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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA


DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE MECÂNICA - DAMEC

ALEXANDRE BATISTETTE DA SILVA


DANILO BIAZON JANES
SÉRGIO VITOR CAVALCANTI TREVISAN

MATERIAIS: CERÂMICOS, POLIMÉRICOS E COMPÓSITOS

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA

CORNÉLIO PROCÓPIO
2016
ALEXANDRE BATISTETTE DA SILVA
DANILO BIAZON JANES
SÉRGIO VITOR CAVALCANTI TREVISAN

MATERIAIS: CERÂMICOS, POLIMÉRICOS E COMPÓSITOS

Atividade prática supervisionada


apresentada a disciplina de Tecnologia dos
Materiais 1 do programa de Graduação em
Engenharia Mecânica da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR,
necessária para aprovação na matéria.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Elias da Silva
Junior.

CORNÉLIO PROCÓPIO
2016
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5
2 MATERIAIS CERÂMICOS ....................................................................................... 6
2.1 RELEVÂNCIA HISTÓRICA ................................................................................ 6
2.2 EXPLICAÇÃO ATÔMICA ................................................................................... 7
2.2.1 Estrutura Cristalina ...................................................................................... 9
2.2.1.1 Geometria de Coordenação .................................................................... 10
2.3 DIAGRAMA DE FASES ................................................................................... 10
2.4 PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS MATERIAIS CERÂMICOS...................... 11
2.5 DEFEITOS CERÂMICOS ................................................................................ 12
2.6 PROPRIEDADES MECÂNICAS DAS CERÂMICAS ........................................ 13
2.6.1 Fratura frágil .............................................................................................. 13
2.6.2 Deformação plástica .................................................................................. 15
2.7 CERÂMICAS À BASE DE SILICATOS ............................................................ 16
2.8 SÍLICA.............................................................................................................. 17
2.8.1 Silicatos ..................................................................................................... 18
2.8.2 Vidros à base de sílica ............................................................................... 20
2.9 ABRASIVOS .................................................................................................... 21
2.10 CIMENTOS .................................................................................................... 21
2.11 CERÂMICAS AVANÇADAS ........................................................................... 22
2.12 APLICAÇÕES DAS CERÂMICAS.................................................................. 22
2.12.1 Alumina .................................................................................................... 23
2.12.2 Desvantagens da cerâmica avançada ..................................................... 23
2.13 IMPACTOS AMBIENTAIS, RESÍDUOS ......................................................... 23
3 POLÍMEROS .......................................................................................................... 25
3.1 HISTÓRIA DOS POLIMEROS ......................................................................... 27
3.2 ESTRUTURA DOS POLIMEROS .................................................................... 29
3.2.1 Moléculas De Hidrocarbonetos .................................................................. 30
3.2.2 Moléculas Poliméricas ............................................................................... 31
3.2.3 Estrutura Molecular .................................................................................... 32
3.2.3.1 Polímeros lineares ............................................................................... 32
3.2.3.2 Polímeros ramificados ......................................................................... 33
3.2.3.3 Polímeros com ligações cruzadas ....................................................... 34
3.2.3.4 Polímero em rede ................................................................................ 35
3.2.4 Copolímeros .............................................................................................. 35
3.2.5 Cristalinidades dos Polímeros ................................................................... 37
3.2.6 Defeitos em Polímeros............................................................................... 38
3.3 CARACTERÍSTICAS, APLICAÇÕES E PROCESSAMENTO DOS
POLÍMEROS .......................................................................................................... 39
3.3.1 Fratura de Polímeros ................................................................................. 39
3.3.2 Características Mecânicas Diversas .......................................................... 41
3.3.3 Fenômenos da Cristalização, Fusão e Transcrição Vítrea em Polímeros . 42
3.3.3.2 Fusão................................................................................................... 42
3.3.3.3 A transição vítrea ................................................................................. 43
3.3.4 Tipos de Polímeros .................................................................................... 43
3.3.4.2 Elastômeros ......................................................................................... 44
3.3.4.3 Fibras................................................................................................... 47
3.3.4.4 Aplicações diversas ............................................................................. 48
3.3.5 Síntese e Processamento de Polímeros .................................................... 49
3.3.5.1 Polimerização ...................................................................................... 49
3.3.5.2 Aditivos para polímeros ....................................................................... 51
3.3.5.3 Técnicas de conformação para plásticos............................................. 51
3.3.5.4 Fabricação de elastômeros ................................................................. 53
3.3.5.5 Fabricação de fibras e filmes ............................................................... 53
3.4 DEGRADABILIDADE DE MATERIAIS POLIMÉRICOS ................................... 53
3.5 RECICLAGEM DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS........................................... 54
4 COMPÓSITOS ....................................................................................................... 55
4.1 COMPÓSITOS REFORÇADOS COM PARTÍCULAS ...................................... 56
4.1.1 Compósitos com partículas grandes .......................................................... 56
4.1.2 Compósitos reforçados por dispersão ....................................................... 58
4.2 COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS ............................................... 60
4.3 TIPOS DE MATERIAIS COMPÓSITOS ........................................................... 63
4.3.5 Compósito Estrutural ................................................................................. 67
4.3.6 Compósito com Partículas Grandes .......................................................... 68
4.3.7 Compósito Híbrido ..................................................................................... 68
4.3.8 Compósitos com Interfaces Inteligentes .................................................... 68
4.3.9 Compósito Laminar .................................................................................... 68
4.3.10 Compósito Reforçado com Fibra ............................................................. 69
4.4 FABRICAÇÃO .................................................................................................. 70
4.4.1 Moldagem a Vácuo .................................................................................... 71
4.4.2 Moldagem Sem Pressão ............................................................................ 72
4.4.3 Moldagem por Compressão a Frio............................................................. 73
4.4.4 Moldagem por Injeção ............................................................................... 74
4.4.5 Moldagem por Centrifugação ..................................................................... 74
4.4.6 Bobinamento Circunferencial ..................................................................... 75
4.5 APLICAÇÕES .................................................................................................. 76
4.5.2 Indústria da Construção Civil ..................................................................... 77
4.5.3 Transporte ................................................................................................. 78
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 80
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 81
5

1 INTRODUÇÃO

Na busca por novas ferramentas que se adeque ao seu trabalho, o ser


humano recorre aos elementos da natureza como fonte de inspiração, tentando
reproduzi-los em laboratório e melhorá-los de acordo com suas necessidades. Neste
ponto, chegamos ao objetivo de nosso trabalho, o qual é delimitado pela análise de
três essenciais tipos de materiais, classificados como cerâmicos, poliméricos e
compósitos.
Desde os primórdios, o homem procura constantemente melhorar as
ferramentas que utiliza para a realização de suas mais diversas atividades cotidianas.
Por exemplo, há o caso da pedra, uns dos poucos elementos disponíveis na época
dos primeiros seres humanos, o qual sofreu diversos tratamentos, primeiro sendo
lascada (Período Paleolítico), passando depois a receber polimento (Período
Neolítico), ganhando assim, maior poder de corte e, consequentemente, maior
eficiência em seu uso.
Houve a preocupação na definição de cada tipo de material, o que
caracteriza cada um deles, bem como o estudo detalhado da composição molecular
e diferenças estruturais, as quais acarretam nas múltiplas divisões dentro de cada
grupo de material.
Os materiais poliméricos são os tão chamados plásticos, os quais possuem
grandes cadeias atômicas de grande peso molecular. Os cerâmicos chegam a
produtos de suma importância na tecnologia de ponta, e os compósitos são a
combinação de diversos materiais com intuito de conseguir propriedades
inalcançáveis para qualquer outro tipo de material.
6

2 MATERIAIS CERÂMICOS

As Cerâmicas compreendem todos os materiais inorgânicos, não


metálicos, obtidos geralmente após tratamento térmico em temperaturas elevadas.
Cerâmica vem da palavra grega keramus que significa terra ou argila queimada.

2.1 RELEVÂNCIA HISTÓRICA

Quando saiu das cavernas e se tornou um agricultor, o homem encontrou


a necessidade de buscar abrigo, mas também notou que precisaria de vasilhas para
armazenar água, alimentos colhidos e sementes para a próxima safra. Tais vasilhas
deveriam se resistentes, impermeáveis e de fácil fabricação. Estas facilidades foram
encontradas na argila, deixando pistas sobre civilizações e culturas que existiram
milhares de anos antes da Era Cristã. Frequentemente foram encontradas em
escavações arqueológicas peças cerâmicas produzidas a cerca de 10 a 15 mil anos,
no período neolítico. No ano 4.000 a.C. os assírios já obtinham cerâmica vidrada. No
século VII os chineses fabricavam porcelana, e no século XVIII surgiu a louça branca,
na Inglaterra. A partir daí surgiram novos fornos e moldes, possibilitando a peças
medidas exatas, a modelagem a seco, porcelanas de alta resistência, etc. A argila
utilizada nas peças cerâmicas é um material formado de minerais, como silicatos de
alumínio, ferro e magnésio, com certa porcentagem de álcalis e de alcalinos terrosos.
Juntos a esses elementos encontram-se a sílica, a alumina, a mica, o calcário e
matéria orgânica os quais tem a propriedade de formarem com água, uma pasta que
pode ser moldada, secada e endurecida sob a ação do calor.
Essas misturas são resultantes da desagregação do feldspato. Encontram-
se uma variedade de argilas devido ao transporte e sedimentação dos fragmentos das
rochas:
- Caulinita: mais puras. Usada em porcelanas, refratária e cerâmica
sanitária;
- Montmorilonita: pouco usada. Muito absorvente, são misturadas às
caulinitas para corrigir a plasticidade;
7

- Micáceas: utilizada para fabricar tijolos.


No Brasil a cerâmica tem seus primórdios na ilha de Marajó. A cerâmica
marajoara aponta à avançada cultura indígena que floresceu na ilha. Estudos
arqueológicos, contudo, indicam a presença de uma cerâmica mais simples, que
indica ter sido criada na região amazônica por volta de cinco mil anos atrás.
A cerâmica marajoara era altamente elaborada e de uma especialização
artesanal que compreendia várias técnicas: raspagem, incisão, excisão e pintura. A
moldagem é antropomorfa, embora haja exemplares de cobras e lagartos em relevo.
Outros objetos de destaque são os bancos, as estatuetas, rodelas-de-fuso, tangas,
colheres, adornos auriculares e labiais, apitos e vasos miniatura. Mesmo
desconhecendo o torno e operando com instrumentos rudimentares, os indígenas
criaram uma cerâmica de valor, que dá a impressão de superação dos estágios
primitivos da idade da pedra e do bronze. Dessa maneira, a tradição ceramista não
chegou ao Brasil com os lusitanos ou na bagagem cultural dos escravos, como muitos
acreditavam. Os índios aborígenes firmaram a cultura do trabalho em barro quando
Cabral aportou no território. Os colonizadores portugueses, instalando as primeiras
olarias, não trouxeram nada de novo, mas estruturaram e concentraram a mão-de-
obra.
Os materiais cerâmicos também tem grande importância na arte brasileira,
no período barroco, Antônio Francisco Lisboa conhecido como aleijadinho foi um
grande escultor, entalhador e arquiteto do período colonial brasileiro, mostrando a
usualidade da cerâmica também no meio artístico.

2.2 EXPLICAÇÃO ATÔMICA

As cerâmicas são compostos formados entre elementos metálicos e não


metálicos, para os quais as ligações Inter atômicas ou são totalmente iônicas ou
predominantemente iônicas tendo, porém, alguma natureza covalente. Por isso,
seguem as características gerais dessas respectivas ligações, para um melhor
entendimento das propriedades cerâmicas.
Talvez a ligação iônica seja a mais fácil de ser descrita e de ser visualizada.
Ela é encontrada sempre nos compostos cuja composição envolve tanto elementos
8

metálicos como elementos não metálicos, ou seja, elementos localizados nas


extremidades horizontais da tabela periódica. Os átomos de um elemento metálico
perdem com facilidade os seus elétrons de valência para átomos não metálicos.
Nesse processo, todos os átomos adquirem configurações estáveis ou de gás inerte
e, além disso, uma carga elétrica; isto é, eles se tornam íons.
A ligação iônica é denominada não direcional, isto é, a magnitude da
ligação é igual em todas as direções ao redor de um íon. Como consequência disso,
para que os materiais iônicos sejam estáveis em um arranjo tridimensional, todos os
íons positivos devem possuir, como seus vizinhos mais próximos, íons negativamente
carregados e vice-versa. A ligação predominante nos materiais cerâmicos é a ligação
iônica.
Os materiais iônicos são caracteristicamente materiais duros e frágeis e,
além disso, isolantes elétricos e térmicos.
Os materiais com ligações covalentes caracterizam-se por ligações que se
formam mediante a troca dos elétrons de valência entre dois ou mais átomos. Assim,
por exemplo, um átomo de silício (que possui valência quatro) obtém oito elétrons em
sua camada externa de energia ao compartilhar seus elétrons com outros quatro
átomos circundantes de silício. Cada compartilhamento representa uma ligação
covalente; dessa forma, cada átomo de silício é ligado a quatro átomos vizinhos por
meio de quatro ligações covalentes. Para que as ligações tenham uma relação
direcional fixa entre si.
Forma-se uma relação direcional sempre que as ligações entre átomos, em
um material ligado de modo covalente, ocorreram com ângulos específicos, de acordo
com o material. No caso do silício, esse arranjo produz um tetraedro com ângulos de
109,5° entre as ligações covalentes.
As ligações covalentes são bastante fortes. Como resultado, os materiais
com esse tipo de ligações são muito resistentes e duros. Eles têm ainda pontos de
fusão bastante elevados, o que pode torna-los úteis em aplicações em temperaturas
elevadas. Em contra partida, a resistência a altas temperaturas cria desafios ao
processamento desses materiais. Além disso, os materiais ligados covalentemente
costumam ter ductilidade limitada, já que as ligações tendem a ser direcionais. A
condutividade elétrica de vários materiais com ligações covalentes (cerâmicas, por
exemplo) não é elevada, pois os elétrons de valência estão presos nas ligações entre
átomos, não estando prontamente disponíveis para condução. Em alguns desses
9

materiais, podemos obter níveis controlados de condutividade elétrica, mediante a


inserção deliberada de pequenas quantidades intermediária (são os materiais
semicondutores).
Até meados do século XX, os materiais cerâmicos mais importantes eram
denominados “cerâmicas tradicionais”, ou seja, aquelas para as quais a matéria-prima
primária é a argila; os produtos considerados cerâmicos de alta temperatura.
Recentemente, ocorreu um progresso significativo em relação à compreensão da
natureza fundamental desses materiais e dos fenômenos que ocorreram neles e que
são responsáveis por suas propriedades únicas. Consequentemente, uma nova
geração desses materiais foi desenvolvida e o termo “cerâmico” tomou um significado
muito mais amplo. Em um grau outro, esses novos materiais possuem um efeito
consideravelmente drástico sobre a nossa vida; as indústrias dependem do uso
desses materiais.
Uma vez que as cerâmicas são compostas por pelo menos dois elementos,
e frequentemente mais do que isso, as suas estruturas cristalinas são, em geral, mais
complexas do que aquelas para metais. A ligação atômica nesses materiais varia
desde puramente iônica até totalmente covalente; muitas cerâmicas exibem uma
combinação desses dois tipos de ligação, sendo o nível do caráter iônico dependente
das eletronegatividades dos átomos.

2.2.1 Estrutura cristalina

Para aqueles materiais cerâmicos para os quais a ligação atômica é


predominantemente iônica, as estruturas cristalinas podem ser consideradas como
compostos por íons eletricamente carregados, ao invés de átomos. Os íons metálicos,
ou cátions, são carregados positivamente, pois eles doaram os seus elétrons de
valência para íons não-metálicos, ou ânions, os quais são carregados negativamente.
Duas características dos íons que compõem os materiais cerâmicos cristalinos
influenciam a estrutura do cristal: a magnitude da carga elétrica em cada um dos íons
componentes, bem como os tamanhos relativos dos cátions e dos ânions. Em relação
à primeira característica, o cristal deve ser eletricamente neutro; ou seja, todas as
cargas positivas dos cátions devem ser contrabalançadas por um número igual de
10

cargas negativas dos ânions. A fórmula química de um composto indica a razão entre
os cátions e os ânions ou a composição que atinge esse equilíbrio de cargas. Por
exemplo, no fluoreto de cálcio, cada íon cálcio possui uma carga +2 (Ca 2+), enquanto
a cada íon flúor está associada uma única carga negativa (F-). Dessa forma, devem
existir duas vezes mais íons F- do que Ca2+, o que se reflete na fórmula química CaF2.

2.2.1.1 Geometria de coordenação

A ligação cátion-ânion, como vimos anteriormente formam estruturas


estáveis ou estruturas instáveis. Neste momento será abordada a relação entre o
número de coordenação de um átomo e os tamanhos dos raios dos átomos envolvidos
nesta ligação iônica. Ou seja, existe uma razão / crítica para o qual esse contato é
estabelecido e esta razão poderá ser determinada a partir de considerações
puramente geométricas.
Quanto maior for esta razão, há também maior número de ânions ligados
ao cátion, formando diferentes modelos de estruturas. As relações entre os raios são
obtidas de cálculos trigonométricos. É importante estar ciente de que primeiramente
é necessário obter o esboço de uma estrutura atômica, e a partir dele e das
ferramentas geométricas e algébricas obter a relação entre o raio do cátion e o raio
do ânion, e não o inverso.

2.3 DIAGRAMA DE FASES

São representações gráficas das fases que estão presentes em um sistema


de materiais a várias temperaturas, pressões e composições. A maioria dos
diagramas de fase foram construídos segundo condições de equilíbrio (condições de
resfriamento lento), sendo utilizados para entender e predizer muitos aspectos do
comportamento dos materiais. Os diagramas de fases mais comuns são os de
temperatura versus composição. O diagrama de fases fornece as seguintes
informações termodinâmicas sobre um sistema em equilíbrio:
11

1 - Fases presentes;
2 - Composição das fases;
3 - Proporção das fases.
Na figura 1, podemos observar o diagrama de fases de temperatura versus
composição do material cerâmico.

Figura 1 - Diagrama de Material Cerâmico.


Fonte::< http://www.qmc.ufsc.br/>.

2.4 PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS MATERIAIS CERÂMICOS

Propriedade térmica se entende por o comportamento de um material a


aplicação de calor. As mais importantes propriedades térmicas dos materiais
cerâmicos são: alta capacidade calorífica, baixo coeficiente de expansão térmica e
condutividade térmica.
Para cerâmicas não cristalinas e também aquelas contendo estruturas
cristalinas cúbicas, é isotrópico. De outro modo, ele é anisotrópico e, de fato, alguns
materiais cerâmicos, durante o aquecimento, contraem-se em algumas direções
cristalográficas enquanto se expandem em outras. Para vidros inorgânicos, o
12

coeficiente de expansão depende da composição. Sílica fundida tem uma


extremamente pequena expansão térmica. Isso é explicado por uma baixa densidade
de empacotamento atômico de maneira que expansão Inter atômicas produz
relativamente pequenas variações dimensionais macroscópicas. Impurezas na sílica
fundida aumenta o coeficiente de expansão térmica.
Materiais cerâmicos que são submetidos a variações de temperatura
devem ter coeficientes de expansão térmica que são relativamente baixos e, em
adição, isotrópicos. De outro modo, esses materiais frágeis podem experimentar
fratura como uma consequência de variações dimensionais não uniformes no que é
dominado choque térmico.
Uma importante aplicação, que leva em conta as propriedades térmicas das
cerâmicas, é o seu uso na indústria aeroespacial.

2.5 DEFEITOS CERÂMICOS

Os compostos cerâmicos também podem apresentar defeitos atômicos


envolvendo átomos hospedeiros. Como ocorre com os metais, são possíveis tanto
lacunas quanto interstícios.
A expressão estrutura de defeitos é usada com frequência para designar
os tipos de concentrações dos defeitos atômicos nos cerâmicos.
Defeito de Schottky: Defeito encontrado em materiais do tipo AX, consiste
em um par composto por uma lacuna catiônica e uma lacuna aniônica.
Se nenhum tipo de defeito estiver presente, o material será dito
estequiométrico.
A estequiometria pode ser definida como um estado para os compostos
iônicos onde existe a razão exata entre cátions e ânions, como prevista pela fórmula
química. O composto é dito não estequiométrico se existir desvio dessa razão exata.
Defeito de Frenkel: Os defeitos nas cerâmicas não ocorrem sozinhos. Esse
tipo de defeito envolve um par composto por uma lacuna catiônica e um cátion
intersticial. Para a melhor compreensão desses defeitos a figura 2demonstra como
seriam essas situações.
13

Figura 2 – Defeito de Schottky e Frenkel.


Fonte: <http://www.tecnologiadoglobo.com/>.

2.6 PROPRIEDADES MECÂNICAS DAS CERÂMICAS

As propriedades dos materiais cerâmicos são um tanto quanto limitadas em


comparação às dos metais, por exemplo, que são mais resistentes mecanicamente, e
têm maior absorção de energia.
Na temperatura ambiente, tanto as cerâmicas cristalinas quanto as
cerâmicas não cristalinas quase sempre fraturam antes de qualquer deformação
plástica ocorrente. Para um melhor entendimento serão trazidos alguns conceitos de
deformação.

2.6.1 Fratura frágil

A fratura frágil em materiais cerâmicos é a mais ocorrente, tendo em vista


que os materiais cerâmicos têm péssima resistência mecânica, ou seja, quando
aplicada alguma tensão sobre o material, esse não se deforma até o momento de sua
ruptura, ele se rompe de uma vez, a grosso modo pode-se dizer que não há
14

deformação plástica no material, isso devido a ligação atômica do material, já


detalhada em tópicos anteriores.
É passível de observação durante a aplicação de tensão sobre o material
cerâmico a presença de trincas, para a maioria dos materiais cristalinos frágeis, a
propagação da trinca corresponde a ruptura, a quebra de ligações atômicas
sucessivas, num processo denominado clivagem, essas trincas se espalham
rapidamente sobre o material levando-o assim ao estilhaçamento da peça.
No diagrama tensão (σ) deformação (ε) é possível visualizar a diferença
entre um material resistente, dúctil e um material frágil, a resiliência que é a
capacidade do material em acumular energia quando submetido a uma tensão sem
ruptura é dada pela área abaixo do limite de escoamento, como o material cerâmico
não acumula energia, não se deforma antes da ruptura sua resiliência é menor. A
figura 3 compara a resiliência de um metal e uma cerâmica.

Figura 3 – Comparação da resiliência.


Fonte:<http://www.engbrasil.eng.br>.

Outra característica de materiais frágeis é sua baixa tenacidade que pode


ser definida como uma quantidade de energia que um material pode absorver antes
de se fraturar, a tenacidade é graficamente representada como a área total do gráfico,
como os materiais cerâmicos se rompem quase que de uma só fez, sem deformação,
15

fica visível que não há absorção de energia, logo, sua área do gráfico, no diagrama
tensão(σ) deformação(ε) é menor do que a de um metal. dúctil por exemplo, então
sua tenacidade é menor, a figura 4 demonstra a área total de três diagramas, neles
fica evidente que a menor área é do material cerâmico.

Figura 4 – Tenacidade e área total do gráfico.


Fonte: <http://www.engbrasil.eng.br>.

2.6.2 Deformação plástica

A cerâmica é um material que geralmente é rompido antes de apresentar


deformação plástica. Entretanto elas podem ocorrer e possuem comportamentos
distintos para os tipos de cerâmicas. Se a cerâmica for cristalina a deformação ocorre
pelo movimento de discordâncias. Nos materiais cristalinos de ligações
predominantemente iônicas, os íons de mesma carga estão próximos uns dos outros,
ocorrendo entre eles uma repulsão eletrostática. Essa repulsão evita o
escorregamento, evitando que as discordâncias possam se mover. Nas cerâmicas
onde a ligação é predominantemente covalente, o escorregamento se torna difícil
16

porque há um número limitado de sistemas de escorregamento, mas principalmente


porque as ligações covalentes são muito fortes.
Para cerâmicas não cristalinas a deformação não ocorre pelo movimento
de discordâncias, mas por escoamento viscoso, tal como ocorre nos líquidos. A taxa
de deformação é proporcional à tensão aplicada, e os íons se deslizam uns sobre os
outros pela quebra e reconstrução de ligações interatômicas. Os vidros, por exemplo,
possuem alto valor para viscosidade, com fortes ligações interatômicas. A
deformação, desta maneira, somente se torna possível com o aumento da
temperatura que gera quebra de algumas ligações e permite o escoamento. Por este
motivo a parte do fundo do vidro é mais espessa que a parte superior, devido a este
escorregamento.
A deformação mais comum nos cerâmicos é a deformação por fluência.
Esta deformação ocorre mais facilmente em temperaturas elevadas e é produto na
maioria das vezes de ensaios de compressão, porque como já foi visto as cerâmicas
se rompem facilmente por forças de tração.

2.7 CERÂMICAS À BASE DE SILICATOS

Os silicatos são materiais compostos principalmente por silício e oxigênio,


os dois elementos mais abundantes na crosta terrestre; consequentemente, a maior
parte dos solos, rochas, argilas e areia se enquadra na classificação de silicatos. A
figura 5 mostra a localização do manto terrestre.
17

Figura 5 - Localização do manto


terrestre.
Fonte:<http://www.revistaedugeo.co
m.br>.

A figura 6 mostra a sua concentração de silício.

Figura 6 - Concentração de silício no manto terrestre.


Fonte: <http://oficina.cienciaviva.pt/>.

2.8 SÍLICA

Quimicamente, o silicato mais simples é o dióxido de silício (SiO2).


Estruturalmente, esse material consiste em uma rede tridimensional gerada quando
todos os átomos de oxigênio localizados nos vértices de cada tetraedro são
compartilhados por tetraedros adjacentes. Dessa forma, o material é eletricamente
neutro e todos os átomos possuem estruturas eletrônicas estáveis. Sob essas
18

circunstâncias, a razão entre o número de átomos de silício e o número de átomos de


oxigênio é de 1:2, como indicado pela fórmula química.
Se esses tetraedros forem arranjados de uma maneira regular e ordenada,
uma estrutura cristalina será formada. Existem três formas cristalinas polimórficas
principais para a sílica: quartzo, cristobalita e tridimita. Nas estruturas seus átomos
não estão densamente compactados uns aos outros. Por isso, o ponto de fusão é
elevado, comprovando assim o que foi afirmado anteriormente.

2.8.1 Silicatos

Os silicatos são materiais que têm em sua composição


predominantemente, átomos de silício (Si) e átomos de oxigênio (O). O silício é um
cátion que cede 4 elétrons, portanto encontramos geralmente estes átomos em
arranjos tetraédricos(Si). Onde cada átomo de silício está ligado a quatro átomos de
oxigênio. A ligação obtida tem caráter 50% iônico e 50% covalente, já que a
coordenação tetraédrica deste elemento satisfaz simultaneamente as exigências de
direcionalidade da ligação covalente e a razão de raios da ligação iônica. Cada átomo
de silício está posicionado no centro do tetraedro e está ligado a quatro átomos de
oxigênio, os quais estão localizados nos vértices dos tetraedros.
O silicato mais simples é o dióxido de silício, ou sílica (Si). Esta estrutura
ocorre quando uma rede tridimensional é gerada quando todos os átomos de oxigênio
ficam localizados nos vértices do tetraedro e se compartilham por tetraedros
adjacentes. As estruturas são abertas e os átomos não são densamente compactados
uns com os outros. Deste modo há sempre átomos de oxigênio livres para receberem
elétrons e, portanto dispostos a ocorrência de uma nova ligação.
Estas possíveis combinações podem gerar inúmeras estruturas de silicatos
diferentes que poderão ser combinadas em arranjos unidimensionais, bidimensionais
e tridimensionais.
Muitas vezes a Sílica pode formar vidros em combinação com alguns
óxidos (Ge). Esses óxidos não formam redes poliédricas. Na verdade, os seus cátions
são incorporados e modifica a rede original, desta forma esses óxidos aditivos são
denominados modificadores de rede. Outros óxidos diferentemente dos citados
19

anteriormente substituem o silício e se tornam uma parte da rede e a estabilizam, são


chamados de intermediários. A adição destes modificadores e intermediários reduz o
ponto de fusão e a viscosidade de um vidro, tornando possível a conformação do vidro
em temperaturas mais baixas.
Os silicatos podem se associar, formando redes mais complexas quando
compartilhados com outros tetraedros. Cátions também podem se ligar a tais
estruturas. Ocorrem também ligações de camadas e lâminas. Um exemplo muito
citado nos livros que se referem à disciplina de tecnologia de materiais está a argila
formada pelo mineral caulinita. Uma estrutura “em camada”, formada quando três
vértices, no mesmo plano, de um tetraedro de silicato se ligam aos vértices de outros
três tetraedros de silicato.
A sílica cristalina existe em várias formas polimórficas que correspondem a
diferentes maneiras das quais os tetraedros das sílicas se dispõem, são elas: o
quartzo, a tridimite e a cristobalite, sendo que cada uma delas apresenta duas ou três
modificações. A sílica é um componente importante de cerâmicos tradicionais e de
muitos tipos diferentes de vidros.
As rochas magmáticas são exemplos de silicatos, que após seus estados
de fusão se solidificam originando assim tais rochas, como na figura 7.

Figura 7 – Exemplos de silicatos; rochas magnéticas.


Fonte: <http://www.cientic.com>.
20

2.8.2 Vidros à base de sílica

Ao longo da história o vidro despertou graça e beleza e nos últimos anos


tem despertado grande interesse nos pesquisadores pelas propriedades que
esboçam, eventualmente aplicadas a alta tecnologia. Alguns vidros apresentam
propriedades de chaveamento elétrico (switching), que é um fenômeno apresentado
pelo material quando está sujeito a um intenso campo elétrico de tal forma que ao
atingir determinado valor a condutividade aumenta abruptamente por várias ordens
de grandeza e o material então passa de um estado de alta resistência para um estado
de condução. Isso fica evidente que os materiais vítreos são promissores, se
viabilizados para a utilização como elementos no desenvolvimento tecnológico. A linha
de pesquisa relacionada à síntese e caracterização de vidros óxidos envolve
diferentes pesquisadores do GVC (Grupo Vidro e Cerâmicas) de tal forma que
diferentes abordagens são dadas a esse vasto campo de pesquisa. Essa perspectiva
torna atraente a linha de pesquisa em vidros óxidos, permitindo a absorção de
pesquisadores junto ao GVC com diferentes formações e perfis. Os estudos nos
últimos anos têm sido centralizados na investigação de mecanismos de nucleação e
cristalização de vidros fosfatos. Também tem sido estudado os efeitos de dopantes
nas propriedades ópticas, elétricas e dielétricas desses materiais.
Material composto de matriz de vidro cerâmico nucleado internamente e
reforçado com fios; matriz de vidro cerâmico nucleado internamente e reforçado com
fibras, e material composto híbrido de matriz de vidro cerâmico nucleado e reforçada
com fibras e fios. A presente invenção se refere à produção de artigos da material
composto de matriz de vidro cerâmico nucleado internamente e reforçado com fios
e/ou fibras de sic, consistindo essencialmente em 0,5-60% em peso de fios de sic e/ou
15-70% em volume de fibras cerâmicas distribuídos de maneira substancialmente
uniforme em uma matriz de vidro cerâmico consistindo essencialmente, em
porcentagem em peso com base no óxido, em 16-20% de Cao, 38,5-46% de al2o3,
35-42% de sio2 e até 10% no total de pelo menos um agente de nucleação na
proporção indicada selecionado no grupo que consiste em 0,1-3% de cr2o3 0,25-3%
de hfo2' 2-5% de mao3' 0,25-3% de nb2o5, 0,25-3% de ta2o5, 0,25-3% de wo3 e 1-
10% de zro2,em que o al2o3 está presente em uma quantidade que é de pelo menos
21

5 moles por cento e até 50 moles por cento além daquela presente em anortita
triclínica estequiométrica e em que as fases cristalinas predominantes no vidro
cerâmico são anortita triclínica e mulita e/ou x -al2o3. Até 1,5% de as2o3 podem ser
vantajosamente incluídos na composição.
Diferentemente do que ocorria antigamente, onde o vidro era considerado
um material raro e de difícil produção, nos dias de hoje ele é considerado um elemento
básico e pode ser encontrado em qualquer vidraçaria de um município entre outros
estabelecimentos. Sua manufatura se dá em aquecer o material essencial para sua
fabricação (areia) em fornos de alta temperatura e a partir deste aquecimento, algo
em torno de 1600 C° -1800 C°, a mistura que o forma se torna sólida. Pronto desta
forma o vidro está pronto. É claro que existem diversas maneiras em que este
aquecimento pode ser feito, e há também inúmeros métodos desenvolvidos ao longo
dos séculos pelos produtores para melhorar, baratear e agilizar a produção deste
elemento essencial nos dias de hoje.

2.9 ABRASIVOS

Os materiais cerâmicos abrasivos são extremamente duros e resistentes o


desgaste, por isso são utilizados para desgastar, polir ou cortar outros materiais, que
obrigatoriamente são mais moles.
Sem dúvida alguma, o melhor abrasivo é o diamante natural ou artificial.
Entretanto possui um custo elevado, deste modo, as indústrias empregam
regularmente como abrasivos substitutos, o carbeto de silício, o carbeto de tungstênio
(WC), a areia de sílica ou o óxido de alumínio.

2.10 CIMENTOS

A principal característica dos cimentos é quando misturados a água formam


uma pasta pegajosa e endurece. Esse comportamento possibilita a moldagem de
22

estruturas sólidas que podem ser aglutinadas com o uso do cimento, muito comum na
construção civil.

2.11 CERÂMICAS AVANÇADAS

As novas tecnologias utilizam os materiais cerâmicos por suas


características elétricas, químicas, magnéticas e ópticas que são únicas e
indispensáveis na convecção de circuitos eletrônicos por exemplo, pois as cerâmicas
são isolantes elétricos e térmicos, também são utilizados em sistemas micro
eletromecânicos, estes sistemas podem ser considerados o avanço dos sistemas
microeletrônicos. Vão além destes últimos porque são minúsculos, mais sensíveis e
entram em sua composição um material cerâmico mais tenaz, de maior resistência
térmica (mais refratários) e mais inerte comparado ao silício. Uma Aplicação deste
micro sistema ocorre em sensores de airbags, que comparados aos antigos é mais
ágil, portanto mais eficiente.

2.12 APLICAÇÕES DAS CERÂMICAS

As cerâmicas são utilizadas em muitos componentes tecnológicos, como


refratários, velas de ignição, dielétricos de capacitores, sensores, abrasivos, meios
magnéticos de gravação etc. O ônibus espacial, por exemplo, emprega cerca de
25.000 pastilhas de cerâmica reutilizáveis, leves e muito porosas, que protegem a
estrutura contra o calor gerado durante a reentrada na atmosfera terrestre. Essas
pastilhas são feitas de fibras de sílica pura e coloidal, revestidas com um vidro
borossilicato. As cerâmicas são também usadas como revestimentos, assim, os
vidrados são revestimentos aplicados em componentes metálicos.
23

2.12.1 Alumina

A alumina (Al2O3) é utilizada como refratário (recipiente que pode


permanecer em contato com o fogo), de fornos de fusão de metais e em outras
aplicações com exposição a altas temperaturas, e onde uma alta resistência mecânica
também seja necessária. A alumina também é empregada como substrato de baixa
constante elétrica em circuitos eletrônicos de silício semicondutor. Uma aplicação
clássica da alumina é em isolantes nas velas de ignição. Algumas explicações
especiais dessa cerâmica também são encontradas em medicina e odontologia. A
alumina dopada com cromo é capaz de gerar radiação laser. Partículas finas de
alumina são utilizadas, ainda, como suportes de catalizadores.

2.12.2 Desvantagens da cerâmica avançada

A cerâmica avançada, para atingir as elevadas propriedades a qual destina,


é processada com matérias primas sintéticas e relativamente caras. Os equipamentos
de processo também são mais sofisticados e trabalham em condições mais críticas,
como altas temperaturas (pode-se chegar a temperaturas de processo de 1850 C ou
mais, como para alumina translúcida, nitreto de silício e SiC). Assim, existe um maior
custo envolvido para produção destes materiais, entretanto o valor agregado deles é
muito superior ao da cerâmica tradicional.

2.13 IMPACTOS AMBIENTAIS, RESÍDUOS

O que não pode ser nem reutilizado e nem reciclado, é despejado em lixos
urbanos, mais ou menos autorizados, ou mesmo dispersos no ambiente. Alguns
esmaltes utilizados no processo de fabricação da cerâmica contêm metais pesados
como chumbo e cádmio, e se a frita utilizada for à base de sódio, solubiliza-se em
presença de água e pode contaminar o solo.
24

O manuseio e processamento da argila e de outras matérias-primas da


indústria cerâmica levam à formação de pós, que podem ser dispersos no ambiente e
causar problemas respiratórios.
A geração de material particulado está associada ao transporte inadequado
da argila em caminhões sem lonas ou coberturas; à armazenagem da argila fora de
silos ou galpões; à preparação da massa cerâmica (principalmente na via seca) e nos
processos de moagem, peneiramento, atomização (na via úmida) e, na secagem.
Outras fontes de material particulado são a preparação do esmalte, em
suas fases de mistura, moagem e aplicação por spray, e as operações de decoração
queimam e acabamento das peças. Em casos de empresas que utilizam óleo ou lenha
nos fornos e/ou secadores há também a formação de particulados do processo de
combustão destes energéticos.
25

3 POLÍMEROS

A palavra polímero é de origem grega “polumeres”, cujo seu significado é


“ter muitas partes”. Para se nomear um polímero deve-se seguir as normas
internacionais propostas pela Iupac (International union of purê and applied
chemistry), ou seja, União internacional de química pura e aplicada), onde o prefixo
utilizado é “poli”, seguida da unidade da estrutura do polímero que o define.
Boa parte das pessoas conhece os polímeros como sendo plásticos, que
fazem parte do grupo dos polímeros sintéticos, mas existem também outros tipos de
polímeros os chamados polímeros naturais, que como exemplos temos as proteínas
e os amidos-ácidos que estamos constantemente ingerindo, pois estão na maioria dos
nossos alimentos.
Os polímeros possuem elevada massa molecular proveniente das reações
químicas de polimerização, definida como as unidades de monômeros que reagem
entre si formando estruturas maiores, denominada macromoléculas, e a quantidade
unitária de repetição das estruturas dentro das macromoléculas são denominada de
grau de polimerização. Assim os polímeros também possuem elementos iguais e o
mesmo tamanho relativo de seus monômeros, diferindo apenas na quantidade
absoluta, ou seja, nos polímeros possui um valor maior do que as da estrutura dos
monômeros, como na figura 8:

Figura 8 -Exemplo de estrutura de monômero e polímero.


Fonte: < http://www.esciencia.es/2011/07/ztv fabricamos-
flubber/>.
26

Na polimerização, fatores como pressão, temperatura e tempo influenciam


no rendimento, na velocidade das reações e nos seus mecanismos, um exemplo
comum são os polissacarídeos, representados na figura 9 com a estrutura molecular
da sacarose e na figura 10.

Figura 9 - Sacarose
Fonte: <http://crq4.org.br/?p=texto.php&c=quimicaviva_acucar>

Na figura 10 está representado a estrutura molecular do amido, outro


polissacarídeo.

Figura 10 – Amido.
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Amido>.
27

3.1 HISTÓRIA DOS POLIMEROS

Desde os tempos mais antigos populações já utilizavam no seu cotidiano


polímeros naturais, mas a origem dos estudos, das pesquisas e além de tudo, da
produção de polímeros, só teve seu início em meados do século XIX, quando um
modesto serralheiro chamado Hancock, de origem inglesa, descobriu o corte, a
laminação e a prensagem da borracha natural, e em 1815 patenteou a borracha
vulcanizada por meio do enxofre, descobrindo assim o papel importante do calor na
prensagem da borracha e logo construiu uma máquina para tal finalidade. Por volta
1839, o estadunidense Goodyear, descobriu acidentalmente a vulcanização, e em
1851 viria a descobrir a ebonite, que foi um dos fatores importantes para o
desenvolvimento dos plásticos.
Em 1870 a invenção do estadunidense J. W. Hyatt foi a primeira a se tornar
bem sucedida no comercio, ele inventou uma máquina que produzia celuloide, e para
montagem de tal máquina utilizou uma cânfora como plastificadora do nitrato de
celulose, que era a matéria prima para a produção de celuloide. Tal invenção originou-
se após sintetizar um substituto para a produção de bolas de bilhar no lugar do marfim.
O sucesso comercial da invenção Hyatt durou cerca de três décadas, mais devido ao
perigo do celuloide ser inflamável, fez com que os consumidores buscassem novos
materiais alternativos, levando a uma diminuição em suas vendas.
Por volta de 1865 é descoberto acetato de celulose e em 1924 são criadas
as primeiras fibras de acetato de celulose. Já em 1890 o Dr. Adolf Spitteler, de
Hamburgo, descobriu o primeiro plástico feita de caseína, que teve importante papel
na indústria de botões. Entre o período de 1907 a 1910, o norte americano Leo Hendrik
Baekeland sintetiza uma resina de fenol-formaldeído e assim produz o primeiro
plástico originalmente sintético de escala comercial denominado “baquelita”, cujo
exemplos de utilização podem ser vistos na figura 11, e que nos dia de hoje ainda é
empregado em caixas e ligações elétricas.
28

Figura 11 – Baquelita.
Fonte: <http://www.asticarca.com/7.html>.

Devido à escassez de matéria prima, químicos alemães desenvolveram em


1917, uma borracha de origem sintética por meio do dimetibutadieno, mas o produto
não possuía as mesmas características que uma borracha de origem natural, ou seja,
a borracha natural tinha propriedades muito superior ao da sintética, mas tal
desenvolvimento foi o início para o desenvolvimento da indústria de borracha sintética
produzida artificialmente.
Antes da década de 1920, um desenvolvimento significativo não tinha
condições de acontecer devido o a escassez de conhecimentos fundamentais das
estruturas dos materiais poliméricos.
Em 1924 são criadas as fibras de acetato de celulose. No ano de 1929 a
empresa Dunlop cria a primeira borracha de espuma. Na década de 1930 os primeiros
produtos são injetados com poliestireno e inicia uma produção comercial de
poliestireno. Já em 1948 o velcro é inventado por George de Mestral.
O alemão Hermann Staudinger, cuja fisionomia aparece na figura 12,
recebeu o prêmio Nobel de Química de 1953, pelos estudos e pesquisas feitas sobre
o estabelecimento da ciência de polímeros, e nessa época a ciência e a indústria de
polímeros já haviam sido implantadas firmemente devido as colaboração de vários
pesquisadores como Mark, Carothers, Flory e muitos outros.
29

Figura 12 – Hermann Staudinger.


Fonte
:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Hermann_Staudi
nger>.

De1960 em diante são inventados os plásticos de engenharia, materiais


com grandes desempenhos tendo assim, inúmeras aplicações, com o
desenvolvimento da engenharia, surgindo até então a engenharia de macromoléculas
e desenvolvendo inovações como os elastômeros termoplásticos, além de tanques de
combustível e sacos de supermercado feitos em polietileno de alta densidade, lentes
de contato flexíveis e as garrafas de polietileno tereftalato.
Assim a evolução do plástico tomou o rumo das pesquisas de matérias
plásticas feitas pelas grandes companhias, voltadas para as novas tecnologias de
transformação em diversas áreas como a indústria espacial, utilização do plástico que
jamais os percussores poderiam imaginar.

3.2 ESTRUTURA DOS POLIMEROS

A estrutura de um polímero está ligada diretamente com as suas


propriedades físicas e químicas e, em aplicações para métodos de fabricação de
novos materiais sintetizados.
30

3.2.1 Moléculas de hidrocarbonetos

Grande parte dos polímeros é de matéria orgânica, logo grande partes dos
materiais orgânicos são constituídas de hidrocarbonetos, ou seja, de átomos de
hidrogênio e carbono, sendo intramolecularmente ligadas covalentemente. Uma
ligação covalente simples ocorre quando cada um dos dois átomos contribui apenas
com um elétron, já nas ligações covalentes duplas e triplas acontece quando dois
pares de átomos de carbono contribuem com dois a três elétrons, observe os
exemplos abaixo das cadeias de ligações tripla na, figura 13, e dupla na, figura 14.

Figura 13 – Acetileno.
Fonte: Autoria própria.

Exemplo da cadeia de etileno na figura 14.

Figura 14 – Etileno.
Fonte: Autoria própria.

Moléculas que possuem ligações covalentes duplas e triplas são


denominadas insaturadas, pois, estão ligados ao número máximo de átomos uns com
os outros. E as moléculas com ligações covalentes simples são denominadas de
31

ligações saturadas, pois, cada átomo da estrutura molecular está ligado com o número
máximo possível de átomos, assim, nenhum átomo pode se unir sem a remoção de
outro átomo já ligado a estrutura molecular. Na tabela 1, está a estrutura e a
composição molecular de alguns compostos parafínicos.

Tabela 1 - Composições e estruturas moleculares para alguns compostos parafínicos


Nome Composição Estrutura Ponto de Ebulição ºC
Metano CH4 -164

Etano C2h6 -88,6

Propano C3H8 42,1

Fonte: CALLISTER (2007).

3.2.2 Moléculas poliméricas

As moléculas dos polímeros são bem maiores se comparadas com as


moléculas do hidrocarboneto, e são conhecidas como macromoléculas. A estrutura
dos átomos dentro das moléculas dos polímeros possui ligações covalentes, onde se
forma uma fileira enorme de ligações simples de átomos de carbono ligados entre si,
ou seja, cada átomo de carbono se liga a mais dois átomos de carbono, como
representado na figura 15.
32

Figura 15 - Carbonos ligados entre si.


Fonte: Autoria própria.

Essas longas moléculas possuem uma estrutura chamada de unidades


repetidas pelo fato da sua repetição sucessiva ao longo de toda a sua cadeia. O termo
monômero já citado anteriormente tem referência a uma pequena molécula no qual
um polímero inicia sua sintetização. Assim monômero e unidade repetida são termos
diferentes, mais algumas vezes unidade monomérica é usado no lugar do termo
unidade repetida.

3.2.3 Estrutura molecular

As características físicas de um material polimérico podem depender de


sua forma e do peso molecular, onde quando mais longa é a cadeia mais elevada é o
peso molecular, mais dependem também das diferenças na estrutura das cadeias
moleculares. Pelo grande avanço das sínteses de polímeros é possível ter o controle
de várias possibilidades estruturais.

3.2.3.1 Polímeros lineares

São denominados polímeros lineares as unidades que repetidamente estão


unidas entre si através de suas extremidades em uma cadeia única. Possuem grande
flexibilidade e um grande número de ligação de van der Waals e de hidrogênio. O
polietileno, o cloreto de polivinila, o poli (metil metacrilato), e os fluorcarbonos são
alguns exemplos de polímeros formados por estruturas lineares. Na figura 16, temos
um exemplo de estrutura linear.
33

Figura 16 – Estrutura Linear.


Fonte:<http://dc367.4shared.com/doc/YXdfFkvY/preview.html>.

3.2.3.2 Polímeros ramificados

Denomina-se polímeros ramificados, quando cadeias ramificadas


secundárias estão ligadas a cadeia principal, tais ramificações ligadas à cadeia
principal resultam de reações paralelas no mesmo momento em que está ocorrendo
à síntese do polímero. Uma redução da massa específica do polímero resulta devido
à redução da eficiência de compactação com a formação de ramificações laterais. Os
polímeros lineares também podem ter ramificações em sua estrutura, como por
exemplo, o polietileno de alta densidade, onde inicialmente ele é um polímero de
estrutura linear, logo podemos dizer que o polietileno de baixa densidade possui
ramificações de cadeias menores. A figura 17 traz uma exemplificação de uma
estrutura polimérica ramificada.
34

Figura 17 - Estrutura de polímeros


ramificados.
Fonte:<http://html.rincondelvago.com/00057
2187.png >.

3.2.3.3 Polímeros com ligações cruzadas

São chamados polímeros de ligações cruzadas as de estruturas lineares


que estão ligadas covalentemente com uma variedade de posições, como mostrado
na figura 18. As ligações cruzadas originam-se no momento da síntese dos polímeros
ou de uma reação química irreversível, e normalmente ocorrem em temperaturas
elevadas. Muitas vezes a formação ocorre acompanhada pela adição de átomos
covalentes ou de cadeias de moléculas. Materiais do tipo elásticos borrachudo
apresentam ligações cruzadas.

Figura 18 - Estrutura de um polímero de


ligações cruzadas
Fonte:<http://html.rincondelvago.com/polim
eros_9.html>.
35

3.2.3.4 Polímero em rede

Os monômeros multifuncionais que possui três ou mais ligações covalentes


ativas formam redes tridimensionais em vez de cadeias lineares, chamadas de
polímeros de rede, observado na figura 19. Esse tipo de polímero possui propriedades
mecânicas e térmicas específica e os polímeros epóxi, poliuretanas e o fenol
formaldeído pertencem a esse grupo.
Deve ser lembrado que um polímero não pertence a um único grupo, como
exemplo tem-se um polímero predominantemente linear onde esse polímero pode ter
uma ramificação limitada e de reticulação ou de ligação cruzada número dimensional.

Figura 19 – Estrutura de um polímero de


rede.
Fonte:<http://html.rincondelvago.com/polim
eros_9.html>.

3.2.4 Copolímeros

Pesquisadores químicos e cientistas de polímeros buscam sempre novos


materiais que tenham um custo mais baixo, com uma maior facilidade de sintetização
e na fabricação, assim, buscando continuamente aprimorar suas propriedades ou
melhorando suas combinações de propriedades para melhor se adequar as
necessidades que os homopolímeros não conseguem, e um desses materiais são os
copolímeros.
36

Os copolímeros são compostos por duas unidades diferentes, A e B, que


se repetem em toda a sua estrutura, com isso vários tipos de arranjos que se diferem
podem ser formados dependendo das frações de repetição de entre os dois tipos de
unidade e do processo de polimerização.
Denomina-se copolímero aleatório, figura 20, quando diferentes
monômeros ficam dispostos aleatoriamente dentro das cadeias poliméricas. Onde A
e B são diferentes.

Figura 20 - Exemplo de estrutura de copolímetro aleatório.


Fonte <http://html.rincondelvago.com/polimeros_9.html>.

Os copolímeros alternados possuem diferentes monômeros com uma


alternância definida e ordenada, visto na figura 21.

Figura 21 - Exemplo de estrutura de copolímeros


alternados.
Fonte:<http://html.rincondelvago.com/polimeros_9.html>.

São chamados de copolímeros em blocos quando cadeias que se diferem


estão dispostas em blocos longos de cada tipo de monômero, como na figura 22.
37

Figura 22 - Exemplo de estrutura de copolímero em blocos.


Fonte: <http://html.rincondelvago.com/polimeros_9.html>.

O último tipo de copolímero é o copolímero enxertado onde a cadeia


principal é formada por um determinado tipo de monômero e as cadeias secundárias
que se ligam a cadeia principal é formada por monômeros diferentes, representado
pela figura 23.

Figura 23 - Exemplo de estrutura de copolímero enxertado.


Fonte:< http://html.rincondelvago.com/polimeros_9.html >.

3.2.5 Cristalinidades dos polímeros

A cristalinidade pode existir em um polímero, mas como acontece em


metais e cerâmicos, onde há um envolvimento de moléculas e não apenas de átomos,
nos polímeros ocorre a mesma coisa. Denomina-se cristalinidade de polímeros como
o empacotamento de cadeias moleculares para formar um arranjo atômico ordenado.
As estruturas cristalinas são especificadas em termos de célula unitária e
frequentemente elas são sempre bem complexas, como por exemplo, a célula unitária
de um polietileno, observado na figura 24.
38

Figura 24 – Arranjo de cadeias moléculas em uma célula


unitária para o polietileno.
Fonte: CALLISTER (2007).

3.2.6 Defeitos em polímeros

Pelo fato das macromoléculas terem uma forma de cadeia e de natureza


do estado cristalino para polímeros, o conceito de defeitos pontuais de um material
polimérico é diferente da dos materiais metálicos e cerâmicos.
Defeitos pontuais, exemplificado na figura 25, que envolvem lacunas de
átomos e íons intersticiais são comuns em materiais metálicos mais podem ser
encontrados em materiais poliméricos. Outro defeito de um polímero são as
extremidades das cadeias que se diferem quimicamente das unidades normais da
cadeia. Há também as discordâncias espirais que também podem ocorrer em cristais
poliméricos e um último defeito que pode ser considerada é própria superfície de
camadas com cadeias dobradas, que são chamados de defeitos interfaciais.
39

Figura 25: Exemplo de efeito pontual


Fonte:<http://www.fem.unicamp.br/~sergi
o1>

3.3 CARACTERÍSTICAS, APLICAÇÕES E PROCESSAMENTO DOS POLÍMEROS

É muito importante um engenheiro conhecer as características, aplicações


e o processamento de um material polimérico, há uma variedade de aplicações que
envolvem desde materiais para construção até o processamento de microeletrônicos.
Devido à possibilidade dos polímeros se deformarem elasticamente e
plasticamente, é possível alterar e controlar o módulo de elasticidade e as suas
resistências. E quando incorporados aditivos aos materiais poliméricos pode ser
modificado a resistência, a resistência à abrasão, a tenacidade, a estabilidade térmica,
a rigidez, a capacidade de deterioração, a cor e a resistência.

3.3.1 Fratura de polímeros

Os materiais poliméricos possuem uma resistência a fratura menor que dos


materiais metálicos e cerâmicos. De modo geral os polímeros termo fixos são frágeis.
No processo de fratura, trincas se formam em torno do local onde a tensão se
concentra e como ocorre no metal no polímero à tensão é amplificada nas
extremidades das trincas, onde ela propaga até chegar à fratura do material
polimérico, assim, rompendo as ligações covalentes na estrutura.
40

Para um material polimérico termoplástico tem-se a possibilidade tanto de


ocorrer uma fratura frágil quanto uma fratura dúctil, além disso, grande parte desse
tipo de material possui a capacidade de apresentar uma transição dúctil-frágil.
Redução na temperatura, a presença de entalho afilado, uma espessura maior da
amostra do material e qualquer mudança na estrutura do polímero que aumente a
temperatura de transição vítrea pode causar ou favorecer a fratura frágil. Logo quando
a um aumento de temperatura o material se torna dúctil nas vizinhanças e,
apresentando um escoamento plástico antes de sua fratura.
Um fenômeno denominado fibrilação ocorre em materiais termoplásticos
antes de sua fratura. As fibrilas se formam entre os micro vazios que é formada devido
a uma deformação plástica muito localizada, e dependendo da carga aplicada no
material as fibrilas se alongam até se romperem, como representado na figura 26.
Além disso, micro vazios são diferentes de trincas. Regiões onde há um a tensão é
elevada que associa a riscos, defeitos e heterogeneidade moleculares são em geral
os locais que ocorrem a formação do fibrilamento que possui uma propagação
perpendicular a tensão de tração aplicada no material termoplástico.

Figura 26 - A representação a esquerda esquematiza um fibrilamento onde são mostradas as


fibrilas e os micro vazios e na representação a direita mostra fibrilamento seguida de trincas
Fonte: CALLISTER, 2007
41

3.3.2 Características mecânicas diversas

Umas das características mecânicas de um material polimérico é a


resistência ao impacto onde em alguns casos são relevante dependendo de suas
aplicações, os polímeros podem apresentar fratura frágil e fratura dúctil, onde podem
ser influenciadas pela temperatura, pelo tamanho da amostra, pela taxa de
deformação e pelo modo de aplicação da carga, e para avaliar a resistência ao
impacto são utilizados o ensaio Charpy ou o ensaio Izod. A baixa temperatura tanto o
polímeros amorfos quanto os semicristalinos são frágeis, tendo assim, baixa
resistência ao impacto. Duas características de impacto importante são a resistência
ao impacto à temperatura ambiente e que a temperatura de transição seja inferior à
da temperatura ambiente.
O mesmo que ocorre com os metais acontece com polímeros, ou seja, a
fadiga ocorre em níveis de tensão muito baixos em relação ao limite de escoamento.
No entanto, os ensaios de fadiga não são tão extensivas quanto aos ensaios que os
materiais metálicos são submetidos, mas mesmo assim, dados da fadiga dos dois
materiais são semelhantes e em geral as curvas de teste feitos em ambos possuem
uma mesma forma. Alguns polímeros possuem limite de resistência a fadiga e outros
não. E como esperado a resistência à fadiga e os limite de resistência à fadiga são
muito menores para os materiais poliméricos do que para os metais.
Outra característica de um polímero é a resistência ao rasgamento e a
dureza, que influencia em aplicações particular, onde a resistência ao rasgamento
pode ser muito importante para alguns plásticos, em específico ao usados como filmes
finos para embalar produtos. A resistência ao rasgamento é a energia que se
necessita para rasgar uma determinada amostra com geometria padrão. O aumento
da resistência a tração e está relacionada ao aumento da resistência ao rasgamento.
Já a dureza é representada como a resistência que o material possui ao risco, a
penetração e assim por diante. Entre polímero, metal e cerâmica, o polímero é o
material mais macio dos três citados e o ensaio de dureza realizado é o ensaio de
Rockwell, o mesmo em que é empregado para testar a dureza do metal e da cerâmica.
42

3.3.3 Fenômenos da cristalização, fusão e transcrição vítrea em polímeros

Importante em relação ao projeto e ao processamento de materiais


poliméricos.

3.3.3.1 Cristalização

Denomina-se a cristalização o processo no qual durante o resfriamento é


produzida uma fase sólida por meio de um liquido fundido que possui estrutura
molecular altamente aleatório. Possui grande importância, pois o entendimento da
cinética da cristalização dos polímeros influência nas propriedades mecânicas e
térmicas do material polimérico. Para se cristalizar um polímero fundido é necessário
que ocorra um processo de nucleação e de crescimento. Em um resfriamento de
polímero por meio da fusão formam-se núcleos que possuem regiões com estruturas
de moléculas desordenadas e tornando-se ordenadas e alinhadas formando camadas
de cadeias dobradas. No contrário, ou seja, em temperaturas acima da temperatura
de fusão, os núcleos se tornam instáveis pelas vibrações térmicas dos átomos, onde
os arranjos moleculares ordenados acabam-se rompendo. No fim do processo de
nucleação se inicia o estágio de crescimento dos cristais, onde elas permanecem com
mesma espessura, mas crescem lateralmente, e no caso das estruturas esferulíticas,
onde a o aumento do raio da esferulíta.

3.3.3.2 Fusão

A fusão de um material cristalizado polimérico é a mudança de um material


que possui um estado sólido alinhado e ordenado, para um liquido viscoso onde
estruturalmente é todo desordenado e aleatório. Essa transformação ocorre na
temperatura de fusão. A fusão ocorre em uma determinada faixa de temperatura e o
comportamento do processo depende da temperatura em que foi cristalizada. Um fator
43

que influência na diminuição da temperatura de fusão é as impurezas presentes na


amostra e o aumento da taxa de aquecimento eleva a temperatura de fusão.

3.3.3.3 A transição vítrea

A transição vítrea não ocorre em materiais cristalinos, ou seja, ocorre


apenas nos materiais poliméricos vítreos (ou amorfos) e nos materiais poliméricos
semicristalino, e essa transformação acontece devido à redução no movimento de
grandes segmentos de cadeias moleculares em função da diminuição da temperatura.
No processo de resfriamento a transição vítrea envolve a transformação de liquido em
um material borrachudo e que acaba se tornando em um sólido rígido. Logo, é
denominada temperatura de transição vítrea a temperatura em que o material que
possui as características de uma borracha se transforma em um material sólido e
rígido.

3.3.4 Tipos de polímeros

Podemos classificar os polímeros de acordo com sua aplicação final devido


à grande variedade de materiais polimérico que são muito comuns e possuem uma
grande variedade de funções. Assim, esses vários tipos de polímeros se dividem em
vários grupos e são eles os plásticos, os elastômeros (ou borrachas), as fibras, os
revestimentos, os adesivos, as espumas e os filmes.

3.3.4.1 Plásticos

Pode-se dizer que grande parte dos materiais poliméricos é classificada no


grupo dos plásticos, possui uma aplicação de uso geral e quando submetido a alguma
carga apresenta certa rigidez na estrutura. São exemplos de plásticos o polietileno, o
44

polipropileno, o cloreto polivinila, o poliestireno e os fluorcarbonetos, epóxis, fenólicos


e poliésteres, e eles podem combinar suas propriedades de várias maneiras. Sendo
assim, alguns dos materiais plásticos são rígidos e frágeis, já outros apresentam certa
flexibilidade que podem se deformar elasticamente e plasticamente quando
tensionada, e alguns materiais podem apresentar deformações elásticas antes de sua
fratura.
Os todos os materiais poliméricos classificados como sendo plástico pode
apresentar qualquer grau de cristalização e também pode possuir todas as estruturas
e configurações moleculares, seja ela linear, ramificada ou qualquer outra. Podemos
também subclassificar os materiais plásticos em termoplásticos e termofixos. No
entanto, para serem considerados materiais plásticos, os polímeros ramificados ou
lineares devem ser empregados com temperaturas menores do que da temperatura
de transição vítrea caso sejam materiais amorfos e empregados com temperaturas
menores do que a temperatura de fusão quando o material for semicristalino, se não,
deve-se possuir ligações para manter suas formas.
Os plásticos possuem propriedades excepcionais, por exemplo, para que
sejam aplicada a uma lente óptica os materiais mais apropriados são o poliestireno e
o poli (metil metacrilato), mais também é necessário que seja um material
extremamente amorfa ou se for um semicristalino deve-se possuir cristalitos muito
pequenos.

3.3.4.2 Elastômeros

As propriedades dos elastômeros dependem do grau de vulcanização e do


uso de algum reforço. Pelo fato da borracha natural possuir propriedades fascinantes
ainda hoje se utiliza em uma larga escala. Mas temos um elastômero sintético muito
importante e muito utilizado na fabricação de automóveis, é o SBR, ele também é
reforçado com negro de fumo. Outro elastômero sintético muito utilizado é o NBR que
por sua vez possui grande resistência à degradação e ao intumescimento.
Pelo fato das borrachas, mesmos as vulcanizadas, não serem tão eficientes
em termos de propriedades mecânicas como limite resistência a tração, da abrasão,
45

da resistência ao rasgamento e da rigidez, por meio do uso de aditivos tais como o


negro de fumo melhora tais propriedades mecânicas das borrachas.
Existe também uma borracha constituída por uma cadeia principal feita de
átomos alternados de silício e oxigênio denominado borracha de silicone. Elastômeros
de silicone possuem alta flexibilidade em baixas temperaturas de até 90 ºC negativo
(ou -130 ºF), e são estáveis a temperaturas altas, que podem ultrapassar os 250 ºC
(480 ºF). Ainda possuem resistência às intempéries e aos óleos lubrificantes, e uma
característica muito interessante é que ela se vulcaniza a temperatura ambiente. A
tabela 2 apresenta uma lista de características e aplicações para elastômeros.

Tabela 2 - Lista de características importantes e aplicações típicas para cinco elastômeros


comerciais (continua)
Tipo químico Nome Alongamen Faixa de Principais Aplicações típicas
Comercial to (%) temperatura características
(ºC) de aplicação
Poliisopreno Borracha 500-760 -60 a 120 Excelentes Pneus e tubos;
natural natural propriedades biqueiras e solas;
físicas, boa gaxetas
resistência ao
corte, ao
entalhe e à
abrasão; baixa
resistência ao
calor, ozônio e
óleos; boas
propriedades
elétricas
46

Tabela 2 - Lista de características importantes e aplicações típicas para cinco elastômeros


comerciais (continua)
Copolímero GRS. Buna 450-500 -60 a 120 Boas As mesmas que a
estireno- S (SBR) propriedades da borracha natural
butadieno físicas;
excelente
resistência à
abrasão; não
possui
resistência a
óleos, ozônio e
intempéries;
boas
propriedades
elétricas, porém
não são
excepcionais
Copolímero Buna A, 400-600 -50 a 150 Excelente Mangueiras para
acrilonitrila- Nitrila resistência a gasolina, produtos
butadieno (NBR) óleos vegetais, químicos e óleos;
animais e de vedações e O-
petróleo; rings; biqueiras e
propriedades sola
ruins a baixa
temperatura; as
propriedades
elétricas não
são
excepcionais
Cloropreno Neoprene 100-800 -50 a 105 Excelente Fios e cabos;
(CR) resistência ao revestimentos de
ozônio, calor e tanques para
intempéries; boa produtos químicos;
resistência a correias;
óleos; excelente mangueiras,
resistência a vedações e
chamas, não é gaxetas
bom em
aplicações
elétricas
47

Tabela 2 - Lista de características importantes e aplicações típicas para cinco elastômeros


comerciais (conclusão)
Polissiloxano Silicone 100-800 -115 a 315 Excelente Isolamento de
(VMQ) resistência a temperaturas altas
temperaturas e baixas; vedações,
altas e baixas; diafragmas; tubos
baixa para aplicações
resistência; medicinais e com
excelentes alimentos
propriedades
elétricas
Fonte: CALLISTER 7 ed. 2007. 400 p.

3.3.4.3 Fibras

Para a fabricação de fibras são usadas fibras de polímeros que ser


estirados em formas de filamentos muito compridas, onde a relação do comprimento
com o diâmetro pode chegar a até 100:1. As fibras são importantes na área da
indústria têxtil, na produção de panos e tecidos. Um tipo de fibra muito empregado
nos materiais compósitos são as aramidas. Devido as inúmeras deformações
mecânicas, estiramento, torção, cisalhamento e abrasão, têm-se a necessidade da
fibra possuir alta resistência à tração, à uma boa faixa de temperatura e um bom
módulo de elasticidade, além de possuir resistência a abrasão, e essas característica
é controladas por meio dos grupos químicos nas cadeias dos polímeros e pelo
processo de estiramento das fibras.
O peso molecular mais elevado melhora a resistência durante um processo
que envolve estiramento, e a presença de grupos polares na estrutura do polímero
deixa mais eficiente as propriedades de formação de fibras, por meio da cristalinidade
e também das forças intermoleculares da cadeia.
A conservação do polímero está relacionada as temperaturas de fusão e
as temperaturas de transição vítrea.
48

3.3.4.4 Aplicações diversas

Os revestimentos são utilizados para serem aplicadas nas superfícies de


objetos com várias funções como proteger o objeto em questão contra um ambiente
que pode apresentar reações corrosivas ou reações de deterioração, melhorar a
aparência do objeto em questão e proporcionar isolamento elétrico. As maiorias dos
revestimentos utilizados nos objetos são de polímeros de origem orgânica, e tais
revestimentos orgânicos podem ser classificados em tintas, vernizes, esmaltes, lacas
e gomas.
Um exemplo muito comum de revestimento é o látex, onde ele não possui
compostos orgânicos voláteis (VOC) que reage provocando danos contra a atmosfera,
assim grandes fabricantes estão continuamente reduzindo as emissões VOC par
cumprir as regulamentações ambientais.
O adesivo tem como aplicação unir a superfície de dois materiais sólidos,
e há dois tipos de mecanismos utilizados para unir superfícies, são eles mecânico e
químico. Na ligação mecânica há uma penetração do adesivo nos poros e fendas
superficiais, já na ligação química há um envolvimento das forças intermoleculares
entre o adesivo e o aderente, e essas forças podem ser de dois tipos, covalente e de
van der Waals.
Ainda tem-se o uso de adesivos naturais como a cola de animal, a caseína,
o amido e a rosina. Eles podem ser aplicados para unir uma variedade de materiais
como metálicos, cerâmicos, polímeros, compósitos, etc. E para se escolher o adesivo
mais adequado deve ser levado em consideração fatores como os materiais a serem
colados e suas propriedades, as propriedades adesivas que são exigidas, as
temperaturas de exposição máxima e mínima e saber as condições do processo.
Uma classe especial desse grupo são os adesivos sensíveis a pressão, e
são aplicados em adesivos como rótulos e selos postais, onde tais adesivos sensíveis
a pressão se aderi a qualquer superfície por contato físico e pressionando levemente
e esses adesivos são utilizados em polímeros como acrílicos, e os copolímeros
estirênicos em bloco.
Como forma de filmes finos os polímeros possuem uma ampla aplicação.
Para se produzir filmes são necessárias propriedades como baixa massa especifica,
alto grau de flexibilidade, elevados limites de resistência à tração, resistência ao
49

rasgamento, resistência ao ataque de umidade e por produtos químicos, e uma baixa


permeabilidade a alguns tipos de gases sendo como prioridade o vapor d’água, e os
polímeros utilizados para fabricar-se o filme são os polietileno, o polipropileno, o
celofane e o acetato de celulose.
Espumas são materiais que possuem um grau elevado de volume de
pequenos poros e bolhas de gás que estão presas. Seja o material termoplástico ou
termo fixos são usados como espumas e são muito utilizadas na fabricação de
almofadas em automóveis e mobílias assim também como embalagens e como
isolante de térmico. Devido à frequência de incorporação de um agente de insuflação
em uma batelada do material o material pode ser conduzido, e quando aquecido se
decompõem com liberação de um gás. Logo são geradas bolhas por toda a massa
fluída permanecendo sólida até o resfriamento, que dá origem a uma estrutura fundida
sob alta pressão, e depois quando é reduzida a pressão formam-se bolhas e poros
que permanece em seu estado sólido quando é resfriado.

3.3.5 Síntese e processamento de polímeros

Para obter grandes macromoléculas é necessário iniciar uma síntese de


moléculas menores, denominado processo de polimerização, e ainda podemos
melhorar as propriedades adicionando aditivos ao material. Já com uma peça acabada
ela deve partir para um processo de conformação.

3.3.5.1 Polimerização

É denominada polimerização o processo em que monômeros se ligam a


outros monômeros formando cadeias longas contendo unidades repetidas por toda a
estrutura gerando assim os polímeros. Podemos classificar a reações de
polimerização em dois grupos gerais, adição e condensação.
Na polimerização por adição envolve um processo em que unidades de
monômeros são unidas uma a uma até formar uma cadeia de macromolécula linear.
50

Esse tipo de polimerização possui três estágios iniciação, propagação e terminação.


Na iniciação um centro ativo capaz de propagar-se é formado através de uma reação
entre o catalisador e uma unidade monomérica, observado na figura 27.
Já na propagação há um crescimento da cadeia linear com a adição de
unidades sequenciais de monômeros a cadeia molecular que possui um crescimento
ativo.

Figura 27 – Esquema de propagação


pelo método de adição.
Fonte:<http://html.rincondelvago.com/
polimeros_9.html>.

E finalmente na terminação existem vários jeitos de se acabar. Duas


cadeias podem se propagar e se ligar e formar uma molécula ou elas podem reagir
entre si e formar as chamadas “cadeias mortas”, visto na figura 28.
É chamada de polimerização por condensação o processo de formação no
qual é feito por meio de reações intermoleculares, ocorrendo passo a passo, e podem-
se envolver vários tipos de monômeros. Normalmente existe um subproduto com peso
molecular baixo, como por exemplo, a água que é condensada. A reação
intermolecular ocorre sempre se forma uma unidade repetida.
51

Figura 28 – Esquema de formação de cadeias mortas.


Fonte: <http://html.rincondelvago.com/polimeros_9.html>.

3.3.5.2 Aditivos para polímeros

Envolve o processo de introdução de aditivos nos polímeros para modificar


e assim melhorar as propriedades. Alguns exemplos de aditivos típicos são as cargas
que melhora a resistência a tração e a compressão, a resistência a abrasão, a
tenacidade, as estabilidades dimensionais e térmicas, temos também os plastificantes
que melhora a flexibilidade, a tenacidade e a ductilidade dos polímeros, existem
também os estabilizantes que atua contra o processo de deterioração, outro tipo de
aditivo são os corantes que dão cor aos polímeros que podem ser adicionados em
forma de pigmento ou de matriz e por último temos os retardadores de chama que
possuem resistência à inflamação.

3.3.5.3 Técnicas de conformação para plásticos

A técnica mais comum para conformação dos materiais poliméricos


plásticos é a moldagem, e os tipos são moldagem por compressão e por transferência,
moldagem por injeção, extrusão, moldagem por sopro e a fundição.
Na modelagem por compressão a mistura dos polímeros com os aditivos
são colocados entre os elementos macho e fêmea do equipamento de moldagem. As
duas estruturas são aquecidas, mas apenas uma pode se mover. O molde é fechado
e aplica-se pressão e calor sobre plásticos para ele possuir a forma do molde. Pode-
52

se também antes que a moldagem seja feita, pressionar a frio a matéria prima já
misturada para formar um disco que se denomina pré-forma. Através de um pré-
aquecimento da pré-forma podemos reduzir o tempo e a pressão da moldagem,
aumentar o tempo de vida útil do material e produzir uma peça acabada mais uniforme.
Já na moldagem por transferência as matérias-primas são fundidas antes
de tudo, e de acordo com o preenchimento do equipamento de moldagem pela
matéria-prima fundida é aplicada a pressão de uma maneira uniforme sobre toda a
superfície do material fundido.
A moldagem por injeção é muito utilizada para a fabricação de materiais
termoplásticos. Para uma que uma quantidade correta de material seja colocada no
equipamento é necessário uma moega de carregamento que leva o material até o
interior de um cilindro, por meio do movimento que o embolo ou pistão faz. O material
é empurrado para frente até chegar ao interior de uma câmara de aquecimento, onde
o material pressionado sobre a parede aquecida, logo o material é fundido tornando-
se um líquido viscoso, com isso o material viscoso é impelido pelo movimento do
embolo por um bico injetor para o interior de uma cavidade, onde a pressão é mantida
até o material moldado se solidifique.
O chamado processo de extrusão visa na moldagem de um termoplástico
viscoso, que é pressionada por equipamento que possui uma extremidade aberta.
Uma rosca transporta o material já politizado por uma câmara, onde nela o material
sofre compactações, fundições e conformações sucessivas por um fluído viscoso.
Assim, a extrusão acontece de acordo com que o material é fundido e forçado por
meio de um orifício do equipamento, e logo o material se solidifica e com ajuda de
soprador de ar ou borrifador de água pode-se acelerar a solidificação. Essa técnica é
muito empregada na fabricação de barras, tubos e mangueiras.
Na moldagem por sopro, primeiramente um segmento de um tubo de
polímero é extrusado. Ainda quando o material polimérico extrusado está em seu
estado semifundido, ele é colocado no molde bipartido que possui a forma que se
deseja obter no final. A peça já acabada é oca devido ao sopro de ar sob pressão no
interior material, fazendo com que se conforme de acordo com o molde.
O material de origem plástico também pode ser fundido como os metais, e
tanto os termoplásticos quanto os termo fixos são capazes de fundir-se.
53

3.3.5.4 Fabricação de elastômeros

As técnicas para se fabricar peças de borracha são as mesmas técnicas da


dos materiais plásticos.

3.3.5.5 Fabricação de fibras e filmes

O processo utilizado para conformar fibras é a fiação, onde na maioria das


vezes as fibras são fiadas no seu estado fundido. Antes de tudo o material a ser fiado
deve ser aquecido até se tornar um líquido viscoso, depois de aquecidas ocorre
bombeamento que é feita por uma placa cheia de furas, que ao atravessarem a placa
se solidificam rapidamente com o auxílio de um soprador de ar, formando assim uma
única fibra.
Os filmes são formados por extrusão e sopro, ou por calandragem.

3.4 DEGRADABILIDADE DE MATERIAIS POLIMÉRICOS

A degradação de um polímero é uma mudança ou alteração irreversível das


características do material, devido às reações químicas e por agentes físicos e
químicos. Normalmente para um material polimérico se almeja uma grande
durabilidade, mais e outras e poucas situações como na medicina e na agricultura
pode se tornar um fator desejável.
A degradação pode ocorrer no próprio processamento do material, devido
a agentes térmicos e mecânicos, como durante sua vida útil, que é causado pela
fotodegradação e pela biodegradação.
Podemos dizer que os plásticos são materiais muitos resistentes a
degradação, onde que para alguns desses plásticos são necessários mais de uma
centena de anos para que o material se degrade por total. Com tudo houve um
desenvolvimento importante em busca de polímeros biodegradáveis, devido a grande
54

preocupação em preservar o meio ambiente, e tais polímeros podem ser obtidos


através de biopolímeros naturais, como por exemplo, a celulose e o amido.

3.5 RECICLAGEM DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS

A dificuldade é enorme para se reciclar um plástico, pois para se iniciar a


reciclagem é preciso antes de tudo separa o material por tipo de plástico, ou seja, não
é apenas colocar os plásticos dentro de um recipiente e fundi-los. Assim um dos
maiores obstáculos para se reciclar o plástico é a triagem.
Em um ciclo de produção, o material reciclado é incorporado juntamente
com a matéria-prima virgem, essa ação provoca mudanças nas propriedades dos
produtos, assim dependendo das propriedades do material que se quer obter ao final
da produção é incorporada uma maior ou menor porcentagem de produto reciclável.
O processo de reciclar consiste em lavar e triturar os materiais a reciclar e depois
adicioná-las à matéria-prima virgem, com a porcentagem correta para se obter o
produto desejado.
A reciclagem energética consiste em um processo onde não se é exigido a
separação de cada tipo de plástico, este processo visa a combustão desses materiais
plásticos para se aproveitar a energia produzida. E outro tipo de reciclagem onde não
há a necessidade de se separar os plásticos é a reciclagem química, que permite a
conversão dos resíduos plásticos em substancias químicas ou combustíveis para a
área da indústria.
55

4 COMPÓSITOS

Denomina-se de material compósito, ou simplesmente de compósito, um


material formado pela união de dois ou mais constituintes, sendo esses de diferentes
propriedades químicas e físicas
Os materiais que podem constituir um compósito podem ser divididos em
duas categorias principais: matriz e reforço.
O material que constitui a matriz, conhecida também como fase continua,
é o que confere estrutura ao compósito, preenchendo os espaços vazios que ficam
entre os outros constituintes, mantendo-os em suas posições relativas. Além disso,
proporcionam certa ductilidade ao compósito que transmite os esforços mecânicos
aos materiais de reforço.
Os materiais que constituem o reforço, conhecidos também como fase
dispersa, são descontínuos, envolvidos pela matriz, representado na figura 29, e são
os que realçam propriedades mecânicas, eletromagnéticas ou químicas do material
compósito. No geral, apresentam elevada resistência e rigidez.

Figura 29 – Compósito.
Fonte:<http://html.rincondelvago.com/polimeros_9.
html>.

Da junção desses diferentes materiais obtêm-se um efeito sinérgico, como


uma ação cooperativa entre os materiais em questão, em que os compósitos
apresentam propriedades mecânicas superiores à soma das propriedades individuais
dos constituintes.
Os compósitos existem há incontáveis milhares de anos, uma vez que a
madeira, que é constituída por fibras de celulose dispostas numa matriz de lenhina,
os ossos que são constituídos por proteínas de colágeno dispostas em uma matriz
56

mineral formada, essencialmente, por cálcio e os tecidos musculares, são exemplos


notáveis de compósitos naturais. Os primeiros compósitos produzidos pelo homem
foram tijolos à base de lama e colmo (um tipo de caule encontrado nas gramíneas
como: cana de açúcar, bambu, arroz) usados em construções primitivas.
Os compósitos foram criados sabendo que os materiais poliméricos,
cerâmicos ou metálicos não apresentam, isoladamente, desempenho estrutural
elevado em dois ou mais aspectos distintos, ou seja, não exibem simultaneamente
resistência mecânica e à corrosão, ou não apresentam rigidez e tenacidade à fratura
aliada à baixa massa especifica. Assim, os compósitos tornaram-se materiais
atrativos, uma vez que apresentam baixa densidade (são leves como os polímeros),
elevada resistência aos impactos e ao desgaste (assim como as ligas metálicas) e,
ainda, resistente a altas temperaturas e a vários tipos de corrosão (assim como os
materiais cerâmicos).
Deste modo, os compósitos podem ser projetados simultaneamente ao
componente estrutural de que se necessita para uma dada aplicação, dotando-o de
propriedades únicas, de forma a atender as necessidades exigidas em um projeto
específico.

4.1 COMPÓSITOS REFORÇADOS COM PARTÍCULAS

Pode-se dividir os compósitos reforçados com partículas para que seja


feito um estudo melhor dos casos.

4.1.1 Compósitos com partículas grandes

Os compósitos com partículas grandes são utilizados com todos os três


tipos de materiais (metais, polímeros e cerâmicas). Os cermetos são exemplos de
compósitos cerâmico-metal. O cermeto mais comum é o carbeto cimentado,
composto por partículas extremamente duras de um carbeto cerâmico refratário
57

dispersas em uma matriz de um metal. Esses compósitos são utilizados


extensivamente como ferramentas de corte para aços endurecidos. As partículas
duras de carbeto proporcionam a superfície de corte, mas por serem extremamente
frágeis não conseguem suportar sozinha, as tensões de corte. Sendo assim, a
tenacidade é aumentada pela sua inclusão em uma matriz metálica dúctil que isola as
partículas de carbeto umas das outras e previne a propagação de trincas de partícula
para partícula.
O termo “grande” é usado para indicar que as interações partícula-matriz
não podem ser tratadas em nível atômico ou molecular; em vez disso, a mecânica do
continuo deve ser empregada. Para a maioria desses compósitos, a fase particulada
é mais dura e mais rígida do que a matriz. Essas partículas de reforço tendem a
restringir o movimento da fase matriz da vizinhança de cada partícula. Com isso, a
matriz transfere parte da tensão aplicada às partículas, as quais suportam apenas
uma fração da carga. O grau de reforço ou de melhoria do comportamento mecânico
depende de uma ligação forte na interface matriz-partícula.
Concreto é um compósito comum com partículas grandes, onde as fases
matriz e dispersão são materiais cerâmicos. Uma vez que os termos: “concreto” e
“cimento” são algumas vezes incorretamente trocados, faremos uma distinção. Em
um sentido amplo, o termo concreto subentende um material com algum tipo de meio
de ligação, ou seja, um cimento. Os tipos de concreto mais conhecidos são aqueles
feitos com cimentos portland e asfáltico, onde o agregado é a brita e a areia. O
concreto asfáltico é amplamente utilizado, principalmente como um material de
pavimentação, enquanto o concreto de cimento portland é utilizado como um material
estrutural em construção. Porem, somente o concreto portland faz parte dos
compósitos com partículas grandes.
Os componentes para o concreto portland são o cimento portland, um
agregado fino (no caso, areia), um agregado grosseiro (no caso, brita) e água. As
partículas dos agregados atuam como uma carga para reduzir o custo global do
concreto produzido, uma vez que elas são baratas, enquanto o cimento é
relativamente caro. Para atingir a resistência e a operacionalidade ótimas de uma
mistura de concreto, os componentes devem ser adicionados nas proporções
corretas. Na figura 30, uma micrografia do cimento portland.
58

Figura 30 – Micrografia do cimento Portland.


Fonte: <www.scielo.com.br>.

O concreto de cimento portland é um importante material de construção,


principalmente porque ele pode ser vertido no local e porque endurece na temperatura
ambiente, até mesmo quando submerso em água. Contudo, como um material
estrutural, existem algumas desvantagens. Como a maioria dos cerâmicos, o concreto
de cimento portland é relativamente pouco resistente e extremamente frágil; o seu
limite de resistência à tração é de aproximadamente dez a quinze vezes menor do que
a sua resistência a compressão.

4.1.2 Compósitos reforçados por dispersão

Neste caso, os compósitos que têm sua resistência aumentada por


dispersão, às partículas são, em geral, muito menores, com diâmetros entre 0,01 e
0,1 µm (10 e 100 nm). As interações partícula-matriz que levam ao aumento da
resistência ocorrem no nível atômico ou molecular. O mecanismo do aumento da
resistência é semelhante ao endurecimento por precipitação. Enquanto a matriz
suporta a maior parte de uma carga aplicada, as pequenas partículas dispersas
impedem ou dificultam o movimento das discordâncias. Com isso, a deformação
plástica é restringida de modo tal que os limites de escoamento e de resistência à
tração, assim como a dureza, são melhorados.
59

A fase dispersa pode se metálica ou não-metálica; óxidos são usados com


frequência. Novamente, o mecanismo de aumento da resistência envolve interações
entre as partículas e as discordâncias na matriz, como ocorre com o endurecimento
por precipitação.
Na figura 31, observa-se a micrografia de um exemplo de compósito
reforçado por dispersão.

Figura 31 – compósito reforçado por dispersão.


Fonte: <www.scielo.com.br>.
60

4.2 COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS

São, tecnologicamente, os compósitos mais importantes, onde a fase


dispersa está na forma de uma fibra. Os compósitos reforçados com fibras têm como
objetivos aumentar a resistência e/ou rigidez em relação ao peso. Compósitos
reforçados com fibras com resistência e modulo específicos excepcionalmente
elevados têm sido fabricados empregando materiais de baixo peso especifico tanto
para a fibra quanto para a matriz.
As características mecânicas de um compósito reforçado com fibras não
dependem somente das propriedades da fibra, mas também do grau pelo qual uma
carga aplicada é transmitida para as fibras pela fase matriz.
Com base no seu diâmetro e na sua natureza, as fibras são agrupadas em
três classificações diferentes: whiskers, fibras e arames. Os whiskers são monocristais
muito finos que possuem razões de comprimento-diâmetro extremamente grande;
possuem um alto grau de perfeição cristalina e são virtualmente livre de defeitos, o
que lhes confere resistência excepcionalmente elevadas. Contudo, os whiskers não
são utilizados extensivamente como meio de reforço, pois são extremamente caros.
Alem disso, é dificilmente e frequentemente impraticável incorporar whiskers em uma
matriz. Os whiskers incluem grafite, carbeto de silício, nitreto de silício e oxido de
alumínio.
Os arames finos possuem diâmetros relativamente grandes; materiais
típicos incluem o aço, molibdênio e tungstênio. Os arames são utilizados como um
reforço radial de aço nos pneus de automóveis, nas carcaças de motores a jato
enroladas com filamento e em mangueiras de alta pressão enroladas com arame.
Os materiais classificados como fibras podem ser tanto policristalinos
quanto amorfos e têm pequenos diâmetros; os materiais fibrosos são geralmente
polímeros ou cerâmicas (como as aramidas polimétricas, vidros, carbono, boro e
carbeto de silício)
A fase matriz dos compósitos fibrosos pode ser um metal, um polímero ou
cerâmica. Em geral, os metais e os polímeros são usados como materiais de matrizes,
pois alguma ductilidade é desejável; para os compósitos com matriz cerâmica, o
componente de reforço é adicionado para melhorar a tenacidade à fratura.
61

A fase matriz tem várias funções nos compósitos reforçados com fibras.
Primeiramente, ela une as fibras umas às outras e atua como meio através do qual
uma tensão aplicada externamente é transmitida e distribuída para as fibras. A
segunda função é proteger as fibras individuais contra danos superficiais em
decorrência da abrasão mecânica ou de reações químicas com o ambiente. Tais
interações podem introduzir defeitos superficiais que são capazes de formar trincas,
as quais podem levar a falhas sob baixos níveis de tensão e tração. E por último, a
matriz separa as fibras e, em virtude de sua relativa baixa dureza e plasticidade,
previne a propagação de trincas frágeis de uma fibra para outra, o que poderia resultar
em uma fala catastrófica; ou seja, a fase matriz serve como uma barreira contra a
propagação de trincas.
É essencial que as forças de ligação adesivas entre a fibra e a matriz sejam
grandes, para minimizar o arrancamento das fibras. A resistência máxima do
compósito depende em grande parte da magnitude dessa ligação; uma ligação
adequada é essencial para maximizar a transmissão da tensão de uma matriz de baixa
resistência para as fibras mais resistente. Assim sendo, a resistência da ligação é uma
consideração importante na seleção de uma combinação matriz-fibra.
De uma maneira geral, o que se espera dos materiais reforçados com
fibras, é que eles possuam alta resistência, tenacidade e rigidez em relação ao seu
peso. Pode-se observar na figura 32 um compósito reforçado com fibra sobre tensão.

Figura 32 – Compósito reforçado com fibra sobre tensão


Fonte:CALLISTER, 2007.

Na figura 33, uma representação esquemática das orientações dos


compósitos de fibras reforçadas.
62

Figura 33 – Compósitos de fibras reforçadas


Fonte: CALLISTER, 2007

A figura 33, (a) representa o compósito reforçado com fibras continuas e


alinhadas, que traz uma boa melhora na resistência. A figura (b) representa fibras
curtas e descontinuas que não melhora a resistência. E a (c) orientada aleatoriamente.
O processamento dos compósitos reforçados com fibras é a pultrusão. Para
a produção de formatos de seção reta constante (barras tubos vigas), mechas ou
cabos de fibras são impregnados com uma resina termofixa, sendo então estirada
através de um molde de aço aquecido, passa na sequência em um molde de cura
aquecido que confere a peça uma forma final, matrizes usuais, poliésteres, ésteres
vinílicos, resinas epóxi, fibras usuais de vidro, carbono e aramida.
Na figura 34, uma linha de processamento de compósitos.
63

Figura 34 – Processamento dos compósitos.


Fonte:< www.scielo.com >.

Na figura 35, o produto resultante do processamento.

Figura 35 – Produto finalizado.


Fonte: < www.engenhariacivil.com >

4.3 TIPOS DE MATERIAIS COMPÓSITOS

Compósito é basicamente um material em cuja composição entram dois ou


mais tipos de materiais diferentes. Alguns exemplos são metais e polímeros, metais e
64

cerâmicas ou polímeros e cerâmicas. Os materiais que podem compor um material


compósito podem ser classificados em dois tipos: matriz e reforço. O material do tipo
matriz é o que confere estrutura ao material compósito, preenchendo os espaços
vazios que ficam entre os materiais reforços e mantendo-os em suas posições
relativas. Os materiais reforços são os que realçam propriedades mecânicas,
eletromagnéticas ou químicas do material compósito como um todo. Pode ainda surgir
uma sinergia entre material matriz e materiais reforços que resulte, no material
compósito final, em propriedades não existentes nos materiais originais.
Matriz - As matrizes têm como função principal, transferir as solicitações
mecânicas as fibras e protegê-las do ambiente externo. As matrizes podem ser
resinosas (poliéster, epóxi, etc), minerais (carbono) e metálicas (ligas de alumínio).
Fibras - A fibra é o elemento constituinte que confere ao material composto
suas características mecânicas: rigidez, resistência à ruptura. As fibras podem ser
curtas de alguns centímetros que são injetadas no momento da moldagem da peça,
ou longas e que são cortadas após a fabricação da peça. Os tipos mais comuns de
fibras são: de vidro, de aramida, carbono, boro, etc.
Um compósito é normalmente formado por uma matriz e um reforço. O
material da matriz irá transmitir os esforços mecânicos aos reforços (mantendo-os em
posição e contribuindo com certa ductilidade) enquanto eles irão suportar os esforços
no compósito (são materiais de alta rigidez e resistência no geral). Há basicamente
quatro tipos de materiais compósitos poliméricos.
Na figura 36, uma foto de uma fibra de carbono, como exemplificação de
materiais fibrosos.
65

Figura 36 - Fibra de Carbono.


Fonte: < www.engenhariacivil.com >.

4.3.1 Compósito carbono-carbono

Um compósito que é composto por fibras continuas de carbono embutidas


no interior de uma matriz de carbono. A matriz era originalmente uma resina polimérica
que foi subsequentemente pirolisada para formar carbono.

4.3.2 Compósito com matriz metálica

Material compósito que possui um metal ou uma liga metálica como fase
matriz. A fase dispersa pode ser composta por particulados, fibras ou uísqueres, os
quais normalmente mais rígidos, resistentes e/ou mais duros que a matriz.
Uma micrografia foi adicionada na figura 37, como observação do
compósito carbono-carbono.
66

Figura 37 - Compósito carbono-carbono.


Fonte: <www.scielo.com>.

4.3.3 Compósito com matriz cerâmica

Um compósito para o qual tanto a fase matriz como a fase dispersa é


composta por materiais cerâmicos. A fase dispersa é adicionada normalmente para
melhorar a tenacidade à fratura. Na figura 38 é possível observar um compósito com
matriz cerâmica usado na área da aviação.

Figura 38 - Compósito com Matriz Cerâmica


Fonte: <www.aviacao.org>
67

4.3.4 Compósito com matriz de polímero

Um material compósito para o qual a matriz consiste em uma resina


polimérica, e que possui fibras (normalmente de vidro, carbono ou aramidas). A figura
39 mostra um compósito com matriz de polímero.

Figura 39 - Compósito com Matriz de Polímero.


Fonte: <www.engenhariacivil.com>.

4.3.5 Compósito estrutural

A combinação de polímeros de alto desempenho com fibras cerâmicas ou


poliméricas de alto módulo elástico e resistência mecânica, permitiu a produção de
novos compósitos com um grupo de propriedades específicas (por unidade de peso)
superiores ao aço, alumínio e outros. Compósito cujas propriedades dependem do
projeto geométrico dos elementos estruturais. Compósitos laminares e painéis em
sanduíche são duas subclasses desses compósitos.
68

4.3.6 Compósito com partículas grandes

Um tipo de compósito reforçado com partículas, onde as interações


partícula-matriz não podem ser tratadas em um nível atômico; as partículas reforçam
a fase matriz.

4.3.7 Compósito híbrido

Um compósito reforçado com dois ou mais tipos diferentes de fibras (por


exemplo, vidro e carbono).

4.3.8 Compósitos com interfaces inteligentes

A interface em compósitos é responsável pela transmissão de tensões da


matriz para os agentes de reforço. Em processos de fratura, o descolamento do
polímero constituinte da matriz do compósito da superfície dos agentes de reforço é
um mecanismo que consome energia das trincas em propagação. No entanto, tal
mecanismo é irreversível e causa a degradação física do compósito. Vários tipos de
tratamentos interfaciais são capazes de alterar as propriedades interfaciais de
compósitos.

4.3.9 Compósito laminar

Uma série de folhas bidimensionais, cada uma possuindo uma direção


preferencial de resistência mais alta, prensadas uma sobre as outras segundo
diferentes orientações; a resistência no plano do laminado é altamente isotrópica,
como visto na figura 40.
69

Figura 40 - Compósito Laminar.


Fonte: < www.scielo.com.br >.

4.3.10 Compósito reforçado com fibra

Compósito em que a fase dispersa encontra-se na forma de uma fibra (isto


é, um filamento que possui uma grande razão entre o seu comprimento e o seu
diâmetro).
Na figura 41, uma imagem de fibras descontinuas orientadas de maneira
aleatória.
70

Figura 41 - Fibras Descontínuas Orientadas de Modo Aleatório.


Fonte: < www.scielo.com.br >.

4.4 FABRICAÇÃO

Muitas peças ou estruturas em material composto são geralmente


produzidas por uma composição de lâminas sucessivas, chamadas de estruturas
estratificadas. Os processos de fabricação são inúmeros e devem ser selecionadas
segundo requisitos como: dimensões, forma, qualidade, produtividade (capacidade de
produção), etc.
Na figura 42, um esquema da fabricação de um material compósito.
71

Figura 42 –Processo de fabricação de um material


composto.
Fonte: <www.fabricacaodecompositos.com>.

4.4.1 Moldagem a vácuo

Neste processo, visto na figura 43, as fibras podem ser colocadas


manualmente como na moldagem sem pressão, ou automaticamente por projeção
simultânea. Neste caso um contramolde e uma bomba a vácuo são utilizados para
permitir uma melhor compactação e evitar a formação de bolhas.
72

Figura 43 - Representação Esquemática Da Moldagem A


Vácuo
Fonte: <www.scielo.com.br>

4.4.2 Moldagem sem pressão

O molde é primeiramente revestido de um desmoldante e posteriormente


de uma resina colorida. A seguir as fibras são depositadas sobre o molde e em
seguida impregnadas com resina e compactadas com um rolo. O processo se segue
para as lâminas sucessivas. A polimerização (solidificação) ou cura da resina pode
ser feita com ou sem o molde, isto em função da geometria da peça. A cura da resina
pode ser feita em temperatura ambiente ou ser acelerada se colocada em uma estufa
a uma temperatura entre 80° C e 120° C. Após a cura da resina e a desmoldagem, a
peça é finalizada: retirada de rebarbas, pintura, etc.
Na figura 44, é possível observar a moldagem de maneira esquemática.
73

Figura 44 - Representação Da Moldagem Sem Pressão.


Fonte: <www.scielo.com.br>.

4.4.3 Moldagem por compressão a frio

Neste processo a resina é injetada sob pressão no espaço entre o molde e


o contramolde. A cura pode ser feita a temperatura ambiente ou em uma estufa. Há
casos onde o molde e o contramolde são aquecidos, sendo este processo chamado
de compressão a quente. Neste caso a cura da resina é feita no próprio molde. A
figura 45 traz o processo de moldagem citado acima.

Figura 4 – Processo de moldagem por compressão a frio


Fonte: <www.scielo.com.br>
74

4.4.4 Moldagem por injeção

O processo por injeção consiste em injetar as fibras impregnadas a partir


de um parafuso sem fim no molde aquecido, visto na figura 46.

Figura 46 - moldagem por Injeção


Fonte: <www.scielo.com.br>

4.4.5 Moldagem por Centrifugação

Pode ser observado pela figura 47. Este processo é utilizado na produção
de peças de revolução. Dentro do molde em movimento de rotação é injetado as fibras
cortadas juntamente com a rezina. A impregnação da resina nas fibras e a
compactação é feita pelo efeito de centrifugação. A cura da resina pode ser feita a
temperatura ambiente ou em uma estufa. Este processo é utilizado em casos onde
não se exige homogeneidade das propriedades mecânicas da peça.
Outros processos de fabricação de peças de revolução podem ser
empregados quando se exige homogeneidade das propriedades mecânicas da peça.
Nestes processos fibras são enroladas (bobinadas) sobre um mandril que dará a
forma final da peça. Este processo permite a fabricação industrial de tubos de diversos
diâmetros e grandes comprimentos de alta performance. Para atender a estas
necessidades de projeto, o bobinamento das fibras pode ser feito da seguinte maneira:
bobinamento circunferencial, bobinamento helicoidal e o bobinamento polar.
75

Figura 475 - Moldagem por Centrifugação


Fonte: <www.fabricacaodecompositos.com>

4.4.6 Bobinamento circunferencial

No bobinamento circunferencial, as fibras são depositadas em um mandril


rotativo, com um ângulo de deposição de 90° em relação ao eixo de rotação. Este tipo
de bobinamento resiste aos esforços circunferenciais.

4.4.7 Bobinamento polar

No bobinamento polar, o reforço é depositado no mandril de forma a


tangenciar as duas aberturas dos domos, traseiro e dianteiro. O ângulo de deposição
varia de αo, constante na região cilíndrica, até 90° nas duas aberturas dos domos. O
bobinamento polar resiste preferencialmente aos esforços longitudinais. A fabricação
de vasos de pressão bobinados consiste de dois tipos de bobinamento. Nos domos
traseiro e dianteiro, o bobinamento é do tipo polar [(±θ], enquanto que na região
cilíndrica, os bobinamentos circunferências e polar se intercalam [(90º/±θ].
76

4.4.8 Moldagem por projeção simultânea

Este processo consiste em projetar simultaneamente fibras cortadas


impregnadas em resina sobre o molde. A lâmina de fibras impregnadas é em seguida
compactada por um rolo e novas lâminas podem ser sucessivamente depositadas.
Um contramolde pode eventualmente ser utilizado para a obtenção de faces lisas e
para proporcionar uma melhor compactação entre as lâminas. A vantagem deste
processo com relação ao anterior é permitir uma produção em série das peças, no
entanto, as características mecânicas das peças são médias devido ao fato das fibras
serem cortadas.

4.5 APLICAÇÕES

A aplicação dos materiais compostos surgiu inicialmente na área


aeronáutica devido à necessidade de diminuição de peso, preservando a robustez dos
componentes estruturais. Atualmente uma grande variedade de peças em materiais
compostos podem ser encontradas nos aviões em substituição aos materiais
metálicos: fuselagem, spoilers, portas de trem de aterrissagem, portas internas, etc.
Em muitos destes componentes, sua concepção foge da definição dada inicialmente
para materiais compostos, pois nestes casos os componentes são fabricados
normalmente em placas de baixa densidade, contra placadas por placas finas de alta
resistência. Esta configuração normalmente é dita sanduíche. De uma forma mais
ampla, estas configurações são também consideradas “materiais compostos”, pois
combinam diferentes materiais.

4.5.1 Célula combustível

Os compósitos carbono/carbono além de suas aplicações no setor


aeroespacial têm encontrado aplicações em células combustível, visto na figura 48,
77

como eletrodos e outros componentes estruturais, devido à sua excelente resistência


à corrosão e boas propriedades térmicas e elétricas. A maioria das células
combustível modernas é baseada no uso de eletrólitos à base de ácido fosfórico como
eletrólito, operando a 204°C e gerando de 200 kW a 11 MW d energia elétrica. Estas
células individuais são ligadas em série formando módulos. A combinação de muitos
desses módulos são utilizados para formar um gerador de energia. Protótipos dessas
células com compósitos CRFC têm mostrado bons resultados, porém a viabilização
de seu uso depende, ainda, da redução do custo e do tempo de preparação do
compósito.
A aplicação dos compósitos CRFC em reatores de energia por fusão e
fissão também é promissora por apresentar como características: baixo número
atômico, baixa seção de choque com nêutrons, alta estabilidade térmica, não se
funde, excelente resistência ao choque térmico, tolerância a danos por nêutrons, baixo
coeficiente de expansão térmico, alta resistência mecânica, baixo módulo de Young,
resistência à erosão por jateamento de plasmas e baixa liberação de gases.

Figura 486 - Célula de Combustível.


Fonte: <www.fabricacaodecompositos.com>.

4.5.2 Indústria da construção civil

Durante muito tempo os compósitos poliméricos têm sido utilizados


basicamente para reparos e adequações de pontes e edificações danificadas. No
entanto, a deterioração da parte pavimentada das pontes (leito da ponte) é
78

considerado um sério problema de infraestrutura. Tal desafio tem levado à


investigação de materiais não-convencionais para solucionar esses problemas.
Avanços na manufatura de compósitos poliméricos reforçados com fibras, somado
aos valores de resistência e rigidez desses materiais nas condições de uso, simulados
em laboratório, levaram à produção, nos Estados Unidos da América no estado da
Virgínia, de módulos de leitos de pontes para reparos temporários ou permanentes.
Inicialmente, o custo desses leitos em material compósito é cerca de 60% maior que
o correspondente à produção de leitos em concreto. No entanto, a busca por uma
produção em escala industrial e o menor peso desses leitos, facilitando o seu
transporte e a sua colocação final, têm motivado a continuidade dos trabalhos de
substituição de materiais convencionais. Uma outra área da indústria da construção
civil que tem dedicado atenção especial aos compósitos poliméricos estruturais, na
tentativa de minimizar o peso das estruturas e diminuir os riscos de desabamentos,
mantendo as mesmas características mecânicas dos materiais convencionais, é a
construção de edificações em áreas sujeitas a abalos sísmicos.
A prática da trançagem de fibras (braiding) foi, por muito tempo, utilizada
para a obtenção de estruturas simples, de uso decorativo ou como cordas. Atualmente
este processo vem sendo utilizado na manufatura de componentes aeroespaciais e
mais recentemente na produção de hastes, estacas e tubos de menor peso aplicados
no setor da construção civil, como componente com exigências estruturais. O uso de
fibras estruturais como carbono, vidro, aramida tem viabilizado a obtenção de pré-
formas trançadas, com a combinação de fibras ou não, cilíndricas ou planas,
impregnadas com termorrígidos ou termoplásticos. Estas estruturas trançadas,
dependendo dos tipos de fibra e matriz polimérica utilizados têm apresentado, em
geral, preço competitivo, com interessantes valores de resistência e rigidez,
resistência à corrosão e menor peso.

4.5.3 Transporte

A tendência mundial mostra que a indústria automotiva a médio e longo


prazos será a maior usuária dos compósitos poliméricos. No entanto, esta lucrativa
oportunidade só se firmará quando os compósitos reforçados com fibras de vidro e
79

carbono apresentarem preço competitivo com o alumínio e o aço. A possibilidade de


aplicação dos compósitos neste setor é na manufatura de um sistema único de
estruturas como chassis e carrocerias, principalmente pelos processos de moldagem
e RTM, podendo ainda ser ampliado na manufatura do tanque de combustível, pelo
processo de bobinagem, entre outras. Hoje, esta indústria já faz uso de polímeros e
de compósitos com fibras picadas na fabricação de componentes sem exigência
estrutural primária.
80

5 CONCLUSÃO

Ao término do trabalho, podemos notar uma grande gama de parâmetros


que serve para classificar os diversos tipos de materiais poliméricos, cerâmicos e
compósitos existentes.
Ressaltamos a vital importância dos ensaios de tensão – deformação, os
quais são utilizados como critério de avaliação das propriedades mecânicas, já que a
partir destes somos capazes de distinguir a ductilidade, tenacidade, dureza, além de
outras características que decidem a escolha na utilização de dado material. As
estruturas internas são as que mais influenciam em características externas do
material e por isso a partir de seus arranjos pode-se entender o porquê de uma
propriedade ser propiciada de determinada forma.
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REFERÊNCIAS

BLASS, Arno. Processamento de polímeros. 2 ed. Florianópolis: Editora UFSC,


1998.

CALLISTER JUNIOR, Willian D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução.


7 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

CANEVAROLO JUNIOR, Sebastião V. Ciência dos polímeros: um texto básico para


tecnólogos e engenheiros. 2 ed. São Paulo: Artiber, 2002.

HAMEDAN. (8 de 1 de 2012). Ads of the word - iran banner. Fonte: SINA Silica
Powder: http://iran-banner.com/en-us/cat85/ads152685

LEVY NETO, Flamínio; PARDINI, Luiz C. Compósitos estruturais: ciência e


tecnologia. 1 ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2006.

MARCELO Cangemi, A. M. (22 de 11 de 2005). Química Nova Interativa - Sociedade


Brasileira de Química. Fonte: QNInt:
http://qnint.sbq.org.br/qni/visualizarTema.php?idTema=26

RODRIGUES, Luiz E. Analise de cargas e Estruturas - Disponível em: <


http://www.engbrasil.eng.br/index_arquivos/Page310.htm>. Acesso em 13 de abril de
2016.

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