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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA CIDADE

MARIA DE TAL, casada, comerciária, residente e domiciliada


na Rua da X, nº. 0000, CEP 44555-666, na Cidade, possuidora do CPF(MF) nº.
111.222.333-44, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio
de seu patrono que abaixo assina – instrumento procuratório acostado --, para ajuizar, com
supedâneo no art. 5º, inc. X da Carta Política, bem como art. 186 c/c art. 953, ambos
do Código Civil e, ainda, arts. 6º, inc. VI, 12, 14, 18, 20 e 25, § 1º do CDC , a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO,

“DANO MORAL”

contra ( 01 ) BANCO ZETA S/A , instituição financeira de direito privado, situada na Av. Y,
nº. 0000, em Cidade – CEP nº. 33444-555, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº.
1
33.444.555/0001-66, em decorrência das justificativas de ordem fática e de direito abaixo
delineadas.

(1) – SÍNTESE DOS FATOS

No dia 00 de março de 0000, aproximadamente às 10:45h, na


agência em destaque, a Promovente encontrava-se com sua sobrinha Maria das Tantas. O
objetivo era o de alterar sua senha bancária.

Naquela ocasião a instituição financeira em liça, mais uma vez,


encontrava-se com muitos clientes aguardando na fila para ser atendido. A demora já
afetava todos que antes já encontravam-se na fila.

A razão maior do desconforto de todos era que naquele local,


apesar da bateria de caixa comportar 8(oito) para prestar atendimento, somente 2(dois)
estavam prestando serviços. Por esse motivo, tivera de aguardar apromidamente 1h17min
para ser atendida.

Ressalte-se que não era a primeira opotunidade que essa


inconfortável situação acontecera. Não foi um caso isolado, portanto. Muito pelo contrário,
era a regra o aglomerado na fila.

De outro passo, urge salientar que a Autora por todo esse tempo
ficara em pé. Ademais, sequer existia banheiro para utilizá-lo.

2
De fato, é um acontecimento que não se resume a mero
aborrecimento, algo do dia a dia do cidadão comum. Ao revés disso, o episódio em liça
revelou um estado emocional de extremo desconforto (aliás, em todos que lá se
encontravam). Inclusive, repise-se, todo esse tempo fora com a Autora em pé. O tempo de
espera fora demasiado, maiormente em razão da legislação que trata do tema.

Com efeito, a conduta da Ré merece ser rechaça,


especialmente quando é rotineira, razão qual deve ser compelida a indenizar os danos
morais provados à Autora.

HOC IPSUM EST.

(2) – DO DIREITO

(2.1.) – RELAÇÃO DE CONSUMO CONFIGURADA

Inicialmente, convém destacar que entre a Autora e a Ré


emerge uma inegável hipossuficiente técnico-econômica, o que sobremaneira deve ser
levado em conta na condução deste processo. Dese modo, o desenvolvimento desta ação
deve seguir o prisma da Legislação Consumerista, visto que a relação em estudo é de
consumo, aplicando-se, maiormente, a inversão do ônus da prova (CDC, art. 6º, inc. VIII).

Tratando-se de prestação de serviço, cujo destinatário final é o


tomador, no caso a Autora, há relação de consumo, nos precisos termos do que reza o
Código de Defesa do Consumidor :

2
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos
ou serviço como destinatário final .

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou


estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° (...)
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

Não bastasse isso, a Ré figura como instituição financeira e,


portanto, deve submeter-se aos ditames do Código de Defesa do Consumidor .

STJ - Súmula nº 297 . O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às


instituições financeiras.

Por esse ângulo, responsabilidade da Ré objetiva .

Nesse contexto, imperiosa a responsabilização da Requerida,


independentemente da existência da culpa , nos termos do que estipula o Código de
Defesa do Consumidor .

2
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos
à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição e riscos.

A corroborar o texto da Lei acima descrita, insta transcrever as


lições de Fábio Henrique Podestá:

“Aos sujeitos que pertencerem àà càtegorià de prestàdores de serviço, que nàã o


sejàm pessoàs fíísicàs, imputà-se umà responsàbilidàde objetivà por defeitos de
segurànçà do serviço prestàdo, sendo intuitivo que tàl responsàbilidàde eí
fundàdà no risco criàdo e no lucro que eí extràíído dà àtividàde. “(PODESTAÁ ,
Fàí bio; MORAIS, Ezequiel; CARAZAI, Màrcos Màrins. Código de Defesa do
Consumidor Comentado.
Comentado. Sàã o Pàulo: RT, 2010. Pàí g. 147)

Existiu, em verdade, defeito na prestação de serviços , o que


importa na responsabilização objetiva do fornecedor, ora Promovida.

RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. PLANO DE


SAÚDE. UNIMED. ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA DOMICILIAR. DEMORA NO
ATENDIMENTO. NEGLIGÊNCIA DA PRESTADORA DE SERVIÇO AO NEGAR O
ATENDIMENTO MÉDICO. DESCABIMENTO. DESRESPEITO AO CONSUMIDOR.
DANOS MORAIS CONFIGURADOS. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS
FUNDAMENTOS.
2
É incontroversa a relação jurídica entre as partes, em que o autor é beneficiário de
plano de saúde junto à ré. Da mesma forma, é pacífico entre as partes que o autor
solicitou atendimento de emergência em sua residência no dia 05.07.2013, devido
a seu estado de saúde debilitado, quando a equipe médica da ré, ao comparecer
ao local, teria se negado a prestar o serviço médico em função da atitude exaltada
do segurado, conforme relatado em contestação, e demonstrado pelo boletim de
ocorrência policial, bem como pelo boletim de atendimento pré-hospitalar de fl.
53. Considerando o serviço contratado entre as partes, é manifesta a falha na
prestação do serviço devido à negativa de atendimento dos prepostos da ré ao
segurado. Note-se que a suposta exaltação do segurado não serve de argumento
para fundamentar a negativa de atendimento quando a saúde deste último estava
em risco, sendo negligente a conduta da equipe médica ao abandonar a residência
do autor sem realizar os procedimentos necessários para resguardar a saúde do
paciente. Além disso, é dotada de verossimilhança a tese narrada na exordial de
que a médica teria se sentido ofendida injustamente, provocando um escândalo na
residência do autor, e negando-lhe atendimento, pois não é crível que o autor,
sentindo-se mal de saúde, pudesse agredir a equipe médica a ponto de impedir o
atendimento, como pretende fazer crer a recorrente. Ademais, é razoável que o
autor estivesse nervoso devido à demora no atendimento, diante de seu estado de
saúde, uma vez portador do vírus HIV, em face da fragilidade da doença, porém tal
fato não poderia servir para negar-lhe a prestação do serviço médico. Portanto,
resta evidenciado o desrespeito da ré perante o consumidor, diante da falha na
prestação do serviço, devendo indenizá-lo com base na responsabilidade
objetiva prevista no art. 14 do CDC.
CDC. A situação vivenciada pelo autor foi capaz de
retirá-lo de seu equilíbrio emocional, conforme restou comprovado pela conversa
2
telefônica gravada, portanto inegável a existência dos danos morais, até mesmo
porque a saúde do segurado foi exposta a risco de forma desnecessária. Aliás, é
inadmissível a forma como a equipe médica tratou o autor no momento em que
mais precisava de cuidados, devido a seu estado de saúde fragilizado, razão pela
qual a indenização também deve ser aplicada com base na função punitiva e
dissuasória do instituto da responsabilidade civil. O quantum indenizatório fixado
em R$ 3.000,00 deve ser mantido, pois está de acordo com as peculiaridades do
caso em concreto, além de estar em conformidade com o parâmetro normalmente
adotado por estas turmas recursais em casos análogos, não comportando redução.
Recurso desprovido. (TJRS; RecCv 46493-88.2013.8.21.9000; Porto Alegre; Terceira
Turma Recursal Cível; Rel. Des. Lucas Maltez Kachny; Julg. 10/04/2014; DJERS
14/04/2014)

(2.2.) – DO DEVER DE INDENIZAR


RESPONSABILIDADE CIVIL: REQUISITOS CONFIGURADOS

É cediço que, no plano do direito civil, para a configuração do


dever de indenizar, segundo as lições de Caio Mário da Silva Pereira , faz-se necessário a
concorrência dos seguintes fatores:

“a) em primeiro lugar, a verificação de uma conduta antijurídica, que abrange


comportamento contrário a direito, por comissão ou por omissão, sem
necessidade de indagar se houve ou não o propósito de malfazer; b) em segundo
lugar, a existência de um dano, tomada a expressão no sentido de lesão a um bem

2
jurídico, seja este de ordem material ou imaterial, de natureza patrimonial ou não
patrimonial; c) e em terceiro lugar, o estabelecimento de um nexo de causalidade
entre um e outro, de forma a precisar-se que o dano decorre da conduta
antijurídica, ou, em termos negativos, que sem a verificação do comportamento
contrário a direito não teria havido o atentado ao bem jurídico.”(In,
jurídico.”(In, Instituições de
Direito Civil.
Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2004, Vol. I. Pág. 661).

A propósito reza a Legislação Substantiva Civil que:

CÓDIGO CIVIL

Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, viola direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito. “

É inquestionável que existira defeito na prestação de


serviços, o que importa na responsabilização objetiva da Réu.

Em que pese tais aspectos legais e doutrinários acerca da


responsabilidade civil objetiva, evidenciaremos abaixo outros motivos que reclama que a
Promovida seja responsabilizada civilmente.

É oportuno gizar que a prática habitual da Ré violar dispositivos


legais. É dizer, há limitação de tempo máximo para atendimento do consumidor bancário.
2
Nesse diapasão, oportuno revelar que esse proceder ofende
dispositivos específicos contidos na legislação deste Município e, mais ainda, da legislação
estadual.

Com efeito, determina a Lei Estadual nº. 11.222/0000, in verbis:

Art. 1º - As instituições financeiras, bancárias e de crédito, assim como


supermercados, agências lotéricas, deverão colocar à disposição dos seus usuários,
pessoal suficiente no setor de caixa, de sorte a proporcionar o atendimento em
tempo razoável.
§ 1º - O tempo razoável, mencionado no caput deste dispotivo, é o atendimento do
usuário no prazo máximo de 20(vinte) minutos e 30(trinta) minutos em véspera ou
após feriados prolongados.
Igualmente reza a Lei municipal nº. 223344/0000, verbis:

Art. 1º - Ficam as agências bancárias, incluídos os postos de serviços, estabelecidas


neste Município obrigadas a manter, à disposição dos usuários, funcionários
suficientes no setor de caixas para que o atendimento seja prestado em tempo
razoável, nos termos do §2º do artigo 3º e do inciso X do artigo 6º todos da Lei nº
8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor)."
Art. 2º. Para efeitos desta lei, entende-se como tempo razoável para atendimento:
I até quinze minutos em dias normais; II até trinta minutos em véspera de feriado
prolongado ou no dia imediato após este; III até trinta minutos em dias de

2
pagamento dos funcionários públicos municipais, estaduais e federais nos bancos
que prestam esses serviços."

Quanto à competência municipal para legislar acerca do


atendimento bancário, isso já restou por admitido pelo plenário do Supremo Tribunal
Federal, senão vejamos:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO


ADMINISTRATIVO. ATENDIMENTO BANCÁRIO. COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO
PARA LEGISLAR SOBRE ASSUNTO DE INTERESSE LOCAL. POSSIBILIDADE.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA PELO PLENÁRIO VIRTUAL NO RE 610.221-
RG PARA RATIFICAR A JURISPRUDÊNCI A DA CORTE. TEMA 272 DA GESTÃO POR
TEMAS.
1. Os municípios têm competência para regulamentar o atendimento ao público
em instituições bancárias, uma vez que se trata de matéria de interesse local. 2. A
repercussão geral da matéria foi reconhecida pelo plenário da corte, que na
oportunidade ratificou a jurisprudência do tribunal sobre o tema. Precedente: Re
n. 610.221-rg, relatora a ministra ellen gracie, dje de 20.8.2010. 3. In casu, o
acórdão recorrido assentou: "indenização por danos morais. Fila de banco.
Demora no atendimento pela instituição bancária. Permanência comprovada por
prazo superior a 45 (quarenta e cinco) minutos. Ausência de evidência em sentido
contrário. Constitucionaliade da Lei Municipal 4.069/01. Ato ilícito configurado.
Danos morais configurados. Valro da indenização proporcional e razoável. Sentença
mantida pelso próprios fundamentos. " 4. Agravo regimental não provido. (STF
(STF -
2
ARE-AgR 715.138; MT; Primeira Turma; Rel. Min. Luiz Fux; Julg. 18/12/2012; DJE
19/02/2013; Pág. 28)

Com esse entendimento, também é altamente ilustrativo os


seguintes arestos da jurisprudência:

EMBARGOS INFRINGENTES.
Ação de indenização por danos morais. Espera em fila de banco. Demora no
atendimento que extrapola o limite previsto em Lei municipal e estadual. Dever de
indenizar. Dano moral caracterizado. Ofensa à dignidade do consumidor.
Manutenção do acórdão que deu provimento ao apelo. Recurso desprovido. (TJPR
(TJPR
- EmbInfCiv 0966494-2/01; Londrina; Nona Câmara Cível em Composição Integral;
Rel. Des. Renato Braga Bettega; DJPR 09/04/2014; Pág. 136)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ESPERA EM FILA


DE BANCO. TEMPO SUPERIOR AO LIMITE LEGAL. DEMORA INJUSTIFICADA NO
ATENDIMENTO BANCÁRIO. DESÍDIA QUE AFRONTA A DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA. DANO MORAL CARACTERIZADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO
MANTIDO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
O fato de o usuário permanecer por mais de duas horas em fila de agência
bancária implica no descumprimento da Lei estadual e ofende a dignidade do
consumidor, configurando-se o dano moral propriamente dito. Mostra-se cabível a
indenização por danos morais, quando presentes os pressupostos da
responsabilidade civil. O quantum indenizatório deve ser fixado em montante que
2
não onere em demasia o ofensor, mas, por outro lado, atenda à finalidade para a
qual foi concedido, compensando o sofrimento da vítima e desencorajando a outra
parte quanto aos outros procedimentos de igual natureza. (TJMT
(TJMT - APL
126379/2013; Sinop; Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Dirceu dos Santos; Julg.
05/03/2014; DJMT 12/03/2014; Pág. 38)

APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTE


DE ESPERA PARA ATENDIMENTO EM FILA DE BANCO. PRELIMINAR DE
INTEMPESTIVIDADE DO APELO AUTORAL. REJEITADA. MÉRITO. ART. 1º,
PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI MUNICIPAL Nº 2.636/1998. DEMORA INJUSTIFICADA
NO ATENDIMENTO BANCÁRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL CONFIGURADA.
DESÍDIA QUE AFRONTA A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. DANO MORAL
PASSÍVEL DE REPARAÇÃO PECUNIÁRIA. SÚMULA Nº 04, DO TJSE.
INSUBORDINAÇÃO DO BANCO EM RELAÇÃO À CONCESSÃO DA GRATUIDADE
PROCESSUAL AO DEMANDANTE. ART. 4º, CAPUT, DA LEI Nº 1.060/50. A SIMPLES
AFIRMAÇÃO NO SENTIDO DE QUE A PARTE NÃO TEM CONDIÇÕES DE ARCAR
COM AS DESPESAS DO PROCESSO MOSTRA-SE SUFICIENTE PARA A CONCESSÃO
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA, SE NÃO PRODUZIDA PROVA EM CONTRÁRIO PELA
PARTE ADVERSA. INSUBSISTÊNCIA DO PEDIDO DE CONDENAÇÃO DO
REQUERENTE AO PAGAMENTO DA MULTA PREVISTA NO ART. 4º, § 1º, DA LEI Nº
1.060/50. MANUTENÇÃO DO FAVOR LEGAL. RECURSOS CONHECIDOS, PARA
NEGAR PROVIMENTO AO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA RÉ E DAR PROVIMENTO
AO DO AUTOR. DECISÃO POR MAIORIA.
A espera por longo período em fila de agência bancária, além do limite temporal
imposto por Lei municipal, é fato capaz de gerar profundo desgaste físico,
2
emocional, aborrecimentos e incertezas, capaz de afetar a honra subjetiva da
pessoa e atingir direito imaterial seu, ensejador, portanto, de dano moral passível
de reparação pecuniária. Reforma da sentença para condenar o requerido ao
pagamento de indenização no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), em favor do autor, a
título de danos não patrimoniais, com juros de 1% (um por cento) ao mês, desde a
data do evento ilícito (29/08/2012) e correção monetária pelo INPC, a partir desta
data, invertendo-se o ônus sucumbencial para condenar o demandado em custas
processuais e honorários advocatícios, fixando estes em 20% (vinte por cento)
sobre o valor da condenação, com base no art. 20, § 3º, do cpc. ( TJSE - AC
201300226617; Ac. 678/2014; Segunda Câmara Cível; Rel. Des. Cezário Siqueira
Neto; Julg. 17/02/2014; DJSE 11/03/2014)

Desse modo, mostra-se incontestável a transgressão às normas


acima especificadas, merecendo, por esse azo, ser condenada a pagar indenização em face
de danos morais.

A responsabilidade civil almejada diz respeito a dano de ordem


moral. Assim, há de ser considerado o direito à incolomidade moral, pertence à classe dos
direitos absolutos, esses positivados pela conjugação de preceitos constitucionais elencados
no rol dos direitos e garantias individuais da Carta Magna (CF/88, art. 5º, inv. V e X ).

A moral individual está relacionada à honra, ao nome, à boa-


fama, à auto-estima e ao apreço, bem assim resulta como um ato ilícito que atinge o
2
patrimônio do indivíduo, ferindo sua honra, decoro, crenças políticas e religiosas, paz
interior, bom nome e liberdade, originando sofrimento psíquico, físico ou moral.

À luz das regras de consumeristas, resulta expressa a adoção


da responsabilidade civil objetiva , assim conceituada pela professora Maria Helena
Diniz:

"Nà responsàbilidàde objetivà, à àtividàde que gerou o dàno eí líícità, màs


càusou perigo à outrem, de modo que àquele que à exerce, por ter à obrigàçàã o
de velàr pàrà que dele nàã o resulte prejuíízo, teràí o dever ressàrcitoí rio, pelo
simples implemento do nexo causal.
causal. A vítima deverá pura e
simplesmente demonstrar o nexo da causalidade entre o dano e a ação
que o produziu"
produziu" (in, Curso de Direito Civil Bràsileiro.
Bràsileiro. 24ª ed. Sàràivà: 2010, 7º
vol, p. 53).
( destàcàmos )

De outro plano, o Código Civil estabeleceu regra clara de que


aquele que for condenado a reparar um dano, deverá fazê-lo de sorte que a situação
patrimonial e pessoal do lesado seja recomposta ao estado anterior . Assim, o
montante da indenização não pode ser inferior ao prejuízo. Há de ser integral, portanto.

CÓDIGO CIVIL
Art. 944 – A indenização mede-se pela extensão do dano.

2
Quanto ao valor da reparação, tocante ao dano moral,
assevera Caio Mário da Silva Pereira , que:

“Quàndo se cuidà de repàràr o dàno moràl, o fulcro do conceito ressàrcitoí rio


àchà-se deslocàdo pàrà à convergeê ncià de duàs forçàs: `caráter punitivo` pàrà
que o càusàdor do dàno, pelo fàto dà condenàçàã o, se vejà càstigàdo pelà ofensà
que pràticou; e o `caráter compensatório` pàrà à víítimà, que receberàí umà
somà que lhe proporcione pràzeres como contràpàrtidà do màl sofrido. “
(PEREIRA, Càio Màí rio dà Silvà (àtuàlizàdor Gustàvo Tepedino).
Responsabilidade Civil.
Civil. 10ª Ed. Rio de Jàneiro: GZ Ed, 2012, p. 78)
(destàcàmos)

Nesse mesmo compasso de entendimento, leciona Arnaldo


Rizzardo que:

“Nàã o existe umà previsàã o nà lei sobre à quàntià à ser ficàdà ou àrbitràdà. No
entànto, consolidàràm-se àlguns criteí rios.
Dominà à teorià do duplo càràí ter dà repàçàã o, que se estàbelece nà finàlidàde
dà dignà compensàçàã o pelo màl sofrido e de umà corretà puniçàã o do càusàdor
do àto. Devem preponderàr, àindà, às situàoã es especiàis que envolvem o càso, e
àssim à gràvidàde do dàno, à intensidàde dà culpà, à posiçàã o sociàl dàs pàrtes,
à condiçàã o econoê micà dos envolvidos, à vidà pregressà dà pessoà que tem o

2
tíítulo protestàdo ou o nome negàtivàdo. “ (RIZZARDO, Arnàldo.
Responsabilidade Civil.
Civil. 4ª Ed. Rio de Jàneiro, Forense, 2009, p. 261)

A exposição constrangedora e vexatória à qual foi submetida a


Autora é inadmissível. Essa fora destratada na esfera mais íntima do ser, teve sua honra e
dignidade feridas, seus direitos fundamentais violados.

Nesses termos, restou configurada a existência dos


pressupostos essenciais à responsabilidade civil : conduta lesiva, nexo causal e dano , a
justificar o pedido de indenização moral.

(2.3.) – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A inversão do ônus da prova se faz necessária, maiormente


quando essa é “ope legis”. Portanto, resulta do quanto contido no Código de Defesa do
Consumidor.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
[...]
2
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando
provar:
provar:

I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.


terceiro.

À Réu caberá, face a inversão do ônus da prova , evidenciar


se a Autora concorreu para o evento danoso, na qualidade de consumidora dos serviços, ou,
de outro bordo, em face de terceiro(s), que é justamente a regra do inc. II, do art. 14, do
CDC, acima citado.

(2.4.) – “PRETIUM
“PRETIUM DOLORIS”
DOLORIS”

A Legislação Substantiva Civil estabeleceu regra clara que


aquele que for condenado a reparar um dano, deverá fazê-lo de sorte que a situação
patrimonial e pessoal do lesado seja recomposta ao estado anterior . Assim, o
montante da indenização não pode ser inferior ao prejuízo. Há de ser integral, portanto.

CÓDIGO CIVIL

Art. 944 – A indenização mede-se pela extensão do dano.

2
No caso em debate, ficou cabalmente demonstrada a ilicitude do
defeito na prestação do serviço. Por esse norte, isso trouxe à mesma forte constrangimento,
angústia e humilhação, capazes, por si só, de acarretar dano moral de ordem subjetiva e
objetiva.

O problema da quantificação do valor econômico, a ser reposto


ao ofendido, tem motivado intermináveis polêmicas e debates. Não houve uma projeção
pacífica, seja na órbita doutrinária ou jurisprudencial. De qualquer forma, há um norte
uníssino no sentido de que a fixação deve se dar com prudente arbítrio. Desse modo,
necessário que não haja enriquecimento à custa do empobrecimento alheio, mas também
para que o valor não seja irrisório .

Igualmente, a indenização deve ser aplicada de forma


casuística, supesando-se a proporcionalidade entre a conduta lesiva e o prejuízo enfrentado
pela parte ofendida. Assim sendo, maiormente em consonância com o princípio neminem
laedere, é inevitável que inocorra o lucuplemento da vítima quanto a cominação de pena. É
dizer, necessária uma condenação que não se mostre tão desarrazoada e que não coíba o
infrator de novos atos.

Com efeito, o valor da indenização pelo dano moral não se


configura um montante tarifado legalmente. A melhor doutrina reconhece que o sistema
adotado pela legislação pátria é o sistema aberto, no qual o Órgão Julgador pode levar em
consideração elementos essenciais, tais como as condições econômicas e sociais das
partes, a gravidade da lesão e sua repercussão e as circunstâncias fáticas . Assim, a
importância pecuniária deve ser capaz de produzir-lhe um estado tal de neutralização do

2
sofrimento impingido, de forma a "compensar a sensação de dor" experimentada e
representar uma satisfação, igualmente moral.

Não precisamos ir longe para compreendermos o potencial


financeiro da Promovida, quando essa é considerada uma das maiores instituições
financeiras do País.

(3) – P E D I D O S e R E Q U E R I M E N T O S

POSTO ISSO,
como últimos requerimentos desta Ação Indenizatória, a Autora requer que Vossa Excelência
se digne de tomar as seguintes providências:

a) Determinar a citação da Requerida, por carta, com AR , instando-a,


a apresentar defesa no prazo legal, sob pena de revelia e confissão;

b) pede-se, de outro lado, sejam julgados procedentes os pedidos


formulados nesta ação, condenando a Ré a pagar indenização por
danos morais, não menos da quantia de R$ 20.000,00(vinte mil reais) ,
ou sucessivamente, a ser estipulado por Vossa Excelência por
equidade;

2
c) que todos os valores acima pleiteados sejam corrigidos
monetariamente, conforme abaixo evidenciado:

Súmula 43 do STJ – Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a
partir da data do efetivo prejuízo.

Súmula 54 do STJ – Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em


caso de responsabilidade extracontratual.

d) seja a Ré condenada ao pagamento de honorários de 20%(vinte por


cento) sobre o valor da condenação , mormente levando-se em conta o
trabalho profissional desenvolvido pelo patrono da Autora, além do
pagamento de custas e despesas, tudo também devidamente corrigido.

Protesta prova o alegado por todos os meios admissíveis


em direito, assegurados pela Lei Fundamental (art. 5º, inciso LV, da C.Fed.), em especial
pelo depoimento do representante legal da Ré e, mais, das testemunhas a serem arroladas
oportunamente.

Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, 00 de março de 0000.

2
Beltrano de tal
Advogado – OAB(CE) 112233

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