  (em  negrito),  Local,  dia,  mês,  ano. 
Número ou título do caderno, seção ou suplemento, páginas inicial‐final. 
 
Exemplo: 
NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de São Paulo. São Paulo, 
28 jun. 1999. Folha Turismo, Caderno 8, p. 13. 
 
7 – REFERENCIAÇÃO DE MATERIAL DE MEIO ELETRÔNICO 
AUTOR. Denominação ou título e subtítulo (se houver) do serviço ou produto, 
indicação de responsabilidade (em negrito), endereço eletrônico entre os sinais 
< > precedido da expressão – Disponível em: – e a data de  
 
7.1 –ARTIGO DE REVISTA 
RIBEIRO,  P.  S.  G.  Adoção  à  brasileira:  uma  análise  sócio‐jurídica.  Datavenia, 
São Paulo, ano 3, n. 18, ago. 1998. Disponível em: 
<http://www.datavenia.inf.br/frameartig.html>. Acesso em: 10 set. 1998. 
 
7.2 – MATÉRIA DE REVISTA NÃO ASSINADA 
WINDOWS 98: o melhor caminho para atualização. PC World, São Paulo, n. 75, 
set. 1998. Disponível em: <http://www.idg.com.br/abre.htm>. Acesso em: 10 set. 
1998. 
 
7.3 – MATÉRIA DE JORNAL ASSINADA 
SILVA, I. G. Pena de morte para o nascituro. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 19 
set.  1998.  Disponível  em:  <http://www.providafamilia.org/pena_morte_nasci‐
turo.htm>. Acesso em: 19 set. 1998. 
 
7.4 – ARTIGO DE JORNAL CIENTÍFICO 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

KELLY,  R.  Electronic  publishing  at  APS:  its  not  just  online  journalism.  APS 
News Online, Los Angeles, Nov. 1996. Disponível em: 
<http://www.aps.org/apsnews/1196/11965.html>. Acesso em 25 nov. 1998. 
 
7.5 – MATÉRIA DE JORNAL NÃO ASSINADA 
ARRANJO tributário. Diário  do  Nordeste Online, Fortaleza, 27 nov.  1998. Dis‐
ponível em: <http://www.diariodonordeste.com.br>. Acesso em: 28 nov. 1998. 
 
8 – DOCUMENTO JURÍDICO 
8.1 – CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
BRASIL.  Constituição  (1988).  Constituição  da  República  Federativa  do  Brasil. 
Brasília, DF, Senado, 1988. 
 
8.2 – MEDIDA PROVISÓRIA 
BRASIL. Medida Provisória  n.º 1.569‐9, de 11 de dezembro  de  1997.  Estabelece 
multa em operações de importação, e dá outras providências. Diário Oficial [da] 
República  Federativa  do  Brasil,  Poder  Executivo,  Brasília,  DF,  14  dez.  1997. 
Seção 1, p. 29514. 
 
8.3 – DECRETO 
SÃO  PAULO  (Estado).  Decreto  n.º  42.822,  de  20  de  janeiro  de  1998.  Dispões 
sobre a desativação de unidades administrativas de órgãos da administração di‐
reta  e  das  autarquias  do  Estado  e  dá  providências  correlatas. Lex‐Coletânea  de 
Legislação e Jurisprudência, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 217‐220, 1998.  
 
8.4 – CÓDIGO 
BRASIL.  Código  civil.  Organização  dos  textos,  notas  remissivas  e  índices  por 
Juarez de Oliveira. 46 ed. São Paulo: Saraiva, 1995. 
 
9 – TRABALHO APRESENTADO EM EVENTO 
AUTOR DO TRABALHO. Título: subtítulo. In: NOME DO EVENTO, n.º, ano, 
local  de  realização.  Título  da  publicação  (em  negrito):  subtítulo.  Local  da 
publicação: Editora, data. Páginas inicial e final do trabalho. 
 
9.1 – RESUMO DE TRABALHO DE CONGRESSO 
MARTIN  NETO,  L.;  BAYER,  J.;  THOMAS,  P.  J.  Alterações  qualitativas  da 
matéria  orgânica  e  os  fatores  determinantes  da  sua  estabilidade  num  solo 
podzólico  vermelho  escuro  em  diferentes  sistemas  de  manejo.    In: 
CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 26., 1997, Rio de Janeiro. 
Resumos... Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1977. p. 443, 
ref. 6‐141. 
 
9.2 – TRABALHO PUBLICADO EM ANAIS DE CONGRESSO 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  79 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

BRAYNER,  A.  R.  A.;  MEDEIROS,  C.  B.  Incorporação  do  tempo  em  SGBD                           
orientado a objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9.,  
1994, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 1994. p. 16‐29. 
 
10 – EVENTO EM MEIO ELETRÔNICO 
10.1 – TRABALHO DE CONGRESSO 
SILVA,  R.  N.;  OLIVEIRA,  R.  Os  limites  pedagógicos  do  paradigma  da 
qualidade  total  na  educação.  In:  CONGRESSO  DE  INICIAÇÃO  CIENTÍFICA 
DA  UFPe,  4.,  1996,  Recife.  Anais  eletrônicos...  Recife,  UFPe,  1996.  Disponível 
em: <http:www. propesq.ufpe.br/anais/anais/educ/ce04.htm>. Acesso em: 21 jan. 
1997. 
 
10.2 – TRABALHO DE SEMINÁRIO 
GUNCHO,  M.  R.  A  educação  à  distância  e  a  biblioteca  universitária.    In: 
SEMINÁRIO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 10., 1998, Fortaleza. Anais 
... Fortaleza: Tec Treina, 1998. 1 CD. 
 
9.2 CITAÇÕES 
Segundo  a  norma  NBR  10520:2002,  elaborada  pelo  Comitê  Técnico  014  (Infor‐
mação e Documentação) da Associação Brasileira de Normas Técnicas, citação numa 
produção textual é a ʺMenção de uma informação extraída de outra fonteʺ, tais como 
(livros, periódicos, vídeos, sites e etc). 
As  citações  na  produção  textual  são  feitas  para  apoiar  uma  hipótese,  sustentar 
uma idéia ou ilustrar um raciocínio. Sua função é oferecer ao leitor o respaldo neces‐
sário para que ele possa comprovar a veracidade das informações fornecidas e Possi‐
bilitar o seu aprofundamento. 
Ressalva‐se que a referência bibliográfica, isto é, os dados que identificam uma 
publicação  citada,  tais  como  autor,  título,  local,  editora  ou  data,  deve  aparecer  no 
final do trabalho sob o título de REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ou de BIBLIO‐
GRAFIA, pois desta maneira o leitor poderá identificar a obra e, assim, facilitar sua 
localização  em  catálogos,  índices  bibliográficos,  bibliotecas,  Internet,  entre  outros 
locais.  Conforme  a  NBR  10520  especifica,  todas  as  citações  apresentadas  devem  ser 
acompanhadas da indicação da autoria das mesmas, podendo‐se utilizar um dos for‐
matos abaixo: 
 
9.2.1 SISTEMA AUTOR‐DATA 
Neste sistema a indicação da fonte no texto é feita colocando‐se o sobrenome do 
autor  ou  o  nome  da  entidade  responsável  ou  ainda  a  primeira  palavra  do  título 
(quando  a  obra  não  possuir  autoria),  seguida  da  data  de  publicação.  Ao  final  do 
trabalho relacionam‐se as referências completas em ordem alfabéticas. 
         Exemplo no texto: 
 
(VIEIRA, 1993) 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

 
Citação também é usada como termo jurídico. É um ato Jurídico formal para que 
o réu tome conhecimento do processo e, querendo, defenda‐se. 
Exemplo na referência: 
 
VIEIRA,  Márcio  Infante.  Carne  e  pele  de  coelho :  produção,  comércio, 
preparo. São Paulo INFOTEC 1993. 64p. 
 
9.2.2 SISTEMA NUMÉRICO 
Neste  sistema  a  indicação  da  fonte  no  texto  é  realizada  por  uma  numeração 
única  consecutiva  que  remete  à  uma  lista  de  referências  ao  final  do  trabalho 
organizadas em ordem seqüencial, numérica e crescente. 
Exemplo no texto: 
 
ʺO sistema numérico não deve ser usado quando há notas de rodapéʺ [1] 
 
Exemplo na Referência: 
 
[1] ‐ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: 
informação e documentação ‐ citações em documentos ‐ apresentação. Rio 
de Janeiro: ABNT, 2002. 7p. 
 
9.2.3 CITAÇÃO DIRETA 
A  citação  direta  refere‐se  à  transcrição  integral  de  uma  parte  do  texto  pesqui‐
sado. Essa transcrição literal deverá ser apresentada entre ʺaspasʺ, (se for até 3 linhas, 
caso  contrário,  aparecerá  recuada  4  cm  da  margem  esquerda,  utilizando‐se  fonte 
menor  e  espaçamento  simples)  seguida  do  sobrenome  do  autor,  ano  da  publicação, 
sendo indispensável indicar o número da página de onde foi extraída a transcrição.  
Exemplo no texto: 
 
Segundo Vieira (1998, p.5) o valor da informação está ʺdiretamente ligado 
à maneira como ela ajuda os tomadores de decisões a atingirem as metas 
da organizaçãoʺ. 
 
Ou 
 
Segundo Vieira, o valor da informação está ʺdiretamente ligado à maneira 
como  ela  ajuda  os  tomadores  de  decisões  a  atingirem  as  metas  da  orga‐
nizaçãoʺ. (2) 
 
Outra  variação  é  quando  o  sobrenome  é  colocado  entre  parênteses  juntamente 
com o ano e página; neste caso, porém, o sobrenome aparece todo com letras maiús‐
culas.  
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  81 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Exemplo na referência: 
 
O valor da informação está ʺdiretamente ligado à maneira como ela ajuda 
os  tomadores  de  decisões a atingirem as metas da  organizaçãoʺ  (VIEIRA, 
1998, p.5). 
 
9.2.4 CITAÇÃO INDIRETA 
É a transcrição das idéias do autor consultado, porém usando as suas palavras, 
ou seja, parafraseando. A idéia expressa continua sendo de autoria do autor que você 
consultou,  por  isso,  é  necessário  citar  a  fonte:  dar  crédito  ao  autor  da  idéias,  sendo 
desnecessário indicar o número da página de onde a idéia foi extraída.  
Exemplo no texto: 
 
O  valor  da  informação  está  relacionado  com  o  poder  de  ajuda  aos  toma‐
dores de decisões a atingirem os objetivos da empresa (VIEIRA, 1998). 
 
9.2.5 APRESENTAÇÃO DAS CITAÇÕES NO TEXTO 

1. Citação  com  até  três  linhas:  aparece  fazendo  parte  normalmente  do  texto 
(entre aspas, se for citação direta, mas em fonte 12).  
2. Mais de três linhas: (deslocamento) recuo de 4 cm para todas as linhas, a par‐
tir  da  margem  esquerda,  espaçamento  simples  entre  as  linhas,  fonte  tama‐
nho  10  e  sem  aspas, sendo  que  o  parágrafo  que  introduz  a  citação  (o  autor, 
com ano e página) deve aparecer em fonte normal (12) e espaçamento como 
no restante do texto.  
 
Exemplo no texto: 
 
Drucker  (1984,  p.17)  comenta  sobre  o  a  prática  administrativa  afirmando 
que:  
A administração tem de ser analisada como um exercício, e não como 
ciência. Por este ponto de vista, ela pode comparar‐se com a medicina, 
a advocacia e a engenharia. Neste caso, o bom profissional não é aque‐
le  que  retém  o  maior  conhecimento,  mas  sim  aquele  que  mostra  um 
melhor desempenho no que faz.  
 
Exemplo da referência: 
 
DRUCKER,  Peter  Ferdinand.  Introdução  à  administração.  São  Paulo: 
Pioneira, 1984. 
 
9.2.6 USO DE CITAÇÕES EM EXCESSO 

O uso excessivo de citações em teses e artigos acadêmicos prejudica a criação de 

82
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

conhecimento novo. Isto se daria pelo fato de ao utilizar as citações de outros autores 
para  legitimar  o  seu  conteúdo,  o  escritor  estaria  deixando  de  lado  a  sua  própria 
capacidade de argumentação, o que termina favorecendo a cópia de conhecimentos já 
consolidados ao invés de criar novos. 
 
TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
OS NÚMEROS PRIMOS 
 
Um número primo é um número inteiro maior que 1 que é divisível apenas por 
si mesmo e por 1. Os primeiros 10 números primos são 2, 3 , 5 , 7, 11, 13, 17, 19, 23 e 
29.  Um  inteiro  positivo  maior  que  1  que  não  é  primo  é  denominado  múltiplo  ou 
composto. O número 1 não é considerado nem primo, nem múltiplo. A importância 
dos nú‐meros primos na teoria dos números, e em toda a matemática, se deve ao fato 
de todo número inteiro maior que 1 poder ser fatorado (ou seja, escrito como um pro‐
duto) em números primos de forma única. Este fato importante é conhecido como o 
Teorema Fundamental da Aritmética.  
Uma das poucas coisas que sabemos sobre os números primos é que existe uma 
quantidade infinita deles. Este fato se encontra demonstrado no Livro IX dos Elemen‐
tos de Euclides. O menor número primo é 2, que também é único número primo par. 
Atualmente o maior número primo encontrado é 232.582.657 − 1 descoberto pelo time de 
colaboradores  formado  pelos  doutores  Curtis  Cooper  e  Steven  Boone  no  dia  4  de 
setembro  de  2006,  num  projeto  de  computação  distribuída  pela  Internet,  que  usa  o 
tempo  ocioso  do  processador  de  computadores  pessoais,  procurando  por  números 
primos específicos, do tipo  2 n  − 1, em que n é primo, chamados primos de Mersenne. 
Este último primo encontrado é o primo de Mersenne de número 44 e tem 9.808.358 
dígitos. Seria necessário um livro de quase 5000 páginas para conter este número. 
Um número n natural é chamado perfeito se e somente se n for igual a soma de 
todos os seus divisores positivos (sem ser, é claro, contado o próprio n). Como exem‐
plos temos 6 = 1 + 2 + 3 e 28 = 1 + 2 + 4 + 7 + 14.  Assim,  
 
6,  
28,  
496,  
8128,  
33550336,  
8589869056,  
137438691328,  
2305843008139952128,  
2658455991569831744654692615953842176, 
191561942608236107294793378084303638130997321548169216...  

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  83 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

 
são os primeiros 10 números perfeitos. 
Os  quatro  primeiros  números  perfeitos  já  eram  conhecidos  antes  da  época  de 
Cristo. Vejamos eles como exemplos e façamos as suas respectivas decomposições: 
 
6 = 2 x 3,  
28 = 4 x 7,  
496 = 16 x 31, 
8128 = 64 x 127. 
 
Observe que todos são da forma ( 2 n−1 ) x ( 2 n ‐1) (para n = 2, 3, 5, e 7 respectiva‐
mente).  Considere  agora  o  seguinte  teorema:  Um  número  K  é  um  número  perfeito 
par  se  e  somente  se  ele  puder  ser  escrito  na  forma  ( 2 n−1 )  x  ( 2 n ‐1),  com  2 n ‐1  um 
número primo.  Assim, a busca dos  números perfeitos  acaba sendo  paralela à  busca 
dos primos de Mersenne. 
Antigamente,  a  descoberta  de  um  novo  número  primo  costumava  a  ser  cele‐
brada  com  garrafas  de  champanhe  e  lançamento  de  selos  postais  comemorativos; 
hoje em dia, é alardeada por fabricantes de computadores e companhias de softwares 
com  fins  de  marketing.  Isto  porque  os  números  primos,  outrora  assuntos  da  mate‐
mática  pura,  recentemente  encontraram  uma  utilidade  em  questões  de  segurança 
nacional. A grande dificuldade de ser fatorar o produto de dois números primos bem 
grandes, se estes números forem desconhecidos pelo usuário, é a base da criptografia 
de chave pública. 
A título de oferecer um pouco mais de sabor à sua curiosidade, a The Electronic 
Frontier  Foundation  oferece  um  prêmio  de  US$  100.000,00  à  primeira  pessoa  ou  ao 
grupo que descobrir um número primo de 10 milhões de algarismos. 
Muitas questões sobre números primos permanecem sem resposta, daí a aura de 
mistérios  que  os  cerca.  Por  exemplo,  os  primos  têm  a  tendência  de  se  arrumar  em 
pares da forma p e p+2; alguns exemplos sendo 3 e 5; 5 e 7; 11 e 13; 17 e 19, 101 e 103. 
Encontramos  estes  pares  mesmo  entre  os  números  primos  maiores:  29.879  e  29.881, 
140.737.448.353.699 e 140.737.448.353.701. O maior par conhecido até 1990 era o 1.706. 
595  x  211.235  ±   1,  cada  um  deles  com  3.389  dígitos  cada.  Não  se  sabe  se  existem  infi‐
nitos destes “números primos gêmeos”, a maioria dos matemáticos acredita que sim, 
mas ninguém conseguiu provar esta conjectura até o momento. 
 
Tabela: 500 primeiros primos; em negrito se destaca os primos gêmeos. 
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 
103, 107, 109, 113, 127, 131, 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181, 191, 193, 197, 
199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251, 257, 263, 269, 271, 277, 281, 283, 293, 307, 311, 
313, 317, 331, 337, 347, 349, 353, 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397, 401, 409, 419, 421, 431, 
433, 439, 443, 449, 457, 461, 463, 467, 479, 487, 491, 499, 503, 509, 521, 523, 541, 547, 557, 
563, 569, 571, 577, 587, 593, 599, 601, 607, 613, 617, 619, 631, 641, 643, 647, 653, 659, 661, 

84
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

673, 677, 683, 691, 701, 709, 719, 727, 733, 739, 743, 751, 757, 761, 769, 773, 787, 797, 809, 
811, 821, 823, 827, 829, 839, 853, 857, 859, 863, 877, 881, 883, 887, 907, 911, 919, 929, 937, 
941, 947, 953, 967, 971, 977, 983, 991, 997, 1009, 1013, 1019, 1021, 1031, 1033, 1039, 1049, 
1051,  1061,  1063,  1069,  1087,  1091,  1093,  1097,  1103,  1109,  1117,  1123,  1129,  1151,  1153, 
1163,  1171,  1181,  1187,  1193,  1201,  1213,  1217,  1223,  1229,  1231,  1237,  1249,  1259,  1277, 
1279,  1283,  1289,  1291,  1297,  1301,  1303,  1307,  1319,  1321,  1327,  1361,  1367,  1373,  1381, 
1399,  1409,  1423,  1427,  1429,  1433,  1439,  1447,  1451,  1453,  1459,  1471,  1481,  1483,  1487, 
1489,  1493,  1499,  1511,  1523,  1531,  1543,  1549,  1553,  1559,  1567,  1571,  1579,  1583,  1597, 
1601,  1607,  1609,  1613,  1619,  1621,  1627,  1637,  1657,  1663,  1667,  1669,  1693,  1697,  1699, 
1709,  1721,  1723,  1733,  1741,  1747,  1753,  1759,  1777,  1783,  1787,  1789,  1801,  1811,  1823, 
1831,  1847,  1861,  1867,  1871,  1873,  1877,  1879,  1889,  1901,  1907,  1913,  1931,  1933,  1949, 
1951,  1973,  1979,  1987,  1993,  1997,  1999,  2003,  2011,  2017,  2027,  2029,  2039,  2053,  2063, 
2069,  2081,  2083,  2087,  2089,  2099,  2111,  2113,  2129,  2131,  2137,  2141,  2143,  2153,  2161, 
2179,  2203,  2207,  2213,  2221,  2237,  2239,  2243,  2251,  2267,  2269,  2273,  2281,  2287,  2293, 
2297,  2309,  2311,  2333,  2339,  2341,  2347,  2351,  2357,  2371,  2377,  2381,  2383,  2389,  2393, 
2399,  2411,  2417,  2423,  2437,  2441,  2447,  2459,  2467,  2473,  2477,  2503,  2521,  2531,  2539, 
2543,  2549,  2551,  2557,  2579,  2591,  2593,  2609,  2617,  2621,  2633,  2647,  2657,  2659,  2663, 
2671,  2677,  2683,  2687,  2689,  2693,  2699,  2707,  2711,  2713,  2719,  2729,  2731,  2741,  2749, 
2753,  2767,  2777,  2789,  2791,  2797,  2801,  2803,  2819,  2833,  2837,  2843,  2851,  2857,  2861, 
2879,  2887,  2897,  2903,  2909,  2917,  2927,  2939,  2953,  2957,  2963,  2969,  2971,  2999,  3001, 
3011,  3019,  3023,  3037,  3041,  3049,  3061,  3067,  3079,  3083,  3089,  3109,  3119,  3121,  3137, 
3163,  3167,  3169,  3181,  3187,  3191,  3203,  3209,  3217,  3221,  3229,  3251,  3253,  3257,  3259, 
3271,  3299,  3301,  3307,  3313,  3319,  3323,  3329,  3331,  3343,  3347,  3359,  3361,  3371,  3373, 
3389,  3391,  3407,  3413,  3433,  3449,  3457,  3461,  3463,  3467,  3469,  3491,  3499,  3511,  3517, 
3527, 3529, 3533, 3539, 3541, 3547, 3557, 3559, 3571 
 
Para encontrar listas sempre atualizadas com os maiores números primos, visite 
o  site  da  GIMPS  ‐  Great  Internet  Mersenne  Prime  Search,  iniciado  por  Woltman  no 
iní‐cio de 1996.  
Outra  questão  insolúvel,  envolvendo  os  primos,  é  a  conjectura  de  Goldbach, 
que  recebeu  este  nome  de  Christian  Goldbach  (1690‐1764),  um  matemático  alemão 
que  mais  tarde  se  tornou  ministro  do  exterior  da  Rússia.  Em  uma  carta  para  Euler 
(1742)  ele  conjecturou  que  cada  número  par  ≥   4  pode  ser  decomposto  na  soma  de 
dois nú‐meros primos, como por exemplo: 4 = 2 + 2, 6 = 3 + 3, 8 = 5 + 3, 10 = 5 + 5, 12 = 5 
+ 7, 16 = 11 + 5, etc... Até onde se sabe Euler não demonstrou esta estimativa, mas nem 
ele,  nem  mais  ninguém,  encontrou  um  contra‐exemplo  para  ela.  A  conjectura  já  foi 
tes‐tada  computacionalmente  para  todos  os  pares  até  1010,  e  se  descobriu  que  ela  é 
cor‐reta, porém isto não é garantia que ela seja verdadeira para todos os pares. Este é 
um dos grandes problemas sem solução da matemática. 
Existem  alguns  tipos  especiais  de  números  primos,  dos  quais  os  mais  conhe‐
cidos são: 
 
9 Primos  de  Mersenne:  têm  a  forma  2 n ‐  1.  Observe  que  os  últimos  maiores  pri‐
mos encontrados são  deste tipo. Isto se deve ao  fato de que existe  um teste  de 
primalidade  muito  eficiente  para  este  tipo  de  primo,  o  teste  de  Lucas‐Lehmer 
para Primos Mersenne. 
n
9 Primos de Fermat: têm a forma  2 2 + 1. 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  85 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

9 Primos  Sophie  Germain:  são  os  números  primos  p  onde  2p  +  1  também  é  um 
número primo. 
9 Primos de Wieferich: são números primos p onde p2 divide  2 p −1 ‐ 1. Foram des‐
critos por Wieferich em 1909 e existem apenas dois conhecidos: 1093 e 3511. 
9 Primos de Wilson: são os primos p onde p2 divide (p ‐ 1)! + 1. Os únicos conhe‐
cidos são 5, 13 e 563. 
9 Primos Fatoriais: têm a forma (n! ± 1). (n! – 1) é primo para n = 3, 4, 6, 7, 12, 14, 30, 
32, 33, 38, ... e (n! + 1) é primo para n = 1, 2, 3, 11, 27, 37, 41, 73, 77, 116, ... 
 
O Teorema dos Números Primos é um importante resultado sobre a distribuição 
dos mesmos. Este resultado foi primeiramente demonstrado independentemente por 
dois  matemáticos  franceses  Jacques  Hadamard  e  Charles  Jean  de  la  Vallée‐Poussin 
através  do  estudo  da  função  zeta  de  Riemann.  Um  demonstração  elementar  sem 
apelo à teoria analítica dos números foi dada posteriormente por Atle Selberg e Paul 
Erdös. 
Enunciado: 
 
Seja  Π(n) ,  a  função  de  contagem  de  números  primos,  que  retorna  o  número  de 
núme‐ros primos entre 1 e n. Então vale o limite: 
 
Π(n)
lim =1 
n→∞ n ⋅ ln( n)

▪ 
 
 
 
“Depois de vermos estes números temos a sensação de estarmos na presença de 
um dos inexplicáveis segredos da criaçãoʺ. 
 Zagier 
 
“Os conceitos mais simples são os mais abstratos”. 
Ostwald 
 
“O grande arquiteto do Universo começa a parecer‐nos um puro matemático”. 
 
James Jeans 
 
“O  livro  da  natureza  foi  escrito  exclusivamente  com  figuras  e  símbolos  mate‐
máticos”. 
Galileu 

86
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

CAPÍTULO 10

ARTIGOS E CONGRESSOS CIENTÍFICOS


 
10.1 ARTIGOS CIENTÍFICOS 
Um bom artigo científico deve ser escrito com clareza, precisão e fluência de tal 
forma que o leitor se sinta interessado em sua leitura, e seja capaz de entender o seu 
conteúdo facilmente. O artigo deve apresentar adequadamente os objetivos, a meto‐
dologia utilizada e os resultados encontrados. 
Infelizmente,  um  grande  número  de  artigos  científicos  e  técnicos  é  recusado 
para publicação devido à má qualidade da apresentação. Por vezes eles possuem um 
excesso  de  páginas,  informações  irrelevantes,  ausência  de  conclusões  precisas, 
tabelas e gráficos mal feitos, e carência de comparação dos resultados com trabalhos 
anteriores. 
Quanto à análise de conteúdo, os artigos estão divididos nos seguintes tipos: 
 
1. Artigo de divulgação: É o relato analítico de informações atualizadas sobre um 
tema  de  interesse  para  determinada  especialidade.  Não  requer  necessária‐
mente uma revisão de literatura retrospectiva. 
2. Artigo de revisão: São conhecidos como “reviews” e dividem‐se em dois ti‐pos 
fundamentais: 
a) Revisão anual, contendo a descrição ampla das contribuições da litera‐
tura em determinada área de estudo; 
b) Revisão seletiva, crítica e analítica, com enfoque em um problema cien‐
tífico particular e sua solução especifica.  
3. Relato  de  caso  clínico:  É  um  importante  meio  de  disseminação  do  conheci‐
mento referente aos aspectos clínico‐patológicos de um tema científico. Novas 
técnicas,  terapias,  diagnósticos,  patologias,  materiais  e  soluções  inovadoras 
para problemas especiais, fenômenos anatômicos e fisiológicos, são exemplos 
a serem relatados. O objetivo desse tipo de artigo científico é auxiliar no plano 
de  tratamento  de  um  paciente,  ajudando  aos  profissionais  e  também  ao  em‐
sino. As ilustrações são fundamentais nos artigos dessa natureza (radiografias, 
fotos...). 
 
10.1.1 PORQUE PUBLICAR UM ARTIGO? 
Existem  várias  razões  para  se  publicar  um  artigo  técnico  ou  uma  publicação 
científica, como: 
 
9 Divulgação científica ‐ A publicação de um artigo científico ou técnico é uma 
forma  de  transmitir  à  comunidade  técnico‐científica  o  conhecimento  de 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  87 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

novas descobertas, e o desenvolvimento de novos materiais, técnicas e meto‐
dos de análise nas diversas áreas da ciência. 
9 Aumentar  o  prestígio  do  autor  ‐  Pesquisadores  com  um  grande  volume  de 
publicações  desfrutam  do  reconhecimento  técnico  dentro  da  comunidade 
científica,  alcançam  melhores  colocações  no  mercado  de  trabalho,  e 
divulgam o nome da instituição a qual estão vinculados. 
9 Apresentação do seu trabalho ‐ Muitas instituições de ensino e/ou pesquisa, 
e  várias  empresas  comerciais  freqüentemente  requerem  que  os  seus  profis‐
sionais apresentem o progresso de seu trabalho e/ou estudo através da publi‐
cação de artigos técnico‐científicos. 
9 Aumentar  o  prestígio  da  sua  instituição  ou  empresa  ‐  Instituições  ou  em‐
presas  que  publicam  constantemente  usufruem  do  reconhecimento  técnico 
de seu nome, o que ajuda a atrair maiores investimentos e ganhos para esta 
organização. 
9 Se  posicionar  no  mercado  de  trabalho  ‐  O  conhecido  ditado  em  inglês 
ʺPublish or perishʺ, ou seja, ʺPublique ou pereçaʺ, provavelmente nunca foi 
tão relevante como nos dias de hoje. Redigir um artigo técnico lhe trará uma 
boa  experiência  profissional,  e  contribuirá  para  enriquecer  o  seu  currículo, 
aumentando assim suas chances de obter uma melhor colocação no mercado 
de trabalho. 
 
10.1.2 O QUE ESCREVER EM CADA ETAPA? 
1. Título: Faça um título curto, que chame a atenção, e além de tudo, que reflita 
o tema principal do artigo. 
2. Nome  do  autor  e  afiliação:  Escreva  o  seu  nome  e  a  sua  afiliação  de  forma 
uniforme  e  sistemática  em  todas  as  suas  publicações  para  que  seus  artigos 
possam ser citados de forma correta por outros autores. 
3. Resumo:  As  pessoas  se  baseiam  no  Resumo  ou  no  Abstract  para  decidirem 
ler  ou  não  o  restante  de  um  artigo.  Assim,  resuma  de  maneira  precisa  os 
tópicos principais do artigo e as conclusões obtidas através do seu trabalho. 
Não  utilize  mais  que  100  a  150  palavras.  Limite  o  número  de  tópicos  para 
evitar confusão na identificação da mensagem principal do artigo. Caso você 
possua  um  número  elevado  de  tópicos  importantes  a  serem  discutidos, 
reserve  alguns  para  um  artigo  futuro.  Não  inclua  referências,  figuras  ou 
equações nesta seção. 
4. Abstract:  O  Abstract  é  a  versão  do  Resumo  em  inglês.  Por  uma  questão  de 
coerência,  ele  deve  possuir  tamanho  e  significado  compatíveis  com  o  resu‐
mo. Algumas línguas são mais concisas que outras, mas é inaceitável que o 
Resumo  e  o  Abstract  contenham  divergências.  Além  disso,  a  versão  em 
inglês não deverá ser apenas uma tradução literal ou convencional do resu‐

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

mo,  mas  sim  uma  tradução  científica,  com  a  tradução  precisa  dos  termos  e 
expressões técnicas, ou o seu trabalho poderá ser rejeitado para publicação. 
5. Palavras‐chave:  Por  vezes,  editores  solicitam  a  inclusão  de  um  conjunto  de 
palavras‐chave  que  caracterizem  o  seu  artigo.  Estas  palavras  serão  usadas 
posteriormente  para  permitir  que  o  artigo  seja  encontrado  por  sistemas 
eletrônicos  de  busca.  Por  isso,  você  deve  escolher  palavras‐chave  abran‐
gentes, mas que ao mesmo tempo identifiquem o artigo. Um bom critério é 
selecionar  as  palavras  que  você  usaria  para  procurar  na  Web  um  artigo 
semelhante ao seu. 
6. Introdução:  A  introdução  é  um  apanhado  geral  do  conteúdo  do  seu  artigo 
científico  sem  entrar  em  muitos  detalhes.  Apenas  poucos  parágrafos  são  o 
suficiente.  Descreva  brevemente  a  importância  da  área  de  estudo. 
Especifique a relevância da publicação do seu artigo, ou seja, explique como 
o seu trabalho contribui para ampliar o conhecimento em uma determinada 
área  da  ciência,  ou  se  ele  apresenta  novos  métodos  para  resolver  um  pro‐
blema. Apresente uma revisão da literatura recente (publicada nos últimos 5 
anos),  específica  sobre  o  tópico  abordado,  ou  forneça  um  histórico  do 
problema.  Para  se  escrever  uma  introdução  informativa  para  o  seu  artigo, 
você  deverá  estar  familiarizado  com  o  problema.  A  introdução  deve  apre‐
sentar a evolução natural de sua pesquisa. Ela pode ser elaborada após você 
escrever  Discussão  e  Conclusões.  Assim  você  terá  uma  boa  idéia  do  que 
incluir na sua introdução. 
7. Corpo do artigo: 
7.1.Definição  do  problema  ‐  Defina  o  problema  ou  tópico  estudado,  expli‐
que  a  terminologia  básica,  e  estabeleça  claramente  os  objetivos  e  as 
hipóteses.  Note  que  artigos  são  freqüentemente  rejeitados  para  publi‐
cação  porque  os  autores  apresentam  apenas  os  objetivos,  mas  não  as 
hipóteses. 
7.2.Formulação  teórica,  materiais  e  métodos  ‐  Apresente  as  formulações 
teóricas  e  hipóteses.  Liste  de  forma  abrangente  todos  os  materiais  e  a 
metodologia  utilizada  de  forma  que  os  leitores  sejam  capazes  de  repro‐
duzir  o  seu  estudo.  Em  trabalhos  experimentais,  não  faça  um  diário  de 
eventos, mas reorganize os procedimentos de uma forma coerente. Você 
deverá  explicar  claramente  os  procedimentos  usados  para  solucionar  o 
problema  e  explicar  cada  etapa  destes  procedimentos.  Não  omita  deta‐
lhes  importantes.  Tudo  o  que  você  puder  escrever  que  irá  validar  o  seu 
estudo deverá ser incluído nesta seção. Utilize métodos eficientes e pré‐
cisos ao invés de técnicas ultrapassadas. Dê crédito ao trabalho de outras 
pessoas  através  de  referências:  forneça  detalhes  de  conceitos  discutidos 
e/ou refira‐se às fontes. 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  89 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

8. Resultados: Faça tabelas  com os dados obtidos, mas guarde os  seus  comen‐


tários para a seção Discussão. Uma vez que artigos com tabelas irão obter um 
maior número de citações porque outros pesquisadores podem usar os seus 
dados  como  base  de  comparação,  construa  suas  tabelas  com  suble‐gendas 
adequadas  para  as  linhas  e  colunas.  Se  possível,  utilize  figuras,  gráficos,  e 
outras  representações  diagramáticas  atrativas  para  ilustrar  clara‐mente  os 
seus  dados.  Gráficos  e  tabelas  devem  sempre  ter  legendas,  dizendo  exata‐
mente o que representam. Falhas comuns em artigos técnicos incluem o uso 
inapropriado  de  tabelas  e  figuras  que  confundem  os  leitores,  e  a  falta  de 
análises  estatísticas  adequadas.  Tabelas  devem  ser  incluídas  quando  se 
deseja apresentar um número pequeno de dados. Não devem ser usadas para 
listar  dados  levantados  para  se  plotar  um  gráfico.  Neste  caso  apenas  o 
gráfico  deve  ser  apresentado.  A  seção  Resultados  deve  ser  apenas  longa  o 
suficiente para apresentar as evidências de seu estudo. 
9. Discussão: Os revisores técnicos irão aceitar o seu artigo para publicação se 
eles estiverem convencidos que os seus resultados são válidos. Assim, apre‐
sente  argumentos  convincentes  e  adequados,  prova  matemática,  exemplos, 
equações, análises estatísticas, padrões ou tendências observadas, opiniões e 
idéias além da coleção de números coletados e tabelados. Faça comparações 
com resultados obtidos por outros pesquisadores, caso existam. Sugira apli‐
cações para o seu trabalho. 
10. Conclusão: Resuma, aponte e reforce as idéias principais e as contribuições 
proporcionadas  pelo  seu  trabalho.  Você  pode  iniciar  a  sua  conclusão 
dizendo o que foi aprendido através do seu estudo. Sua conclusão deve ser 
analítica,  interpretativa,  e  incluir  argumentos  explicativos.  Você  deve  ser 
capaz  de  fornecer  evidências  da  solução  de  seu  problema  através  dos 
resultados obtidos através do seu trabalho. 
11. Trabalho  Futuro:  Comente  sobre  os  seus  planos  para  um  trabalho  futuro 
com relação ao mesmo problema, ou modificações a serem feitas e/ou limita‐
ções do método utilizado que poderão ou não serem superadas. 
12. Agradecimentos: Dê crédito às pessoas e organizações por qualquer suporte 
técnico  e/ou  financeiro  recebido  durante  a  realização  de  seu  estudo.  Cite 
também  qualquer  material  com  direitos  autorais  ou  ʺcopyrightʺ  utilizado 
com  permissão,  mas  que  não  participem  da  autoria  diretamente  da  autoria 
do trabalho. 
13. Referências: A seção das referências demanda tempo para ser organizada, e é 
de extrema importância. Mantenha o estilo exigido pelo congresso ou jornal 
técnico.  As  referências  normalmente  seguem  a  ordem  de  apareci‐mento  no 
texto.  Obedeça  sempre  as  normas  de  publicação  específicas  de  cada 
publicação. Forneça informações completas sobre as referências utiliza‐das. 
14. Apêndices: Insira como apêndice as informações que não são fornecidas no 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

texto principal como, por exemplo, questionários ou software utilizado. 
10.1.3 DICAS DE REDAÇÃO 
9 Anexe todos os gráficos  e tabelas ao documento.  Use  as cores branca, preta 
ou  tons  de  cinza  em  suas  figuras  uma  vez  que  muitos  congressos  e  jornais 
técnicos não publicam em cores. 
9 Muitas  vezes  o  tamanho  dos  artigos  é  limitado  entre  6  a  10  páginas 
(incluindo figuras). Escreva concisamente. 
9 Use um manual técnico de redação e estilo para ajudá‐lo com a estrutura de 
parágrafos e sentenças, utilização de palavras, estilo de redação,  elaboração 
de figuras e tabelas, etc. 
9 Confira a ortografia e a gramática com o auxilio de seu editor de texto. 
9 Imprima ou copie os ʺRegulamentos para Publicaçãoʺ do congresso ou jornal 
onde  você  deseja  ver  o  seu  artigo  publicado.  É  extremamente  importante 
reconhecer o formato básico exigido. O seu artigo pode ser rejeitado por não 
se  encontrar  no  formato  padrão,  mesmo  que  apresente  um  bom  conteúdo. 
Margens, espaçamentos, numeração de páginas e figuras, e o estilo das refe‐
rências  são  todos  aspectos  importantes.  Pode  ser  útil  ter  cópia  de  alguns 
artigos  publicados  em  anais  ou  exemplares  anteriores  para  se  ter  uma  boa 
idéia do formato de apresentação de publicações aceitas. 
9 Quanto à linguagem científica é importante que sejam analisados os seguin‐
tes procedimentos no artigo científico: 
9 Impessoalidade: redigir o trabalho na 3ª pessoa do singular; 
9 Objetividade:  a  linguagem  objetiva  deve  afastar  as  expressões:  “eu 
penso”,  “eu  acho”,  “parece‐me”  que  dão  margem  a  interpretações 
simplórias e sem valor científico; 
9 Estilo  científico:  a  linguagem  científica  é  informativa,  de  ordem  racio‐
nal, firmada em dados  concretos,  onde  pode‐se apresentar  argumentos 
de ordem subjetiva, porém dentro de um ponto de vista científico;  
9 Vocabulário  técnico:  a  linguagem  científica  serve‐se  do  vocabulário 
comum,  utilizado  com  clareza  e  precisão,  mas  cada  ramo  da  ciência 
possui uma terminologia técnica própria que deve ser observada; 
9 Correção  gramatical:  é  indispensável,  onde  se  deve  procurar  relatar  a 
pesquisa  com  frases  curtas,  evitando  muitas  orações  subordinadas, 
intercaladas  com  parênteses,  num  único  período.  O  uso  de  parágrafos 
deve  ser  dosado  na  medida  necessária  para  articular  o  raciocínio:  toda 
vez  que  se  dá  um  passo  a  mais  no  desenvolvimento  do  raciocínio, 
muda‐se o parágrafo.  
9 Recursos  ilustrativos:  como  gráficos  estatísticos,  desenhos,  tabelas  são 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  91 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

considerados como figuras e devem ser criteriosamente distribuídos no 
texto, tendo suas fontes citadas em notas de rodapé.  
10.1.4 AONDE PUBLICAR ? 
Existem diferentes formas para avaliar relevância  um periódico científico  (veí‐
culo responsável pela edição e publicação de seu artigo), mas o fator de impacto das 
publicações vem sendo priorizado pelas agências de fomento e pelos pesqui‐sadores. 
 
FATOR DE IMPACTO 
O fator de impacto começou a ser considerado como uma maneira de avaliar as 
revistas científicas a partir da década 60 do século XX, quando Eugene Garfield, dire‐
tor  do  Institute  of  Scientific  Information  (ISI)  e  criador  da  base  de  dados 
bibliográfica Science Citation Index (SCI), elegeu esse instrumento, que determina a 
freqüência com que um artigo é citado, como forma de classificar e avaliar as revistas 
incluídas na referida base de dados. 
O Science Citation Index é uma base de dados multidisciplinar de onde se pode 
recuperar  os  resumos,  em  inglês,  de  todas  as  revistas  da  literatura  científica  inde‐
xadas  à  base  de  dados,  o  que  corresponde  a  cerca  de  100%  dos  artigos  científicos. 
Nesta base estão indexadas 5.330 revistas que cobrem 160 campos do conhecimento 
científico,  onde  estão  disponibilizadas,  para  os  usuários,  aproximadamente  300.000 
referências por semana, que foram citadas em cerca de 17.000 artigos. Hoje, a base de 
dados do SCI contém aproximadamente 14 milhões de artigos científicos. 
Anualmente essa base elabora o Journal Citation Report (JCR) que é uma publi‐
cação que se dedica a avaliar o impacto científico (Fator de impacto) de um grupo de 
5.330 periódicos. 
O  fator  de  impacto  (FI)  corresponde  ao  número  de  citações  que  um  periódico 
recebe em dois anos anteriores ao ano do cálculo , dividido pelo número de todos os 
artigos neles publicados neste mesmo período. 
 
Ex: Gastroenterology 
    * Citações em 1998 para artigos publicados em: 
      1996                 =   4.524 
      1997                 =   4.422 
      1996 + 1997   =   8.946 
 
    * Número de artigos publicados em: 
      1996                  =   392 
      1997                 =   474 
      1996 + 1997   =   866 
 
    * Cálculo: Citações a artigos recentes / Número de artigos recentes 

8.946 / 866      =      10.330,000   FI      =      10,33 
Na internet existem alguns sites que disponibilizam o fator de impacto porém, a 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

maioria desatualizado, pois o ISI comercializa a base atualizada em CD‐ROM. 
Um endereço na qual pode consultar o fator de impacto atualizado é o portal de 
periódicos da CAPES para as instituições que tem acesso, não são todas as revistas da 
área médica, mas as mais relevantes estão representadas nesse portal.  
 
http://www. periodicos.capes.gov.br 
 
Outra forma de pesquisar online é no site russo Molbiol no seguinte link:  
 
http:// www.molbiol.ru/eng/jounals/ 
 
Não são todas as revistas que estão representadas, apenas uma parcela, esse site 
por vezes encontra‐se for a do ar, porém é um site atualizado. 
 
QUALIS CAPES 
Um  dos  indicadores  utilizados  e  aceitos,  no  Brasil,  pela  maioria  dos  pesquisa‐
dores, instituições de ensino e pesquisa e agências financiadoras de pesquisa e pós‐
graduação,  particularmente  pelo  CNPq  e  pela  Capes,  tem  sido  o  Science  Citation 
Index (SCI) através da publicação do JCR. 
A CAPES recentemente criou o QUALIS ‐ que é o processo de classificação dos 
periódicos  utilizados  pelos  programas  de  pós‐graduação  para  a  divulgação  da  pro‐
dução intelectual de seus docentes e alunos. Tal processo foi concebido para atender 
a  necessidades  específicas  do  sistema  de  avaliação  e  baseia‐se  nas  informações 
fornecidas pelos Programas mediante a Coleta de Dados. Esta classificação é feita ou 
coordena‐da pelo representante de cada área (Matemática, Educação física, Enferma‐
gem Farmácia, Medicina, etc..) e passa por processo anual de atualização. 
O QUALIS está dividido em: Internacional e Nacional. Ambos subdivididos em 
categorias  indicativas  de  qualidade  em  A,  B  e  C.  As  combinações  dessas  categorias 
compõem nove alternativas indicativas da importância do periódico utilizado, e, por 
inferência,  do  próprio  trabalho  divulgado.  No  entanto,  não  se  pretende,  com  essa 
classificação, que  é específica  para um  processo de avaliação de área, definir quali‐
dade de periódicos de forma absoluta. 
O  mesmo  periódico,  ao  ser  classificado  em  duas  ou  mais  áreas  distintas,  pode 
receber diferentes avaliações. Isto não constitui inconsistência, mas expressa o valor 
atribuído, em cada área, ao que o periódico publica de sua produção. 
O QUALIS utiliza como referencial para o cálculo das categorias indicativas de 
qualidade internacional o Fator de Impacto do ISI. 
Maiores informações consulte o endereço eletrônico: http://qualis.capes.gov.br 
 
10.1.5 PROCESSO DE SUBMISSÃO 
 A  via  de  submissão  dos  artigos  normalmente  é  eletrônica,  ou  seja,  o  arquivo 
contendo o trabalho deve ser enviado para a editora responsável pela publicação do 
trabalho,  podendo  ser  uma  comissão  editorial  para  periódicos  ou  um  comitê  orga‐
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  93 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

nizador para eventos.  
Data para submissão: 
 
9 Periódico ‐ fluxo contínuo, isto é, o envio pode ser feito a qualquer data 
do ano, porém a publicação fica sujeita ao tamanho da fila de espera. Al‐
guns  periódicos  exigem  que  ao  menos  um  dos  autores  sejam  assinantes 
da revista. 
9 Eventos  ‐  data  de  submissão  vence  bem  antes  do  evento.  Geralmente  é 
exigido que o autor pague a taxa de inscrição do evento após o parecer de 
aceito do trabalho, porém antes da apresentação do mesmo. 
 
A contribuição do trabalho deve ser original e inédita, e não está sendo avaliada 
para  publicação  por  outra  revista;  não  sendo  o  caso,  justificar  em  ʺComentários  ao 
Editorʺ. Em ambos os casos a formatação dos artigos é própria, ou seja, depende de 
cada  veículo.  Para  garantir  tal  individualidade  são  disponibilizados  arquivos  para 
submissão em formato próprio, em geral encontrados no respectivo site de divulga‐
ção. 
 
10.1.6 AVALIAÇÃO DO VALOR E RELEVÂNCIA DO TRABALHO 
 Todos  os  artigos  antes  de  ser  publicados  passam  por  uma  comissão  científica 
própria da Revista ou Evento e esta, encaminha o artigo a referis (revisores, em geral 
pesquisadores já conhecidos da área sobre o tema principal do trabalho) capacitados 
e analisarem os conteúdos e metodologias científicas aplicadas.  
Os critérios de avaliação dos artigos estão disponíveis no site do veículo de pu‐
blicação  e  qualquer  pesquisador  interessado  em  publicar  seus  artigos  inéditos 
deverá  segui‐los.  Após  a  submissão  o  processo  para  a  publicação  pode  demorar  de 
alguns meses até anos... 
 
10.2 EVENTOS CIENTÍFICOS 
Um Evento é considerado uma ação extensionista, que implica na apresentação 
e  exibição  pública  e  livre  ou  também  com  clientela  específica,  do  conhecimento  ou 
produto  cultural,  científico  e  tecnológico  desenvolvido,  conservado  ou  reconhecido 
pela  Universidade.  Para  atividade  de  8  h  ou  mais,  com  avaliação,  classificar  como 
Curso. 
Tipos de eventos: 
 
9 Ciclo de Palestras: Série de palestras pronunciadas por especialistas, sempre 
com  um  tema  específico.  É  menos  formal  que  uma  conferência  pela 
exigência  na  formação  do  palestrante  que,  no  caso  é  um  especialista.  O 
grupo  que  compõe  a  platéia  já  possui  um  conhecimento  sobre  o  assunto, 
havendo perguntas no decorrer ou no final da apresentação. 
9 Conferência: Consiste na exposição de um tema de interesse geral, por espe‐

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

cialista  de  elevada  qualificação,  conceito  e  amplo  conhecimento  da  matéria 


dirigida a um público númeroso, de um bom nível cultural e diversificado, 
demonstrando  familiaridade  com  o  assunto  abordado.  È  um  ato  similar  a 
uma  palestra,  porém  mais  formal  e  em  condições  mais  confortáveis,  sendo 
comum  à  figura  do  moderador  ou  presidente  de  mesa  para  conduzir  o 
evento. Podem‐se utilizar perguntas, mas devem ser feitas por escrito e sele‐
cionada pelo moderador, para evitar a alteração das características do evento. 
9 Congressos:  É  o  mais  largamente  difundido,  com  uma  programação  centra‐
da  em  determinada  área  de  conhecimento,  com  o  objetivo  de  atualização, 
divulgação  ou  transferência  de  conhecimentos  científicos  e  novas  técnicas. 
Eles  podem  ser  definidos  como  reuniões  promovidas  por  entidades 
associativas  visando  debater  assuntos  que  interessem  a  um  determinado 
segmento profissional. Todos os congressistas, ao termino do congresso rece‐
berão os anais, uma espécie de documentação  oficial, reunindo as informa‐
ções  que  serão  encaminhadas  às  autoridades  competentes,  com  o  pronun‐
ciamento oficial da classe. Os congressos podem ser técnicos ou científicos, 
sendo  que  os  técnicos  desenvolvem‐se  por  meio  de  sessões  de  comissões. 
Estas comissões também são chamadas de grupos de trabalho. Após estudos 
detalhados  de  cada  tema,  as  recomendações  submetidas  à  apreciação  do 
plenário, que ao final, poderá aprová‐las ou não. Já os científicos permitem a 
participação  plena  e  formal  de  todos  os  congressistas,  ou  temas  livres, 
reservados  aos  congressistas  previamente  inscritos  para  efetuarem  uma 
apresentação de seus trabalhos, sendo promovidos por entidades científicas 
e  tomando  várias  denominações,  conforme  as  suas  características:  mesa 
redonda,  simpósio,  conferencia,  painel  e  sessão  de  tema  livre.  (Em  geral  é 
promovido por Sociedades) 
9 Colóquio:  Semelhante  à  conferência,  o  colóquio  é  apresentado  por  profis‐
sional  de  renome  e  com  notório  saber  no  assunto  e  tem  como  objetivo  o 
esclarecimento  de  um  tema  ou  tomada  de  decisão.  É  mais  utilizado  em 
classes específicas, como por exemplo, o segmento médico. 
9 Convenção: São reuniões fechadas promovidas por entidades sociais, empre‐
sariais  de  forma  esporádica  e  não  freqüente  tendo  por  objetivo  o  congra‐
çamento  e  integração  de  classes,  grupos  ou  profissionais  das  próprias 
organizações  promotoras  estimulando  debates  e  discussões  técnicas  para 
estabelecer diretrizes gerais, podendo, também, ter caráter deliberativo sobre 
determinados  assuntos  de  âmbito  mais  restrito  As  convenções  recebem  o 
apoio e patrocínio das próprias entidades dos participantes, podendo ter em 
sua  programação  atividades  de  lazer  e,  freqüentemente,  distribuição  de 
prêmios, brindes e sorteios. (Em geral é promovida por empresas) 
9 Debate:  Consiste  na  apreciação  e  discussão  de  temas  específicos,  em  geral 
controvertidos  e  antagônicos,  por  dois  ou  mais  debatedores,  defendendo 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  95 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

ponto  de  vista  e  posições  diferenciadas.  Em  geral,  o  debate  é  dirigido  por 
entidade oficial e dirigido para técnicos estudantes de maior nível. Existe a 
necessidade  de  um  moderador  para  a  coordenação  do  debate.  Pode  ser 
aberto ao público, entretanto, nunca a platéia participa. (em geral promovido 
por partidos, sindicatos, etc...) 
9 Encontro:  Reunião  de  pessoas  de  uma  categoria  para  debater  sobre  temas 
antagônicos,  e/ou  polêmicos  apresentados  por  representantes  de  grupos 
participantes, necessitando de um coordenador para resumir e apresentar as 
conclusões  do  grupo.  As  características  básicas  dos  encontros  são  seme‐
lhantes à do congresso, porém com menor abrangência de público; enquanto 
o congresso reúne todos os profissionais que têm interesse em determinada 
área,  o  encontro  reúne  somente  um  segmento  específico,  tendo  a  produção 
de anais. 
9 Estudo de Caso: Encontros que são discutidos soluções frente a um proble‐
ma  peculiar  que  aflige  determinada  área,  demanda  a  produtos  ou  serviços. 
Podem ser direcionadas em qualquer área de atuação. Quanto à organização 
de  uma  reunião  de  estudo  de  caso,  é  necessário  que  haja:  agendamento, 
convocação,  distribuição  de  pautas,  estrutura  de  receptivo  (se  for  o  caso), 
disponibilizarão  de  equipa‐mentos.  O  coordenador  apresenta  o  caso  e 
determina um tempo para seu estudo, que depende da sua complexidade.  
9 Feiras:  São  eventos  geralmente  de  caráter  comercial  e  de  grande  porte,  que 
reúnem  fornecedores,  expositores,  compradores,  clientes,  usuários,  entida‐
des de fomento, financeiras, bancos, para estabelecer contatos comerciais ou 
lançamento de novos produtos, serviços ou tecnologias. O objetivo principal 
de  uma  feira  é  proporcionar  contato  com  os  canais  de  comercialização. 
Semelhante às feiras encontra‐se as Exposições com a diferença de vender as 
mercadorias ou os objetos expostos. 
9 Fórum: É um evento organizado por entidade oficial para discussão e deba‐
te,  de  forma  ampla,  de  temas  específicos  e  de  atualidade  bastante  comum, 
principalmente  pela  necessidade  crescente  de  se  sensibilizar  a  opinião 
pública  para  certos  problemas  sociais,  contando  com  a  presença  e  partici‐
pação ativa de elevado número de pessoas interessadas. É livre e as opiniões 
são  escolhidas  por  um  coordenador  que,  ao  considerar  o  grupo  esclarecido, 
apresenta a conclusão. 
9 Jornada: Encontro de grupos profissionais, de âmbito regional para discutir 
assuntos  de  interesse  comum.  Esses  encontros  são  promovidos  por  entida‐
des  de  classe,  e  as  conclusões  podem  servir  de  diretrizes  para  o  segmento. 
Caracteriza‐se  por  seu  caráter  prático  e  objetivo.  Possui  publicação  dos 
trabalhos  em  anais,  mas  em  geral  tem  peso  e  relevância  menores  por  seu 
caráter regional. 

96
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

9 Oficinas:  Muito  parecidas  com  os  workshops,  às  oficinas  geralmente  são 
destinadas à área educacional, para conhecer novos produtos, dinâmica, com 
o  intuito  de  disseminar  o  conhecimento  e  práticas  ao  tema  abordado.  O 
coordenador  ou  diretor  da  oficina  compõe  um  comitê  de  planejamento  e 
define  os  especialistas  consultores  e  os  assessores  dos  grupos  de  trabalho. 
Os participantes são divididos em grupos ou equipes com objetivos determi‐
nados. Cada grupo é provido de local adequado, materiais de trabalho e um 
instrutor  assessor  que  acompanha  o  trabalho.  O  programa  pode  incluir 
estudo individual, consulta bibliográfica, palestras por instrutores e especia‐
listas  consultores,  discussão  em  grupos  pequenos  e  em  plenário,  exercícios 
práticos, redação de trabalhos, relatórios e atividades de avaliação, saídas de 
campo e até realização de pesquisas. 
9 Semana: Reunião de pessoas pertencentes a uma categoria profissional que 
visam  discutir  temas  de  interesse  comum,  seguindo  o  mesmo  esquema  do 
congresso, com palestras, conferências e painéis; nos segmentos acadêmico e 
empresarial.  O  acadêmico  é  caracterizado  pela  reunião  de  estudantes,  coor‐
denado  por  professores  e  profissionais  da  área,  objetivando  informar  aos 
estudantes de hoje assuntos pertinentes à suas áreas de atuação. 
9 Seminário:  Evento  técnico  ou  profissional  administrado  por  um  coorde‐
nador,  tendo  a  discussão  de  aspectos  técnicos  de  um  mesmo  tema,  para 
participantes  que  possuem  conhecimento  prévio  do  assunto  a  ser  exposto. 
Após a apresentação dos temas, são promovidos debates de casos práticos e 
experiências  entre  os  participantes  e  formulam‐se  conclusões,  podendo  os 
relatórios finais ficar disponíveis aos interessados. 
9 Simpósio:  Promovido  habitualmente  por  entidades  profissionais  e  técnico‐
científicas é destinado à divulgação de experiências, pesquisas ou inovações 
tecnológicas  em  determinada  área  profissional,  para  a  discussão  e  debate 
sobre  a  sua  aplicação  prática.  De  pequeno  porte  e  curta  duração,  são  mais 
liberais do que os congressos, tornando o simpósio mais interessante para as 
empresas que querem realizar um evento com fim comercial. Os custos são 
normalmente  pagos  pelo  promotor,  por  meio  das  verbas  destinadas  ao 
marketing do produto/serviço. 
9 Mesa‐redonda:  É  a  reunião  do  tipo  clássico,  preparada  e  conduzida  por  um 
moderador  orientando  a  discussão  para  que  ela  se  mantenha  sempre  em 
torno  do  tema  principal,  com  um  número  reduzido  (de  no  máximo  10  pes‐
soas), com elevado nível profissional e técnico para debater coletivamente o 
tema  preestabelecido  e  com  um  tempo  limitado.  O  êxito  da  mesa‐redonda 
depende, em grande parte, do coordenador, que tem a missão de conduzir os 
trabalhos de forma que os verdadeiros objetivos sejam atingidos. 
9 Painel:  Consiste  na  discussão  e  analise  informal  de  um  problema  ou  tema 
pré‐selecionado,  normal‐mente  um  assunto  técnico,  por  um  palestrante, 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  97 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

diversos  especialistas  ou  debatedores,  com  a  participação  de  um  grupo 


selecionado  e  reduzido  de  pessoas.  Muito  parecido  com  a  conferência  e  a 
mesa‐redonda, admite aos participantes ouvir, refletir e questionar os pontos 
de  interesse  comum,  com  uma  maior  objetividade  e  qualidade,  pois  são 
analisados  os  vários  aspectos  e  soluções  de  problemas  e  apresentadas 
alternativas.  Obedece  a  organização  de  um  painel  basicamente  ao  seguinte 
roteiro  de  atividades:  definição  do  tema,  seleção  do  coordenador/mode‐
rador,  definição  da  metodologia  dos  trabalhos,  fixação  do  tempo,  reunião 
antecipada  entre  os  painelistas  e  o  moderador  para  estabelecimento  da 
sistemática de abordagem dos assuntos. 
9 Workshop: Oficina ou laboratório com o intuito de debater e obter soluções 
para  casos  práticos,  apresentação  de  novas  técnicas  e  desenvolvimento  de 
novos  temas  apresentados  por  participantes  do  evento,  com  o  auxílio  de 
especialistas ou técnicos. Na programação geral podem estar incluídas outras 
atividades  como  palestras,  oficinas.  O  termo  workshop  tem  sido  utilizado 
abusivamente  e  tem  sua  origem  na  oficina  de  trabalho.  Como  todo  evento 
que tem sua parte prática após a explanação, alcança alto retorno de captação 
e memorização entre os participantes. 
 
10.2.1 OBTENÇÃO DE AUXÍLIO FINANCEIRO PARA DESPESAS EM EVENTOS 
Requisitos do candidato ao auxílio. 
 
¾ Estar  regularmente  matriculado  e  ativo  no  Programa  de  Graduação  ou  Pós‐
Graduação  (especialização,  mestrado  ou  doutorado)  da  instituição  acadê‐
mica; 
¾ Ser autor do trabalho a ser apresentado no evento; de preferência, primeiro 
autor; 
¾ Ter sua solicitação avaliada pelo Colegiado; 
¾ No  caso  de  evento  no  exterior,  comprovar  proficiência  na  língua  do  país 
onde  se  dará  o  evento.  (Só  é  possível  financiamento  para  alunos  de  douto‐
rado) 
 
Documentação exigida do candidato. 
¾ Formulário de solicitação auxílio devidamente preenchido e com apreciação 
do  orientador  explicitando  a  relevância  da  participação  do  estudante  no 
evento; 
¾ Cópia do resumo e do trabalho completo; 
¾ Documento comprobatório de aceitação do trabalho a ser apresentado; 
¾ Programação do evento cientifico; 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

¾ Estar  com  o  Currículo  Lattes14  devidamente  atualizado,  registrado  e  dispo‐


nível na página do CNPq. 
 
Prazo para apresentação da solicitação: Geralmente até 60 (sessenta) dias antes 
do início do evento. 
A  análise  de  mérito  do  trabalho  será  conduzida  com  base  nas  seguintes  dire‐
trizes: 
 
¾ Desempenho acadêmico do aluno no programa (IAA); 
¾ Situação  atual  do  aluno  no  programa  (ter  créditos  em  disciplina,  tempo  no 
programa, trancamento, prorrogação); 
¾ Trabalho a ser apresentado e sua relação com curso de graduação, projeto de 
iniciação cientifica ou  projeto de doutorado/mestrado; 
¾ Características do evento e sua relação com a área de atuação do aluno. 
 
O auxílio pode  ser solicitado  na  própria  instituição  do  aluno ou  através  de ór‐
gãos  de  fomento  externo  em  pesquisa  e  tecnologia  como:  CNPq,  Capes,  Faperj, 
Finep, etc... Dentre os gastos que podem ser cobertos, totalmente ou parcialmente se 
encon‐tram: passagens  para a locomoção da instituição para o local do evento e vice‐
versa (dependendo da distancia pode ser ônibus (<400 km) ou aérea (> 400 km)); loco‐
moção  urbana  (ônibus  ou  táxi),  alimentação,  estadia  em  hotéis,  pousadas  ou  alber‐
gues (no máximo 3 dias e com o valor máximo da diária fixa) e a taxa de inscrição do 
evento. Na volta, todos os comprovantes devem ser apresentados. 
 
TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
O QUE É ETNOMATEMÁTICA? 
 
A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO ETNOMATEMÁTICA 
Desde  o  fim  do  século  XIX  os  etnógrafos  já  utilizavam  o  termo  Etnociência  e 
conceitos  com  ele  relacionados  como  Etnolinguística,  Etnobotânica,  Etnozoologia, 
Etnoastronomia, etc., com concepções bem diferentes da que hoje utilizamos para a 
Etnomatemática. 

 A Plataforma Lattes representa a experiência do CNPq na integração de bases de dados de currículos 
14

e  de  instituições  da  área  de  ciência  e  tecnologia  em  um  único  Sistema  de  Informações,  cuja 
importância atual se estende, não só às atividades operacionais de fomento do CNPq, como também 
às  ações  de  fomento  de  outras  agências  federais  e  estaduais.  O  Currículo  Lattes  registra  a  vida 
pregressa e atual dos pesquisadores e estudantes sendo elemento indispensável à análise de mérito e 
competência  dos  pleitos  (pedidos  de  auxílios:  bolsas,  despesas  e  equipamento)  apresentados  à 
Agência. A coleta dos dados e atualização dos mesmos não é automática, e deve ser feita pelo autor do 
currículo. Veja mais em http://lattes.cnpq.br/index.htm. 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  99 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Em primeiro lugar o prefixo Etno se refere a Etnia, isto é, a um grupo de pessoas 
de mesma cultura, língua própria, ritos próprios, etc., ou seja características culturais 
bem delimitadas para que possamos caracterizá‐los como um grupo diferenciado. No 
Brasil, por exemplo, temos uma quantidade muito grande de grupos étnicos, se pen‐
sarmos somente os índios, hoje tem‐se como certo a existência de 153 tribos diferen‐
tes, 153 culturas com línguas próprias, ou seja 153 etnias indígenas conhecidas. 
Cada etnia constrói a sua Etnociência no seu processo de leitura do mundo. É a 
construção  do  conhecimento  para  a  explicação  do  fenômeno,  e,  logicamente,  cada 
uma dessas leituras é feita de forma bem diferente. Atualmente, o termo Etnociência 
propõe a redescoberta da ciência de outras etnias, que não a nossa cuja ciência advêm 
da cultura ocidental. Etno, então, refere‐se ao sistema de conhecimentos e cognições 
típicas de uma dada cultura. 
 
ETNOCIÊNCIA  
No dicionário etnológico de Panoff e Perrina aparece duas definições de Etno‐
ciência: a primeira diz que “é o ramo de etnologia, que se dedica a comparar os com‐
ceitos positivos das sociedades exóticas com os que a ciência ocidental formalizou no 
quadro das disciplinas constituídas”. 
Chamamos  a  atenção  para  os  termos  “positivo”  e  “exótico”,  que  caracterizam 
uma posição eurocentrista e, mesmo, preconceituosa, típicas do início do século pás‐
sado, imbuída da corrente positivista. Quando Levis‐Strauss se refere a Etnozoologia 
escreveu  que:  “é  o  conhecimento  positivo  que  os  nativos  (da  região  estudada)  pos‐
suem a respeito de animais, a técnica e rituais usados com os quais eles trabalham e 
as crenças que têm em relação a elas.” Isto nos coloca de imediato frente as seguintes 
perguntas: O que são conhecimentos positivos? O que seria um conhecimento nega‐
tivo?  O  que  seria  uma  sociedade  exótica?  Existe  uma  ciência  ocidental  diferente  de 
outras ciências, digamos oriental, astral, etc...? 
A segunda definição de Etnociência dada por Panoff e Perrina como sendo “to‐
da e qualquer aplicação das disciplinas científicas ocidentais aos fenômenos naturais 
que são apreendidos de outra forma pelo pensamento indígena”. Todas estas concep‐
ções advêm dos trabalhos de Malinovisk e Boas, que foram os pioneiros na etnogra‐
fia, em um contexto de uma época colonialista. Mas continua ainda sendo um concei‐
to aceito por muitos pesquisadores, como por exemplo o casal Acher quando se refe‐
re  a  Etnomatemática  explicita  como  sendo  a  matemática  de  povos  não  letrados, 
“reconhecendo,  como  pensamento  matemático,  noções  que  de  alguma  maneira  cor‐
respondem ao que temos em nossa cultura”. 
 Mas  o  que  são  povos  letrados?  Alguns  pesquisadores  afirmam  não  existirem 
povos  não  letrados,  pois  o  conceito  de  escrita  é  muito  amplo.  Qualquer  forma  de 
registrar algum conhecimento pode ser visto como um letramento, assim os Guaranis 
registram suas  vidas em seus  cocares, pode‐se  ler um  cocar  guaraní e  saber  pratica‐
mente  toda  a  vida  do  seu  proprietário.  Por  outro  lado  as  pinturas  corporais,  habito 
bem  difundido  em  quase  todas  tribos  indígenas,  também  é  uma  forma  de  escrita, 
pois  cada  uma  delas  tem  uma  representação  bem  explicita.  Todo  artesanato  admite 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

uma leitura quer no seu desenho, que na sua forma.  
Não é conhecida nenhuma etnia que não tenha alguma maneira de representar 
seus conhecimentos. Por outro lado esses autores também acreditam que a matemá‐
tica só passou a existir com a escrita, no sentido de representar por letras as palavras 
e que a Etnomatemática não faz parte da História da Matemática ocidental. Se lem‐
brarmos o quanto a matemática egípcia, portanto oriental, contribuiu para a matemá‐
tica  grega, teríamos que perguntar como esta matemática  egípcia  não estaria dentro 
do que para eles seria a matemática ocidental? Isto sem deixarmos também de leva‐
rem conta todo conhecimento matemático mesopotânico, que também foi fortemente 
usado na construção da matemática grega. 
 
O NASCIMENTO DA ETNOMATEMÁTICA  
Depois do fracasso da Matemática Moderna, na década de 70, apareceram, entre 
os  educadores  matemáticos,  várias  correntes  educacionais  desta  disciplina,  que  ti‐
nham  uma componente comum – a forte reação contra  a existência de um currículo 
comum e contra a maneira imposta de apresentar a matemática de um só visão, como 
um  conhecimento  universal  e  caracterizado  por  divulgar  verdades  absolutas.  Além 
de perceberem que não havia espaço na Matemática Moderna para a valorização do 
conhecimento que o  aluno traz para a sala de aula, proveniente do seu social, estes 
educadores matemáticos voltaram seus olhares para este outro tipo de conhecimento: 
o do vendedor de rua, estudado por Nunes e Caraher, das bricadeiras, dos pedreiros, 
dos artesões, dos pescadores, das donas de casas na suas cozinhas, etc..  
Nasce, então termos metafóricos para designar esta matemática de diferenciá‐la 
daquela estudada no contexto escolar: 
 
1. Cláudia Zalavski, em 1973, chama de Sociomatemática as aplicações da ma‐
temática na vida dos povos africanos e, inversamente, a influência que insti‐
tuições africanas exerciam e ainda exercem sobre a evolução da matemática, 
sendo esta a abordagem mais significativa de seu trabalho. 
2. D´Ambrosio,  em  1982,  denominou  de  Matemática  Espontânea  os  métodos 
ma‐temáticos desenvolvidos por povos na sua luta de sobrevivência. 
3. Posner,  também  em  1982,  designa  de  Matemática  Informal  aquela  que  se 
transmite  e  aprende  fora  do  sistema  de  educação  formal,  isto  levando  em 
conta também o processo cognitivo. Também neste ano os Caraher e Schlie‐
mann introduzem o termo Matemática Oral, em seu livro “Na Vida Dez, Na 
Escola Zero”, quando trata do meninos vendedores de rua no Recife. 
4. Ainda neste ano Paulus Gerdes chamou de Matemática Oprimida aquela de‐
senvolvida  em  países  subdesenvolvidos,  onde  pressupunha  a  existência  do 
elemento opressor: sistema de governo, pobreza, fome, etc.. 
5. Mais  tarde,  em  1987,  Gerdes,  Caraher  e  Harris  utilizaram  o  termo  Matemá‐
tica Nâo‐Estandartizada para diferenciar da “standar” ou acadêmica.  

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  101 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

6. Outro  termo  usado  por  Gerdes  em  1985  foi  de  Matemática  Escondida  ou 
Com‐gelada,  quando  estudava  as  cestarias  e  os  desenhos  em  areia  dos 
moçambicanos.  
7. Mellin‐Olsen, em 1986, chama de Matemática Popular aquela desenvolvida 
no  dia  a  dia  e  que  pode  ser  ponto  de  partida  para  o  ensino  da  matemática 
dita acadêmica. 
 
Ubiratan D´Ambrosio, se utiliza em 1985, pela primeira vez o termo Etnomate‐
mática,  isto  no  seu  livro:  “Etnomathematics  and  its  Place  in  the  History  of  Mathe‐
matics”, onde o termo esta inserido dentro da História da Matemática. Este autor cita 
que em 1978 utilizou este termo em conferência, que pronunciou na Reunião Anual 
da  Associação  Americana  para  o  Progresso  da  Ciência,  que  infelizmente  não  foi 
publicada. 
Um  fato  importante  foi  a  criação,  em  1986,  do  Grupo  Internacional  de  Estudo 
em  Etnomatemática  (IGSEm)  congregando  pesquisadores  educacionais  de  todo  o 
mundo  que  estavam,  de  alguma  maneira,  pensando  digamos  nesta  área  do  conhe‐
cimento e, principalmente, em como utilizá‐la em sala de aula.  
 
PRIMEIRAS TENTATIVAS DE CONCEITUAÇÃO 
Já no primeiro Newsletter do IGSEm de 1986, temos uma definição aproximada 
da Etnomatemática como a “zona de confluência entre a matemática e a antropologia 
cultural”, mas ainda persistem as metáforas como Matemática‐no‐Contexto‐Cultural 
ou  Matemática‐na‐Sociedade.  Outra  definição  de  Etnomatemática  que  se  tem  neste 
mesmo  jornal  é  uma  definição particular (ou  peculiar):  “caminho  que  grupos  parti‐
culares específicos encontraram para classificar, ordenar, contar e medir”. 
O primeiro pesquisador que tentou agrupar as várias tendências foi Huntig di‐
zendo que Etnomatemática “é a matemática usada por um grupo cultural definido na 
solução  de  problemas  e  atividades  do  dia  a  dia”.  Outro  pesquisador  que  deu  uma 
ótima aproximação foi D´Ambrosio quando, em 1987, escreveu: “...as diferentes for‐
mas  de  matemática  que  são  próprias  de  grupos  culturais,  chamamos  de  Etnomate‐
mática”. 

 
Figura 1: Concepção da “zona de confluência entre a matemática e a antropologia 
cultural”. 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

Ainda se discute muito este termo, para os antropólogos é parte da Etnologia de 
um grupo, para os educadores é um método educacional da matemática e para outros 
pesquisadores,  como  D´Ambrosio  e  Gerdes  é  um  sub‐conjunto  da  Educação,  que 
contém a Matemática como sub‐conjunto. Toda esta polêmica leva os pesquisadores 
a terem certa prudência no uso deste termo, levando a explicitar sempre que usar a 
que conceito esta se referindo.  
 

 
Figura 2: Concepção de D´Ambrosio e de Gerdes 
 
Mas, mesmo com estas três inclusões, ainda é difícil precisar um conceito para 
Etnomatemática, foi pensando nisto que Bishop escreveu: “... é um conceito que ain‐
da  não  encontrou  sua  definição.  Em  face  das  idéias  e  afirmações  que  temos,  talvez 
fosse  mais  apropriado  não  usar  ainda  este  termo  na  busca  de  um  melhor  enten‐
dimento  –  ou,  se  optarmos  por  utilizá‐lo,  devemos  precisar  claramente  a  conceitua‐
ção que estiver sendo a ele aplicada.” 
Nesta  linha  prudência,  Gerdes  chama,  então,  de  Acento  Etnomatemático  refe‐
rindo‐se a pesquisa em si e de Movimento Etnomatemático quando for utilizado pe‐
dagogicamente.  Para  ele  “Etnomatemáticos  salientam  e  analisam  as  influências  de 
fatores socioculturais sobre o ensino, a aprendizagem e o desenvolvimento da mate‐
mática.”, isto para se referir aos pesquisadores nesta área de conhecimento. 
Este  estudo  leva  a  ver  a  Matemática  como  um  produto  cultural,  e,  então,  cada 
cultura, e mesmo sub‐cultura, produz sua matemática específica, que resulta das ne‐
cessidades específicas do grupo social. Como produto cultural tem sua história, nasce 
sob  determinadas  condições  econômicas,  sociais  e  culturais  e desenvolve‐se  em  de‐
terminada direção. 
 
A ETNOMATEMÁTICA COMO MODELO PEDAGÓGICO. 
Uma primeira pergunta que se coloca é: Porque se ensina Matemática? Ou mais 
precisamente:  Porque  a  Matemática  aparece  em  todos  os  currículos  escolares  do 
mundo?  Todo  Educador  Matemático  tem  sua  própria  resposta  para  essa  indagação, 
isto se deve ser esta ciência a que permite mais rapidamente chegar a abstração. Por 
outro lado, o avanço cognitivo do ser humano passa necessariamente pela abstração. 
É evidente que temos outras disciplinas que aprofundam mais a abstração, como por 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  103 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

exemplo a filosofia, mas a matemática chega mais rápido, à uma criança de 7 anos já 
se solicita que abstraia números, por exemplo. 
A matemática, então, é um componente cultural muito importante, solicitado no 
desenvolvimento  da  inteligência  humana.  Por  outro  lado,  se  pretendemos,  por  esta 
componente, conduzir uma criança à abstrair conceitos, isto terá que ser feito numa 
pedagogia adequada para essa finalidade.  
O  excesso  de  trabalho  com  materiais  concretos  acaba  por  desfazer  essa  função 
primordial da matemática, que é levar a criança à abstração. Logicamente, a criança 
necessita partir do concreto, isto é, daquela realidade com a qual está impregnada. O 
concreto  para  a  criança  é  aquilo  que  ela  sabe  fazer;  o  abstrato  é  aquilo  que  se 
configura  e  que,  a  qualquer  momento,  ela  possa  se  servir.  A  pedagogia,  que  deve 
propiciar  o  ato  cognitivo  da  criança  na  sala  de  aula,  tem  necessariamente que  levar 
em  conta  todas  essas  premissas.  É  verdade  que  muitas  vezes,  para  se  chegar  ao 
abstrato, o professor tem que demonstrar, isto é, desenvolver encadeamentos lógicos, 
tão comum na matemática acadêmica, mas isto feito dentro de uma metodologia que 
inicia  com  o  concreto  da  criança,  passando  por  outros  concretos,  que  serão 
incorporados  por  ela,  é  uma  postura  bem  diferenciada  da  de  demonstrar  por 
demonstrar. 

▪ 
 
 
 
 
 
ʺEntendo por razão, não a faculdade de raciocinar, que pode ser bem ou mal uti‐
lizada,  mas  o  encadeamento  das  verdades  que  só  pode  produzir  verdades,  e  uma 
verdade não pode ser contrária a outra.ʺ 
Gottfried Leibniz 
 
“Se A é o sucesso, então é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e 
Z é manter a boca fechada”.  
Albert Einstein 
   
“Na maior parte das ciências, uma geração põe abaixo o que a outra construiu e 
o  que uma  estabeleceu  a outra desfaz. Somente na Matemática é que  cada geração 
constrói um novo andar sobre a antiga estrutura”. 
Hermann Hankel 
 
“As abelhas, em virtude de uma certa intuição geométrica, sabem que o hexá‐
gono é maior que o quadrado e o triângulo, e conterá mais mel com o mesmo gasto 
de material”.  
Papus de Alexandria 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

CAPÍTULO 11 

APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS


 
As apresentações orais fazem parte do cotidiano de professores e pesquisadores 
que lidam constantemente com a necessidade de transmitir a outras pessoas as suas 
idéias,  ensinamentos  e/ou  resultados  científicos.  Robert  R.  H.  Anholt  bem  denomi‐
nou essa tarefa de arte! E partindo‐se da hipótese de que existe ciência para tudo, a 
comunicação dos resultados da ciência também se configura uma ciência. 
Qualquer  pessoa  que  visualize  no  futuro  a  possibilidade  de  ter  que  realizar 
apresentações orais de caráter científico, aquelas que estão se iniciando neste tipo de 
atividade  e  também  as  mais  experientes  no  ramo,  certamente  se  beneficiará  das 
conscientes sugestões que Anholt apresenta em sua obra e que aqui tem seus aspec‐
tos principais ressaltados. 
 
11.1 ‐ PREPARAÇÃO DA APRESENTAÇÃO CIENTÍFICA15 
 
11.1.1 IDENTIFIQUE SUA AUDIÊNCIA 
A comunicação é  a chave.  Interprete  sua apresentação como  um diálogo  com  a 
audiência,  não  como  um  monólogo.  Pergunte‐se:  o  que  eles  esperam  aprender  de  a 
partir de minha apresentação? Como minha apresentação pode ser útil a eles? 
Um  conceito‐chave  na  arte  da  apresentação  oral  de  temas  científicos  é  a  acei‐
tação  do  apresentador  pela  platéia.  Procure  saber,  antecipadamente,  quem  poderá 
estar assistindo à sua apresentação. 
O  conhecimento  sobre  seu  público  facilita  a  comunicação  e  ajuda  a  criar  um 
clima confortável e uma relação favorável. Quando estiver preparando uma apresen‐
tação, esteja atento para o fato de que podem existir membros desinformados em seu 
público. Pergunte‐se: eles serão capazes de acompanhar minha apresentação? O que 
eles irão reter sobre ela? 
 
11.1.2 ESTRUTURE E ORGANIZE SEU MATERIAL 
Nada  é  mais  desastroso  em  uma  apresentação  que  exceder  o  tempo  alocado  a 
ela. Uma regra empírica é tentar fazer com que a apresentação se concentre em 75% a 
80% do tempo a ela reservado. 
Todo apresentador, entes de preparar sua apresentação, deve ser capaz de fazer 
um  sumário  sobre  o  seu  conteúdo  em  não  mais  que  duas  ou  três  fases  bem  cons‐
truídas. Para manter a atenção da audiência, use a velha regra: diga a eles o que você 
irá apresentar, apresente o que você prometeu e diga a eles o que você apresentou. 

 Texto de autoria de Dayan Adionel Guimarães, obtido em http://cict.inatel.br/nova2/docentes/ 
15

dayan/Academic/Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20oral%20de%20trabalhos%20cient%C3%ADficos. 
doc, acesso em 15/05/2007. 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  105 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Toda apresentação consiste de três partes bem definidas: (1) a introdução ofere‐
ce as bases e as perspectivas necessárias à apreciação do restante da apresentação; (2) 
o  corpo  da  apresentação,  que  normalmente  corresponde  à  maior  parte,  comunica 
novas  informações  ao  público  e  (3)  a  conclusão  faz  um  sumário  da  apresentação  e 
deixa a platéia com uma mensagem para levar com ela. Uma regra empírica pode ser: 
numa apresentação de 60 minutos, reserve 10 minutos para a introdução, 30 minutos 
para o corpo principal e 5 minutos para a conclusão. 
Quando usar slides, uma boa regra empírica sugere reservar cerca de 2 minutos 
por slide. 
Prepare  um  resumo  com  cuidado,  um  conjunto  de  slides  ou  transparências  e 
uma folha com títulos ou algo similar que o ajude a se organizar e a não perder o “fio 
da meada” durante a apresentação. 
 
11.1.3 CONHEÇA O ASSUNTO SOBRE O QUAL IRÁ REALIZAR A APRESENTAÇÃO 
Freqüentemente,  especialmente  no  caso  de  apresentadores  iniciantes,  a  auto‐
confiança extremada e injustificada leva a crer que a eloqüência e o estilo vão subs‐
tituir o conhecimento. O falso sentimento de superioridade intelectual em relação à 
audiência,  motivada  pelo  convencimento  de  que  ninguém  mais  na  platéia  conhece 
tão  bem  o  assunto  quanto  você,  freqüentemente  faz  com  que  o  apresentador  está 
“viaje”, embora ele tenha a impressão de estar pisando em solo firme. Infeliz‐mente 
tarde, o apresentador descobre que seu público consiste de pessoas altamente quali‐
ficadas e conhecedoras do assunto.  
A decisão de não fazer uma apresentação é às vezes mais benéfica à reputação 
de uma pessoa que a realização de uma apresentação superficial, sem dados compro‐
batórios de suas idéias e com o uso do tempo disponível para falar sobre resultados 
planejados de experimentos não realizados. 
Tome  cuidado  com  afirmações  sobre  as  quais  nem  mesmo  você  tem  total 
convicção.  Em  vez  de  dizer  “isto  é  assim”,  diga  “presume‐se  ou  cogita‐se  que  isto 
seja  assim”.  A  descrição  de  dados  científicos  de  forma  precisa,  completa  e  bem 
elabo‐rada  coloca  o  apresentador  como  uma  fonte  confiável  e  fundamentada  de 
informa‐ção.  Ao  contrário,  frases  imprecisas  e  abertas  a  uma  multiplicidade  de 
interpretações gradualmente fazem aflorar o ceticismo de desinteresse da platéia. 
 
11.1.4 REVISÃO E ENSAIO 
Não  importa  quão  experiente  você  seja,  é  sempre  uma  boa  idéia  revisar  e  em‐
saiar  uma  apresentação.  Uma  mesma  apresentação  serve  a  várias  ocasiões,  mas  não 
sem  adaptações.  A  apresentação  deve  estar  em  sintonia  com  cada  platéia  e  ser  re‐
preparada para cada ocasião. 
Não  deixe  a  revisão  para  a  última  hora.  Isto  pode  levar  a  uma  apresentação 
aceitável, mas dificilmente levará a uma apresentação memorável. Uma apresentação 
científica é uma expressão de criatividade; e criação toma tempo! 
Um ensaio realizado para um colega que possa lhe dar úteis e sinceras realimen‐
tações é uma iniciativa valiosa. Preferencialmente esse colega deve ser representativo 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

do tipo de audiência da sua apresentação oficial. 
Um  gravador  de  áudio  e  vídeo  pode  revelar  vícios  na  comunicação  oral  e 
também vícios de postura. 
 
11.2.5 PREPARE SUA APRESENTAÇÃO ‐ DEPOIS RELAXE 
Tenha a consciência de que as etapas preliminares foram seguidas com cautela. 
Você deve estar confiante sobre o perfil de sua audiência, sobre seus conhecimentos, 
sobre os dados, informações e contribuições que irá apresentar e sobre a organização 
e qualidade de apresentação do material de apoio. Agora somente resta relaxar. Para 
que você possa realizar uma grande apresentação, o relaxamento é essencial. 
 
11.2.6 A VESTIMENTA 
O  modo  adequado  de  se  vestir  para  uma  apresentação  científica  revela  ao  me‐
nos  duas  mensagens:  respeito  pela  platéia  e  aceitação  dos  padrões  vigentes  neste 
contexto. 
Lembre‐se que às vezes torna‐se necessário o uso de algum microfone de lapela 
e  o  transmissor  desse  microfone  deverá  ser  afixado  em  alguma  parte  de  sua  vesti‐
menta. Esta é uma dica importante principalmente para as mulheres. 
 
11.2 ‐ A ESTRUTURA DE UMA APRESENTAÇÃO CIENTÍFICA 
 
11.2.1 ‐ O TÍTULO 
O título deve ser breve e deve descrever da melhor maneira possível o conteúdo 
da  apresentação.  Deve  também  buscar  dar  importância  ao  trabalho,  motivando  a 
platéia.  O  título,  embora  tenha  que  ser  breve,  precisa  ser  tão  abrangente  quanto 
possível,  não  sendo,  entretanto,  abrangente  por  demais  a  ponto  de  perder  seu 
significado e sobre‐dimensionar o conteúdo real do trabalho. 
 
11.2.2 ‐ CONTEXTO E IMPORTÂNCIA 
Caminhar  gradativamente  em  sua  apresentação,  de  uma  abordagem  mais 
abrangente  para  outra  mais  específica  (zomming  in)  e  depois  retornar  através  do 
processo  de  zooming  out,  representa  uma  das  mais  eficientes  técnicas  de 
apresentação  oral  de  temas  científicos.  A  apresentação  deve  sempre  começar  com  a 
descrição  de  princípios  importantes  e  gerais,  focando  gradualmente  no  modelo 
experimental  ou  idéia  que  o  apresentador  pretende  comunicar.  Chegando  próximo 
ao  final  da  apresentação,  o  processo  de  zooming  out  leva  a  platéia  à  conclusão  que 
incorpora um sumário da apresentação e uma mensagem “para casa”. 
O processo de zooming in pode ser precedido por, por exemplo, uma abordagem 
histórica que mostre os estágios de desenvolvimento do tema da apresentação. Mas 
não se esqueça de atribuir os créditos aos pesquisadores que contribuíram em cada 
estágio  desse  desenvolvimento!  Lembre‐se  que  algum  desses  pés‐quisadores  pode 
estar  na  platéia.  E  não  deixe  para  atribuir  os  crédito  ao  final  da  apresentação, 
mostrando  um  slide  com  uma  lista  de  pesquisadores  não  imediata  e  visivelmente 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  107 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

associados às respectivas contribuições. 
 
11.2.3 ‐ CONTANDO UMA ESTÓRIA 
Há uma notável diferença entre apresentar o sumário de uma coleção de fatos, 
idéias  e  dados  e  contar  uma  estória  interessante  sobre  suas  conquistas  em  termos 
desses fatos, idéias e dados. 
A  habilidade  de  falar  de  forma  coerente  está  intimamente  relacionada  à 
habilidade de pensar coerentemente. A forma coerente de pensar ajuda a separar os 
aspectos realmente importantes numa apresentação daqueles meramente periféricos 
e  informativos.  Essa  forma  de  pensar  coerentemente  colabora  para  que  a  linha  de 
raciocínio  na  se  quebre  quando  tiver  que  ser  momentaneamente  abandonada 
durante os “parêntesis” ou “apêndices”. 
Uma  estória  deve  ter  um  foco  e  comunicar  uma  única  mensagem  principal. 
Nunca interrompa o fluxo normal da apresentação, endereçando tópicos diferentes e 
descorrelacionados.  Isto  normalmente  ocorre  quando  não  se  tem  volume  de  dados 
suficiente  para  preencher  o  período  alocado  para  a  apresentação.  É  melhor  usar 
metade  do  tempo  que  tentar  preenchê‐lo  com  inutilidades  do  ponto  de  vista  da 
mensagem “para casa” que se quer comunicar. 
Apresente  resultados  já  alcançados.  Não  é  aconselhável  comunicar  resultados 
de trabalhos em andamento e muito menos de trabalhos a serem realizados. 
 
11.2.4 ‐ FORMULAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO 
Para  se  comunicar  eficazmente,  evite  sempre  que  possível  o  uso  de  jargões  e 
siglas próprios de sua área de conhecimento. Em geral torna‐se bastante difícil para 
os participantes absorverem as novas informações e ao mesmo tempo tentar traduzir 
os jargões e siglas. 
A  precisão  na  formulação  de  seus  argumentos  é  um  outro  pré‐requisito  a  uma 
boa apresentação científica. A voz reflete seu processo de pensamento; e um apresen‐
tador  impreciso  demonstra  imprecisão  ou  falta  de  coerência  em  seu  processo  de 
pensamento.  Uma  apresentação  oral  difere  em  muito  de  um  artigo  escrito  que  é 
revisado,  lido  e  relido.  A  partir  do  momento  que  as  palavras  deixaram  sua  boca  e 
ecoaram na audiência tudo passa a estar fora de seu controle. 
Seja  cuidadoso  e  discreto  quando  se  referir  a  dados  ou  hipóteses  de  outros 
pesquisadores  que  estão  em  desacordo  com  as  suas  idéias.  Há  formas  elegantes  e 
suaves de discordar sem desmerecer o trabalho de outrem e tentar elevar o mérito do 
seu trabalho. Um cientista deve sempre “lutar como um cavalheiro”, pois, afinal de 
contas, as idéias ou hipóteses do seu “competidor” podem estar corretas! 
Para apresentar argumentos convincentes ao longo de sua apresentação, sempre 
reflita sobre as questões: quão sólidos e confiáveis são meus dados? Justifica‐se tirar 
estas  conclusões  a  partir  dos  fatos  que  estou  apresentando?  Há  interpretações 
alternativas  para  meus  dados?  Uma  avaliação  crítica  de  sua  própria  apresentação  é 
essencial para obter credibilidade da platéia e tornar sua apresentação memorável. 
Reconhecendo  as  limitações  de  seus  experimentos  e  claramente  definindo  as 

108
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

condições em que as conclusões tiradas a partir deles são válidas você ganha respeito 
e credibilidade de sua platéia. 
 
11.2.5 ‐ A CONCLUSÃO: BREVE E FOCALIZADA 
Assim como o processo de progressivamente ir de um foco mais genérico para 
outro mais específico ‐ o zooming in ‐ é uma estratégia útil no início da apresentação, 
o  processo  reverso,  o  zooming  out,  é  bastante  útil  nas  proximidades  do  final  da 
apresentação, quando queremos lembra aos ouvintes, mais uma vez, que os dados ou 
idéias  que  foram  apresentados  se  relacionam  com  um  princípio  científico  ou  uma 
idéia  mais  abrangente  ou  principal.  Isto  ajuda  a  platéia  a  apreciar  o  significado  do 
trabalho num contexto mais amplo. 
A  conclusão  de  uma  apresentação  científica  deve  ser  firme  e  decisiva.  Ela 
representa o momento  mais importante, durante  o  qual comunica‐se  aos ouvintes  a 
“mensagem para casa”, o que realmente ficará nas suas lembranças. Ela determina a 
impressão  final  e  o  impacto  que  irá causar  em  sua  audiência.  A  conclusão  deve  ser 
reduzida a  uma sentença concisa, preferencialmente apresentada como  um  texto  ou 
um diagrama simples em um slide ou transparência. 
A conclusão deve consistir de uma única sentença principal, com não mais que 
duas ou três conotações (se absolutamente necessário). A conclusão deve ser clara e 
demarcar  o  final  da  apresentação.  Após  apresentar  a  conclusão  apenas  diga 
“obrigado” e pare de falar. Uma regra importante a ser observada em apresentações 
científicas é terminar no tempo certo e com uma mensagem clara e ressonante. 
 
11.3 ‐ RECURSOS VISUAIS 
 
11.3.1 – SLIDES, TRANSPARÊNCIAS, VÍDEO, ÁUDIO, ANOTAÇÕES E QUADRO‐NEGRO. 
Podemos agrupar as formas de apresentação visual mais comuns em projeções 
multimídia, uso de transparências e uso de flip‐charts. Embora cada uma  apresente 
suas vantagens em determinadas situações, as projeções multimídia se destacam por 
permitirem  uma  apresentação  mais  “limpa”  e  com  melhor  estética.  Entretanto,  a 
apresentação  de  slides  via  projetores  multimídia  tende  a  ser  cansativa  em  eventos 
longos e o apoio de recursos como o “velho” quadro negro ou um simples flip‐chart 
podem quebrar a monotonia e atrair a atenção da platéia. As transparências conven‐
cionais,  embora  permitam  ilustrações  e  anotações  “em  tempo  real”,  tendem  a  estar 
mais susceptíveis à desorganização e à estética debilitada. De qualquer forma vale a 
dica: cheque com antecedência a organização do material de apoio. 
A  iluminação  do  ambiente  merece  atenção.  Quando  há  alguma  forma  de  com‐
trolar  a  luminosidade,  escureça  a  sala  apenas  o  suficiente  para  que  as  projeções 
fiquem com boa nitidez. 
Há três pré‐requisitos  básicos quando da  preparação  de slides. Eles  devem  ser 
“limpos”  simples  e  devem,  necessariamente,  estar  em  sintonia  com  a  “estória”  que 
você se propôs a contar. 
Assim como a apresentação em si, cada slide ou transparência deve ter um único 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  109 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

foco. Imagens mostradas em uma apresentação oral diferem de figuras Regis‐tradas 
em um trabalho escrito, como um artigo, por exemplo. Em uma apresentação oral as 
imagens se prestam a comunicar conceitos e dados a um público que está ouvindo e 
vendo ao mesmo tempo. Durante uma apresentação a platéia tem uma oportunidade 
limitada  para  examinar  os  dados  apresentados  e  ao  mesmo  tempo  ouvir  o  que  o 
apresentador tem a dizer. Por esta razão, resultados complexos devem ser separados 
e  apresentados  cada  um  de  uma  vez.  Posteriormente  você  pode  mostrar  resultados 
compostos de forma a estabelecer algum tipo de comparação. 
Evite mostrar tabelas. Elas são excelentes para documentar seus dados, mas não 
para apresentações. Procure uma forma mais simples de mostrar os efeitos dos vários 
valores ou atributos da sua tabela. Um gráfico de barras pode ser uma saída. 
Evite  o  uso  de  expressões  matemáticas  complexas.  Embora  grande  parte  dos 
ouvintes  possa  entendê‐las  sem  dificuldade,  outra  parcela  pode  simplesmente  dês‐
viar  a  atenção  na  primeira  aparição  de  uma  dessas  expressões.  Quase  sempre  o 
significado de uma expressão pode ser descrito verbalmente. 
Nos gráficos faça uso da simplicidade e da clareza e não exagere no tamanho do 
gráfico,  nem  para  menos  nem  para  mais.  Evite  escalas  complexas  ou  termos  que 
demandem  “tradução”  por  parte  da  platéia.  Lembre‐se:  se  alguém  tiver  que  perder 
tempo  em  decifrar  alguma  sigla  ou  unidade,  inevitavelmente  perderá  o  “fio  da 
meada”. 
O tamanho das  letras dos  slides não deve ser muito grande e tão  pouco  muito 
pequeno.  Uma  boa  regra  empírica  e  considerar  como  adequado  aquele  tamanho  de 
letra que permite uma visualização do slide em seu tamanho natural a cerca de dois 
ou três metros de distância. 
Mantenha uniformidade na elaboração dos seus slides. Isto ajuda a acentuar e a 
destacar o fluxo e a coerência da apresentação. E lembre‐se: tudo que não colaborar 
para que sua estória seja comunicada deve ser excluído da apresentação. 
Procure  não  tentar  descrever  o  que  um  slide  não  está  realmente  permitindo 
interpretar.  Em  outras  palavras,  se  sua  fala  tender  a  criar  alguma  interpretação,  é 
melhor não apresentar o slide duvidoso. 
Uma  forma  de  mostrar  conceitos  complexos  é  usar  uma  seqüência  de  slides 
mostrando o mesmo conceito, porém elevando‐se gradativamente sua complexidade. 
O uso de cores pode ajudar neste processo, no qual cores diferentes destacam níveis 
de  complexidade  diferentes.  Novas  imagens  ou  conceitos  vão  se  sobrepondo  à 
medida que se avança na complexidade da abordagem. 
Ao  final  da  apresentação  é  aconselhável  incluir  um  slide  com  uma  sentença 
conclusiva,  enfatizando  a  mensagem  que  se  pretende  seja  levada  na  memória  dos 
ouvintes. Uma lista de conclusões inevitavelmente não será assimilada pela platéia e 
a fará se desviar do propósito principal de seu trabalho. 
Em  algumas  apresentações  tem‐se  que  referir  freqüentemente  a  um  diagrama, 
figura  ou  conceito.  Nestes  casos  é  melhor  deixar  o  citado  diagrama,  figura  ou 
conceito sempre visível. Se isto não for possível é melhor repetir o diagrama, figura 
ou conceito que voltar slides e mais slides à sua procura. 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

Quando usar dois projetores, cuide para que um deles apresente slides que são 
trocados com pouca freqüência e o outro para apoiar o fluxo normal da apresentação. 
O  primeiro  projetor  deve  ser  desligado  sempre  que  sua  imagem  não  estiver  em 
sendo utilizada. Apresentadores inexperientes devem evitar esta “sofisticação”. 
É sempre vantajoso manter anotações sobre sua apresentação disponíveis antes 
que ela ocorra, de forma a permitir que os interessados saibam apriori do que se trata 
o  evento  que  está  por  vir.  Essas  anotações  podem  conter  informações  que  não 
poderiam  ser  cobertas  durante  a  apresentação  ou  podem  corresponder  a  resumos 
focados  nos  principais  pontos  da  apresentação.  A  primeira  opção  é  preferível  se  a 
apresentação  faz  parte  de  algum  processo  de  ensino;  a  segunda  opção  é  mais 
adequada em eventos como congressos e seminários. 
O  quadro‐negro  pode  ser  utilizado  efetivamente  se  combinado  com  slides  e 
anotações  em  papel.  Uma  visão  geral  sobre  a  apresentação  comunicada  através  do 
quadro pode auxiliar a platéia a se manter sintonizada à medida que a “estória” da 
apresentação  se  desenrola.  Além  disso,  algum  diagrama  ou  conceito  pode  ser 
registrado  no  quadro  nos  casos  em  que  tal  diagrama  ou  conceito  deve  ser  referen‐
ciado por várias vezes. Neste caso deve‐se atentar para que a informação registrada 
no quadro esteja visível mesmo com o projetor ligado. 
Procure verificar com antecedência se a quantidade e variedade de giz ou pincel 
está disponível. 
 
11.3.2 – APRESENTAÇÕES EM PÔSTER 
Um  pôster  é  um  espaço  físico  no  qual  são  afixadas  folhas  que  comunicam  os 
resultados  de  seu  trabalho.  Este  espaço  físico  varia  em  dimensões,  sendo  que 
tipicamente  tem‐se  aproximadamente  1,2m  de  largura  por  2m  de  altura.  As  folhas 
afixadas são marcadas através de algum sinal que permita uma identificação fácil da 
seqüência  apresentada.  Os  caracteres  utilizados  têm  tamanhos  suficientes  para  que 
uma pessoa consiga ler o conteúdo a cerca de 2 ou 3 metros de distância. Um título 
destacado e os nomes dos autores identificam claramente o trabalho. 
As  apresentações  em  pôster  proporcionam  uma  oportunidade  de  troca  de 
informações  com  colegas  do  ramo,  sem  grande  pressão.  Em  contraste  com 
apresentações  em  slides,  elas  permitem  contato  direto  e  individual  com  o  público. 
Principalmente  para  pesquisadores  pouco  experientes,  essa  forma  de  apresentação 
permite a criação de um clima de crítica construtiva e sugestões que valorizam ainda 
mais a sessão. 
As apresentações em pôster (poster apresentation) têm cada vez mais despertado 
interesse  nas  apresentações  científicas.  O  caráter  até  certo  ponto  informal  e  a 
possibilidade  de  uma  troca  mais  efetiva  de  conhecimentos,  opiniões  e  idéias  têm 
transformado  esse  tipo  de  apresentação  em  um  dos  mais  eficientes.  Prova  disto  é  a 
crescente importância dada à apresentação em pôster em congressos e simpósios, até 
o ponto de não serem agendadas apresentações convencionais em paralelo, forma de 
motivar  a  participação  maciça  do  público  e  destaque  para  esse  tipo  de  forma  de 
comunicação. 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  111 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Um pôster é um mostrador visual sujeito às mesmas recomendações para apre‐
sentação  de  dados  em  slides  ou  transparências.  Um  pôster  deve  ser  estética‐mente 
planejado  e  “limpo”.  Evite  cores  de  fundo  muito  fortes.  Prefira  o  branco,  o  bege,  o 
azul claro ou o cinza. 
Se  o  pôster  for  composto  de  pequenos  painéis  (folhas)  cuide  para  que  eles  te‐
nham  o  mesmo  tamanho  e,  assim,  se  encaixem  precisa  e  esteticamente  no  espaço  a 
eles reservado. 
As  figuras  e  diagramas  apresentados  em  um  pôster  devem  ser  dimensionados 
de  forma  a  poderem  ser  vistos  a  distância,  de  forma  clara  e  legível.  Cada  imagem 
deve  endereçar  um  único  ponto  ou  foco.  Detalhes  em  legendas  e  descrições  devem 
ser mantidos num mínimo. 
Como  qualquer  apresentação  científica,  o  pôster  deve  “contar  uma  estória”. 
Escolha  um  título  breve  e  informativo  e  forneça,  no  canto  superior  esquerdo  do 
pôster, uma introdução que indique porque o seu trabalho é importante no contexto 
de um princípio científico ou idéia mais abrangente. O canto inferior direito do pôs‐
ter deve conter um número pequeno de conclusões bem elaboradas e uma sentença 
mais abrangente que resuma o trabalho e apresente a principal conclusão. 
Um  pôster  deve  se  concentrar  em  um  único  foco.  Inclua  somente  informações 
úteis e relevantes à “linha melódica” da estória. 
O apresentador deve estar adequadamente e visivelmente identificado e sempre 
disponível.  Ele  deve  se  portar  como  um  garçom  em  um  restaurante  de  primeira 
classe,  estando  disponível  sempre  que  for  solicitado  sem,  contudo,  importunar  os 
clientes para perguntar se precisam de alguma coisa ou se estão gostando da comida. 
Esteja  preparado  para  fazer  uma  breve  descrição  sobre  seu  pôster  quando  for 
solicitado. 
Mantenha  um  conjunto  de  alfinetes,  fita  adesiva  ou  cola  para  reparos  de 
emergência. 
Os observadores devem estar livres para observar seu pôster sem nenhum tipo 
de pressão ou “propaganda”. Se alguém não lhe fizer perguntas é porque não se inte‐
ressou  ou  porque  não  conseguiu  receber  a  comunicação  visual  que  você  esperava. 
Não é o número de pessoas que visita seu pôster que determina seu sucesso e sim a 
qualidade das interações com essas pessoas. 
 
11.4 – SUGESTÕES PARA APRESENTAÇÃO 
 
Preparação do Material  Apresentação 
1. Ser generalista – não estatístico.   1. Verificar  antecipadamente  a  ordem  dos 
2. Usar gráficos, esquemas, figuras, preferencial‐ slides  ou  transparências,  o  estado  do 
mente aos textos.   retroprojetor e do microfone.  
3. Tentar manter a uniformidade do material.  2. Ser polido.  
4. Não colocar muitos dados em uma só transpa‐ 3. Não  complicar,  não  ficar  atendo‐se  aos  deta‐
rência, não usar texto normal.   lhes.  
5. Explorar a possibilidade das cores. Use fundo  4. Concentrar‐se no que fala e não nos detalhes. 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

claro e letras escuras.   5. Falar  devagar,  cuidado  com  os  vícios  de  lin‐


6. Observe a regra do sete:   guagem.  
a) Utilize  no  máximo  sete  palavras  por  li‐ 6. Checar o nível de compreensão da platéia.  
nha e sete linhas por slide.   7. Não  ler  simplesmente  o  que  está  escrito  e, 
b) Evite embaralhar texto e imagens.   sim, falar sobre o material.  
c) Seja breve.   8. Dar um tempo para as pessoas lerem antes de 
d) Dê espaço entre as linhas para maior le‐ começar a falar. 
gibilidade   9. Falar  primeiro  sobre  a  mensagem  e,  após, 
e) Balance textos e imagens.   sobre o conteúdo.  
f) Seja consistente.   10. Nunca exceder o tempo. 
g) Cheque a ortografia   11. Título curto e interessante. 
h) Dê vida ao material.   12. Apelar  para  a  visão  e  a  audição.  Abusar  dos  
  recursos disponíveis.  
13. Terminar  com  clímax  para  ser  lembrado 
(Gran finale).  
14. Ao  responder  as  questões,  repeti‐las  e 
agrade‐cer.  
15. Ensaiar a apresentação.  

TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
GEORG CANTOR E OS TRANSFINITOS 
 
Qual é o tamanho do infinito? Um infinito pode ser maior que outro? Essas per‐
guntas,  que  parecem  saídas  da  boca  de  uma  criança,  são  indagações  matemáticas 
perfeitamente legítimas. E, o que é melhor, já têm respostas. Quem primeiro teve a 
idéia de fazer essas perguntas e conseguiu respondê‐las de forma precisa foi o mate‐
mático russo / alemão Georg Cantor (1845 ‐ 1918). 
Antes  dele,  os  matemáticos  queimaram  as  pestanas  para  entender  os  números 
ʺinfinitamente  pequenosʺ,  ou  ʺinfinitesimaisʺ,  na  tentativa  de  dar  bases  sólidas  ao 
cálculo diferencial e integral. Um dos matemáticos que mais contribuíram para esse 
entendimento  dos  ʺinfinitesimaisʺ  foi  Karl  Weirstrass,  professor  de  Cantor  na  Ale‐
manha. 
Georg Cantor bolou um processo simples mas rigoroso de ʺcontarʺ o número de 
elementos  de  uma  coleção  infinita.  Como  conseqüência,  mostrou  que  os  chamados 
números  transfinitos,  usados  para  medir  o  tamanho  de  um  conjunto  com  infinitos 
ele‐mentos, têm uma hierarquia de tamanho, uns sendo maiores que outros. 
 
NÚMEROS NATURAIS, RACIONAIS, IRRACIONAIS E REAIS. 
Para  facilitar,  vamos  levar  em  consideração  apenas  de  números  positivos.  Co‐
meçamos com os NÚMEROS NATURAIS: 0, 1, 2, 3, 4, ... Esses números se agrupam 
em um conjunto que é, claramente, um conjunto infinito, isto é, tem um número ili‐
mitado de elementos. 
Os números naturais são ótimos para contar elementos. Por exemplo, se quere‐
mos contar os dedos de uma mão, associamos o número 1 ao dedo mindinho, o 2 ao 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  113 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

seu vizinho, o 3 ao maior de todos, o 4 ao fura‐bolos e o 5 ao cata‐piolhos. Resultado: 
uma mão tem 5 dedos. Esse processo simples de contar os elementos de um conjunto 
foi usado por Cantor para medir o ʺtamanhoʺ de um conjunto infinito, como veremos 
adiante. 
Temos, também, os NÚMEROS RACIONAIS, obtidos pela divisão (ou ʺrazãoʺ, 
daí o nome) entre dois números naturais inteiros. Exemplos: 1/2, 3/3, 7/18, etc. Acon‐
tece que existem números que não podem ser escritos como a divisão de dois intei‐
ros.  Isto  é,  não  são  racionais.  Esses  números  são  chamados  de  NÚMEROS  IRRA‐
CIONAIS. O exemplo clássico de número irracional é √2 = 1,41421... Outros irracio‐
nais  famosos  são  π  =  3,14159...,  o  número  e  =  2,71828...  e  o  número  Ф  =  1,6  1803... 
Todos eles acabam em três pontinhos para indicar que têm um número ilimitado de 
algarismos depois da vírgula. 
Juntando os números racionais com os irracionais obtemos o conjuntos dos NÚ‐
MEROS REAIS. Já dá para desconfiar que existem mais números reais que números 
naturais, pois todo número natural é real mas nem todo número real é natural. Mas, 
cuidado! Comparar conjuntos infinitos é tarefa escorregadia que pode levar a resul‐
tados inconsistentes. Por exemplo, todo número natural (inteiro) é um número racio‐
nal, mas, nem todo número racional é natural. Será que existem mais números racio‐
nais que naturais? A seguir, veremos como Cantor atacou essa questão. 
 
COMO CONTAR OS NÚMEROS NATURAIS. 
Para  começar,  vamos  voltar  ao  conjunto  dos  NÚMEROS  INTEIROS 
NATURAIS  N:  {0,  1,  2,  3,  4,  ...}  Agora,  considere  o  conjunto  dos  NÚMEROS 
INTEIROS PARES, P: {0, 2, 4, 6, ...}. É claro que ambos são infinitos. Também é claro 
que  todo  elemento  de  P,  isto  é  todo  número  par,  está  contido  no  conjunto  N.  Mas, 
nem todo elemento de N faz parte do conjunto P. 
Sabendo disso, será que o número de elementos de N é maior que o número de 
elementos  de  P?  Para  responder  essa  questão,  Cantor  propôs  um  critério  bastantes 
simples  e  intuitivo.  Segundo  esse  critério,  dois  conjuntos  são  equivalentes,  isto  é, 
têm o mesmo número de elementos, se houver um modo de associar cada elemento 
de  um  conjunto  com  um,  e  só  um,  elemento  do  outro  conjunto.  Para  tornar  a  coisa 
um  pouco  mais  técnica, diremos  que, se isso  se  dá,  os dois  conjuntos têm  a  mesma 
CARDINALIDADE. 
No caso dos conjuntos N (naturais) e P (pares) é bem fácil fazer essa associação, 
como mostramos abaixo: 
 
N :    1   2   3   4    5    6   ...    n    ... 
P :     2   4   6   8   10  12  ...   2n   ... 
 
Portanto, a cada elemento de N corresponde um, e só um, elemento de P, que é 
exatamente o dobro desse elemento de N. E a cada elemento de P corresponde um, e 
só um, elemento de N, que é sua metade. Segundo o critério de Cantor, isso mostra 
que N e P têm a mesma cardinalidade, ou, mais corriqueiramente, têm o mesmo ta‐

114
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

manho. Observe que todo elemento de P está contido em N, mas, nem todo elemento 
de N está contido em P. Pois foi exatamente essa interessante propriedade que Can‐
tor e seu amigo Richard Dedekind usaram para caracterizar um conjunto infinito, em 
contraste com outros conjuntos finitos. Isto é: 
 
“Em um conjunto infinito, o todo pode ser igual a uma de suas partes”. 
 
É bem interessante (e paradoxal) que podemos ʺdiluirʺ infinitamente um com‐
junto infinito e ele continua sempre do mesmo tamanho, isto é, com a mesma cardi‐
nalidade. Esses conjuntos que têm a mesma cardinalidade do conjuntos dos números 
naturais, N, são chamados de ʺcontáveisʺ. Cantor escolheu um símbolo para a cardi‐
nalidade desses conjuntos contáveis:  ℵ0 . Essa é a primeira letra do alfabeto hebreu e 
chama‐se alef. Com o índice 0, ele é chamado de alef zero, símbolo da cardinalidade 
dos conjuntos contáveis. Esse índice já prenuncia a possibilidade de haver conjuntos 
com cardinalidade maior que  ℵ0 , como veremos adiante. 
 
A CARDINALIDADE DOS NÚMEROS REAIS. 
Recordando: todo conjunto cujos elementos podem ser colocados em correspon‐
dência  um‐a‐um  com  os  números  inteiros  (naturais)  é  dito  contável  e  tem  a  mesma 
cardinalidade do conjuntos dos números naturais, isto é,  ℵ0 . 
A  seguir,  Cantor  mostrou  que  o  conjunto  dos  números  racionais  também  é 
contável, com cardinalidade  ℵ0 . Para isso, Cantor organizou os racionais na forma de 
uma  tabela.  Cada  linha  tem  frações  com  o  mesmo  numerador,  começando  de  1  e 
seguindo a ordem crescente, e cada coluna tem frações com o mesmo denominador. É 
fácil constatar que essa tabela contém todos os números racionais. 
 

 
 
Começando na ponta onde fica 1/1, basta seguir as setas e associar cada racional 
com um inteiro, em ordem crescente. Desta forma, a cada inteiro corresponde um ra‐
cional e a cada racional corresponde um inteiro. 
 
                                          N :        1       2       3       4      5       6    ... 
R :     1/1    2/1    1/2   1/3   2/2    3/1    ... 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  115 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Mas, como sabemos desde Pitágoras, nem todo número é racional. Existem nu‐
meros  que  não  podem  ser  escritos  como  uma  fração  entre  dois  inteiros.  Pois  bem, 
Cantor  conseguiu  mostrar  que  o  conjunto  dos  números  reais  não  é  contável,  isto  é, 
tem cardinalidade maior que  ℵ0 . Em outras palavras, não é possível fazer uma cor‐
respondência um‐a‐um entre todos os inteiros e todos os reais pois sempre sobrarão 
números reais não contados. 
Para mostrar isso, Cantor nem usou todos os números reais. Basta considerar os 
números reais que existem entre 0 e 1, o segmento unitário. Qualquer número entre 0 
e 1 pode ser escrito como um decimal com um número infinito de algarismos depois 
da vírgula. Exemplos: 0,33333 ... ; 0,707 ... ; 0,785398 ... etc. É claro que existem núme‐
ros reais com um número finito de algarismos depois da vírgula. Por exemplo: 2/4 = 
0,5.  Ou,  3/8  =  0,375.  Então,  para  esses,  colocaremos  uma  infinidade  de  zeros  após  o 
último algarismo. Isto é, fazemos 2/4 = 0,50000 ... e 3/8 = 0,3750000 ... 
Agora, suponha que você faz uma lista de números reais diferentes, associando 
cada um deles a um número inteiro. Isto é, você faz uma lista como essa, vista abaixo, 
por exemplo: 
1         ↔ 0,23897065385... 
2         ↔ 0,31568453347... 
3         ↔ 0,33333333333... 
4         ↔ 0,27599905371... 
5         ↔ 0,19453827560... 
 
A  pergunta  é:  será  que,  fazendo  essa  lista  para  todos  os  inteiros  que  existem, 
usaremos todos os reais que existem, sem esquecer nenhum? A resposta, achada por 
Cantor, foi: não! Mesmo que a lista inclua todos os inteiros, ainda sobrarão infinitos 
números reais que não foram incluídos na lista. Como sabemos disso? 
Basta  considerar  um  certo  número  real  X  formado  da  seguinte  maneira:  escre‐
vemos o 0 e a vírgula e o primeiro algarismo após a vírgula deve ser diferente de 2, 
que  é  o  primeiro  algarismo  depois  da  vírgula  no  real  associado  ao  inteiro  1.  O  se‐
gundo  algarismo  depois  da  vírgula,  nesse  real  X,  deve  ser  diferente  de  1,  que  é  o 
segundo  algarismo  depois  da  vírgula  no  real  associado  ao  inteiro  2.  E,  assim  por 
diante. Por exemplo, o real obtido poderia ser: 0,39758... 
Esse  real  X,  portanto,  não  foi  contado  na  lista  de  correspondências  com  os  in‐
teiros pois o algarismo em uma posição qualquer n depois da vírgula sempre difere 
do  algarismo  na  mesma  posição  da  lista  acima.  É  claro  que  podemos  obter  um 
número infinito de números reais, usando esse processo, que não estão contidos na 
lista de associação com os inteiros. Portanto, a cardinalidade do conjunto dos núme‐
ros reais é maior que  ℵ0 . Entretanto, Cantor não quis dizer que a cardinalidade dos 
reais é  ℵ1 , pois não tinha certeza se poderia haver algum conjunto com cardinalidade 
intermediária  entre  a  cardinalidade  dos  naturais  e  a  cardinalidade  dos  reais.  Cha‐
mou, então, a cardinalidade dos reais de C, significando ʺcontínuoʺ. 
A  demonstração  foi  feita  com  os  reais  no  intervalo  entre  0  e  1,  mas,  não  há 

116
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

nenhuma diferença se tomarmos o intervalo de ‐∞ a +∞. Isso fica evidente na figura 
abaixo,  onde  vemos  que  existe  uma  correspondência  um‐a‐um  entre  os  pontos  do 
semi‐círculo que representa o intervalo (0, 1) e a reta infinita.  

 

Além disso, Cantor conseguiu mostrar que  ℵ0 0 = C. Isto significa que, elevando 
o número  transfinito  ℵ0  a uma potência  ℵ0 , obtemos um número transfinito ainda 
maior, que é C. Por sua vez, CC dá, como resultado, um transfinito maior que C. Esse 
novo transfinito é a cardinalidade do conjunto de todas as curvas possíveis de serem 
desenhadas em um plano. 
O  mesmo  surpreendente  resultado  que  vimos  para  o  conjunto  N  dos  números 
naturais, isto é, que pode ser ʺdiluídoʺ em outros conjuntos que têm a mesma cardi‐
nalidade,  também  acontece  com  o  conjunto  do  contínuo,  C.  Por  exemplo,  foi  mos‐
trado  que  o  conjuntos  dos  números  irracionais  tem  a  mesma  cardinalidade  que  os 
reais, C, mesmo quando sabemos que os irracionais são apenas parte dos reais. 

▪ 
 
 
 
 
 
“Infinidades e indivisibilidades transcendem nossa compreensão finita, as pri‐
meiras devido à sua magnitude, as últimas devido à sua pequenez; imagine como são 
quando elas se combinam”. 
Galileu Galilei 
 
“A geometria é uma ciência de todas as espécies possíveis de espaços”. 
Kant 
 
“A Matemática é a honra do espírito humano”. 
Leibniz 
 
“Uma geometria não pode ser mais verdadeira do que outra; poderá ser apenas 
mais cômoda”.  
Hemri Poincaré 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  117 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

CAPÍTULO 12 

PROJETO DE PESQUISA
 
12.1 O QUE É UM PROJETO DE PESQUISA? 
“Planejar  significa  traçar  um  curso  de  ação  que  podemos  seguir  para  que  nos 
leve às nossas as nossas finalidades desejadas.” 
Churchman, in Rudio (1992) 
 
A pesquisa científica deve ser planejada, antes de ser executada. Isso se faz atra‐
vés  de  uma  elaboração  que  se  denomina  “projeto  de  pesquisa”.  O  projeto  de 
pesquisa  é  um  documento  que  descreve  os  plano,  fases  e  procedimentos  de  um 
processo de investigação científica a ser realizado.  
 
12.2 ONDE USAR UM PROJETO DE PESQUISA? 
Em geral, deve existir ao menos um profissional efetivamente vinculado a uma 
instituição de ensino (professor) na gerência do projeto, sendo o mesmo o principal 
responsável por ele. Um estudante não pode submeter um projeto sozinho; quando o 
projeto for de origem acadêmica deve haver um orientador, e quando a origem for o 
custeio da pesquisa, deve existir um coordenador do projeto. 
Algumas ocasiões onde a redação de um projeto de pesquisa é necessário: 

1. Para solicitação de bolsa de iniciação científica junto à instituição de ensino. 
2. Para concorrer na admissão em cursos de pós‐graduação. 
3. Para  solicitação  de  apoio  financeiro  à  grupos  de  pesquisa,  através  de  insti‐
tuições de fomento governamentais ou privadas. 

12.3 ESTRUTURA DE UM PROJETO DE PESQUISA 
 
  Bibliografia 
            Recursos
  Cronograma 
 
    Metodologia
 
             Objeto
  Justificativa
           Objetivos 
  Introdução 
 
 
          Sumário 
  Folha de Rosto 
         Capa do Projeto 

118
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

CAPA DO PROJETO: 
Consiste de Instituição, Título, Autor, Local e data. 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS 
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA 
 
 
 
 
PROJETO DE PESQUISA 
<COLOQUE AQUI O TÍTULO DO PROJETO > 
 
 
 
AUTOR(A): < COLOQUE AQUI SEU NOME > 
 
 
 
 
 
UFRRJ,  < MÊS >  DE < ANO > 
 

PÁGINA DE ROSTO: 
Consiste de Instituição, Título, Autor, Orientador e Natureza do projeto. 
 

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS 
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA 
 
 
< COLOQUE AQUI O TÍTULO DO PROJETO > 
 
< Insira neste campo uma descri‐
ção sucinta do objetivo do pro‐
jeto, bem como a finalidade do 
mesmo. > 
 
 
AUTOR(A):  < Coloque aqui seu nome completo > 
ORIENTADOR : < Coloque aqui o nome do orientador > 
CO‐ORIENTADOR: < Caso exista, insira o nome > 
 
 
UFRRJ,  < MÊS >  DE < ANO > 
 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  119 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

SUMÁRIO: 
Enumeração das principais divisões seções e outras partes da obra, indicando o 
número da página. Geralmente é uma das últimas partes a ser feita. 
 
INTRODUÇÃO: 
Constitui em uma introdução bem estruturada: 

1. Indicar as principais razões que levaram ao estudo, quais seriam os proble‐
mas que ele pretende resolver ou amenizar. 
2. Indicar porque o assunto é importante, em suma, sua relevância. 
3. Fazer  referências  a  trabalhos  anteriores,  ou  seja,  elaborar  uma  contextua‐
lização ou ambiente no qual o trabalho proposto no projeto está inserido. 
4. Indicar a abordagem que será dada ao assunto. 
5. Indicar os objetivos, gerais e específicos, do trabalho. 
 
OBJETIVOS (PARA QUÊ?): 
Atenção! Os objetivos devem ser sempre expressos em verbos de ação. 
 
1. Objetivo Geral: Está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Rela‐
ciona‐se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das 
idéias estudadas. Vincula‐se diretamente à própria significação da tese pro‐
posta pelo projeto. Deve iniciar com um verbo de ação. 
2. Objetivos Específicos: Apresentam caráter mais concreto. Têm função inter‐
mediária e instrumental, permitindo de um lado, atingir o objetivo geral e, 
de outro, aplicar este a situações particulares. 
 

Exemplos de verbos aplicáveis quando a pesquisa tem o objetivo de ... 

conhecer  compreender  aplicar analisar sintetizar  avaliar


apontar,  compreender desenvolver comparar,  compor,  avaliar, 
citar,  ,  concluir,  ,  empregar,  criticar,  construir,  contrastar, 
classificar,  deduzir,  estruturar,  debater,  documentar,  decidir, 
conhecer,  demonstrar,  operar,  diferenciar,  especificar,  escolher, 
definir,  determinar,  organizar,  discriminar esquematizar estimar, 
descrever,  diferenciar,  praticar,  ,  examinar,  ,  formular,  julgar, 
identificar,  discutir,  selecionar,  investigar,  produzir,  medir, 
reconhecer interpretar,  traçar,  provar,  propor,  selecionar
, relatar;  localizar,  otimizar,  ensaiar,  reunir,  . 
  reafirmar;  melhorar;  medir,   sintetizar;   
    testar,   
monitorar; 

120
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

JUSTIFICATIVA (POR QUÊ?):  
É o único item do projeto que apresenta respostas à questão por quê? De suma 
importância,  geralmente  é  o  elemento  que  contribui  mais  diretamente  na  aceitação 
da  pesquisa  pela(s)  pessoa(s)  ou  entidades  que  vai  financiá‐la.  A  justificativa 
consiste  em  uma  exposição  sucinta,  porém  completa,  das  razões  de  ordem  teórica  e 
dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa. Deve 
enfatizar:  

1. O estágio em que se encontra a teoria respeitante ao tema;  
2. As contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer: confirmação geral, con‐
firmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa, especificação 
para casosparticulares, clarificação da teoria, resolução de pontos obscuros;  
3. A importância do tema do ponto de vista geral;  
4. A importância do tema para casos particulares em questão;  
5. Possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo 
tema proposto;  
6. Descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares. A justificativa di‐
fere da revisão da bibliografia e, por este motivo, não apresenta citações de 
outros autores. 
 
OBJETO (O QUÊ)?: 
O objeto da pesquisa responde a questão “o quê?” e engloba os seguintes com‐
ponentes: 

1. Problema:  a  formulação  do  problema  prende‐se  ao  tema  proposto,  e  escla‐


rece a dificuldade específica com a qual se defronta e que se pretende resol‐
ver por intermédio da pesquisa.  
2. Hipótese básica: a problematização do tema necessita de uma resposta, pro‐
vável, suposta e provisória, isto é, uma hipótese. 
3. Hipótese  secundária:  são  afirmações  complementares  da  hipótese  básica 
(demonstra  em  detalhes  o  que  a  hipótese  básica  afirma  em  geral,  engloba 
aspectos não especificados na básica, indica relações deduzidas da primeira 
ou aponta outras relações possíveis de serem encontradas. 
4. Variáveis: toda hipótese é o enunciado geral de relações entre, pelo menos, 
duas variáveis.Variável é um conceito que contêm ou apresenta valores, tais 
como, quantidade, qualidades, características, etc. 

METODOLOGIA (COMO?): 
A  metodologia  deve  descrever  as  formas  e  técnicas  que  serão  utilizadas  para 
executar o projeto. A especificação da metodologia do projeto é a que abrange núme‐

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  121 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

ro  de  itens,  pois  responde,  a  um  só  tempo,  as  seguintes  questões  “como?”,  “com 
que?” e “onde?”.  
A metodologia deve responder às seguintes questões: 

a) Como o projeto vai atingir seus objetivos? 
b) Como começarão as atividades? 
c) Como serão coordenadas e gerenciadas as atividades? 
d) Como  e  em  que  momentos  haverá  a  participação  e  envolvimento  direto  de 
cada participante do grupo de pesquisa? 
 
Deve se descrever o  tipo de  atuação a ser desenvolvida:  pesquisa,  diagnóstico, 
intervenção ou outras; que procedimentos (métodos, técnicas e instrumentos, etc.) se‐
rão adotados e como  será sua avaliação e divulgação. É importante pesquisar meto‐
dologias que foram empregadas em projetos semelhantes, verificando sua aplicabi‐
lidade e deficiências, e é sempre oportuno mencionar as referências bibliográficas. 
Um projeto pode ser considerado bem elaborado quando tem metodologia bem 
definida  e clara. É  a metodologia que  vai dar aos  avaliadores/pareceristas,  a  certeza 
de que os objetivos do projeto realmente tem condições de serem alcançados.  
Devem constar na seção de metodologia: questionários, entrevistas, caracteriza‐
ção dos dados usados, pesquisas na internet, visitas, viagens, testagens, tratamentos 
estatísticos, procedimentos, entre outros... 
 
CRONOGRAMA (QUANDO?): 
A elaboração do cronograma responde à pergunta “quando?”. A pesquisa deve 
ser divida em partes, fazendo‐se a previsão do tempo necessário para passar de uma 
fase  para  outra.  Não  esquecer  que,  se  determinadas  partes  podem  ser  executadas 
simultaneamente,  pelos  vários  membros  da  equipe,  existem  outras  que  dependem 
das anteriores, como é o caso da análise e interpretação, cuja realização depende da 
codificação e tabulação, só possíveis depois de colhidos os dados. 
Sugestão de cronograma para seis meses de pesquisa: 
 
ETAPA                                                                   MÊS  01  02  03  04  05  06 
Escolha do Tema de Pesquisa  X
Seminários do projeto16  X
Definição dos capítulos  X
Seminário – desenvolvimento da proposta  X X X
Redação preliminar  X X
Ajustes metodológicos, conceituais. Formatação.  X X X
Preparação para a defesa  X
16
Justificativa, objetivos, problemática, metodologia e estrutura do trabalho.

122
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

Apresentação do trabalho final  X
RECURSOS (QUANTO?): 
Normalmente as monografias, as dissertações e as teses acadêmicas não neces‐
sitam  que  sejam  expressos  os  recursos  financeiros.  Os  recursos  só  serão  incluídos 
quando o Projeto de Pesquisa for apresentado para uma instituição financiadora de 
Projetos de Pesquisa, como por exemplo a Capes, a FINEP, o CNPq ou a FAPERJ. 
Os recursos financeiros podem estar divididos em Material Permanente, Mate‐
rial de Consumo e Pessoal, sendo que esta divisão vai ser definida a partir dos crité‐
rios  de  organização  de  cada  um  ou  das  exigências  da  instituição  onde  está  sendo 
apresentado o Projeto.  
 
Material Permanente: 
          São  aqueles  materiais  que  têm  uma  durabilidade  prolongada.  Normalmente 
de‐finidos  como  bens  duráveis,  ou  seja,    que  não  são  consumidos  durante  a 
realização da pesquisa. Ao final da pesquisa ou vigência do projeto os bens podem 
voltar  para  a  instituição  financiadora  ou  fazer  parte  do  acervo  permanente  da 
instituição de ensino ao qual está vinculada a pesquisa. 
          Podem  ser  classificados  como  bens  permanentes:  geladeiras,  ar  refrigerados, 
computadores, impressoras, livros, licenças de softwares etc.  
          Exemplo: 
 
ITEM CUSTO (R$) 
Computador   3.000,00 
Impressora a Laser  1.000,00 
Multifuncional  500,00 
Mesa para Computador 200,00 
Livro – “Programação Orientada a Objeto” 150,00 
Licença Software – Visual Basic 6.0 2.000,00 
TOTAL 6.850,00 
 
Material de Consumo e Pessoal: 
São  aqueles  materiais  que  não  têm  uma  durabilidade  prolongada. 
Normalmente são definidos como bens que são consumidos durante a realização da 
pesquisa.  
Podem ser: papel, tinta  para  impressora, gasolina,  material de  limpeza,  caneta, 
inscrições em eventos, passagens áreas, bolsas de estudo etc. 
Exemplo: 
 
ITEM CUSTO (R$) 
10 cartuchos de impressora 900,00 
10 resmas de papel A4 100,00 
Bolsa de iniciação científica – 12 meses 4.200,00 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  123 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

4  passagens  áreas  Rio‐São  Paulo  (Ida  e  1.000,00 


volta) 
TOTAL  6.200,00 
BIBLIOGRAFIA: 
As  referências dos documentos consultados para  a elaboração do  Projeto  é um 
item  obrigatório.  Nela  normalmente  constam  os  documentos  e  qualquer  fonte  de 
informação consultados no Levantamento de Literatura.  
Exemplos  para  elaboração  das  Referências,  segundo  as  normas  da  Associação 
Brasileira  de  Normas  Técnicas  –  ABNT,  para  elaboração  das  Referências  estão  ex‐
pressas no Capítulo 9 desta apostila. 
 
12.4 CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS 
 
QUANTO À NATUREZA: 
1. Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da 
ciência sem aplicação prática prevista, isto é, possui um enfoque teórico. En‐
volve verdades e interesses universais.  
2. Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática diri‐
gida à solução de problemas específicos, isto é, possui foco prático. Envolve 
verdades e interesses locais. 

QUANTO A FORMA DE ABORDAGEM (SEGUNDO GIL, 1991):  
1. Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que sig‐
nifica  traduzir  em  números  opiniões  e  informações  para  classificá‐los  e 
anali‐sá‐los. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, 
média,  moda,  mediana,  desvio  padrão,  coeficiente  de  correlação,  análise  de 
regressão, etc...).  
2. Pesquisa Qualitativa:  considera  que  há  uma  relação  dinâmica  entre  o  mun‐
do real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e 
a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A inter‐
pretação  dos  fenômenos  e  a  atribuição  de  significados  são  básicos  no 
processo  de  pesquisa  qualitativa.  Não  requer  os  uso  de  métodos  e  técnicas 
estatísticas.  O  ambiente  natural  é  a  fonte  direta  para  coleta  de  dados  e  o 
pesquisador é o instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a 
analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos 
principais de abordagem. 
 
QUANTO AOS OBJETIVOS:  
1. Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o proble‐
ma com vistas a torná‐lo explícito ou a construir hipóteses. Envolvem levan‐
tamento  bibliográfico;  entrevistas  com  pessoas  que  tiveram  experiências 

124
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a 
compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Es‐
tudos de caso.  
2. Pesquisa  Descritiva:  visa  descrever  as  características  de  determinada  popu‐
lação ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envol‐
vem  o  uso  de  técnicas  padronizadas  de  coleta  de  dados:  questionário  e 
observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento.  
3. Pesquisa  Explicativa:  visa  identificar  os  fatores  que  determinam  ou  contri‐
buem para a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da reali‐
dade  porque  explica  a  razão,  o  “porquê”  das  coisas.  Quando  realizada  nas 
ciências naturais requer o uso do método experimental e nas ciências sociais 
requer o uso do método observacional. Assume, em geral, a formas de Pes‐
quisa Experimental e Pesquisa “Ex‐post‐facto”. 

QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS: 
1. Pesquisa Bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado, 
constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com 
material disponibilizado na Internet.  
2. Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não rece‐
beram tratamento analítico.  
3. Pesquisa  Experimental:  quando  se  determina  um  objeto  de  estudo,  selecio‐
na‐se  as  variáveis  que  seriam  capazes  de  influenciá‐lo,  define‐se  as  formas 
de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.  
4. Levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas 
cujo comportamento se deseja conhecer.  
5. Estudo  de  caso:  quando  envolve  o  estudo  profundo  e  exaustivo  de  um  ou 
poucos  objetos  de  maneira  que  se  permita  o  seu  amplo  e  detalhado  conhe‐
cimento.  
6. Pesquisa Ex‐Post‐Facto: quando o “experimento” se realiza depois dos fatos.  
 
12.5 ETAPAS ANTECESSORAS À REDAÇÃO DO PROJETO 
 
DEFINIÇÃO DO TEMA: 
O  tema  é  o  assunto  que  se  deseja  provar  ou  desenvolver.  Pode  surgir  de  uma 
dificuldade  prática  enfrentada  pelo  coordenador,  da  sua  curiosidade  científica,  de 
desafios  encontrados  na  leitura  de  outros  trabalhos  ou  da  própria  teoria.  Pode  ter 
surgido pela entidade responsável, portanto, “encomendado”, o que, no entanto não 
lhe tira o caráter científico. Independente de sua origem, o tema é, nessa fase, neces‐

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  125 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

sariamente ampla, precisando bem o assunto geral sobre o qual se deseja realizar a 
pesquisa.  
 
TEORIA DE BASE:  
A  finalidade  da  pesquisa  científica  não  é  apenas  um  relatório  ou  descrição  de 
fatos  levantados  empiricamente,  mas  o  desenvolvimento  de  um  caráter  interpreta‐
tivo,  no  que  se  refere  aos  dados  obtidos.  Para  tal,  é  imprescindível  correlacionar  a 
pesquisa  com  o  universo  teórico,  optando‐se  por  um  modelo  que  serve  de  embasa‐
mento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados. Todo 
projeto de pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos teóricos sobre os quais 
o  pesquisador  (o  coordenador  e  os  principais  elementos  de  sua  equipe)  fundamen‐
tará sua interpretação.  
 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DA PESQUISA:  
Alguma parte hoje da estaca zero. Mesmo que exploratória, isto é, de avaliação 
deu ma situação concreta desconhecida, em um dado local, alguém ou um grupo, em 
algum  lugar,  já  deve  ter  feito  pesquisas  iguais  ou  semelhantes  ou  mesmo  comple‐
mentares  de  certos  aspectos  da  pesquisa  pretendida.  Uma  procura  de  tais  fontes, 
documentais  ou  bibliográficas,  torna‐se  imprescindível  para  a  não‐duplicação  de 
esforços,  a  não  “descoberta”  de  idéias  já  expressas,  a  não‐inclusão  de  “lugares‐co‐
muns” no trabalho. A citação das principais conclusões a que outros autores chega‐
ram permite salientar a contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradições 
ou reafirmar comportamentos e atitudes.  
 
DEFINIÇÃO DOS TERMOS:  
A ciência lida com conceitos, isto é, termos simbólicos que sintetizam as coisas e 
os fenômenos perceptíveis na natureza, no mundo psíquico do homem ou na socie‐
dade, de forma direta ou indireta. Para que se possa esclarecer o fato ou fenômenos 
que se está investigando a ter possibilidade de comunicá‐lo, de forma não ambígua, 
é  necessário  defini‐lo  com  precisão.  Os  termos  precisam  ser  especificados  para  a 
com‐preensão de todos. 
 
TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
BIOGRAFIAS DE MATEMÁTICOS FAMOSOS – PARTE I 
 
ARISTÓTELES (384 A.C. – 322 A.C.) 
Aristóteles  nasceu  em  Estagira,  uma  cidade  da  Macedônia,  cerca  de  320  quilô‐
metros ao norte de Atenas no ano 384 a.C. e morreu no ano 322 a.C. Foi matemático, 
escritor,  filósofo  e  biólogo.  Autor  do  mais  antigo  conjunto  de  trabalhos  científicos 
que  resistiu  fisicamente  até  nosso  tempo  e,  também,  considerado  o  homem  mais 
erudito de todos os tempos. Filho de um físico amigo de Amyntas, rei macedônico e 

126
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

avô  de  Alexandre,  inicialmente  praticou  medicina  em  Estagira  antes  de  ir  para 
Atenas, onde passou a estudar filosofia durante vinte anos como discípulo de Platão.  
Chegou a Atenas (367 a.C.) e, com a morte do mestre Platão, instalou‐se em As‐
so,  na  Eólida,  e  depois  em  Lesbos,  até  ser  chamado  à  corte  de  Filipe  da  Macedônia 
para encarregar‐se da educação de seu filho ( 343 a. C.), que passaria à história como 
Alexandre o Grande que na época tinha treze anos de idade.  
Voltou a Atenas ( 337 a.C.) e, durante 13 anos seguintes, dedicou‐se ao ensino e 
à elaboração da maior parte de suas obras. Infelizmente perderam‐se todos os origi‐
nais das obras publicadas por ele, com exceção da Constituição de Atenas, descoberta 
no fim do século XIX (1890). Fundador, juntamente com Teofrasto e outros, do Liceu 
Aristotélico  (  334  a.  C.),  Escola  Peripatética  de  Atenas,  onde  se  ensinava  a  quase 
totalidade das ciências, notadamente biologia e ciências naturais.  
Embora  a  Matemática  não  fosse  uma  matéria  prioritária  de  ensino  no  Liceu, 
promoveu discussões sobre o infinito potencial e a atual aritmética e geometria e es‐
creveu sobre retas indivisíveis, onde questionava a doutrina dos indivisíveis defen‐
dida por Xenócrates, um sucessor de Platão na Academia.  
Tornou‐se o criador das doutrinas do aristotelismo, publicadas em oito volumes 
com escritos sobre física, matemática, biologia, metafísica, psicologia, política, lógica 
e  ética,  uma  volumosa  obra  especulativa  e  não  Matemática  por  excelência.  Além 
deste tratado escreveu centenas de trabalhos (para alguns historiadores, mais de mil), 
sobre  lógica  (Categorias,  Tópicos,  Analítica,  Proposições,  etc.),  trabalhos  científicos 
(A  física,  Sobre  o  céu,  Sobre  a  alma,  Meteorologia,  História  natural,  As  partes  dos 
animais, A geração dos animais, etc), sobre estética (Retórica e Poética) e por último 
os estritamente filosóficos (Ética, Política e Metafísica). Elaborou os primeiros argu‐
mentos  sobre  a  teoria  ondulatória  de  propagação  da  luz,  que  muito  tempo  depois 
prosseguiria com Da Vince e Galileu.  
Com  a  morte  repentina  de  Alexandre,  tornou‐se  impopular  em  virtude  de  sua 
ligação  com  conquistador  morto.  Tratado  então  como  estrangeiro,  deixou  Atenas 
fugindo para Calsis, onde morreu no ano seguinte.  
 
AUGUSTIN LOUIS CAUCHY (1789 – 1857) 
Augustin  Louis  Cauchy  nasceu  em  21  de  agosto  de  1789,  e  morreu  dia  23  de 
maio de 1857. Foi um matemático francês e físico‐matemático que provou (1811) que 
os ângulos de um poliedro convexo são determinados por suas faces (as superfícies 
planas que formam um sólido geométrico). 
Númerosos  termos  em  matemática  possuem  o  nome  dele,  por  exemplo,  o 
teorema  integral  de  Cauchy,  na  teoria  de  funções  complexas,  e  o  Cauchy‐Kovalev‐
skaya, teorema existente para a solução de equações diferenciais parciais. Cauchy foi 
o  primeiro  a  fazer  um  estudo  cuidadoso  das  condições  para  convergência  de  série 
infinita;  ele  também  deu  uma  definição  rigorosa  de  uma  integral  independente  do 
processo  de  diferenciação  e  desenvolveu  a  teoria  matemática  da  elasticidade.  Os 
textos dele, Cours dʹanalyse (Curso em Análise, 1821) e os 4 volumes Exercises dʹana‐
lyse et de physique mathematique (Exercícios em Análise e em Físicas Matemáticas, 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  127 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

1840‐47) foram altamente influentes. 
 
AUGUSTUS DE MORGAN (1806 – 1871) 
Augustus  de  Morgan  nasceu  em  1806  na  Índia  e  morreu  em  1871.  Foi  mate‐
mático  e  professor  indiano  radicado  na  Inglaterra,  um  dos  fundadores  da  BAAS. 
Estudou no Trinity College, graduando‐se em quarto lugar, não entrando para Cam‐
bridge  e  Oxford  por  se  recusar  a  participar  do  exame  religioso.  Porém,  foi  ensinar 
Matemática, aos 22 anos, na recém‐fundada Universidade de Londres, que mais tarde 
viria a ser chamada de University College.  
Era cego de um olho, porém um autor e professor de excepcional qualidade, te‐
ve muitos problemas durante sua vida profissional em virtude de posições radicais 
em  defesa  da  liberdade  religiosa,  intelectual  e  acadêmica.  Uma  de  suas  obras  mais 
interessantes,  Budget  of  paradoxes,  uma  sátira  aos  quadradores  de  círculo,  só  foi 
publi‐cada após sua morte.  
Escreveu trabalhos sobre os fundamentos de álgebra, calculo diferencial, lógica 
e  teoria  das  probabilidades.  Juntamente  com  George  Boole,  tornou‐se  um  dos 
respon‐sáveis pela criação da lógica simbólica moderna. 
 
GEORG FRIEDRICH BERNHARD RIEMANN (1826 – 1866) 
Georg Friedrich Bernhard Riemann, nasceu em 17 de setembro de 1826, e mor‐
reu em 20 de julho de 1866. Foi um dos matemáticos alemães mais influentes século 
19.  Ele  desenvolveu  os  assuntos  de  equações  diferenciais  parciais,  teoria  das  variá‐
veis complexas, geometria diferencial, teoria do número analítico e pôs as fundações 
para a topologia moderna. 
Seu  paper  ʺUber  die  Hypothesen,  welche  der  Geometrie  zu  Grunde  liegenʺ 
(Nas  hipóteses  que  mentem  à  fundação  da  Geometria),  apresentado  em  1854,  se 
tornou  um  clássico  da  matemática,  e  seus  resultados  foram  incorporados  na  teoria 
relativís‐tica de Albert Einstein de gravitação. 
 
BLAISE PASCAL 
Blaise  Pascal  foi  um  Filósofo  e  Matemático  francês,  nasceu  em  Clermont  em 
1623 e morreu em 1662 na cidade de Paris. Era filho de Etienne Pascal, também Mate‐
mático. Em 1632, toda a família foi viver em Paris. 
O pai de Pascal, que tinha uma concepção educacional pouco ortodoxa, decidiu 
que seria ele próprio a ensinar os filhos e que Pascal não estudaria Matemática antes 
dos 15 anos, pelo que mandou remover de casa todos os livros e textos matemáticos. 
Contudo,  movido  pela  curiosidade,  Pascal  começou  a  trabalhar  em  Geometria  a 
partir dos 12 anos, chegando mesmo a descobrir, por si, que a soma dos ângulos de 
um  triângulo  é  igual  a  dois  ângulos  retos.  Então  o  seu  pai  resignou‐se  e  ofereceu  a 
Pascal uma cópia do livro de Euclides. 
Aos 14 anos, Pascal começou a acompanhar o seu pai nas reuniões de Mersenne, 
onde  se  encontravam  muitas  personalidades  importantes.  Aos  16  anos,  numa  das 
reuniões, Pascal apresentou uma única folha de papel que continha vários teoremas 

128
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

de  Geometria  Projetiva,  incluindo  o  hoje  conhecido  como  ʺHexagrama  místicoʺ  em 
que demonstra que ʺse um hexágono estiver inscrito numa cônica, então as intersec‐
ções de cada um dos 3 pares de lados opostos são colinearesʺ. Em Fevereiro de 1640 
foi  publicado  este  seu  trabalho  –  ʺEnsaio  sobre  secções  cônicasʺ,  no  qual  trabalhou 
durante 3 anos. 
Em 1639 a família de Pascal deixou Paris e mudou‐se para Rouen, onde o seu pai 
tinha sido nomeado coletor de impostos da Normandia Superior.  
Aos dezoito anos e com o objetivo de ajudar o pai na tarefa de cobrar impostos, 
Pascal inventou a primeira máquina digital, chamada Pascalinne para levar a cabo o 
processo  de  adição  e  subtração,  e  posteriormente  organizou  a  produção  e  comercia‐
lização destas máquinas de calcular (que se assemelhava a uma calculadora mecânica 
dos anos 40).  
Quando o  seu pai morreu em 1651, Pascal escreveu a uma das suas irmãs uma 
carta  sobre  a  morte  com  um  profundo  significado  cristão  em  geral  e  em  particular 
sobre a morte do pai. Estas suas idéias religiosas foram a base para a sua grande obra 
filosófica ʺPenséesʺ que constitui um conjunto de reflexões pessoais acerca do sofri‐
mento humano e da fé em Deus. 
Em  Física  destacou‐se  pelo  seu  trabalho  ʺTratado  sobre  o  equilíbrio  dos  líqui‐
dosʺ  relacionado  com  a  pressão  dos  fluídos  e  hidráulica.  O  princípio  de  Pascal  diz 
que a pressão em qualquer ponto de um fluido é a mesma, de forma a que a pressão 
aplicada num  ponto é  transmitida a todo o  volume do  contentor.  Este  é o  princípio 
do macaco e do martelo hidráulicos. 
Pascal estudou e demonstrou no trabalho do ʺTriângulo aritméticoʺ, publicado 
em 1654, diversas propriedades do triângulo e aplicou‐as no estudo das probabilida‐
des. Antes de Pascal, já Tartaglia usara o triângulo nos seus trabalhos e, muito antes, 
os matemáticos árabes e chineses já o utilizavam. Este famoso triângulo que se pode 
continuar  indefinidamente  aumentando  o  número  de  linhas,  é  conhecido  como 
Triângulo de Pascal. Trata‐se de um arranjo triangular de números em que cada nu‐
mero é igual à soma do par de números acima de si. O triângulo de Pascal apresenta 
inúmeras propriedades e relações, por exemplo, ʺas somas dos números dispostos ao 
longo das diagonais do triângulo geram a Sucessão de Fibonacci. 
Em correspondência com Fermat, durante o Verão de 1654, Pascal estabeleceu os 
fundamentos  da  Teoria  das  Probabilidades.  O  seu  último  trabalho  foi  sobre  a 
Ciclóide – a curva traçada por um ponto da circunferência que gira, sem escorregar, 
ao  longo de  uma linha reta.  Durante esse ano desinteressou‐se pela  ciência;  passou 
os últimos anos da vida a praticar caridade e decidiu dedicar‐se a Deus e à religião. 
Fa‐leceu  com  39  anos  devido  a  um  tumor  maligno  que  tinha  no  estômago  se  ter 
esten‐dido ao cérebro. 
 
JEAN BERNOULLI (1667 – 1748) 
Os  irmãos  Jacques  e  Jean  Bernoulli  foram  discípulos  importantes  de  Leibniz. 
Nenhuma família na história da humanidade produziu tantos matemáticos quanto a 
família Bernoulli, doze ao todo, que contribuíram de modo inigualável na criação e 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  129 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

desenvolvimento do cálculo diferencial e integral. 
    Foram os Bernoulli que usaram pela primeira vez a palavra integral (1669) e, 
pouco  depois,  Leibniz  concordaria  que  Cálculus  Integralis  seria  um  nome  melhor 
que  Cálculus  Sommatorius.  A  família  Bernoulli  teve  sua  origem  na  Holanda,  na 
cidade  da  Antuérpia,  fugindo  para  a  Suíça,  por  serem  protestantes.  Jean  Bernoulli 
nasceu  na  cidade  da  Basiléia,  Suíça,  no  dia  07  de  agosto  de  1667.  Filho  de  Nicolau 
Bernoulli, também pai de outros dois matemáticos : Jacques e Nicolau. Embora o Sr 
Nicolau  tivesse  proporcionado  muito  conhecimento  de  matemática  aos  filhos,  não 
pretendia que os mesmos se dedicassem a ela. Esperava que seus filhos fossem mi‐
nistros religiosos ou médicos. De início, Jean segue o caminho estipulado pelo pai, 
chegando a escrever uma tese de doutoramento em medicina sobre fermentação, com 
apenas 23 anos de idade. 
     A  partir  de  1691,  Jean  tornou‐se  um  apaixonado  pela  teoria  do  cálculo  dife‐
rencial e integral, escrevendo dois livros sobre cálculo, em 1692, Jean encontrava‐se 
em Paris e, para ganhar a vida, tornou‐se professor particular de um jovem, Guilher‐
me François LʹHospital, Marquês de St Mesme, Com o qual fez um pacto : em troca 
de um salário mensal dado pelo marquês, Jean concordaria em passar para o mesmo 
suas descobertas matemáticas para serem usadas como o marquês desejasse. 
    O resultado deste acordo foi que uma das mais importantes contribuições de 
Jean  Bernoulli,  datada  de  1694,  para  resolução  de  limites  indeterminados,  passou  a 
ser conhecida mundialmente como regra de LʹHospital, Analysis des Infinites Petits 
(Análise dos Infinitamente Pequenos), publicado em Paris em 1699. A publicação é 
tida  como  primeiro  livro  de  cálculo  diferencial  e  Integral  editado  no  mundo,  cuja 
importância  foi  enorme  para  a  divulgação  do  cálculo  entre  os  estudiosos  do  século 
XVIII. Neste livro, LʹHospital demonstra ser um escritor exímio expondo de maneira 
ordenada, através de seus dotes pedagógicos, toda a evolução das principais idéias‐
suportes  das  integrais  e  derivadas.  Este  livro  teve  um  sucesso  tão  grande,  que  du‐
rante dois séculos foi publicado com tiragens de milhares de exemplares. No prefá‐
cio, LʹHospital agradece de maneira especial a Jean Bernoulli e a Leibniz. 
     Em  1695,  Bernoulli  foi  convidado  a  ser  professor  da  Universidade  de  Gro‐
ningen e, em 1696, começa a interessar‐se pelo o que seria o cálculo variacional. Nes‐
ta época, propôs, na revista Acta Eruditorium, o célebre problema do tempo mínimo 
de  descida  de  um  corpo  sob  ação  do  campo  gravitacional,  problema  este  resolvido 
por Euler e por vários matemáticos, inclusive pelo próprio Jean.  
    Em 1694, casa‐se com Marie Euler, sobrinha do grande Euler, com a qual teve 
três filhos, todos gênios : Nicolau I, Daniel I e Jean II. Estes fariam grandes trabalhos 
dentro da física e da matemática e não seria por menos, pois em suas veias corria o 
sangue de duas grandes famílias: os Euler e os Bernoulli. 
     Em  1704,  após  a  morte  de  LʹHospital,  acusa‐o  a  outros  matemáticos  de  ter 
plagiado vários de seus resultados, o qual foi considerado infundado por seus com‐
temporâneos. No entanto, anos depois, quando tornou‐se pública a correspondência 
entre  ele  e  LʹHospital,  os  matemáticos  perceberam  que  todas  as  grandes  idéias  do 
segundo, foram dadas pelo primeiro. 

130
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

    Em 1711, Jean Bernoulli era conhecido no mundo todo devido a seus impor‐
tantes  trabalhos  dentro  da  matemática,  da  física  e  da  engenharia,  principalmente 
pelos  seus  estudos  sobre  as  propriedades  da  catenária,  sendo  homenageado,  várias 
vezes,  por  reis  e  rainhas.  Diz  a  lenda  em  torno  de  seu  nome  que  ao  se  apresentar 
onde não era conhecido, as pessoas respondiam: se você é Bernoulli, então nós somos 
Newton. 
    Em 1712, demonstra sinais nítidos de loucura, ao expulsar de casa seu filho Daniel, 
por ele ter conquistado um prêmio da Academia de Ciências de Paris, ao qual Jean 
também concorreu. O fato de o filho ter sido melhor do que ele, provocou‐lhe uma 
inveja que perdurou até o final de sua vida. Recusava‐se a conversar com as pessoas 
em sua volta e, se estas conhecessem matemática, afirmava que eram ladras de suas 
idéias.  Todos  estes  sintomas  de  paranóia  tornar‐se‐iam  agudos  com  o  passar  dos 
anos.  No  ano  de  1747,  fica  praticamente  sozinho  no  mundo,  abandonado  inclusive 
pela própria família. 
Jean  Bernoulli  morreu  vítima  da  loucura  na  cidade  de  Basiléia,  no  dia  03  de 
janeiro de 1748, com 81 anos de idade.  
 
DAVID HILBERT (1862 – 1943) 
David Hilbert nasceu em 23 de janeiro de 1862, e morreu em 14 de fevereiro de 
1943. Foi um matemático alemão cujo trabalho em geometria teve a maior influência 
no  campo  desde  Euclides.  Depois  de  fazer  um  estudo  sistemático  dos  axiomas  da 
geometria Euclidiana, Hilbert propôs um conjunto de 21 axiomas e analisou o signi‐
ficado deles. 
Hilbert  recebeu  o  seu  Ph.D.  da  Universidade  de  Konigsberg  e  serviu  em  sua 
faculdade  de  1886  a  1895.  Ele  se  tornou  (1895)  professor  de  matemática  na  Univer‐
sidade de Gottingen, onde ele permaneceu pelo resto de sua vida. Entre 1900 e 1914, 
muitos matemáticos dos Estados Unidos que depois representaram um papel impor‐
tante no desenvolvimento da matemática foram para Gottingen para estudar com ele. 

▪ 
 
 
“Um problema que vale a pena ser atacado prova seu valor contra‐atacando”. 
 
Piet Hein 
 
“Felizes aqueles que se divertem com problemas que educam a alma e elevam o 
espírito”.  
Fenelon 
  
“Na  Matemática,  se  a  experiência  não  intervém  depois  que  se  deu  o  primeiro 
passo, é porque não é mais preciso”. 
Pontes de Miranda 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  131 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

CAPÍTULO 13 

INICIAÇÃO CIENTÍFICA
 
13.1 O QUE É INICIAÇÃO CIENTÍFICA? 
A Iniciação Cientifica (IC) é um instrumento que permite introduzir os estudan‐
tes de graduação, potencialmente mais promissores, na pesquisa cientifica. É a possi‐
bilidade de colocar o aluno desde cedo em contato direto com a atividade científica e 
engajá‐lo  na  pesquisa.  Nesta  perspectiva,  a  iniciação  científica  caracteriza‐se  como 
instrumento de apoio teórico e metodológico à realização de um projeto de pesquisa 
e constitui um canal adequado de auxílio para a formação de uma nova mentalidade 
no aluno. Em síntese, a iniciação científica pode ser definida como um instrumento 
de formação. 
A Iniciação  Científica é um  dever  da instituição  e não uma atividade  eventual 
ou esporádica. Isso permite tratá‐la separadamente da bolsa de iniciação científica, já 
que se toma a IC como um instrumento básico de formação, ao passo que a bolsa de 
iniciação científica é um incentivo individual que se operacionalizar como estratégia 
exemplar  de  financiamento  seletivo  aos  melhores  alunos,  vinculados  a  projetos  de‐
senvolvidos pelos pesquisadores no contexto da graduação.  
Pode‐se considerar a bolsa de iniciação científica como um instrumento abran‐
gente de fomento à formação de recursos humanos. Nesse sentido, não se pode que‐
rer que todo aluno em atividade de IC tenha bolsa. É fundamental compreender que 
a iniciação científica é uma atividade bem mais ampla que sua pura e simples reali‐
zação mediante o pagamento de uma bolsa.  
O aluno de Iniciação Científica atua no apoio técnico e metodológico à realiza‐
ção de um projeto institucional de pesquisa, ao mesmo tempo que desenvolve suas 
atividades em seu curso de graduação. A Iniciação Científica deve ser realizada em 
um tema relevante em sua área de atuação, seguindo um projeto com objetivo, meto‐
dologia  e  cronograma  específicos.  Para  tal,  é  necessário  que  haja  um  professor 
orientador capacitado na área escolhida. 
 
13.2 QUAIS SÃO OS POSSÍVEIS GANHOS ? 
A Iniciação Científica é direcionada aos alunos que se destacam pelo desempe‐
nho, em termos de média global, na graduação. Como tal, a Iniciação Científica é um 
diferencial  no  currículo  acadêmico  do  aluno.  Alguns ganhos  gerais  que  ela  propor‐
ciona ao aluno podem ser enumerados, como por exemplo: 
 
1. Possibilitar a diminuição do tempo de permanência do bolsista na pós‐gra‐
duação; 
2. Preparar os melhores alunos para a pós‐graduação; 
3. Despertar vocação científica e incentivar talentos potenciais entre estudantes 

132
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

de graduação, mediante sua participação em projetos de pesquisa, 
4. Introduzindo o jovem universitário no domínio do método científico; 
5. Proporcionar ao bolsista, orientado por pesquisador qualificado, a aprendi‐
zagem  de  técnicas  e  métodos,  bem  como  estimular  o  desenvolvimento  do 
pensar  cientificamente  e  da  criatividade  decorrentes  das  condições  criadas 
pelo confronto direto com os problemas de pesquisa; 
6. Despertar no bolsista uma nova mentalidade em relação à pesquisa. 
 
Ganhos em relação aos orientadores: 
 
1. Estimular  pesquisadores  produtivos  a  engajarem  estudantes  de  graduação 
no processo acadêmico, otimizando a capacidade de orientação à pesquisa da 
instituição; 
2. Estimular o aumento da produção científica; 
3. Estimular  o  envolvimento  de  novos  pesquisadores  na  atividade  de  forma‐
ção; 
 
Como decorrência dos ganhos que a Iniciação Científica proporciona ao aluno, 
os programas de mestrado e doutorado mais concorridos no País, bem como as em‐
presas  que  trabalham  com  pesquisa  e  tecnologias  avançadas,  têm  dado  prioridade 
aos  candidatos  que  comprovem  o  desenvolvimento  destas  atividades  para  o  preen‐
chimento de vagas em seus quadros, discente ou funcional, respectivamente. 
 
13.3 QUEM PODE FAZER? 
A Iniciação Científica é uma atividade voltada aos alunos que apresentam me‐
lhores índices acadêmico, incluindo: 
 
a) Excelente histórico escolar; 
b) Co‐autoria em artigos científicos; 
c) Participação como bolsistas ou alunos voluntários em pesquisas anteriores; 
d) Participação em eventos científicos ou tecnológicos; 
e) Estágios, com aproveitamento, em área científica ou tecnológica. 
 
Todavia, estão aptos a fazer Iniciação Científica todos os alunos que: 
 
a) Estejam regularmente matriculados em um Curso de Graduação; 
b) Ter cursado o primeiro ano do curso de graduação e, não estar no último ano 
do mesmo para ingresso no programa.  

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  133 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

c) Não  ter  sido  reprovado  em  disciplinas  do  seu  curso  durante  a  vigência  da 
bolsa (para os casos de renovação); 
d) Ter Índice de Aproveitamento Acumulado (IAA) igual ou superior a 1,70, ou 
equivalente; 
e) Não  ter  vínculo  empregatício  nem  receber  salário  ou  remuneração  decor‐
rente  do  exercício  de  atividades  de  qualquer  natureza,  inclusive  de  outras 
modalidades  de  bolsa,  estágios  remunerados  e  monitorias,  dentre  outros, 
durante a vigência da bolsa. 
 
13.4 COMO OBTER BOLSAS? 
   A  maneira  mais  simples  é  participando  do  Programa  Institucional  de  Bolsas 
de Iniciação Científica (PIBIC) ou Programa Interno de Bolsas de Iniciação Científica 
(PROIC), ambos dentro da própria UFRRJ17. Porém, estes programas só abrem anual‐
mente e a obtenção da bolsa está vinculada à distribuição das cotas pelos Institutos e 
Departamentos, o que reduz muito o número de oportunidades. 
É possível buscar recursos externos nos órgãos que fomentam a Iniciação Cien‐‐
tífica  no  País.  Dentre  esses  órgãos  se  destacam  o  Conselho  Nacional  de  Desenvol‐
vimento  Científico  e  Tecnológico  (CNPq)  e  a  Fundação  de  Amparo  à  Pesquisa  do 
Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). O valor da Bolsa está atualmente em R$ 241,51 e 
o  procedimento  para  sua  obtenção  está  condicionado  às  regras  estabelecidas  pelo 
órgão de fomento em questão. Maiores informações podem ser encontradas nos sites 
dos respectivos orgãos18. 
O aluno de Iniciação Científica deve solicitar ao Orientador que avalie as Possi‐
bilidades de obtenção da bolsa perante os órgãos de fomento. A solicitação de bolsas 
aos órgãos pode, em alguns casos, ser efetuada em qualquer período do ano (deno‐
minadas de fluxo contínuo). 
É importante lembrar, entretanto, que a Iniciação Científica pode ser realizada 
em regime de voluntariado, independente da existência de uma bolsa 
 
13.4.1 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS: 

1. Ficha de Inscrição devidamente preenchida (à disposição na Coordenação do 
NAAP); 
2. Curriculum  vitae  do  orientador  (modelo  Lattes/CNPq‐completo,  em  todo  o 
período de atuação profissional). Comprovar com documentação as publica‐
ções  a  partir  de  2004  (apenas  a  primeira  página  de  artigos  em  periódicos 
especializados indexados, livro e capítulo de livro, cadastrados no ISSN  ou 
ISBN); 
3. Curriculum  vitae  do  aluno  (modelo  Lattes/CNPq‐completo)  com  documen‐

17
Os respectivos editais do Pibic e Proic, podem ser encontrados no Anexo 2 – Editais, desta apostila.
18
Vide o capítulo 3 para se informar sobre os endereços eletrônicos destas organizações.

134
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

tação comprobatória; 
4. Projeto de pesquisa do orientador, em uma via, contendo os seguintes itens: 
título,  introdução  /  revisão  temática,  objetivos,  justificativa,  metodologia, 
cronograma  de  execução,  referências  bibliográficas,  viabilidade  financeira 
(recursos) e equipe executora; 
5. Plano de Atividades em uma via, com no máximo três páginas, contendo as 
atividades a serem desenvolvidas pelo aluno e cronograma de execução, 
6. Cópia do CPF do aluno; 
7. Histórico escolar atualizado do aluno , assinado pelo Coordenador do Curso 
ou autoridade equivalente; 
 
13.4.2 REQUISITOS DO ORIENTADOR: 
1. O  professor  deverá  estar  em  pleno  exercício  de  suas  atividades  na  Univer‐
sidade,  exercendo  suas  funções  em  regime  de  Dedicação  Exclusiva  (DE)  e 
cadastrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq; 
2. O professor deverá apresentar titulação de doutor; 
3. Produção  Científica  com  o  mínimo  de  2  (duas)  publicações  (artigos  em  pe‐
riódicos  especializados  indexados,  livro  e  capítulo  de  livro,  cadastrados  no 
ISSN ou ISBN), a partir dos 4 últimos anos. 
4. Pesquisadores  visitantes  e/ou  aposentados  poderão  concorrer,  desde  que  a‐
tendam aos itens 2 e 3 do presente edital e comprovem permanência na ins‐
tituição durante o período de vigência da bolsa; 
 
13.5 COMPROMISSOS DO BOLSISTA 
Após a divulgação do resultado, os bolsistas selecionados deverão comparecer a 
Sala  116/NAAP‐Pavilhão  Central  para  assinar  um  Termo  de  Compromisso  junto  ao 
Programa  Institucional  de  Bolsas  de  Iniciação  Científica  para,  assim,  efetivar  o  seu 
in‐gresso / permanência no referido Programa. 
O bolsista ao aceitar a Bolsa de Iniciação Científica deverá se comprometer cum‐
prir com a Bolsa pelo período total. Os cancelamentos destas bolsas causam grandes 
dificuldades à Instituição e somente são considerados em casos excepcionais. 
Os  bolsistas  deverão  apresentar  à  Divisão  de  Bolsas  de  Iniciação  Científica, 
relatórios de atividades, a saber: 
 
1. Relatório Parcial, após completados os 6 (seis) primeiros meses de vigência 
do Programa, com tolerância de 1 (um) mês para a entrega; 
2. Relatório Final, após completados 12 (doze) meses de vigência da bolsa, ou 
seja,  no  final  do  Programa,  também  com  tolerância  de  1  (um)  mês  para  a 
entrega. 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  135 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Os relatórios devem ser anexados aos respectivos formulários Folha de rosto de 
Identificação  do  Relatório  Parcial  ou  Folha  de  Identificação  do  Relatório  Final  que 
conterão, além dos dados do bolsista, o parecer do orientador. 
 
13.6 COMO PUBLICAR OS RESULTADOS OBTIDOS? 
A UFRRJ, no incentivo e valorização das atividades de Iniciação Científica, pro‐
vê  a  todos  os  alunos  desta  categoria,  devidamente  cadastrados  e  com  aprovação  do 
Orientador, a oportunidade de apresentação dos resultados de seus trabalhos na Jor‐
nada de Iniciação Científica da UFRRJ. 
Os alunos  que apresentarem trabalhos na  Jornada  recebem um certificado, em 
papel  timbrado,  de  apresentação  e  comprovação  de  que  foram  alunos  de  Iniciação 
Científica  da  UFRRJ  durante  o  período  indicado.  As  apresentações  geralmente  são 
em formato de pôster. 
 
13.7 TEXTOS DIVERSOS 
 
CIÊNCIA E EDUCAÇÃO: APRENDENDO A SER CIENTISTA 
 
 Por FRANCISCO POSSEBOM19 
 
Quando  se  pede  à  maioria  das  pessoas  para  que  descrevam  um  cientista,  elas 
costumam falar em um homem de cabelos despenteados, usando guarda‐pó branco e 
óculos  de  lentes  grossas,  com  prancheta  e  caneta  na  mão,  no  interior  de  uma  sala 
fechada e cheia de frascos de vidro. Nada mais equivocado! É considerado cientista 
quem pratica Ciência, de qualquer área do saber. O problema é definir Ciência.  
Vários autores já se debruçaram sobre o tema e chegaram a conceitos diferentes, 
embora parecidos. Apenas como exemplo, um deles, João Álvaro Ruiz, em seu livro 
Metodologia Científica, enumerou cinco definições de Ciência: “conhecimento certo 
do real pelas suas causas”, “conjunto orgânico de conclusões certas e gerais metodi‐
camente  demonstradas  e  relacionadas  com  objeto  determinado”,  “atividade  que  se 
propõe  demonstrar  a  verdade  dos  fatos  experimentais  e  suas  aplicações  práticas”, 
“conhecimento sistemático dos fenômenos da natureza e das leis que os regem, obti‐
do através da investigação, pelo raciocínio e pela experimentação intensiva” e “estu‐
do de problemas solúveis, mediante método científico”. 
Não importa a definição adotada. A maioria dos autores associa a definição de 
Ciência a quatro idéias básicas: conhecimento, sistematização, experimentação e de‐
monstração.  É    um  conhecimento  de  algo  verdadeiro,  como  o  é  também  o  conheci‐
mento  empírico;  mas  é  sistematizado,  ou  seja,  organizado,  ordenado,  metódico.  É 
fruto  da  experimentação,  é  verificado,  testado,  até  ser  confirmado.  Finalmente,  é 
demonstrável, pode ser reproduzido e confirmado por outros pesquisadores. 
Como se pode ver, não é tão difícil ser cientista. Basta procurar, de forma orga‐
19
Mestre em Letras e Professor de Metodologia Científica.

136
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

nizada,  criteriosa e transparente,  soluções para  problemas.  Não é  necessário ser um 


gênio.  Vale,  aqui,  o  ditado  popular:  “um  por  cento  de  inspiração  e  noventa  e  nove 
por cento de transpiração — um pouco de inteligência e muito trabalho e dedicação”. 
Agir cientificamente deve ser uma atividade corriqueira. Letrados ou não, se re‐
solvermos  de  forma  científica  os  problemas  com  que  deparamos,  decidiremos 
melhor  e  escolheremos  as  melhores  alternativas.  Toda  pessoa  tem  o  direito  de  ter 
acesso à Ciência, ao saber fazer científico. A Educação é a forma de acesso. A Escola, 
do  ensi‐no  fundamental  ao  superior,  é  o  mais  importante  instrumento  para  a 
formação  de  cientistas.  Muitos  jovens,  ao  ingressar  na  Universidade,  imaginam  a 
Ciência como algo distante e restrito a poucos. É o momento ideal para mudar essa 
idéia  e  passar  a  viver  a  Ciência.  As  pesquisas  durante  o  curso,  a  participação  em 
congressos  e  outras  atividades  acadêmicas  levam  o  estudante  a  transformar  em 
hábito o trabalho cien‐tífico. 
Entre as iniciativas promissoras que muito têm contribuído para a formação de 
cientistas está o Regime de Iniciação Científica, em que alunos de graduação, devida‐
mente  instruídos  em  curso  específico  e  orientados  por  experientes  professores,  in‐
gressam no fascinante mundo da pesquisa científica. 
Concluo convidando os jovens, pois são eles o futuro da humanidade, a jamais 
se contentarem com o que estão aprendendo. Busquem saber cada vez mais. E serão 
cientistas. 
 
BIBLIOGRAFIA 
LAKATOS, E. M. & MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 
São Paulo: Atlas, 1991. 
RUIZ, J. A. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1996. 
SILVA, O. D. & MESQUITA FILHO, A. Iniciação científica: uma experiência da 
Universidade São Judas Tadeu. São Paulo: EUSJT, 1999. 
 
 
POSSÍVEIS INTERAÇÕES ENTRE CIÊNCIA E EDUCAÇÃO 

 Entrevista com GERALDINA PORTO WITTER20 
 

Faça uma avaliação do ensino de ciência na formação superior. Do ponto de vista de 
formação científica, trace um perfil do graduando hoje. 
A  graduação  deve  dar  uma  válida  formação  científica  quer  para  formar  o  pés‐
quisador da área, quer para formar o consumidor crítico de ciência e tecnologia que é 
o mínimo que se espera de um profissional. O ideal é que todo profissional seja tam‐

20
Graduada em Pedagogia, Doutora em Ciências, e Livre Docente em Psicologia Escolar Atualmente, 
é coordenadora do curso de Psicologia da Universidade de Mogi das Cruzes, faz parte da presidência 
da ABRAPEE – Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional.
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  137 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

bém um pesquisador. Hoje, a formação científica não é sequer capaz de fornecer uma 
base científica mínima. Uns poucos cursos e uns poucos privilegiados é que acabam 
tendo uma formação científica melhor. 

A  pesquisa  realizada  na  graduação,  a  título  de  aprendizagem,  consegue  despertar  no 
estudante uma consciência científica? Por quê? 
Sim,  quanto  mais  envolvimento  do  aluno  em  pesquisa,  melhor  a  formação,  a 
“consciência científica” e crítica. Esta formação dá a base para a formação de atitudes 
mais compatíveis com o que se espera do cientista e do profissional hoje, em termos 
de competências e habilidades. 

A  senhora  acredita  que, se  a pesquisa fosse estimulada antes mesmo  da universidade 


(nos ensinos médio e fundamental), hoje teríamos mais cientistas? Por quê? 
O ensino da pesquisa deve começar muito antes. O que é chamado de “alfabe‐
tização científica” deve começar a ser feito desde a fase inicial de educação infantil, 
como ocorre nos países mais avançados. A criança de quatro anos já pode ter inicia‐
ção na prática de observação e de registro de dados. Deve, aos cinco/seis anos, saber 
que é necessário indicar a fonte de referência de onde tirou uma informação e fazê‐lo 
de forma correta. Aqui estamos  muito aquém do que se deveria fazer. Acaba‐se por 
começar a alfabetização na universidade, muito tardiamente. 

É sabido que o ensino superior, antes mesmo de despertar uma consciência cientifica, 
também tem por objetivo formar profissionais para  atuar no mercado de trabalho. A 
partir desta filosofia, até que ponto a ciência e o ensino superior estão vinculados? 
Em áreas de atividade profissional em que o fazer deve estar alicerçado no co‐
nhecimento científico, como a Psicologia, dissociar uma formação da outra é, de par‐
tida, esperar uma formação insuficiente, desatualizada e cristalizada para o profissio‐
nal.  Não  optaria  por  contratar  um  profissional  sem  sólida  formação  científica  nem 
que tivesse prática, preferiria um profissional sem prática, mas com sólida formação 
científica,  pois  a  ciência  mostra  que  este  último  rapidamente  supera  a  ausência  de 
pratica, usando a ciência no seu fazer, sendo um profissional pesquisador. 

Como  a  senhora  avalia  a  freqüência  das  pesquisas  realizadas  na  graduação,  que  são 
apresentadas nos congressos científicos? 
Ela  vem  crescendo  muito  lentamente,  espera‐se  que,  com  a  maior  exigência  de 
formação científica, isto cresça em breve. 

Ao longo de sua experiência como pesquisadora, qual foi o maior desafio? 
Pesquisar  é  sempre  um  desafio,  qual  o  maior  é  difícil  especificar...  mas,  certa‐
mente,  conseguir  que  o  aluno  de  graduação  ou  pós  se  apaixone  pela  pesquisa  e  se 
torne  um  pesquisador  autônomo  é  o  que  mais  desafia  um  orientador.  Também  é  a 
maior fonte de reforço ou recompensa que se pode ter é ver o aluno de ontem ser o 
grande pesquisador de hoje. 
 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
BIOGRAFIAS DE MATEMÁTICOS FAMOSOS – PARTE II 
 
RENÉ DESCARTES 
René Descartes nasceu na França, de família nobre, recebeu suas primeiras ins‐
truções  no  colégio  jesuíta  de  La  Flèche,  graduando‐se  em  Direito,  em  Poitier.  Foi 
participante  ativo  de  várias  campanhas  militares  como  a  de  Maurice,  o  Príncipe  de 
Nassau, a do Duque Maximiliano I da Baviera e a do exército francês no cerco de La 
Rochelle.  Foi  amigo  dos  maiores  sábios  da  época  como  Faulhaber,  Desargues  e 
Mersenne e é considerado o ʺPai da Filosofia Modernaʺ. 
Em 1637 escreveu seu mais célebre tratado, o ʺDiscurso do Métodoʺ, onde expõe 
sua teoria de que o universo era todo feito de matéria em movimento e qualquer fé‐
nômeno poderia ser explicado através das forças exercidas pela matéria contígua. Es‐
ta teoria só foi superada pelo raciocínio matemático de  Newton. Suas idéias  filosó‐
ficas e científicas eram muito avançadas para a época mas sua matemática guardava 
características da antigüidade tendo criado a Geometria Analítica numa tentativa de 
volta ao passado. 
Durante  o  período  em  que  Descartes  permaneceu  com  o  exército  bávaro,  em 
1619, descobriu a fórmula sobre poliedros que usualmente leva o nome de Euler: v + 
f = a + 2 onde v, f e a são respectivamente o número de vértices, faces e arestas de um 
poliedro  simples.  Em  1628  já  estava  de  posse  da  Geometria  Cartesiana  que  hoje  se 
confunde com a Analítica, embora es objetivos do autor fossem diferentes tanto que 
em seu ʺDiscursoʺ se mostra imparcial quando discute os méritos da Geometria e da 
Álgebra. Seu objetivo era por processos algébricos libertar a Geometria da utilização 
de  tantos diagramas que fatigavam a imaginação,  e  dar  significado  às operações  da 
Álgebra, tão obscura e confusa para a mente, através de interpretações geométricas.  
Descartes  estava  convencido  de  que  todas  as  ciências  matemáticas  partem  do 
mesmo  princípio  básico  e  aplicando  seus  conceitos  conseguiu  resolver  o  problema 
das três e quatro retas de Pappus. Percebendo a eficiência de seus métodos publicou 
ʹʹA Geometriaʺ, que consta de três livros, onde dá instruções detalhadas para resolver 
equações  quadráticas  geometricamente,  por  meio  de  parábolas;  trata  das  ovais  de 
Descartes  importantes  em  óptica  e  ensina  como  descobrir  raízes  racionais  e  achar 
solução  algébrica  de  equações  cúbicas  e  quadráticas.  Em  1649,  convidado  pela  Raí‐
nha Cristina da Suécia, estabeleceu uma Academia de Ciências em Estocolmo e como 
nunca  gozou  de  boa  saúde  não  suportou  o  inverno  escandinavo,  morrendo  prema‐
turamente em 1650.  
 
EUCLIDES 
Em tempos muito remotos, um jovem, resolvendo ser espirituoso, perguntou a 
seu mestre qual o lucro que poderia lhe advir do estudo da geometria. 
Idéia infeliz: o mestre era o grande matemático grego Euclides, para quem geo‐

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  139 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

metria era coisa muito séria. E a sua resposta à ousadia foi arrasadora: chamando um 
escravo,  passou‐lhe  algumas  moedas  e  mandou  que  as  entregasse  ao  aluno  que  a 
partir daquele momento deixou de ser aluno de Euclides. 
Esse rapaz ‐ é preciso dizê‐lo ‐ não foi o único a sofrer nas mãos de Euclides por 
causa da geometria. Além dele, muita gente passou maus bocados com o grande gre‐
go, inclusive o próprio faraó do Egito. Os problemas de Ptolomeu I surgiram no dia 
em que pediu a Euclides que adotasse um método mais fácil para ensinar‐lhe geome‐
tria  e  recebeu  a  lacônica  resposta:  ʺnão  existem  estradas  reais  para  se  chegar  à 
geometriaʺ.  
Muito antes de Euclides, a geometria já era assunto corrente no Egito. Agrimen‐
sores usavam‐na para medir terrenos, construtores recorriam a ela para projetar suas 
pirâmides e com ela se infernizava a juventude, no momento de aprender a manejar 
a  constante  Pi  ‐  dor de  cabeça séria  também  para  os  estudantes  daquela época.  Tão 
famosa  era  a  geometria  egípcia,  que  matemáticos  gregos  de  nome,  como  Tales  de 
Mileto e Pitágoras, se abalavam de sua terra para ir ao Egito ver o que havia de novo 
em  matéria  de  ângulos  e  linhas.  Foi  com  Euclides,  entretanto,  que  a  geometria  do 
Egito se tornou realmente formidável, fazendo de Alexandria o grande centro mun‐
dial do compasso e do esquadro, por volta do século III a.C. 
Tudo  começou  com  os  ʺElementosʺ,  um  livro  de  13  volumes,  no  qual  Euclides 
reuniu  tudo  que  se  sabia  sobre  matemática  em  seu  tempo  ‐  aritmética,  geometria 
plana,  teoria  das  proporções  e  geometria  sólida.  Sistematizando  a  grande  massa  de 
conhecimentos que os egípcios haviam adquirido desordenadamente através do tem‐
po,  o  matemático  grego  deu  ordem  lógica  e  esmiuçou  a  fundo  as  propriedades  das 
figuras  geométricas,  das  áreas  e  volumes,  e  estabeleceu  o  conceito  de  lugar  geomé‐
trico. Depois, para completar, enunciou o famoso ʺPostulado das Paralelasʺ, que afir‐
ma: ʺSe uma reta, interceptando duas outras, forma ângulos internos do mesmo lado, 
menores que dois retos, estas outras, prolongando‐se ao infinito, encontrar‐se‐ão no 
lado onde os ângulos sejam menores do que dois retos.ʺ 
Para  Euclides,  a  geometria  era  uma  ciência  dedutiva  que  operava  a  partir  de 
certas  hipóteses  básicas  ‐  os  ʺaxiomasʺ.  Estes  eram  considerados  óbvios  e,  portanto, 
de explicação desnecessária. O ʺPostulado das Paralelasʺ, por exemplo, era um axio‐
ma  ‐  não  havia  porque  discuti‐lo.  Acontece,  porém,  que  no  século  XIX  os  matemá‐
ticos  resolveram  começar  a  discutir  os  axiomas.  E  tantas  fizeram  que  acabaram 
verificando um fato surpreendente: bastava por de parte o ʺPostulado das Paralelasʺ ‐ 
a  viga  mestra  do  sistema  euclidiano  ‐  para  tornar  possível  o  desenvolvimento  de 
novos  sistemas  geométricos.  O  matemático  Lobatchevsky  foi  o  primeiro  a  declarar 
sua  independência,  criando  a  sua  própria  teoria.  Um  outro  mestre  da  geometria, 
Riemann, seguiu o exemplo e criou um sistema diferente. 
Essas novas concepções, que se tornaram conhecidas pelo nome de ʺteorias não‐
euclidianasʺ, permitiram às ciências exatas do século XX uma série de avanços, entre 
os quais a elaboração da Teoria da Relatividade de Einstein, o que veio provar que 
essas  teorias,  ao  contrário  do  que  muitos  afirmavam,  tinham  realmente  aplicações 
práticas. 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

LEONHARD EULER (1707 – 1783) 
Leonhard Euler, nasceu em 15 de abril de 1707, e morreu em 18 de setembro de 
1783. Foi o matemático mais prolífico na história. Os 866 livros e artigos dele repre‐
sentam aproximadamente um terço do corpo inteiro de pesquisa em matemática, teo‐
rias  físicas,  e  engenharia  mecânica  publicadas  entre  1726  e  1800.  Em  matemática 
pura, ele integrou o cálculo diferencial de Leibniz e o método de Newton em análise 
matemática;  refinou a noção de uma função; criou muitas notações  matemáticas co‐
muns, incluindo o e, i, o símbolo do pi e o símbolo do sigma; e pôs a fundação para a 
teoria de funções especiais, introduzindo as funções trancendentais beta e gamma. 
Euler  também  trabalhou  nas  origens  do  cálculo  de  variações, mas  reteve  o  seu 
trabalho em deferência para Lagrange. Ele foi um pioneiro no campo da topologia e 
fez teoria dos números em uma ciência, declarando o teorema do número primo e a 
lei  da  reciprocidade  biquadrática.  Em  Física,  ele  articulou  dinâmica  Newtoniana  e 
colocou  a  fundação  de  mecânica  analítica,  especialmente  na  sua  Teoria  dos  Movi‐
mentos de Corpos Rígidos (1765). Como seu professor Johann Bernoulli, ele elaborou 
mecânica contínua, mas ele também trabalhou com a teoria cinética de gases com o 
modelo molecular. Ele também fez pesquisa fundamental em elasticidade, acústica, a 
teoria de onda de luz, e o hidromecânica de navios. 
Euler nasceu em Basel, Suíça. Seu pai, um pastor, queria que o filho seguisse os 
passos  dele  e  o  enviou  para  a  Universidade  de  Basel  para  prepará‐lo  para  o  minis‐
tério,  mas  geometria  se  tornou  logo  o  assunto  favorito  dele.  Pela  intercessão  de 
Bernoulli,  Euler  obteve  o  consentimento  de  seu  pai  para  mudar  para  a  matemática. 
Depois  de não conseguir uma posição de físico em Basel em 1726,  ele se uniu  a St. 
Academia de Ciência de Petersburg em 1727. Quando foram retidos capitais da aça‐
demia, ele serviu como médico‐tenente na marinha russa de 1727 a 1730. Ele se tor‐
nou o professor de Física na academia em 1730 e professor de Matemática em 1733, 
quando  ele  casou  e  deixou  a  casa  de  Bernoulli.  A  reputação  dele  cresceu  depois  da 
publicação  de  muitos  artigos  e  o  seu  livro  Mechanica  (1736‐37),  que  apresentou 
extensivamente  pela  primeira  vez  dinâmica  Newtoniana  na  forma  de  análise  mate‐
mática. 
Em  1741,  Euler  se  juntou  à  Academia  de  Ciência  de  Berlim,  onde  ele  perma‐
neceu  durante  25  anos.  Em  1744  ele  se  tornou  o  diretor  da  seção  de  matemática  da 
academia. Durante a permanência dele em Berlim, ele escreveu mais de 200 artigos, 
três livros em análise matemática, e uma popularização científica, Cartas para Prin‐
cesa de Alemanha (3 vols., 1768‐72). Em 1755 ele foi eleito um membro estrangeiro da 
Academia  de  Ciência  de  Paris;  durante  sua  carreira  ele  recebeu  12  desses  prêmios 
bienais prestigiosos. 
Em  1766,  Euler  voltou  à  Rússia,  depois  de  Catherine  a  Grande  fazer‐lhe  uma 
oferta  generosa.  Na  ocasião,  Euler  estava  tendo  diferenças  com  Frederick  o  Grande 
em  cima  da  liberdade  acadêmica  e  outros  assuntos.  Frederick  ficou  enfurecido  na 
partida  dele  e  convidou  Lagrange  a  substituí‐lo.  Na  Rússia,  Euler  se  tornou  quase 
completamente  cego  depois  de  uma  operação  de  catarata,  mas  pôde  continuar  com 
sua  pesquisa  e  escrevendo.  Ele  teve  uma  memória  prodigiosa  e  pôde  ditar  tratados 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  141 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

em  óticas,  álgebra,  e  movimento  lunar.  Em  sua  morte  em  1783,  ele  deixou  uma 
reserva  vasta  de  artigos.  A  Academia  de  St.Petersburg  continuou  a  publicá‐los  du‐
rante os próximos 50 anos. 
 
JEAN BAPTISTE JOSEPH FOURIER (1768 – 1830) 
Jean Baptiste Joseph Fourier, nascem em 21 de março de 1768, e morreu em 16 
de  maio  de  1830.  Foi  um  matemático  francês  conhecido  principalmente  pela  sua 
contribuição à análise matemática do fluxo de calor. Treinado para o sacerdócio, Fou‐
rier  não  fez  os  seus  votos.  Ao  contrário,  dirigiu‐se  em  direção  a  matemática.  Ele 
estudou primeiro (1794) e depois ensinou matemática na recentemente criada Escola 
Normal.  Ele  se  uniu  (1798)  ao  exército  de  Napoleão  em  sua  invasão  do  Egito  como 
aconselhador científico, para ajudar a estabelecer instalações educacionais lá e levar 
a cabo explorações arqueológicas. 
Depois  do  seu  retorno  para  a  França  em  1801  ele  foi  designado  prefeito  do 
departamento de Isere por Napoleão. Ao longo de sua vida Fourier demonstrou o seu 
interesse  em  matemática  e  físicas  matemáticas.  Ele  ficou  famoso  pela  sua  Theorie 
analytique  de  la  Chaleur  (1822),  um  tratamento  matemático  da  teoria  de  calor.  Ele 
estabeleceu a equação diferencial parcial administrando a difusão de calor e resolveu 
isto usando série infinita de funções trigonométricas. Embora estas séries terem sido 
usadas antes, Fourier as investigou em detalhe muito maior. A pesquisa dele, inicial‐
mente criticada por sua falta de rigor, foi mostrada depois para ser válida. Proveu o 
ímpeto para o mais recente trabalho em séries trigonométricas e a teoria de funções 
de uma variável real.  
 
ÉVARIST GALOIS (1812 – 1832) 
Évarist  Galois  nasceu  nas  proximidades de  Paris,  na  aldeia  de  Bourg  la‐Reine, 
onde seu pai era prefeito. Aos 12 anos mostrava pouco interesse por Latim, Grego e 
Álgebra mas a Geometria de Legendre o fascinava. Aos 16 anos, julgando‐se em com‐
dições, procurou entrar na Escola Politécnica mas foi recusado por falta de preparo e 
isto marcou o seu primeiro fracasso. Aos 17 anos escreveu um artigo onde expôs suas 
descobertas fundamentais entregando‐o a Cauchy para que o apresentasse na Acade‐
mia.  Cauchy  perdeu  seu  trabalho  e  com  isto  veio  o  seu  segundo  fracasso  marcante. 
Logo  mais  perdeu  o  pai  que,  devido  a  intrigas  clericais,  se  suicidou.  Desiludido, 
Gaiois  entrou  na  Escola  Normal  para  preparar‐se  a  fim  de  ensinar,  sempre  conti‐
nuando com suas pesquisas. 
     Em  1830  escreveu  um  artigo  para  o  concurso  de  Matemática  da  Academia 
entregando‐o para Fourier, que morreu logo depois e o artigo foi perdido. Com tan‐
tas frustrações Galois acabou por aderir às causas da revolução de 1830, foi expulso 
da  Escola  Normal  e  mais  tarde  entrou  para  a  guarda  nacional.  Galois  iniciou  suas 
pesquisas com um trabalho de Lagrange sobre permutações de raízes, o que lhe deu 
condições necessárias e suficientes para concluir que equações polinomiais são reso‐
lúveis  por  radicais  e,  baseado  nas  provas  de  Abel,  descobriu  que  as  equações  algé‐
bricas  irredutíveis  são  resolúveis  por  radicais  somente  se  o  grupo  de  permutações 

142
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

sobre suas raízes também é resolúvel. Sobre isso forneceu um algoritmo para achar 
essas  raízes,  assim  como  outros  postulados  sempre  voltados  mais  para  a  estrutura 
algébrica do que para casos específicos, dando um tratamento aritmético à Álgebra. 
Em  suas  obras  está  ímplícito  o  conceito  de  ʺcorpoʺ  que  mais  tarde  Dedekind 
definiria de forma explícita. 
     Na  época  Galois  entregou  a  Poisson  um  artigo  contendo  sua  teoria  e  este  o 
classificou de ʺincompreensívelʺ mas hoje o que chamamos de ʺMatemática Moder‐
naʺ nada mais é do que as idéias de Galois que estão chegando até nós. 
    Em 1832, envolvendo‐se com uma mulher, em nome de um código de honra, 
não pode evitar um duelo. Na noite anterior passou as horas rascunhando notas para 
a  posteridade  numa  carta  a  seu  amigo.  Na  manhã  de  30  de  maio  encontrou  seu 
adversário  recebendo  um  tiro  fatal.  Socorrido  por  um  camponês,  morreu  num  hos‐
pital para onde foi levado, aos 20 anos de idade. 

▪ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Sem a Matemática, não poderia haver astronomia; sem os recursos maravilho‐
sos da Astronomia, seria completamente impossível a navegação. E a navegação foi o 
fator máximo do progresso da humanidade”. 
Amoroso Costa 
   
“A Geometria faz com que possamos adquirir o hábito de raciocinar, e esse há‐
bito pode ser empregado, então, na pesquisa da verdade e ajudar‐nos na vida”. 
 
Jacques Bernoulli 
   
“Entre dois espíritos iguais, postos nas mesmas condições, aquele que sabe geo‐
metria é superior ao outro e adquire um vigor especial”. 
 Blaise Pascal 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  143 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

CAPÍTULO 14 

RELATÓRIOS TÉCNICOS-CIENTÍFICOS
 
14.1. CONCEITO DE RELATÓRIO 
O Relatório é um registro escrito de uma atividade desenvolvida. No particular 
de uma pesquisa, visa “relatar” esta atividade em toda sua dimensão, desde o plane‐
jamento até as conclusões, de maneira concisa. Assim, o relatório de pesquisa encon‐
tra‐se entre os  meios de divulgação de maior circulação nas Universidades, Congres‐
sos, Associações diversas, além de outros. 
  Entretanto, existem normas padronizadas para a apresentação de relatórios de 
pesquisa e de desenvolvimento de trabalhos, se bem que no caso de relatórios inter‐
nos, algumas organizações adotam regras específicas. 
  Por outro lado, a elaboração de um relatório não é inerente apenas ao pesqui‐
sador.  O  aluno  de  curso  superior,  o  iniciante  na  investigação  científica  e  o  profis‐
sional, periodicamente, se utilizam desse meio de comunicação para divulgar os re‐
sultados de suas atividades. 
Definição: 
ʺÉ a exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante pesqui‐
sas  ou  se  historia  a  execução  de  serviços  ou  de  experiências.  É  geralmente  acom‐
panhado  de  documentos  demonstrativos,  tais  como  tabelas,  gráficos,  estatísticas  e 
outros.ʺ  
(UFPR, 1996) 
 
14.2. OBJETIVOS 
De  uma  maneira  geral,  podemos  dizer  que  os  relatórios  são  escritos  com  os 
seguintes objetivos: 
 
9 divulgar os dados técnicos obtidos e analisados; 
9 registrá‐los em caráter permanente. 
 
14.3. TIPOS DE RELATÓRIOS 
    Os relatórios podem ser dos seguintes tipos: 
 
9 técnico‐científicos;  iniciação cientifica, estagio supervisionado, prestação de 
contas de projetos de pesquisa; 
9 de viagem; 
9 de estágio; 
9 de visita; 
9 administrativos; 
9 e fins especiais. 

144
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

14.4. RELATÓRIO TÉCNICO‐CIENTÍFICO 
É o documento original pelo qual se faz a difusão da informação corrente, sendo 
ainda,  o  registro  permanente  das  informações  obtidas.  É  elaborado  principalmente 
para descrever experiências, investigações, processos, métodos e análises. 
 
14.5. FASES DE UM RELATÓRIO 
Geralmente a elaboração do relatório passa pelas seguintes fases: 
 
a) plano inicial: determinação da origem, preparação do relatório e do progra‐
ma de seu desenvolvimento; 
b) coleta  e  organização  do  material:  durante  a  execução  do  trabalho,  é  feita  a 
coleta, a ordenação e o armazenamento do material necessário ao desenvol‐
vimento do relatório. 
c) redação:  recomenda‐se  uma  revisão  crítica  do  relatório,  considerando‐se  os 
seguintes  aspectos:  redação  (conteúdo  e  estilo),  seqüência  das  informações, 
apresentação gráfica e física. 
       
14.6. ESTRUTURA DE UM RELATÓRIO TÉCNICO‐CIENTÍFICO 
Os relatórios técnico‐científicos constituem‐se dos seguintes elementos: 
 
CAPA 
Proteção  externa  do  trabalho,  contendo  informações  básicas.  Sua  apresentação 
varia a depender do tipo de trabalho (trabalhos acadêmicos ou trabalhos para a ob‐
tenção de um título universitário). Deve conter os seguintes elementos: 
 
1. Nome da organização responsável, com subordinação até o nível da autoria; 
2. Título; 
3. Subtítulo se houver; 
4. Local; 
5. Ano de publicação, em algarismo arábico. 
 
FALSA FOLHA DE ROSTO 
Precede  a  folha  de  rosto.  Deve  conter  apenas  o  título  do  relatório.  Parecer  do 
orientador ou responsável pela pesquisa, quando for o caso. 
 
ERRATA (OPCIONAL) 
Lista de erros tipográficos ou de outra natureza, com as devidas correções e in‐
dicação  das  páginas  e  linhas  em  que  aparecem.  É  geralmente  impressa  em  papel 
avulso ou encartado, que se anexa ao relatório depois de impresso. 
 
FOLHA DE ROSTO 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  145 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

É  a  fonte  principal  de  identificação  do  relatório,  devendo  conter  os  seguintes 
elementos: 
 
1.   nome da instituição 
2.   nome da unidade (Departamento, Instituto, Faculdade) 
3.   título do trabalho (sub título, se houver), por extenso 
4.   indicação do tipo de trabalho (relatório parcial /final) apresentado por (nome 
do autor) 
5.   indicação do programa (PIBIC, Bolsa Institucional) 
6.   orientador /Titulação 
7.   lugar e data (mês e ano) 
 
OBS.: as informações comuns à capa e folha de rosto devem aparecer em posições si‐
milares. Dica: sobreponha as duas impressas e analise contra a luz. 
 
PREFÁCIO OU APRESENTAÇÃO (OPCIONAL) 
Deve  conter  um  breve  histórico  da  origem  do  trabalho,  suas  características  e 
finalidades,  principais dificuldades encontradas. 
 
SUMÁRIO 
Denominado por Contents em inglês, Table des Metières em francês, Contenido 
em  espanhol,  é  a  relação  dos  capítulos  e  seções  no  trabalho,  na  ordem  em  que 
aparecem. Não deve ser confundido com: 
 
a) índice:  relação  detalhada  dos  assuntos,  nomes  de  pessoas,  nomes  geográ‐
ficos e outros, geralmente em ordem alfabético; 
b) resumo:  apresentação  concisa  do  texto,  destacando  os  aspectos  de  maior 
interesse e importância; 
c) listas: é a enumeração de apresentação de dados e informação (gráficos, ma‐
pas, tabelas) utilizados no trabalho. 
 
LISTAS DE TABELAS, ILUSTRAÇÕES, ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS  
Listas de tabelas e listas de ilustrações são as relações das tabelas e ilustrações 
na ordem em que aparecem no texto. As listas têm apresentação similar a do sumá‐
rio.  Quando  pouco  extensas,  as  lis‐tas  podem  figurar  seqüencialmente  na  mesma 
página. 
 
RESUMO 
Denominado Resumé em francês, Abstracts em inglês, Resumen em espanhol, é 
a apresentação concisa do texto, destacando os aspectos de maior importância e inte‐
resse. Não deve ser confundido com Sumário, que é uma lista dos capítulos e seções. 
No sumário, o conteúdo é descrito pôr títulos e subtítulos, enquanto no resumo, que 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

é uma síntese, o conteúdo é apresentado em forma de texto reduzido. Deve conter no 
máximo 500 palavras. 
 
TEXTO 
Parte  do  relatório  em  que  o  assunto  é  apresentado  e  desenvolvido.  Conforme 
sua  finalidade,  o  relatório  é  estruturado  de  maneira  distinta.  Deve  ser  dividido  em 
seções e subseções intituladas e numeradas. Sua estrutura varia de acordo com a área 
do conhecimento e a natureza do trabalho. 
O  texto  dos  relatórios  técnico‐científicos  contém  as  seguintes  seções  funda‐
mentais: 
 
a) Introdução: Apresentação clara do problema, seu relacionamento com o tra‐
balho,  contendo  os  antecedentes  que  justificam  a  realização  da  pesquisa. 
Deve incluir a formulação de hipóteses, delimitação do assunto e os objeti‐
vos propostos. 
b) Revisão  da  Literatura:  Deve  informar  sobre  o  estágio  atual  do  problema, 
aspectos ainda não estudados ou resultados que necessitam de complemen‐
tação  ou  confirmação.  Esta  revisão  não  é  apenas  uma  seqüência    impessoal 
de trabalhos já realizados, mas deve incluir a contribuição do autor, demons‐
trando que os trabalhos foram lidos e criticados. 
c) Material  e  Método  (ou  Metodologia):  Descrição  da  metodologia  utilizada 
permitindo a compreensão e interpretação dos resultados e que possibilitem 
a repetição do experimento por outro pesquisador. Deve ser apresentado na 
seqüência cronológica de realização do trabalho. O uso de organismos vivos, 
exige a identificação dos mesmos  segundo as normas preconizadas. 
d) Resultados:  Esta  seção  deve  ser  escrita  com  o  verbo  no  tempo  passado  e 
conter uma exposição clara sobre o que foi observado, com apoio de tabelas, 
quadro  comparativos  e  ou  figuras  em  geral  (gráficos,  desenhos,  mapas,  es‐
quemas, fotografias, modelos, fórmulas, símbolos, diagramas, etc.). As ilus‐
trações  são  numeradas  com  algarismos  arábicos,  seqüencialmente  e  devem 
conter uma legenda nas tabelas, a legenda é colocada acima e nas figuras, é 
colocada sob as mesmas. Os dados numéricos devem ser submetidos a uma 
análise estatística. Neste item devem‐se evitar comentários e interpretações. 
Também  se  devem  relatar  os  experimentos  mal  sucedidos,  os  quais  podem 
acontecer em qualquer investigação. 
e) Discussão:  Nesta  seção  o  autor  deve  fazer  uma  consideração  objetiva  dos 
resultados apresentados, ligando os novos fatos aos conhecimentos anterio‐
res.  Deve  também,  esclarecer  as  exceções,  modificações  e  contradições  das 
hipóteses,  teorias  e  princípios  relacionados  diretamente  com  o  trabalho 
realizado. E, finalmente, apontar possíveis aplicações dos resultados obtidos, 
bem como suas limitações. 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  147 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

f) Conclusões:  Corresponde  à  apresentação  das  respostas  ao  problema  pro‐


posto, de  modo  ordenado, claro  e conciso, sem comentários  adicionais nem 
alusão a fatos novos. 
g) Recomendações: Compreende declarações  concisas de  ações que podem  ser 
implementadas a partir das conclusões. 
 
ANEXOS OU APÊNDICES (OPCIONAL) 
Material complementar do texto, devendo ser incluído quando for extremamen‐
te necessário à sua compreensão. Podem ser tais como leis, questionários, estatísticas, 
que  se  acrescenta  a  um  relatório  como  esclarecimento  ou  documentação,  sem  dele 
constituir parte essencial. Os anexos são enumerados com algarismos arábicos, segui‐
dos do título. 
 
    Ex.: ANEXO 1 – FOTOGRAFIAS,  
           ANEXO 2 ‐ QUESTIONÁRIOS 
 
A paginação dos anexos deve continuar a do texto. Sua localização é no final da 
obra. 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradecer às colaborações relevantes. Nunca esquecer do órgão financiador da 
pesquisa ou bolsa. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Todas  as  fontes  bibliográficas  citadas  no  texto,  devem  figurar  nesta  seção,  se‐
gundo  as  Normas  da  ABNT.  Se  for  necessário  fazer  referência  a  material 
bibliográfico  sem  alusão  explícita  no  texto,  colocar  logo  a  seguir  com  o  título 
“Bibliografia Reco‐mendada”. 
 
GLOSSÁRIO (OPCIONAL) 
Vocabulário contendo o significado de palavras ou expressões de natureza téc‐
nica, de pouco uso, de uso regional ou de sentido obscuro.  
 
14.7. APRESENTAÇÃO GRÁFICA 
Modo  de  organização  física  e  visual  de  um  trabalho,  levando‐se  em  consi‐
deração, entre outros aspectos, estrutura, formatos, uso de tipos e paginação. 
 
NEGRITO, GRIFO OU ITÁLICO 
São empregados para: 
 
a) palavras e frases em língua estrangeira; 
b) títulos de livros e periódicos; 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

c) expressões de referência como ver, vide; 
d) letras ou palavras que mereçam destaque ou ênfase, quando não seja pos‐
sível dar esse realce pela redação; 
e) nomes de espécies em botânica, zoologia (nesse caso não se usa negrito); 
f) os títulos de capítulos (nesse caso não se usa itálico). 
 
MEDIDAS DE FORMATAÇÃO DO RELATÓRIO 
 
Margem superior:............ 2,5 cm 
Margem inferior:.............. 2,5 cm 
Margem direita:................ 2,5 cm 
Margem esquerda:............3,5 cm 
Entre linhas (espaço):........1,5 cm 
Tipo de letra....................... Times New Roman ou Arial 
Tamanho de fonte:............ 12 
Formato de papel:............. A4 (210 X 297 mm) 
 
TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
BIOGRAFIAS DE MATEMÁTICOS FAMOSOS – PARTE III 
 
JOHANN FRIEDERICH CARL GAUSS 
Johann Friederich Carl Gauss nasceu em Brunswick, Alemanha. De família hu‐
milde  mas  com  o  incentivo  de  sua  mãe  obteve  brilhantismo  em  sua  carreira.  Estu‐
dando  em  sua  cidade  natal,  certo  dia  quando  o  professor  mandou  que  os  alunos 
somassem  os  números  de  1  a  100,  imediatamente  Gauss  achou  a  resposta  ‐  5050  – 
aparentemente  sem  cálculos.  Supõe‐se  que  já  aí  houvesse  descoberto  a  fórmula  de 
uma soma de uma progressão aritmética. 
Gauss foi para Gõttingen sempre contando com o auxílio financeiro do duque 
de  Brunswick,  decidindo‐se  pela  Matemática  em  30  de  março  de  1796,  quando  se 
tornou o primeiro a construir um polígono regular de dezessete lados somente com o 
auxilio  de  régua  e  compasso.  Gauss  doutorou‐se  em  1798,  na  Universidade  de 
Helmstãdt e sua tese foi a demonstração do ʺTeorema fundamental da Álgebraʺ, pro‐
vando que  toda equação polinomial  f(x)=0 tem pelo  menos uma  raiz  real ou imagi‐
nária e para isso baseou‐se em considerações geométricas. Deve‐se a Gauss a repre‐
sentação gráfica dos números complexos pensando nas partes real e imaginária como 
coordenadas de um plano.  
Seu  livro  ʺDisquisitiones  Arithmeticaéʹ  (Pesquisas  Aritméticas)  é  o  principal 
res‐ponsável pelo desenvolvimento e notações da Teoria dos Números, nele apresen‐
tando  a  notação  b=c  (mod  a),  para  relação  de  congruência,  que  é  uma  relação  de 
equivalência.  Ainda  nesta  obra  Gauss  apresenta  a  lei  da  reciprocidade  quadrática 
classificada por ele como a ʺjóia da aritméticaʺ e demonstrando o teorema segundo o 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  149 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

qual  todo  inteiro  positivo  pode  ser  representado  de  uma  só  maneira  como  produto 
de  primos  descreveu  uma  vez  a  Matemática  como  sendo  a  rainha  das  Ciências  e  a 
Aritmética como a rainha da Matemática. No começo do séc. XIX abandonou a Arit‐
mética para dedicar‐se à Astronomia, criando um método para acompanhar a órbita 
dos satélites, usado até hoje, e isto lhe proporcionou em 1807, o cargo de diretor do 
observatório de Gôttingen, onde passou 40 anos. 
Suas  pesquisas  matemáticas  continuaram  em  teoria  das  funções  e  Geometria 
aplicada à teoria de Newton. Em Geodésia inventou o helìtropo, aparelho que trans‐
mite  sinais  por  meio  de  luz  refletida  e  em  Eletromagnetismo  inventou  o  magnetô‐
metro  bifiliar  e  o  telégrafo  elétrico.  Sua  única  ambição  era  o  progresso  da 
Matemática pelo que lutou até o momento em que se conscientizou do fim por sofrer 
de  dilatação  cardíaca.  Gauss  morreu  aos  78  anos  e  é  considerado  o  ʺpríncipe  da 
Matemáticaʺ.  
 
JOHN NAPIER (1550 – 1617) 
John Napier nasceu em 1550, e morreu dia 4 de abril de 1617. Era um matemá‐
tico  escocês.  Foi  o  inventor  dos  logaritmos.  Ele  foi  educado  na  universidade  de  St. 
Andrew  na  Europa.  Em  1571,  Napier  voltou  à  Escócia  e  se  dedicou  à  sua  corrente 
propriedade  e  tomou  parte  nas  controvérsias  religiosas  do  tempo.  Ele  era  um  pro‐
testante  fervente  e  publicou  a  influente  Descoberta  de  Plaine  de  toda  revelação  de 
St.John (1593). Seu estudo de matemática era, portanto, só um passatempo. 
Em 1614, Napier publicou o seu Mirifici logarithmorum canonis descriptio (Uma 
Descrição do Maravilhoso Cânon de Logaritmos) que conteve uma descrição de loga‐
ritmos,  um  conjunto  de  tabelas,  e  regras  para  o  uso  deles.  Napier  esperou  que,  por 
meio dos seus  logaritmos, ele salvaria  os astrônomos por muito tempo e os livraria 
dos  erros  de  cálculos.  Suas  tabelas  de logaritmos  de  funções  trigonométricas  foram 
usadas durante quase um século. 
Napier  apresentou  outro  método  de  simplificar  cálculos  no  seu  Rabdologiae 
(1617). Nesse ele descreveu um método de multiplicação que usa barras com núme‐
ros marcados nelas. As barras de Napier, às vezes foram feitas de marfim, então elas 
pareciam ossos, e conduziram ao nome de ossos de Napier (Napierʹs bones). Multi‐
plicação eram feitas colocando os ossos apropriados lado a lado, e lendo os produtos 
apropriados. Essencialmente este dispositivo era uma tabela de multiplicar com par‐
tes móveis. Napier também fez contribuições à trigonometria esférica, achou expres‐
sões  exponenciais  para  funções  trigonométricas,  e  foi  influente  na  introdução  da 
notação decimal para frações. 
 
JOHN VON NEUMANN (1903 – 1957) 
John Von Neumann foi um matemático húngaro de origem judaica, que foi na‐
turalizado americano nos anos 30 do século XX. Nasceu em 28 de dezembro de 1903. 
Desenvolveu  contribuições  importantes  em  Mecânica  Quântica,  Teoria  dos  conjun‐
tos,  Ciência  da  Computação,  Economia,  Teoria  dos  Jogos  e  praticamente  todas  as 
áreas da Matemática. Faleceu no dia 8 de Fevereiro de 1957, vítima de um tumor no 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

cérebro. Foi também professor na Universidade de Princeton e um dos construtores 
do ENIAC (o primeiro computador eletrônico). 
Von Neumann foi o mais velho das três crianças da família e nasceu com o no‐
me de Neumann János Lajos Margittai em Budapeste. Era filho de Neumann Miksa 
(Max  Neumann),  um  advogado  que  trabalhava  em  um  banco,  e  Kann  Margit 
(Margaret Kann). Com apenas 3 anos de idade já conseguia decorar a maior parte dos 
números de telefones de quase todos membros da sua família e com 6 contava piadas 
em grego ao pai. 
John  Von Neumann  é conhecido  principalmente por ter  formalizado o projeto 
lógico de um computador. Em sua proposta, sugeriu que as instruções fossem arma‐
zenadas na memória do computador. Até então elas eram lidas de cartões perfurados 
e executadas, uma a uma. Armazená‐las na memória, para então executá‐las, tornaria 
o  computador  mais  rápido,  já  que,  no  momento  da  execução,  as  instruções  seriam 
obtidas  com  rapidez  eletrônica.  A  maioria  dos  computadores  de  hoje  em  dia  segue 
ainda o modelo proposto por Von Neumann. 
Esse modelo define um computador seqüencial digital em que o processamento 
das  informações  é  feito  passo  a  passo,  caracterizando  um  comportamento  determi‐
nístico (ou seja, os mesmos dados de entrada produzem sempre a mesma resposta). 
 
JOSEPH LOUIS DE LAGRANGE (1736 – 1813) 
O  físico  francês  Joseph  Louis  de  Lagrange,  nasceu  em  25  de  janeiro  de  1736,  e 
morreu  em  10  de  abril  de  1813.  Foi  um  dos  cientistas  matemáticos  e  físicos  mais 
importantes  do  final  do  século  18.  Ele  inventou  e  trouxe  à  maturidade  o  cálculo  de 
variações  e  depois  aplicou  a  nova  disciplina  para  mecânica  celestial,  especialmente 
para achar soluções melhoradas para o problema de três corpos. 
Lagrange também contribuiu significativamente à solução numérica e algébrica 
de  equações  e  para  a  teoria  do  número.  No  seu  clássico  analytique  de  Mecanique 
(Mecânica Analítica, 1788), ele transformou a mecânica em um ramo da análise mate‐
mática. O tratado resumiu os resultados principais conhecidos em mecânica no sécu‐
lo  18  e  é  notável  para  isso,  o  uso  da  teoria  de  equações  diferenciais.  Outra  preocu‐
pação  central  de  Lagrange  era  as  fundações  do  cálculo.  Em  um  livro  de  1797  ele 
acentuou  a  importância  de  série  de  Taylor  e  o  conceito  de  função.  A  procura  dele 
para  fundações  rigorosas  e  generalizações  fixou  a  fase  de  Augustin  Cauchy,  Niels 
Henrik Abel, e Karl Weierstrass no próximo século. 
Lagrange  serviu  como  professor  de  geometria  na  Escola  de  Artilharia  Real  em 
Turin  (1755‐66) e lá  ajudou  fundar a Academia Real de  Ciência, em 1757. Por  causa 
do excesso de trabalho e pagamento baixo, sofreu com a sua saúde, ficando com uma 
constituição  debilitada  para  vida.  Quando  Leonhard  Euler  deixou  a  Academia  de 
Ciência de Berlim, Lagrange sucedeu ele como diretor da seção matemática em 1766. 
Em  1787  ele  deixou  Berlim  para  se  tornar  um  membro  da  Academia  de  Ciência  de 
Paris,  onde  ele  permaneceu  pelo  resto  de  sua  carreira.  Um  homem  diplomático  e 
ameno, Lagrange sobreviveu à Revolução francesa. Nos anos 90 (1790), ele trabalhou 
no  sistema  métrico  e  defendeu  uma  base  decimal.  Ele  também  ensinou  na  Escola 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  151 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

Politécnica,  que  ele  ajudou  fundar.  Napoleão  o  nomeou  para  a  Legião  de  Honra  e 
Conta do Império em 1808.  
PIERRE SIMON LAPLACE (1749 – 1827) 
O famoso matemático francês Jean dʹAlembert não deu a menor importância ao 
jovem  de  dezoito  anos  que  o  procurava.  O  rapaz  enviara  várias  cartas  de  recomen‐
dação  de  cientistas  e  de  políticos,  e  isso  já  bastava  para  deixar  dʹAlembert  irritado. 
Mas ele não contava com a teimosia de Pierre Simon Laplace que, em pouco tempo, 
escreveu um pequeno tratado sobre os princípios gerais da Matemática e enviou‐o ao 
professor. 
Agora dʹAlembert teria de mudar de opinião. Leu o trabalho do jovem Laplace e 
dois dias mais tarde mandou chamá‐lo, dizendo‐lhe: ʺNão costumo dar crédito a reco‐
mendações, e você não precisa delas. Você demonstrou que é digno de ser conhecido e eu 
lhe darei o meu apoioʺ. Laplace conseguira a oportunidade que queria; daí em diante 
ele mostraria ao mundo científico que era, realmente, ʺdigno de ser conhecidoʺ. 
O  menino  Pierre  Simon  Laplace  revelou  logo  em  Beaumont‐en‐Auge,  cidade‐
zinha da Normandia onde nascera em Março de 1749, extraordinária inteligência. Por 
isso um  tio seu, padre, levou‐o  para completar  os estudos numa abadia beneditina. 
Daí Pierre seguiu para um colégio de Caen, onde se acentuou seu interesse pela Ma‐
temática.  Aos  dezoito  anos,  vai  para  Paris  e,  com  a  ajuda  de  dʹAlembert,  em  pouco 
tempo,  consegue  o  cargo  de  professor  de  Matemática  na  Escola  Militar.  Começa  a 
realizar  pesquisas,  sobretudo  em  Astronomia,  que  impressionam  a  Academia  de 
Ciências. 
Estudou a fundo um dos problemas então mais atuais: a perturbação dos movi‐
mentos  planetários.  Temia‐se,  na  época,  que  um  planeta  pudesse  aproximar‐se  de‐
mais  de  outro,  provocando  uma  catástrofe.  Mas,  com  base  em  cálculos,  Laplace 
demonstrou  em  uma  série  de  trabalhos  apresentados  à  Academia  de  Ciências  que 
não havia motivo para tais temores, pois as irregularidades do sistema solar se corri‐
giram por si, durante tempos infinitamente longos. 
Esses trabalhos, além de outros sobre assuntos similares, tornaram respeitado o 
nome  de  Laplace.  Convidado  a  participar  de  várias  academias  e  a  lecionar  nas  me‐
lhores escolas, aceitava. Mas continuava estudando: dedicou‐se à Química, à Física e 
até à Medicina, sem abandonar a Matemática e a Astronomia. 
Muitas  de  suas  teorias  até  hoje  são  válidas.  Contudo,  freqüentes  descobertas 
que  anunciou  eram  baseadas  em  trabalhos  de  outros  cientistas,  e  Laplace  escondia 
esse  fato.  Isso  não  desmente  em  nada  o  seu  gênio,  confirmado  por  descobertas 
autênticas e bastante importantes; mas revela o caráter ambicioso desse homem, que 
usava de todos os meios para obter fama e, com ela, honras e posição social. Laplace 
servia‐se dos grandes e os adulava. Assim, conseguiu atravessar, coberto de glórias, 
um tu‐multuado período da História francesa. O prefácio das sucessivas edições de 
suas obras mostra que ele fazia qualquer coisa para conseguir o beneplácito de quem 
estava no poder. Num prefácio de 1796, dedica seus trabalhos ao Conselho dos Qui‐
nhentos;  em  1802,  cobre  de  louvores  a  figura  de  Napoleão  ‐  que  havia  suprimido  o 
Conselho ‐ e por isso é distinguido com vários cargos políticos, entre os quais o de 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

ministro  do  Interior.  Mas  Napoleão  cai  em  1814,  e  agora  Laplace  dirige  suas 
reverências aos Bourbons, que  ocupam o trono, e isso lhe vale o título de marquês, 
conferido por Luís XVIII. Mas era capaz também de gestos de bondade, tanto assim 
que ajudou vários pesquisadores pobres. 
Ao  morrer,  a  5  de  março  de  1827,  Laplace  tinha  conseguido  seu  objetivo:  era 
famoso e deixara uma obra importante. 
Na  Matemática,  fez  estudos  profundos  sobre  a  teoria  das  probabilidades  ‐  na 
obra  ʺTeoria  Analítica  das  Probabilidadesʺ  ‐  e  foi  quem  primeiro  demonstrou  inte‐
gralmente  o  teorema  de  dʹAlembert  sobre  as  raízes  das  equações  algébricas.  Como 
físico,  deixou  estudos  sobre  refração,  pêndulos,  efeitos  capilares,  medidas  baromé‐
tricas, velocidade do som e dilatação dos corpos sólidos. E, com seu colega Lavoisier, 
construiu um calorímetro (instrumento para medir o calor específico dos corpos). 

▪ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ʺDuvidar de tudo ou crer em tudo. São duas soluções igualmente cômodas, que 
nos dispensam ambas de refletir.” 
Henri Poincaré 
 
“A  Matemática  é  a  mais  simples,  a  mais  perfeita  e  a  mais  antiga  de  todas  as 
ciências”.  
Jacques Hadarmard 
  
”Um bom ensino da Matemática forma melhores hábitos de pensamento e habi‐
lita o indivíduo a usar melhor a sua inteligência”.  
Irene de Albuquerque 
  
  
“A  Matemática  é  uma  ciência  poderosa  e  bela;  problemiza  ao  mesmo  tempo  a 
harmonia divina do universo e a grandeza do espírito humano”.  
F. Gomes Teixeira 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  153 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

CAPÍTULO 15 

MONOGRAFIAS, DISSERTAÇÕES E TESES


 
15.1 MONOGRAFIA 
Ao iniciarmos nossas considerações sobre tipos de trabalho acadêmico é impor‐
tante apresentar as características que diferem entre si os textos científicos, tais como 
Monografia,  Dissertação  e  Tese.  Estes,  enquanto  trabalhos  que  objetivam 
desenvolver a capacidade criadora e juízo crítico do aluno, promovem a atividade de 
pesquisa científica evitando a absorção passiva de conhecimentos já produzidos. 
Para tanto trataremos primeiramente da terminologia Monografia (mono = que 
quer dizer uma só e graphein = que quer dizer escrita), que consiste em apresentar o 
domínio do assunto, a capacidade de sistematização e a construção de resultados de 
investigação científica com a finalidade de apresentar uma contribuição importante, 
mas não original à ciência. 
Sua  exigência  ocorre  como  condição  determinante  para  o  término  de  curso  de 
graduação e de pós‐graduação lato sensu (especialização) nas diversas áreas de ensi‐
no.  Cada  Instituição  de  Ensino  Superior  (IES)  determina  as  diretrizes  que  deverão 
ser seguidas para produção e apresentação do trabalho. As monografias produzidas 
nas  pós‐graduações  stricto  sensu  (dissertação  e  teses)  são  chamadas  científicas,  por 
serem  consideradas  como  autênticos  trabalhos  de  investigação  e  por  seguirem 
rigoroso em‐foque teórico‐metodológico no alcance do nível de profundidade. 
 
15. 2 DISSERTAÇÃO 
A  Dissertação  caracteriza‐se  por  utilizar  ordenação  de  idéias  sobre  o  tema,  um 
acompanhamento e todo um aparato técnico, além de habilidade em coletar e orga‐
nizar as informações de maneira expositiva (descritiva) ou argumentativa. Destina‐se 
a obtenção do grau acadêmico de Mestre (Master of scientia ‐ M. Sc) e deve revelar a 
capacidade de sistematização e domínio do tema escolhido. A característica principal 
é o aprofundamento com que deve ser realizado o trabalho, além da defesa pública 
da dissertação perante uma banca composta por doutores. 
 
15.3 TESE 
Na continuidade do desafio de argumentar, justificar, convencer, persuadir, in‐
fluenciar  e  descobrir  novos  conhecimentos  está  a  Tese  que,  em  suas  características 
apresenta, também, a argumentação. Entretanto deve construir esta de maneira mais 
profunda. A Tese deve trazer uma contribuição inédita para o conhecimento, visando 
à obtenção do grau acadêmico de Doutor (Ph. D. – Doctor of Philosophy). 
 
15.4 ORGANIZAÇÃO DE TESE, DISSERTAÇÃO OU MONOGRAFIA 
Estas notas descrevem como organizar a escrita de uma monografia que é o ele‐

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

mento final de um curso de graduação. Para saber como organizar um documento de 
monografia, devemos primeiro entender o que é pesquisa de graduação.  
 
O QUE É  PESQUISA EM GRADUAÇÃO? 
A marca que distingue uma pesquisa de graduação é ser uma contribuição rele‐
vante, mas não original para o conhecimento. Caso seja original, tanto melhor. A mo‐
nografia é um documento formal com o propósito de provar que o que você tem feito 
é uma contribuição para o conhecimento. Falhas na prova de que você fez tal contri‐
buição, geralmente, leva a um fracasso. 
Para  provar  uma  contribuição,  sua  monografia  deve  mostrar  dois  fatos  impor‐
tantes: 
 
1. que você identificou um problema (ou pergunta) significativo. 
2. que você resolveu o problema (ou respondeu a pergunta). 
 
O QUE É A SUA MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO? 
O propósito da sua monografia é provar que você fez uma contribuição útil pa‐
ra o conhecimento, os examinadores lêem a sua monografia para encontrar respostas 
para as seguintes questões: 
 
1. qual é o problema da pesquisa do estudante? 
2. é um bom problema? (ele já tinha sido resolvido, anteriormente? ele é um 
problema útil para ser trabalhado?) 
3. o estudante me convenceu que o problema tem foi adequadamente resol‐
vido? 
4. o  estudante  tem  feito  uma  contribuição  significativa  e  adequada  ao  co‐
nhecimento? 
 
Uma  definição  clara  do  problema  é  essencial  para  provar  que  você  tem  feito 
uma  contribuição  relevante  ao  conhecimento.  Para  provar  a  originalidade  e  o  valor 
da sua contribuição, você deve apresentar uma breve revisão da literatura já existente 
sobre o tema, e também sobre assunto diretamente ligados ao tema. Então, fazendo 
referências  diretamente  aos  trabalhos  revistos,  você  deve  demonstrar  que  é  impor‐
tante respondê‐lo.  
Descrever como você resolveu o problema é usualmente mais fácil que escrever 
sobre o problema, porque você esteve intimamente envolvido nos detalhes da solu‐
ção durante o curso de seu trabalho de graduação. 
Se a sua monografia não responde adequadamente as perguntas listadas acima, 
você enfrentará problemas com os requisitos do seu curso e com a defesa de sua mo‐
nografia. Por estas razões, um esqueleto genérico para uma monografia, dado abaixo, 
foi  desenhado  para  enfatizar  as  respostas  para  as  questões  (organizando  a  mono‐
grafia em seções com títulos). 
Este  esqueleto  pode  ser  usado  para  qualquer  monografia.  Alguns  professores 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  155 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

podem preferir outra organização, mas os elementos essenciais em qualquer mono‐
grafia devem ser os mesmos. Outras notas seguem o esqueleto. 
Sempre  lembre  que  uma  monografia  é  um  documento  formal:  cada  item  deve 
estar no lugar apropriado, e a repetição de material em diferentes locais deve ser eli‐
minada. 
 
1. INTRODUÇÃO 
Esta é uma introdução geral sobre o assunto da monografia – ela não é apenas 
uma descrição do que contém cada seção. Brevemente resuma o problema (você em‐
trará nos detalhes do problema depois), algumas das razões justificando a utilidade 
do  problema,  e  talvez  dar  uma  visão  geral  dos  resultados.  Esta  é  uma  visão  com 
“olhos‐de‐pássaros” para as principais perguntas, sobre a monografia, comentadas e 
listadas acima. 
 
2. INFORMAÇÃO DE CONTEXTO (OPCIONAL) 
Uma  breve  seção  dando  a  informação  que  pode  ser  necessária  para  o  enten‐
dimento do trabalho, especialmente se o seu trabalho envolve dois ou mais áreas de 
pesquisa. O que significa que os seus leitores podem não ter experiência com algum 
material  necessário  para  entender  a  sua  monografia,  então  este  material  deve  ser 
fornecido.  
 
3. REVISÃO DO ESTADO‐DA‐ARTE 
Aqui  você  revisa  o  estado‐da‐arte  que  é  relevante  para  a  sua  monografia.  Um 
título diferente é provavelmente mais apropriado; A idéia é apresentar (uma análise 
crítica vem um pouco depois) as  maiores idéias no estado‐da‐arte até o presente mo‐
mento, mas não incluído, as suas pessoais e brilhantes idéias. 
Você deve organizar esta seção por idéias, e não por autor ou por publicação.  
 
4. PROBLEMA DE PESQUISA (DEFINIÇÃO DO PROBLEMA) 
Na área de engenharia normalmente fala‐se num problema a ser resolvido, em 
outras áreas fala‐se sobre um pergunta a ser respondida pela monografia. Em ambos 
os casos, esta seção tem três principais partes: 
 
1. uma formulação concisa do problema que sua monografia aborda; 

2. justificativa, referenciando diretamente a seção 3, que seu problema ain‐
da não foi resolvido; 
3. discussão de porque é útil resolver este problema. 
 
No item 2 é onde você analisa a informação que você apresentou na Seção 3. Na 
última  parte  desta  seção  você  explica  porque  problemas  é  útil;  por  exemplo,  des‐
crevendo  aplicações  para  ele.  Uma  vez  que  esta  é  uma  das  seções  que  os  leitores 
estão definitivamente buscando, enfatize‐a pelo uso da palavra “problema” no título 

156
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

ʺDefinição do Problemaʺ, ou talvez algo mais específico. 
 
5. DESCREVENDO COMO VOCÊ RESOLVEU O PROBLEMA 
Esta parte da monografia é muito mais livre no seu formato. Ela pode ter uma 
ou várias seções e subseções. Mas todas elas têm apenas um propósito: convencer os 
examinadores  que  você  resolveu  o  problema  que  foi  enunciado  na  Seção  4.  Então 
mostre  o  que  você  fez  que  é  relevante  para  resolver  o  problema:  se  no  contexto  da 
solução existem furos e subproblemas [existe uma Seção para isto – trabalhos futuros 
e limitações] em aberto não os inclua aqui, a não ser que sejam relevantes para de‐
monstrar que você resolveu o problema. 
 
6. CONCLUSÕES 
Você geralmente cobre três pontos nas conclusões, e cada um, usualmente, me‐
receuma subseção: 
 
1. Conclusões 
2. Resumo das Contribuições 
3. Trabalhos Futuros 
 
Conclusões não são um rápido sumário da monografia: elas são declarações cur‐
tas,  concisas  inferidas  a  partir  do  seu  trabalho.  Como  auxilio,  pode‐se  organizá‐las 
como  pequenos  parágrafos  enumerados,  ordenados  do  mais  importante  ao  menos 
importante. Todas as conclusões devem estar diretamente relacionadas ao problema 
definido na Seção 4. 
O resumo das contribuições será sempre visto e lido com cuidado pelos exami‐
nadores. Aqui você lista as contribuições que a sua monografia fez para o novo co‐
nhecimento.  Claro,  que  a  monografia  em  si  deve  substantivar  todos  os  argumentos 
feitos  aqui.  Existem  sempre  uma  sobreposição  com  as  conclusões,  que  é  aceitável. 
Novamente,  parágrafos  concisos,  enumerados,  são  uma  boa  opção.  Organize‐os  do 
mais importante para o menos importante 
A seção sobre Trabalhos Futuros inclui as idéias (ou problemas) que você em‐
controu (ou visualizou) durante o seu trabalho e que podem ser exploradas no futu‐
ro. Novamente, um lista de parágrafos concisos é usual. 
 
7. REFERÊNCIAS 
A  lista  de  referências  é  fortemente  ligada  a  revisão  do  estado‐da‐arte,  dado  na 
Seção  3.  Muitos  examinadores  vasculham  a  lista  de  referencias  buscando  os 
trabalhos  mais    importantes  da  área,  então  assegure‐se  que  eles  estejam  listados  e 
referenciados  na  Seção  3.  Deve  ser  conhecido  que  muitos  examinadores  procuram 
por suas publi‐cações se elas se enquadram na área tópico da monografia, então liste‐
as  também.  Além  disso,  lendo  os  trabalhos  dos  seus  examinadores  você  terá  uma 
visão do tipo de pergunta que eles poderão fazer. 
Todas as referências devem ser citadas no corpo principal da monografia. Note 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  157 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

a  diferença  entre  bibliografia  e  referências:  uma  bibliografia  inclui  trabalhos  não 


referenciados no texto da monografia. Organize a lista de referências ou por ordem 
alfabética do sobrenome do autor ou por ordem de citação na monografia. 
 
8. APÊNDICES 
O  que  vai  nos  apêndices?  Qualquer  material  o  qual  impede  um  suave  desen‐
volvimento da apresentação da monografia, mas que é importante para justificar os 
resultados da monografia. Geralmente ele é um material cheio de detalhes para ser 
incluído no corpo principal da monografia, mas que está disponível para os exami‐
nadores.  Exemplos  grandes  incluem  listagens  de  programas,  grandes  tabelas,  gran‐
des provas ou derivações matemáticas. 
 
15.5 COMEÇANDO O TRABALHO 
O melhor jeito de começar sua monografia é preparando um sumário estrutural 
(descrição  estrutural).  Inicia‐se  fazendo  um  índice,  listando  cada  seção  e  subseção 
que  você  deve  incluir.  Para  cada  seção  e  subseção,  escreva  um  breve  apontamento 
detalhando os seus pontos do conteúdo.  
O sumário inteiro deve ter de 2 a 5 páginas.  
Agora você e o seu orientador deve cuidadosamente revisar o sumário: tem ma‐
terial  desnecessário  (i.e.  não  diretamente  relacionado  ao  problema)?  Se  sim,  então 
remova‐o.  Esta  faltando  algum  material?  Se  sim,  adicione‐o.  É  menos  estressante  e 
muito  mais  produtivo  tomar  tais  decisões  o  mais  cedo  possível,  ainda  na  fase  do 
sumário  estrutural,  ao  invés  de  se  tomar  tais  decisões  após  um  grande  trabalho  de 
escrita, onde joga‐se fora boa parte do material. 
 
15. 6 QUANTO SE DEMORA PARA ESCREVER UMA MONOGRAFIA? 
Muito mais do que você pensa. Mesmo que você já tenha feito toda a pesquisa – 
modelos já construídos, cálculos completos – é prudente deixar pelo menos um pe‐
ríodo  completo  (6  meses  mestrado)  para  escrever  a  monografia.  O  problema  não  é 
que a digitação tome grande tempo, é o fato que escrever uma monografia requer a 
completa organização dos seus argumentos e resultados.  
É  durante  o  processo  de  formalização  dos  resultados  num  documento  bem‐
organizado,  capaz  de  resistir  o  escrutínio  dos  examinadores  (especialistas  na  área), 
que você descobre os problemas, os pontos fracos, as vulnerabilidades, do trabalho. 
É resolver e corrigir estes problemas que consome tempo. Esta será provavelmente a 
primeira vez que o orientador esteja vendo a formalização dos conceitos que tenham 
sido aprovados previamente de modo informal. Agora é que  aparecem os maus en‐
tendimentos ou falhas da proposta informal. Leva tempo corrigi‐los. (se o texto é em 
inglês, os estudantes de outra língua materna tem mais dificuldades na redação, logo 
várias revisões são necessárias). E, que a verdade seja dita, os orientadores algumas 
vêzes não são rápidos para revisar e retornar os manuscritos. 
“Bottom line”: deixe tempo suficiente para você mesmo. Um trabalho apressado 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

esta sujeito a complicações justo na hora da defesa. 
 
15.7 DICAS 
Mantenha sempre a lembrança de quem serão os seus leitores. Quem é a sua au‐
diência?  O  quanto  você  pode  razoavelmente  esperar  que  eles  já  conhecem  sobre  o 
assunto da sua monografia, antes de lerem a mesma? Normalmente eles são bons co‐
nhecedores da problemática geral, mas dificilmente eles estão intimamente envolvi‐
dos  com  novos  avanços  que  aconteceram  nos  últimos  dois  anos;  portanto,  descreva 
claramente  os  novos  conceitos  que  estão  sendo  utilizados.  Algumas  vezes,  ajuda 
criar um cenário mental onde você esta explicando o problema para uma pessoa que 
tem o conhecimento necessário para entender a sua problemática. 
Não  faça  os  leitores  trabalharem  demais!  Isto  é  de  fundamental  importância. 
Escolha  títulos  de  seções  e  palavras  que  facilitem  a  entrega  da  resposta  para  estas 
perguntas. Quanto mais duro é o trabalho para eles entender o problema, a sua defe‐
sa do problema, a sua resposta para o problema, as suas conclusões e contribuições, 
pior  sentimento  eles  terão  em  relação  ao  seu  trabalho,  como  conseqüência,  mais 
condições de ajustes e revisões serão propostas na defesa. Como um corolário ao que 
foi exposto: é impossível ser claro demais! Diga as coisas com cuidado, realçando a 
partes mais importantes com títulos apropriados, etc. Existe uma imensa quantidade 
de  informação  numa  monografia:  assegure‐se  que  você  esteja  guiando  os  leitores 
diretamente para as respostas das perguntas importantes. 
Lembre que uma monografia não é uma história: usualmente ela não segue uma 
ordem cronológica das coisas. Ela é um documento formal para responder as princi‐
pais questões. 
Evite usar frases como “Claramente, este é o caso...” ou “Obviamente, este é ...”; 
dizendo isso, significa que se o leitor não entendeu então ele deve ser ignorante (ou 
estúpido). Ele pode não ter entendido por que a sua explicação estava pobre demais. 
Evite  “red  flags”,  declarações  (tipo  ʺ...o  software  é  a  parte  mais  importante  de 
um sistema de computação”) que são apenas uma opinião pessoal e não estão substa‐
nciadas  pela  literatura  especializada  ou  pela  sua  solução.  Os  examinadores,    basea‐
dos nestas afirmações, gostam de fazer perguntas do tipo: Você pode demonstrar que 
software é a parte mais importante de um sistema de computação? 
O  propósito  de  sua  monografia  é  mostrar  claramente  a  sua  contribuição  ao 
conhecimento.  Você  pode  desenvolver  programas  de  computador,  protótipos,  e  ou‐
tras ferramentas como meios auxiliares nas provas dos pontos, mas lembre, a mono‐
grafia não é sobre a ferramenta, é sobre a contribuição ao conhecimento.  
Ferramentas como programas de computadores são produtos bons e úteis, mas 
você  não  pode  obter  um  grau  avançado  de  (conhecimento)  apenas  pelo 
desenvolvimento de uma ferramenta. Você deve usar a ferramenta para mostrar que 
você fez uma contribuição original ao conhecimento; i.e., através do seu uso ou das 
idéias por traz dela. 
 

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  159 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

15.8 ESTRUTURA GERAL 
 
Anexos
Apêndices
Bibliografia
Conclusão
Corpo da Obra
Introdução
Sumário
Listas
Resumo
Agradecimento
Dedicatória
Aprovação
Folha de Rosto
Capa
 
15.9 ASPECTOS GRÁFICOS 
Folhas e margens 
    “ Papel branco A4 (210x297mm). 
    “ Fonte 12 para o texto e 10 para transcrições longas (mais de três 
                   linhas) e notas de rodapé. 
    “ Tipo de letra: Times New Roman ou Arial 
    “ Papel branco A4 (210x297mm). 
    “ Somente verso. 
    “ Espaço duplo para todo o texto. Espaço simples para os resumos, 
                   transcrições longas, notas de rodapé, referências bibliográficas. 
    “ Parágrafo no 10° espaço. 
    “ Margem superior e esquerda 3,5cm. 
    “ Margem inferior e direita 2,5cm. 
    “ Alíneas e citações a 4cm da margem  .                                                                                      
   
Paginação e numeração de capítulos 
    “ Páginas antes do sumário numeradas em romanos minúsculos. 
    “ Folha de rosto e sumário, contadas mas não numeradas. 
    “ Capa não contada nem numerada. 

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

    “ Apresentação e introdução, contadas mas não numeradas. 
    “ A partir da introdução, numeração em arábicos.    
 
Abreviaturas e siglas:  
Quando  aparecem  pela  primeira  vez,  primeiro  por  extenso  e  depois 
abreviatura ou sigla entre parênteses. 
 
Ilustrações: 
FIGURAS: identificação na parte inferior seguida de seu número arábi‐
co e seu título. 
TABELAS:  identificação  na  parte  superior  seguida  de  seu  número 
arábico  e  seu  título.  Devem  ser  inseridas  o  mais  próximo  possível  do 
trecho a que se refere. 
 
Lombada: (obrigatório para encadernação capa dura)  
    “ Nome do autor com impressão longitudinal (e legível) do alto para o  
                            pé da lombada; Título do trabalho com a impressão na mesma forma  
                            em que se fizer a do Nome do Autor; 
    “ Elementos alfanuméricos de identificação, pé lombada: local e ano. 
 
 
TEXTO COMPLEMENTAR: 
 
BIOGRAFIAS DE MATEMÁTICOS FAMOSOS – PARTE IV 
 
GOTTFRIED WILHELM VON LEIBNIZ (1646 – 1716) 
O  matemático  e  filósofo  alemão  Gottfried  Wilhelm  von  Leibniz,  nasceu  em  1º 
de julho de 1646, e morreu em 14 de novembro de 1716. Foi um gênio universal e um 
fundador de ciência moderna. Ele antecipou o desenvolvimento de lógica simbólica 
e, independentemente de Isaac Newton, inventou o cálculo com uma notação supe‐
rior, incluindo os símbolos para integração e diferenciação. Leibniz também defen‐
deu ecumenismo Cristão na religião, leis romanas codificadas e lei natural em júris‐
prudência, propôs a lei metafísica de otimismo (satirizada por Voltaire em Candide) 
que nosso universo é o ʺmelhor de todos os possíveis mundosʺ, e transmitiu o pen‐
samento chinês para a Europa. Para o seu trabalho, ele é considerado um progenitor 
de idealismo alemão e um pioneiro do Esclarecimento. 
Leibniz era o filho de um professor de filosofia moral em Leipzig. Uma juven‐
tude precoce, Leibniz aprendeu sozinho o latim e algum grego aos 12 anos de idade, 
podendo  então  ler  os  livros  na  biblioteca  de  seu  pai.  De  1661  a  1666  ele  esteve  na 
Universidade de Leipzig. Quando recusou admissão a seu programa doutoral em lei 
de 1666, ele foi para a Universidade de Altdorf que lhe premiou com o doutorado em 
jurisprudência em 1667. Na tradição de Cícero e Francis Bacon, Leibniz escolheu pro‐

 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  161 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

curar a vida ativa de um cortesão. Ele recusou um cargo de professor a Altdorf por‐
que ele tinha ʺcoisas muito diferentes à vistaʺ.  
Depois  de  servir  como  secretário  da  Sociedade  de  Rosicrucian  em  Nuremberg 
em  1667,  ele  se  mudou  para  Frankfurt  para  trabalhar  em  reforma  legal.  De  1668  a 
1673 ele serviu o eleitor‐arcebispo  de  Mainz.  Enviaram‐lhe para Paris em 1672 para 
tentar  dissuadir  Louis  XIV  de  atacar  áreas  alemãs.  Leibniz  propôs  uma  campanha 
contra  o  Egito  e  também  para  construir  um  canal  pelo  Istmo  de  Suez.  Embora  suas 
propostas  fossem  despercebidas,  Leibniz  permaneceu  até  1676  em  Paris,  onde  ele 
praticou leis, examinou pensamento Cartesiano com Nicolas Malebranche e Antoine 
Arnauld, e estudou Matemática e Física com Christian Huygens. 
De  1676  até  a  sua  morte,  Leibniz  serviu  a  família  de  Brunswick  em  Hanover 
como bibliotecário, juiz e ministro. Depois de 1686 ele serviu principalmente como 
historiador,  preparando  uma  genealogia  dos  Hanovers  baseada  no  exame  crítico  de 
materiais de fonte primária. À procura de fontes, ele viajou para a Áustria e Itália de 
1687  a  1690.  Por  causa  de  seu  fundo  luterano,  ele  recusou  a  posição  de  guarda  da 
Biblioteca Vaticana que requeria a conversão dele ao Catolicismo. Nos seus últimos 
anos, Leibniz tentou construir uma armação institucional para as ciências na Europa 
central  e  Rússia.  Ao  urgir  dele,  a  Sociedade  de  Brandenburg  (Academia de  Ciência 
de  Berlim)  foi  fundado  em  1700.  Ele  encontrou‐se  várias  vezes  com  Peter  o  Grande 
para recomendar reformas educacionais na Rússia e propôs o que depois se tornou a 
Academia de Ciência de Saint Petersburg. 
Embora  tímido  e  livresco,  Leibniz  não  conheceu  nenhum  mestre  em  disputa. 
Depois  de  1700  ele  opôs  a  teoria  de  John  Locke  que  a  mente  é  uma  tabula  rasa 
(tablete  em  branco)  no  nascimento  e  que  nós  só  aprendemos  pelos  juízos.  Ele 
protestou  forte‐mente  a  carga  da  Sociedade  Real  (1712‐13)  de  plágio  contra  ele 
relativo  à  invenção  do  cálculo.  No  debate  final  dele  com  Samuel  Clarke,  que 
defendeu ciência Newtoniana, Leibniz discutiu que espaço, tempo e movimento são 
relativos.  
Os  trabalhos  mais  importante  de  Leibniz  são:  o  de  Essais  Theodicee  (1710)  em 
que muito de sua filosofia geral é achada, e o Monadology (1714). O trabalho dele foi 
siste‐matizado e foi modificado no século 18 pelo filósofo alemão Christian Wolff. 
 
ISSAC NEWTON (1550 – 1617) 
   Curiosamente, Isaac Newton nasceu menos de um ano apôs a morte de Gali‐
leu  (que,  por  sua  vez,  nascera  três  dias  antes  da  morte  de  Michelangelo,  um  dos 
maiores  artistas  do  Renascimento).  Teve  saúde  extremamente  frágil  nos  primeiros 
meses de vida e cedo perdeu o pai, sendo criado pelos avós quando a mãe casou‐se 
novamente. Consta que não se destacava muito nos estudos antes da adolescência e 
que  adorava  ficar  inventando  e  construindo  pequenos  objetos,  desde  pipas  até 
relógio solares e de água.  
Um tio que trabalhava na Universidade de Cambridge percebeu suas tendências 
e conseguiu levá‐lo para estudar nessa universidade. Durante os anos em que lá per‐
maneceu, Newton não foi considerado excepcionalmente brilhante, mas, mesmo as‐

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                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

sim, desenvolveu um recurso matemático que ainda hoje leva seu nome: o binômio 
de Newton. (Com esse recurso, pode‐se obter rapidamente as potências da soma de 
dois termos.)  
Na época em que se formou, uma epidemia de peste assolava Londres, o que o 
fez retirar‐se para a fazenda da mãe. Foi ali que fez sua observação mais famosa: viu 
uma maça cair de uma árvore. Esse fenômeno corriqueiro o levou a pensar que have‐
ria uma força puxando a fruta para a Terra e que essa mesma força poderia também 
estar  puxando  a  Lua,  impedindo‐a  de  escapar  de  sua  órbita,  espaço  afora.  (Só  bem 
mais tarde, levando em conta os estudos de Galileu e Kepler, além de suas próprias 
experiências  e  cálculos,  Newton  formularia  essa  idéia  no  seguinte  princípio:  ʺA 
velocidade  da  queda  é  proporcional  à  força  da  gravidade,  e  inversamente  propor‐
cional ao quadrado da distância até o centro da Terraʺ.) 
Essa teria sido a primeira vez em que se  cogitava  que uma mesma  lei  física (a 
atração  dos  corpos)  pudesse  se  aplicar  tanto  a  objetos  terrestres  quanto  a  corpos 
celestes.  Até  então,  seguindo  o  raciocínio  de  Aristóteles,  achava‐se  que  esses  dois 
mundos ‐ Terra e céu ‐ tivessem naturezas completamente diferentes, sendo cada um 
regido por um conjunto específico de leis. 
As  experiências  de  Newton  com  a  luz  também  possibilitaram  descobertas  sur‐
preendentes.  A  mais  conhecida  delas  foi  conseguida  quando  deixou  um  pequeno 
feixe de luz do Sol penetrar numa sala escura e atravessar um prisma de vidro. Veri‐
ficou  que  o  feixe  se  abria  ao  sair  do  prisma,  revelando  ser  constituído  de  luzes  de 
diferentes cores,  dispostas na mesma ordem em que aprecem no arco‐íris. Para  que 
essas cores não fossem acrescentadas pelo próprio vidro, Newton fez o feixe colorido 
passar por um  segundo prisma.  Como resultado, as cores voltaram  a se  juntar,  pro‐
vando que sua reunião formava outro feixe de luz branca, igual ao inicial.  
O fenômeno da refração luminosa ocorria, de fato, sempre que a luz atravessava 
prismas  ou  lentes  (de  modo  menos  pronunciado),  o  que  limitava  a  eficiência  dos 
telescópios. Newton projetou então um telescópio refletor, no qual a concentração da 
luz, em vez de ser  feita com uma lente, era obtida pela reflexão num espelho  para‐
bólico. Esse princípio é utilizado até hoje na maioria dos telescópios.  
Já  conhecido  por  suas  experiências  ópticas,  Newton  retornou  a  Cambridge, 
onde se tornaria professor catedrático de Matemática ( um posto altíssimo), com ape‐
nas  27  anos.  Mais  tarde,  foi  eleito  membro  da  Royal  Society.  Nesta  sociedade  de 
estudos científicos, passou a enfrentar a freqüente inimizade de Robert Hooke. Esse 
relacionamento belicoso era piorado pela extrema suscetibilidade de Newton às críti‐
cas.  A  maior  contenda  entre  os dois  (dentre  as  muitas  ocorridas  ao  longo  dos  anos) 
dizia respeito à natureza da luz: Newton acreditava ser ela composta por partículas; 
já para Hooke, a luz era feita de ondas, tal como o som, (Essa disputa prosseguiria até 
muito depois da morte de ambos. Podemos hoje considerar, à luz dos conhecimentos 
mais  avançados,  que  essa  partida  resultou,  por  assim  dizer,  num  empate  com  dois 
vendedores: a luz tem uma natureza simultaneamente ondulatória e corpuscular.) 
Outra  disputa,  desta  vez  internacional,  envolveu  Newton  e  o  matemático 
alemão  Leibniz.  Ambos  criaram,  independentemente  ‐  e,  para  complicar  as  coisas, 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  163 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

quase  ao  mesmo  tempo  ‐  o  cálculo  infinitesimal,  com  base  nos  estudos  feitos  pelo 
francês Pierre de Fermat.  
Em  1687,  Newton  publicou  sua  mais  importante  obra,  Philosophiae  naturalis 
principia  athematica  [Princípios  matemáticos  da  filosofia  natural].  Nessa  obra,  ele 
in‐clui  todos  os  seus  conhecimentos  científicos.  Ali  constam,  por  exemplo,  suas 
famosas  três  leis  do  movimento,  que  lhe  permitiram  formular  matematicamente  o 
valor  da  força  de  atração  entre  dois  corpos  quaisquer,  em  qualquer  parte  do 
universo. Embora Newton soubesse que a gravidade era constante, esse valor ainda 
permaneceria desconhecido por um século, até ser determinado por Cavendish.) 
 Com essa relação, conhecida como lei da gravitação universal, conseguia‐se, por 
fim, descrever adequadamente os movimentos de todos os corpos do Sistema So‐lar, 
incluindo  as  menores  irregularidades  de  seus  trânsitos.  Estas  podiam  agora  ser 
explicadas  como  resultantes  da  influência  gravitacional  dos  vários  corpos  entre  si.  
Se  Copérnico  costuma  ser  visto  como  o  iniciador  de  um  período  de  progresso  inte‐
lectual  chamado  Revolução  Científica,  Newton  pode  ser  considerado  o  ápice  dessa 
ascensão.  Suas   conclusões  explicavam  maior  número  de  fenômenos  com  o  menor 
número  possível  de  elementos.  (isto  é  o  que  muitos  estudiosos  
chamam de ʺsolução eleganteʺ.) 
Certa vez, o astrônomo Edmund Halley (o descobridor do cometa que leva seu 
nome) perguntou a Newton como conseguia realizar tantas descobertas notáveis. Ele 
respondeu  que  as  atribuía  mais  a  um  esforço  contínuo  do  pensamento  do  que  à 
inspiração  ou  à  percepção  súbita.  Esse  esforço  mental,  porém,  devia  deixá‐lo  tão 
consumido  que,  aos  50  anos  de  idade,  precisou  interromper  sua  produção  por  dois 
anos, devido a um esgotamento nervoso. (Diz‐se que uma vela teria caído sobre um 
calhamaço de cálculos desenvolvidos por vários anos.) Isso não o impediu, porém de 
retornar seu trabalho, nem de se tornar membro do Parlamento inglês ou ser diretor 
da Casa da Moeda. 
Em 1703, foi eleito presidente da Royal Society (quando Hooke já estava morto), 
cargo para o qual foi reeleito anualmente, enquanto viveu. Em 1704, publicou Opti‐
cks, livro que versa sobre suas descobertas no campo da Óptica. Curiosamente, New‐
ton ficou grisalho com apenas 30 anos, mas se manteve em atividade mental por toda 
a vida. Aos 80 anos, orgulhava‐se de enxergar e ouvir bem e de ainda possuir todos 
os dentes!   
 
PEANO (1858 – 1932) 
Peano nasceu no dia 27 de agosto de 1858 em Cuneo, Piemont, Itália, e morreu 
em 20 de abril de 1932 em Turin, Itália. Foi o fundador da lógica simbólica e o centro 
de  seus  interesses  foram  os  fundamentos  da  matemática  e  o  desenvolvimento  de 
uma  linguagem  lógica  formal.  Estudou  matemática  na  Universidade  de  Turin  e  se 
uniu  ao  de  pessoal  lá  em  1880,  sendo  designado  a  uma  cadeira  em  1890.  Em  1889, 
Peano publicou os seus axiomas famosos,  chamados axiomas de Peano, que  defini‐
ram  os  números  naturais  em  termos  de  conjuntos.  Em  1891  ele  fundou  a  Rivista  di 

164
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
 

Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I                1ª Edição – Setembro 2007

matematica, um diário dedicado principalmente à lógica e aos fundamentos da mate‐
mática. 
Em  1886  Peano  provou  que  se  f(x,y)  é  contínua  então  a  equação  diferencial  de 
primeira  ordem  dy/dx=f(x,y)  tem  uma  solução.  A  existência  de  soluções  com  fortes 
hipóteses em f tinha sido mais cedo determinada por Cauchy e então Lipschitz. Qua‐
tro  anos  depois  Peano  mostrou  que  as  soluções  não  eram  únicas,  dando  como  um 
exemplo a equação diferencial dy/dx=3y, com y(0)=0. 
Peano  introduziu os  elementos básicos de cálculo geométrico e deu definições 
novas  para  o  tamanho  de  um  arco  e  para  a  área  de  uma  superfície  encurvada.  Ele 
inventou  as  curvas  ʹspace‐fillingʹ  em  1890,  estas  são  cartografias  de  [0,1]  sobre  a 
unidade  quadrado.  Hilbert,  em  1891,  descreveu  similarmente  curvas  ʹspace‐fillingʹ. 
Ele  produziu  uma  definição  axiomática  do  sistema  de  número  natural  e  mostrou 
como o sistema de número real pode ser derivado destes postulados. 
Peano estava também interessado em linguagens universais, ou internacionais, 
e criou a linguagem artificial Interlingua em 1903. Ele compilou o vocabulário levan‐
do  palavras  de  inglês,  francês,  alemão  e  latim.  Foi  desenvolvido  mais  adiante  por 
Alexander Gode. Porém, Peano considerou o seu trabalho em análise matemática ser 
de grande significado.  
 
SIMÉON DENIS POISSON (1749 – 1827) 
Siméon  Denis  Poisson  foi  um  engenheiro  e  matemático  francês,  famoso  por 
suas equações. Nasceu em Pithiviers no dia 21 de Junho de 1781. Morreu em Paris, no 
dia  25  de  Abril  de  1840.  Filho  de  um  administrador  público,  entrou  para  a  École 
Poly‐technique  em  1798,  em  Palaiseau,  onde  se  formou,  estudando  com  professores 
como Lagrange, Laplace e Fourier, dos quais se tornou amigo pessoal.  
Poisson foi considerado o sucessor de Laplace no estudo da mecânica celeste e 
da atração de esferóides. Desenvolveu também o Expoente de Poisson, que é usado 
na  transformação  adiabática  de  um  gás.  Esse  expoente  é  a  razão  entre  a  capacidade 
térmica molar de um gás à pressão constante e a capacidade térmica molar de um gás 
a volume constante. A lei de transformação adiabática de um gás diz que o produto 
entre  a  pressão  de  um  gás  e  o  seu  volume  elevado  ao  expoente  de  Poisson  é  cons‐
tante. 
Contribuiu também para as teorias da eletricidade e do magnetismo e estudou o 
movimento da lua. Desenvolveu pesquisas sobre mecânica, eletricidade (a constante 
de Poison), elasticidade (razão de Poison), calor, som e estudos matemáticos (integral 
de  Poison  na  teoria  do  potencial  e  o  colchete  de  Poison  nas  equações  diferenciais) 
com  aplicação  na  medicina  e  na  astronomia.  Produziu  ainda  escritos  sobre  movi‐
mentos  de  ondas  em  geral  e  coeficientes  de  contração  e  a  relação  entre  estes  e  a 
extensão.  
Em 1812, publicou trabalhos que ajudaram a eletricidade e o magnetismo a tor‐
narem‐se um ramo da física matemática. Na hidrodinâmica, seu mais notável traba‐
lho foi Mémoire sur les équations générales de lʹéquilibre et du mouvement des corps 
solides élastiques et des fluides (1829), relacionando equilíbrio de sólidos elásticos e 
 
Professor Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos  165 .
 

1ª Edição – Setembro 2007                Apostila de Laboratório de Estudos Matemáticos I 

correntes  de  fluidos  compressíveis.  Publicou  o  importante  tratado  Traité  de 


mécanique  (1833),  em  dois  volumes.  Em  Recherches  sur  la  probabilité  des  jugements 
(1837), apareceu a fa‐mosa distribuição de Poison, muito aplicada em estatística. Na 
teoria de proba‐bilidades, descobriu a forma limitada da distribuição binomial, que 
posteriormente recebeu o seu nome. Atualmente o método de Poisson é um processo 
randômico de importância fundamental. 

▪ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ʺSe enxerguei além dos outros, é por que estava no ombro de gigantes.ʺ  
 
Isaac Newton 
  
ʺTenho a impressão de ter sido uma criança brincando à beira‐mar, divertindo‐
me em descobrir uma pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita que as outras, 
enquanto o imenso oceano da verdade continua misterioso diante de meus olhosʺ.  
 
Isaac Newton 
  
“A Matemática possui uma força maravilhosa capaz de nos fazer compreender 
muitos mistérios de nossa fé”. 
São Jerônimo 

166
                                                                                    Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos 
ANEXO 1

FICHAS PARA AVALIAÇÃO DOS CAPÍTULOS 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome: ___________________________________________________________________________________ 
Matrícula: ________________________________________________ Data: __________________________ 
 
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 01 – AULA 
 
Responda as seguintes questões a seguir, da forma mais detalhada possível. 
 
1 – Qual as razões por você ter optado pelo curso de Matemática no momento em que fez a inscrição 
no vestibular? 
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________ 
 
2 – Após nestas primeiras semanas de aula, o que você espera aprender e que tipos de experiências 
acadêmicas você acredita que irá vivenciar durante seu curso de graduação? 
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________ 
 
3 – Em quais áreas ou campos de trabalho você pretende atuar depois de sua formação? Explique 
seus motivos e suas pretensões. 
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________ 
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 02 – EXTRA‐CLASSE 
 
Aprenda a controlar seu tempo. Para isto, você deverá fazer uma previsão semanal de estudo. 
Seu  primeiro  passo  será  avaliar  e  responder  conscientemente  as  perguntas  abaixo.  As  respostas 
deve‐rão constar na avaliação. 
Antes de organizar os seus momentos de estudo reflita sobre seu ambiente de estudo ideal: 

• Estudo melhor em casa / biblioteca / sala de estudos / outro lugar?  
• Estudo melhor à noite / de manhã / de tarde / aos fins de semana / ao longo da semana?  
• Estudo melhor sozinho / com amigo / em grupo?  
• Estudo melhor sob pressão ou antecipadamente?  
• Estudo melhor com música / em algum lugar sossegado / em algum lugar barulhento?  
• Preciso de um intervalo de 30 em 30 minutos / de hora a hora / de duas em duas horas / sem 
interrupção? 

Preencha  um  quadro  como  no  modelo  em  anexo  com  a  previsão  de  seu  estudo  para  uma 
sema‐na genérica. 
Registre em cada dia, os intervalos destinados a: 
1. Despertar, higiene e a primeira refeição; 
2. Horários de aula e horários de trabalho (se for o caso); 
3. Deslocamentos e transporte; 
4. Alimentação; 
5. Pequenos períodos de descanso; 
6. Estudo.  (Neste  item  apresente  quais  matérias  você  faz,  quantas  horas  irá  dedicar  a 
cada uma delas e como dividirá seu tempo de estudo em tória e prática (exercícios)). 
 
Analise o tempo necessário ao estudo de cada disciplina. Leve em conta seu maior ou menor 
co‐nhecimento  sobre  elas;  a  extensão  de  seus  programas  e  os  possíveis  graus  de  dificuldade. 
Importante: acrescente esta análise na sua avaliação. 
Preencha  o  quadro  minuciosamente  fornecendo  a  cada  disciplina  intervalos  próprios, 
diferen‐ciando o tempo gasto com o estudo teórico ou revisão, e a prática de exercícios. 
Tem de constar no quadro: Cálculo I, Álgebra I, Computação I e LEMA I. 
Seja persistente e... flexível. Tenha força de vontade de seguir seus planos de estudo. Não se 
esqueça de tirar uma cópia do plano para você. Siga‐os com inteligência e bom senso, modificando‐
os quando for necessário. 
 
 
NÃO ENTREGAR ESTA FICHA! SOMENTE O ANEXO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome:   ______________________________________________________________________________________________________________________________ 
Matrícula: _______________________________________ Data: _______________________ 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Estudo  melhor  em  casa  /  biblioteca  /  sala  de  estudos  /  outro  lugar?  
__________________________________________________________________________ Estudo melhor à noite / de manhã / de tarde / aos fins de semana 
                                   

/  ao  longo  da  semana?    _______________________________________________________  Estudo  melhor  sozinho  /  com  amigo  /  em  grupo?  
_________________________________________________________________________________________  Estudo  melhor  sob  pressão  ou 
antecipadamente?  _________________________________________________________________________________________ Estudo melhor com música / 
em algum lugar sossegado / em algum lugar barulhento?  ________________________________________________________ Preciso de um intervalo de 

Horário  Segunda‐feira  Terça‐feira  Quarta‐feira  Quinta‐feira  Sexta‐feira  Sábado 

 
 
 
 
 
 

M   
A   
N   
H   
à  
Almoço             
T   
A   
R   
D   
E   
Janta             

 
 
 
 
 
 

N   
O   
I   
T   
E   
Nome: ___________________________________________________________________________________ 
Matrícula: ________________________________________________ Data: __________________________ 

FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 03 – EXTRA‐CLASSE 
 
Como  parte  das  atividades  desta  aula,  haverá  uma  breve  visita  a  Biblioteca  Central,  com 
direção e supervisão de um(a) funcionário(a) capacitado para apresentação dos recursos oferecidos 
pela mes‐ma. 
Como avaliação será solicitada uma redação, explicitando os recursos apresentados no roteiro 
da  visita.  Como  parte  complementar  da  avaliação,  será  solicitada  também  a  apresentação  das 
carteiras  da  Biblioteca  Central  e  Biblioteca  Setorial,  que  devem  ser  confeccionadas  entre  o  dia  da 
visita e o dia da entrega da avaliação. 
OBSERVAÇÃO: Avaliação composta por 3 itens! 
 
  NÃO PREENCHER ESTE QUADRO!         □ Carteirinha da BC      □ Carteirinha da BS
        
 
 
Redação: 
___________________________________________________________________________
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Nome: ___________________________________________________________________________________ 
Matrícula: ________________________________________________ Data: __________________________ 
 
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 04 – AULA 
 
Você  conhece  um  trianquad?  Escreva  a  palavra  ou  frase  que  a  palavra  trianquad  lhe  faz 
pensar. 

Trianquad me lembra ______________________________________________________________________ 

Na atividade seguinte (adaptada de Hershkowitz, 1994), você irá conceituar e definir o que é 
um  trianquad  através  de exemplos e contra‐exemplos.  Observe a  seqüência de  figuras  de 1 a 19 e 
apre‐sente dois ou mais atributos relevantes do trianquad. À exceção dos quadros 1 e 2, nos demais 
você encontrará informações que vão ajudá‐lo a definir o trianquad. A partir dos atributos listados, 
como você definiria um trianquad?  

7 não é um 13 não é um
trianquad ! trianquad !
Isto é 8 é um 14 é um
um trianquad ! trianquad ? trianquad ?

1 8 Sim/Não 14 Sim/Não

2 é um 8 não é um 14 é um
trianquad ? trianquad ! trianquad !
9 é um 15 é um
trianquad ? trianquad ?

2 Sim/Não 9 Sim/Não 15 Sim/Não

2 não é um 9 não é um 15 é um
trianquad ! trianquad ! trianquad !
3 é um 10 é um 16 é um
trianquad ? trianquad ? trianquad ?

3 Sim/Não 10 Sim/Não 16 Sim/Não

3 é um 10 é um 16 é um
trianquad ! trianquad ! trianquad !

4 é um 11 é um 17 é um
trianquad ? trianquad ? trianquad ?

4 Sim/Não 11 Sim/Não 17 Sim/Não

4 é um 11 não é um 17 é um
trianquad ! trianquad ! trianquad !
5 é um 12 é um 18 é um
trianquad ? trianquad ? trianquad ?

5 Sim/Não 12 Sim/Não 18 Sim/Não

12 não é um 18 não é um
5 é um trianquad !
trianquad ! trianquad !
13 é um 19 é um
6 é um
trianquad ? trianquad ?
trianquad ?

6 Sim/Não
13 Sim/Não 19 Sim/Não

6 não é um
trianquad !
19 não é um
7 é um
trianquad!
trianquad ? Defina trianquad.

7 Sim/Não

Defina trianquad: 
_________________________________ 
_________________________________________________
Nome: ___________________________________________________________________________________ 
Matrícula: ________________________________________________ Data: __________________________ 
 
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 04 – EXTRA‐CLASSE 
 
Faça uma lista contendo 2 definições, 1 teorema e 1 corolário sobre a matéria de Álgebra I ou 
Cálculo  I  (podem  ser  sobre  conjuntos,  funções,  limite,  derivada,  integral,  etc...),  que  ainda  não 
foram  dados  em  sala  de  aula.  Não  é  necessário  transcrever  as  demonstrações,  somente  os 
enunciados. Para tal fim, usem seus próprios livros, ou procurem nas bibliotecas Central e Setorial. 
Não se esqueçam anotar na lista de qual livro foi tirado cada um e sua respectiva página. 
 
Definição 1: 

Referência: 

Definição 2: 

Referência: 

Teorema: 

Referência: 
Corolário: 

Referência: 
Nome: ___________________________________________________________________________________ 
Matrícula: ________________________________________________ Data: __________________________ 
 
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 05 – EXTRA‐CLASSE 
 
Faça um mapa conceitual versando sobre conjuntos, com ao menos 10 conceitos chave. Apre‐
sente  uma  listagem  dos  conceitos  usados.  Atente  para  o  fato  de  um  mapa  conceitual  bem 
organizado, possibilita  que  o  professor  consiga  entender  com  mais  clareza  os  conceitos  expressos 
no mesmo. 
Listagem dos Conceitos 

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Desenho do Mapa Conceitual 

 
Nome: ___________________________________________________________________________________ 
Matrícula: ________________________________________________ Data: __________________________ 
 
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 06 – EXTRA‐CLASSE 
 
Faça  um  resumo  indicativo  ou  descritivo,  de  no  máximo  1  (uma)  página,  sobre  algum  dos 
textos complementares que estão distribuídos ao longo da apostila. O resumo pode ser  feito à mão 
ou digi‐tado. Mas a entrega terá de ser impressa. Use apenas 1 (um) parágrafo para cada temática do 
texto. 
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Matrícula: ______________________ Data:    __________________________ 
 
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 07 – EXTRA‐CLASSE 
 
Faça  um  resumo  crítico  ou  resenha,  de  no  máximo  1  (uma)  página,  sobre  algum  dos  textos 
com‐plementares que estão distribuídos ao longo da apostila (não use o mesmo texto para o qual 
você fez o resumo). A resenha pode ser tanto feito à mão quanto digitada. Mas a entrega terá de ser 
impressa. 
Não se esqueça de deixar bem claras suas opiniões sobre o tema. 
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Matrícula: ________________________________________________ Data: __________________________ 
 
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 08 – EXTRA‐CLASSE 
 
Escolha  um  livro  técnico,  preferencialmente  de  nível  universitário  (Cálculo,  Álgebra,  etc...), 
do  qual  você  já  tenha  tido  um  contato  substancial  e  faça  o  fichamento  do  mesmo.  Um  livro 
paradidático,  de  nível  fundamental  ou  médio,  necessariamente  versando  sobre  matemática, 
também será aceito. 
 
Ficha Bibliográfica 
01 – Título da obra: 

02 – Autor: 

03 – Tradutor: 

04 – Editor: 

05 ‐ Edição / N° de páginas: 

06 – Referência Bibliográfica do Livro no Formato ABNT (Veja na folha de rosto do livro):

07 – Dados extraídos da orelha e/ou apresentação:

08 – Apresentação, quadros e exercícios:

09 – Primeiras impressões do livro ou Resenha sobre o mesmo:

10 – Data: 
Nome: ___________________________________________________________________________________ 
Matrícula: ________________________________________________ Data: __________________________ 
 
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 09 – EXTRA‐CLASSE 
 
Faça uma lista contendo 4 referências completas de livros de cálculo, 4 referências completas 
de  livros  de  álgebra,  e  4  referências  completas  de  artigos  de  revistas  matemáticas  ou  livros 
paradidáticos  (neste  caso,  pode  ser  artigos  de  congresso,  periódicos  ou  revista  de  olimpíada, 
contanto que versem sobre o universo matemático). NOTA: As referências devem estar formatadas 
segundo os critérios da ABNT, como apresentado na apostila.  
 

Referências sobre livros de Cálculo I 

Referência 1   

Referência 2   

Referência 3   

Referência 4   

Referências sobre livros de Álgebra I 

Referência 1   

Referência 2   

Referência 3   

Referência 4   

Referências sobre livros paradidáticos, periódicos, ou monografias 

Referência 1   

Referência 2   

Referência 3   

Referência 4   
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 10 – EXTRA‐CLASSE 
 
Durante  a  aula  serão  distribuídos  artigos  versando  sobre  diversos  temas  matemáticos.  
Grupos de, no máximo, 4 alunos devem ler estes artigos em casa, e montar um resumo no formato 
do  presente  no  Anexo  2  ao  final  desta  apostila,  como  se  fossem  eles  os  autores.  Caso  o  grupo  se 
interesse por outro trabalho, fora os apresentados em sala, fica a critério do professor avaliar se o 
artigo  se  adequa ou  não  as  exigências da avaliação.  O  trabalho tem  que  ser  feito  necessariamente 
em Word e impresso para ser entregue ao professor. Entregar junto com o artigo, uma ficha desta 
preenchida, por grupo. 
  Nota para formatação do artigo (*): 

Título do Artigo: 

Autores Originais: 

Informações sobre os componentes dos grupos na apresentação 

Nome completo e matrícula dos integrantes do  Participação   Desenvoltura  Perguntas      


grupo  (*)  (*)  (*) 
1º Integrante:       

2º Integrante:       

3º Integrante:       

4º Integrante:       

Caso  o  grupo  opte  por  um  artigo  alternativo,  adicione  neste  campo  sua  referência  no  formato 
ABNT: 

 
(*) Favor não preencher estes campos. 
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 11 – EXTRA‐CLASSE 
 
Durante  a  aula  do  capítulo  10  foram  distribuídos  artigos.  Grupos  de  4  alunos  leram  estes 
artigos em casa, e montaram um resumo dos mesmos, como se fossem eles os autores. Esta avaliação 
constará da apresentação oral, do mesmo grupo, deste resumo. Para tal fim, serão disponibilizados 
os  recursos  do  retroprojetor  (para  apresentações  em  transparências)  e  do  data  show  (para 
apresentações em Po‐werPoint, com disquete, cd‐rom ou pen‐drive).  
Cada  grupo  terá  12  min  de  apresentação,  onde  todos  os  componentes  do  grupo  devem 
demons‐trar uma participação igualitária. Sugere‐se que as dicas sobre apresentações do capítulo 11 
da apos‐tila sejam consideradas. 
Farão parte desta avaliação: 
 
1. Porcentagem de participação na apresentação em relação ao grupo. 
2. Desenvoltura de expressão e domínio conteúdo do artigo. 
3. Confiança  e  segurança  com  as  respostas  para  os  questionamentos  ao  final  da 
apresentação. 
 
Para esta avaliação não haverá justificativa, nem meios de compensar o atraso. 
 
 
 
NÃO ENTREGAR ESTA FICHA!  
SOMENTE A FICHA DO CAPÍTULO 10 E O ARTIGO NO FORMATO DO ANEXO 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome: ____________________________________________________Matrícula: ______________________  
Nome: ____________________________________________________Matrícula: ______________________  
Data:    __________________________ 
 
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 12 – AULA 
 
No final da aula serão distribuídos diversos projetos de monografia elaborados por ex‐alunos 
de graduação do curso de licenciatura em matemática da UFRRJ. Estes projetos devem ser avaliados 
por uma dupla de alunos, onde as principais características da formatação e objetivos dos projetos 
devem ser ressaltadas e criticadas. 
Tempo para leitura e avaliação do projeto: 40 min. 

Título do Projeto: 

Autor(a): 

O projeto segue a estrutura padrão apresentada em sala?  (  ) Sim    (  ) Não 
Em caso negativo, aponte suas falhas: 
1. ___________________________________________________________________________ 
2. ___________________________________________________________________________ 
3. ___________________________________________________________________________ 
4. ___________________________________________________________________________ 

Escreva, com suas palavras, quais os objetivos do projeto: 
1. ___________________________________________________________________________ 
2. ___________________________________________________________________________ 
3. ___________________________________________________________________________ 
4. ___________________________________________________________________________ 
Os objetivos foram bem claros e condizem com a justificativa? Por quê? 
 _________________________________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________________________________ 

Com sinceridade, as justificativas do projeto convenceram sobre sua relevância? Por quê? 
__________________________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________ 

Qual o tipo de pesquisa sugere este projeto de monografia, 
Quanto à sua natureza:  _______________________________________________________________ 
Quanto à abordagem:   ________________________________________________________________ 
Quanto aos objetivos:   ________________________________________________________________ 
Quanto aos procedimentos técnicos: ____________________________________________________ 
Nome: ____________________________________________________Matrícula: ______________________  
Data:    __________________________ 
 
FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 13 – EXTRA‐CLASSE 
 
Procure  informações  sobre  3  (três)  professores  do  Departamento  de  Matemática  ou  do 
Instituto  de  Educação  da  UFRRJ.  Reúna  dados  sobre  a  titulação  máxima  de  cada  um  (Mestrado, 
Doutorado ou Pós‐Doutorado), em qual área e qual sub‐área esta titulação foi obtida, e quais as 3 
principais áreas de atuação em que eles vem desenvolvendo seus trabalhos no momento. 
Existem duas formas de obter estas informações: 

1. Diretamente com os professores escolhidos; 
2. Através  da  pesquisa  de  seus  currículos  pelo  banco  de  dados  do  CNPq.  Para  isto, 
acesse  o  site http://lattes.cnpq.br/index.htm,  e  selecione  “Buscar Currículos”. Depois 
basta digi‐tar o nome completo do professor que deseja obter informações. Para obter 
o nome com‐pleto dos professores, procure a secretaria ou coordenação do Demat. 
 
Antes de se informar sobre os professores, responda a seguinte pergunta: 
 
Quais os ramos da graduação da UFRRJ lhe despertam mais interesse (no máximo 2 (dois))? 

□  Matemática Pura 
□  Matemática Aplicada e Computacional    
□  Computação Pura 
□  Educação Matemática 
□  Estatística 
 
NOTA: A pesquisa sobre os professores, ficará restrita, necessariamente, aos que atuam no ra‐
mo indicado pelo aluno na resposta acima. 
 
 
Professor 1
Nome completo do professor: 

Titulação: 

Em qual área: 
 
Em qual sub‐área: 

Em que atua no momento: 
1. ________________________________________________________________________________ 
2. ________________________________________________________________________________ 
3. ________________________________________________________________________________ 
Professor 2
Nome completo do professor: 

Titulação: 

Em qual área: 
 
Em qual sub‐área: 

Em que atua no momento: 
1. _______________________________________________________________________________ 
2. _______________________________________________________________________________ 
3. _______________________________________________________________________________ 

 
Professor 3
Nome completo do professor: 

Titulação: 

Em qual área: 
 
Em qual sub‐área: 

Em que atua no momento: 
1. ________________________________________________________________________________ 
2. ________________________________________________________________________________ 
3. ________________________________________________________________________________ 

 
Dentre as áreas que atuam os 3 professores, qual que lhe chamou mais atenção? Explique. 
 _________________________________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________________________________ 
Classifique as matérias que você faz pelo nível de dificuldade que está tendo na sua assimilação: 
Cálculo I               □  Muito fácil     □  Fácil        □  Normal        □  Difícil      □  Muito difícil 
Álgebra I            □  Muito fácil     □  Fácil        □  Normal        □  Difícil      □  Muito difícil                   
Computação I   □  Muito fácil     □  Fácil        □  Normal        □  Difícil      □  Muito difícil                   
LEMA I               □  Muito fácil     □  Fácil        □  Normal        □  Difícil      □  Muito difícil                     

Qual conteúdo das disciplinas lhe dá mais prazer em estudar fora de aula, e o que lhe dá menos: 
 
 
 
Nome: ___________________________________________________________________________________ 
Matrícula: ________________________________________________ Data: __________________________ 

FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 14 – EXTRA‐CLASSE 
 
Faça  dois  fichamentos  bibliográficos  resumidos  sobre  livros  de  metodologia  científica, 
normati‐zação de trabalhos científicos, etc... 
 
Ficha Bibliográfica Resumida
01 – Título da obra: 

02 – Autor(es): 

03 ‐ Edição / N° de páginas: 

04 – Referência Bibliográfica do Livro no Formato ABNT (Veja na folha de rosto do livro):

05 – Primeiras impressões do livro ou Resenha sobre o mesmo:

 
Ficha Bibliográfica Resumida
01 – Título da obra: 

02 – Autor(es): 

03 ‐ Edição / N° de páginas: 

04 – Referência Bibliográfica do Livro no Formato ABNT (Veja na folha de rosto do livro):

05 – Primeiras impressões do livro ou Resenha sobre o mesmo:
Nome: ___________________________________________________________________________________ 
Matrícula: ________________________________________________ Data: __________________________ 

FICHA DE AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO 15 – EXTRA‐CLASSE 
 
Faça  dois  fichamentos  bibliográficos  resumidos  de    monografias  encontradas  na  biblioteca 
seto‐rial.  Os  assuntos  podem  ser  a  sua  escolha,  mas  devem  ter  sido  redigidas  por  alunos  da 
matemática.  
 
Ficha Bibliográfica da Monografia 1
01 – Título da monografia 

02 – Autor / Orientador: 

03 – Ano / Período/ N° de páginas: 

04 – Resumo da Monografia: 
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Ficha Bibliográfica da Monografia 2
01 – Título da monografia 

02 – Autor / Orientador: 

03 – Ano / Período/ N° de páginas: 

04 – Resumo da Monografia: 
 _________________________________________________________________________________________ 
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Por qual razão você optou por estas duas monografias? O que lhe chamou atenção nos títulos?
 _________________________________________________________________________________________
 _________________________________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________________________________ 
 
Modelo de artigo para a formatação do trabalho da Aula 10 de LEMA I Prof. Rodrigo

Coloque Aqui o Título do Seu Trabalho


Fulano S. Ribeiro
Depto de Ciências de Computação e Estatística, IBILCE, UNESP
15054-000, São José do Rio Preto, SP
E-mail: fulano@ibilce.unesp.br

Sicrano A. da Silva
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Departamento de Matemática
88040-900, Br 465, km 49, Campus Seropédica, RJ
E-mail: sicrano@ufrrj.br

RESUMO

Os resumos dos trabalhos a serem submetidos Referências


para apresentação em painéis no Congresso
devem ter uma (1) página, sem numeração e
[1] R. Courant, Variational methods for the
podem ser escritos na língua portuguesa ou
solution of problems of equilibrium and
inglesa. O nome do apresentador do trabalho
vibrations, Bull. Amer. Math. Soc., vol.
deve estar sublinhá-lo. Estas instruções foram
49, pp. 1-23, (1943).
preparadas no formato em que o resumo deve
ser apresentado. Os nomes e endereços dos
[2] W. Gautschi, A survey of Gauss-
autores destas instruções são fictícios, portanto
Christoffel quadrature formulae, em “E.B.
devem ser atualizados. Caso os autores perten-
Christoffel - The influence of his work in
çam a mesma instituição, pode-se colocar os
mathematics and physical sciences” (P.L.
respectivos nomes na mesma linha, separados
Butzer e F. Fehér, eds.) pp. 72-147,
por vírgula.
Birkhäuser Verlag, Basel, 1981.
O título deve estar em negrito fonte 16 pt. O
[3] N. J. Higham, “Handbook of Writing for
nome dos autores em fonte 12pt e os dados da
the Mathematical Sciences”, SIAM,
instituição e e-mail com fonte 10 pt. Todo o
Philadelphia, 1993.
texto deve estar em Times New Roman. A
palavra resumo é sublinhada, em maiúsculas e
com fonte 12 pt. Todas as linhas em branco no
cabeçalho possuem 12 pt, e entre os autores e
a palavra resumo existem 2 (duas) linhas em
branco. Todo o cabeçalho está centralizado.

O resumo deve ser apresentado em duas


colunas no formato A4, tamanho de fonte 11pt
e área de impressão de aproximadamente
23.5cm por 16cm (uniformemente distribuídos
pela página) e deve conter detalhes suficientes
para expor o problema, a metodologia ado-
tada, os resultados obtidos e as principais
referências.

As referências bibliográficas devem estar em


ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro
autor. Como exemplo, a referência bibliográ-
fica [3] refere-se a livro, a referência [l] a
artigo em revista e a [2] refere-se a artigo
publicado em "proceedings" de congresso.

O original deste arquivo em .doc e .tex pode ser encontrado em:


http://www.congresscentral.com.br/cnmac/arquivos/resumo_cnmac2007.doc

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