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CAPÍTULO

INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DA


RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

1. CAPÍTULO INTRODUTÓRIO

0.1. Resistência Mecânica de um Material

Materiais distintos apresentam comportamentos distintos sob a atuação das ações


mecânicas. Estes comportamentos dependem das propriedades intrínsecas a cada material,
entre as quais pode-se citar a resistência mecânica.
Considere um corpo de prova cilíndrico constituído por certo material e submetido
a uma força de compressão centrada, que tem seu valor aumentado continuamente. Em certo
instante, é alcançada a máxima força suportada pelo material, e o corpo de prova começa a
se quebrar. Diz-se neste caso, que a resistência mecânica desse material foi atingida.

F
Obs.: é importante lembrar
que o comportamento do material
não depende apenas de sua
resistência mecânica, mas também
de sua deformabilidade.

F
Figura 1-1: Corpo-de-prova submetido à compressão simples.

0.2. Objeto de Estudo e Objetivo Geral da Resistência dos Materiais

Considere um corpo qualquer numa situação inicial de equilíbrio. Num segundo


instante, aplicam-se forças quaisquer ao corpo que, para atingir uma nova situação de
equilíbrio se movimenta e apresenta nova configuração.
Capítulo Introdutório 2

CORPO EM EQUILÍBRIO
NA SITUAÇÃO INICIAL
(I)
F1

q2
CORPO NA NOVA
CONFIGURAÇÃO DE
q1 EQUILÍBRIO
F2 (II)

Figura 1-2: Corpo qualquer submetido a carregamento qualquer.

- Corpo rígido e corpo deformável


Se na situação (II) as posições relativas entre os vários pontos do corpo
coincidirem com aquelas da situação (I), diz-se que o corpo é rígido. Caso contrário, o corpo
é dito deformável. O nosso estudo será relacionado aos corpos deformáveis.

- Forças externas e esforços internos


As forças aplicadas ao corpo na situação (II) são classificadas como forças externas
e podem ser interpretadas como a ação de outros corpos. Os esforços internos podem ser
entendidos como as forças que mantêm unidos os pontos materiais que formam o corpo em
estudo. Cabe a Resistência dos Materiais avaliar os esforços internos que surgem nos corpos,
e suas correspondentes deformações.

- Corpo internamente em equilíbrio


O estudo se limitará ao campo da estática, na qual os corpos estão em equilíbrio
estático. Com base nisso, pode-se dizer que as resultantes de todas as forças externas, assim

como dos momentos dessa forças, são nulas: ∑F i = FR = 0 e ∑M i = MR =0

0.3. Hipóteses adotadas no estudo da Resistência dos Materiais

- Continuidade do Material
Os sólidos são considerados como meios contínuos. Essa continuidade implica na
desconsideração de defeitos iniciais ou vazios internos do material, de modo que cada um de
seus volumes elementares é totalmente preenchido por uma quantidade elementar de massa.

- Homogeneidade do Material
Capítulo Introdutório 3

O Material que constitui o sólido apresenta as mesmas características ou


propriedades em toda e qualquer porção desse sólido. Esta condição não permite, por
exemplo, que haja variações de massa específica no sólido.

- Isotropia do Material
O comportamento ou resposta do material, frente às ações impostas, é o mesmo
para qualquer direção que essa ação seja aplicada. Em outras palavras, se for aplicada uma
mesma ação em diferentes direções, o comportamento do material será o mesmo.

- Princípio da nulidade das forças intermoleculares


A escala macroscópica, na qual normalmente são observados os materiais e se
realizam os estudos e aplicações em engenharia, justifica a desconsideração da estrutura
molecular da matéria e, em razão disso, também não são consideradas as forças internas da
natureza intermolecular que existem no meio em seu estado natural.

- Princípio da superposição dos efeitos


O estudo da Resistência dos Materiais se limita ao campo do comportamento
elástico e linear, no qual o princípio da superposição de efeitos é válido. De acordo com este
princípio, a ação simultânea de várias forças num determinado corpo pode ser avaliada
considerando-se a superposição dos efeitos isolados de cada uma dessas forças.

F1 F3 Fi F1 Fi
...
F2 F2

Figura 1-3: Superposição de efeitos.


- Princípio de Saint-Venant
Considere-se uma barra prismática com seção transversal de área A, invariável ao
longo do seu comprimento L, e com uma extremidade vinculada e oura livre. Nessa
configuração aplica-se, na extremidade livre, uma força externa F de tração axial, conforme
ilustrado na Figura 1-4.
(a) Barra submetida à força axial
(b) Perturbações Localizadas
(c) Aproximação adotada para as deformações

É fato comprovado experimentalmente a ocorrência de distorções nas seções


próximas das extremidades da barra, onde se dá a aplicação da força concentrada e se realiza
a vinculação externa. O Princípio de Saint-Venant afirma que perturbações provocadas por
forças concentradas, ou restrições vinculares, são de natureza localizada e não se propagam
para o interior do meio. Dessa forma, desconsideram-se as perturbações de contorno, e
Capítulo Introdutório 4

adota-se a simplificação de distribuição uniforme da força concentrada em todas as seções da


barra.

L L

F
F F
(a) (b) (c)
Figura 1-4: Perturbações locais e Princípio de Saint-Venant.

0.4. Principais peças estudadas em Resistência dos Materiais

0.4.1. Definição de peça e estrutura.

Pode-se dizer, simplificadamente, que uma estrutura qualquer tem como finalidade
suportar, de modo eficiente e seguro, solicitações que lhe são impostas pelas ações atuantes,
e as transferir para o solo no qual se apóiam. Sob um ponto de vista mais amplo, pode-se
considerar como estrutura um grupo de componentes, agindo simultaneamente, para resistir
às mencionadas ações.

Dessa forma, uma peça ou elemento estrutural corresponde à parte mais simples de
uma estrutura, enquanto que o conjunto formado por essas partes corresponde à estrutura
propriamente dita. Considere-se, por exemplo, a Figura 1-5.

VIGA 1

q VIGA 2
PILAR 1

PILAR 2

Figura 1-5: Estrutura sob ação de força horizontal.


Capítulo Introdutório 5

As vigas 1 e 2 e os pilares 1e 2 correspondem aos elementos componentes da


estrutura, denominada pórtico, para resistir à ação horizontal imposta, que pode ser, por
exemplo, o vento.

0.4.2. Classificação das peças estruturais e acordo com sua geometria e função
estrutural.

Segundo a geometria, os elementos estruturais podem ser classificados do seguinte


modo:
- Elementos Unidimensionais: possuem uma dimensão muito maior que as demais,
sendo também conhecidos como “barras”;
- Elementos de Superfície: possuem duas dimensões preponderantes frente à
terceira, sendo também classificados como placa, chapa e casca;

l l
h
b
b
a (b)
(a)
Figura 1-6: (a) Elemento linear e (b) Elemento de superfície.

- Elementos Tridimensionais: não há preponderância de alguma dimensão

h
l

b
Figura 1-7: Elemento tridimensional.

Segundo a função estrutural, a classificação é:


- Vigas: elementos unidimensionais com preponderância das solicitações de flexão.
Capítulo Introdutório 6

F
M

(a)

(b)
Figura 1-8: (a) Viga e (b) Pilar.

- Pilares: elementos unidimensionais de eixo reto, usualmente dispostos na vertical,


nos quais a força normal de compressão é preponderante.

- Placas: elementos de superfície plana sujeitos, principalmente, a ações


perpendiculares a seu plano médio. Também são comumente denominadas lajes.
- Chapas: elementos de superfície plana sujeitos, principalmente, a ações contidas
em seu plano médio. As vigas-parede e as paredes de um edifício de alvenaria estrutural são
bons exemplos de chapas

F q
Plano q
Médio

Plano
(a) Médio

(b)
Figura 1-9: (a) Elemento em placa e (b) Elemento em chapa.

- Cascas: Elementos de superfícies não planas, isto é, aqueles com plano médio
curvo. As cúpulas são exemplos de cascas.
Capítulo Introdutório 7

Plano
Médio

Figura 1-10: Elemento em casca.

0.5. Tipos de Ações e Solicitações nos elementos estruturais

As ações impostas às estruturas, e consequentemente aos elementos estruturais,


apresentam características variadas. Da mesma forma, o comportamento experimentado pela
estrutura pode ser dependente do tipo e da natureza da ação imposta.
Essas ações podem ser classificadas de diversas formas, entre as quais se podem
considerar a seguinte:
- Ações estáticas e dinâmicas
As ações estáticas correspondem às forças que atuam sem causar vibrações ou
acelerações no elemento estrutural. Ao contrário, as ações dinâmicas causam vibrações e
acelerações, modificando a quantidade de movimento.
- Ações ou forças concentradas e distribuídas
As forças concentradas ocorrem em pequenas regiões do elemento estrutural, de
modo que podem ser consideradas como ações pontuais ou concentradas. No caso das forças
distribuídas a região na qual ocorrem não são consideradas pequenas, e sua distribuição nos
elementos estruturais pode ocorrer de forma linear, superficial ou volumétrica, conforme
ilustrado pela Figura 1-11.

F q

Figura 1-11: Viga sob ação de carregamento vertical.

- Ações ou cargas permanentes e acidentais


Relacionam-se à freqüência com que ocorrem no sentido de que cargas
permanentes atuam permanente e invariavelmente na estrutura e cargas acidentais são
situações momentâneas e variáveis de carregamento. O peso próprio é um bom exemplo de
cargas permanentes e o vento um de cargas acidentais.

- Ações ou cargas fixas e móveis.


Capítulo Introdutório 8

Como o próprio nome indica, as cargas fixas atuam numa única posição da
estrutura, enquanto que as móveis atuam em várias posições, isto é, se movimentam sobre a
estrutura. O tráfego de veículos sobre uma ponte é um exemplo clássico de carga móvel.

- Solicitações axiais, ao corte, à flexão e à torção.


A solicitação axial é imposta por ações que atuam longitudinalmente ao eixo do
elemento estrutural, enquanto que ações atuantes transversalmente a tal eixo, impõem a
solicitação ao corte. No caso da flexão, sua ocorrência se deve a ações que originam
momentos em torno de eixos transversais ao eixo longitudinal do elemento estrutural,
enquanto que, no caso da torção esses momentos ocorrem segundo o próprio eixo
longitudinal.
Barras de treliça → elementos estruturais solicitados axialmente.

F1 F2 F3

Ligação

Figura 1-12: Estrutura em treliça.

Parafusos de uma ligação → solicitados ao corte.

N1
N3
N2

Figura 1-13: Detalhe de uma ligação.

0.6. Natureza dos esforços internos provocados pelas ações

Os esforços internos são as forças que surgem internamente nos elementos


estruturais como resultado da atuação das forças externas ou ações. Esses esforços podem ser
classificados do seguinte modo:

- Força ou Esforço Normal


Corresponde ao esforço interno que ocorre segundo a direção do eixo longitudinal
do elemento, tendo como resultado seu alongamento ou encurtamento.
Capítulo Introdutório 9

N N
Eixo longitudinal
Figura 1-14: Barra submetida da barranormal.
a força

- Força ou Esforço Cortante


Esse tipo de esforço interno ocorre segundo a direção do eixo ortogonal ao
longitudinal do elemento, apresentando uma tendência de corte ou cisalhamento, tal como
nos parafusos de uma ligação de treliça.

N2
N1 v
N3 v

Eixo longitudinal
do parafuso

Figura 1-15: Parafuso submetido a força cortante.

- Momento Fletor
É um tipo de esforço interno que origina rotação da seção transversal do elemento.
Da mesma forma que a força cortante pode ser associada a um eixo ortogonal, o momento
está associado ao eixo longitudinal do elemento.

F
M M

Trecho da viga Trecho com seções


rotacionadas

Figura 1-16: Elemento submetido ao momento fletor.

- Momento de Torção
Também é um esforço que causa rotação das seções, sendo que tais rotações
ocorrem em torno do eixo longitudinal do elemento.

Mt Mt
F
Trecho da barra com
rotação à torção
x

Figura 1-17: Elemento submetido ao momento de torção.


Capítulo Introdutório 10

0.7. Ligações, Apoios e reações

0.7.1. Definição de Ligação

Uma ligação pode ser entendida como um mecanismo que possibilita a transmissão
de esforços entre duas ou mais partes de uma mesma estrutura.

0.7.2. Classificação das Ligações

As ligações podem ser classificadas como ligações internas e externas.


As ligações internas permitem a transmissão de esforços no interior da estrutura e
podem ser de dois tipos: nó completo e rótula. Aos nós completos associa-se a possibilidade
de transmissão de todos os tipos de esforços internos, isto é, forças normal e cortante, bem
como momentos fletores e de torção. No caso da rótula é liberado o vínculo associado à
rotação, de modo que só é possível a transmissão de forças normal e cortante.

F3 F1 F3 F1

completo F2 Rótula F2

1
2

Rotações iguais
Rotações indempendentes

Figura 1-18: Exemplos de nós de ligação.

No caso das ligações externas a transmissão de esforços se dá com os


apoios/vínculos da estrutura. Tais ligações diferenciam-se pelas distintas vinculações
ocasionadas pelas condições do correspondente apoio. Podem-se citar os seguintes tipos:
- Apoio de 1º gênero: cria vinculação/restrição em relação a um único tipo de
deslocamento;
- Apoio de 2º gênero: há duas restrições dos deslocamentos;
- Apoio do 3º gênero: ocorrem três restrições.

F1 F2 q F3 F4
R6
R7
R5
R3 R6
3º Gênero
R4 R2 R1 2º Gênero
2º Gênero 1º Gênero
Figura 1-19: Exemplos de vinculações.

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