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THIAGO PESTANA PINTO

Silicone líquido industrial para transformar o corpo: prevalência e


fatores associados à sua utilização entre travestis e mulheres
transexuais residentes no estado de São Paulo

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-


Graduação da Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo para obtenção do
Título de Mestre em Saúde Coletiva.

SÃO PAULO

2016
THIAGO PESTANA PINTO

Silicone líquido industrial para transformar o corpo: prevalência e


fatores associados à sua utilização entre travestis e mulheres
transexuais residentes no estado de São Paulo

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-


Graduação da Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo para obtenção do
Título de Mestre em Saúde Coletiva.

Área de Concentração: Condições de


Vida e Situação de Saúde

Orientador: Maria Amélia de Sousa


Mascena Veras

SÃO PAULO

2016
FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca Central da


Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Pinto, Thiago Pestana


Silicone líquido industrial para transformar o corpo: prevalência e
fatores associados à sua utilização entre travestis e mulheres
transexuais residentes no estado de São Paulo. / Thiago Pestana
Pinto. São Paulo, 2016.
Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva.
Área de Concentração: Condições de Vida e Situação de Saúde
Orientadora: Maria Amélia de Sousa Mascena Veras

1. Travestismo 2. Pessoas transgênero 3. Procedimentos de


readequação sexual 4. Silicones

BC-FCMSCSP/38-16
DEDICATÓRIA

À Márcia Regina Giovanetti (in memoriam) pelo exemplo de competência, humildade e


humanidade. Sou muito grato por ter convivido e aprendido contigo.
“...temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a
ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma
igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou
reproduza as desigualdades”. (Boaventura de Sousa Santos)
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais que sempre me apoiaram e continuam a contribuir para minha essência
enquanto ser humano. Obrigado pelo amor e exemplo.

À minha esposa Lidia, pelo imenso apoio, carinho, amor e por ser fundamental na superação
de mais um desafio.

À minha orientadora Profa. Maria Amélia de Sousa Mascena Veras por todo apoio, paciência
e por ter proporcionado esse enriquecimento tão grande na minha formação. Agradeço
também por ter me apresentado e presentado com a possibilidade de trabalhar com esse
universo de forma tão humana.

À Profa. Karina Braga Ribeiro pela paciência e auxílios durante essa jornada.

Aos companheiros do mestrado, especialmente Adriana, Adna, Rosângela e Diego pelo


convívio e aprendizagem durante esse período.

Às pessoas do Projeto Muriel por ser parte fundamental dessa trajetória e enriquecer todo
esse processo.

Aos professores e funcionários da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São


Paulo
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11
1.1 O processo transexualizador no Brasil .................................................................. 16
1.2 A utilização do silicone líquido industrial nas transformações corporais .......... 19
2.OBJETIVOS .................................................................................................................... 22
2.1. Objetivo geral .......................................................................................................... 22
2.2. Objetivos específicos ............................................................................................... 22
3.MÉTODOS ....................................................................................................................... 23
3.1. Desenho do estudo ................................................................................................... 23
3.2. População do estudo e amostra .............................................................................. 24
3.3. Critérios de inclusão ............................................................................................... 25
3.4. Variáveis de estudo ................................................................................................. 25
3.5. Análise estatística .................................................................................................... 26
3.6. Questões éticas ......................................................................................................... 26
4. RESULTADOS ............................................................................................................... 27
Artigo ............................................................................................................................... 27
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 50
6.REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 51
7.ANEXOS .......................................................................................................................... 57
7.1. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa ................................................................ 57
7.2. Termo de consentimento livre e esclarecido .......................................................... 59
7.3. Comprovante de submissão do artigo ..................................................................... 62
7.4. Normas de publicação da revista ............................................................................. 63
7.5. Questionário do Projeto Muriel ............................................................................... 71
RESUMO ..................................................................................................................... 93
ABSTRACT ................................................................................................................... 94
1. INTRODUÇÃO

Pessoas travestis e transexuais são submetidas a altos níveis de estigma, sofrendo um


contínuo processo de discriminação, exclusão e marginalização social em decorrência da sua
identidade de gênero, o que resulta em desfechos desfavoráveis de saúde como elevadas taxas
de violência, assassinatos, infecção por HIV, depressão e ideação suicida1-6.

Apesar dessa acentuada situação de vulnerabilidade, em quase todos os países,


incluindo o Brasil, são escassos os dados relacionados à situação de saúde, o processo
discriminatório e sobre o impacto desse sobre os vários aspectos da saúde dessa população6.

Por expressar um gênero que não está em consonância com o sexo que lhe foi atribuído
ao nascimento, travestis e mulheres transexuais exemplificam as diversas “possibilidades de
experiências e práticas de gênero”7.

Como coloca Bento8 “a humanidade só existe em gêneros, e o gênero só é reconhecível,


só ganha vida e adquire inteligibilidade, segundo as normas de gênero, em corpos-homens
e corpos-mulheres. Ou seja, a reivindicação última dos/das transexuais é o reconhecimento
social de sua condição humana”.

São definidas como “mulheres transexuais” pessoas que se definem e se sentem como
pertencentes ao gênero feminino e cujo sexo atribuído ao nascer é masculino. Já o termo
“homens transexuais” é utilizado para designar pessoas que se definem e se sentem como
pertencentes ao gênero masculino, sendo o sexo ao nascer feminino8.

As travestis encontram-se nas fronteiras do gênero, pois transitam no universo


feminino mesmo tendo lhe sido atribuído o gênero masculino ao nascimento. Dessa forma,
essa identidade de gênero é reivindicada, sem requerer, no entanto, uma posição de mulher9.

Contudo é necessário destacar que as categorias identitárias, além de serem permeadas


por processos históricos e políticos na sua construção e definição, são fluidas e não dão conta
da subjetividade e da diversidade de expressão de gênero presentes nas transexualidades e
travestilidades10.

11
O discurso médico hegemônico, com uma perspectiva de patologização da identidade
de gênero trans, estabelece parâmetros para distinguir categoricamente travestis de mulheres
transexuais. No entanto, estudos tem demonstrado que as pessoas transexuais ou travestis
podem transitar por estas categorias identitárias, de acordo com o contexto social7,11.

Segundo Arán12, o fenômeno da transexualidade fundamenta-se principalmente em


dois diferentes dispositivos, “O primeiro diz respeito ao avanço da biomedicina na segunda
metade do século passado principalmente no que se refere ao aprimoramento das técnicas
cirúrgicas e ao progresso da terapia hormonal que faz do desejo de "adequação" sexual uma
possibilidade concreta. O segundo concerne à forte influência da sexologia na construção
da noção de "identidade de gênero" como sendo uma "construção sociocultural",
independente do sexo natural ou biológico. ”

Buscando uma “adequação” corporal à identidade de gênero, muitas travestis, homens


e mulheres transexuais realizam transformações corporais. Todavia, vale ressaltar que os
desejos de modificações corporais variam entre as diversas pessoas. Por exemplo, o desejo
de realizar a cirurgia de transgenitalização não se encontra presente em todas as pessoas
transexuais, não sendo também utilizada como marco para uma pessoa identificar-se como
transexual. Por exemplo, a utilização de hormônios muitas vezes é “...suficiente para lhes
garantir um sentido de identidade, não havendo reivindicação, portanto, das cirurgias de
transgenitalização”8.

Através de um acesso adequado aos serviços de saúde, a população de travestis e


mulheres transexuais poderiam usufruir de forma segura de diversos recursos nas
modificações corporais ao longo do percurso de transição, proporcionando a feminilização
do corpo, a exemplo de cirurgias plásticas, terapia hormonal e bioplastia de forma mais
segura.

Contudo, barreiras no acesso podem configurar-se de múltiplas formas. Por exemplo,


a falta de legislação que reconheça a identidade de gênero é uma delas. Há uma grande
variação no arcabouço legal que os diversos países utilizam para regular as questões relativas
à vida de mulheres e homens transexuais na sua interação com as instituições sociais. Como
exemplo, no Chile o projeto de lei que pretende assegurar mudança de nome e sexo no
12
registro civil está em tramitação desde 2013, sendo necessário recorrer a tribunais para se
provar a identidade de gênero através de extensa documentação acerca de tratamentos
hormonais e procedimentos cirúrgicos realizados13. De modo similar, na Austrália e Nova
Zelândia, para alteração do nome tem-se muitas vezes uma exigência prévia de modificações
corporais, sendo necessária a comprovação de cirurgia de transgenitalização para que ocorra
a mudança do sexo em certidões de nascimento14.

Embora sejam frequentes requisitos para o reconhecimento legal da identidade de


gênero, os processos de transição não estão amplamente disponíveis em países já citados
como Chile, Austrália e Nova Zelândia, assim como em outros países a exemplo do Canada
e China. Os serviços de referência costumam ser escassos, com distribuição heterogênea ou
nem sempre são ofertados pelo sistema público de forma abrangente13-16.

Ilustrativamente, no caso australiano, poucos procedimentos têm financiamento


integral pelo governo, havendo relatos de cirurgias justificadas pela presença de condições
subjacentes, como endometriose para indicação de histerectomias no caso de homens
transexuais14. Ademais, essas mesmas cirurgias quando indicadas por diagnósticos não
relacionados às questões de gêneros passam por normas bem mais flexíveis17.

Nesse contexto, a discussão de aspectos vinculados aos protocolos de transexualização


adotados e suas implicações para o acesso a serviços de saúde tem especial importância.
Equivale a dizer que o modo como profissionais de saúde percebem a identidade de gênero
e aplicam critérios para orientação diagnóstica e terapêutica pode igualmente representar
barreiras de acesso. Assim, países como Canadá e Espanha, apesar de terem vivenciado
importantes reformas legais, e contarem com propostas inclusivas que garantem assistência
pública à saúde de pessoas transexuais, persistem com longos e complexos percursos para
que essas pessoas acessem esses procedimentos em seu processo de transição15,18,19.

Na França, é requerido um acompanhamento psiquiátrico por um período mínimo de 2


anos, sendo necessário um laudo psiquiátrico liberando a pessoa para o início do tratamento
hormonal e realização de procedimentos cirúrgicos, podendo ou não incluir a cirurgia de
transgenitalização. Só após percorrer todo esse processo, pessoas transexuais poderão
recorrer aos tribunais para mudança do registro civil20.
13
A morosidade, as exigências, a oferta de serviços públicos que não contemplam as
demandas individuais de modificação corporal ou custos elevados de serviços privados
levam à busca por intervenções mais acessíveis nessas diferentes perspectivas. Em
decorrência, multiplicam-se os riscos de se submeter a profissionais e clínicas não
habilitados14-16.

Por exemplo, muitas pessoas utilizam hormônios sem prescrição médica e vivem de
acordo com sua identidade de gênero antes de acessar os serviços de saúde. Para essas, tais
exigências podem significar, além de atraso nas modificações corporais desejadas, grande
tensão associada ao medo de não ter preenchidos critérios para acessar ou permanecer no
programa, estando sujeitas a classificações externas, sob risco de não conseguir indicação
cirúrgica ou medicamentosa que pretende acessar nos serviços de saúde14,19,21.

Outros obstáculos enfrentados pelas pessoas transexuais na sua busca por


transformações corporais devem ser apontados, dentre outros: profissionais de saúde
qualificados presentes em números insuficientes e carência de informações sobre cuidados
de saúde relacionados à saúde trans-específica, experiências de discriminação praticadas em
instituições de saúde e a falta de políticas públicas capazes de reduzir as barreiras de acesso13-
16,19,22
.

No Brasil, pesquisas demonstram a existência de obstáculos enfrentados pela


população de travestis e transexuais no acesso à saúde, evidenciando um despreparo dos
serviços para o acolhimento das necessidades desse grupo populacional, assim como no
diálogo e estabelecimento de vínculo23,24. Tal situação pode ser identificada em um estudo
etnográfico realizado entre 2003 e 2007 na cidade de São Paulo com travestis que se
prostituem, no qual uma agente de prevenção também travesti enfatiza a dificuldade dos
serviços de saúde em acessarem essa população, especialmente as travestis mais jovens 25.

Ressaltamos que em muitas ocasiões a violência social a que são constantemente


submetidas essas pessoas também se reitera nos serviços de saúde, tornando muitas vezes a
recusa em procurar esses locais como um dos meios para evitar episódios de discriminação,
humilhação e constrangimentos vivenciados dentro desses ambientes24.

14
Assim sendo, uma oferta de cuidado em saúde integral para a população de travestis e
transexuais continua um grande desafio em nosso sistema de saúde. Nesse cenário, travestis,
mulheres e homens transexuais acabam por ocupar um lugar periférico dentro do sistema de
saúde, fazendo com que essas pessoas recorram a automedicação e a intervenções em seus
corpos fora dos serviços oficiais de saúde, enfrentando diversos riscos no processo de
transformação corporal26.

15
1.1 O processo transexualizador no Brasil

Com o objetivo de estabelecer critérios para o acompanhamento de pessoas


transexuais, regulamentando principalmente a cirurgia de transgenitalização para as mulheres
transexuais, o Ministério da Saúde (MS), em 2008, institucionalizou o Processo
Transexualizador no SUS através da Portaria GM nº 1.70726. Por meio dessa norma e da
Portaria nº 457 de 2008, foram estabelecidos os parâmetros para o credenciamento das
Unidades de Atenção Especializada no Processo Transexualizador26,27. De acordo com essas
normatizações, só foi permitido o credenciamento de hospitais que fossem também unidades
de ensino, e não foi previsto o credenciamento de unidades que oferecessem apenas
acompanhamento ambulatorial.

Em 2008, foram habilitados apenas 4 hospitais para a realização de procedimentos


relacionados ao Processo Transexualizador: Hospital de Clínicas de Porto Alegre da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Hospital Universitário Pedro Ernesto da
Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo e Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Goiás,
sendo todos os serviços localizados nas respectivas capitais27.

Como coloca Lionço, podemos entender esse Processo Transexualizador como “um
conjunto de estratégias de atenção à saúde implicadas no processo de transformação dos
caracteres sexuais pelos quais passam indivíduos transexuais em determinado momento de
suas vidas. Não se trata, portanto, do estabelecimento de diretrizes para a atenção integral
no sentido estrito, mas daquelas ações necessárias à garantia do direito à saúde
circunscritas à passagem para a vivência social no gênero em desacordo com o sexo de
nascimento.”28.

Já a cirurgia de transgenitalização em mulheres transexuais consiste em orquiectomia


bilateral com amputação do pênis e a construção de uma neovagina. Além da cirurgia de
transgenitalização, estava prevista também na portaria de 2008 outro procedimento cirúrgico,
consistindo no alongamento das cordas vocais e a redução do pomo de Adão (tireoplastia)
com o objetivo da feminilização da voz27.

16
Para receber acompanhamento terapêutico, assim como a terapia hormonal que
antecede a cirurgia de transgenitalização, foi estabelecida a idade mínima de 21 anos. A
realização da cirurgia de transgenitalização poderia ser realizada após um acompanhamento
terapêutico por equipe multiprofissional de no mínimo 2 anos, sendo necessário após o final
desse período de acompanhamento terapêutico a pessoas ter recebido o diagnosticado de
transexualismo26,27.

Apesar do avanço enquanto política pública de saúde, o Processo Transexualizador


normatizado em 2008 apresentou entre suas limitações, a exclusão da população de travestis
que potencialmente poderia ser favorecida pelos serviços previstos pela portaria. Por esse e
outros motivos, foi criticado por ter sido permeado por uma lógica binária de gênero e
também heteronormativa, perdendo parte do seu potencial de democratizar o acesso a saúde
para essa população28.

Ventura e Schramm ressaltaram que algumas características da normatização do


Processo Transexualizador institucionalizado poderiam representar um cerceamento da
autonomia da pessoa transexual, conforme podemos observar a seguir: “...limitações e
restrições ainda impostas ao exercício da autonomia do/a transexual podem ter efeitos
negativos para a saúde e os direitos daqueles não considerados pela norma vigente como
"verdadeiros transexuais". Os direitos da pessoa transexual à assistência integral à saúde,
inclusive sexual, e ao livre desenvolvimento de sua personalidade são infringidos no
momento em que a autonomia do paciente não é adequadamente preservada pelas normas
vigentes, convertendo–se os direitos humanos num tipo de dever de a pessoa adequar–se à
moralidade sexual dominante.”29.

Em 2013, a Portaria GM nº 1.707 de 2008 foi revogada e substituída pela nº 2.803 de


19 de novembro de 2013. A nova Portaria, com o intuito de oferecer um cuidado integral à
saúde da população de travestis, mulheres e homens transexuais redefiniu e ampliou o
Processo Transexualizador no SUS. Através dessa nova normatização, foram incluídas
algumas demandas das travestis e dos homens transexuais. Passou também a ser possível o
credenciamento de serviços na modalidade tanto hospitalar, quanto ambulatorial30.

17
Entre os procedimentos e atendimentos que foram incluídos a partir de 2013 para os
homens transexuais, podemos citar o acompanhamento exclusivamente clínico; a terapia
hormonal; o acompanhamento pré e pós-operatório; a mastectomia bilateral; a histerectomia
com anexectomia bilateral e colpectomia; e a neofaloplastia em caráter experimental. Para as
mulheres transexuais, observando os critérios de indicação de cada procedimento, foram
incluídos o acompanhamento exclusivamente clínico; a terapia hormonal; a colocação de
prótese mamária de silicone bilateral complementar à cirurgia de transgenitalização30.

Todavia, em decorrência de obstáculos no acesso, assim como de uma oferta


insuficiente, seja na quantidade ou na variedade de recursos e procedimentos no SUS,
concomitantemente à exigência de critérios que não contemplam as distintas necessidades e
anseios das pessoas que buscam por transformações corporais, muitos procedimentos
continuam sendo realizados fora dos serviços de saúde por pessoas não habilitadas, mesmo
após a institucionalização do Processo Transexualizador no SUS e sua posterior ampliação
em 2013.

Dentre os recursos que são utilizados para modificar o corpo fora dos serviços de saúde,
destacaremos no presente estudo as injeções de silicone líquido industrial (SLI) que são
aplicadas principalmente nas nádegas, quadris, seios e na face por travestis e mulheres
transexuais na busca da feminilização da aparência corporal e que pode acarretar em diversos
problemas de saúde31-34.

18
1.2 A utilização do silicone líquido industrial nas transformações corporais

O começo do uso cosmético do SLI, empregado inicialmente no aumento de mamas


em mulheres, não possui registros científicos35. Há relatos de que sua origem esteja
relacionada às mulheres que exerciam a prostituição no Japão, com posterior disseminação
da técnica para o ocidente e apropriação por alguns profissionais médicos35,36. Assim, no
início da década de 60, consideradas fisiologicamente inertes após testes em ratos e macacos,
as injeções de SLI tornaram-se populares entre mulheres que desejavam acentuação das
curvas corporais, preenchimentos diversos e reconstruções36,37. Nos EUA, a primeira
formulação aplicada em humanos, rica em metais pesados, foi substituída por outra adequada
ao uso médico, com maior grau de pureza, embora para esta também não estivesse previsto
o uso injetável. Apesar disso, mesmo fluidos com adulteração intencional, como os que
contavam com adição de óleo de oliva de forma a aumentar a fibroplasia e a reduzir a
migração do SLI, eram tidos como seguros38.

Em 1965, diante de exigências de órgão regulador norte-americano, o Food and Drug


Administration (FDA), foi iniciado um estudo com utilização de fluido altamente puro e
estéril a fim de aplicação corporal. Os achados desse estudo sugeriam que o silicone era
seguro e eficaz, no entanto, várias falhas foram apontadas em sua condução, sendo citados a
falta de padronização da frequência das aplicações e do volume injetado a cada sessão, além
de não ter havido realizado acompanhamento a longo prazo das pessoas submetidas aos
procedimentos37,38. As críticas, relacionadas a fatores como absorção do silicone por outros
tecidos, infecções, deformidades e processos inflamatórios recorrentes, já se faziam presentes
e tinham como agravantes a impossibilidade de remoção total do fluido aplicado e a
dificuldade de se diferenciar granulomas de corpo estranho de câncer de mama quando este
era o sítio da aplicação, visto os agravos serem indistinguíveis ao exame físico35.

O acúmulo de complicações verificadas, com evidências de efeitos sistêmicos e até


mortes decorrentes das injeções de SLI, a falta de estudos consistentes que determinassem a
segurança da utilização e a baixa disponibilidade de informações acerca do processo de
manufatura e da garantia de esterilidade do produto então disponibilizado nos EUA, levaram
a episódicas suspensões em sua comercialização, com regras progressivamente mais

19
restritivas, culminando na proibição definitiva em 199135-38. Ao passo que o SLI teve sua
utilização declarada ilegal nos EUA, o desenvolvimento de implantes de silicone evoluiu
progressivamente, com diversos ganhos tecnológicos e próteses cada vez menos associadas
a complicações39.

No Brasil, acredita-se que a utilização do SLI para a modificação dos contornos


corporais por travestis e mulheres transexuais tenha começado na década de 8033,34,40. Além
do SLI, existem relatos na literatura da utilização de outras substâncias ilícitas para o
preenchimento corporal como parafina líquida, vaselina, óleo de linhaça, óleo de oliva,
selante de pneus, fluido de transmissão automotivo, entre outros31,41. No Brasil há relatos da
utilização de outros produtos, como a parafina líquida40.

No Brasil, as aplicações de SLI são realizadas na maioria das vezes pelas


“bombadeiras” que geralmente são travestis mais experientes que adquiriram experiência
relacionada ao uso do SLI. As injeções são realizadas através de um doloroso e demorado
processo32-34.

Entre os fatores que podem contribuir para explicar o uso do SLI mesmo quando se
conhece os riscos dessa prática estão os resultados imediatos das transformações corporais
proporcionados por essa intervenção, principalmente se compararmos aos resultados
decorrentes da utilização de hormônios40. Outro estudo realizado em Chicago, nos Estados
Unidos, no ano de 2006 com mulheres transexuais encontrou como fatores relacionados ao
uso de SLI nessa população: a autoimagem negativa, percepções incorretas sobre o SLI e
acesso inadequado aos serviços de saúde42.

Podemos citar também os altos custos dos procedimentos de preenchimentos corporais


e colocações de próteses de silicone nos serviços privados, tornando frequentemente as
injeções de SLI em única alternativa para diversas travestis e mulheres transexuais que
buscam a mudança da aparência corporal. Por exemplo, em 2012 o valor médio nos Estados
Unidos para colocação de próteses na região glútea foi de US$4.670, enquanto que os valores
para aplicação de SLI variaram entre US$300 e US$1.60031.

20
Pouco se conhece sobre o conjunto de repercussões sobre a saúde decorrentes do uso
de SLI, pois essa prática é realizada de forma clandestina em locais de difícil acesso para
coleta de dados que subsidiem estudos sobre o tema. Entretanto, diversas mortes já foram
relatadas como resultantes de aplicações de SLI31,38.

Apesar da escassez de estudos abordando o tema, alguns trabalhos demonstram que a


utilização do SLI é uma prática recorrente entre travestis e mulheres transexuais. Em um
trabalho realizado em 2013, na Argentina, com 450 mulheres transexuais, 61,6% relataram
já ter feito uso de SLI43. Outro estudo realizado na Tailândia, com 325 mulheres transexuais
no ano de 2005, observou uma prevalência de 68,6% para implantes de próteses de silicone
e de uso do SLI. Entretanto, não foi possível distinguir nesse estudo a prevalência de cirurgias
para implante de próteses das injeções de SLI44.

Nos Estados Unidos, uma pesquisa realizada em 2013, com 234 mulheres transexuais
em São Francisco, utilizando a metodologia respondent driven sampling (RDS), encontrou
uma prevalência de 16,7% para a utilização de SLI, além de outras substâncias ilícitas para
preenchimento corporal31. Em 2003, também nos Estados Unidos, um estudo realizado em
Chicago, com uma amostra de 51 jovens transexuais, 29% referiram já ter utilizado SLI45.

No Brasil, apesar da escassez de artigos científicos a respeito do tema e da possível


negligência do uso de SLI enquanto problema de saúde pública entre esses grupos
populacionais, é frequente a utilização do SLI por travestis e mulheres transexuais. No
entanto, o seu caráter clandestino dificulta o desenvolvimento de estudos para estimar a
prevalência, os fatores associados e as consequências para a saúde decorrentes dessa prática.
Dessa forma, a realização de estudos sobre o tema é necessária para que se possa verificar a
magnitude desse problema de saúde e fornecer informações para a construção de estratégias
e de políticas públicas mais eficientes.

Considerando o contexto, o objetivo desse estudo foi estimar a prevalência da


utilização do SLI e identificar os fatores associados a essa prática em uma amostra de
travestis e mulheres transexuais residentes no estado de São Paulo.

21
2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Estimar a prevalência e identificar os fatores associados à utilização de SLI em uma


amostra de travestis e mulheres transexuais com 16 anos ou mais residentes em municípios
selecionados no estado de São Paulo.

2.2. Objetivos específicos

-Estimar a frequência da utilização de SLI entre travestis e mulheres transexuais.

-Identificar os fatores associados à utilização do SLI entre travestis e mulheres


transexuais.

-Estimar a frequência de problemas de saúde decorrentes da utilização do SLI entre


travestis e mulheres transexuais.

-Analisar o grau de satisfação com o uso do SLI.

-Descrever as condutas das travestis e mulheres transexuais frente aos problemas


relacionados ao uso do SLI.

22
3. MÉTODOS

3.1. Desenho do estudo

O presente estudo é do tipo transversal e analisou os dados coletados no “Projeto


Muriel: vulnerabilidades, demandas de saúde e acesso a serviços da população de travestis e
transexuais do estado de São Paulo” que teve por objetivo caracterizar as vulnerabilidades
que impedem ou limitam o acesso a serviços e direitos da população de travestis, mulheres e
homens transexuais, acessada por meio de serviços de saúde ou de assistência social.

Um mapeamento preliminar foi realizado por meio de um questionário com o objetivo


de estimar o número de pessoas a serem entrevistadas. Com dados a partir do ano de 2012 e
considerando uma perda de 30% desta clientela, foi estimado um total de 700 pessoas a serem
entrevistadas.

O Projeto Muriel utilizou abordagem quantitativa e qualitativa e ao final coletou dados


de 673 participantes travestis, mulheres e homens transexuais em 7 municípios (São Paulo,
Campinas, São Bernardo do Campo, Santo André, Santos, São José do Rio Preto, Piracicaba)
no período de 2014 a 2015.

Para a fase quantitativa da pesquisa foi aplicado pelos entrevistadores um questionário


semiestruturado (Anexo 5) com o uso de um tablet. O instrumento de coleta de dados foi
organizado por meio de blocos e com a seguinte organização: informações sócio-
demográficas, percurso profissional, saúde, saúde sexual e reprodutiva, violação dos direitos
humanos e discriminação, contexto social e percurso de transição.

23
3.2. População do estudo e amostra

A subamostra do Projeto Muriel analisada neste estudo foi composta por 576 travestis
e mulheres transexuais dos 7 municípios participantes que responderam sobre o uso de SLI.

No município de São Paulo os serviços incluídos no estudo foram o Serviço de


Atendimento Especializado em DST/AIDS (SAE) Campo/s Elíseos na região central, o SAE
Ceci na zona sudeste, SAE Butantã na zona oeste, o Centros de Testagem e Aconselhamento
(CTA) Santo Amaro na zona sul da cidade. Também fizeram parte na capital paulista o
Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, o Centro de Saúde Escola Barra Funda
da FCMSCSP e o Centro de Referência da Diversidade (CRD). Na cidade de Campinas os
dados foram coletados no serviço especializado em DST/aids e no Centro de Referência
LGBT. Nos municípios de São Bernardo do Campo, Santo André, Santos, São José do Rio
Preto e Piracicaba as participantes foram acessadas nos serviços especializados em DST/aids.

Para composição da amostra, combinou-se uma seleção amostral consecutiva, por


cotas, proporcional ao número de travestis e transexuais que frequentavam ou eram acessadas
pelos serviços de saúde e de assistência social dos 7 municípios, complementada com a
técnica “bola de neve” que tem como base a rede de relações sociais dos indivíduos
pesquisados(46). O método “bola de neve” utilizado na constituição da amostra apresenta um
potencial para a realização de estudos com populações difíceis de serem acessadas e com
dados escassos em relação ao tamanho da população, todavia, não é um método probabilístico
(46).

No ano anterior a execução do estudo foi realizado um levantamento para estimar o


total de pessoas travestis e transexuais acompanhadas pelos serviços, bem como o número
de pessoas que eram acessadas por agentes de saúde em atividades realizadas na rua, visto
não dispormos de dados sobre o tamanho dessa população e sua localização espacial.

24
3.3. Critérios de inclusão

Critérios de inclusão:

-Identificar-se como travesti ou mulher transexual ou transgênero;

-Ter 16 anos ou mais na ocasião da entrevista;

-Ser residente no estado de São Paulo há pelo menos 6 meses;

3.4. Variáveis de estudo

3.4.1. Variável dependente

A variável dependente (Uso de SLI) foi analisada através da pergunta “Você já fez uso de
silicone industrial?” (sim ou não).

3.4.2. Variáveis independentes

Faixa etária (até 19, 20 – 29, 30 – 39, 40 – 49 e 50 ou +); Raça/cor (branca,


parda, preta e outra); Unidade federativa de nascimento (UF); Escolaridade (até o ensino
fundamental incompleto, ensino fundamental completo, ensino médio completo e superior
completo); Renda individual mensal (menor que um salário mínimo/maior ou igual a um
salário mínimo); Moradia própria (sim ou não); Trabalha com carteira assinada (sim ou não);
Tem convênio de saúde (sim ou não); Como a pessoa se identifica/identidade de gênero
(travesti ou transexual/transgênero); Desejo de realizar cirurgia de transgenitalização (sim ou
não); Uso de hormônio sem receita médica (sim ou não); Exerce a prostituição (sim ou não).

25
3.5. Análise estatística

As variáveis qualitativas foram descritas por meio de frequências absoluta e relativa e


as variáveis numéricas por meio de médias e desvios-padrão. Para analisar a hipótese de
diferença entre as proporções foi utilizado o teste do Qui-quadrado de Pearson ou Exato de
Fisher. A regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para analisar os fatores
associados e estimar as razões de prevalência (RP) bruta e ajustada com os respectivos
intervalos de confiança, uma vez que a prevalência do desfecho foi alta47,48.

A análise múltipla foi construída a partir de um conjunto de variáveis que na literatura


se mostraram associadas com o uso de silicone líquido industrial ou que na análise univariada
apresentaram um valor de p <0,20. A entrada das variáveis no modelo se deu de acordo com
a ordem decrescente do valor de p. O ajuste do modelo final foi verificado por meio do
goodness-of-fit-test de Hosmer-Lemeshow e do linktest. Os dados foram analisados por meio
do pacote estatístico Stata® 13 com nível de significância adotado de 5%.

3.6. Questões éticas

O Projeto Muriel foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa do Centro de


Referência e Treinamento em DST/AIDS-SP (CRT DST/AIDS-SP) e da Secretaria
Municipal de Saúde de São Paulo sob o registro (CAAE: 14277413.1.0000.53750) e está em
consonância com as diretrizes para pesquisas em seres humanos no Brasil. Todas as
participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) antes da
condução das entrevistas.

26
4. RESULTADOS

ARTIGO

Título: Silicone líquido industrial para transformar o corpo: prevalência e fatores associados
ao seu uso entre travestis e mulheres transexuais em São Paulo

Palavras-chave: Travestis, Transexuais, Silicones, Modificação corporal, Gênero, Atenção


integral à saúde da população LGBT

Resumo:

O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência do uso de silicone líquido industrial (SLI)
entre pessoas travestis e mulheres transexuais e identificar os fatores relacionados a essa
prática. Trata-se de estudo transversal realizado em 7 municípios do estado de São Paulo com
dados coletados entre 2014 e 2015, em uma amostra de 576 pessoas. Na análise dos fatores
associados, utilizamos modelo de Poisson com variância robusta para estimar as razões de
prevalência bruta e ajustada. A prevalência do uso de SLI foi de 49%, a média de idade para
a primeira colocação de SLI foi de 22 (±5,3) anos e aproximadamente 43% informaram a
ocorrência de problemas de saúde decorrente do uso de SLI. No modelo múltiplo ter
escolaridade menor que o nível superior, estar em faixa etária a partir dos 20 anos, identificar-
se como travesti e exercer a prostituição foram associadas positivamente com a utilização de
SLI. Houve uma elevada prevalência do uso de SLI e de problemas decorrentes dessa prática,
indicando um desafio acerca da prevenção do uso e da redução dos danos à saúde provocados
pelo SLI. Dessa forma, torna-se fundamental assegurar o acesso aos recursos necessários
para a realização das modificações corporais ao longo do percurso de transição através de
uma atenção integral à saúde das pessoas travestis e transexuais no Sistema Único de Saúde.
Finalmente, incluir nas Políticas de Saúde as demandas por modificações corporais enquanto
parte da construção da identidade de gênero e respeitando as necessidades singulares de cada
sujeito nesse processo de transição.

27
Agradecimentos:

Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo


financiamento do projeto e ao apoio do Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP.

Autores: Thiago Pestana Pinto, Flávia do Bonsucesso Teixeira, Claudia Renata dos Santos
Barros, Ricardo Barbosa Martins, Gustavo Santa Rosa Saggese, Maria Amélia de Sousa
Mascena Veras

INTRODUÇÃO

Travestis e transexuais sofrem um contínuo processo de exclusão e marginalização social,


que resultam em desfechos mais desfavoráveis de saúde, quando comparados com a
população em geral, tais como altas taxas de infecção pelo HIV, experiência de violência,
ideação suicida, entre outros1,2,3. Apesar disso, em quase todos os países, incluindo o Brasil,
são escassos os dados a respeito da situação de saúde e do impacto do processo de exclusão
e de marginalização social sobre os vários aspectos da vida dessas pessoas1.

Para fins deste trabalho, ao nos referirmos às mulheres transexuais estamos recortando parte
de um universo das transexualidades que não é homogêneo, mas aqui será representado por
pessoas que tiveram seu gênero atribuído a partir da genitália masculina e se
reconhecem/reivindicam na posição de mulher4.

Da mesma forma, travestis são as pessoas que se encontram nas fronteiras do gênero. E sem
reduzi-las a uma única expressão, consideramos travestis aquelas que também tendo sido
atribuído pertencimento ao gênero masculino transitam no universo feminino reivindicando
essa identidade sem, no entanto, reivindicar a posição de mulher5.

Todavia, ressaltamos que essas categorias identitárias, além de serem permeadas por
processos históricos e políticos na sua construção e definição, são fluidas e não dão conta da
subjetividade e da diversidade de expressão de gênero entre essa população6.

Travestis e mulheres transexuais buscando uma “adequação” do corpo à identidade de gênero


através da feminilização da aparência corporal podem utilizar diversos recursos ao longo do

28
processo de transição, tais como hormônios, cirurgias plásticas, depilação a laser, uso de
silicone líquido industrial (SLI) e outros7,8.

Com o objetivo de estabelecer critérios para o acompanhamento de pessoas transexuais e


principalmente regulamentar a cirurgia de transgenitalização no Sistema Único de Saúde
(SUS), o Ministério da Saúde (MS), em 2008, institucionalizou o Processo Transexualizador
no SUS por meio da Portaria GM nº 1.707, que não contemplava as travestis9. Em 2013, com
o intuito de oferecer um cuidado integral à população de transexuais e travestis, a portaria de
2008 foi revogada e substituída pela Portaria GM nº 2.803, que redefiniu e ampliou os
cuidados incluídos, estabelecendo procedimentos, medicamentos, órteses, próteses e
materiais a serem oferecidos pelo SUS, a exemplo do acompanhamento clínico, tratamento
hormonal, cirurgia de transgenitalização e plástica mamária reconstrutiva com colocação de
prótese de silicone10.

No entanto, em decorrência de obstáculos estruturais no acesso e de oferta insuficiente no


SUS, seja em quantidade ou variedade de recursos e procedimentos, concomitantemente à
exigência de condições e/ou critérios que não contemplam distintas necessidades, já que as
diversas pessoas travestis e transexuais desejam diferentes intervenções em seus corpos no
decorrer do processo de transição, muitos procedimentos de mudança corporal
contraindicados pela medicina, ou mesmo alguns dos que fazem parte do pacote
regulamentado, continuam a ser realizados fora dos serviços de saúde por pessoas não
habilitadas apesar da institucionalização do Processo Transexualizador e de sua posterior
ampliação.

Dentre os procedimentos que acontecem fora dos serviços de saúde, destacaremos no


presente estudo as injeções de SLI que são utilizadas por travestis e mulheres transexuais e
que podem resultar em diversos problemas de saúde, tais como infecções, migração do
produto para outras áreas do corpo, deformidades, siliconomas, necroses teciduais, embolia
pulmonar e até a morte11,12,13,14.

Acredita-se que desde a década de 80 as injeções de SLI são utilizadas na modificação dos
contornos corporais no Brasil8,15,16. Entretanto, há que se diferenciar o SLI do chamado
silicone cirúrgico, um produto purificado e estéril, que vem em embalagens especiais e foi
29
desenvolvido para implantes em humanos. O SLI não é estéril e não tem indicação de ser
aplicado em pessoas. Dentre os seus usos encontram-se a lubrificação de máquinas, a
lustração de painéis e de rodas de automóveis e a vedação na construção civil. Em geral, as
embalagens desse produto contêm advertências explícitas aos cuidados que se deve ter ao
utilizá-lo, como evitar contato com a pele e inalação, devendo sua aplicação ocorrer somente
em locais ventilados pelo risco de intoxicação.

Há relatos na literatura da aplicação de outras substâncias consideradas inadequadas ao


preenchimento corporal, sendo citadas parafina líquida, vaselina, óleo de linhaça, óleo de
oliva, selante de pneus e fluido de transmissão automotivo17,18. No Brasil há relatos da
utilização de outros produtos, como a parafina líquida15.

Além dos motivos relacionados ao Processo Transexualizador que podem contribuir na


continuação do uso do SLI, ressaltamos também os altos custos dos procedimentos que
cumpririam os mesmos objetivos, como a colocação de próteses de silicone, bioplastia e
lipoescultura pela rede privada de saúde, tornando as injeções de SLI a única opção viável
para diversas travestis e transexuais que buscam transformações corporais. Por exemplo, em
2012 o valor médio para colocação de próteses de silicone na região glútea nos Estados
Unidos foi de US$4.670, enquanto que os valores para aplicação de SLI variaram entre
US$300 e US$1.60018. No Brasil, em um estudo etnográfico realizado com travestis em
Salvador, Bahia, houve menção de que em 1996 um litro de SLI custaria cerca de 200 reais16.
Porém, hoje é possível comprar o produto pela internet ou em lojas especializadas por valores
bem menores19.

No Brasil, apesar de ser esta uma prática sabidamente bastante frequente, seu caráter
clandestino é restritivo ao desenvolvimento de pesquisas que ampliem o conhecimento
acerca das motivações para o uso do SLI, de suas consequências para a saúde e de outros
fatores que possam estar a ele associados. A realização de estudos sobre o tema é necessária
para que se possa verificar a magnitude desse problema de saúde e fornecer informações para
a construção de estratégias e de políticas públicas mais eficientes.

30
Considerando o contexto, o objetivo desse estudo foi estimar a prevalência da utilização do
SLI e identificar os fatores associados a essa prática em uma amostra de travestis e mulheres
transexuais residentes no estado de São Paulo.

MÉTODOS

Este trabalho analisa dados do “Projeto Muriel: vulnerabilidades, demandas de saúde e acesso
a serviços da população de travestis e transexuais do estado de São Paulo”. O projeto estudou
uma amostra de 673 travestis e mulheres e homens transexuais em sete municípios (São
Paulo, Campinas, São Bernardo do Campo, Santo André, Santos, São José do Rio Preto,
Piracicaba) do estado de São Paulo e combinou metodologia quantitativa e qualitativa.

Trata-se de um estudo transversal, com dados coletados no período entre 2014 e 2015. A
seleção amostral combinou uma amostra consecutiva, por cotas, proporcional ao tamanho,
de pessoas travestis e transexuais que frequentam ou são acessadas pelos serviços de saúde e
de assistência social dos municípios, complementada com a técnica “bola de neve” que tem
como base a rede de relações sociais dos indivíduos pesquisados20. Para estabelecer as cotas,
foi realizado no ano anterior ao início do estudo um levantamento sobre o total de pessoas
pertencentes a esses segmentos atendidas em atividades internas da unidade/serviço, bem
como o número de pessoas que eram acessadas por agentes de saúde em atividades realizadas
na rua, visto não dispormos de dados sobre o tamanho dessa população e sua localização
espacial.

Foram adotados os seguintes critérios de inclusão: ter 16 anos ou mais na ocasião da


entrevista; identificar-se como travesti, transexual ou transgênero e residir no estado de São
Paulo há pelo menos seis meses.

A subamostra aqui analisada foi composta por 576 travestis e mulheres transexuais que
responderam sobre o uso de SLI.

A variável dependente foi o uso do SLI analisada por meio da pergunta “Você já fez uso de
silicone industrial? ” (sim ou não). As variáveis independentes foram: faixa etária (até 19, 20
– 29, 30 – 39, 40 – 49 e 50 ou +), raça/cor (branca, parda, preta e outra), unidade federativa

31
de nascimento (UF), escolaridade (até o ensino fundamental incompleto, ensino fundamental
completo, ensino médio completo e superior completo), renda individual mensal (menor que
um salário mínimo/maior ou igual a um salário mínimo), moradia própria (sim ou não);
trabalha com carteira assinada (sim ou não), tem convênio de saúde (sim ou não), como a
pessoa se identifica/identidade de gênero (travesti ou transexual/transgênero), desejo de
realizar cirurgia de transgenitalização (sim ou não), uso de hormônio sem receita médica (sim
ou não) e exercer a prostituição (sim ou não).

As variáveis qualitativas foram descritas por meio de frequências absoluta e relativa e as


variáveis numéricas por meio de médias e desvios-padrão. Para analisar a hipótese de
diferença entre as proporções foi utilizado o teste do Qui-quadrado de Pearson ou Exato de
Fisher. A regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para analisar os fatores
associados e estimar as razões de prevalência (RP), uma vez que a prevalência do desfecho
foi alta21,22. A análise múltipla foi construída a partir de um conjunto de variáveis que na
literatura se mostraram associadas com o uso de silicone líquido industrial ou que na análise
univariada apresentaram um valor de p <0,20. A entrada das variáveis no modelo se deu de
acordo com a ordem decrescente do valor de p. O ajuste do modelo final foi verificado por
meio do goodness-of-fit-test e do linktest. Os dados foram analisados por meio do pacote
estatístico Stata® 13 com nível de significância adotado de 5%.

O Projeto Muriel foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa do Centro de Referência
e Treinamento em DST/AIDS-SP (CRT DST/AIDS-SP) e da Secretaria Municipal de Saúde
de São Paulo sob o registro (CAAE: 14277413.1.0000.53750) e está em consonância com as
diretrizes para pesquisas em seres humanos no Brasil. Todas as participantes assinaram um
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) antes da condução das entrevistas.

RESULTADOS

A amostra final foi de 576, com a média de idade das participantes de 32 (±9,72) anos e 43%
estavam concentradas na faixa etária de 20 a 29 anos. A maioria (60%) se declarou preta ou
parda e 40% dessas pessoas informaram não possuir renda ou referiram uma renda mensal
individual menor que um salário mínimo. Em relação ao estado conjugal, a maioria (60%)
referiu estar sozinha/solteira. Quanto à escolaridade, aproximadamente 54% das pessoas
32
declararam ter completado no máximo o ensino fundamental e apenas 4,5% completaram o
ensino superior. Pouco mais da metade das pessoas entrevistadas nasceram no estado de São
Paulo (Tabela 1).

Quando perguntadas se possuíam o nome social no Cartão Nacional de Saúde (CNS),


aproximadamente duas em cada cinco pessoas referiram ter o nome civil no CNS e a maior
parte das participantes dependia dos serviços de saúde ofertados pelo SUS, pois somente 14%
informaram ter convênio de saúde (Tabela 1).

Do total de participantes incluídas nessa análise, aproximadamente 95% já fizeram uso de


algum procedimento ou recurso com o intuito de modificar o corpo e 96% utilizaram ou já
haviam utilizado hormônio ao longo da vida (Tabela 2).

De cada cinco pessoas, pelo menos uma referiu ter sido discriminada nos serviços de saúde
no último ano por ser travesti ou transexual. Ao longo da vida, esta proporção chegou a 42%.
Quase uma em cada três pessoas relatou já ter sofrido violência sexual, aproximadamente
48% já foram vítimas de violência policial e quase uma em cada quatro dessas pessoas
informou já ter sido presa pelo menos uma vez (Tabela 2).

A utilização do SLI foi relatada por aproximadamente 49% (IC95% 45,4-53,6) das
entrevistadas. A média de idade para a primeira colocação de SLI foi de 22 (±5,3) anos, sendo
a idade mínima 12 e a máxima 45 anos. Das 285 pessoas que colocaram o SLI, um total de
58 (20,42%) realizou a primeira aplicação antes dos 18 anos de idade. Mais da metade
(51,41%) injetou o produto pela primeira vez entre 20 e 29 anos (Tabela 2).

Dentre as pessoas que utilizaram o SLI, 121 (43%) relataram ter tido problemas em
decorrência dessa prática. Quando questionadas sobre o que fizeram diante dos problemas
apresentados, menos da metade (46,25%) relatou ter procurado algum serviço público ou
privado de saúde.

33
Tabela 1 - Descrição da amostra de pessoas travestis e mulheres transexuais conforme características
sociodemográficas, estado de São Paulo, 2015 (N = 576).
N %
Faixa etária (N=576)
16 – 19 24 4,17
20 – 29 248 43,06
30 – 39 169 29,34
40 – 49 110 19,10
50 ou + 25 4,34
Raça/Cor (N=574)
Branca 206 35,89
Parda 256 44,60
Preta 88 15,33
Outra 24 4,18
Local de nascimento (estado) (N=570)
São Paulo 296 51,92
Outro 274 48,08
Estado marital (N=574)
Casada ou vivendo junto 93 16,20
Namorando ou ficando 93 16,20
Separada ou divorciada 29 5,05
Sozinha ou solteira 350 60,98
Viúva 9 1,57
Escolaridade (N=575)
Até o fundamental incompleto 150 26,09
Ensino fundamental 164 28,52
Ensino médio 235 40,87
Superior 26 4,52
Renda individual mensal (SM*) (N=541)
< 1 SM 220 40,67
= > 1 SM 321 59,33
Moradia própria (N=495)
Sim 143 28,88
Não 352 71,11
Trabalha com carteira assinada (N=576)
Não 525 91,15
Sim 51 8,85
Sim 81 14,11

(continua)

34
Tabela 1 - Descrição da amostra de pessoas travestis e mulheres transexuais conforme características
sociodemográficas, estado de São Paulo, 2015 (N = 576). (continuação)
N %
Possui nome social no cartão SUS (N=575)
Não tem cartão SUS 55 9,60
Não possui o nome social 244 42,40
Possui o nome social 276 48
Tem convênio de saúde (N=574)
Não 493 85,89
Sim 81 14,11

Aproximadamente 52% das participantes que sofreram algum problema de saúde ou que
tiveram sequelas decorrentes da utilização do silicone industrial declararam-se satisfeitas,
muito satisfeitas ou completamente satisfeitas com o resultado da aplicação do silicone
industrial.

Conforme o exposto na Tabela 3, por meio da análise bivariada observa-se que foram
associadas positivamente ao uso de SLI as seguintes variáveis: estar na faixa etária de 30 a
49 anos, ter nascido fora do estado de São Paulo, ter escolaridade inferior ao ensino superior,
não ter moradia própria, não ter trabalho com carteira assinada, não ter convênio de saúde,
identificar-se como travesti, não desejar fazer cirurgia de transgenitalização e exercer a
prostituição.

Na análise múltipla permaneceram associadas positivamente ao uso de SLI ter idade acima
de 20 anos, possuir escolaridade menor que o nível superior, ter se identificado como travesti
e exercer a prostituição (Tabela 4).

35
Tabela 2 - Descrição da amostra de pessoas travestis e mulheres transexuais conforme características do
percurso de transição, saúde, discriminação e violência, estado de São Paulo, 2015 (N = 576).
N %
Fez uso de recurso/procedimento para modificar o corpo (N=575)
Não 25 7,35
Sim 550 95,65
Já fez uso de silicone líquido industrial (N=576)
Não 291 50,52
Sim 285 49,48
Problemas decorrentes do silicone industrial (N=285)
Não 164 57,55
Sim 121 42,45
Já utilizou/utiliza hormônio (N=574)
Não 23 4,01
Sim 551 95,99
Deseja realizar cirurgia de redesignação sexual (N=571)
Não 428 74,96
Sim 143 25,04
Sofreu discriminação por ser Travesti ou Transexual (568)
Não 69 12,15
Sim 499 87,85
Sofreu discriminação em serviços de saúde por ser Travesti ou
Transexual (N=576)
Não 330 57,29
Sim 246 42,71
Sofreu discriminação em serviços de saúde por ser Travesti ou
Transexual (no último ano) (N=576)
Não 453 78,65
Sim 123 21,35
Faz programa (N=572)
Não 324 56,63
Sim 248 43,37
Já foi vítima de violência sexual (N=576)
Não 392 68,06
Sim 184 31,94
Já foi vítima de violência policial (N=576)
Não 298 51,74
Sim 278 48,26

36
Tabela 3 -Fatores associados à utilização de silicone líquido industrial entre travestis e mulheres transexuais, estado de
São Paulo, 2015
Utilização de Silicone - N (%)
Não Sim RP(bruta)* IC-95%** P***
Faixa etária <0,001
Até 19 22 (91,7) 2 (8,3) 1 --
20 - 29 140 (56,5) 108 (43,5) 5,22 (1,37-19,86)
30 – 39 78 (46,2) 91 (53,8) 6,46 (1,69-24,56)
40 – 49 37 (33,6) 73 (66,4) 7,96 (2,09-30,25)
50 ou + 14 (56,0) 11 (44,0) 5,27 (1,30-21,40)
Raça/Cor 0,142
Branca 109 (52,9) 97 (47,09) 1 --
Parda 122 (47,66) 134 (52,34) 1,11 (0,92-1,33)
Preta 47 (53,41) 41 (46,59) 0,98 (0,75-1,29)
Outra 3 (23,08) 10 (76,92) 1,63 (1,17-2,27)
Local de nascimento (estado) <0,001
São Paulo 194 (65,54) 102 (34,46) 1 --
Outro 94 (34,31) 180 (65,69) 1,90 (1,59 - 2,28)
Escolaridade <0,001
Superior completo 22 (84,62) 4 (15,38) 1 --
Ensino médio completo 121 (51,49) 114 (48,51) 3,15 (1,26 - 7,84)
Ensino fundamental completo 87 (53,05) 77 (46,95) 3,05 (1,22 - 7,63)
Até o ensino fundamental incompleto 60 (40) 90 (60) 3,9 (1,56 - 9,70)
Renda individual mensal (SM****) 0,074
≥1 SM 150 (46,7) 171 (53,3) 1 --
<1 SM 120 (54,5) 100 (45,5) 0,85 (0,71-1,01)
Moradia Própria 0,002
Sim 87 (60,8) 56 (39,2) 1 --
Não 161 (45,7) 191 (54,3) 1,38 (1,10-1,73)
Trabalha com carteira assinada <0,001
Sim 40 (78,4) 11 (21,6) 1 --
Não 251 (47,8) 274 (52,2) 2,41 (1,42-4,11)
Ter convênio de saúde 0,008
Sim 52 (64,2) 29 (35,8) 1 --
Não 238 (48,3) 255 (51,7) 1,44 (1,06-1,95)
Identidade de gênero (como identifica-se) <0,001
Transexual 175 (59,93) 117 (40,07) 1 --
Travesti 115 (40,64) 168 (59,36) 1,48 (1,24 - 1,75)
Deseja realizar cirurgia de redesignação sexual 0,001
Sim 89 (62,24) 54 (37,76) 1 --
Não 197 (46,03) 231 (53,97) 1,42 (1,13-1,79)

* RP: Razão de prevalência bruta; ** IC: Intervalo de confiança (95%); ***Valor de p: teste do qui-quadrado
****SM: Salário mínimo no estado de São Paulo à época da pesquisa (1 SM= R$905)
(continua)

37
Tabela 3 -Fatores associados à utilização de silicone líquido industrial entre travestis e mulheres transexuais, estado de
São Paulo, 2015. (continuação)
Utilização de Silicone - N (%)
Não Sim RP(bruta)* IC-95%** P***
Histórico de uso de hormônio sem receita médica 0,006
Não 59 (63,44) 34 (36,56) 1 --
Sim 229 (47,91) 249 (52,09) 1,42 (1,07 - 1,88)
Faz programa <0,001
Não 193 (59,57) 131 (40,43) 1 --
Sim 97 (39,11) 151 (60,89) 1,50 (1,27 - 1,77)

* RP: Razão de prevalência bruta; ** IC: Intervalo de confiança (95%); ***Valor de p: teste do qui-quadrado
****SM: Salário mínimo no estado de São Paulo à época da pesquisa (1 SM= R$905)

Tabela 4 -Modelo final da regressão de Poisson para fatores associados à utilização de silicone líquido industrial entre
travestis e mulheres transexuais, estado de São Paulo, 2015
RP(bruta)* IC-95%** RP(ajustada)*** IC-95%** P****
Faixa etária
Até 19 1 -- 1 --
20 - 29 5,22 (1,37-19,86) 5,08 (1,39-18,47) 0,014
30 – 39 6,46 (1,69-24,56) 7,35 (2,02-26,64) 0,002
40 – 49 7,96 (2,09-30,25) 8,64 (2,38-31,30) 0,001
50 ou + 5,27 (1,30-21,40) 6,50 (1,67-25,21) 0,007
Escolaridade
Superior completo 1 -- 1 --
Ensino médio completo 3,15 (1,26 – 7,84) 3,24 (1,33-7,89) 0,009
Ensino fundamental completo 3,05 (1,22 – 7,63) 2,89 (1,18-7,09) 0,020
Até o ensino fundamental incompleto 3,9 (1,56 – 9,70) 3,51 (1,44-8,57) 0,006
Identidade de gênero (como identifica-se)
Transexual 1 -- 1 --
Travesti 1,48 (1,24 – 1,75) 1,37 (1,16-1, 61) <0,001
Faz programa
Não 1 -- 1 --
Sim 1,50 (1,27 - 1,77) 1,52 (1,29-1,79) <0,001
*RP: Razão de prevalência bruta; **IC: Intervalo de confiança (95%); ***RP: Razão de prevalência ajustada
**** Valor de p: regressão de Poisson com variância robusta

38
DISCUSSÃO

Nossos dados apresentaram uma alta prevalência dessa prática entre as travestis e mulheres
transexuais participantes do estudo, com quase metade das participantes tendo feito uso de
SLI. As pessoas estudadas se submeteram à aplicações de SLI ainda muito jovens e a prática
é maior entre aquelas com escolaridade mais baixa e que se autoidentificaram como travestis.

Apesar da relativa escassez de literatura sobre o tema, dados existentes revelam que essa
prática é realizada com alta frequência em diversas partes do mundo. A prevalência aqui
encontrada é mais baixa que aquela relatada em um estudo realizado na Argentina em 2013,
com uma amostra de 450 mulheres transexuais e em que 61,6% das participantes tinham
usado SLI23. Na Tailândia, em estudo realizado em 2005 também foi observada uma alta
prevalência (68,6%) de implantes de próteses de silicone e de SLI em uma amostra de 325
mulheres transexuais. Todavia, nesse não foi possível distinguir entre cirurgias para implante
de próteses de silicone da prática de injeções de SLI24.

Outras pesquisas encontraram prevalências menores que a observada na presente


investigação. Entre essas pesquisas, uma foi realizada nos Estados Unidos, na cidade de
Chicago em 2003, e mostrou que 29% das pessoas em uma amostra por conveniência de 51
mulheres transexuais com idade entre 16 e 25 anos já teriam injetado SLI25. Entre 1994 e
1995 foi realizado outro estudo por amostragem de conveniência com mulheres transexuais
que exerciam a prostituição nas ruas de Roterdã, na Holanda, sendo o uso de SLI referido
por aproximadamente 25% das participantes26. Também foi menor a prevalência encontrada
em estudo realizado em uma casa de detenção na cidade de São Paulo no ano de 1990 com
82 travestis privadas de liberdade, sendo estimado o uso de SLI em 22%27.

Já um estudo realizado em 2013 em São Francisco, nos EUA18, utilizando a metodologia


respondent driven sampling (RDS) com uma amostra de 234 mulheres transexuais, encontrou
uma prevalência muito menor (RP=16,7%; IC 95% 9,9-25,2) para o uso do SLI e outras
substâncias de preenchimento corporal quando comparado com a aqui observada.

Em relação à idade, foi observada no presente estudo uma média de 22 anos na ocasião da
primeira aplicação do SLI, sendo que mais da metade fez a primeira aplicação do produto

39
entre 20 e 29 anos. Essa constatação levanta a possibilidade da utilização do SLI acontecer
ao longo do processo de transição das travestis e mulheres transexuais, mais especificamente
em momentos posteriores ao início da utilização de hormônios, uso de vestimentas e adereços
femininos e em períodos nos quais essas pessoas já dispunham de renda suficiente para pagar
pela colocação do produto7,18. Se tomarmos como exemplo o caso das travestis de Salvador,
a decisão de fazer uso de SLI inclui um período anterior de preparação, em que as candidatas
precisam, além de conseguir o dinheiro para pagar, vencer o medo de realizar o
procedimento16.

Atualmente no Brasil, o Processo Transexualizador no SUS permite que travestis e mulheres


transexuais iniciem o acompanhamento clínico a partir dos 18 anos de idade. Para aquelas
que completarem o período de acompanhamento clínico de pelo menos 2 anos e forem
confirmadas como mulheres transexuais os procedimentos cirúrgicos são facultados a partir
de 21 anos 10. Os nossos resultados mostram que uma em cada cinco pessoas que usaram SLI
fizeram a primeira aplicação antes dos 18 anos, ou seja, antes da idade mínima para um
possível ingresso no Processo Transexualizador. Isso mostra a importância de pensarmos
estratégias e alternativas que contemplem as especificidades do intercurso do processo de
transição para além do que já é previsto no atual modelo normatizado pela Portaria GM nº
2.803, compreendendo que em muitas ocasiões as intervenções corporais como uso de SLI
ou a utilização de hormônios sem prescrição médica podem começar ainda na adolescência.

A prevalência de problemas decorrentes do SLI foi mais que o dobro da encontrada pelo
estudo realizado em São Francisco, em que 18% relataram sua ocorrência (IC95% 5,3-
40,2)18. Contudo, no nosso estudo mais da metade das pessoas que referiram problemas estão
satisfeitas, muito satisfeitas ou completamente satisfeitas com os resultados das modificações
corporais proporcionadas pelas injeções de silicone, enquanto o estudo americano não
dispunha dessa informação. A satisfação com as transformações corporais decorrentes das
aplicações de SLI aqui observada, mesmo na frequente presença de problemas decorrentes
deste procedimento, pode indicar que essas complicações sejam percebidas como inerentes
ao processo de modificação corporal proporcionados por essa estratégia de risco. Porém, vale
ressaltar que muitas vezes essa é a única alternativa para se obter determinadas
transformações desejadas. A aplicação de SLI não pode ser analisada fora do contexto social

40
em que ocorre, onde o desejo e a necessidade da feminilização do corpo como parte da
construção da identidade de gênero dessas pessoas se sobrepõe aos riscos do uso do SLI,
mesmo quando estes são conhecidos7.

Além disso, um outro fator que pode explicar a satisfação e a repetição da prática de injetar
o SLI, mesmo que se conheça os riscos a ele atribuídos, são os resultados imediatos dessa
intervenção, principalmente quando comparados ao uso de hormônios15. Todavia, seguir as
recomendações e cuidados orientados pelas “bombadeiras” após o procedimento é
considerado como fator importante para o alcance dos resultados. Tais recomendações
podem variar de acordo com área do corpo e com a experiência de cada “bombadeira”, mas
incluem um período de repouso 7,8,16.

Apesar da alta prevalência de problemas relacionados ao uso do SLI, menos da metade dessas
pessoas procuraram por atendimento em serviços de saúde. Esse comportamento pode estar
relacionado a fatores diversos como o preconceito sofrido pelas travestis e mulheres
transexuais em experiências anteriores nos serviços de saúde, assim como a falta de
protocolos de atendimento e o desconhecimento dos profissionais de saúde para responder a
tal demanda.

Como anteriormente mencionado, em geral as aplicações são realizadas por outras pessoas
travestis ou mulheres transexuais mais experientes, conhecidas como “bombadeiras” 7,28
,
assim como podemos observar no estudo realizado na Argentina, em que 91,7% tiveram o
SLI injetado por outras mulheres transexuais23, bem como em dois estudos etnográficos
realizados no Brasil8,16. Estudos qualitativos mostram que em grande medida os cuidados
relacionados ao uso do SLI também são orientados pelas próprias “bombadeiras” ou ocorrem
por meio da automedicação7,8,16,28.

Em nossa pesquisa não investigamos quais as áreas do corpo em que se injeta o SLI mais
frequentemente, mas estudo realizado no Brasil16 refere a preferência por glúteos, coxas e
quadris, ao contrário de estudos realizados nos Estados Unidos, Holanda e Tailândia que
mostram que as partes do corpo mais modificadas por meio de SLI são as mamas e a
face18,24,26, o que pode significar que a adequação se inspira em modelos de beleza e
sexualidade valorizados em cada um desses contextos. Outra consideração relevante é que,
41
no Brasil, na medida que as próteses de silicone para as mamas ficaram mais acessíveis, as
aplicações de SLI nessas áreas do corpo podem estar diminuindo.

Entre as pessoas que não mencionaram o desejo de realizar a cirurgia de transgenitalização,


o SLI foi usado em mais de 50%. Esse achado nos permite questionar o alcance do cuidado
proposto pelo chamado Processo Transexualizador no SUS, em que a colocação de próteses
de silicone bilateral nas mamas só está prevista enquanto procedimento complementar à
cirurgia de transgenitalização10. Ou seja, foi demonstrado por este e por outros estudos que
travestis ou mulheres transexuais que desejem realizar modificações corporais, tal como a
implantação de próteses de silicone nas mamas, mas que não queiram a cirurgia de
transgenitalização serão impedidas de acessar tal procedimento através do SUS29. Assim, as
normas do Processo Transexualizador obliteram o que pode ser uma das principais
reivindicações das travestis referente às transformações corporais ofertadas pelo SUS. Em
relação às mulheres transexuais, ainda que desejem realizar a cirurgia de transgenitalização,
esse condicionamento produz uma dupla violação, considerando as intermináveis filas de
espera para realizar o procedimento cirúrgico e o seu ao acesso às próteses.

Entre os recursos mais utilizados nas modificações corporais encontra-se o hormônio. Na


amostra estudada, travestis e mulheres transexuais com histórico de utilização de hormônio
sem prescrição médica apresentaram maior prevalência de uso do SLI, assim como o
encontrado no estudo realizado em São Francisco18. Destacamos que o processo de transição
parece ser marcado pelas práticas que estão à margem do sistema oficial de saúde, tais como
a terapia hormonal por automedicação e o uso do SLI.

Dentre as participantes que referiram exercer a prostituição, observamos uma prevalência de


uso de SLI 52% maior em relação ao grupo que não informou tal condição. Outro estudo
realizado na Argentina também encontrou maior prevalência da utilização de SLI em pessoas
com histórico de trabalho sexual23. Já no estudo realizado em São Francisco, nos Estados
Unidos, não houve associação entre uso de SLI e histórico de trabalho sexual. No entanto,
considerando que a prostituição é considerada crime nos EUA, é possível que esta
informação possa ter sido omitida pelas participantes do estudo ou reduzindo de fato sua
ocorrência na população18.

42
Cabe salientar aqui que as pesquisas realizadas com travestis e mulheres transexuais, desde
a década de 90 do século passado, tiveram recorrentemente os espaços de prostituição como
cenários para coletar dados ou acessar informantes. O fato de as travestis e mulheres
transexuais trabalharem no mercado sexual não deve ser naturalizado, mas sim discutido em
articulação com os contextos de acesso, de permanência no trabalho (incluindo a
regulamentação do trabalho sexual) e de transfobia.

Como já mencionado, o uso do SLI pode proporcionar as transformações corporais desejadas


com maior rapidez, representando uma valorização do capital corporal, o que significa para
as pessoas que trabalham no mercado sexual um incremento no valor e no número de clientes,
assim como maior poder de negociação com clientes, inclusive em relação às práticas sexuais
mais ou menos seguras 7,30. Por outro lado, algumas das pessoas que utilizam o SLI ou fazem
outros procedimentos podem ter que elevar a carga de trabalho no mercado sexual para
viabilizar seu pagamento, aumentando riscos como a infecção pelo HIV, à medida em que
têm piores condições para negociar com os clientes no mercado sexual, tornando-as mais
vulneráveis às práticas desprotegidas31.

Não é surpreendente que pessoas com escolaridade correspondente ao nível superior


apresentaram uma prevalência acentuadamente menor de utilização do SLI em relação
àquelas com menor escolaridade. No nosso estudo, a prevalência foi 3,5 vezes maior no grupo
de pessoas que tinham apenas até o ensino fundamental quando comparadas às participantes
que informaram ter nível superior. Entre outros fatores, pessoas com menor escolaridade
podem ter uma trajetória permeada por maior vulnerabilidade, piores oportunidades de
trabalho e limitado acesso aos serviços de saúde, tornando-se mais propensas à utilização de
estratégias precárias e fora dos serviços de saúde para sua transformação corporal. Os estudos
realizados na Argentina23 e em São Francisco18 não encontraram diferença de uso do SLI
entre os diversos níveis de escolaridade.

Em relação às categorias identitárias, as pessoas que se autoidentificaram como travestis


apresentaram uma prevalência 37% maior de uso do SLI quando comparadas àquelas que se
identificaram como transexuais. No Brasil, a categoria identitária transexual é relativamente
recente, sendo registrada somente a partir dos anos 2000, enquanto a denominação travesti

43
se consolida nos anos 19706. Como já exposto, essas categorias não abarcam a subjetividade
da expressão de gênero entre as pessoas trans, assim como também podem variar ao longo
do percurso de transição.

Todavia, no que concerne à categoria “travesti”, ainda existe na sociedade um forte estigma,
sendo recorrentemente atrelada à marginalização e ao mercado do sexo32. Leite32 acrescenta
que em relação ao termo “travesti”, “o termo “transexual” possui um capital linguístico mais
valorizado”. Dessa forma, pessoas que se identificam como travestis podem vivenciar uma
situação de maior vulnerabilidade e exclusão social, ficando mais expostas a alternativas
precárias de procedimentos com o intuito de promover as modificações corporais. Vale
ressaltar que o uso do SLI pode ser uma prática que traz tanto uma conotação de
pertencimento ao grupo quanto ser estigmatizadora mesmo entre as travestis. Conforme
aponta Pelúcio7, “Bombar-se é entrar definitivamente no mundo das travestis e com ele
pactuar. Por isso, algumas travestis “tops” asseguram que não têm nem nunca terão esse
“lixo” no corpo”.

Observamos em alguns estudos que a maioria das pessoas que se identificam como travestis
não desejam realizar a cirurgia de transgenitalização7,8,32. Porém, destacamos que tal
condição não é absoluta, ou seja, podemos encontrar pessoas que se autoidentificam como
travestis e que em algum momento da vida possam desejar realizar a cirurgia de
transgenitalização, assim como pessoas que se autoidentificam como transexuais sem
pretensão de realizar a cirurgia de transgenitalização. Esse achado é interessante porque
dialoga com os estudos mais recentes que criticam a “identidade cirúrgica” atribuída às
pessoas transexuais que reiteram a patologização de suas experiências4,33,34.

Entre as limitações do nosso estudo está o fato das participantes terem sido selecionadas a
partir de serviços de saúde e de assistência social, incluindo os serviços de atenção à saúde
das pessoas trans, o que pode resultar em viés de seleção em relação a alguns desfechos, em
especial os relacionados à saúde.

No entanto, apesar das limitações, acreditamos que esse é o primeiro trabalho com uma
amostra grande de pessoas trans a revelar importantes dados acerca da utilização do SLI entre
essa população no Brasil. Os resultados apresentam alta prevalência do uso de SLI entre essa
44
população, bem como de problemas de saúde decorrentes. Também demostra a necessidade
urgente da ampliação de estratégias de atenção à saúde de travestis e mulheres transexuais,
incluindo a revisão do Processo Transexualizador no SUS, de modo a diferenciar e oferecer
os procedimentos de modificação corporal, seja terapia hormonal, cirurgias plásticas,
bioplastia ou a colocação de próteses de silicone, não como um pacote único, mas adequados
às necessidades de cada pessoa, reconhecendo a diversidade das demandas de saúde enquanto
parte da construção da identidade de gênero, assim como a singularidade com que cada
indivíduo vivencia esse processo de transição, assegurando de fato uma atenção integral à
saúde.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apresentam alta prevalência do uso de SLI entre essa população, bem
como de problemas de saúde decorrentes, indicando um desafio para a saúde pública na
prevenção e redução dos danos decorrentes da utilização do SLI. Também demostra a
necessidade urgente da ampliação de estratégias de atenção à saúde de travestis e mulheres
transexuais, incluindo a revisão do Processo Transexualizador no SUS, de modo a diferenciar
e oferecer os procedimentos de modificação corporal, seja terapia hormonal, cirurgias
plásticas, bioplastia ou a colocação de próteses de silicone, não como um pacote único, mas
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federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão. Brasil; 2008. Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt1707_18_08_2008.html

27. BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA No 457, DE 19 DE AGOSTO DE 2008.


Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2008/prt0457_19_08_2008.html

28. Lionço T. Atenção integral à saúde e diversidade sexual no Processo Transexualizador


do SUS: Avanços, impasses, desafios. Physis. 2009;19(1):43–63.

29. Ventura M, Schramm FR. Limites e possibilidades do exercício da autonomia nas práticas
terapêuticas de modificação corporal e alteraçãoo da identidade sexual. Physis.
2009;19(1):65–93.

53
30. BRASIL. PORTARIA No 2.803, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2013. Redefine e amplia
o Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde. 2013.

31. Wilson E, Rapues J, Jin H, Raymond HF. The Use and Correlates of Illicit Silicone or
“Fillers” in a Population‐Based Sample of Transwomen, San Francisco, 2013. J Sex Med.
2014 Jul;11(7):1717–24.

32. Pelúcio L. “Toda Quebrada na Plástica”: Corporalidade e construção de gênero entre


travestis paulistas. Disponível em:
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/campos/article/view/4509/3527

33. Marcos Benedetti. Toda Feita - O Corpo E O Gênero Das Travestis - Coleção
Sexualidade, Gênero E Sociedade. Edição: 1. 2007. 144 p.

34. Kulick D. Travesti: prostituição, sexo gênero e cultura no Brasil. 1ed. Rio de Janeiro:
Editora Fiocruz; 2008. 280 p.

35. WEBB MS. CLEOPATRA’S NEEDLE : THE HISTORY AND LEGACY OF


SILICONE INJECTIONS. 1997. Disponível em: http://nrs.harvard.edu/urn-
3:HUL.InstRepos:8889460

36. Angell M. Evaluating the Health Risks of Breast Implants: The Interplay of Medical
Science, the Law, and Public Opinion. N Engl J Med. 1996 Jun 6;334(23):1513–8.

37. Chasan PE. The history of injectable silicone fluids for soft-tissue augmentation. Plast
Reconstr Surg. 2007;120(7):2034-2040-2043.

38. Narins RS, Beer K. Liquid injectable silicone: a review of its history, immunology,
technical considerations, complications, and potential. Plast Reconstr Surg. 2006;118:77S–
84S.

39. Maxwell GP, Gabriel A. The Evolution of Breast Implants. Plast Reconstr Surg. 2014
Jul;134:12S–17S.

54
40. Guimarães A. Todas as mulheres do mundo: a construção do corpo travesti no Brasil das
décadas de 1960 e 1970. In: Ministério da Saúde. Transexualidade e Travestilidade na Saúde.
1ª Ed. Brasília; 2015. P. 39-63.

41. Andrew Styperek, Stephanie Bayers, Micheal Beer KB. Nonmedical-grade Injections of
Permanent Fillers Medical and Medicolegal Considerations aANDREW. J Clin Aesthet
Dermatol. 2013;6(41):22–9.

42. Wallace PM. Finding self: A qualitative study of transgender, transitioning, and
adulterated silicone. Health Educ J. 2010;69:439–46.

43. Socias ME, Kerr T, Marshall BDL, Arístegui I, Frola C, Pérez H, et al. Prevalence and
correlates of injection of industrial silicone among transgender women in Argentina.
Vancouver; 2013. Disponível em :
http://www.cfenet.ubc.ca/sites/default/files/uploads/IAS2015/posters/TUPEC567-Socias-
Maria-Eugenia.pdf

44. Guadamuz TE, Wimonsate W, Varangrat A, Phanuphak P, Jommaroeng R, McNicholl


JM, et al. HIV Prevalence, Risk Behavior, Hormone Use and Surgical History Among
Transgender Persons in Thailand. AIDS Behav. 2011 Apr 20;15(3):650–8.

45. Garofalo R, Deleon J, Osmer E, Doll M, Harper GW. Overlooked, misunderstood and at-
risk: Exploring the lives and HIV risk of ethnic minority male-to-female transgender youth.
J Adolesc Heal. 2006 Mar;38(3):230–6.

46. Shaghaghi A, Bhopal RS, Sheikh A. Approaches to Recruiting “Hard-To-Reach”


Populations into Re-search: A Review of the Literature. Heal Promot Perspect.
2011;1(2):86–94.

47. Coutinho LMS, Scazufca M, Menezes PR. Methods for estimating prevalence ratios in
cross-sectional studies. Rev Saude Publica. 2008;42(6):992–8.

55
48. Barros AJD, Hirakata VN. Alternatives for logistic regression in cross-sectional studies:
an empirical comparison of models that directly estimate the prevalence ratio. BMC Med Res
Methodol. 2003;3:21.

56
7. ANEXOS

7.1 Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

57
58
7.2 Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estamos convidando você a participar de uma pesquisa que será realizada em algumas cidades do estado São
Paulo, com pessoas travestis, transexuais e transgêneros com 16 anos de idade ou mais e, com
profissionais que atuam em serviços de saúde que são reconhecidos pelo atendimento à população de travestis
e transexuais, tais como: seguranças, recepcionistas, psicólogos, assistentes sociais e médicos.

As informações produzidas por esta pesquisa serão utilizadas para ajudar na elaboração de programas de
saúde e de assistência social mais efetivos para travestis, transexuais e trangêneros visando melhorar a saúde
e consequentemente a qualidade de vida destas pessoas.

Para este estudo estamos convidando pessoas que se definam como travestis, transexuais ou transgêneros.

O objetivo principal deste estudo é conhecer um pouco das suas condições de vida, quais são as suas
necessidades de saúde, especialmente com relação a algumas doenças sexualmente transmissíveis
(HIV, sífilis, hepatites B e C), como tem sido o seu acesso a serviços sociais e de saúde, descrever o
acesso e frequência de uso de hormônios, silicone, cirurgias ou outras intervenções para modificação
do corpo, identificar como se dá o acesso e permanência na escola, e conhecer sua experiência em
relação ao preconceito e discriminação.

Sua participação consiste em responder a uma entrevista, que será conduzida por uma pessoa bem treinada.
Algumas das pessoas que responderem a este questionário serão convidadas posteriormente para uma
entrevista face a face com um dos pesquisadores deste estudo. O objetivo principal da segunda entrevista é
compreender melhor algumas das questões respondidas neste questionário.

Será garantido o total sigilo das informações que você fornecer, assim como seu anonimato. Seu nome não
será relacionado às respostas que você der quando responder a este questionário.

A sua participação nesta pesquisa não oferece riscos à sua saúde. Algumas perguntas do questionário
podem ser desconfortáveis para você, por lhe fazer lembrar de questões que você não deseja falar ou
pensar. Você tem o direito de deixar de responder a essas questões e pode parar de participar do estudo a
qualquer momento, se assim quiser. Nossos entrevistadores foram treinados para acolhê-lo, e discutir suas
dúvidas durante a sua participação.

Ao término da entrevista será oferecida a possibilidade de realizar exames laboratoriais para algumas doenças
sexualmente transmissíveis: HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite C. Também será estimulada a vacinação contra
hepatite B.

Os benefícios de sua participação no estudo são o aconselhamento sobre as formas de transmissão do HIV
e de outras infecções de transmissão sexual e a facilidade de acesso à realização do exame para o HIV,
sífilis, hepatites B e C. No caso de algum destes exames ser positivo, você se beneficiará em ter um
diagnóstico, o que permite início mais precoce do seu tratamento médico, e que pode evitar que você
desenvolva doenças relacionadas ao HIV, sífilis, hepatites B e C.

59
Se você estiver de acordo em participar agora ou no futuro, solicitamos que nos forneça uma forma de
contato, da sua preferência, para que possamos chamá-lo em caso de futuras pesquisas relacionadas à
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, como HIV, sífilis, hepatites B e C. Você pode nos
fornecer um endereço de correio eletrônico, um número de telefone celular ou outro modo que você possa
achar apropriado, assim como os melhores horários e formas para que possamos encontrá-lo.

Ressaltamos que sua participação é voluntária e você pode interromper a entrevista, mesmo depois de ter
concordado em participar. Você tem liberdade para não responder a qualquer pergunta do questionário. A
equipe de pesquisa somente voltará a contatá-la(o) se for necessário completar informações fornecidas
anteriormente.

O referido projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética do CRT-DST/Aids (CEP-CRT) e Comitê de
Ética em Pesquisa da Secretária Municipal de Saúde de São Paulo (CEP-SMS), onde você poderá entrar em
contato em caso de dúvidas ou denúncias éticas pelo e-mail: smscep@gmail.com ou pelo telefone 3397-2464
do CEP-SMS, ou pelo CEP-SMS coordenado pelo Dr. Eduardo Ronner Lagonegro (telefone: 0xx11 - 5087-
9837 .

Em caso de dúvidas sobre o projeto, poderá contatar Maria Amélia Veras (pesquisadora responsável por este
estudo) no telefone (0xx11) 3367-7770/7776.

Portanto, eu ________________________________________________(em letra de forma) declaro que


compreendi o estudo e aceito participar dele

Polegar
Direito
Assinatura do participante: ___________________________

(analfabeto)

Consentimento:

[__] Sim, eu quero fazer testes para HIV, Sífilis, Hepatites B e C.

Assinatura: _________________________

[__] Não, eu não quero fazer os testes para HIV, Sífilis, Hepatites B e C.

Assinatura: _________________________

Abaixo indico minha vontade com relação à participação em futuras pesquisas sobre prevenção do HIV:

Sim, desejo ser contatado através de


[ ] correio eletrônico: ____________________________________________
[ ] telefone celular: ______________________________________________

60
[ ] telefone fixo: ________________________________________________
[ ] Outros. Indicar o modo de contato: _______________________________
Assinatura: _________________________

[ ] Não desejo ser contatado para futuras pesquisas sobre prevenção do HIV
Assinatura: _________________________

Nome do participante (letra de forma) Data e assinatura do participante

Membro da equipe do estudo que Data e assinatura do membro da


conduziu a discussão referente aos equipe do estudo
termos de consentimento (impresso
ou em letra de forma)

Local____________________________ e data______/______/______
(1ª Via Entrevistador/Pesquisador; 2ª Via Voluntário)

61
7.3 comprovante revista

62
7.4 Normas para publicação da revista

Cadernos de Saúde Pública/Reports in Public Health (CSP) publica artigos originais com
elevado mérito científico, que contribuem com o estudo da saúde pública em geral e
disciplinas afins. Desde janeiro de 2016, a revista adota apenas a versão on-line, em sistema
de publicação continuada de artigos em periódicos indexados na base SciELO.
Recomendamos aos autores a leitura atenta das instruções antes de submeterem seus artigos
a CSP.

Como o resumo do artigo alcança maior visibilidade e distribuição do que o artigo em si,
indicamos a leitura atenta da recomendação específica para sua elaboração.

1. CSP ACEITA TRABALHOS PARA AS SEGUINTES SEÇÕES

1.1 – Perspectivas: análises de temas conjunturais, de interesse imediato, de importância


para a Saúde Coletiva (máximo de 1.600 palavras);

1.2 – Debate: análise de temas relevantes do campo da Saúde Coletiva, que é acompanhado
por comentários críticos assinados por autores a convite das Editoras, seguida de resposta
do autor do artigo principal (máximo de 6.000 palavras e 5 ilustrações);

1.3 – Espaço Temático: seção destinada à publicação de 3 a 4 artigos versando sobre tema
comum, relevante para a Saúde Coletiva. Os interessados em submeter trabalhos para essa
Seção devem consultar as Editoras;

1.4 – Revisão: revisão crítica da literatura sobre temas pertinentes à Saúde Coletiva, máximo
de 8.000 palavras e 5 ilustrações. Toda revisão sistemática deverá ter seu protocolo
publicado ou registrado em uma base de registro de revisões sistemáticas como por exemplo
o PROSPERO (http://www.crd.york.ac.uk/prospero/); as revisões sistemáticas deverão ser
submetidas em inglês;

1.5 – Ensaio: texto original que desenvolve um argumento sobre temática bem delimitada,
podendo ter até 8.000 palavras;

1.6 – Questões Metodológicas : artigos cujo foco é a discussão, comparação ou avaliação


de aspectos metodológicos importantes para o campo, seja na área de desenho de estudos,
análise de dados ou métodos qualitativos (máximo de 6.000 palavras e 5 ilustrações); artigos
sobre instrumentos de aferição epidemiológicos devem ser submetidos para esta Seção,
obedecendo preferencialmente as regras de Comunicação Breve (máximo de 1.700 palavras
e 3 ilustrações);

63
1.7 – Artigo: resultado de pesquisa de natureza empírica (máximo de 6.000 palavras e 5
ilustrações). Dentro dos diversos tipos de estudos empíricos, apresentamos dois exemplos:
artigo de pesquisa etiológica na epidemiologia e artigo utilizando metodologia qualitativa;

1.8 – Comunicação Breve: relatando resultados preliminares de pesquisa, ou ainda


resultados de estudos originais que possam ser apresentados de forma sucinta (máximo de
1.700 palavras e 3 ilustrações);

1.9 – Cartas: crítica a artigo publicado em fascículo anterior de CSP (máximo de 700
palavras);

1.10 – Resenhas: resenha crítica de livro relacionado ao campo temático de CSP, publicado
nos últimos dois anos (máximo de 1.200 palavras).

2. NORMAS PARA ENVIO DE ARTIGOS

2.1 – CSP publica somente artigos inéditos e originais, e que não estejam em avaliação em
nenhum outro periódico simultaneamente. Os autores devem declarar essas condições no
processo de submissão. Caso seja identificada a publicação ou submissão simultânea em
outro periódico o artigo será desconsiderado. A submissão simultânea de um artigo
científico a mais de um periódico constitui grave falta de ética do autor.
2.2 – Serão aceitas contribuições em Português, Inglês ou Espanhol.
2.3 – Notas de rodapé, de fim de página e anexos não serão aceitos.
2.4 – A contagem de palavras inclui somente o corpo do texto e as referências bibliográficas,
conforme item 12.13.
2.5 – Todos os autores dos artigos aceitos para publicação serão automaticamente inseridos
no banco de consultores de CSP, se comprometendo, portanto, a ficar à disposição para
avaliarem artigos submetidos nos temas referentes ao artigo publicado.

3. PUBLICAÇÃO DE ENSAIOS CLÍNICOS

3.1 – Artigos que apresentem resultados parciais ou integrais de ensaios clínicos devem
obrigatoriamente ser acompanhados do número e entidade de registro do ensaio clínico.
3.2 – Essa exigência está de acordo com a recomendação do Centro Latino-Americano e do
Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME)/Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS)/Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o Registro de Ensaios Clínicos
a serem publicados a partir de orientações da OMS, do International Committee of Medical
Journal Editors (ICMJE) e do Workshop ICTPR.
3.3 – As entidades que registram ensaios clínicos segundo os critérios do ICMJE são:

• Australian New Zealand Clinical Trials Registry (ANZCTR)

64
• ClinicalTrials.gov
• International Standard Randomised Controlled Trial Number (ISRCTN)
• Nederlands Trial Register (NTR)
• UMIN Clinical Trials Registry (UMIN-CTR)
• WHO International Clinical Trials Registry Platform (ICTRP)

4. FONTES DE FINANCIAMENTO

4.1 – Os autores devem declarar todas as fontes de financiamento ou suporte, institucional


ou privado, para a realização do estudo.
4.2 – Fornecedores de materiais ou equipamentos, gratuitos ou com descontos, também
devem ser descritos como fontes de financiamento, incluindo a origem (cidade, estado e
país).
4.3 – No caso de estudos realizados sem recursos financeiros institucionais e/ou privados,
os autores devem declarar que a pesquisa não recebeu financiamento para a sua realização.

5. CONFLITO DE INTERESSES

5.1 – Os autores devem informar qualquer potencial conflito de interesse, incluindo


interesses políticos e/ou financeiros associados a patentes ou propriedade, provisão de
materiais e/ou insumos e equipamentos utilizados no estudo pelos fabricantes.

6. COLABORADORES

6.1 – Devem ser especificadas quais foram as contribuições individuais de cada autor na
elaboração do artigo.
6.2 – Lembramos que os critérios de autoria devem basear-se nas deliberações do ICMJE,
que determina o seguinte: o reconhecimento da autoria deve estar baseado em contribuição
substancial relacionada aos seguintes aspectos: 1. Concepção e projeto ou análise e
interpretação dos dados; 2. Redação do artigo ou revisão crítica relevante do conteúdo
intelectual; 3. Aprovação final da versão a ser publicada; 4. Ser responsável por todos os
aspectos do trabalho na garantia da exatidão e integridade de qualquer parte da obra. Essas
quatro condições devem ser integralmente atendidas.

7. AGRADECIMENTOS

65
7.1 – Possíveis menções em agradecimentos incluem instituições que de alguma forma
possibilitaram a realização da pesquisa e/ou pessoas que colaboraram com o estudo, mas
que não preencheram os critérios para serem coautores.

8. REFERÊNCIAS

8.1 – As referências devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a ordem em
que forem sendo citadas no texto. Devem ser identificadas por números arábicos
sobrescritos (p. ex.: Silva 1). As referências citadas somente em tabelas e figuras devem ser
numeradas a partir do número da última referência citada no texto. As referências citadas
deverão ser listadas ao final do artigo, em ordem numérica, seguindo as normas gerais dos
(Requisitos Uniformes para Manuscritos Apresentados a Periódicos Biomédicos). Não serão
aceitas as referências em nota de rodapé ou fim de página.
8.2 – Todas as referências devem ser apresentadas de modo correto e completo. A
veracidade das informações contidas na lista de referências é de responsabilidade do(s)
autor(es).
8.3 – No caso de usar algum software de gerenciamento de referências bibliográficas (p. ex.:
EndNote), o(s) autor(es) deverá(ão) converter as referências para texto.

9. NOMENCLATURA

9.1 – Devem ser observadas as regras de nomenclatura zoológica e botânica, assim como
abreviaturas e convenções adotadas em disciplinas especializadas.

10. ÉTICA EM PESQUISAS ENVOLVENDO SERES HUMANOS

10.1 – A publicação de artigos que trazem resultados de pesquisas envolvendo seres


humanos está condicionada ao cumprimento dos princípios éticos contidos na Declaração
de Helsinki (1964, reformulada em 1975, 1983, 1989, 1996, 2000 e 2008), da Associação
Médica Mundial.
10.2 – Além disso, deve ser observado o atendimento a legislações específicas (quando
houver) do país no qual a pesquisa foi realizada.
10.3 – Artigos que apresentem resultados de pesquisas envolvendo seres humanos deverão
conter uma clara afirmação deste cumprimento (tal afirmação deverá constituir o último
parágrafo da seção Métodos do artigo).
10.4 – Após a aceitação do trabalho para publicação, todos os autores deverão assinar um
formulário, a ser fornecido pela Secretaria Editorial de CSP, indicando o cumprimento
integral de princípios éticos e legislações específicas.

66
10.5 – O Conselho Editorial de CSP se reserva o direito de solicitar informações adicionais
sobre os procedimentos éticos executados na pesquisa.

11. PROCESSO DE SUBMISSÃO ONLINE

11.1 – Os artigos devem ser submetidos eletronicamente por meio do sítio do Sistema de
Avaliação e Gerenciamento de Artigos (SAGAS), disponível em:
http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/index.php.
11.2 – Outras formas de submissão não serão aceitas. As instruções completas para a
submissão são apresentadas a seguir. No caso de dúvidas, entre em contado com o suporte
sistema SAGAS pelo e-mail: csp-artigos@ensp.fiocruz.br.
11.3 – Inicialmente o autor deve entrar no sistema SAGAS. Em seguida, inserir o nome do
usuário e senha para ir à área restrita de gerenciamento de artigos. Novos usuários do sistema
SAGAS devem realizar o cadastro em "Cadastre-se" na página inicial. Em caso de
esquecimento de sua senha, solicite o envio automático da mesma em "Esqueceu sua senha?
Clique aqui".
11.4 – Para novos usuários do sistema SAGAS. Após clicar em "Cadastre-se" você será
direcionado para o cadastro no sistema SAGAS. Digite seu nome, endereço, e-mail,
telefone, instituição.

12. ENVIO DO ARTIGO

12.1 – A submissão on-line é feita na área restrita de gerenciamento de artigos


http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/index.php. O autor deve acessar a "Central de Autor" e
selecionar o link "Submeta um novo artigo".
12.2 – A primeira etapa do processo de submissão consiste na verificação às normas de
publicação de CSP. O artigo somente será avaliado pela Secretaria Editorial de CSP se
cumprir todas as normas de publicação.
12.3 – Na segunda etapa são inseridos os dados referentes ao artigo: título, título resumido,
área de concentração, palavras-chave, informações sobre financiamento e conflito de
interesses, resumos e agradecimentos, quando necessário. Se desejar, o autor pode sugerir
potenciais consultores (nome, e-mail e instituição) que ele julgue capaz de avaliar o artigo.
12.4 – O título completo (no idioma original do artigo) deve ser conciso e informativo, e
conter, no máximo, 150 caracteres com espaços.
12.5 – O título resumido poderá ter máximo de 70 caracteres com espaços.
12.6 – As palavras-chave (mínimo de 3 e máximo de 5 no idioma original do artigo) devem
constar na base da Biblioteca Virtual em Saúde BVS.
12.7 – Resumo. Com exceção das contribuições enviadas às seções Resenha, Cartas ou
Perspectivas, todos os artigos submetidos deverão ter resumo no idioma original do artigo,
podendo ter no máximo 1.700 caracteres com espaço. Visando ampliar o alcance dos artigos
publicados, CSP publica os resumos nos idiomas português, inglês e espanhol. No intuito
de garantir um padrão de qualidade do trabalho, oferecemos gratuitamente a tradução do

67
resumo para os idiomas a serem publicados.
12.8 – Agradecimentos. Possíveis agradecimentos às instituições e/ou pessoas poderão ter
no máximo 500 caracteres com espaço.
12.9 – Na terceira etapa são incluídos o(s) nome(s) do(s) autor(es) do artigo, respectiva(s)
instituição(ões) por extenso, com endereço completo, telefone e e-mail, bem como a
colaboração de cada um. O autor que cadastrar o artigo automaticamente será incluído como
autor de artigo. A ordem dos nomes dos autores deve ser a mesma da publicação.
12.10 – Na quarta etapa é feita a transferência do arquivo com o corpo do texto e as
referências.
12.11 – O arquivo com o texto do artigo deve estar nos formatos DOC (Microsoft Word),
RTF (Rich Text Format) ou ODT (Open Document Text) e não deve ultrapassar 1MB.
12.12 – O texto deve ser apresentado em espaço 1,5cm, fonte Times New Roman, tamanho
12.
12.13 – O arquivo com o texto deve conter somente o corpo do artigo e as referências
bibliográficas. Os seguintes itens deverão ser inseridos em campos à parte durante o
processo de submissão: resumos; nome(s) do(s) autor(es), afiliação ou qualquer outra
informação que identifique o(s) autor(es); agradecimentos e colaborações; ilustrações
(fotografias, fluxogramas, mapas, gráficos e tabelas).
12.14 – Na quinta etapa são transferidos os arquivos das ilustrações do artigo (fotografias,
fluxogramas, mapas, gráficos e tabelas), quando necessário. Cada ilustração deve ser
enviada em arquivo separado clicando em "Transferir".
12.15 – Ilustrações. O número de ilustrações deve ser mantido ao mínimo, conforme
especificado no item 1 (fotografias, fluxogramas, mapas, gráficos e tabelas).
12.16 – Os autores deverão arcar com os custos referentes ao material ilustrativo que
ultrapasse esse limite.
12.17 – Os autores devem obter autorização, por escrito, dos detentores dos direitos de
reprodução de ilustrações que já tenham sido publicadas anteriormente.
12.18 – Tabelas. As tabelas podem ter até 17cm de largura, considerando fonte de tamanho
9. Devem ser submetidas em arquivo de texto: DOC (Microsoft Word), RTF (Rich Text
Format) ou ODT (Open Document Text). As tabelas devem ser numeradas (algarismos
arábicos) de acordo com a ordem em que aparecem no texto, e devem ser citadas no corpo
do mesmo. Cada dado na tabela deve ser inserido em uma célula separadamente, e dividida
em linhas e colunas.
12.19 – Figuras. Os seguintes tipos de figuras serão aceitos por CSP: Mapas, Gráficos,
Imagens de Satélite, Fotografias e Organogramas, e Fluxogramas.
12.20 – Os mapas devem ser submetidos em formato vetorial e são aceitos nos seguintes
tipos de arquivo: WMF (Windows MetaFile), EPS (Encapsuled PostScript) ou SVG
(Scalable Vectorial Graphics). Nota: os mapas gerados originalmente em formato de
imagem e depois exportados para o formato vetorial não serão aceitos.
12.21 – Os gráficos devem ser submetidos em formato vetorial e serão aceitos nos seguintes
tipos de arquivo: XLS (Microsoft Excel), ODS (Open Document Spreadsheet), WMF
(Windows MetaFile), EPS (Encapsuled PostScript) ou SVG (Scalable Vectorial Graphics).
12.22 – As imagens de satélite e fotografias devem ser submetidas nos seguintes tipos de
arquivo: TIFF (Tagged Image File Format) ou BMP (Bitmap). A resolução mínima deve ser
de 300dpi (pontos por polegada), com tamanho mínimo de 17,5cm de largura. O tamanho
limite do arquivo deve ser de 10Mb.

68
12.23 – Os organogramas e fluxogramas devem ser submetidos em arquivo de texto ou em
formato vetorial e são aceitos nos seguintes tipos de arquivo: DOC (Microsoft Word), RTF
(Rich Text Format), ODT (Open Document Text), WMF (Windows MetaFile), EPS
(Encapsuled PostScript) ou SVG (Scalable Vectorial Graphics).
12.24 – As figuras devem ser numeradas (algarismos arábicos) de acordo com a ordem em
que aparecem no texto, e devem ser citadas no corpo do mesmo.
12.25 – Títulos e legendas de figuras devem ser apresentados em arquivo de texto separado
dos arquivos das figuras.
12.26 – Formato vetorial. O desenho vetorial é originado a partir de descrições geométricas
de formas e normalmente é composto por curvas, elipses, polígonos, texto, entre outros
elementos, isto é, utilizam vetores matemáticos para sua descrição.
12.27 – Finalização da submissão. Ao concluir o processo de transferência de todos os
arquivos, clique em "Finalizar Submissão".
12.28 – Confirmação da submissão. Após a finalização da submissão o autor receberá uma
mensagem por e-mail confirmando o recebimento do artigo pelos CSP. Caso não receba o
e-mail de confirmação dentro de 24 horas, entre em contato com a secretaria editorial de
CSP por meio do e-mail: csp-artigos@ensp.fiocruz.br.

13. ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO ARTIGO

13.1 – O autor poderá acompanhar o fluxo editorial do artigo pelo sistema SAGAS. As
decisões sobre o artigo serão comunicadas por e-mail e disponibilizadas no sistema SAGAS.
13.2 - O contato com a Secretaria Editorial de CSP deverá ser feito através do sistema
SAGAS.

14. ENVIO DE NOVAS VERSÕES DO ARTIGO

14.1 – Novas versões do artigo devem ser encaminhadas usando-se a área restrita de
gerenciamento de artigos http://www.ensp.fiocruz.br/csp/ do sistema SAGAS, acessando o
artigo e utilizando o link "Submeter nova versão".

15. PROVA DE PRELO

15.1 – A prova de prelo será acessada pelo(a) autor(a) de correspondência via sistema
(http://cadernos.ensp.fiocruz.br/publicar/br/acesso/login). Para visualizar a prova do artigo
será necessário o programa Adobe Reader ou similar. Esse programa pode ser instalado
gratuitamente pelo site: http://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html.
15.2 - Para acessar a prova de prelo e as declarações, o(a) autor(a) de correspondência deverá
acessar o link do sistema: http://cadernos.ensp.fiocruz.br/publicar/br/acesso/login,

69
utilizando login e senha já cadastrados em nosso site. Os arquivos estarão disponíveis na
aba "Documentos". Seguindo o passo a passo:

15.2.1 – Na aba "Documentos", baixar o arquivo PDF com o texto e as declarações (Aprovação da Prova de Prelo, Cessão
de Direitos Autorais (Publicação Científica) e Termos e Condições);

15.2.2 – Encaminhar para cada um dos autores a prova de prelo e a declaração de Cessão de
Direitos Autorais (Publicação Científica);
15.2.3 – Cada autor(a) deverá verificar a prova de prelo e assinar a declaração Cessão de
Direitos Autorais (Publicação Científica);
15.2.4 – As declarações assinadas pelos autores deverão ser escaneadas e encaminhadas via
sistema, na aba "Autores", pelo autor de correspondência. O upload de cada documento
deverá ser feito no espaço referente a cada autor(a);
15.2.5 – Informações importantes para o envio de correções na prova:
15.2.5.1 – A prova de prelo apresenta numeração de linhas para facilitar a indicação de
eventuais correções;
15.2.5.2 – Não serão aceitas correções feitas diretamente no arquivo PDF;
15.2.5.3 – As correções deverão ser listadas na aba "Conversas", indicando o número da
linha e a correção a ser feita.

15.3 – As Declarações assinadas pelos autores e as correções a serem feitas deverão ser
encaminhadas via sistema (http://cadernos.ensp.fiocruz.br/publicar/br/acesso/login) no
prazo de 72 horas

70
7.5 Questionário do Projeto Muriel

QUESTIONÁRIO

1. Qual é a sua idade? _____ (anos)

2. Você se identifica como travesti, transexual ou transgênero? (sim/não)

3. Há quanto tempo você mora no estado de São Paulo? _____ ANOS _____ MESES

A. Nesse momento devemos lembrar que são elegíveis os participantes que atendem aos três
requisitos:
 ter 16 anos ou mais na data da entrevista
 residir no estado de São Paulo
 se identificar como travesti, transexual ou transgênero

BLOCO A - INFORMAÇÕES SÓCIO-DEMOGRÁFICAS:

A.1 Qual o dia/mês/ano do seu nascimento __/__/_____

A.2 Iniciais do nome da mãe: ______________

A.3 Onde você nasceu:

A.3.1 Cidade __________________________________

A.3.2 Estado __________________________________

A.3.3 País __________________________________

A.4 Em que cidade você mora atualmente? ___________________________

A.5 Há quanto tempo você mora nessa cidade?

71
a. < 1 ano.............................................................................. ............ [ ]
b. Entre 1 e 5 anos................................................................ ............ [ ]
c. Entre 5 e 10....................................................................... ............ [ ]
d. Entre 10 e 20..................................................................... ............ [ ]
e. 20 e mais........................................................................... ............ [ ]

A.6 Você já mudou de cidade alguma vez?

a. Não.............................................................................................[ ] Pule para A.10


b. Sim, dentro do Brasil. Quantas ................................................. [ ] _____
c. Sim, para fora do Brasil. Quantas vezes? ................................[ ] _____

A.7 Por que saiu da cidade onde nasceu?

a. Veio com a família quando criança................................................ [ ]


b. Fui vítima de agressões (psicológica, sexual ou física)................. [ ]
c. Rejeição da família e/ou da comunidade....................................... [ ]
d. Para conseguir as transformações que desejo.............................. [ ]
e. Procurar trabalho............................................................................ [ ]
f. Para acompanhar meu/minha parceiro(a)...................................... [ ]
g. Outra[ ]______________________________________

A.8 Em que ano você saiu da cidade em que você nasceu? Em __________ (Ano)

A.9 Por que está morando na sua atual cidade de residência?

a. Trabalho......................................................................................... [ ]
b. Estudo e profissionalização........................................................... [ ]
c. Lazer...................................... [ ]
d. Para conseguir as transformações que desejava ......................... [ ]
e. Porque aqui sou mais aceita (como travesti/transexual) ............... [ ]
f. Para acompanhar meu/minha parceiro(a) .....................................[ ]
g. Fui vítima de agressão na cidade que morava ..............................[ ]
h. Outra[ ]______________________________________

A.10 Qual a sua cor de pele/raça/etnia?

a. Indígena......................................................................................... [ ]
b. Amarela............................................................................. ............ [ ]
c. Parda................................................................................. ............ [ ]
d. Preta.................................................................................. ............ [ ]
e. Branca............................................................................... ............ [ ]

A.11 Atualmente você está?

72
a. Casada(o) ou vivendo junto........................................................... [ ]
b. Sozinha(o) / solteira(o) .................................................................. [ ]
c. Namorando / ficando...................................................................... [ ]
d. Separada(o) / desquitada(o) / divorciada(o)................................... [ ]
e. Viúva(o).......................................................................................... [ ]

A.12 Você já se sentiu discriminada(o) por alguma pessoa ou instituição por ser
travesti/transexual?

a. Sim.......................................................... ...................................... [ ]
b. Não.......................................................... ...................................... [ ]

A.13 Você tem alguma religião?

a. Sim................................................................................................. [ ]
b. Não................................................................................................. [ ] Pule para A.14
c. Não tenho religião, mas creio em Deus/divindades....................... [ ] Pule para A.14
d. Sou atéia/ateu................................................................................ [ ] Pule para A.14

A.13.1 Qual:

a. Católica................................................................................................................... [ ]
b. Protestante histórica (Anglicana, Metodista, Presbiteriana... )...............................[ ]
c. Evangélica (Assembléia de Deus, Universal...)...................................................... [ ]
d. Espírita kardecista........................................................ ......................................... [ ]
e. Umbanda.................................................................. ..................... ....................... [ ]
f. Candomblé............................................... ..................... ....................................... [ ]
g. Outra religião de raiz afro-brasileira (Jurema, Tambor de Mina, Batuque)............ [ ]
h. Budismo........................................................... ..................... ..................... .......... [ ]
i. Inclusivas cristãs (Cristã metropolitana, Comunidade Cristã, Nova Esperança) ... [ ]
j. Outras (testemunhas de Jeová, adventistas da promessa) [ ]__________________

A.14 Qual é o seu tipo de moradia?

a. Casa ou apartamento próprio........................................................ [ ]


b. Casa ou apartamento alugado...................................................... [ ]
c. Mora no local de trabalho.............................................................. [ ]
d. Quarto alugado em casa, hotel ou pensão................................... [ ]
e. Casa de Cafetina........................................................................... [ ]
f. Abrigo ou instituição...................................................................... [ ]
g. Ocupação...................................................................................... [ ]
h. Sem endereço fixo (rua, etc) ......................................................... [ ]
k. Outra[ ]______________________________________

73
i. Não quero responder..................................................................... [ ]

A.15 Com quem você mora atualmente?

a. Mora só, não divide moradia............................................. ............ [ ] Pule para A.17


b. Amigos/amigas.............................................................................. [ ]
c. Parentes (que não pai ou mãe) .................................................... [ ]
d. Mãe e/ou pai.................................................................................. [ ]
e. Marido/companheiro/namorado..................................................... [ ]
f. Esposa/Companheira/namorada................................................... [ ]
g. Outras travestis/transexuais.......................................................... [ ]
h. Outro. Especifique......................................................................... [ ]
i. Não respondeu.............................................................................. [ ]

A.16 No total quantas pessoas moram com você? _____ NÚMERO DE PESSOAS

A.17 Quão satisfeita(o) você está com as condições do local onde mora?

a. Muito insatisfeita(o) ...................................................................... [ ]


b. Insatisfeita(o) .................................................................... ............ [ ]
c. Nem satisfeita(o), nem insatisfeita(o) ........................................... [ ]
d. Satisfeita(o) ................................................................................... [ ]
e. Muito satisfeita(o) ................................................... ...................... [ ]

A.18 Até que série você estudou?

a. Não sabe ler nem escrever............................................................ [ ]


b. Sabe ler / escrever sem ter ido à escola........................................ [ ]
c. 1º grau incompleto/Ensino fundamental incompleto......... ............ [ ]
d. 1º grau completo/Ensino fundamental completo............... ............ [ ]
e. 2º grau incompleto/Ensino médio incompleto................... ............ [ ]
f. 2º grau completo/Ensino médio completo................ ..................... [ ]
g. Superior incompleto........................................................... ........... [ ]
h. Superior completo............................................................... .......... [ ]
i. Pós-graduação...................................................................... ........ [ ]
j. Estou estudando. [ ] Série: _____________

A.19 Você frequentou programas/escolas de Educação de Jovens e Adultos (EJA)?

a. Sim................................................................................................ [ ]
b. Não................................................................................................ [ ]

BLOCO B - PERCURSO PROFISSIONAL

74
B.1 Você possui alguma formação ou curso técnico/profissional?

a. Sim...... [ ] Qual(is)? ___________________________


b. Não...... [ ]

B.2 Atualmente você está fazendo algum curso?

a. Sim.......[ ] Qual(is)? ___________________________


b. Não...... [ ]

B.3 Você trabalha atualmente?

a. Sim.......[ ] Em que? ___________________________


b. Não...... [ ] Pule para B.4

B.3.1 Se sim, há quanto tempo trabalha nesta atividade? _____ ANOS. Pule para B.5

B.4 Se NÃO TRABALHA, como você se mantem?

a. Aposentada(o).................................................................. [ ]
b. Bolsa família ........................................................ ............ [ ]
c. Renda cidadã.................................................................... [ ]
d. Rendas (aluguel, aplicação financeira)............................. [ ]
e. Mantida(o) por amigos e/ou parentes............................... [ ]
f. Vive de bico....................................................................... [ ]
g. Outra[ ]______________________________________

B.5 Se TRABALHA, qual é o tipo de vínculo?

a. Assalariada(o) sem carteira assinada.............................. [ ]


b. Assalariada(o) com carteira assinada.............................. [ ]
c. Autônoma(o)/conta própria............................................... [ ]
d. Diarista.............................................................................. [ ]
e. Funcionária(o) pública(o).................................................. [ ]
f. Empregadora (+ de 2 funcionários)................................... [ ]
g. Faz estágio remunerado................................................... [ ]
h. Outro[ ]______________________________________

B.6 Qual a sua renda individual no mês (só você) R$ (reais)? R$ _____________

B.7 Para você tem sido fácil encontrar emprego?

a. Sim.................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
Quais dificuldades você tem enfrentado? ______________________

75
c. Não estou procurando emprego....................................... [ ]

B.8 Você já contribuiu em algum momento ou contribui agora com o INSS ou previdência
privada (aposentadoria)?

a. Sim. .................................................................................. [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não sabia que poderia contribuir...................................... [ ]
d. Contribui e parei .............................................................. [ ]

B.9 Agora vamos listar uma série de programas sociais, e você vai nos dizer se já se
beneficiou de algum deles:

B.9.1 Via Rápida Emprego

a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]

B.9.2 PEQ (Programa Estadual de Qualificação Profissional)

a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]

B.9.3 Frente do Trabalho

a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]

B.9.4 Banco do povo

a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]

B.9.5 PRONATEC

a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]

B.9.6 Bolsa Família

76
a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]

B.10 Você possui cadastro no Emprega SP?

a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]

BLOCO C – SAÚDE

C.1 Atualmente você está fazendo acompanhamento médico para alguma situação
relacionada a saúde?

a. Sim...................................................................................[ ]
b. Não...................................................................................[ ] Pule para C.2

C.1.1 Se sim, pra que? _________________________________

C.1.2 Onde? __________________________________________

C.2 Você tem convênio de saúde?

a. Sim.................................................................................... [ ]
b. Não.................................................................................... [ ]

“Agora faremos algumas perguntas que fazem parte de um questionário sobre qualidade de vida.
Esse é um questionário que é aplicado sempre da mesma maneira, não leva em conta quem é a
pessoa que está respondendo, por isso algumas perguntas podem não fazer sentido para você,
mas peço que você tente dar uma resposta para cada uma delas”.

As próximas questões são construídas no formato de escalas. As perguntas são feitas e o


participante é solicitado a expressar o seu grau de concordância ou discordância com as
alternativas indicadas para cada pergunta, por exemplo pode ir de um forte descontentamento a
uma forte satisfação. No meio, graus de descontentamento ou satisfação menores. O entrevistador
deve explicar ao participante como funciona e apresentar os cartões indicados em cada questão
para ajudá-lo no entendimento e facilitar a resposta.

77
a b c d e

C.3 Como você avaliaria sua qualidade Muito ruim Ruim Nem ruim nem Boa Muito boa
de vida? Quadro 2 boa

C.4 Você está satisfeita(o) com a sua Muito Insatisfeita(o) Nem Satisfeita( Muito
saúde? Quadro 1 insatis- satisfeita(o) o) satisfeita(o)
feita(o) nem
insatisfeita(o)
C.5 O quanto você aproveita a vida? Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extrema-
Quadro 3 menos mente

C.6 Em que medida você acha que a Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extrema-
sua vida tem sentido? Quadro 3 menos mente

C.7 O quanto você consegue se Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extrema-
concentrar? Quadro 3 menos mente

C.8 Você é capaz de aceitar sua Nada Muito pouco Médio Muito Completame
aparência física? Quadro 3 nte

C.9 Você está satisfeita(o) consigo Muito Insatisfeita(o) Nem Satisfeita( Muito
mesmo? Quadro 1 insatis- satisfeita(o) o) satisfeita(o)
feita(o) nem
insatisfeita(o)
C.10 Com que freqüência você tem Nunca Algumas Frequentemen Muito Sempre
sentimentos negativos tais como vezes te frequente
mau humor, desespero, mente
ansiedade, depressão? Quadro 4
C.11 Quão satisfeita(o) você está com Muito Insatisfeita(o) Nem Satisfeita( Muito
suas relações pessoais (amigos, insatis- satisfeita(o) o) satisfeita(o)
parentes,conhecidos, colegas)? feita(o) nem
insatisfeita(o)
Quadro 1
C.12 Quão satisfeita(o) você está com o Muito Insatisfeita(o) Nem Satisfeita( Muito
apoio que você recebe de seus insatis- satisfeita(o) o) satisfeita(o)
amigos? Quadro 1 feita(o) nem
insatisfeita(o)

BLOCO D – SAÚDE SEXUAL E SAÚDE REPRODUTIVA

D.1 Você tem vida sexual ativa?

a. Sim............................................................................. [ ]
b. Não............................................................................. [ ] Pule para D.5
D.2 Dentre as alternativas que vou listar, com quem você tem relações sexuais?

a. Homem.............................................................................. [ ]
b. Mulher............................................................................... [ ]
c. Transexual......................................................................... [ ]
d. Travesti.............................................................................. [ ]
e. Outro[ ] _________________________________

78
D.3 Quão satisfeita(o) você está com sua vida sexual?

a. Muito insatisfeita(o)........................................................... [ ]
b. Insatisfeita(o)..................................................................... [ ]
c. Nem satisfeita(o) nem insatisfeita(o)................................. [ ]
d. Satisfeita(o)....................................................................... [ ]
e. Muito satisfeita(o).............................................................. [ ]

D.4 Como você faz para se prevenir de doenças sexualmente transmissíveis?

a. Não deixo gozar dentro.................................................................. [ ]


b. Uso camisinha/preservativo........................................................... [ ]
c. Só transo com meu/minha namorado(a) /esposa(o) ..................... [ ]
d. Escolho bem os (as) meus/minhas parceiro(a)s............................ [ ]
e. Evito certas práticas....................................................................... [ ]
f. Uso gel lubrificante durante a relação sexual................................ [ ]
g. Tomo meus medicamentos antirretrovirais, tenho HIV ............ [ ]
h. Uso medicação antiretroviral após situação de risco-PEP............ [ ]
i. Uso medicação antiretroviral - PrEP.............................................. [ ]
j. Faço exames periodicamente........................................................ [ ]
k. Não faço nada................................................................................ [ ]
l. Outro[ ] _________________________________

D.5 Você deseja ter filhos? RU, espontânea

a. Não. ................................................................................. [ ] Pule para D.7


b. Não, porque já tenho........................................................ [ ] Pule para D.7
c. Não, mas já desejei.......................................................... [ ] Pule para D.7
d. Sim, desejo ter filhos biológicos....................................... [ ]
e. Sim, desejo adotar........................................................... [ ]
f. Sim, desejo ter filhos biológicos e adotados.................... [ ]

D.6 Você tem o nome social no seu cartão SUS?

a. Sim.................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não tenho o cartão SUS................................................... [ ]

D.7 Os profissionais nos serviços de saúde chamam você pelo seu nome social?

a. Sim, todos......................................................................... [ ]
b. Sim, alguns....................................................................... [ ]
c. Não.................................................................................... [ ]

79
BLOCO E – VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS E DISCRIMINAÇÃO

E.1 Por ser travesti/transexual, em que situações você se sentiu discriminada(o) alguma vez
na sua vida?

a. No trabalho........................................................... .............[ ]
b. Nos estabelecimentos comerciais e de lazer.................... [ ]
c. Serviços de saúde............................................................. [ ]
d. Escola/ faculdade.............................................................. [ ]
e. Entre amigos..................................................................... [ ]
f. Entre parentes/família....................................................... [ ]
g. Em ambiente religioso....................................................... [ ]
h. Delegacias/polícia............................................................. [ ]
i. Serviços assistenciais....................................................... [ ]
j. Transporte Público............................................................ [ ]
k. Entre vizinhos................................................................... [ ]
l. Parceiros(as) .................................................................... [ ]
m. Serviços de utilidade pública (poupatempo, subprefeitura, cartórios...)......[ ]
n. Nenhumas das respostas ................................................. [ ]

E.2 Por ser travesti/transexual, em que situações você se sentiu discriminada(o) alguma vez
no último ano?

a. No trabalho........................................................................ [ ]
b. Nos estabelecimentos comerciais e de lazer.................... [ ]
c. Serviços de saúde............................................................. [ ]
d. Escola/ faculdade.............................................................. [ ]
e. Entre amigos..................................................................... [ ]
f. Entre parentes/família....................................................... [ ]
g. Em ambiente religioso....................................................... [ ]
h. Delegacias/polícia............................................................. [ ]
i. Serviços assistenciais....................................................... [ ]
j. Transporte Público............................................................ [ ]
k. Entre vizinhos................................................................... [ ]
l. Parceiros(as) .................................................................... [ ]
m. Serviços de utilidade pública (poupatempo, subprefeitura, cartórios...)......[ ]
n. Nenhuma das respostas ................................................. [ ]

E.3 Em que espaços você tem dificuldade de usar o banheiro com o qual você se sente mais
confortável?

a. No trabalho........................................................................ [ ]
b. Nos estabelecimentos comerciais e de lazer.................... [ ]
c. Escola/ faculdade.............................................................. [ ]

80
d. Rodoviárias/estação de trem e metro................................[ ]
e. Banheiros públicos (praças, ruas)..................................... [ ]
f. Abrigos/albergues ............................................................ [ ]
g. Outro[ ] _________________________________
h. Nenhum ............................................................................[ ]

E.4. Por ser travesti/transexual, alguma vez na sua vida você já teve que lidar com alguma
das situações que vou ler?

a. Agressão física.................................................................. [ ]
b. Agressão verbal (xingamento) ......................................... [ ]
c. Humilhação/assédio moral/constrangimento.................... [ ]
d. Violência sexual................................................................ [ ]
e. Chantagem ou extorsão.................................................... [ ]
f. Violência policial............................................................... [ ]
g. Nunca passei por nenhuma das situações acima ........... [ ] Pule para E.6

E.5 O que você fez na(s) situação(ões) de agressão?

a. Revidei a agressão........................................................... [ ]
b. Não fiz nada...................................................................... [ ]
c. Procurei a delegacia.......................................................... [ ]
d. Procurei apoio de amigos(as) .......................................... [ ]
e. Procurei apoio da família.................................................. [ ]
f. Procurei um advogado..................................................... [ ]
g. Fiz uma denúncia em órgãos oficiais
(disque 100, site da secretaria da justiça ou outro).......... [ ]

h. Outro................................................................................. [ ]
i. Não se aplica (nunca sofreu agressão)............................ [ ]

E.6 Você já foi presa(o)?

a. Sim, e ficou junto com homens......................................... [ ]


b. Sim, e ficou junto com mulheres....................................... [ ]
c. Sim, e ficou junto com outras travestis/transexuais.......... [ ]
d. Sim, mas só passei uma noite na cadeia.......................... [ ] Pula para próximo bloco
e. Não................................................................................... [ ] Pula para próximo bloco

E.7. Se sim, quantos anos você tinha? ___________ ANOS

E.8 Na prisão você utilizou vestimenta conforme o seu gênero?

a. Sim ................................................................................... [ ]

81
b. Não ................................................................................... [ ]

E.9 Na prisão você teve cabelo cortado?

a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]

E.10 Na prisão, você foi agredida por outros (as) presos (as)?

a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]

E.11 Na prisão, você foi agredida por funcionários do presídio?

a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]

E.12 Na prisão, você estudou?

a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]

E.13 Na prisão, você trabalhou?

a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]

E.14 Ao sair da prisão você foi encaminhada à Central de Atenção ao Egresso e Família?

a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]

E.15 Em algum momento você foi encaminhada à Central de Penas e Medidas Alternativas ?

a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]

BLOCO F - CONTEXTO SOCIAL

F.1 Atualmente como você avalia/qualifica suas relações com as seguintes instituições:

82
Boa Aceitável Conflituosa Muito ruim Nenhuma

F.1.1 Família

F.1.2 Escola

F.1.3 Trabalho

F.1.4 Delegacia

F.1.5 Comércio

F.1.6 Imobiliária

F.1.7 Transporte público

F.1.8 Ambiente religioso

NOME SOCIAL

F.2 Você tem conhecimento de que existe uma lei que obriga as instituições públicas do
Estado de São Paulo a tratar você pelo nome social?

a. Sim ................................................................................. [ ]
b. Não ................................................................................ [ ]

F.3 Onde você é tratada(o) pelo nome social?

a. Serviço de saúde público................................................ [ ]


b. Serviço de saúde privado............................................... [ ]
c. Delegacias...................................................................... [ ]
d. Penitenciaria .................................................................. [ ]
e. Escolas públicas............................................................. [ ]
f. Escolas privadas............................................................ [ ]
g. CRAS e CREAS [equipamentos de assistência social].. [ ]
h. Albergues........................................................................ [ ]
i. Serviço de atendimento ao trabalhador.......................... [ ]
j. Pelos parentes................................................................ [ ]
k. Círculo de amigos........................................................... [ ]
l. Nos locais de lazer.......................................................... [ ]
m. No local de estudo.......................................................... [ ]
n. No seu local de trabalho................................................. [ ]
o. Ambiente religioso.......................................................... [ ]
F.5 Você conseguiu mudar seu nome em alguns dos seguintes documentos:

Sim, e Estou Não Não tenho


Sim, e
não tentando/Já pretendo esse
consegui
consegui dei entrada mudar documento

83
F.5.1 RG

F.5.2 CPF

F.5.3 Título de Eleitor

F.5.4 Carteira de trabalho

Cartão cidadão (FGTS, PIS,


F.5.5 recebimento de benefícios)

F.5.6 Passaporte

F.5.7 Histórico escolar

F.5.8 Carteira profissional

F.5.9 Documentação dos filhos

F.5.10 Certificado de reservista

F.6 Depois de mudar o nome você teve dificuldade para receber algum benefício?

a. Sim, mas consegui resolver............................................ [ ]


b. Sim, e ainda não resolvi................................................. [ ]
c. Não ................................................................................ [ ]
d. Não se aplica, não tentei receber .................................. [ ]

F.7 Onde você tem acesso à internet?

a. Em casa.......................................................................... [ ]
b. No trabalho..................................................................... [ ]
c. Na escola........................................................................ [ ]
d. Em lan house.................................................................. [ ]
e. No celular........................................................................ [ ]
f. Não tem acesso.............................................................. [ ] Pule para o Bloco G
g. ONG, organização social................................................ [ ]

F.8 Você usa algum dos sites de relacionamento abaixo?

a. UOL................................................................................ [ ]
b. Facebook........................................................................ [ ]
c. Manhunt.......................................................................... [ ]

84
d. Disponível....................................................................... [ ]
e. OK Cupid........................................................................ [ ]
f. Outros ............................................................................ [ ]

F.9 Você usa algum dos aplicativo de celular abaixo?

a. Grindr............................................................................. [ ]
b. Scruff.............................................................................. [ ]
c. Hornet............................................................................. [ ]
d. Guyspy............................................................................ [ ]
e. Jack D............................................................................. [ ]
f. Mister.............................................................................. [ ]
g. Tinder.............................................................................. [ ]
h. 3nder............................................................................... [ ]
i. Outro[ ] _________________________________
j. Nenhum ......................................................................... [ ]

F.10 O que você procura quando usa o(s) aplicativos?

a. Fazer amizades/conhecer pessoas................................ [ ]


b. Relacionamentos............................................................ [ ]
c. Encontrar parceiros sexuais........................................... [ ]
d. Conversar....................................................................... [ ]
e. Fazer contatos/network.................................................. [ ]
f. Fazer programa.............................................................. [ ]

BLOCO G - PERCURSO DE TRANSIÇÃO:

G.1 Qual é o seu sexo de nascimento?

a. Masculino........................................................................ [ ]
b. Feminino......................................................................... [ ]
c. Ambivalente/intersexo.................................................... [ ]

G.2 Atualmente como você se considera?

a. Homem........................................................................... [ ]
b. Mulher............................................................................. [ ]
c. Transexual...................................................................... [ ]
d. Travesti........................................................................... [ ]
e. Transgênero................................................................... [ ]
f. Sem gênero definido....................................................... [ ]
g. Outra[ ] ___________________________________

85
G.2.1 Com que idade você passou a se identificar assim? __________ ANOS

G.3 Você já fez uso de algum recurso/procedimento para modificar seu corpo?

a. Sim........................................... [ ] Pule para G.5


b. Não, não quero........................ [ ] Encerrar questionário aqui
c. Não, mas gostaria.................... [ ] Encerrar questionário após próxima questão

G.4 Se não fez, mas gostaria, quais gostaria de fazer?

a. Silicone liquido (industrial).............................................. [ ]


b. Prótese de silicone......................................................... [ ]
c. Hormônios...................................................................... [ ]
d. Cirurgias de redesignação.............................................. [ ]
e. Cirurgia plástica.............................................................. [ ]
f. Maquiagem definitiva...................................................... [ ]
g. Laser para retirada de barba/pêlos................................. [ ]
h. Mastectomia (retirada das mamas)................................ [ ]
i. Histerectomia (retirada do útero).................................... [ ]
j. Ooforectomia (retirada dos ovários)............................... [ ]
k. Metoideoplastia (reconstrução do canal uretral)............. [ ]
l. Raspagem do pomo de adão......................................... [ ]
m. Modulação da voz........................................................... [ ]
n. Outro [ ]_____________________________________

Vou fazer agora em sequência uma série de perguntas sobre o processo de transformação. Nem
todas elas servem para todas as pessoas. Quando a pergunta não tiver a ver com sua realidade,
peço que responda apenas ‘não”.

G.5 Você toma ou já tomou hormônios?

a. Sim, tomo atualmente..................................................... [ ]


b. Sim, já tomei, mas não tomo mais.................................. [ ]
c. Não................................................................................. [ ] Pule para G.10

G.6 Que idade você tinha quando usou hormônio pela primeira vez? ______ ANOS

G.7 Quais os hormônios você toma ou já tomou?

a. Estrógeno comprimido ................................................... [ ]


b. Progesterona e Estrógeno comprimido.......................... [ ]
c. Progesterona e Estrógeno injetável................................ [ ]
d. Progesterona injetável ................................................... [ ]

86
e. Ciproterona (anti-andrógeno)......................................... [ ]
f. Testosterona (nebido, durateston, deposteron).............. [ ]
g. Outro(s)[ ]_____________________________________
h. Não sei............................................................................ [ ]

G.8 Onde você consegue/conseguiu o hormônio?

a. Diretamente na farmácia (sem receita).......................... [ ]


b. Com amigos/colegas de trabalho................................... [ ]
c. Com bombadeiras.......................................................... [ ]
d. Compra na internet......................................................... [ ]
e. Com receita de médico do SUS..................................... [ ]
f. Com receita de médico particular................................... [ ]
g. Outro[ ]_____________________________________

G.9 Quão satisfeita(o) você está com os resultados alcançados com o uso de hormônio no
seu corpo?

a. Muito insatisfeita(o) .......................................................... [ ]


b. Insatisfeita(o) .................................................................... [ ]
c. Nem satisfeita(o), nem insatisfeita(o) ............................... [ ]
d. Satisfeita(o) ...................................................................... [ ]
e. Muito satisfeita(o) ............................................................. [ ]

G.10 Você já fez uso de silicone industrial?

a. Sim.............................. [ ]
b. Não............................. [ ] Pule para G.16

G.11 Que idade você tinha quando colocou silicone industrial pela primeira vez? ________
ANOS

G.12 Quão satisfeita(o) você está com os resultados da aplicação do silicone industrial no
seu corpo? Quadro 1

a. Muito insatisfeita(o) .......................................................... [ ]


b. Insatisfeita(o) .................................................................... [ ]
c. Nem satisfeita(o), nem insatisfeita(o) ............................... [ ]
d. Satisfeita(o) ...................................................................... [ ]
e. Muito satisfeita(o) ............................................................. [ ]

G.13 Você teve algum problema decorrente do uso de silicone?

a. Sim..... [ ] Qual? ________________________________


b. Não..... [ ] (Pule para G.16)

87
G.14 Se sim, o que você fez na ocasião?

a. Procurou um médico particular....................................... [ ]


b. Procurou o serviço público de saúde.............................. [ ]
c. Tomou remédio por conta própria.................................. [ ]
d. Procurou ajuda de amigo(as), conhecidos(as)............... [ ]
e. Procurou ajuda da bombadeira...................................... [ ]
f. Não fez nada.................................................................. [ ]

G.15 Quão satisfeita(o) você ficou com o cuidado ou a ajuda recebida?

a. Muito insatisfeita(o) ........................................................ [ ]


b. Insatisfeita(o) ................................................................. [ ]
c. Nem satisfeita(o), nem insatisfeita(o) ............................ [ ]
d. Satisfeita(o) ................................................................... [ ]
e. Muito satisfeita(o) .......................................................... [ ]

G.16 Você tem prótese de silicone?

a. Sim, mama..................................................................... [ ]
b. Sim, glúteo...................................................................... [ ]
c. Sim, outra.[ ]_____________________________________
d. Não................................................................................. [ ]

G.17 Que idade você tinha quando colocou prótese pela primeira vez? _______ ANOS

G.18 Onde você colocou?

a. Hospital público.............................................................. [ ]
b. Hospital particular........................................................... [ ]
c. Clínica particular............................................................. [ ]
d. Outro[ ]_____________________________________

G.19 Quão satisfeita(o) você está com o resultado do(s) implante(s) de silicone?

a. Muito insatisfeita(o) .......................................................... [ ]


b. Insatisfeita(o) .................................................................... [ ]
c. Nem satisfeita(o), nem insatisfeita(o) ............................... [ ]
d. Satisfeita(o) ...................................................................... [ ]
e. Muito satisfeita(o) ............................................................. [ ]
G.20 Você fez cirurgia de redesignação?

a. Sim ................................................................................ [ ]
b. Não ................................................................................ [ ] Pule para G.23

88
G.21 Com que idade você fez essa cirurgia? ________ ANOS

G.22 Onde fez a cirurgia?

a. Hospital público.............................................................. [ ]
b. Hospital particular........................................................... [ ]
c. Clínica particular............................................................. [ ]
d. Clínica ou hospitais estrangeiros.................................... [ ]
e. Outro[ ]_____________________________________

G.23 Quão satisfeita(o) você está com o resultado da sua cirurgia

a. Muito insatisfeita(o) .......................................................... [ ]


b. Insatisfeita(o) .................................................................... [ ]
c. Nem satisfeita(o), nem insatisfeita(o) ............................... [ ]
d. Satisfeita(o) ...................................................................... [ ]
e. Muito satisfeita(o) ............................................................. [ ]

G.24 Você fez mastectomia (remoção das mamas)?

a. Sim ................................................................................ [ ]
b. Não ................................................................................ [ ] Pule para G.28

G.25 Com que idade você fez essa cirurgia? ________ ANOS

G.26 Onde fez a cirurgia?

a. Hospital público.............................................................. [ ]
b. Hospital particular........................................................... [ ]
c. Clínica particular............................................................. [ ]
d. Outro[ ]_____________________________________

G.27 A partir da sua expectativa em relação aos resultados da mastectomia no seu corpo,
quão satisfeito(a) você está?

a. Muito insatisfeita(o) .......................................................... [ ]


b. Insatisfeita(o) .................................................................... [ ]
c. Nem satisfeita(o), nem insatisfeita(o) ............................... [ ]
d. Satisfeita(o) ...................................................................... [ ]
e. Muito satisfeita(o) ............................................................. [ ]

G.28 Você fez histerectomia (retirada do útero)?

89
a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ] Pule para G.32

G.29 Com que idade você fez essa cirurgia? ________ ANOS

G.30 Onde fez a cirurgia?

a. Hospital público................................................................. [ ]
b. Hospital particular.............................................................. [ ]
c. Clínica particular................................................................ [ ]
d. Outro[ ]_____________________________________

G.31 A partir da sua expectativa em relação aos resultados da histerectomia, quão


satisfeito(a) você está?

a. Muito insatisfeita(o) .......................................................... [ ]


b. Insatisfeita(o) .................................................................... [ ]
c. Nem satisfeita(o), nem insatisfeita(o) ............................... [ ]
d. Satisfeita(o) ...................................................................... [ ]
e. Muito satisfeita(o) ............................................................. [ ]

G.32 Você fez ooforectomia (retirada dos ovários)?

a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ] Pule para G.36

G.33 Com que idade você fez essa cirurgia? ________ ANOS

G.34 Onde fez a cirurgia?

a. Hospital público................................................................. [ ]
b. Hospital particular.............................................................. [ ]
c. Clínica particular................................................................ [ ]
d. Outro[ ]_____________________________________

G.35 A partir da sua expectativa em relação aos resultados da ooforectomia, quão


satisfeito(a) você está?

a. Muito insatisfeita(o) .......................................................... [ ]


b. Insatisfeita(o) .................................................................... [ ]
c. Nem satisfeita(o), nem insatisfeita(o) ............................... [ ]
d. Satisfeita(o) ...................................................................... [ ]

90
e. Muito satisfeita(o) ............................................................. [ ]

G.36 Você fez metoideoplastia (reconstrução do canal uretral)?

a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ] Pule para G.40

G.37 Com que idade você fez essa cirurgia? ________ ANOS

G.38 Onde fez a cirurgia?

a. Hospital público................................................................. [ ]
b. Hospital particular.............................................................. [ ]
c. Clínica particular................................................................ [ ]
d. Outro[ ]_____________________________________

G.39 A partir da sua expectativa em relação aos resultados da metoideoplastia, quão


satisfeito você está?

a. Muito insatisfeita(o) .......................................................... [ ]


b. Insatisfeita(o) .................................................................... [ ]
c. Nem satisfeita(o), nem insatisfeita(o) ............................... [ ]
d. Satisfeita(o) ...................................................................... [ ]
e. Muito satisfeita(o) ............................................................. [ ]

G.40 Você já fez alguma outra cirurgia plástica para modificar seu corpo?

a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ] Pule para G.43

G.40.1 Se sim, quais? ____________________________

G.41 Quantos anos você tinha quando fez sua primeira cirurgia plástica?________ ANOS

G.42 Onde fez a cirurgia?

a. Hospital público................................................................. [ ]
b. Hospital particular.............................................................. [ ]
c. Clínica particular................................................................ [ ]
d. Outro[ ]_____________________________________

91
G.43 A partir da sua expectativa em relação a essa(s) cirurgia(s), quão satisfeita(o) você está
com os resultados?

a. Muito insatisfeita(o) .......................................................... [ ]


b. Insatisfeita(o) .................................................................... [ ]
c. Nem satisfeita(o), nem insatisfeita(o) ............................... [ ]
d. Satisfeita(o) ...................................................................... [ ]
e. Muito satisfeita(o) ............................................................. [ ]

G.44 Tem algum procedimento que você ainda gostaria de fazer?

a. Silicone liquido (industrial)................................................ [ ]


b. Prótese de silicone............................................................ [ ]
c. Hormônios......................................................................... [ ]
d. Cirurgias de redesignação................................................ [ ]
e. Cirurgia plástica................................................................ [ ]
f. Maquiagem definitiva........................................................ [ ]
g. Laser para retirada de barba/pêlos................................... [ ]
h. Mastectomia (retirada das mamas)................................... [ ]
i. Histerectomia (retirada do útero)....................................... [ ]
j. Ooforectomia (retirada dos ovários).................................. [ ]
k. Metoideoplastia (reconstrução do canal uretral)............... [ ]
l. Raspagem do pomo de adão ........................................... [ ]
m. Modulação da voz............................................................. [ ]
n. Outro[ ]_____________________________________

Terminamos a entrevista. Obrigada(o) pela sua colaboração.

Como você sabe, para todas as pessoas que tem vida sexual ativa se recomenda fazer o testes
anti-HIV, sífilis, hepatite B e hepatite C, bem como tomar a vacina para hepatite B. Você gostaria
de aproveitar esta oportunidade e fazer os testes disponíveis, ser encaminhada(o) para vacina
contra hepatite B?

A(o) participante concordou em ser encaminhada(o) para testagem?

Sim .................. [ ]

Não .................. [ ]

Não, porque já sabe que tem infecção pelo HIV....................[ ]

A(o) participante concordou em ser encaminhada(o) para a vacina de Hepatite B?

Sim .................. [ ]

Não .................. [ ]

Não, já fui vacinada (o)............................[ ]

92
RESUMO

PINTO, T.P. Silicone líquido industrial para transformar o corpo: prevalência e


fatores associados à sua utilização entre travestis e transexuais femininas
residentes no estado de São Paulo. [Dissertação de mestrado]. São Paulo:
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2016.

INTRODUÇÃO: Travestis e mulheres transexuais buscando uma “adequação” do corpo à


identidade de gênero através da feminilização da aparência corporal utilizam diversos
recursos. O Silicone Líquido Industrial (SLI) é utilizado na modificação dos contornos
corporais por travestis e mulheres transexuais, mas seu uso pode resultar em diversos
problemas de saúde e até a morte. OBJETIVO: Estimar a prevalência do uso de SLI entre
pessoas travestis e mulheres transexuais e os fatores relacionados a essa prática.
MÉTODOS: Estudo transversal, realizado em 7 municípios do estado de São Paulo com
dados coletado entre 2014 e 2015 com uma mostra de 576 pessoas. Na análise estatística,
utilizamos a regressão de Poisson com variância robusta para estimar as razões de prevalência
bruta e ajustada. RESULTADOS: A prevalência do uso de SLI foi de 49%, a média de idade
para a primeira colocação de SLI foi de 22 (±5,3) anos e aproximadamente 43% informou a
ocorrência de problemas de saúde decorrente do uso de SLI. No modelo múltiplo, ter
escolaridade menor que o nível superior, estar em faixa etária a partir dos 20 anos, identificar-
se como travesti e exercer a prostituição permaneceram associadas uso do SLI.
CONCLUSÃO: Os resultados sugerem uma elevada prevalência do uso de SLI e de
problemas decorrentes dessa prática, revelando um desafio acerca da prevenção do uso e da
redução dos danos à saúde provados pelo SLI. Dessa forma, torna-se fundamental assegurar
o acesso aos recursos necessários para a realização das modificações corporais ao longo do
percurso de transição através de uma atenção integral à saúde das pessoas travestis e
transexuais no Sistema Único de Saúde, que reconheça as demandas por modificações
corporais enquanto parte da construção da identidade de gênero e respeitando as necessidades
singulares de cada pessoa nesse processo de transição.

DESCRITOES: Travestilidade; Pessoas transgênero; Procedimentos de readequação


sexual; Silicones

93
ABSTRACT

PINTO, T.P. Industrial silicone to transform the body: prevalence and


correlates among transwomen in Sao Paulo state, Brazil [Master]. São Paulo:
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2016.

INTRODUCTION: Travestis and transwomen who seek to “adequate” their bodies to their
gender identity through body feminization use various resources in order to accomplish this
goal. Industrial Liquid Silicone (ILS) is used for body modification by travestis and
transwomen, but it can result in a wide range of health problems or even death.
OBJECTIVE: To estimate the prevalence of ILS among travestis and transwomen and
factors related to this practice. METHODS: A cross-sectional study conducted in seven
cities in the state of São Paulo, with data collected between 2014 and 2015 in a sample of
576 people. In the statistical analysis, we used Poisson regression with robust variance to
estimate crude and adjusted prevalence ratios. RESULTS: Prevalence of ILS was 49%, the
average age for first injection was 22 (± 5.3) years and approximately 43% reported the
occurrence of health problems resulting from ILS use. In the multivariate model, having less
than college education, being aged 20 or older, identifying as travesti and being a sex worker
remained associated to the use of ILS. CONCLUSION: These results suggest a high
prevalence of ILS use and problems arising from this practice, which reveals a challenge on
preventing it and also on ways to reduce health damages caused by ILS. Thus, it is essential
to ensure access to the resources needed to carry out body changes which accompany
transitioning through a comprehensive health care for travestis and transwomen in the
Unified Health System, one which recognizes the demand for body modifications as part of
gender identity construction and which respects the unique needs of each person in this
process.

KEY WORDS: Transvestism; Transgender Persons; Sex Reassignment Procedures;


Silicones

94

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